sexta-feira, 26 de março de 2021

A era do assassinato social

#Publicado em português do Brasil

Chris Hedges - As elites dominantes, apesar do colapso ecológico acelerado e tangível, nos apaziguam, seja por gestos sem sentido ou negação.

MPN - Os mais de dois milhões de mortes que resultaram do manejo inadequado da pandemia global pela elite governante serão ofuscados pelo que está por vir. A catástrofe global que nos espera, já embutida no ecossistema devido ao fracasso em restringir o uso de combustíveis fósseis e agricultura animal, pressagia novas pandemias mais mortais, migrações em massa de bilhões de pessoas desesperadas, queda na produção das safras, fome em massa e colapso dos sistemas.

A ciência que elucida essa morte social é conhecida das elites dominantes. A ciência que nos alertou sobre esta pandemia, e outras que se seguirão, é conhecida das elites governantes. A ciência que mostra que o fracasso em interromper as emissões de carbono levará a uma crise climática e, em última instância, à extinção da espécie humana e da maioria das outras espécies, é conhecida pelas elites dominantes. Eles não podem alegar ignorância. Apenas indiferença.

Os fatos são incontestáveis. Cada uma das últimas quatro décadas foi mais quente que a anterior. Em 2018, o Painel Internacional da ONU sobre Mudanças Climáticas divulgou um  relatório especial sobre os efeitos sistêmicos de um aumento de 1,5 graus Celsius (2,7 graus Fahrenheit) nas temperaturas. É uma leitura muito sombria. O aumento vertiginoso da temperatura - já estamos a 1,2 grau Celsius (2,16 graus Fahrenheit) acima dos níveis pré-industriais - já está embutido no sistema, o que significa que mesmo que parássemos todas as emissões de carbono hoje, ainda enfrentaremos uma catástrofe. Qualquer coisa acima de um aumento de temperatura de 1,5 graus Celsius tornará a Terra inabitável. O gelo do Ártico, juntamente com a camada de gelo da Groenlândia, devem derreter, independentemente de quanto reduzirmos as emissões de carbono. Uma elevação de sete metros (23 pés) no nível do mar, que ocorrerá assim que o gelo acabar, significa que todas as cidades e vilas na costa ao nível do mar terão que ser evacuadas.

Roger Hallam, o cofundador da Extinction Rebellion, cujos atos não violentos de desobediência civil em massa oferecem a última e melhor chance de nos salvarmos, explica isso neste vídeo: AQUI

TheAltWorld

Bill Gates diz que sabe quando a crise do coronavírus terminará…

O ASSUSTADOR BILL GATES DIZ QUE SABE QUANDO A CRISE MUNDIAL DO CORONAVÍRUS TERMINARÁ - NÃO NESTE ANO

De acordo com Bill Gates, o especialista mundial auto-ordenado na catástrofe do coronavírus na China, a crise terminará em 2022.

O New York Post relatou ontem:

Bill Gates previu que o mundo estará “completamente de volta ao normal” após a pandemia COVID-19 até o final de 2022.

O fundador da Microsoft disse que a crise de saúde foi uma “tragédia incrível”, mas um ponto positivo foi a chegada das vacinas.

“No final de 2022, devemos estar completamente de volta ao normal”, disse Gates numa entrevista ao jornal polonês Gazeta Wyborcza e à emissora de televisão TVN24.

Katehon

Leia em Katehon:

A Fundação Gates também está destruindo a economia alimentar da África

Bill Gates cruza o rubicão digital e diz que "reuniões em massa" não podem retornar sem a vacina global

Timor-Leste | Patrulhas reforçadas após incidentes com grupos de artes marciais

A polícia timorense reforçou nas última 48 horas os patrulhamentos em vários bairros da capital, Díli, depois de alguns incidentes que envolveram membros de diferentes grupos de artes marciais (GAM), que resultaram na detenção de sete pessoas.

Díli, 25 mar 2021 (Lusa) - A polícia timorense reforçou nas última 48 horas os patrulhamentos em vários bairros da capital, Díli, depois de alguns incidentes que envolveram membros de diferentes grupos de artes marciais (GAM), que resultaram na detenção de sete pessoas.

"Os incidentes mais graves ocorreram há dois dias, com elementos de um grupo de artes marciais a espancarem dois membros de outro grupo. Detivemos sete pessoas que vão ser agora presentes ao tribunal", disse o comandante distrital da Polícia Nacional de Timor-Leste (PNTL), Henrique da Costa, à Lusa.

"Na sequência desses incidentes reforçámos as patrulhas em várias zonas da cidade e ontem [quarta-feira] a situação esteve mais calma", confirmou.

O incidente em causa, que envolveu membros de dois GAM rivais, o "77" e o Kerah Sakti, é o mais recente de um problema antigo que é responsável por muita da violência que ocorre em algumas zonas da cidade.

"Alguns GAM operam em alguns bairros e depois membros envolvem-se em conflitos com outros jovens e acabam por provocar atos de vingança. Vamos manter o reforço das patrulhas policiais, recorrendo a várias unidades da PNTL", explicou.

Cabo Delgado: ONU preocupada com rápida deterioração da situação humanitária

A ONU está a seguir de perto os ataques em Palma, no norte de Moçambique, e está preocupada com a "rápida deterioração da situação humanitária" na região, disse hoje o porta-voz adjunto do secretário-geral.

O porta-voz adjunto de António Guterres, Farhan Haq, informou à Lusa:  "Estamos a seguir de perto os ataques em Palma, que começaram em 24 de março e continuaram hoje. Há informação limitada sobre os incidentes".

"Continuamos preocupados com a violência na província de Cabo Delgado que provoca o aumento do deslocamento de populações e leva à rápida deterioração da situação humanitária na região", acrescentou Farhan Haq.

Segundo o porta-voz adjunto, vários trabalhadores humanitários da ONU estavam em Palma quando o ataque começou e a organização está "a comunicar com todos os contactos relevantes para assegurar que os trabalhadores podem sair da área".

 A Organização das Nações Unidas "está pronta para continuar a apoiar o povo e o Governo de Moçambique para responder urgentemente às necessidades humanitárias da população afetada", acrescentou o porta-voz adjunto.

Fundo de Resolução pode ter de pagar dívidas de Angola ao Novo Banco

Banco Económico defende que deverá pagar cerca de €75 milhões esta semana, um mês após o vencimento

O antigo Banco Espírito Santo Angola (BESA), hoje Banco Económico, falhou o prazo para a liquidação de parte de um dos empréstimos que recebeu do Novo Banco em 2014, no âmbito das medidas de saneamento que Angola implementou após a resolução do BES. Este é um dos créditos do banco português que está protegido pelo mecanismo que pode obrigar a capitalizações do Fundo de Resolução, que pode assim ver crescer o valor a gastar no próximo ano — e o Governo já deixou claro que em 2021 o Fundo terá de se financiar junto da banca, sem qualquer empréstimo público.

O Banco Económico, de que o Novo Banco tem 9,7% do capital, devia ter pago 20% do crédito de 425 milhões de dólares (€358 milhões, ao câmbio atual) que contratou há seis anos, ou seja, 85 milhões de dólares (€72 milhões), até ao final do passado mês de outubro. Não aconteceu, e o capital em dívida permanece o mesmo, de acordo com informação apurada pelo Expresso junto de várias fontes.

Diogo Cavaleiro | Expresso | Gustavo Costa correspondente em Luanda

Sobre o exposto Ana Gomes comenta no Twitter, assim como muitos outros portugueses: 

Angola | Carlos São Vicente acusado de fraude fiscal superior a mil milhões de euros

O empresário luso-angolano Carlos São Vicente está acusado de vários crimes, entre os quais fraude fiscal continuada durante cinco anos, com valores superiores a mil milhões de euros, segundo o despacho de acusação.

Segundo o despacho do Ministério Público angolano, além do crime de fraude fiscal, o empresário é ainda acusado de peculato e de crime de branqueamento de capitais de forma continuada. De acordo com a acusação, o empresário, que durante quase duas décadas teve o monopólio dos seguros e resseguros da petrolífera estatal angolana Sonangol, terá montado um esquema triangular, com empresas em Angola, Londres e Bermudas, que gerou perdas para o tesouro angolano, em termos fiscais, num montante acima dos 1,2 mil milhões de dólares (mais de mil milhões de euros) .

Com este esquema, segundo o mesmo documento, Carlos São Vicente terá também conseguido não partilhar lucros do negócio dos seguros e resseguros com outras cosseguradoras, como a seguradora pública ENSA, prejudicando, deste modo, estas empresas, bem como a própria Sonangol. Uma acusação que, segundo fontes ligadas à defesa do empresário "tem uma fundamentação quase inexistente",  por não haver factos que o provem a fraude fiscal. 

“Elsa Pinto é candidata às eleições presidenciais”, em São Tomé e Príncipe

A frase foi dita cheia de determinação e carregada de convicção por Elsa Pinto, a vice -presidente do partido MLSTP. A mulher de 55 anos que foi ministra da justiça e dos assuntos parlamentares, primeira mulher a ocupar as funções de ministra da defesa nacional em São Tomé e Príncipe,  e mais recentemente ministra dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, convocou uma conferência de imprensa para anunciar a sua candidatura ao cargo de Presidente da República.

«Hoje 23 de Março iniciamos uma caminhada. O objectivo é dizer aos santomenses e as santomenses que eu, Elsa Pinto servidora desta nação decidi lançar as amarras e iniciar um processo que culminará com as eleições de Julho de 2021», afirmou.

Elsa Pinto, quer envolvimento de todos os santomenses na árdua tarefa de abertura do caminho, «para a eleição da primeira alta magistrada desta nação.».

A candidata apelou a sociedade santomense a participar no movimento que pretende «romper com as práticas actuais, fazer roturas, ensaiar coisas novas, e que bom seria que talvez o povo de São Tomé e Príncipe, tivesse a consciência de que chegou a hora da mudança, e que seria bom apostar naquilo que chamamos o outro lado, a mulher..», precisou.

Na caminhada para chegar ao Palácio Cor de Rosa, Elsa Pinto, pede união. «Unidos para construir pontes. Termos uma plataforma e discutir as prioridades do nosso país. Buscar consensos, e unidos podermos ser mais fortes. Penso que é isto que pretendo nesta caminhada. Ouvir os santomenses partilhar com eles as suas inquietações e construir um rumo novo para a nossa República», reforçou.

Guiné Equatorial | Abolição da pena de morte é uma promessa já com 7 anos

Apesar das promessas de Malabo, a pena de morte continua vigente na Constituição da Guiné Equatorial. Juristas do país dizem que a abolição requer legislação mais avançada. A CPLP prefere não comentar o assunto.

Desde 2014, após a entrada em vigor da moratória de adesão à Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), que não há execuções de pena de morte na Guiné Equatorial. Mas ainda vigoram na legislação equato-guineense artigos que contrariam as declarações oficiais. Um deles é o artigo 13.º da Constituição da Guiné Equatorial, que prevê que a pena de morte seja regulada por uma lei.

Ana Lúcia Sá, professora de Estudos Africanos no Instituto Universitário de Lisboa (ISCTE), diz que o Código Penal de 1967 ainda está em vigor e o que está previsto é a sua substituição por um novo projeto legislativo, que não contemple a pena de morte.

No entanto, a investigadora alerta que "ainda no domínio das leis continuará a prevalecer no país o Código de Justiça Militar, que também é um legado colonial e que também prevê a pena de morte. Neste caso, pode aplicar-se às Forças Armadas e há a possibilidade de ser estendido aos civis."

A própria Constituição prevê que a pena de morte seja regulada por lei, acrescenta a analista portuguesa. "Ou seja, a partir do momento em que o Código Penal é revisto, mas o Código de Justiça Militar não, há a possibilidade de aplicação de pena de morte. Portanto, nunca estaremos no domínio de uma abolição total da pena de morte a não ser que haja posteriormente uma revisão constitucional e uma revisão do Código de Justiça Militar."

Aumenta violência contra defensores dos direitos humanos na Guiné-Bissau

Estão a aumentar situações de violência contra ativistas dos direitos humanos, sobretudo na zona sul da Guiné-Bissau, diz o presidente da Rede de Defensores dos Direitos Humanos. A região de Quinará é a mais crítica.

Antigo reitor da universidade Amílcar Cabral e advogado, Fodé Mané fez esta constatação após um périplo pelo interior da Guiné-Bissau, na sequência de várias denúncias de ativistas de que estão a ser ameaçados, expulsos ou transferidos dos seus locais de trabalho por defenderem os direitos humanos dos cidadãos. 

Fodé Mané disse que quando confrontadas com o fenómeno de aumento de violência contra ativistas dos direitos humanos, as autoridades respondem que a população não está a respeitar as normas impostas para evitar o alastramento do novo coronavírus.

A região de Quinará, no sul da Guiné-Bissau, "é a zona mais critica", disse Fodé Mané, apontando para "situações inaceitáveis" de violência contra os defensores dos direitos humanos. 

"Os professores, que são ativistas e líderes de opinião naquela região, estão a ser simplesmente amordaçados com ameaças de despedimento, transferência ou de suspensão por parte dos responsáveis da Educação na zona", notou Mané.

Estudo revela que 42% dos cabo-verdianos creem que Governo dá informações falsas

Cerca de 42% dos cabo-verdianos inquiridos num estudo da Afrosondagem, sobre a Democracia e Boa Governação, acreditam que o Governo divulga informações falsas

O estudo, revelado hoje pela RTC, mostra que a população está atenta às notícias falsas, ou fake news. 

Os resultados mostram que 42% das pessoas inquiridas consideram mesmo que os membros do Governo divulgam informações falsas, bem como 55% dos políticos e partidos políticos.

Em relação aos jornalistas, 25% da população inquirida  é da opinião que nunca divulgam notícias falsas, contra 39% que pensam o contrário. 

Já 75% dos inquiridos defendem que os órgãos de comunicação social devem ser livres para publicar qualquer história, enquanto 22% defende o encerramento dos órgãos em caso de publicação de notícias falsas. 

Os dados ainda avançam que 75% dos cabo-verdianos são da opinião que o Governo pode proibir a divulgação de notícias falsas e 52% consideram que deve proibir o discurso de ódio. 

Na mesma linha, 39% das pessoas concordam que o Governo proíbe informações que criticam ou insultam o primeiro-ministro, contra 51% que discorda.

O sub-tema comunicação social encerra o último estudo sobre a Qualidade da Democracia e Boa Governação realizado com base em inquéritos feitos em dezembro de 2019, pela Afro barômetro em parceria com a Afrosondagem.

Ricénio Lima | A Nação | C/RCV

Um mês de diálogo euro-africano sobre crescimento e transição

Augusto Santos Silva* | Diário de Notícias | opinião

Hoje (24.03), a embaixada de Portugal no Senegal acolhe, a partir de Dacar, a primeira das 25 conferências a que chamámos Green Talks e que, ao longo do próximo mês, prepararão, em várias cidades africanas e europeias, o Fórum de Alto Nível União Europeia-África sobre Investimento Verde. Este fórum terá lugar em Lisboa, no dia 23 de abril, em formato híbrido, combinando uma componente presencial e outra digital. É promovido pela presidência portuguesa do Conselho da União Europeia e pelo Banco Europeu de Investimento. Será um dos momentos mais importantes da nossa presidência, em que participarão ministros de países dos dois continentes, comissários da Comissão Europeia e da Comissão da União Africana, líderes empresariais e de organizações da sociedade civil.

O conjunto das conferências preparatórias e do fórum constitui um processo, cujo objetivo é a mobilização de projetos, parcerias e disponibilidades financeiras para o crescimento em África. Só com crescimento do produto e do emprego será possível gerar os recursos indispensáveis para a satisfação das necessidades básicas das populações, a criação de oportunidades para os jovens, a estabilidade social e política ou o enfrentamento das causas profundas das migrações. Por isso, o desenvolvimento das economias africanas é do interesse de todos.

Mas as questões do crescimento são cada vez mais inseparáveis das questões da transição verde. Em particular em África, e por várias razões. Basta recordar que a África pertencem os quatro países do mundo mais afetados pelas alterações climáticas (entre os quais, Moçambique) e sete dos dez mais afetados; que a provisão de água para o consumo humano e a produção agroalimentar desceu, em várias nações africanas, a níveis verdadeiramente dramáticos; ou que é igualmente preocupante a extrema dependência em que se encontram múltiplos países face ao petróleo e ao gás ou a outras formas de economia extrativista. Todavia, África é responsável por menos de 5% do total mundial das emissões de carbono, e tem abundância de fontes renováveis de energia, do solar à eólica, à hídrica ou à geotermal. Há, pois, aqui um tema de justiça e outro de racionalidade; temos ambos, o problema e a solução, ao alcance das nossas mãos.

E, como nenhum dos dois continentes detém sozinho a chave, é preciso reforçar a cooperação. Não de forma meramente discursiva, mas baseada em ações concretas, bem desenhadas e adequadamente financiadas. Daí a utilidade, para a presidência portuguesa do Conselho, de coorganizar o Fórum de Lisboa com uma instituição financeira fundamental da nossa União, o Banco Europeu de Investimento. É, senão uma condição necessária, pelo menos uma condição favorável a que avancemos em projetos e parcerias sustentáveis, com recursos e modelos de negócio bem calibrados.

A solução digital da Europa já está quebrada

#Publicado em português do Brasil

Steven Hill* | Project Syndicate

Depois de revelar dois novos regulamentos digitais com muito alarde no ano passado, a Comissão Europeia já precisa voltar à prancheta. Os escândalos mais recentes da Big Tech deixaram claro que o único modelo de governança viável para a economia digital é aquele que trata as plataformas líderes como utilitários.

WASHINGTON, DC - Desde o início deste ano, a abordagem cautelosa da União Europeia em relação à reforma da plataforma digital foi superada por escândalos da indústria de tecnologia. Entre proibir temporariamente que todas as notícias apareçam em sua plataforma na Austrália e suspender o presidente dos Estados Unidos com o toque de um botão, o Facebook ofereceu uma demonstração arrepiante de seu poder. Além disso, junto com o Twitter e o Google / YouTube, provou ser uma perigosa mangueira de incêndio de desinformação, desempenhando um papel importante nos eventos que antecederam a invasão do Capitólio dos Estados Unidos em 6 de janeiro.

Desde o nascimento das plataformas de mídia digital, há 15 anos, as democracias do mundo têm sido submetidas a uma grande experiência. O que acontece com a infraestrutura de notícias e informações quando ela é cada vez mais dependente de empresas do Vale do Silício que oferecem audiências globais massivas, curadoria de informações (ou desinformação) algorítmica (não humana) e a capacidade de divulgar essas informações com uma facilidade sem precedentes? A resposta está cada vez mais clara.

Facebook, Google e Twitter se autodenominam empresas de tecnologia, mas são, na verdade, os maiores gigantes da mídia de todos os tempos. Nessa função, eles possibilitaram campanhas de desinformação destinadas a minar as eleições em mais de 70 países, até mesmo ajudando a eleger um quase ditador nas Filipinas. Eles têm sido usados ​​para transmitir ao vivo abuso infantil, pornografia e assassinato em massa , como de muçulmanos na Nova Zelândia. E seus algoritmos de recomendação conduzem com segurança bilhões de usuários a notícias e propaganda falsas. Como podemos nos unir para enfrentar a mudança climática quando a maioria dos vídeos do YouTube sobre o assunto nega a ciência do clima?

União Europeia debate bloqueio à exportação de vacinas

#Publicado em português do Brasil

Lideres europeus divergem sobre controle de exportações de imunizantes produzidos no continente e ameaçam bloquear vendas da AstraZeneca, que não cumpriu promessa de abastecer os países do bloco.

Os líderes da União Europeia (UE) discutiram nesta quinta-feira (25/03) meios de eliminar entraves ao programa de vacinação contra a covid-19 nos países do bloco e assegurar a aquisição de ainda mais doses, enquanto a terceira onda da doença atinge em cheio o continente.

Várias nações europeias reintroduziram recentemente medidas restritivas mais rígidas para conter as transmissões do coronavírus, em meio a novas altas nas infecções.

Os líderes, entretanto, estão divididos quanto ao compartilhamento de seu estoque de vacinas com países de fora da UE e não conseguiram chegar a um consenso sobre a criação de um mecanismo de controle sobre as exportações de imunizantes produzidos no continente.

A medida, que poderia resultar no bloqueio do envio de vacinas para países que produzem o imunizante mas não o exportam, como é o caso do Reino Unido, provocou uma forte reação do governo britânico, que chegou a acusar Bruxelas de praticar "nacionalismo de vacina”.

Rusga na fábrica da AstraZeneca. "O dia mais embaraçoso na história da União Europeia"...

...diz Bruno Maçães ao Telegraph

A classificação de embaraço histórico foi usado pelo antigo secretário de Estado dos Assuntos Europeus, Bruno Maçães, em declarações ao jornal The Telegraph que descreveu os acontecimentos.

Uma rusga que descobriu vacinas escondidas, que afinal não estariam escondidas e até se destinavam a quem tinha pedido a rusga. Parece o argumento de um filme, mas faz parte do clima de tensão entre a Comissão Europeia e a farmacêutica AstraZeneca — e, indiretamente, o Reino Unido. O antigo secretário de Estado dos Assuntos Europeus, Bruno Maçães, classifica a situação como o “dia mais embaraçoso na história da União Europeia”, em declarações ao jornal The Telegraph — frase que foi destacada numa newsletter do editor Chris Evans.

No artigo sobre o tema, o político português questiona o acontecimento. “A polícia italiana invade uma fábrica de vacinas por sugestão da Comissão Europeia para descobrir que são para uma iniciativa global que visa fornecer acesso equitativo às vacinas a algumas das regiões mais pobres do mundo?”, pergunta. “Acho que vamos precisar de uma explicação para o facto de a polícia militar italiana ter invadido uma fábrica de vacinas por motivos falsos.”

EUA contra o mundo: todo mundo é um inimigo

#Publicado em português do Brasil

Philip Giraldi*

Quem esperava uma mudança no tom da política externa devido à transição de Trump para Biden, ficou desapontado.

Certamente há uma série de razões pelas quais o governo dos Estados Unidos agora só é visto com bons olhos pelos israelenses, mas as políticas externa e econômica totalmente surdas precisam estar certas na forma como o mundo vê Washington. Em vez de se conformar com o comportamento esperado de outras nações, os EUA elevaram o absurdo do "excepcionalismo" e do "líder do mundo livre" a um dogma em que se acredita permitido se comportar sem restrições em defesa do que afirma ser seus interesses . Como todos os países agem em defesa de interesses, isso seria pelo menos compreensível, mas o curioso é que os vários constituintes que compõem o governo dos Estados Unidos nem mesmo têm uma visão clara do que é e do que não é bom para o país e o povo americano como um todo.

A recente rotulagem do presidente Joe Biden do presidente russo Vladimir Putin como um "assassino" combinada com uma ameaça de fazer a Rússia "pagar um preço" devido à sua alegada intromissão nas eleições americanas é um exemplo perfeito de alcance imperial por parte dos palhaços que atualmente rondam o corredores de poder em Washington. A ameaça não tão velada foi derivada de uma avaliação da inteligência que alegou que a Rússia havia favorecido a candidatura de Donald Trump e estava circulando desinformação para prejudicar Biden e sua família. A avaliação não forneceu evidências para apoiar o que foi alegado, o que era inócuo em qualquer caso, mas foi o suficiente para desencadear uma resposta inadequada do presidente dos EUA. O mais astuto Putin respondeu sugerindo um "debate" ao vivo na televisão com Biden, que, se recusou a aceitar a oferta.

Biden promete "resposta" à Coreia do Norte mas não quer confrontos com a China

Joe Biden anuncia desejar voltar a candidatar-se em 2024 e com Kamala Harris como vice presidente

Presidente dos EUA, Joe Biden, prometeu esta quinta-feira "uma resposta" à escalada de tensões com a Coreia do Norte e disse não querer confrontos com a China.

"Para já, estamos a consultar os nossos parceiros e aliados. E haverá uma resposta se eles escolherem a escalada. Reponderemos em conformidade", disse Biden, durante uma conferência de imprensa, referindo-se à ameaça da Coreia do Norte, que esta quinta-feira anunciou ter disparado dois mísseis balísticos no mar do Japão.

Tratou-se da primeira conferência de imprensa de Joe Biden desde que tomou posse no passado dia 20 de janeiro.

No relacionamento com Pyongyang, Biden disse estar "preparado para uma certa forma de diplomacia, mas sempre sujeita à condição da desnuclearização", um ponto que os Estados Unidos colocam como fundamental para um entendimento com o Presidente norte-coreano, Kim Jong-un.

Portugal | Adiar adiamentos

Miguel Guedes* | Jornal de Notícias | opinião

O PSD tem boas razões internas para defender o adiamento das eleições autárquicas para os últimos meses do ano. Mas são só isso mesmo, boas razões internas. A extemporaneidade da apresentação autárquica social-democrata acendeu diversos fogos em múltiplas concelhias que estranharam o exercício autocrático de Rui Rio.

Fogos que nem a apresentação de outros nomes a conta-gotas foi conseguindo apagar. Nestas últimas semanas, assistimos a uma fúria antecipatória, "rush" de proactividade do PSD, ainda que da antecipação possa sair um adiamento. Depois de antecipar (parte) dos seus candidatos, Rio antecipa-se ao tempo e, num exercício adivinhatório sobre o estado de saúde pública do país daqui a 9 meses, propõe o adiamento das eleições Autárquicas. O PSD quer marcar a agenda política e faz bem. Mas não acerta com o seu tempo.

A virtude da proposta do PSD, extemporânea porque não parte de qualquer pressuposto que não de uma suposição (estranha, ainda assim, tendo em conta que o Inverno não costuma ser bom conselheiro das doenças respiratórias), tem a enorme virtude de colocar em cima da mesa a necessidade de um plano B que tenha em conta uma eventual recalendarização eleitoral. Isto, para não chegarmos à véspera das eleições autárquicas com a mesmíssima sensação que se apoderou dos temerosos nas últimas presidenciais: devia ter sido trabalhado um plano de adiamento. Se o PSD navegava sozinho na maré dos meses, eis que surge a companhia inesperada do ministro Eduardo Cabrita, defendendo algo que a exegese política ainda não conseguiu determinar. Eduardo Cabrita, de uma ou de outra forma, prontamente desautorizado por António Costa no Conselho Nacional do PS e a colecionar polémicas recorde num par de meses, parece ser um homem fora do lugar. Também aqui, uma mera questão de tempo.

Qualquer proposta eivada de suposições é irresponsável, mas qualquer suposição que faça parte de um plano é bem-vinda. As autárquicas são o pior dos actos eleitorais para experimentalismos. Mas as actuais regras não se ajustam ao contexto pandémico, não promovem a inclusão nem combatem a abstenção. A manutenção do dia de reflexão é um soneto de romantismo desfeito em sílabas impronunciáveis pela voragem do tempo e das redes sociais. Ninguém quer saber dum sábado de reflexão que poderia dar lugar a um dia suplementar de sufrágio que, assim como a multiplicação/desdobramento dos locais de voto, pudesse acomodar as necessidades específicas de distanciamento e precaução em contexto pandémico. Depois, o futuro, que também implicará alterações legislativas e/ou constitucionais. O alargamento do voto por correspondência e a aposta no voto electrónico presencial (apesar da experiência das eleições europeias em Évora ter deixado muito a desejar). Decisões políticas que, sendo tomadas hoje, estruturarão futuras eleições para maiores patamares de participação. Não criará uma "burguesia do televoto" e pode ser que se contem mais alguns.

O autor escreve segundo a antiga ortografia

*Músico e jurista

Imagem: em Expresso

Dois terços das famílias têm dificuldade em suportar despesas do dia-a-dia

Mais de um quarto dos agregados que a Deco Proteste inquiriu sofreu cortes no seu rendimento iguais ou superiores a 25% em contexto pandémico. Estas quebras são justificadas “pela perda de emprego, a inatividade profissional e a redução salarial”.

A organização de defesa do consumidor auscultou 4.690 agregados familiares. Dessa consulta, pôde concluir que, em Portugal, duas em cada três famílias têm dificuldades em suportar despesas do dia-a-dia. O estudo revela ainda que mais de um quarto dos agregados afirmou que os seus rendimentos sofreram cortes iguais ou superiores a 25% em contexto pandémico.

“É seguro dizer que estas famílias integram o patamar dos 63% que passam dificuldades financeiras e dos 6% que enfrentam uma situação crítica. Estas quebras de rendimento são explicadas pela perda de emprego, a inatividade profissional e a redução salarial”, avançou Bruno Santos, Public Affairs da Deco Proteste, citado pel’ O Jornal Económico(link is external).

Os restantes 31% dos agregados inquiridos situam-se no “campo de conforto financeiro”. Não têm dificuldade em pagar as contas do mês. Mas também não têm grandes gastos posteriores.

No Curto | Sobre mais apoios sociais para os portugueses: não, sim, nim?


Bom dia este é o seu Expresso Curto

Governo ameaça com TC para travar aumento de apoios sociais; Tensão nas Forças Armadas; e luz verde para desconfinar em Abril

Martim Silva | Expresso

Há alturas em que fechar um jornal (expressão utilizada para concluir uma edição) nos faz sentir assim como um treinador de futebol. O que é preferível, ter o plantel completo e muitas escolhas para o mesmo lugar e não sabermos por qual optar? Ou menos dores de cabeça com menos opções por lugar e ser mais fácil escolher? Em princípio, a abundância é a melhor escolha, embora exija que se tomem opções, nem sempre fáceis. Fazer a primeira página do Expresso, e em particular escolher qual a manchete da edição, é um exercício assim (passe o colorido da imagem utilizada): umas semanas sentimos que a manchete é evidente, por vezes até por falta de opções à altura. Noutras semanas, escolhe-se um título mas fica-se com a sensação de que outros quatro ou cinco poderiam estar à altura e ser igualmente dignos.

A manchete da edição que já está nas bancas conta como
Governo ameaça com TC para travar aumento de apoios sociais
O Presidente está indeciso sobre medidas da oposição. O Governo ameaça com Constitucional se Marcelo promulgar diplomas

Mas esta seria, no meu olhar, uma boa alternativa
Tensão no topo das Forças Armadas
O ministro da Defesa acusa ex-chefes militares críticos de “resistências corporativas” à reforma que retira poder aos ramos e os concentra no CEMGFA. O general Ramalho Eanes, que foi uma voz crítica no Conselho de Estado, pede atenção às especificidades da liderança na instituição militar.

Ferro recusa projectos do Chega sobre perda de nacionalidade e castração química

Nos despachos, presidente da Assembleia da República invocou a inconstitucionalidade detectada pela comissão nos diplomas para justificar a sua “não admissão”

O presidente da Assembleia da República recusou esta quinta-feira a admissão de dois projectos de lei do Chega, sobre a perda de nacionalidade e a castração química, considerados inconstitucionais pela comissão parlamentar de Assuntos Constitucionais.

A decisão foi anunciada em dois despachos, assinados por Ferro Rodrigues, um dia depois de a comissão parlamentar de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias ter considerado que ambos os diplomas têm inconstitucionalidades “insanáveis" e, por isso, não admissíveis, conforme estipula o artigo 120.º do regimento da Assembleia da República.

Nos despachos, a que a Lusa teve acesso, Ferro Rodrigues invocou a inconstitucionalidade detectada pela comissão nos diplomas para justificar a sua “não admissão”. Com esta decisão, os dois projectos não serão nem debatidos nem votados pelos deputados à Assembleia da República.

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