terça-feira, 11 de agosto de 2020

Quando a extrema-direita governa: ao cuidado de Rui Rio


Mariana Mortágua* | Jornal de Notícias | opinião

A crise de 2008 expôs ao Mundo o falhanço do modelo económico neoliberal, seja na sua versão mais radical (nos EUA) ou mais "social" (na Europa). Doze anos depois, nada mudou a esse respeito.

Wall Street soma e segue e nos EUA as grandes empresas até pagam menos impostos; a Apple acabou de ganhar um processo em que era acusada de um esquema de evasão fiscal de 13 mil milhões através da Irlanda; nos offshores nem um arranhão. A banca sombra sobreviveu bem à crise que provocou, embora o mesmo não se possa dizer de tanta gente que perdeu a casa e o emprego.

Doze anos depois, o poder das elites económicas continua intacto mas, para isso, o Mundo teve de mudar muito. Em vários países, instituições democráticas, herdeiras do sofrimento e da luta contra os horrores da guerra e da ditadura, estão a ser desmanteladas para que tudo o resto permaneça igual. EUA, Brasil, Polónia, Hungria, Turquia, Áustria... sob diferentes capas e de diferentes formas, em todos os pilares da democracia estão em causa, com sucessivas ameaças à liberdade de imprensa e à independência do poder judicial; com ataques ao Estado social e ordem de soltura às milícias mais violentas; com discursos de ódio e preconceito.

Não nos enganemos, estas extremas-direitas são tão eficazes em desviar as atenções do sistema económico podre como das suas próprias políticas corrompidas e cúmplices desse sistema - veja-se o passado de Trump, de Bolsonaro ou de André Ventura. E por isso estes partidos e personalidades têm sido tão úteis à Direita tradicional. É a aliança que lhes permite juntar poder em torno de um programa económico liberal, mesmo tendo de abdicar de alguns compromissos democráticos, e mesmo que tudo isso seja feito à custa de bodes expiatórios. Não interessa quais: nuns países são os árabes, noutros os ciganos; nuns são os refugiados, noutros os emigrantes; nuns são os negros, noutros os homossexuais. Alimentam-se bodes expiatórios que cheguem para pôr remediados contra pobres, pobres contra pobres, e pobres contra remediados. E assim se avança, numa macabra dança das cadeiras que a História já dançou vezes mais que suficientes para reconhecer.

Agora mesmo, na Polónia, ativistas contra a homofobia estão a ser presas arbitrariamente por um Governo que falhou todas as promessas de justiça e bem-estar mas que está a desmantelar a constituição democrática do país. Um Governo liderado por um partido que trata os refugiados de guerra como uma "praga", mas chegou ao poder dizendo querer combater a corrupção e jurando a pés juntos que não era de extrema-direita. É assim que a extrema direita Governa, sempre que consegue chegar ao poder com uma pequena ajuda dos seus amigos.

*Deputada do BE

Portugal | Números desmascaram propaganda dos CTT


Recentemente, a empresa anunciou a contratação de mais de 800 trabalhadores desde Abril. Mas o que as contas do primeiro semestre revelam é que há menos 500 desde Junho de 2019.

Segundo anúncio dos CTT amplamente divulgado pela comunicação social no final de Julho, a empresa está desde Abril a «reforçar» as equipas «com mais de 800 elementos», com «contratos a termo para substituição de férias, novos contratos por abertura de vagas programadas ou por aumento da actividade de encomendas». 

Revelava-se então que, no primeiro trimestre, os CTT contavam com 12 010 trabalhadores, número que, segundo dados oficiais, já representava uma redução face ao período homólogo de 2019. 

Covid-19 | Assim vão morrendo no Brasil...


#Escrito e publicado em português do Brasil

Casos e mortes por coronavírus no Brasil em 11 de agosto, segundo consórcio dos veículos de imprensa (atualização das 13h br)

País confirmou 102.034 mortes e contabiliza 3.068.138 infectados pela Covid-19.

O Brasil tem 102.034 mortes por coronavírus confirmadas até as 13h desta segunda-feira (11), segundo levantamento do consórcio de veículos de imprensa a partir de dados das secretarias estaduais de Saúde.

Desde o balanço das 20h de segunda-feira (10), 8 estados e o DF atualizaram seus dados: CE, GO, MG, MS, PI, PR, RN e RR.

Veja os números consolidados:
102.034 mortes confirmadas
3.068.138 casos confirmadas

Às 8h, o consórcio publicou a primeira atualização do dia com 101.936 mortes e 3.062.374 casos.

Na segunda-feira (10), às 20h, o balanço indicou: 101.857 mortes, 721 em 24 horas. Com isso, a média móvel de novas mortes no Brasil nos últimos 7 dias foi de 1.022 óbitos, uma variação de +2% em relação aos dados registrados em 14 dias.

Em casos confirmados, eram 3.056.312 brasileiros com o novo coronavírus desde o começo da pandemia, 20.730 desses confirmados no último dia. A média móvel de casos foi de 43.521 por dia, uma variação de -4% em relação aos casos registrados em 14 dias.


Progressão até 10 de agosto

No total, 8 estados apresentaram alta de mortes: RS, SC, MG, SP, MS, AM, TO e BA.

Subindo: RS, SC, MG, SP, MS, AM, TO e BA.

Em estabilidade, ou seja, o número de mortes não caiu nem subiu significativamente: ES, DF, GO, MT, AP, PE, PI e RN.

Em queda: RJ, AC, PA, RO, RR, AL, CE, MA, PB e SE.
O estado do Paraná não divulgou os dados até as 20h. Considerando os dados até 20h de domingo (9), estava em estabilidade (-2%).

Essa comparação leva em conta a média de mortes nos últimos 7 dias até a publicação deste balanço em relação à média registrada duas semanas atrás (entenda os critérios usados pelo G1 para analisar as tendências da pandemia).

Brasil | As cem mil mortes e o triunfo temporário do cinismo


#Escrito e publicado em português do Brasil

Com menos de 3% da população do planeta, Brasil já tem quase 15% dos mortos por covid. Mas Bolsonaro ainda consegue fugir à responsabilidade. E mais: na prisão arbitrária de Franco Netto, provável ataque à Fiocruz

Maíra Mathias | Outras Palavras

O SILÊNCIO DOS VIVOS

No sábado, chegamos às cem mil mortes e três milhões de infecções pelo novo coronavírus conhecidas no Brasil. A tragédia sem precedentes na história do país não mereceu panelaços. A imprensa tem se esforçado para dimensionar seu significado em históriascomparaçõessimulações e gráficos diversos.  Mas alguma coisa parece ter estancado a indignação que era demonstrada numa base diária meses atrás. Concordamos com o advogado Thiago Amparo quando ele diagnostica que o luto coletivo existe, só que está sendo esmagado pela necropolítica. “Bolsonaro está vencendo pelo cansaço”, constata, por sua vez, o jornalista Bernardo Mello Franco. 

No dia do fatídico marco, só atingido até agora pelos Estados Unidos, Jair Bolsonaro celebrou a vitória do Palmeiras e replicou a propaganda da sua secretaria de Comunicação que distorce informações para comemorar números catastróficos. Como os milhões de “recuperados” – conceito extremamente duvidoso em se tratando de uma síndrome que tem mostrado poder para desabilitar permanentemente suas vítimas, com pulmões lesionados, rins danificados. Ou o número de mortes por milhão de habitantes, métrica que não serve. “Se cai um avião com 210 pessoas ninguém diz que foi uma morte por milhão de habitantes”, explica Ricardo Parolin, em entrevista ao UOL. “Com cerca de 3% da população mundial, concentramos 14% dos óbitos registrados por covid-19”, situam as pesquisadoras Jurema Werneck, Gulnar Azevedo e Zeliete Zambon. 

Hoje, a quantidade de vidas perdidas já aumentou mais um “muito”: mil cadáveres se acumularam de lá para cá. “E seguimos contando os corpos que não podemos velar”, escreve Antonio Prata, resgatando a conclusão do atual presidente sobre a ditadura – ‘o erro foi ter torturado e não matado’, disse Bolsonaro no rádio em 2016 – para inferir: “Era óbvio, mas segue sendo surpreendente que um presidente eleito hasteando a bandeira da morte nos entregue, vejam só, a morte.”

Diante dos cem mil mortes, Supremo e Congresso decretaram luto oficial. Não há punição à vista para quem optou pelo “caminho da insensatez”. “A responsabilização por esta tragédia humana não pode deixar de ser feita”, defendem as entidades da ciência, da advocacia, da imprensa, etc. O difícil é achar quem tenha poder para tal e esteja disposto a assumir a tarefa. Aparentemente, estão todos “tocando a vida”. 

Reino Unido: Por uma greve geral contra a reabertura de escolas


Traduzido do inglês para português do Brasil


A classe trabalhadora deve agir, como parte de um movimento global unificado, para proteger e defender seus próprios interesses, o que requer a luta pelo socialismo

O Partido da Igualdade Socialista do Reino Unido [Socialist Equality Party - SEP] conclama todos os trabalhadores da educação a se mobilizarem contra o plano do governo Johnson de abrir escolas em setembro, apesar da ameaça à saúde e às vidas. Essa política homicida só pode ser contestada por meio de uma mobilização independente, unindo os trabalhadores da educação com todos os setores da classe trabalhadora em um movimento de greve geral contra a elite dominante.

O governo foi forçado a fechar escolas na Inglaterra a partir de 23 de março, após uma manifestação de oposição de professores e pais. Tentou reabri-los a partir de 1º de junho, para todas as crianças do ensino fundamental e da 12a série nas escolas secundárias. Foi um desastre para o governo, já que centenas de milhares de pais se recusaram a arriscar a vida de seus filhos ou comunidades durante a pandemia, deixando muitas escolas desertas ou fechadas.

O governo não pode arriscar outro desastre. A reabertura de escolas é o eixo central de seu impulso de “voltar ao trabalho” para reabrir a economia e restaurar o fluxo de lucros para as empresas e bancos. Boris Johnson insiste que a reabertura é “inegociável”, preparando o terreno para um confronto direto com funcionários da educação e pais.

Uma máquina de mentiras comandada por ministros do governo e apoiada por uma mídia dócil de direita está em alta velocidade, tentando intimidar, intimidar e bloquear a oposição de base ampla à reabertura insegura de escolas. Repetidamente, os pais são informados de que o risco de infecção entre as crianças é pequeno, que elas não ficam doentes e que as escolas não são o principal vetor de transmissão na comunidade em geral.

A evidência prova o contrário. Um estudo de modelagem publicado na revista Lancet alertou que os testes e rastreamento do Reino Unido para coronavírus são inadequados para prevenir um "novo salto" da epidemia uma vez que as escolas sejam reabertas no próximo mês e que isso "provavelmente induzirá uma segunda onda que atingirá o pico em dezembro de 2020”. O estudo alertou que as infecções podem atingir duas vezes e meia a taxa observada no auge da pandemia. O professor Neil Ferguson, que renunciou ao Grupo de Aconselhamento Científico para Emergências (Sage) do governo, disse que o valor R, ou "número de reprodução efetiva" da COVID-19, pode aumentar 50% quando as escolas secundárias reabrirem e "levar a crescimento da epidemia.”

Uma empresa de ladrões dirigida por Washington para roubar petróleo sírio


Ruaa al-Jazaeri

Roubar os recursos do povo sírio e saquear a sua riqueza sempre foi um objectivo importante dos Estados Unidos na Síria. Eles consumaram sua abordagem hostil pelo apoio ao terrorismo no país através de um acordo com a milícia Qasad (SDF) para rapinar o petróleo sírio num crime agravado e declarado que viola as regras do direito internacional.

A administração do presidente Donald Trump trabalhou durante anos no esquema para pilhar o petróleo sírio, o qual foi finalmente incorporado no acordo entre Washington e a milícia Qasad. Fontes informadas revelaram à CNN que o acordo concede a uma companhia petrolífera americana chamada Delta Crescent Energy, criada para implementar o esquema americano, amplos poderes para confiscar metade dos campos petrolíferos sírios e investir neles.

"Fomos autorizados a participar em todos os aspectos do desenvolvimento energético, transporte, comercialização, refinação e exploração, a fim de desenvolver e redesenvolver as infra-estruturas na região", disse James Cain, antigo embaixador dos EUA na Dinamarca durante a administração George W. Bush e um dos co-fundadores da Delta Crescent Energy.

Abandonados pelos Golias da agora idade ativa, pelo "sistema"


Editora de sociedade, Joana Pereira Bastos, no Expresso Curto, traz-nos a realidade do abandono a que são votados os mais idosos em Portugal. Tal abandono é evidente e é algo intrínseco, repensadamente causado pela elite minoritária que põe e dispõe no país. O mal do abandono e alheamento, dos maus tratos psicológicos e físicos e o desprezo que vitima os idosos é quase geral. Não é só nos lares para idosos que tal acontece.

Os mais novos consideram, quase na generalidade, que os idosos não sabem nada, que são uns empatas, que andam a pesar no orçamento com as suas doenças e pensões/reformas. Esquecendo que esses mesmos velhos, quando jovens e/ou em idade ativa, fizeram com que este país avançasse para ser hoje mais justo para eles e para os mais novos. Se acaso o país para esses jovens de agora não presta deve-se a eles, porque deixam os governantes, os das elites económicas e financeiras, o patronato, tratá-los como mercadoria descartável. Sim, porque são eles, esses Golias da agora idade ativa, que se estão a borrifar para a sindicalização, a organização em defesa dos direitos dos trabalhadores e da sociedade, o não cumprimento de direitos constitucionais (borrifam-se para a Constituição, nem a conhecem), assim como serem os campeões da abstenção eleitoral. Para além de imensos votarem à direita, no neoliberalismo que os vitima e mantém os ricos cada vez mais ricos e os pobres cada vez mais e mais pobres – impedindo a distribuição justa da riqueza produzida.

O conceito de que a política é só para os políticos é errado. Mas é o que vasta maioria da população ativa (explorada selvaticamente) diz e pratica. Sim, por isso têm (temos) o país que cada vez mais ruma à direita, à exploração, ao abandono de direitos humanos inalienáveis, sem uma democracia real e não nesta fantochada de democracia em que sobrevivemos.

Os velhos valem e já valeram muito mais quando eram jovens e/ou na idade ativa. Os jovens, agora, também valem como antes esses agora idosos. Resta a essas classes etárias juntarem forças, experiências e sabedorias, em vez de assistirmos ao abandono dos mais idosos e à ignorância sobre a vida que naturalmente caracteriza a juventude, e que as vitima no desprezo da sua força produtiva que na maioria dos casos não é justamente reconhecida nem justamente remunerada.

No quadro atual, afinal, o abandono não cabe só aos velhos. Outros tipos de abandono também afetam os mais jovens. Injustiça tantas vezes mitigada por pais e avós (os empatas porque sabem, conhecem, são vitimas, da dureza e injustiça da vida na atual sociedade, causada por criminosos de colarinho branco, políticos, banqueiros, gestores e outros mais que são catapultados para as elites… porque um mal nunca vem só e hoje aos roubos dessas elites chama-se lucros...

Seguindo adiante… Neste Curto de hoje ficámos perdidos e demasiado escrevinhadores. De tudo o afirmado não temos cem por cento a certeza, mas é o que agora sentimos, vimos e pensamos. Certeza temos uma: os agora jovens também vão ser velhos – esperemos que não tão abandonados. Outra: se quando jovens e na idade ativa não aproveitarem o potencial que possuem, se não lutarem pelo coletivo, pelos direitos, liberdades e garantias, por uma democracia real, de facto, estão tramados. E quanto mais velhos mais tramados serão.

Bom dia, queridos e inconscientes abandonados.

O Curto a seguir.

FS | PG

Portugal | Avante com a Festa (em formato revisto e reduzido)


Paulo Baldaia | Jornal de Notícias | opinião

Se há regras para o funcionamento dos restaurantes e eles podem estar abertos; se há regras para a realização de espetáculos com lugares marcados e eles acontecem; se não é necessária autorização para fazer manifestações antirracistas e manifestações de racistas a dizer que Portugal não é um país racista, só defendendo a dualidade de critérios como uma coisa boa, se pode defender igualmente a proibição da Festa do Avante!.

É que a festa anual dos comunistas portugueses é um encontro político de militantes e simpatizantes, mas não só, em que também entra a música e a restauração. É evidente que não se trata de um mero festival de verão, proibidos até ao final de setembro a pedido dos próprios promotores.

Recapitulemos. Se até num estádio de futebol, onde não pode haver adeptos para assistir a um jogo, se podem realizar concertos, porque não se poderia ouvir música ao ar livre no Seixal, cumprindo-se todas as regras determinadas pela DGS? Se até em espaços fechados como os centros comerciais, dezenas de restaurantes servem milhares de pessoas diariamente, porque não poderiam as habituais "tasquinhas" da Quinta da Atalaia fazer o mesmo ao ar livre, cumprindo-se todas as regras determinadas pela DGS?

Só por preconceito político-partidário e algum populismo se pode querer que a Festa do Avante! seja, pura e simplesmente, proibida. Fazer a festa como sempre se fez e com a mesma lotação, argumentando com mais espaço disponível, seria, por outro lado, uma teimosia inaceitável. A pandemia não suspendeu a Democracia, mas os nossos direitos também nunca puderam ser exercidos independentemente dos nossos deveres e dos direitos dos outros. Não andaria mal a DGS, agora que a polémica regressou e faltam menos de três semanas para o evento, se comunicasse ao PCP, em particular, e ao país, de uma forma geral, as condições em que vai permitir a realização da Festa do Avante!.

Tudo aconselha que a festa se faça com bastante menos pessoas que nos anos anteriores, aumentando o espaço disponível para cumprir as distâncias e, assim, reduzir os riscos ao mínimo possível. Seja por determinação da DGS, seja por receio de muitos que não costumam falhar, parece-me certo que este ano haverá menos gente. Usar máscara e higienizar com frequência as mãos são regras que já entraram na nossa vida e devem ser rigorosamente respeitadas por todos os que forem ao Seixal.

*Jornalista

SOS Racismo apresenta queixa ao Ministério Público por "parada Ku Klux Klan"


A associação SOS Racismo apresentou queixa ao Ministério Público após uma manifestação de extrema-direita em frente à sua sede, em Lisboa, no passado fim de semana. Os manifestantes são acusados pela associação anti-racista de ameaças e ofensas à integridade física.

A SOS Racismo, avança o jornal "Público", acusa os alegados membros do grupo Resistência Nacional, que reúne militantes da Nova Ordem Social, Partido Nacional Renovador e dos Portugal Hammer Skins, de incitar ao ódio e à violência.

Através de uma publicação de Facebook, o grupo de extrema-direita alega que se manifestou contra o "racismo anti-nacional" e homenageou os "polícias mortos". Algumas imagens do alegado protesto já circulam nas redes sociais com pessoas vestidas de preto, tapadas com máscaras brancas e munidas de tochas. Uma visão que levou a SOS Racismo a classificar a manifestação do passado fim de semana de "parada militar à moda de Ku Klux Klan" (organização com origem nos Estados Unidos e que defende ideias como a supremacia branca, o nacionalismo e o antissemitismo).

Em julho, a sede da SOS Racismo foi vandalizada com uma frase escrita na parede do edifício: "Guerra aos inimigos da minha terra". Um episódio que Mamadou Ba considera estar relacionado com a manifestação deste fim de semana. "Elegerem uma organização anti-racista como alvo a abater, fazer ameaças de morte e, não contentes, fazerem uma parada militar à moda de Ku Klux Klan ultrapassa todos os limites do confronto ideológico", disse em entrevista o dirigente da SOS Racismo.

Jornal de Notícias | Imagem: Nazis-Racistas mascarados. João, Twitter

Covid-19: Maputo declarada terceiro local com transmissão comunitária


Capital moçambicana regista rápida evolução do número de infeções, avançou esta segunda-feira (10.08) o ministro da Saúde. Só este mês, Maputo já tem mais de 200 casos positivos. Governo reforça medidas contra a doença.

"A cidade de Maputo é o terceiro local geográfico a nível nacional a transitar para o padrão de transmissão comunitária, juntando-se às cidades de Pemba e Nampula [ambas no norte de Moçambique]", declarou Armindo Tiago, na atualização de dados sobre a pandemia no Ministério da Saúde, em Maputo, esta segunda-feira.

O primeiro caso de Covid-19 em Moçambique foi registado na cidade de Maputo, anunciado em 22 de março e, atualmente, a cidade regista o maior número de casos ativos do país (509).

"Em apenas 10 dias do mês de agosto houve um registo [na cidade de Maputo] de 217 casos positivos. Com um cumulativo de 611 casos, a cidade contribui com 25.34% de todos casos positivos do país", explicou Armindo Tiago.

Moçambique | Novo ataque a autocarro no centro do país faz um morto


Uma criança morreu e outras três pessoas ficaram feridas com gravidade, na sexta-feira (07.08), em mais um ataque contra um autocarro junto à Estrada Nacional 1, desta vez na zona de Mutamira.

Um autocarro da transportadora Etrago terá sido alvejado por vários tiros cerca das 06:00 locais de sexta-feira (07.08), poucos minutos depois de ter deixado Muxúnguè, no distrito de Chibabava, onde tinha ficado durante a noite devido à insegurança que afeta a região desde agosto do ano passado.

"Só ouvimos tiros, que atingiram a criança que morreu. Também três adultos ficaram feridos e foram depois socorridos para o hospital rural de Muxúnguè", contou, este sábado (08.08), à Lusa Joaquim Timóteo, que viajava no autocarro.

O autocarro, que fazia o trajeto Maputo - Nampula, continuou viagem depois de os passageiros feridos terem sido socorridos no hospital rural de Muxúnguè, explicou a fonte.

O ataque ocorreu numa zona sem histórico de emboscadas a viaturas, mas não muito distante de Mutindiri, área junto da principal estrada moçambicana que regista frequentemente incursões armadas.

Vários moradores locais contaram à Lusa que ficaram assustados com os disparos contra o autocarro, o que terá levado algumas famílias a deixarem as suas casas em busca de novos lugares seguros.

"Depois dos tiros vi o autocarro parado na estrada e fiquei com medo", contou à Lusa Jemusse Macande, um morador.

"Os contornos destes ataques deixam-nos preocupados. Estamos a viver com medo", acrescentou Filipe Muchanga, outro morador, que já contabilizou, pelo menos, três ataques naquele troço.

Deutsche Welle | Lusa

Maurícias numa corrida contra o tempo para evitar desastre ambiental


Milhares de estudantes, ativistas ambientais e residentes das Maurícias continuam a trabalhar para tentar minimizar os danos causados pelo derrame de petróleo de um navio encalhado nos recifes de coral ao largo da ilha.

Estima-se que uma tonelada de petróleo da carga do navio japonês de quatro toneladas já esteja no mar, segundo as autoridades. Os trabalhadores estavam a tentar impedir mais fugas de petróleo, mas com ventos fortes e mar agitado, registaram-se novas fissuras no casco do navio.

O primeiro-ministro, Pravind Jugnauth, declarou o estado de emergência e apelou à ajuda internacional, adiantando que o derrame "representa um perigo" para o país de 1,3 milhões de pessoas que depende fortemente do turismo e foi já fortemente prejudicado pelas restrições de viagem causadas pela pandemia de Covid-19.

Presidente do Zimbabué nega violações de direitos humanos


Emmerson Mnangagwa apelidou acusações de alegadas violações de direitos humanos pelo seu Governo de "falsidades divisionistas". E disse que a sua administração está sob ataque de opositores nacionais e estrangeiros.

O Presidente do Zimbabué disse esta segunda-feira (10.08) que as críticas sobre as alegadas violações de direitos humanos pelo seu Governo são "falsidades divisionistas".

Emmerson Mnangagwa classificou ainda as alegações como "ataques injustificados” pelos seus "eternos detratores, tanto dentro como fora da nossa fronteira", durante um discurso no Dia dos Heróis em Harare, capital do país.

"As falsidades e as misturas divisórias feitas por renegados e supremacistas que querem atacar os nossos recursos naturais nunca vencerão. A verdade triunfará sobre as mentiras e o bem sobre o mal", acrescentou ainda Mnangagwa, que substituiu Robert Mugabe após um golpe de Estado de 2017.

RDC detém militares por alegado envolvimento em massacres no Kasai


Sete oficiais do Exército e um polícia foram detidos pela justiça militar congolesa, acusados de envolvimento nos massacres cometidos na região do Kasai, em 2016. À época, milhares de deslocados refugiaram-se em Angola.

De acordo com a agência noticiosa France-Presse, uma comissão rogatória do Ministério Público Militar do Kasai-Central instruiu o Ministério Público a interrogar 16 oficiais atualmente destacados nas províncias de Kivu Norte (a que pertence Beni) e Ituri pela sua participação em massacres cometidos no Kasai-Central.

Após o interrogatório, "sete destes agentes foram detidos desde 22 de julho", tendo o responsável do Ministério Público Militar de Kivu Norte apontado um coronel da polícia que também foi detido em 7 de agosto.

"São suspeitos de participar nos massacres da população no Kasai-Central entre 2016 e 2017. Mas, nesta fase, existe uma presunção de inocência. A justiça militar deteve-os para não dificultar a investigação", afirmou uma fonte do departamento da justiça militar do Kasai-Central, citada pela France-Presse.

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