segunda-feira, 28 de fevereiro de 2022

Angola | OS DIAMANTES DE SANGUE E A SEITA NAZI

Artur Queiroz*, Luanda

Os diamantes de sangue rendem mil vezes mais do que o petróleo. Porque com os rendimentos do “crude” é preciso sustentar O Orçamento Geral do Estado e particularmente as políticas sociais. Os lucros dos diamantes que a UNITA roubou ao Povo Angolano servem exclusivamente para sustentar alguns elementos da direcção da seita, financiar propaganda enganosa e comprar jornalistas venais ou seus derivados que é como quem diz, a chusma de raparigas e rapazes jeitosos debitando opinião desconchavada nos Media ao serviço do Galo Negro, que são quase todos. 

A agência noticiosa Lusa (portuguesa) é a que mais serviço mostra, sendo seguramente o órgão oficial da UNITA. Se o engenheiro à civil Adalberto da Costa Júnior arrotar ou soltar outras flatulências mais agressivas ao olfacto, a notícia sai logo na primeira página. O dinheiro dos diamantes de sangue é um nunca mais acabar. A Lusa, presente! O Novo Jornal, presente, mas de mão estendida. O Club K é pago em rands falsos. E tudo o resto, onde incluo os órgãos de informação do sector empresarial do Estado, mas disfarçadamente, às vezes mal e porcamente. Porque a omissão é uma forma cobarde mas habilidosa de servir a causa da seita UNITA.

De Portugal vocifera o Vítor Ramalho, porta-voz da UNITA encapotado, para não perder a mama das cidades capitais de língua portuguesa. Diz ele, sem se rir mas cheio de droga até às ventas, que as eleições no seu país foram um exemplo de lisura que em Angola devemos seguir. Como ainda andamos a saltar de galho em galho como os macaquinhos, acreditamos no patifório. Lisura? Os Media portugueses, com grande destaque para os canais públicos e privados de televisão, massacraram os eleitores com propaganda ao partido nazi Chega. De manhã à noite. Limpinho.

As casas de sondagens, coisas sinistras ao serviço de poderes ilegítimos porque altamente mafiosos, combinaram um truque. Todas deram que entre o Partido Socialista (PS) e o Partido Social Democrata (PSD) existia um empate técnico, o que, atendendo às intenções de voto atribuídas aos outros concorrentes, era absolutamente impossível, já que teriam de somar, cada um, pelo menos 40 por cento dos votos. Por que fizeram isto? Para que o Partido Socialista esvaziasse os partidos à sua esquerda (como aconteceu) e o PSD fosse invadido pelo nazi Chega e o partido de extrema-direita Iniciativa Liberal, como também aconteceu. Ainda tiveram um bónus, o CDS não teve votos para eleger deputados. Limpinho.

'LIMPEZA ÉTNICA': ALIADOS ETIOPES ACUSADOS DE MASSACRE DE ABALA

# Publicado em português do Brasil

Lucy Kassa | Aljazeera

Sobreviventes e testemunhas dizem que as forças aliadas etíopes foram de porta em porta por cinco dias seguidos, visando os tigrés.

Desta Gebreananya se lembra de ter visto centenas de corpos espalhados por toda a rua - homens jovens, crianças e até mulheres grávidas - em 24 de dezembro de 2021 - apenas alguns dias depois que as forças aliadas etíopes invadiram sua cidade natal de Abala, na região de Afar.

A mulher de 41 anos e seus cinco filhos estavam fugindo da comunidade, que fica na fronteira entre as regiões de Afar e Tigray, depois de se esconder por uma semana na casa de um vizinho, de etnia afar. Eles caminharam a pé por três dias e depois pagaram contrabandistas para atravessarem para Tigray.

“Eles [soldados] protegeram civis de outras etnias e apagaram os Tigrayans”, disse Desta, que agora vive no campo de Derg-Ajen para deslocados internos (IDP) nos arredores de Mekelle, a capital Tigrayan. “Eles mataram, estupraram, saquearam e prenderam todos os Tigrayan que encontraram na cidade. Somente se você conhecesse um Afar para escondê-lo ou ajudá-lo a escapar, você poderia ser salvo.”

Ela ainda não sabe se o marido, que desapareceu na confusão, está vivo ou morto.

No campo, há quase 7.000 pessoas que fugiram de Abala para Tigray no final de dezembro, incluindo 26 meninas que relataram casos de violência sexual. Os sobreviventes, principalmente mulheres e crianças, estão atualmente abrigados em quatro centros de deslocados internos, incluindo Derg-Ajen, todos localizados nos arredores de Mekelle.

IMIGRAÇÃO EM PORTUGAL: EM LUTA POR UMA VIDA DIGNA

Portugal é um país de emigração e de imigração. Tal como os portugueses rumaram aos quatro cantos do mundo, os imigrantes procuram aqui melhores condições de vida. Mas as barreiras burocráticas, situações de abuso e exploração laboral, de discriminação, continuam a impedi-los de exercer direitos fundamentais. Dossier organizado por Mariana Carneiro.

Mariana Carneiro* | Esquerda.net

Todas as pessoas têm o direito a deixar o seu país à procura de melhores condições de vida. E os imigrantes enriquecem Portugal do ponto de vista cultural, humano, social, e contribuem de forma significativa para o crescimento económico. Ainda assim, continuam a ser tratados como criminosos, e a ser alvo de perseguição, discriminação, exploração, intimidação e abandono.

Os constrangimentos começam logo à chegada a Portugal. Os imigrantes tem um objetivo bem definido: começar rapidamente a trabalhar para iniciar o processo de regularização no país. Mas muitos patrões preocupam-se apenas com o lucro rápido, em detrimento dos direitos laborais e humanos destas pessoas. Nos setores de base, como a agricultura, restauração, construção, ainda prolifera a economia informal. Os abusos laborais e a precariedade afetam em particular os imigrantes, mais desprotegidos. São comuns situações de salários por pagar, ausência de descontos para a Segurança Social, ritmos de trabalho insustentáveis. E, inclusive, persistem situações de pura escravatura, como é o caso dos imigrantes em Beja que, nas mãos de engajadores que fornecem mão-de-obra para as grandes explorações agrícolas, são alvo de todo o tipo de abusos. Ou dos trabalhadores das estufas da Sudoberry.

MAIS 24 MORTES E 4209 NOVOS CASOS DE COVID EM PORTUGAL

Rt sobe e incidência desce

Nas últimas 24 horas, há mais 82 doentes internados em enfermaria, permanecendo 102 pacientes em unidades de cuidados intensivos.

stão confirmadas 21.039 mortes devido à Covid-19 em Portugal, mais 24 do que no último boletim epidemiológico emitido pela Direção-Geral da Saúde (DGS). O número de pessoas infetadas pela doença até agora é de 3.262.618, mais 4209 nas últimas 24 horas.

Segundo o boletim epidemiológico diário da Direção-Geral da Saúde (DGS), hoje estão internadas 1.478 pessoas, mais 82 do que no domingo, enquanto nas unidades de cuidados intensivos continuam 102 doentes, embora nem todos os internamentos se devam à covid-19, podendo ser motivados por outras patologias apesar da existência de infeção com SARS-CoV-2.

O número de casos ativos subiu hoje para 456.181, mais 3.423 do que no domingo, e nas últimas 24 horas foram dadas como recuperadas 762 pessoas, para um total de 2.785.374 desde o início da pandemia.

O boletim de hoje deixou de contabilizar o número de pessoas em vigilâncias pelas autoridades de saúde, uma vez que os contactos de alto risco deixaram de estar em isolamento.

Das 24 mortes, 12 aconteceram na região do Norte, seis em Lisboa e Vale do Tejo, três no Centro, uma no Alentejo, uma no Algarve e outra na Madeira.

Por faixas etárias, morreram 16 idosos com mais de 80 anos, sete pessoas entre os 70 e 79 anos e uma entre os 50 e 59 anos.

O POUCO VALOR DOS POVOS

Paula Ferreira | Jornal de Notícias | opinião

Como em quase todas as guerras, os povos contam pouco. Joga-se poder e influência. O que está a acontecer na Ucrânia não haveria de ser diferente. Trágico, sempre. E se temos a perceção de que o Mundo está em permanente mudança, há coisas que permanecem. A Rússia quer manter a sua influência a Leste, os Estados Unidos pretendem continuar a expandir a sua.

O povo ucraniano é o que menos importa no meio desta aritmética do poder hegemónico das potências mundiais, mesmo que a Rússia não seja já a União Soviética e a sua influência pareça cada vez mais reduzida. Gorbatchov talvez tenha sido o último líder digno desse nome, daquele imenso país. Negociou em nome da paz e deixou acabar com o Pacto de Varsóvia; a NATO, porém, manteve-se e não dá sinais de quer parar de crescer.

O resto é uma tragédia a que assistimos incrédulos, pois acreditávamos que, quase no segundo quartel do século XXI, a barbárie não fosse possível. Está à vista de todos. Não sejamos ingénuos. A barbárie, bem vistas as coisas, nunca nos abandonou. Ainda há pouco nos indignávamos com a devastação na Síria. Sim, já esquecemos os sírios. Esquecemos o Iraque, a Líbia, o Afeganistão e tão perto de nós, ali depois de Trieste, tão perto de Atenas, o que acontecera no virar do século na ex-Jugoslávia.

Desde que Putin, num gesto de loucura que achávamos impossível, invadiu a Ucrânia, conhecemos todos os dias novas sanções. Todos dizem que o objetivo é encurralar a Rússia, e, com tais medidas, se constrói uma nova ordem mundial. Talvez não seja uma coisa, nem outra. Apenas a única forma de disfarçar: não sabem muito bem como lidar com uma ameaça bélica tão perigosa que acabou de colocar em alerta as forças nucleares. A última vez usadas, numa guerra, acontecera em 1945 - e foram os americanos a carregar no botão.

*Editora-executiva-adjunta

Lukashenko diz que sanções estão a empurrar a Rússia para a III Guerra

Presidente da Bielorrússia nega ainda que o país se esteja a preparar para se juntar à invasão, à qual Lukashenko diz ser não ser uma guerra, mas sim "um conflito".

Além de não considerar a invasão russa à Ucrânia uma guerra, mas sim "ainda um conflito", o presidente da Bielorrússia afirma também que são as sanções ocidentais que estão a 'empurrar' a Rússia para a "III Guerra Mundial".

O autoritário líder bielorrusso, Alexander Lukashenko, disse à agência de notícias russa TASS que as sanções punitivas no setor bancário, e não só, contra a Rússia são mais perigosas do que uma guerra. 

“Muito se fala sobre o setor bancário. Gás, petróleo, SWIFT. É pior que a guerra. A Rússia está a ser empurrada para uma III Guerra Mundial. Devemos ser muito reservados e evitar isso. Porque a guerra nuclear é o fim de tudo”, disse Lukashenko. 

Bissau: Arranca julgamento de um dos casos mediáticos de tráfico de droga

Começaram a ser julgadas em Bissau as sete pessoas detidas em novembro de 2021 por alegado tráfico de droga. Autoridades procuram perceber proveniência dos mais de 900 quilos de cocaína que foram entretanto apreendidos.

A PJ guineense acredita que a droga terá chegado à Guiné-Bissau, a partir de uma rede internacional, com ramificações na Bolívia, passando pelo Brasil, Senegal, Gâmbia, Serra-Leoa até Bissau.

A operação de novembro passado foi denominada pela Polícia Judiciária de "RED". Trata-se de um dos casos de tráfico de droga mais mediáticos no país, tendo sete pessoas como suspeitas, entre as quais um oficial da Polícia de Intervenção Rápida (PIR) e um funcionário de uma das companhias áreas que operam na Guiné-Bissau. 

Depois de mais de sete horas de discussão, na primeira sessão de julgamento do caso, Mussa Sanhá, advogado de três dos sete réus, fez o ponto de situação aos jornalistas: "Aconteceu a detenção dos suspeitos que estão a ser acusados pelo crime de tráfico de droga. Mas o que foi objeto da primeira discussão a nível do julgamento, os elementos que foram apresentados e discutidos foram totalmente diferentes dos elementos que constam da acusação."

A primeira sessão do julgamento dos suspeitos do tráfico de droga foi suspensa, esta quinta-feira (24.02), para ser retomada na próxima semana, no dia 3 de março.

PRESIDENTE DA GUINÉ-BISSAU FAZ MEXIDAS NAS FORÇAS ARMADAS

O Presidente guineense mudou algumas chefias militares, quase um mês depois de um ataque armado à sede do Governo. Sissoco nomeou novo chefe da Armada.

O chefe de Estado da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, nomeou esta sexta-feira (25.02) o capitão-de-Mar-e-Guerra Hélder Nhnaque como novo Chefe de Estado Maior da Armada, segundo um decreto presidencial a que a DW teve acesso.

Sissoco Embaló exonerou Carlos Alfredo Mandunghal do cargo de Chefe de Estado Maior da Armada.

Também exonerou Sumbonhe Na N´Tchongo como vice-chefe de Estado Maior do Exército e nomeou o Coronel, Baute Yamta Na Mam para o seu lugar. O coronel Baute Yamta Na Mam é o comandante dos Comandos, a força especial que resgatou o Presidente guineense do Palácio do Governo no ataque ocorrido em 01 de fevereiro.

Os decretos presidências foram divulgados no final da tarde de hoje, exatamente 25 dias depois do ataque armado contra a sede do Governo onde decorria a reunião do Conselho de Ministro.

O Presidente e os membros do Governo de Nuno Nabima ficaram retidos durante cinco horas no interior do edifício. Ainda não se sabe quem são autores do ataque considerado pelo Executivo guineense e Forças Armadas de tentativa de Golpe de Estado.

Braima Darame | Deutsche Welle

Angola | OSSOS DE ASSASSINOS PROMOVIDOS A HERÓIS -- Artur Queiroz

Artur Queiroz*, Luanda

As eleições de 1992 registaram uma afluência às urnas absolutamente invulgar , mais de 90 por cento dos eleitores inscritos. O MPLA venceu com maioria absoluta. A UNITA recusou os resultados eleitorais e regressou a guerra, pondo em marcha um plano previamente desenhado pelos serviços secretos sul-africanos e a direcção do partido. Esta era a fórmula: Se ganharmos tudo bem. Se perdermos, alegamos que houve fraude e tomamos o poder pela força das armas. Para isso, a inteligência militar de Pretória escondeu 20.000 homens e as melhores armas em bases secretas no Cuando Cubango.

Jonas Savimbi até quis saltar por cima das eleições e tomar logo o poder pela força. Washington recusou alinhar no golpe e exigiu que a UNITA cumprisse o Acordo de Bicesse. Um contratempo que se verificou insuperável. Porque a UNITA partiu mesmo para o golpe militar e não só perdeu nas frentes de combate, mas também o apoio dos EUA que faziam parte da Troika de Observadores, uma equipa de arbitragem que assumiu a responsabilidade de exigir que os assinantes do Acordo de Bicesse cumprissem o acordado. Os outros dois árbitros eram Portugal e a Federação Russa.

 Eu estava nas instalações da Rádio Nacional de Angola no sábado em que as tropas da UNITA desencadearam o golpe de estado. As ruas de Luanda foram transformadas em campos de batalha e cemitérios. Guerra terrível. Tudo começou com um “incidente” na zona do aeroporto, às primeiras horas da manhã. Uma unidade de “comandos” do general Ben Ben tentou tomar de assalto a zona das cargas e a partir daí alastrar a todas as instalações, inclusive a aerogare. Foram rechaçados. À mesma hora, um grupo de jovens que saiu de uma festa de “sexta à noite” foi massacrado pelos militares da UNITA. Todos assassinados no Kassenda. Mataram por matar, para curarem a frustração.

Até às 13 horas daquele sábado a tensão na cidade aumentava. Quando acabou a reunião da Comissão Conjunta Política e Militar (CCPP) Salupeto Pena deu ordens para o assalto final aos alvos definidos: Bairro Alvalade e matar toda a gente, tomar de assalto a Rádio Nacional de Angola e a TPA, atacar e tomar a sede do MPLA, ocupar a zona dos Ministérios. Assaltar de novo o aeroporto e cercar o Bairro Miramar. As tropas saíram da Maianga, de Viana e da delegação do Bairro São Paulo.

CONTOS POPULARES ANGOLANOS -- O Rei da Floresta e o Príncipe do Fogo

Seke La Bindo

O Peru das Florestas era muito respeitado por toda a bicharada porque um dia a sua mãe proclamou-o Príncipe do Fogo. As suas grandes asas permitiam-lhe voos soberbos entre as ilhas do Kwanza e chegava a voar desde o Dondo à Kissama, ida e volta.

Os outros pássaros tinham medo de se aproximar do Príncipe do Fogo porque o seu bico lançava chamas rutilantes que tudo queimavam à sua volta. As grandes queimadas que devastavam as matas do vale do Kwanza eram provocadas pelo seu bico enorme, que soltava línguas de fogo e rapidamente abrasavam a floresta.

Ninguém queria ser vizinho do Peru das Florestas e ele também começou a fugir do convívio dos outros animais. Dormia no alto das mafumeiras e poucos o viam baixo da ramagem da ovilemba, que fazia autênticas galerias vegetais nas margens pujantes do rio.

Um dia, o Príncipe do Fogo voou desde Massangano até à Kissama e no fim da viagem estava tão cansado, ficou com tanto sono, que adormeceu empoleirado no tronco carcomido de uma velha mwanza, derrubada pelos camponeses para deixar passar o sol que transformava os bagos do café dos morcegos em cerejas rubras.

GRUPO DE MAIS DE CEM ANGOLANOS NA UCRÂNIA REFUGIA-SE NA POLÓNIA

Um grupo de 168 angolanos residentes na Ucrânia deverá chegar hoje à Polónia, tendo sido acolhidos pela Embaixada de Angola naquele país, noticia o Jornal de Angola.

Segundo o Jornal de Angola, que cita o responsável pela comunidade angolana na Ucrânia, Manuel de Assunção, os 168 angolanos vão chegar em grupos separados a uma zona da fronteira com a Polónia, entrando depois de uma só vez.

Embaixada de Angola na Polónia está a proceder desde sábado, por um período de sete dias, ao acolhimento e retirada dos estudantes angolanos "que o desejarem" no posto fronteiriço de Korczowa-Krokowets, aconselhando-os a fazerem-se acompanhar dos respetivos documentos de viagem, segundo um comunicado do consulado de Angola no Reino Unido.

Manuel de Assunção, o líder da comunidade angolana na Ucrânia, chegou na manhã de sábado à fronteira com a Polónia, com mais de 30 angolanos, depois de 18 horas de viagem de comboio, num percurso de mais de 800 quilómetros desde Dnipro, cidade que está perto de Donetsk e de Lugansk, ocupadas pelos separatistas ucranianos desde 2014, relata o Jornal de Angola.

O jovem de 29 anos e estudante de arquitetura na Ucrânia, onde reside há sete anos, comprou o bilhete de 100 euros, notando a especulação dos preços, que oscilavam antes entre os 25 e os 50 euros, numa altura em que "muita gente quer sair da Ucrânia", procurando segurança na Polónia.

Pedimos desculpa pela interrupção. A guerra nuclear começa dentro de momentos


NÃO SERÁ QUE ANDA GENTE DEMAIS A BRINCAR COM O FOGO? OLHEM QUE SIM. OLHEM QUE SIM.

NEGOCIAÇÕES UCRÂNIA–RÚSSIA AVANÇAM. UCRÂNIA QUASE NA UE E NA NATO?

UCRÂNIA VAI ENTRAR NA UE ATRAVÉS DE ESTATUTO ESPECIAL

Ucrânia exige "cessar-fogo imediato" e retirada de tropas russas. Delegação de Kiev já chegou à fronteira com a Bielorrússia

A Ucrânia exigiu um cessar-fogo russo imediato e a retirada de tropas, quando uma delegação de Kiev chegou para conversar com a representantes russos no quinto dia da ofensiva de Moscovo contra o país.

"A delegação ucraniana chegou à fronteira ucraniana-bielorrussa para participar de negociações com representantes da Federação Russa", disse a presidência ucraniana em comunicado. "A questão chave das negociações é um cessar-fogo imediato e a retirada das tropas da Ucrânia." -- AFP

Zelensky pede aos soldados russos que deponham as armas e saiam do país

O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, apelou hoje aos soldados russos para que deponham as armas, numa mensagem divulgada antes das conversações com Moscovo, em que Kiev exige a retirada das forças russas.

"Larguem as armas, saiam daqui, não acreditem nos vossos comandantes, não acreditem nos vossos propagandistas. Salvem apenas as vossas vidas", disse Zelensky numa mensagem em russo, citado pela agência francesa AFP.

Representantes ucranianos e russos realizam hoje negociações perto da fronteira da Ucrânia com a Bielorrússia, um país aliado de Moscovo.

A presidência ucraniana disse que vai exigir um cessar-fogo imediato e a retirada das tropas russas da Ucrânia.

O conselheiro presidencial Vladimir Medinsky, que chefia a delegação de Moscovo, disse que a Rússia está disponível para um acordo que seja do interesse das duas partes. -- Lusa

Zelensky quer a adesão imediata da Ucrânia à UE

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, quer a adesão imediata do seu país à União Europeia (UE).

"Apelamos à UE para a adesão imediata da Ucrânia através de um novo procedimento especial", disse Zelensky num novo discurso em vídeo, citado pela AFP.

"O nosso objetivo é estarmos juntos com todos os europeus e, mais importante ainda, estarmos em pé de igualdade. Tenho a certeza de que é justo. Tenho a certeza de que é possível", acrescentou. -- DN

Ursula von der Leyen defende a entrada da Ucrânia na União Europeia

A presidente da Comissão Europeia Ursula Von der Leyen, em declarações ao canal Euronews, afirmou que existem muitos tópicos entre a Ucrânia e a União Europeia que permitem esta integração, referindo que "de facto a Ucrânia ao longo do tempo pertence à União Europeia. Eles são um de nós e queremos que eles entrem."

Esta declaração é feita na sequência de uma decisão inédita da União Europeia em fornecer armas à Ucrânia. -- RTP

A UCRÂNIA E A “INFORMAÇÃO BANHA DA COBRA” NO SEU MELHOR

Ao recolhermos informação nos órgão de comunicação social deparamos com algo que poderia ser considerado desinformação e péssimo profissionalismo de escribas e papagaios que nos pretendem baralhar às ordens de quem sabem bem e porquê.

Acerca do ponto de situação na Ucrânia é flagrante a informação díspar. Enquanto podemos olhar para o que menciona na SIC há cerca de duas horas – a CNN não faz melhor, assim como muitos outros – é referido Guerra na Europa ao minuto: explosões em Kiev e Kharkiv, prédio atingido por míssil.

Em contrapartida, aproximadamente há mesma hora, a RTP anuncia: Noite calma em Kiev à espera das negociaçõesO que vai de encontro a declarações que apresentamos a seguir via site da Interfax - agência russa na Ucrânia, onde é referido pelo prefeito da cidade (presidente de câmara municipal da cidade) que a noite em Lviv (Kiev) foi tranquila e foi passada pacificamente.

E então? Em que ficamos? Em quem acreditar? No presidente da câmara da cidade ou nos abundantes papagaios que os órgãos de comunicação social têm por supostos profissionais do jornalismo que aparentemente parecem preferir vender banha da cobra?

Pois é. Acreditar ou não acreditar fica ao critério de cada um dos que consomem o produto final que nos chega, a informação ou a desinformação. Decida-se… e desconfie sempre. (PG)


A noite em Lviv (Kiev) passou tranquilamente, nos postos de controle longas filas para entrada na cidade - Sadovy

O prefeito de Lviv, Andriy Sadovy (na foto), afirma que a noite na cidade passou pacificamente, não houve interrupções no fornecimento de água, eletricidade e gás.

De acordo com Andriy Sadovy no Telegram Channel, a partir das 9h30 de 28 de fevereiro, mais de 3.000 moradores de Lviv estão patrulhando a cidade.

"A noite passou pacificamente. Os moradores estão ajudando ativamente os policiais e patrulhando 24 horas por dia junto com a polícia e as forças de TerDobyni. Lembraremos que, se você estiver pronto para proteger nossa cidade, entre em contato com a administração distrital de Lviv mais próxima", disse o comunicado. declaração disse.

Segundo o prefeito, atualmente há longas filas nos postos de controle para entrar na cidade.

"Estamos trabalhando para fortalecer nossos postos e ajudar a polícia nas inspeções de carros para acelerar as viagens", disse Sadovyi.

Ele também disse que todos os serviços em Lviv funcionam normalmente.

"Devido à precipitação durante a noite, os equipamentos de remoção de neve estavam funcionando nas ruas da cidade. O transporte público também continua: 98 autocarros e trólebus, 129 autocarros circulam pela cidade. Não há interrupções no fornecimento de água, eletricidade e gás", disse o prefeito.

Interfax. ua 

O EXPANSIONISMO DA NATO NA EUROPA

Manlio Dinucci*

É uma história que mal se pode acreditar: uma aliança militar, a NATO, cujo funcionamento viola os princípios da soberania e da igualdade dos Estados inscritos na Carta das Nações Unidas, expandiu-se nos últimos vinte e três anos, violando os tratados internacionais. É uma trama tão importante que todos nós a esquecemos.

O alargamento da NATO, nas últimas décadas. tem sido um grande sucesso e também abriu o caminho para um maior alargamento da União Europeia", reiterou no sábado, o Secretário Geral da NATO, Jens Stoltenberg, na Conferência de Segurança de Munique. A fim de compreender plenamente as suas palavras, deve ser reconstituída nos seus termos essenciais, esta história de "grande sucesso".

Começa no mesmo ano - 1999 - em que a NATO destrói a Jugoslávia com a guerra e, na cimeira de Washington, anuncia que quer "efectuar operações de resposta a crises, não previstas no Artigo 5º, fora do território da Aliança". Esquecendo que tinha prometido à Rússia que "não se expandiria nem sequer um centímetro para Leste", a NATO começou a sua expansão para Leste. Incorporou os três primeiros países do antigo Pacto de Varsóvia: Polónia, República Checa e Hungria. Depois, em 2004, estendeu-se a mais sete: Estónia, Letónia, Lituânia (anteriormente parte da URSS); Bulgária, Roménia, Eslováquia (anteriormente parte do Pacto de Varsóvia); Eslovénia (anteriormente parte da Federação Jugoslava). Em 2009, a NATO inclui a Albânia (antigo membro do Pacto de Varsóvia) e a Croácia (antiga parte da Federação Jugoslava); em 2017, Montenegro (antiga parte da Jugoslávia); em 2020, a Macedónia do Norte (antiga parte da Jugoslávia). Em vinte anos, a Nato amplia de 16 para 20 países.

Deste modo, Washington obteve um resultado triplo. Estende à volta da Rússia, dentro do território da antiga URSS, a Aliança militar da qual mantém as alavancas de comando: o Comandante Supremo Aliado da Europa, "por tradição", é sempre um general USA nomeado pelo Presidente dos Estados Unidos e os outros comandos-chave também pertencem aos USA. Ao mesmo tempo, Washington liga os países da Europa Oriental não só à Aliança como também directamente aos USA. A Roménia e a Bulgária, assim que entraram na União Europeia, puseram imediatamente as suas importantes bases militares em Constanza e Burgas, no Mar Negro, à disposição dos Estados Unidos. O terceiro resultado obtido por Washington com o alargamento da NATO a Leste, foi o reforço da sua influência na Europa. Dos dez países da Europa Central e Oriental que aderiram à NATO, entre 1999 e 2004, sete aderiram à União Europeia entre 2004 e 2007: os Estados Unidos sobrepuseram a NATO à União Europeia, que se estava a expandir para leste na Europa. Hoje, 21 dos 27 países da UE pertencem à NATO sob comando USA. O Conselho do Atlântico Norte, o órgão político da Aliança, segundo as regras da NATO, decide não por maioria mas sempre "por unanimidade e de comum acordo", ou seja, de acordo com o que é decidido em Washington. A participação das grandes potências europeias nestas decisões (excluindo a Itália, que obedece mantendo-se calada) realiza-se geralmente através de negociações secretas com Washington sobre dar e receber. Isto leva a um enfraquecimento ainda maior dos parlamentos europeus, especialmente o italiano, já hoje privados dos verdadeiros poderes de decisão sobre política externa e militar.

Neste contexto, a Europa encontra-se hoje numa situação ainda mais perigosa do que durante a Guerra Fria. Mais três países - Bósnia-Herzegovina (antiga Jugoslávia), Geórgia e Ucrânia (antiga URSS) - são candidatas a entrar na NATO. Stoltenberg, porta-voz dos USA de preferência à NATO, afirma que "mantemos a porta aberta e se o objectivo do Kremlin é ter menos NATO nas fronteiras da Rússia, só terá mais NATO". As armas nucleares entram em jogo na escalada USA-NATO, claramente destinada a desencadear uma guerra em grande escala no coração da Europa. Dentro de três meses, os EUA iniciarão a produção em massa das novas bombas nucleares B61-12, que serão colocadas sob comando USA em Itália e noutros países europeus, provavelmente também no Leste, ainda mais próximo da Rússia. Para além destas, os USA têm duas bases terrestres na Europa, na Roménia e na Polónia e quatro navios de guerra equipados com o sistema de mísseis Aegis, capazes de lançar não só mísseis anti-mísseis mas também mísseis de cruzeiro com ogivas nucleares. Estão também a preparar mísseis nucleares de médio alcance para instalar na Europa contra a Rússia, o inimigo inventado que, no entanto, pode responder destrutivamente se for atacado.

A tudo isto junta-se o impacto económico e social da crescente despesa militar. Na reunião dos Ministros da Defesa, Stoltenberg anunciou triunfante, que "este é o sétimo ano consecutivo do aumento da despesa da Defesa dos Aliados europeus, acrescida em 270 biliões de dólares desde 2014". Outro dinheiro público desviado das despesas sociais e dos investimentos produtivos, enquanto os países europeus ainda não recuperaram do lockdown económico de 2020-21. A despesa militar italiana ultrapassou os 70 milhões de euros por dia, mas não é suficiente. O Primeiro Ministro Draghi já anunciou: "Temos de nos dotar de uma defesa mais significativa: é claríssimo que teremos de gastar muito mais do que temos feito até agora". Claríssimo: apertemos o cinto para que a NATO possa alargar-se.

Manlio Dinucci* | Tradução Maria Luísa de Vasconcellos | Fonte Il Manifesto (Itália)

* Geógrafo e geopolítico. Últimas publicações : Laboratorio di geografia, Zanichelli 2014 ; Diario di viaggio, Zanichelli 2017 ; L’arte della guerra / Annali della strategia Usa/Nato 1990-2016, Zambon 2016; Guerra nucleare. Il giorno prima. Da Hiroshima a oggi: chi e come ci porta alla catastrofe, Zambon 2017; Diario di guerra. Escalation verso la catastrofe (2016 - 2018), Asterios Editores 2018.

domingo, 27 de fevereiro de 2022

KIEV NÃO SERÁ COMO BAGDAD!...

 … NEM COMO BELGRADO OU TRIPOLI… NEM MESMO COMO DONETSK, OU LUGANSK!

ESTÁ A NASCER UM NOVO PARADIGMA NOS RELACIONAMENTOS INTERNACIONAIS, JAMAIS ANTES EQUACIONADO!

Martinho Júnior, Luanda

O que o “hegemon” unipolar e todos os zombies formatados que ele cultivou desde o último dia da IIª Guerra Mundial queriam, era que a Rússia tornasse Kiev no que a sua genética barbaridade já produziu em Belgrado, em Bagdad, em Trípoli, nas cidades angolanas (“remember” Savimbi) e também em Donetsk e Lugansk, para não recordar Hiroshima e Nagasaki!

A Rússia com a aprendizagem que acumulou na Chechénia, na Geórgia, na Síria, em outros lugares (inclusive nos tempos da convencionada Guerra Fria) ou na história parida pelo zombie russo mor, que dá pelo nome de Boris Yeltsin!

A Rússia respeita a legitimidade da lógica com sentido de vida pelo que não fará em Kiev o que os do “hegemon” estão meio dissimuladamente a sugerir que faça seguindo a barbaridade dos exemplos que são tão essenciais à salvaguarda do feudalismo inerente ao próprio “hegemon”: uma artificiosa cultura de poder do suserano anglo-saxónico em relação aos vassalos plebeus (e zombies republicanos, ou monárquicos) da União Europeia, da NATO e até da ONU (à atenção de Guterres reduzido à esterilidade mental do costume, num exercício que é cada vez mais triste por que jamais esteve à altura do lugar que ocupa)!

UCRÂNIA VAI NEGOCIAR COM A RÚSSIA

Encontro será perto do rio Pripyat

O Gabinete do Presidente confirmou as informações sobre a conversa entre Alexander Lukashenko e Vladimir Zelensky, bem como as conversas de nossa delegação com a russa.

"Os políticos concordaram que a delegação ucraniana se reunirá com a delegação russa sem pré-condições na fronteira ucraniana-bielorrussa, perto do rio Pripyat.

Alexander Lukashenko assumiu a responsabilidade pelo fato de que todos os aviões, helicópteros e mísseis estacionados em território bielorrusso permanecerão no solo durante a viagem, negociações e retorno da delegação ucraniana”, diz o comunicado.

Romanova Marie | Narodna Pravda.ua

Moral militar russo e sentimento anti-guerra em casa não são o que a mídia afirma

#Publicado em português do Brasil

Andrew Korybko* | One World

A tendência geral é que uma guerra de informação muito intensa está sendo travada contra a Rússia agora, especialmente no que diz respeito às duas narrativas enganosas que foram esclarecidas nesta análise. O objetivo não é apenas desacreditar a operação especial aos olhos do mundo, fazendo parecer que a maioria dos russos está contra ela, mas também influenciar esses mesmos russos a expressar mais ativamente seu desacordo público com a campanha, inclusive por meio da participação em comícios não autorizados.

A mídia mainstream ocidental liderada pelos EUA tem impulsionado as narrativas de guerra de informação dupla, alegando que os militares russos não têm moral para participar de sua operação especial em andamento na Ucrânia e que o povo russo está “se levantando” em resposta ao ataque ucraniano . apelo do líder. O primeiro afirma enganosamente que “os russos não querem lutar contra os ucranianos”, enquanto o segundo relata comícios não autorizados e petições anti-guerra fora de contexto, omitindo que a maioria dos que participam deles são membros pró-ocidentais da elite liberal ou aqueles que aspiram tornar-se assim no futuro. O que esta peça pretende fazer é esclarecer um pouco da confusão entre aqueles que não sabem o que pensar depois de serem incessantemente bombardeados com essas falsas narrativas desde o início da campanha na última quinta-feira.

Em relação ao moral dos militares russos, é verdade que os militares não veem os ucranianos como inimigos per se devido a estreitas conexões históricas e familiares, mas também estão cientes de que o regime fantoche fascista apoiado pelos EUA em Kiev odeia ferozmente os russos por razões étnicas. razões religiosas. Não apenas isso, mas todos na Rússia estão bem cientes de que Kiev vem realizando ataques não provocados contra o povo russo indígena de Donbass há oito anos, no que o presidente Putin descreveu no final de fevereiro como um genocídio. Além disso, o líder russo revelou publicamente na quinta-feira passada ao anunciar a operação especial de seu país na Ucrânia o quão existencial e iminente é a ameaça da infraestrutura militar da OTAN. Tudo isso galvanizou os militares russos contra os fascistas de Kiev apoiados pelos EUA.

O MUNDO JÁ NÃO É O QUE ERA

José Goulão | AbrilAbril | opinião

A partir de agora o mundo nunca mais voltará a ser o que foi desde o início da década de noventa do século passado, quando os Estados Unidos assumiram isoladamente o comando planetário.

e tanto esticar, a corda rebentou. Ao cabo de um longo processo de acosso e humilhação, a Rússia decidiu extirpar militarmente o tumor russófobo ucraniano, circunstância que está a deixar os dirigentes ocidentais e a propaganda social em estado de choque mas sem a decência de assumirem as responsabilidades que têm na situação. Durante oito anos, sem dar mostras de quaisquer escrúpulos, os Estados Unidos, a NATO e a União Europeia apoiaram o regime ucraniano sustentado por esquadrões da morte nazis saudosos de Hitler e aproveitaram essa cobertura para tentar criar uma imensa base militar que, uma vez incorporada na NATO, estrangularia militarmente a Rússia.

A intervenção desencadeada por Moscovo contra as estruturas militares e repressivas do regime ucraniano, tendo em vista igualmente criar condições que interrompam o massacre contínuo das discriminadas populações de origem russa, pretende liquidar essa estratégia atlantista. Principalmente cortando pela raiz a manobra para a integração de Kiev na Aliança Atlântica e deixando também definido o padrão de comportamento do Kremlin caso a NATO insista na integração da Geórgia. Sem esquecer as recentíssimas advertências à Suécia e à Finlândia.

A partir de agora o mundo nunca mais voltará a ser o que foi desde o início da década de noventa do século passado, quando os Estados Unidos assumiram isoladamente o comando planetário, sem poderem ser contestados, aproveitando a extinção da União Soviética. Nestes dias, e apesar de ainda não se ter dissipado o nevoeiro de guerra, acabou a era da impunidade das acções imperiais e coloniais para implantação unilateral de um globalismo absolutista ao serviço de uma casta acoitada em nichos de riqueza criados à custa de toda a humanidade.

Começou, provavelmente, a era do multilateralismo, aquela em que o domínio absoluto dos Estados Unidos, flanqueado pelos aliados, passa a ser verdadeiramente contestado. A resposta militar russa à transformação da Ucrânia numa base militar da NATO quebra pela primeira vez o cerco e o ciclo de intimidação e contenção montado pela aliança contra um inimigo fabricado artificialmente e do qual necessita para sobreviver. O maior exército do mundo já não tem o poder absoluto, confirmando-se assim, na actual crise e com maior significado, o que já sucedera no Iraque, no Afeganistão e, de certa forma, na Síria.

Interpretada conjuntamente com o recente tratado estratégico assinado ao mais alto nível pela China e a Rússia, a acção russa na Ucrânia, não mais contestável do que muitas outras desenvolvidas pelos membros da NATO, é uma machadada na ordem mundial unipolar, que os Estados Unidos e seus súbditos pretendiam inquestionável.

Agora já não é. A Rússia deixou uma mensagem muito séria de que possui capacidade de resposta às ameaças contra as suas intenções de contribuir para uma nova ordem internacional na qual não mandem os mesmos de sempre à luz de uma espécie de direito divino de usucapião. As oligarquias russas estão a mostrar às oligarquias ocidentais que o caminho para o globalismo de índole tendencialmente autoritária não está livre de sérios escolhos.

Portugal | ATENÇÃO À SEGURANÇA SOCIAL

Carvalho da Silva* | Jornal de Notícias | opinião

O Sistema de Segurança Social Público, Universal e Solidário é um dos pilares fundamentais do nosso Estado social de direito democrático.

Dediquemos-lhe muita atenção perante as seguintes três questões: i) está em marcha a saída das medidas de exceção adotadas na economia para fazer face à pandemia; ii) a aplicação do Programa de Recuperação e Resiliência (PRR) exige objetivos estratégicos na área social; iii) o primeiro-ministro afirma a Agenda do Trabalho Digno como grande instrumento de mudanças qualitativas no trabalho, no emprego, na proteção social, no perfil da economia e no desenvolvimento da sociedade.

Primeira questão. As medidas de proteção do emprego e das empresas evitaram que, no contexto de uma queda abrupta do PIB, tivéssemos uma situação de tragédia com imenso desemprego e pobreza absoluta. Foi possível aguentar muito emprego e alguns rendimentos, mas, em geral, não foram produzidas melhorias estruturais nas empresas, o que significa estarmos perante perigos iminentes.

PORTUGAL REGISTA MAIS 38 MORTES E 7107 NOVOS CASOS DE COVID

Nas últimas 24 horas, há mais 18 doentes internados em enfermarias e mais uma em cuidados intensivos.

Estão confirmadas 21.039 mortes devido à Covid-19 em Portugal, mais 38 do que no último boletim epidemiológico emitido pela Direção-Geral da Saúde (DGS). O número de pessoas infetadas pela doença até este domingo é de 3.258.409, mais 7107 nas últimas 24 horas.

Os internamentos sofreram um ligeiro aumento. Este domingo, estão 1 396 pessoas internadas em enfermarias, mais 18 do que no último boletim epidemiológico. Nos cuidados intensivos está mais uma pessoa, num total de 102 doentes.

Este domingo há mais 6 457 casos ativos em Portugal, totalizando 452 758 infetados. Recuperaram da infeção 612 pessoas nas últimas 24 horas e há 159.499 contactos em vigilância, menos 266.973.

A região onde se registaram mais novos casos de Covid-19 foi Lisboa e Vale do Tejo (2531). Segue-se o Norte (1535), o Centro (1478), o Algarve (424), os Açores (624), o Alentejo (408) e a Madeira (338).

No Centro morreram 10 pessoas, no Norte e Lisboa e Vale do Tejo morreram nove pessoas, no Alentejo quatro pessoas e no Algarve, Açores e Madeira morreram duas pessoas.

TSF

LEIA  AQUI TUDO SOBRE A COVID-19 -- TSF

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Centenas de pessoas manifestam-se junto à embaixada russa em Lisboa

Putin coloca em alerta máximo forças de dissuasão russas

“É GUERRA HÍBRIDA” – Andrew Korybko

# Publicado em português do Brasil

Analista americano sediado na Rússia fala ao DCM sobre Ucrânia e o golpe em Dilma

Zelensky e Bolsonaro são subproduto da guerra híbrida dos EUA, diz analista

Kiko Nogueira* | DCM

Andrew Korybko é um analista político americano, autor de “Guerras Híbridas – Das Revoluções Coloridas aos Golpes”, lançado no Brasil pela editora Expressão Popular.

Korybko vive em Moscou e se dedica ao estudo das estratégias dos Estados Unidos na África e Eurásia para desestabilizar governos a partir de grandes manifestações de massa. 

Elas são “a fagulha que incendeia uma situação de conflito interno” e podem evoluir para a derrubada de um regime – daí a expressão “guerra híbrida”.

Conselheiro do Institute for Strategic Studies and Predictions, ele conversou com o DCM sobre o conflito na Ucrânia, Putin, Bolsonaro, Biden e as semelhanças que vê entre o que ocorre em Kiev e o que houve no Brasil da Lava Jato.

DCM: Você diz que a guerra híbrida catalisou o conflito Rússia-Ucrânia? Como isso se deu?

Andrew Korybko: O Ocidente, liderado pelos EUA, passou décadas tentando manipular as percepções do povo ucraniano através das chamadas ONGs, muitas das quais são organizadas pelo governo americano. Isso criou a infraestrutura sociopolítica local para realizar a “Revolução Colorida” contra o então presidente Yanukovich, que começou no final de 2013, depois que ele inesperadamente se recusou a assinar um acordo de associação com a UE. Essas manifestações antigovernamentais rapidamente se transformaram em uma onda de terrorismo urbano que acabou em um golpe no final de fevereiro de 2014.

A razão pela qual os EUA queriam derrubar o governo ucraniano era para transformar o Estado em um representante anti-russo a partir do qual a OTAN poderia se preparar secretamente para atacar aquela Grande Potência da Eurásia, exatamente como o presidente Putin explicou na semana passada em seus discursos à nação 21 fevereiro e 24 de fevereiro. 

Isso explica o ressurgimento da ideologia fascista na Ucrânia, que não é tanto um fenômeno orgânico de base, mas uma campanha de guerra de informação promovida externamente projetada para manipular de forma sustentável as percepções de seu público-alvo para mantê-los anti-russos.

A UCRÂNIA CUMPRIU A SUA PRIMEIRA TAREFA - Oleksiy Melnyk

# Publicado em português do Brasil

Oleksiy Melnyk* | H3 | opinião

Vou tentar avaliar a situação do ponto de vista de um especialista em segurança internacional

Ele conversou com seus colegas estrangeiros. Eles estão agradavelmente chocados que a Ucrânia conseguiu sobreviver por três dias. Antes do início do conflito, os maiores otimistas previam que era meio-dia, dia máximo. Se isso foi uma surpresa para os especialistas, mesmo os neutros, pode-se imaginar que surpresa foi para a liderança militar russa. Temos todos os motivos para nos orgulharmos de nossos defensores. E vamos tomar o comportamento do Comandante-em-Chefe Supremo - Presidente da Ucrânia Volodymyr Zelensky - ninguém esperava tanta estabilidade dele.

Ou seja, temos uma sociedade, uma força armada e um líder. Estes são os três componentes principais. Suporte internacional pode ser adicionado a eles. Porque nestes três dias a Rússia se viu em completo isolamento internacional.

A boa notícia é que a ação ocidental é uma ferramenta que tem um efeito retardado.

Da conclusão acima é a seguinte: A Ucrânia cumpriu sua tarefa. Porque durou três dias. E isso tornou possível parar as tropas russas onde estão agora. Isso deu tempo à comunidade internacional para reagir. A próxima tarefa é economizar tempo.

Foi tomada a decisão certa de rejeitar a primeira oferta de negociações da Rússia, e agora a segunda. Isso beneficiará a Ucrânia.

Quanto à minha visão da situação. As tropas russas fizeram uma pausa para se reagrupar, para somar recursos . Esta pausa é temporária.

A guerra de hoje é absolutamente única na história, não há análogos. Exceto pela maneira como Hitler fez isso. No entanto, aqui estamos lidando com um agressor que possui armas nucleares e não se sabe como ele vai lidar com elas.

Muitos agora temem que a Ucrânia esteja em perigo de desintegração. Mas estou convencido de que, neste momento, a ameaça de desintegração da Ucrânia é talvez a mais baixa, se considerarmos a história moderna. Mesmo se levarmos em conta o fato de que a Rússia apreendeu pedaços ainda maiores do território ucraniano. Este ainda não é um fato consumado. Assim que vencermos essa guerra, acho que a Ucrânia estará unida e voltará aos limites em que estava até 2014.

Então, a conclusão é essa. Se ganharmos tempo, se as sanções funcionarem com força total, o sentimento anti-guerra está aumentando na Rússia. A questão permanece quanto ao último passo que Putin pode dar. O mundo nunca esteve tão perto de uma catástrofe nuclear. Se conseguirmos, é uma questão de alguns anos até que a Rússia faça o que quer com a Ucrânia - ela será desarmada. Primeiro financeiramente, depois recursos. E então será mais lógico levantar a questão de sua desmilitarização.

Oleksiy Melnyk -- Co-diretor de política externa e programas de segurança internacional do Centro Razumkov

ALÔ, LUKASHENKO? DAQUI FALA VOLODYMYR ZELENSKY...

Zelensky disse que conversou com Lukashenko

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenskyi, conversou com Oleksandr Lukashenko, que não é reconhecido pela UE e pelos Estados Unidos como o líder legitimamente eleito da Bielorrússia.

"Falei com Alexander Lukashenko", escreveu Zelensky no canal Telegram.

O fato da conversa é confirmado pelos canais de telegrama de pró-Lukashenka.

A mídia pró-governo na Bielorrússia também informa que, após uma conversa telefônica com Zelensky, Lukashenko dirigiu-se ao presidente russo, Vladimir Putin, com uma proposta da delegação russa, que chegou a Gomel para participar das negociações, de adiar e adiar as negociações.

Putin supostamente apoiou a proposta de Lukashenko.

Conforme relatado, as negociações podem ocorrer na região de Gomel, na fronteira bielorrussa-ucraniana.

Interfax. ua 

RÚSSIA AMEAÇA ATACAR EM TODAS AS DIREÇÕES

A ordem para o "planeado" aconteceu. A recusa de Kiev em ir a Minsk negociar em pleno conflito obteve resposta rápida de Putin. Britânicos e norte-americanos relatam "frustração" dos comandantes russos que enfrentam problemas logísticos. Alemanha quebra regra do pós-guerra e envia armas para a Ucrânia.

Em Dnipro (sudeste), cidade que ainda não foi atacada, Sarah Rainsford, jornalista da BBC, encontrou nas ruas dezenas de mulheres - professoras, donas de casa, advogadas - a fazer cocktails Molotov com garrafas de cerveja e de refrigerantes. As grades cheias, espalhadas pelo chão, os trapos rasgados, o combustível são as armas de "mulheres aterrorizadas" e "preparadas para tudo".

O hospital já tem as 400 camas ocupadas com soldados feridos que foram chegando. A população está mobilizada porque "não tem alternativa".

Do lado de lá da fronteira moldava, o que se vê "é um país de mães, filhas e avós" que deixaram maridos, filhos e netos a conter a invasão russa. Quase 30 mil já chegaram a esta zona. No total, garante Kelly Clements, vice-alta comissária do ACNUR, em entrevista à CNN, "mais de 150 mil pessoas foram para todos os países vizinhos, nas últimas 48 horas, e a receção que estão a ter das comunidades locais, das autoridades locais, é tremenda, mas é uma situação dinâmica, e estamos muito devastados, obviamente, com o que vem a seguir".

A fuga, assegura o ACNUR, tem como principais destinos a Polónia, a Moldávia, mas também a Roménia, Eslováquia e Hungria.

Os deslocados, na maioria mulheres, não são somente ucranianos. Há estrangeiros de diversas nacionalidades. Alguns tinham escapado, em agosto do ano passado, de uma guerra em Kabul, e estão agora, de novo, na mesma situação: no meio de uma guerra. Haidar Seddiqi, 36 anos, não sabe para onde ir, que destino ter. Talvez alcançar a fronteira polaca. A única certeza é que não podia ficar no campo de refugiados em Lviv, disse à BBC. Do ACNUR não conseguiu respostas. Haidar Seddiqi faz parte do grupo de 5.000 afegãos que fugiram da guerra e encontraram refúgio na Ucrânia.

Embaixada da China na Rússia diz que os EUA são a verdadeira ameaça ao mundo

# Publicado em português do Brasil

Em anexo foi apresentada uma lista de países bombardeados pelos Estados Unidos da América após a Segunda Guerra Mundial

MOSCOU, 27 de fevereiro. TASS - A embaixada chinesa em Moscou pediu para ter em mente que os Estados Unidos são uma ameaça real para o mundo.

"Nunca se esqueça, quem é a verdadeira ameaça ao mundo", disse a missão diplomática em um Twitter, anexando uma lista de países bombardeados pelos Estados Unidos após a Segunda Guerra Mundial.

A lista inclui mais de 20 países, que representam cerca de um terço da população global.

O presidente russo, Vladimir Putin, disse em um discurso televisionado em 24 de fevereiro que, em resposta a um pedido dos chefes das repúblicas do Donbass, ele decidiu realizar uma operação militar especial para proteger as pessoas "que sofreram abusos e genocídio pelo regime de Kiev por oito anos." O líder russo ressaltou que Moscou não tem planos de ocupar territórios ucranianos. Seus objetivos são a desmilitarização e a desnazificação do país.

Após o anúncio, os Estados Unidos, a União Europeia, o Reino Unido e alguns outros países anunciaram que estavam impondo sanções a funcionários e indivíduos russos.

A Rússia já perdeu cerca de 4.300 militares na Ucrânia - diz Defesa da Ucrânia

# Publicado em português do Brasil

As perdas totais do exército russo durante os três dias de sua invasão da Ucrânia chegaram a 4.300 militares, disse a vice-ministra da Defesa da Ucrânia Anna Malyar.

"Perdas totais estimadas do inimigo para os três dias anteriores (24,25,26) da guerra de agressão da Federação Russa na Ucrânia: aeronaves - 27, helicópteros - 26, tanques - 146, veículos de combate blindados - 706, armas - 49, SAM BUK - 1, "Grady - 4, automóveis - 30, tanques - 60, UAVs OTR - 2, navios / barcos - 2, equipamento de defesa aérea, pessoal aproximadamente 4300 (a ser especificado)", escreveu Malyar no Facebook no domingo.

Ela observou que esta informação é indicativa e pode ser esclarecida, pois é extremamente difícil de obter após a batalha, porque os comandantes estão focados principalmente no combate.

"Além disso, podemos obter informações somente após o final da batalha, e as batalhas são extremamente longas. Os dados podem ser recebidos no dia seguinte e às vezes em dias alternados. Além disso, se a batalha durou à noite e começou em uma data do calendário, por outro lado, é bastante difícil separar em que dia ocorreram certas perdas", resumiu Malyar.

Interfax.ua

Ler em Interfax:

Um site foi criado na Ucrânia para identificar soldados russos mortos e capturados

Procurador-Geral: Continuamos a registar crimes de guerra cometidos pelas forças armadas russas

Zelensky quer negociações com a Rússia "num país onde os misseis não voam"

Zelensky: As negociações com a Rússia podem ocorrer em um país onde os mísseis não voam

# Publicado em português do Brasil

As negociações com a Rússia podem ocorrer em qualquer país onde os mísseis não voem, disse o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky em uma mensagem de vídeo na manhã de domingo.

"Claro que queremos a paz. Queremos nos encontrar, queremos o fim da guerra! Varsóvia, Bratislava, Budapeste, Istambul, Baku - nós oferecemos ao lado russo. E qualquer outra cidade nos convém em um país onde mísseis não voem. "Só assim as negociações podem ser justas. E elas podem realmente acabar com a guerra" , disse ele.

Dirigindo-se à Bielorrússia, Zelensky observou que "se não houvesse ações agressivas de seu território, poderíamos falar em Minsk". "Quando você era neutro, conversamos em Minsk, nos encontramos muitas vezes. É tão simples. Tão sincero. Isso mesmo, fale como um vizinho. Agora você não fez sua escolha principal. E está à frente, deve depender apenas de você. Não da Rússia, não da Ucrânia, não dos EUA, mas do povo da Bielorrússia ", disse Zelensky.

Interfax. ua

sábado, 26 de fevereiro de 2022

'EUA e seus aliados minaram os acordos de Minsk por muito tempo' -- Henningsen

# Publicado em português do Brasil

Ponte Roberto * | Strategic Culture Foundation

Os países ocidentais sofrerão tanto quanto a Rússia, e possivelmente mais, considerando que a Rússia provou sua capacidade de resistir às sanções devido ao crescimento de sua base de produção doméstica.

Apesar de toda a conversa histérica sobre uma 'invasão russa' do território ucraniano, o presidente russo Vladimir Putin, usando nada mais perigoso do que uma caneta esferográfica, calmamente levou o impasse ucraniano à sua próxima fase lógica, que era reconhecer a independência do Donbass com o total apoio das forças de paz russas.

Se Kiev tivesse sido sincero em resolver o impasse e manter a parte oriental do país sob controle, teria demonstrado seu compromisso com o Protocolo de Minsk desde o início. Infelizmente, a prova dessa devoção nunca se materializou.

Na terça-feira, legisladores russos aprovaram por uma margem esmagadora um conjunto de acordos para iniciar o processo de apoio político e militar às repúblicas de Donetsk e Lugansk. Nesse mesmo dia, os parlamentos das duas regiões ratificaram o 'Tratado de Amizade e Cooperação com a Federação Russa'.

O analista de assuntos globais, Patrick Henningsen, concordou em discutir o movimento de Moscou para reconhecer a independência do Donbass, que se distanciou de Kiev após o levante Maidan de 2014, apoiado pelos EUA. Esse momento trágico na história europeia viu o governo democraticamente eleito do presidente Viktor Yanukovich varrido do poder.

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