terça-feira, 8 de setembro de 2020

O fim do mundo e o indiscreto racismo das elites


#Publicado em português do Brasil

Com ultradireita, emerge tentativa de atribuir colapso ambiental à superpopulação e à alta natalidade dos não-europeus. Rasteiro, argumento atende a interesse poderoso: defender (e até ampliar) o padrão de consumo infinito dos ricos

George Monbiot* | Outras Palavras | Tradução: Antonio Martins

Quando um grande estudo, publicado no mês passado, demonstrou que a população do planeta chegará ao máximo muito mais rapidamente que a maior parte dos cientistas imaginava, e em seguida começar a cair, imaginei, ingênuo, que os habitantes dos países ricos deixariam finalmente de culpar o crescimento populacional por todos os problemas ambientais. Eu me enganei. A tendência, na verdade, agravou-se.

Poucos dias depois, o movimento BirthStrike [“Greve de Nascimentos”] – mantido por mulheres que, ao anunciar sua decisão de não ter filhos, tenta chamar atenção para o horror do colapso ambiental – decidiu dissolver-se, porque sua causa foi capturada de forma virulenta e persistente pelos obsessivos populacionais. As fundadoras explicam que haviam “subestimando o poder da crença na ‘superpopulação’, uma forma nova – e crescente – de negacionismo climático”.

É verdade que, em algumas partes do planeta, o crescimento populacional é um grande motor de formas particulares de dano ecológico. São exemplos a expansão de agricultura de pequena escala sobre as florestas tropicais, o comércio de carne de caça e as pressões locais, sobre a água e a terra, das populações em busca de habitação. Mas o impacto global é muito menor do que afirmam certos grupos.

A fórmula para calcular a pegada ambiental das populações é simples, mas vastamente desconhecida. Impacto = População x Afluência x acesso à Tecnologia (I=PAT). A taxa global de crescimento do consumo, antes da pandemia, era de 3% ao ano. O crescimento populacional é de 1% ao ano. Algumas pessoas inferem, por isso, que o crescimento populacional participa com 1/3 da responsabilidade pelo crescimento do consumo. Mas o crescimento populacional está concentrado entre os povos mais pobres do planeta. Na fórmula acima, seus índices para Afluência e acesso à Tecnologia são próximos de zero. O aumento do uso de recursos e das emissões de gases de efeito estufa causados pelo crescimento da população humana é uma fração minúscula do impacto provocado pelo crescimento do consumo.

No entanto, ele é vastamente usado como uma falsa explicação para a crise ambiental. O pânico despertado pelo crescimento populacional permite que os grandes responsáveis pelos impactos do crescimento do consumo (os afluentes) culpem aqueles que são menos responsáveis.

Brasil, arredores e muito do mundo. Assange também, neofascismo faz força para avançar


Notícias internacionais sobre o Brasil; Notícias do Mundo; e Artigos. Carta Maior chama-lhe Clipping Internacional, neste dia de 8 de Setembro do ano de 2020 o autor, Carlos Eduardo Silveira trás notícias internacionais sobre o Brasil estafado por um neofascista de apelido Bolsonaro, rodeado de sua trupe da mesma estirpe. Aguenta Brasil. Também aqui, a seguir, do mundo, o massacre das liberdades n América Latina. Trump reavem o seu quintal das traseiras, e quer mais, a Venezuela é o país mais cobiçado, mas não está fácil conseguir. Assange, o covid e a Bielorrúsia, entre outras abordagens. Avance, o texto é todo seu, tem muito para ler, desfrute. (PG)

Carlos Eduardo Silveira

1 - NOTÍCIAS INTERNACIONAIS SOBRE O BRASIL

LULA. ‘Estamos entregues a um governo que banaliza a morte’, disse o ex-presidente Lula. Ele acusou Bolsonaro de transformar o coronavírus em uma ‘arma de destruição em massa’. ‘Teria sido possível, sim, evitar tantas mortes’, disse o ex-presidente. Bolsonaro sabotou as medidas de isolamento impostas por governadores e prefeitos para conter a propagação do que ele considerou uma ‘gripezinha’. Para o presidente brasileiro, o prejuízo econômico dessas medidas é ‘pior do que a doença’. O ex-presidente acusa Bolsonaro de fazer da Covid-19 ‘uma arma de destruição em massa’. Lula se colocou ‘à disposição dos brasileiros’ pensando nas eleições de 2022. (Página 12, Argentina; La Diária, Urugua; La Presse, Canadá) | bit.ly/3ibpOpU | bit.ly/2DE3JRG | bit.ly/3h6MA0R

MORO. Suprema Corte: o juiz Moro, apoiado pelos EUA, interferiu na eleição de 2018 para eleger Bolsonaro. Em um dia de importantes vitórias do ex-presidente Lula no Supremo Tribunal Federal, concluiu-se que o “herói anticorrupção”, em desgraça, e ex-ministro da Justiça do Bolsonaro, Sérgio Moro, atuou para influenciar o resultado da eleição de 2018 e violou o sistema legal . Isso ocorre à medida que a escala e a influência do envolvimento dos Estados Unidos na Operação Lava Jato se tornam mais claras, com mais evidências vindo à luz de agentes do FBI que se reuniam com promotores brasileiros com frequência e em segredo durante o processo de acusação de Lula. (Brasil Wire, EUA) | bit.ly/3kcFMBo

PANDEMIA. Brasil: praias lotadas em meio à pandemia de coronavírus. Milhares de pessoas desafiaram as proibições e se amontoaram na areia. As imagens de centenas de visitantes em um espaço comprimido sem máscaras dispararam o alarme das autoridades sanitárias, durante um fim de semana em que foi questionada a existência de uma pandemia, em um país onde seu presidente Jair Bolsonaro minimizou a doença ao denomine-a de "gripezinha". (Página 12, Argentina; The New York Times, EUA; La Vanguardia, Espanha) | bit.ly/32eijcl | nyti.ms/35gUrXp | bit.ly/2R5neFV

BOLSONARO. As comemorações dos 198 anos da independência do Brasil foram reduzidas devido à pandemia, mas estão a gerar polémica por causa da decisão do atual presidente em se rodear de crianças, sem ele próprio tomar as mais básicas precauções sanitárias. Bolsonaro desfila em carro cheio de crianças e sem máscara. Presidente brasileiro está a ser criticado por não ter tomado precauções sanitárias nas comemorações da independência do Brasil. Jair Bolsonaro testou positivo à Covid-19 e terá já recuperado. (Diário de Notícias, Portugal; La Vanguardia, Espanha; El Periódico, Espanha; Diario Correo, Peru) | bit.ly/3m0Ijj8 | bit.ly/3bBpGNK | bit.ly/3bB20JD | bit.ly/3bB0maG

CAETANO VELOSO. Documentário sobre prisão de Caetano Veloso durante ditadura estreia no Festival de Veneza. O filme Narciso em Férias teve sua estreia internacional no 77° Festival de Veneza na Itália. Conta o período que Caetano passou na prisão em 1968 durante a ditadura militar, quando ele e Gilberto Gil foram retirados de suas casas em São Paulo por agentes a paisana, duas semanas depois de decretado o Ato Institucional número 5, e foram levados para um quartel no Rio de Janeiro. Caetano Veloso relembra seu cativeiro na ditadura como um alerta atual. (RFI, França; La Vanguardia, Espanha) | bit.ly/2FjpLtj | bit.ly/328Lu01

COVID-19. Equipe médica do Instituto de Infectologia Emilio Ribas durante traqueostomia em paciente com coronavírus. Mais de 240 médicos brasileiros morreram de Covid-19, aponta sindicato. Um levantamento feito pelo Sindicato dos Médicos de São Paulo mostrou que 244 médicos brasileiros morreram em decorrência da Covid-19 desde o início da pandemia. (Sputnik News, Rússia) | bit.ly/3hf2sOB

VACINA. Até um quarto dos brasileiros não pode tomar vacina contra o Covid-19, aponta pesquisa. E cinco por cento se recusariam em qualquer circunstância a tomar a vacina contra o coronavírus e outros 20% indicaram que podem não tomá-la. As razões apresentadas pelos receosos de tomar uma vacina incluíam dúvidas sobre sua segurança e eficácia, e teorias de conspiração infundadas, como o medo de manipulação genética, ter um chip implantado ao tomá-la e que ela é feita com fetos abortados. A pesquisa ocorre depois que o presidente de direita Jair Bolsonaro, que tem minimizado a gravidade do surto de coronavírus, reiterou na semana passada que as vacinas Covid-19 não serão obrigatórias quando estiverem disponíveis. (The New York Times, EUA) | nyti.ms/3mbPdSO

COVID-19. Brasil aproxima duas 127 mil mortes após 310 mortes em 24 horas. O Brasil contabilizou 310 mortes por Covid-19 nas últimas 24 horas, totalizando 126.960 mortes desde ou desde o início da pandemia, segundo dados divulgados pelo Ministério da Saúde do país. Este foi o dia com o menor número de fatalidades desde 3 de maio, 127 dias atrás, quando as autoridades de Saúde registraram 289 mortes diárias por dia. Face ao número de infectados, ou país, existem 10.273 casos nas últimas 24 horas, num total de 4.147.794 pessoas com diagnóstico de Covid-19. (Diário de Notícias, Portugal; La Vanguardia, Espanha) | bit.ly/32aKtVe | bit.ly/2DEBoe2

INDÍGENAS. Decisão da Justiça brasileira desperta temor sobre terras indígenas. O povo Parakana há décadas luta para proteger suas terras dos mineiros, madeireiros e agricultores ilegais. Há mais de três décadas, o povo parakana luta para proteger suas terras na reserva Apyterewa, no norte do estado do Pará, de garimpeiros, madeireiros e fazendeiros ilegais que derrubam grandes áreas de árvores. Em maio, o ministro Gilmar Mendes abriu as portas para negociações entre o governo brasileiro e o município de São Félix do Xingu, que quer reduzir o tamanho do território indígena em nome de uma associação de agricultores local. (Al Jazeera, Catar; Global Times, China) | bit.ly/2DInZ4M | bit.ly/3jYo9oc

O concílio dos predadores ou o vírus como “janela de oportunidade”


Os que depauperam a Terra e os seus habitantes ao mesmo tempo que enriquecem de maneira obscena vão surgir como salvadores, prometendo um futuro risonho construído por um capitalismo autorregenerado.

José Goulão | AbrilAbril | opinião

Quando a elite dos predadores que conduziram o mundo ao estado desgraçado em que se encontra se propõem agora salvá-lo tirando proveito da «janela de oportunidade» que é a pandemia de COVID-19, podemos deduzir que há nuvens ainda mais negras no horizonte.

The Great Reset, o Grande Reinício ou a Grande Restauração, como preferirem, é o tema da próxima reunião do Fórum Económico Mundial (FEM), a grande cimeira dos principais agentes globais do neoliberalismo que decorre anualmente em Davos na Suíça, a realizar em Janeiro de 2021.

«Precisamos de renovar todos os aspectos das nossas sociedades e da economia, desde a educação aos contratos sociais e condições de trabalho», explica o presidente do FEM, o multimilionário alemão Klaus Schwab, a propósito do tema central da próxima reunião. O anúncio da agenda aconteceu em Junho passado e teve a colaboração de figuras extremamente recomendáveis para a sanidade do planeta como são o príncipe Carlos, herdeiro do trono de Inglaterra, o secretário-geral da ONU, António Guterres, a chefe em funções do FMI, Kristalina Georgieva, os presidentes da BP, da Mastercard, da Microsoft, entre outros. «Precisamos de um grande reinício do capitalismo», resume Schwab em nome do FEM, entidade que se considera uma «organização internacional para a cooperação público-privada»; uma definição que assenta também muito bem a outras instâncias como o Grupo de Bilderberg e até o Evento 201, acontecimento com dotes de adivinhação pois conseguiu, em Outubro de 2019, prever a pandemia de um «coronavírus SARS-CoV-2» que só veio a ser proclamada mais de três meses depois.

«Business as usual já não funciona»

Depois de no início de 2020 ter discutido as repercussões pandémicas do novo coronavírus quando na altura havia apenas 150 casos confirmados – revelando dotes de presciência absolutamente esmagadores – o Fórum Económico Mundial prepara agora o «grande reset» do capitalismo neoliberal.

«A pandemia», explica Schwab, «representa uma rara mas estreita janela de oportunidade para reflectir, reimaginar e redefinir o nosso mundo de modo a criar um futuro mais saudável, mais justo, mais próspero». E recorrendo a um relatório do FEM sobre o tema da próxima cimeira do neoliberalismo, intitulado «Futuro da Natureza e dos Negócios», fica a saber-se que a COVID-19 é «uma oportunidade para mudar a forma como comemos, vivemos, crescemos, construímos e alimentamos as nossas vidas de modo a alcançar uma economia neutra em carbono, “positiva para a natureza” e contra a perda de biodiversidade até 2030». Óptimas intenções, sem dúvida, manifestadas por grandes responsáveis pela destruição do planeta.

O suposto combate às alterações climáticas e o aproveitamento das potencialidades da chamada «Quarta Revolução Industrial» – conceito exposto pelo próprio presidente do FEM em 2015 – são plataformas essenciais para relançamento do capitalismo para lá dos grandes negócios realizados segundo as abordagens habituais, uma vez que, de acordo com um outro relatório do mesmo Fórum, a máxima do «business as usual já não funciona».

Pelo que depois de admitirem a falência do ultraliberalismo e consequente apodrecimento do planeta em várias frentes, incluindo a ambiental, os grandes predadores preparam-se agora para surgir como seus salvadores em pleno Inverno negro decorrente das segunda, terceira, quarta ou enésimas vagas de COVID-19 e respectiva exploração em termos de pânico social.

Os que depauperam a Terra e os seus habitantes ao mesmo tempo que enriquecem de maneira obscena – nunca as fortunas dos predadores cresceram tão rapidamente como nestes tempos de pandemia – são os mesmos que vão surgir como salvadores prometendo um futuro risonho construído por um capitalismo autorregenerado. Acredite quem quiser, quem não pensa, quem se deixa intoxicar pela comunicação corporativa.

Capacetes Brancos e os «falsos direitos humanos» na Síria


O financiamento dos Capacetes Brancos não é dirigido para questões de direitos humanos, denunciam os comités de coordenação da Síria e da Rússia para o regresso dos refugiados.

Um comunicado dos comités de coordenação da Síria e da Rússia para o regresso dos refugiados, citado pela Prensa Latina, revela que a maior parte dos mais de 100 milhões de euros atribuídos aos Capacetes Brancos, pelo Ocidente e seus aliados, foi usada na guerra de propaganda para desacreditar o governo sírio.

As fontes citam o assessor do Conselho de Segurança da Rússia, Alexander Veneditkov, que revelou que o fundador da citada «organização humanitária», James Le mesurier, alimentou os boatos sobre os ataques químicos, alegadamente executados pelo governo sírio.

Portugal | Deus perdoa... tudo?


A expressão, recorrentemente usada entre os católicos, serve, normalmente, para expiar os pecados dos crentes e será, porventura, uma das suas maiores provas de fé. Mas repetir várias vezes, para dentro, que "Deus perdoa", resolve tudo?

Anselmo Crespo | TSF | opinião

Uma crise, quando chega, afeta todos. Uns mais do que outros, é verdade, mas, seguramente, a Igreja não é uma exceção. Seja pela diminuição das receitas - mais conhecidas por esmolas -, seja pelos encargos adicionais que uma pandemia acarreta a qualquer instituição. Mas não só a Igreja não é uma instituição qualquer, como, certamente, o Santuário de Fátima não tem qualquer justificação para despedir trabalhadores.

Fátima é aquilo a que, em linguagem popular, se pode chamar uma mina de ouro. Em muitos casos, o ouro é literal, tantas são as ofertas que o Santuário tem recebido dos fiéis ao longo dos anos, as heranças e os bens em espécie que vão avolumando o património num valor que, sendo incalculável, nunca foi verdadeiramente revelado.

E este é um dos aspetos mais negativos e perniciosos na atuação da Igreja: a opacidade. Quem fizer uma pesquisa rápida no Google à procura de informação sobre as contas do Santuário de Fátima tem de recuar 14 anos para encontrar alguma coisa. E o que encontra é curto. É como se os fiéis - e os não crentes, já agora - não tivessem direito a conhecer os números. Pior, é como se a Igreja gozasse de um privilégio divino que a desobriga de prestar contas ao comum dos mortais e só a Deus tivesse de confessar o que fatura e onde gasta o dinheiro.

IMAGEM DO DIA




Imagem do dia em louvor anglófono a mais um assimilado da neocolonização da língua mitologicamente mais usada no mundo. Cada um é como cada qual e gostos não se discutem. O respeito é muito bonito. 

Ver na comunicação social a invasão da língua de William Shakespeare em detrimento de Luís Vaz de Camões causa arrepios, além de se saber que muito vasta parte dos portugueses não sabem ler, escrever e/ou interpretar o idioma inglês.

Os jornalistas agora andam "nesta" moda. Até parece que andam a escrever para os seus círculos de amigos e conhecidos. Assim, em inglês gratuito. Porque sim, é moda.

E vejam lá vocemessês, senhoras e senhores, que a referida imagem que aqui trazemos tem tudo que ver com algo muito habitual aqui no Página Global: o Expresso Curto. Sim, hoje o Curto é de autoria de Rui Gustavo. Esperemos que não seja todo escrito em inglês, não verificámos. Mas não deve ser. Credo, isso era demais!

A "caganeirisse" não ocorre só nos do Expresso, há mais assimilados-neocolonizados anglófonos naquele estilo, alapados na comunicação social portuguesa. Está repleta desses tais. Muitas das vezes até dá para ficarmos zarolhos, como Camões. O que vale é que os portugueses conseguem aguentar tudo. Até um dia.

Resumindo: Hoje, aqui no PG, não há Expresso Curto. Nem temos pena.

Bom dia e uma boa bifana.

MM | PG

Corrupção em Portugal, ou quando o crime compensa


Corrupção. Governo quer alargar período de afastamento de funções de políticos condenados e prazo de prescrição de crimes

A Estratégia Nacional de Combate à Corrupção propõe que “o regime da proibição do exercício de função, previsto no Código Penal, seja alterado no sentido da elevação do limite máximo”. O documento contempla ainda alterações relativas aos denunciantes, aos ‘megaprocessos’ e ao financiamento partidário, “nomeadamente em relação aos períodos eleitorais”

Os titulares de cargos políticos condenados pelo crime de corrupção podem ficar mais tempo impedidos de ser eleitos ou nomeados, contemplando-se uma pena acessória a somar à pena principal. Esta é uma das medidas previstas na Estratégia Nacional de Combate à Corrupção 2020-2024, cujas linhas gerais foram apresentadas na semana passada pela ministra da Justiça, Francisca Van Dunem. O documento, que foi disponibilizado esta segunda-feira, identifica sete prioridades para reduzir o fenómeno da corrupção em Portugal.

Aquela medida insere-se na quinta prioridade identificada pelo grupo de trabalho constituído para o efeito: “garantir uma aplicação mais eficaz e uniforme dos mecanismos legais em matéria de repressão da corrupção, melhorar o tempo de resposta do sistema judicial e assegurar a adequação e efetividade da punição”. No documento pode ler-se que “a adequação e efetividade da punição dos crimes de corrupção implica que o regime da proibição do exercício de função, previsto no artigo 66.º do Código Penal, seja alterado no sentido da elevação do limite máximo do período de proibição do exercício de função”.

Atualmente, segundo o ponto 1 daquele artigo, “o titular de cargo público, funcionário público ou agente da administração, que, no exercício da atividade para que foi eleito ou nomeado, cometer crime punido com pena de prisão superior a três anos, é também proibido do exercício daquelas funções por um período de dois a cinco anos quando o facto for praticado com flagrante e grave abuso da função ou com manifesta e grave violação dos deveres que lhe são inerentes; revelar indignidade no exercício do cargo; ou implicar a perda da confiança necessária ao exercício da função”. A proposta do documento estratégico é alargar o período de proibição de eleição ou nomeação dos titulares de cargos políticos condenados.

Portugal | Ana Gomes confirma: é candidata à Presidência da República


A diplomata e ex-eurodeputada socialista confirmou o que já se esperava: vai a jogo nas eleições presidenciais do próximo ano

reflexão foi feita, a decisão está tomada: Ana Gomes vai ser candidata à Presidência da República. No último sábado, o Expresso noticiou que a ex-eurodeputada terminara a análise política, encontrava-se a fechar contactos, e o “sim” estava por um fio. E no domingo, a diplomata disse no espaço de comentário que tem na SIC Notícias que não tinha ainda “encerrado totalmente a reflexão”, mas prometeu uma decisão sobre o tema para esta semana.

Essa decisão chegou esta segunda-feira à noite. “Serei candidata”, garantiu Ana Gomes ao “Público”. O lançamento oficial da candidatura será feito esta quinta-feira, às 16h, na Casa da Imprensa, em Lisboa.

Ana Gomes assumiu uma possível entrada na corrida a Belém a 17 de maio, depois de António Costa ter implicitamente lançado Marcelo Rebelo de Sousa para um segundo mandato presidencial. A socialista começou desde aí a ter encontros com possíveis apoiantes, no PS e não só, um processo que foi interrompido em meados de julho, devido à morte do seu marido, o embaixador António Franco.

“Estava a fazer essa reflexão em conjunto com o meu marido, quando ele adoeceu e faleceu. Tive de continuar essa reflexão noutras condições, sozinha”, explicou no final de agosto na SIC Notícias.

Expresso | Imagem: Tiago Miranda

Leia em Expresso:

Cabo Verde não entra na "novela" da extradição de alegado testa-de-ferro de Maduro


Caso Alex Saab: Primeiro-ministro diz que Cabo Verde não entra na "novela" da extradição de alegado testa-de-ferro de Maduro

O primeiro-ministro afirmou hoje que a decisão sobre a extradição do empresário colombiano Alex Saab, que os Estados Unidos consideram testa-de-ferro do Presidente venezuelano, Nicolás Maduro, compete à Justiça, recusando participar na "novela" envolvendo o caso.

“O Governo de Cabo Verde e os tribunais de Cabo Verde não são pressionáveis”, começou por afirmar o primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva, em entrevista à agência Lusa, questionado sobre os contornos deste processo, que colocaram Cabo Verde no centro de uma disputa internacional entre os Estados Unidos e a Venezuela.

“Este caso está a ser transformado numa novela na comunicação social, com cartas, artigos, declarações, tentando levá-lo para o campo político ‘tout court’ [simplesmente]. O Governo de Cabo Verde faz questão de não entrar no elenco da novela”, acrescentou a mesma fonte.

Alex Saab, 48 anos, foi detido em 12 de junho pela Interpol e pelas autoridades cabo-verdianas, durante uma escala técnica no Aeroporto Internacional Amílcar Cabral, na ilha do Sal, com base num mandado de captura internacional emitido pelos Estados Unidos da América (EUA), que o consideram um testa-de-ferro do Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro.

Guiné-Bissau | Supremo considera "improcedente" recurso de DSP


SUPREMO TRIBUNAL CONSIDERA IMPROCEDENTE O RECURSO DO PAIGC PARA ANULAR ELEIÇÕES PRESIDENCIAIS

Assana Sambú | O Democrata (gb)

O Supremo Tribunal de Justiça da Guiné-Bissau (STJ), na veste do tribunal constitucional, considera improcedente o recurso do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) que havia interposto o pedido de anulação das eleições presidenciais, por considerar o processo de contagem de votos “viciado”.

O partido (PAIGC) que apoiou a candidatura de Domingos Simões Pereira, derrotado na segunda volta das eleições presidenciais de 29 de dezembro de 2019, de acordo com os resultados anunciados pela Comissão Nacional de Eleições (CNE), insurgiu-se contra os resultados que ditaram a vitória de Úmaro Sissoco Embaló, candidato do Movimento para a Alternância Democrática (MADEM) que obteve 53,55 por cento dos votos contra os 46,45 por cento do também Presidente do PAIGC, Domingos Simões Pereira.

Os advogados de defesa do PAIGC fizeram vários requerimentos no STJ e no último pediram a anulação do processo eleitoral por entenderem que o mesmo estava viciado.

O Democrata apurou, junto de uma fonte do STJ, que o órgão supremo da justiça guineense reuniu o seu plenário ontem, sexta-feira, 04 de setembro de 2020, para analisar o recurso de anulação de eleições presidenciais apresentado pelos advogados do PAIGC, tendo decidido que o mesmo (recurso) é improcedente. 

Angola | Pedinchões de rua


Luciano Rocha | Jornal de Angola | opinião

O número de crianças a pedinchar, na via pública, em Luanda, aumenta de forma assustadora sem que ninguém ponha cobro à situação que contraria todas as intenções anunciadas de defesa dos direitos que lhes assistem.

O assunto, por mais do que uma vez aflorado neste espaço e noutros deste jornal - na edição de sábado voltou a sê-lo, no “baixo”, da última página - deve preocupar o cidadão anónimo, mas, principalmente, quem, pelos cargos que ocupa, designadamente governativos e noutras instituições - políticas ou de outra qualquer índole -, tem obrigações de as defender, mas, pelos vistos, prima pela apatia.  As crianças que, de manhã à noite, pedincham pelas ruas de Luanda, por iniciativa própria ou a mando de alguém, em vez de estarem na escola - com merendas apropriadas sem terem de implorar para comer -, a aprender a escrever e ler, tal como em bibliotecas, a aperfeiçoarem formas de comunicar, mas, também, conhecerem os nossos heróis e mártires, dos quais nunca ouviram falar e correm o risco de jamais virem a saber quem foram. Igualmente, verem teatro, cinema, exposições de pintura e escultura, brincarem em espaços próprios, ouvirem, nem que seja em quintais de bairro, narrativas feitas na primeira pessoa por mais velhos, também eles, tantas vezes desaproveitados, tidos como algo sem préstimos, à espera da morte; em quadras desportivas para entenderem, quando ouvirem, no meio do turbilhão de multidões incaracterísticas pelas quais se movem, o que significa a máxima: “mente sã em corpo são”.  As crianças que, em Luanda se arrastam pela via pública, sujeitas a todos os perigos e vícios que as espreita, não podem continuar a ser ignoradas, têm direitos, como higiene pessoal, arma insubstituível no combate ao coronavírus que continua a fazer vítimas entre nós.Com crianças a passar o dia na rua a pedinchar, tanto como o presente, estamos a hipotecar, no mínimo a adiar, o futuro da Angola verdadeiramente independente, na autêntica acepção da palavra.

Angola | Ministério da Saúde pede calma após morte de médico


O apelo foi feito após a morte de um médico numa esquadra policial em Luanda. Segundo as autoridades, o profissional foi detido por não estar a usar máscara facial, no contexto da Covid-19. Caso está por esclarecer.


Numa nota de condolências, lida pelo secretário de Estado para a Saúde Pública de Angola, Franco Mufinda, as autoridades expressaram a sua "mais profunda consternação" pela morte de Sílvio Dala, diretor clínico do hospital materno-infantil de Ndalatando, "destacado em missão de formação no Hospital Pediátrico David Bernardino, em Luanda, na noite do dia 1 de setembro, quando se encontrava sob custódia policial, em circunstâncias ainda não completamente esclarecidas".

Franco Mufinda disse que desde a primeira hora o Ministério da Saúde solidarizou-se para prestar todo o apoio logístico, psicológico e moral à família.

"O Ministério da Saúde junta-se a outras instituições do Executivo, mormente a Procuradoria-Geral da República e o Ministério do Interior, que instauraram um processo-crime com vista a esclarecer as circunstâncias reais em que ocorreu (...), assim como a respetiva responsabilização de eventuais prevaricadores", referiu.

Saúde anuncia mais 113 casos positivos da COVID-19 em Moçambique


O número de pessoas infectadas pela COVID-19 em Moçambique subiu para 4.557, nas últimas 24 horas, com registo de mais 113 casos positivos. Segundo dados do Ministério da Saúde (MISAU) dos novos casos suspeitos testados, 893 foram negativos e 113 foram positivos para COVID-19.

“Dos 113 casos novos hoje reportados, 112 casos são indivíduos nacionalidade moçambicana e um (1) caso é de um estrangeiro de nacionalidade indiana. Destes, 111 são de transmissão local e dois (2) casos são importados. Os casos importados são de dois (2) cidadãos de nacionalidade moçambicana provenientes da África do Sul”, lê-se no comunicado do MISAU enviado para “O País”.

Assim sendo, Moçambique tem cumulativamente 4.557 casos positivos registados, dos quais 4.276 são de transmissão local e 28 casos são importados.

Segundo a fonte, “dos novos casos, hoje, registados, 52.2% são do sexo masculino e 47.8% são do sexo feminino. Destes, cinco (5) casos são crianças menores de cinco anos de idade e dois (2) casos são indivíduos com mais de 65 anos de idade. As faixas etárias de 2534 anos de idade e 3544 anos 4 de idade registaram o maior número de casos, com trinta (30) casos cada, correspondendo a 53% do total dos casos hoje reportados. Os casos hoje reportados encontram-se em isolamento domiciliar”.

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