sábado, 15 de fevereiro de 2020

18 ANOS DE EXCREMENTO DO DIABO



A meteórica visita do Secretário de Estado Mike Pompeo a Angola, vem confirmar que o petróleo continuará a ser, não uma catapulta para o desenvolvimento, mas um garante no sentido de que África permanecerá como uma ultraperiferia económica, onde o petróleo tem o papel manipulador próprio dum “excremento do diabo”.
18 anos depois da visita do Presidente José Eduardo dos Santos a Washington, a 26 de Fevereiro de 2002, onde se encontrou com o Presidente George W. Bush e com os membros da “Corporate Council on Africa”, apenas 4 dias depois da morte de Savimbi, Mike Pompeo nada tem para oferecer senão mais do mesmo, ainda que com outras pródigas cores do grande camaleão, agora sob a égide de outro republicano, o inveterado “protecionista” Presidente Donald Trump…
O “Project of a New American Century” (PNAC), que teve curso entre 1996 e 2006, ainda inspira (e refina) o “proteccionismo” de hoje!
Para o império da hegemonia unipolar, 18 anos depois, continua a ser, como nos tempos do PNAC: “The americans frist”!...

1- Longe vai o tempo em que com pezinhos de lã, de que o tio Sam é pródigo quando se apresta à fase de exibir perante os olhos extasiados dos incautos uma apetecível cenoura, a administração republicana do texano George W. Bush, inspirada nos “bons ofícios” do Institute for Advanced Strategy and Political Studies (IASPS), aproximou-se em Fevereiro de 2002 de África, com o engodo do “petróleo para o desenvolvimento”, precisamente na altura em que os Estados Unidos estavam já a preparar o assalto pelas hordas neoliberais do império ao Iraque (que viria a ter início a 20 de Março de 2003). (https://en.wikipedia.org/wiki/Institute_for_Advanced_Strategic_and_Political_Studieshttps://www.sourcewatch.org/index.php/Institute_for_Advanced_Strategic_%26_Political_Studies)

O Iraque, na mesma altura da cenoura para África, provava o poder do seu impiedoso cacete, numa estreia para o Médio Oriente Alargado dum caótico contencioso que se prolonga até hoje. (https://www.csmonitor.com/2002/0523/p07s01-woaf.htmlhttp://www.historycommons.org/entity.jsp?entity=institute_for_advanced_strategic_and_political_studies).

Naquela altura, logo no início do século XXI, era um “think tank” com uma perna em Jerusalém e outra em Washington que na direcção de África propunha lançar o artificioso equívoco manipulado pelo Presidente George W. Bush, sob o aliciante rótulo do “Africa Oil Initiative Group” (AOPIG) e seus multifacetados atractivos para o Golfo da Guiné (Angola e São Tomé e Príncipe “automaticamente” incluídos)!… (https://allafrica.com/stories/200206120501.htmlhttps://www.sourcewatch.org/index.php/African_Oil_Policy_Initiative_Grouphttps://www.globalpolicy.org/component/content/article/198/40173.html).

Como corolário dos esforços do IASPS e da projecção do conceito AOPIG, a visita do Presidente José Eduardo dos Santos foi para o PNAC e por tabela para o Presidente de turno nos Estados Unidos e a Corporate Council on Africa, um “perdurável êxito” que cabe como herança aos angolanos, celebrado na altura com um inesquecível jantar (http://www.africacncl.org/(epuhzkyyw2bdbpbjiplidq55)/Whats_New/CCA_Dinner(dosSantos).asp, link desactivado):

“CCA & U.S.-Angola Chamber of Commerce Dinner for Angolan President José Eduardo dos Santos, Washington, D.C., February 26, 2002.

Sponsored by ExxonMobilChevronTexacoBPOcean Energy.

with support from: Halliburton; INTELS Group; Phillips Petroleum Company; C/R International; Lazare Kaplan International Inc.; Catermar; LIMJE Industrial Ltd.; American Worldwide Inc.; Samuels International Associates, Inc.; OrdSafe; CTD/Manchester Trade; Citigroup; Citizens Resources; Miranda, Correia, Amendoeira & Associates; SISTEC Equipment & Controls; HSBC Equator Bank; Cohen & Woods International”.

Desde então o fragilizado estado angolano passou não só a estar “filtrado” pelos processos de inteligência ao serviço do poder dos Estados Unidos e de suas transnacionais do petróleo e dos diamantes, “ressurgindo das cinzas” em função dos rescaldos do após Bicesse (31 de Maio de 1991), como também passou a ser “amarrado curto” aos processos de “terapia neoliberal post traumática” abertos à devassidão, que desembocaram nis níveis de corrupção que se começa hoje a identificar!

O Presidente George W. Bush dava assim “oportuna resposta” aos trágicos acontecimentos do 11 de Setembro de 2001 que serviram à época de justificação de fundo para o “choque de civilizações” e, na direcção de África lançava paulatinamente as bases para mais um comando do Pentágono, o AFRICOM, um comando burilado à medida das articulações de ingerência e manipulação civil e militar, capaz de respostas assimétricas, de geometria variável e tirando partido de coligações e alianças extra continentais, que viria oficialmente a surgir a 6 de Fevereiro de 2007, apenas 5 anos depois!... (https://pt.scribd.com/document/70373464/African-Oil-Policy-Initiative-Group-White-Paper;  https://www.csmonitor.com/2002/0523/p07s01-woaf.html).

“This new command will strengthen our security cooperation with Africa and help to create new opportunities to bolster the capabilities of our partners in Africa. Africa Command will enhance our efforts to help bring peace and security to the people of Africa and promote our common goals of development, health, education, democracy, and economic growth in Africa. - President George Bush, February 6, 2007” (http://www.revistamilitar.pt/modules/articles/article.php?id=195).

Angola | Corrupção é o maior obstáculo às relações comerciais com EUA


A corrupção é o maior obstáculo às relações comerciais entre Angola e os Estados Unidos, defende o presidente da Câmara de Comércio Americana em Angola, em vésperas da visita do chefe da diplomacia norte-americana.

Em entrevista à Lusa, antecipando a curta visita do secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, a Luanda na segunda-feira (17.02), Pedro Godinho Domingos, considerou que além dos problemas económicos "que resultam da crise financeira que o país atravessa", a corrupção é o maior obstáculo à atração de empresas norte-americanas.

Acredita, por isso, que a visita de Pompeo vai focar-se em aspetos como o combate à corrupção, transparência e 'compliance' (conformidade com a lei), pois foi devido à falta de adesão de Angola a esses princípios que o país foi perdendo acesso à banca e aos mercados internacionais o que "afetou catastroficamente a economia". 

O presidente da Câmara de Comércio (AmCham) lembrou que o combate às más práticas é também fundamental para o Governo norte-americano, que criou uma lei federal anti-corrupção FCPA (Foreign Corrupt Practices Act), prevendo sanções para as empresas envolvidas em atos de corrupção em atividades internacionais. "No passado, o sistema em Angola era fortemente corrupto (...). Naturalmente, num ambiente como este as empresas não tinham como competir com as de outras latitudes que não olhavam [a corrupção] como um obstáculo nas relações comerciais", o que levou ao afastamento do mercado angolano.

"O desenvolvimento futuro de Angola passa por uma aproximação mais forte aos Estados Unidos e a presença de Mike Pompeo vai trazer vantagens para o relacionamento internacional", destacou o presidente da AmCham.

Moçambique | Chuvas matam e causam rasto de destruição em Manica


Pelo menos duas pessoas morrerem em Sussundenga, província de Manica, Moçambique, devido ao desabamento da casa onde viviam. O mau tempo que assola o centro do país provocou várias inundações. INGC já distribuiu ajuda.

Pelo menos 194 famílias estão desalojadas nos distritos de Gondola, Sussundenga e Chimoio, província de Manica, depois de dezenas de casas terem ficado destruídas durante a intempérie que assola o centro de Moçambique.

O distrito de Mossurize e o posto administrativo de Dombe estão isolados do resto da província na sequência do abatimento de pontes e da submersão de troços de estradas. Segundo Borges Inácio Viagem, chefe do Departamento Técnico do Instituto Nacional de Gestão de Calamidades (INGC), as chuvas intensas provocaram a subida do caudal dos rios Lucite e Mussapa, inundando uma extensa área de campos agrícolas.

Como várias estradas estão cortadas, milhares de pessoas estão a abandonar aldeias das zonas baixas da região centro de Moçambique. A população está a deslocar-se em canoas improvisadas, uma alternativa considerada "perigosa” pelas autoridades do INGC.

Moçambique | Rússia rejeita comentar presença armada contra ataques em Cabo Delgado


O embaixador da Rússia em Moçambique recusa comentar se há algum tipo de força armada daquele país a apoiar o combate a grupos que atacam o Norte do país, pedindo mais cuidado na gestão da informação.

"Uma das regras principais" na resposta "ao fenómeno de terrorismo é: quanto menos souberem os terroristas sobre cooperação ou atuação das forças, melhor", referiu Alexander Súrikov, na sexta-feira (14.02), em Maputo, citado pelo canal de televisão STV ao ser questionado sobre a eventual presença russa.

"No nosso mundo transparente, já é suficiente a transparência" que existe, acrescentou, à saída de uma audiência concedida pela presidente do parlamento.

O ministro dos Negócios Estrangeiros moçambicano, José Pacheco, anunciou em outubro que a Rússia forneceu equipamentos militares a Moçambique para apoiar as forças governamentais no combate a grupos armados em Cabo Delgado (norte do país), no que classificou como um "apoio pontual" no âmbito da cooperação com a Rússia.

Além de equipamentos, fontes locais e no exterior têm relatado a presença de soldados privados oriundos daquele país - referenciados também entre as baixas listadas em comunicados do grupo 'jihadista' Estado Islâmico (EI) ao reivindicar ataques.


Portugal | Salários: uma questão central do desenvolvimento


Se houvesse coerência, não poderia haver objecções à fixação do Salário Mínimo Nacional nos 1137 euros em 2020, valor que resulta da aplicação da evolução dos preços e da produtividade ao ano de 1974.

Tiago Cunha | AbrilAbril | opinião

O tempo de trabalho e o valor criado durante esse período são alvo de uma disputa secular entre assalariados e detentores dos meios de produção. Neste confronto, é o antagonismo dos interesses e a relação de classes que emergem com toda a crueza, numa época em que alguns tentam vender a conciliação como meio de substituir a luta dos trabalhadores para elevarem as suas condições, num mundo do trabalho que apresentam como essencialmente despojado de contradições e, claro, sem que haja uns poucos a explorar a grande maioria.

O processo que o Governo encetou na Concertação Social (CPCS), a sua rápida degeneração para um pacote que tenta limitar a evolução salarial e contempla um conjunto de contrapartidas para as empresas, é um exemplo lapidar da exigência da luta, da necessidade de mobilizar, unir e esclarecer os trabalhadores. Sendo certo que não será à mesa da CPCS, nem pela força dos melhores argumentos, que o patronato vai abdicar da sua parcela no produto.

Com a clara intenção de desmobilizar os trabalhadores, de colocar no campo do impossível a justa reivindicação de aumento geral dos salários em 90 euros por mês, o grande capital, as organizações que corporizam os seus interesses e os difusores da sua opinião, reagem a esta, como a todas as outras exigências de valorização do trabalho.

Portugal | Vitimização e taticismos


Manuel Carvalho Da Silva* | Jornal de Notícias | opinião

Estilhaçado o velho "arco da governação" em 2015, fruto das posições estratégicas novas assumidas pelo PS e pelos partidos à sua Esquerda, e constituído um apoio parlamentar ao Governo então empossado, tornou-se claro que a Direita podia ser afastada da governação do país por um longo período e se poderia gerar na sociedade portuguesa uma dinâmica transformadora, de progresso social e económico.

Tais perspetivas eram sustentáveis apesar dos condicionalismos que os tratados e as políticas da União Europeia impõem a países periféricos como o nosso, da nossa estrutura económica estar enfraquecida e, ainda, da Administração Pública e o Estado se encontrarem em acentuado depauperamento.

Será que tais perspetivas se mantêm viáveis? As relações de forças saídas das eleições do ano passado inviabilizam esse rumo? Estão em curso retrocessos táticos e estratégicos que vão conduzir os partidos às suas velhas "zonas de conforto", em desfavor de um rumo coletivo transformador? As diferenças entre os partidos que dão corpo à maioria à Esquerda são ultrapassáveis num quadro defensivo, mas não perante desafios ofensivos?

Quando Cavaco Silva na sua luta contra a nova solução política impôs aos partidos da Esquerda "união" de papel passado, contribuiu, não sei se conscientemente, para a formalização de compromissos que se haveriam de revelar importantes no país e fora dele. Isso ajudou a vincular o PS que, face à composição parlamentar, não podia prescindir de nenhum dos partidos à sua Esquerda. Essa "união" não era uma solução política trabalhada há longo tempo de forma exposta na sociedade e surgiu da prioridade de afastar a Direita do poder, face ao perigoso plano inclinado em que o país se encontrava. Os compromissos assumidos não passaram de uma espécie de carta de mínimos, de execução trabalhosa mas não impossível.

Portugal | Partidos vão negociar texto comum para estatuto dos antigos combatentes


Os partidos estiveram de acordo no parlamento sobre um Estatuto do Antigo Combatente "o mais consensual possível", os três projetos hoje em debate baixam sem votação à comissão, onde será negociado um texto comum.

Durante o debate das propostas do Governo, do BE e do PSD, o presidente da comissão de Defesa Nacional, o socialista Marcos Perestrello, defendeu que os deputados deveriam evitar "cavar trincheiras profundas", como é habitual na Assembleia da República, e trabalhar numa solução consensual.

Os projetos para o estatuto - reclamação antiga dos ex-combatentes da guerra colonial -- preveem várias medidas.

No caso da proposta do Governo prevê-se que o "complemento especial de pensão" atribuído "aos pensionistas dos regimes do subsistema de solidariedade é uma prestação pecuniária cujo montante corresponde a 7% do valor da pensão social por cada ano de prestação de serviço militar ou o duodécimo daquele valor por cada mês de serviço".

Nas propostas dos partidos sugere-se, por exemplo, isenções nas taxas moderadoras para os ex-combatentes, direito extensível a familiares e o executivo também propõe descontos nos transportes públicos.

A proposta de lei do Governo e os projetos de lei do BE e do PSD juntam-se aos diplomas que já estão na comissão de Defesa Nacional, para debate na especialidade, do PCP, CDS-PP e PAN.

Portugal | Arménio Carlos deixa intersindical "confiante" no futuro da CGTP


Arménio Carlos, que deixa hoje a liderança da CGTP para ser substituído por Isabel Camarinha, disse à Lusa que foi "com agrado" que viu a eleição da nova líder da intersindical e que está "confiante" no futuro da organização.

"Sinto-me bem e confiante de que esta central vai continuar a ser a maior organização sindical em Portugal e que vai continuar a não descurar aquilo que é a resposta aos problemas dos trabalhadores", afirmou à margem do XIV Congresso da CGTP que começou sexta-feira e termina hoje na Arrentela, Seixal.

Sobre Isabel Camarinha, eleita durante a madrugada secretária-geral da CGTP com 115 votos favoráveis entre os 147 elementos do Conselho Nacional, Arménio Carlos disse que foi "com agrado que o Conselho Nacional confirmou aquilo que era a expectativa do congresso".

Questionado se considera que a nova líder está preparada para o cargo, Arménio Carlos considerou que "para ter sido proposta [pela anterior comissão executiva] é porque houve o reconhecimento de que estava preparada".

"Estando preparada, sabe também que pode contar com o apoio de todo o coletivo", acrescentou o secretário-geral cessante, adiantando, porém, que também "o contributo individual de cada um é determinante para que o coletivo seja ainda mais forte e possa implementar as grandes orientações que a CGTP definiu".

Líderes políticos timorenses debatem novo Governo que exclui partido do primeiro-ministro


Díli, 14 fev 2020 (Lusa) - Líderes políticos timorenses estão a debater uma nova coligação governativa, liderada pelo Congresso Nacional da Reconstrução Timorense (CNRT) de Xanana Gusmão e que excluiria o Partido Libertação Popular (PLP), do atual primeiro-ministro, disseram fontes partidárias.

Fontes de várias forças políticas ouvidas pela Lusa confirmaram a realização de "primeiras rondas" de diálogo sobre uma nova maioria parlamentar formada pelos 21 deputados do CNRT, cinco do Partido Democrático (PD) e cinco do Kmanek Haburas Unidade Nacional Timor Oan (KHUNTO), bem como os três das forças mais pequenas no parlamento, Partido Unidade e Desenvolvimento Democrático (um deputado), Frente Mudança (um) e União Democrática Timorense (um).

Esta solução deixaria de fora a Frente Revolucionária do Timor-Leste Independente (Fretilin), com a maior bancada no parlamento, mas atualmente na oposição, e o Partido Libertação Popular (PLP), que integra a Aliança de Mudança para o Progresso (AMP), coligação eleitoral, que integrava ainda CNRT e Khunto, vencedora das últimas eleições.

Ainda que tenham concorrido em coligação, os três partidos da AMP dividiram-se no início da legislatura em bancadas partidárias diferentes no Parlamento Nacional.

Esta possível nova coligação poderia obrigar o Presidente de Timor-Leste, Francisco Guterres Lu-Olo, a recuar na decisão que mantém desde junho de 2018, quando deu posse ao atual executivo, de não nomear mais de uma dezena de membros indigitados do executivo, quase todos do CNRT.

Funcionários do BNU em Timor-Leste concluem formação em língua portuguesa


Díli, 15 fev 2020 (Lusa) - Os cerca de 120 funcionários do BNU, sucursal da CGD em Timor-Leste, receberam hoje certificados pela conclusão de cursos intensivos de língua portuguesa, realizados no último ano na Escola Portuguesa de Díli.

Os cursos de vários ciclos e adaptados aos vários níveis de conhecimento de português foram dados por docentes portugueses aos cerca de 120 funcionários do BNU, destacados em todos os municípios timorenses e na Região Administrativa Especial de Oecusse-Ambeno (RAEOA).

Paulo Lopes, responsável do BNU em Timor-Leste, disse que os cursos se inserem no extenso programa de formação contínua da entidade, virado neste caso para a língua portuguesa, uma das duas oficiais do país.

Os normativos, ferramentas de suporte e demais instrumentos bancários estão em língua portuguesa, disse, e a formação permite aos funcionários "prestar um serviço de ainda maior qualidade".

"A formação é uma das preocupações constantes do BNU. A qualificação dos nossos funcionários é fundamental se queremos continuar a ser o melhor banco em TL", afirmou.

"A diferença em relação à concorrência está no serviço e para isso teremos que ter os melhores profissionais", disse ainda.

Advogado acusado de espionagem australiana a Timor-Leste defende denunciante


Um advogado australiano, acusado de conspiração por divulgar informações secretas relacionadas com espionagem a Timor-Leste, representou hoje outro alegado denunciante que tornou públicos documentos sobre a presença militar australiana no Afeganistão, noticiou hoje a imprensa local.

O advogado Bernard Collaery, um de dois acusados no caso de espionagem australiana a Timor-Leste, está a representar David Mcbride, num processo a decorrer num tribunal de Camberra.

McBride é um ex-advogado do exército que facultou à cadeia televisiva ABC documentos confidenciais sobre a ação de efetivos militares australianos no Afeganistão.

Os dois homens estão no centro de uma campanha em curso na Austrália para reverter as leis de segurança nacional que infringem a liberdade de imprensa e para garantir proteções legais aos denunciantes que expõem irregularidades do Governo.

Os documentos que McBride divulgou serviram de base a uma investigação da ABC, transmitida em 2017, e na qual se denunciava que tropas australianas mataram homens e crianças desarmados em 2013.

Na sequência do programa, os estúdios da ABC foram alvo de rusgas por parte da Polícia Federal e dos serviços secretos australianos.

No caso de Collaery, em causa está a espionagem que o Governo australiano fez a Timor-Leste em 2004, durante as negociações sobre os recursos do Mar de Timor, tendo instalado material de escuta no Palácio do Governo, em Díli, aproveitando obras no edifício realizadas no âmbito do apoio externo australiano ao país.

Collaery será julgado ainda este ano, acusado de conspirar com um ex-espião para divulgar essas informações classificadas, num caso que tem causado mal-estar entre a Austrália e Timor-Leste.

China, Macau | Covid-19 'infeta' empresas. Português diz que "situação é dramática"


Mal regressara de férias no início deste ano, Bruno Simões foi 'atropelado' pelas más notícias: as suas empresas de eventos de Macau estavam 'infetadas' pela paralisação da indústria turística e perdera todos os contratos até abril.

Com o fecho dos casinos na capital mundial do jogo, com a paralisação da economia e com o mercado chinês turístico 'contaminado' pelo coronavírus Covid-19, "a situação é dramática", desabafou. "Até no Vietname cancelaram coisas para abril", disse à agência Lusa.

À semelhança do Governo de Macau, que enviou alunos e funcionários públicos para casa, que trabalham à distância, Bruno Simões foi obrigado a tomar medidas excecionais na DOC DMC e na SmallWORLD Experience.

"Teve de se mandar as pessoas já para casa até abril e negociámos um mês de licença sem vencimento com os funcionários, com a esperança ainda de que a partir de março as coisas animem", explicou.

Com escritório também na vizinha cidade chinesa de Zhuhai, numa província que tem sido uma das mais afetadas pelo surto em número de infetados, o negócio vive muito das multinacionais que trabalham na Ásia. Por ano organizavam cerca de duas centenas de eventos. Agora, sem trabalhos, sem conferências, sem eventos e com encargos mensais fixos na ordem das 300 mil patacas (quase 35 mil euros), a esperança é que em abril ou maio "as empresas, que têm os seus calendários e têm de os executar" consigam devolver algum oxigénio à indústria.

Até lá, precisamente para acudir a pequenas e médias empresas como aquelas geridas pelo português, o Governo de Macau anunciou na quinta-feira benefícios fiscais e empréstimos bonificados, bem como apoios financeiros e sociais para a população no valor de 20 mil milhões de patacas (2,3 mil milhões de euros).

China | Covid-19 já fez 1.523 mortos. Controlo do surto na fase mais crucial


A China anunciou hoje a morte de 143 pessoas nas últimas 24 horas no país devido ao coronavirus Codiv-19, elevando para 1.523 o número de vítimas mortais da epidemia na China continental.

De acordo com a Comissão Nacional de Saúde, o número de infetados no interior da China (que exclui Macau e Hong Kong) cresceu 2.641, para 66.492.

No mesmo período em análise, 1.373 pessoas receberam alta hospitalar.

Por outro lado, só na província chinesa Hubei, epicentro do novo coronavírus, designado Covid-19, foram reportadas mais 139 mortos nas últimas 24 horas, elevando para 1.457 o número de pessoas mortas na província, segundo os dados da Comissão de Saúde de Hubei.

As autoridades chinesas isolaram várias cidades da província de Hubei, no centro do país, para tentar controlar a epidemia, medida que abrange cerca de 60 milhões de pessoas.

O coronavírus Covid-19 provocou 1.526 mortos e infetou cerca de 65 mil pessoas a nível mundial.

A esmagadora maioria dos casos ocorreu na China, onde a epidemia foi detetada no final do ano.

Além de 1.523 mortos na China continental, há a registar um morto na região chinesa de Hong Kong, um nas Filipinas e um no Japão.

A fase mais crucial

A prevenção e o controlo do surto do novo encontram-se, neste momento, na fase mais crucial, especialmente na província chinesa de Hubei, epicentro da epidemia, de acordo com a Comissão Nacional de Saúde da China.

"Num esforço para reduzir a taxa de infeção, a província de Hubei, especialmente a cidade de Wuhan, fortalecerá as forças de prevenção e controlo ao nível comunitário", destacaram hoje as autoridades chinesas.

O objetivo, acrescentaram, é que "as comunidades sirvam como uma forte fortaleza contra a epidemia".

Portugueses repatriados têm hoje alta

Os portugueses que foram mantidos em quarentena voluntária, depois de terem sido repatriados pelo Governo, não estão infetados com o novo Covid-19, anunciou a Direção-Geral da Saúde (DGS). As análises dos 18 portugueses e das duas brasileiras que estavam em Wuhan, o epicentro da epidemia, foram repetidas esta sexta-feira e deram negativo. E assim sendo, o grupo recebe este sábado alta. 

Também as primeiras análises realizadas aos repatriados tinham dado negativo.  Desde o dia 2 de fevereiro que os 20 cidadãos estão instalados no Hospital Pulido Valente (Centro Hospitalar de Lisboa Norte), num isolamento voluntário que tem essencialmente caráter preventivo.

As análises ao sétimo caso suspeito de coronavírus em Portugal, uma criança que viajou da China, deram também negativo. Portugal continua assim sem qualquer caso de infeção pelo novo coronavírus chinês. 

Notícias ao Minuto | Lusa | Imagem: © Lusa

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A China defronta o novo coronavírus


O tempo é – continua a ser – de cuidar dos vivos, de circunscrever os focos a círculos cada vez mais reduzidos de pessoas, de se desenvolverem medicamentos para tratamento e as vacinas adequadas.

António Abreu | AbrilAbril | opinião

Os sintomas iniciais dos primeiros pacientes, em Dezembro passado, eram bastante leves, aparentemente não mais do que uma gripe típica do inverno e, portanto, não eram motivo de preocupação especial. Somente após duas semanas, quando os sintomas se tornaram mais graves e os pacientes precisaram de hospitalização, os médicos especialistas se convenceram estar a braços com uma nova epidemia.

Depois disso, as coisas aconteceram muito rapidamente, com extensos testes e investigações, a descoberta do novo coronavírus, a descodificação de todo o seu genoma e a distribuição desse genoma para a Organização Mundial de Saúde (OMS) e outras autoridades, tudo realizado em cerca de duas semanas. A reacção rápida da China e os resultados sólidos geraram elogios em todo o mundo pelas autoridades. Anúncios públicos foram feitos ao mesmo tempo, revelando os factos disponíveis até este momento.

Foi nesse ponto que as autoridades imediatamente instituíram a quarentena efectiva, primeiro em Wuhan e depois na maior parte da província de Hubei, uma quarentena que agora se expandiu para várias outras cidades de outras províncias na tentativa de cercear o vírus e impedir um contágio mais amplo. E, novamente, a reacção rápida da China e os resultados sólidos geraram elogios de autoridades em todo o mundo.

Passaram a circular dois tipos de «teorias de conspiração».

A primeira surgiu à medida que o surto de coronavírus continuava a elevar as preocupações na China, os meios de comunicação da Rússia, onde um número crescente de comentaristas políticos acredita que o vírus é uma arma biológica dos EUA, a ser depois dirigida contra a Rússia. Baseando-se para isso em que, nomeadamente depois do colapso soviético, a presença de bio-laboratórios americanos já ter sido confirmada na Geórgia, Ucrânia, Cazaquistão, Azerbaijão e Uzbequistão. Apesar do Departamento de Estado norte-americano ter desvalorizado esses factos, declarando que se tratam de grupos inofensivos encarregados de desenvolver dispositivos médicos, a pergunta que se seguiu foi, «mas se eles são tão inofensivos, porque razão os americanos os tinham construído, não em casa, mas fora dela, noutros cantos do mundo?».

E a segunda com a pergunta da Casa Branca às autoridades para que investigassem a fonte da doença. O Washington Post referia que uma autoridade dos EUA lhe afirmara ser um sinal ameaçador que rumores falsos, desde o início do surto várias semanas atrás, tivessem começado a circular na Internet chinesa, alegando que o vírus faz parte de uma conspiração dos EUA para espalhar armas. Isso poderia indicar que a China estaria a preparar meios de propaganda para combater futuras acusações de que o novo vírus escapou de um dos laboratórios civis ou de defesa de Wuhan.

A Casa Branca passou a fazer perguntas sobre o novo vírus. Como relatou a ABC News, o director do Gabinete de Política Científica e Tecnológica da Casa Branca (OSTP), em carta às Academias Nacionais de Ciências, Engenharia e Medicina, solicitou que especialistas científicos «rapidamente» examinassem as origens do vírus a fim de abordar a disseminação actual e «informar a preparação futura de surtos e entender melhor os aspectos de transmissão animal/humana e ambiental dos coronavírus».

Para lá de o novo vírus ter circulado abrigado nas asas de morcegos, uma iguaria tradicional, a China recebeu indicações de que o genoma do novo vírus nunca poderia ocorrer por meios considerados naturais. De facto, o genoma do novo vírus acrescenta um novo «fragmento do meio» à proteína do SARS (síndrome respiratória aguda grave) que parece, de acordo com a sua análise, ter sido inserido no do SARS, usando a tecnologia «pShuttle». E essa técnica só pode ser feita em laboratório, não ocorrendo espontaneamente na natureza.

A Turquia, em busca de poderio


Thierry Meyssan*

Embora alegrando-se a propósito, a imprensa internacional interpreta a reviravolta da Turquia, de novo em conflito com a Rússia, como uma prova mais do carácter fantasioso do sultão Erdoğan. Pelo contrário, para Thierry Meyssan, Ancara dá prova de constância na sua longa busca de identidade ao adaptar-se aos novos dados da situação, apesar de não conseguir escolher um destino.

Turquia actual é, ao mesmo tempo, a herdeira das hordas de Gengis Khan, do Império otomano e do Estado laico de Mustafá Kemal. Ela rejeitou a definição que lhe foi dada pelo Tratado de Sèvres (1920), impondo pela força as modificações do Tratado de Lausana (1923), mas continua a julgar-se incompreendida e amputada dos seus territórios gregos, cipriotas, sírios e iraquianos, os quais continua a reivindicar. Ela persiste na negação dos seus crimes do passado, entre os quais o genocídio dos não-muçulmanos.

Não conseguindo definir-se desde há um século, empreende uma política estrangeira de mera reacção às relações de força regionais e mundiais, dando erroneamente a impressão de uma vontade errática.

A completa reviravolta que acaba de dar face à Rússia não é um mergulho na fantasia, mas, pelo contrário, a prossecução da sua busca identitária num ambiente circundante instável.

1- O desaparecimento da URSS (1991)

Não tendo cuidado em se afirmar membro do campo de vencedores da Guerra Fria, a Turquia viu-se sem objectivos quando a URSS foi dissolvida, em 26 de Dezembro de 1991.
Ela pensara modernizar-se aderindo à Comunidade Europeia, mas os Europeus não tinham a menor intenção em aceitá-la e fizeram arrastar as negociações (Estado associado desde 1963 e Candidato desde 1987). Uma segunda opção que se abria era a de recuperar a liderança do mundo muçulmano, no rasto do Império Otomano, mas os Sauditas, que presidem à Conferência Islâmica, fizeram barragem. Uma terceira opção acabara de surgir: religar-se com as populações turcófonas de cultura mongol, agora independentes, na Ásia Central.

Tendo hesitado demasiado, a Turquia deixou passar esta «janela de oportunidade». Ao comandar a Operação Tempestade no Deserto para libertar o Kuwait e ao convocar a Conferência de Madrid sobre a Palestina (1991), o Presidente Bush Sr. criou uma ordem regional estável dirigida pelo triunvirato Arábia Saudita/Egipto/Síria. Com o fim de se atribuir a si própria um lugar, a Turquia estabeleceu então uma relação privilegiada com o outro órfão do Médio-Oriente : Israel, o qual partilha as suas fantasias irredentistas [1].

2020, UM ANO RADIOGRÁFICO


  
O ano de 2020, um ano eleitoral nos Estados Unidos, será um ano radiográfico para melhor se perceber as cisões internas na aristocracia financeira mundial, com reflexos da sua superstrutura ideológica, na sua infraestrutura de sustentação e nos espectros republicano e democrata no quadro dum eleitorado que se está a tornar cada vez mais esclarecido.
As tensões internas da aristocracia financeira mundial, não acabaram, antes se têm vindo a agudizar, desde os actos eleitorais que levaram à vitória de Donald Trump,…
À escala global este ano de 2020 é propício ao incremento da IIIª Guerra Mundial, com um crescendo de riscos não previsíveis, que podem rapidamente conduzir a escaladas militares e de tensões de toda a ordem.
Recorde-se “O império mexe-se com pés de barro” – 

01- As tensões entre republicanos estão não só a esbater-se no Congresso e no Senado dos Estados Unidos, mas também no largo espectro dos meios de comunicação massivos, assim como nas conjunturas internas dos dois partidos em época eleitoral, desde já na presente fase primária em que há uma enorme base de mobilização popular, comunitária e social.

Até que ponto os poderosos “lobbies” que sustentam a aristocracia financeira mundial, que sustentam os dois partidos, têm a mesma força que antes, em função das tensões típicas das rupturas?

Essa força incide similarmente nas diversificadas comunidades estadounidenses, agrupadas nas culturas anglo-saxónicas e nas de raiz latino-americana e afrodescendente?

Que reflexos as novas conjunturas vão trazer não só para os actos eleitorais, mas também futuramente para o exercício do poder a nível interno e nos relacionamentos internacionais?

Vai-se reforçar um novo quadro para o exercício da globalização segundo critérios neoliberais (a pretexto do protecionismo) visando a hegemonia unipolar, ou vai-se assistir ao esvaimento desse tipo de tendências?

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