Bom dia e boa semana, o que sabemos que nem sempre é possível para a maioria dos que aqui vêm para tentar saber das “novas” dos nossos amigos e também sobre os inimigos.
A hora do Expresso Curto vem hoje à fala sobre esclavagismo da autoria de um armador português. Na atualidade isso ainda ocorre e quase podemos apostar que a esse tal esclavagista armador o seu mal vão ser batatas. Nada de punição, tudo de impunidade. Nem a outros pelo Portugal Esclavagista de antes e depois, assim como na atualidade. Parece que agora em memória do cadáver ambulante de Isabel II que até já cheira muito mal - a provar que afinal ela é uma comum mortal apesar das pompas e sons de metais e bombos que a rodeiam junto às elites mundiais que alinham naqueles tristes espetaculos durante dias e dias.
Estamos em 2022. Pois, e lá por isso o esclavagismo continua. Não só o que é patrocinado por esse tal armador mas também em solo terreno, nas fábricas, agricultura, construção civil, em comércio e serviços, em bancos e onde os criminosos a que chamam empresários e/ou banqueiros abundam a passear as suas ganâncias, os seus luxos e as suas avarezas. Esclavagistas também esses são. Em variados casos protegidos por leis encomendadas pelos seus lobies aos legisladores ou – se a “coisa” correr mal – até a gozarem de impunidades exclusivas por via de untos de mãos em que até compram a Justiça. Disso só se vê mas não se consegue provar. Não convém à máfia dos colarinhos brancos.
E pronto: o senhor ladrão/criminoso pode viver e morrer descansado prosseguindo numa grande e faustosa vida com a garantia de que também terá um rico funeral quando se finar. Para isso basta uns quantos serem donos disto tudo e outros da mesma trupe serem donos de algumas partes e até de sujeitinhos dos poderes na política, na Justiça e similares.
A continuar nesta cegarrega teríamos pano para mangas sobre esses tais ‘manguelas dourados’ criminosos e impunes. Mas não continuaremos a fazer chover no molhado sobre o que o povoléu sabe muito bem as histórias dos eternos gamanços gizados em luxuosos gabinetes e salões – causa também de tanto esclavagismo, ganância e avareza. A esses, regra geral chamam “os muito ricos”, “os podres de ricos”… Acertado é considerá-los os poderosos-ladrões-da-alta. Assim sim. É correto. Eles andam por aí, impunes.
Voltando ao pomo da questão do Curto, sobre o tal armador do enorme bando dos esclavagistas e protagonistas de outros crimes lesa populaça escravizada – vulgo trabalhadores – deixamos para melhor oportunidade estender a adequada prosa chamando os bois pelos nomes. Por agora não estamos aqui para fazer serão. É que os ladrões e outro tipo de criminosos nacionais e de multinacionais são imensos, a lista é abundantemente longa…
Desculpem lá mas optamos por vos convidar a entrar no Curto do Expresso sem matarem a cabeça com estas ninharias de esclavagistas, padrões da alta, políticos corruptos, etc., etc.. Pois, esses todos. As máfias de colarinhos brancos!
Bom dia. Se não almoçar ao menos jante qualquer coisita. É só para o que dá devido à pobreza instalada, às desigualdades, às injustiças que afogam os portugueses plebeus num mar imenso de desumanidades.
O Curto já a seguir. Pois.
MM|PG
Margarida Cardoso | Expresso
Bom Dia!
Bem vindo a mais um Expresso Curto
Um dia, um armador português aliciou Karim (nome fictício para proteção da
vítima) para uns meses de trabalho em alto-mar, a bordo de um navio-pesqueiro,
com a promessa de contrato assinado, salário, alimentação e legalização
assegurada à chegada ao Porto de Aveiro. Mas em vez de um final feliz,
este jovem da Serra Leoa ficou sem dinheiro, nem documentos, nem comida até um trabalhador
da infraestrutura portuária denunciar o caso a uma ONG.
Resgatado a 8 de setembro, está atualmente no Centro de Acolhimento e
Proteção para Vítimas de Tráfico de Seres Humanos do Sexo Masculino. Se
ficar provado que foi vítima de tráfico para exploração laboral, “O escravo da Serra Leoa salvo no Porto de Aveiro” terá
direito à autorização de residência. “Alcançou-a da forma mais dura”, como
conta a minha colega Raquel Moleiro.
Ao contrário do que seria de esperar, 261 anos depois de Portugal proibir o
transporte de escravos e o tráfico de pessoas no país, a 19 de setembro de
“Já avançamos mais de 250 anos desde a abolição da escravatura. Temos um
conjunto de instrumentos internacionais e nacionais para proteger os direitos
de quem migra e de quem trabalha, mas os casos continuam a acontecer”, admite
ao Expresso Sónia Pereira, Alta-Comissária para as Migrações, dias depois da Comissão Europeia propor a proibição de produtos
feitos com recurso a trabalho forçado no mercado da União Europeia.
Em Portugal, Odemira será o caso mais mediático no que respeita a exploração de
trabalho, mas não faltam outros exemplos de norte a sul do país, como o resgate de 44 timorenses no Fundão, no início do mês, seguido de novo resgate três dias depois,
precisamente na mesma discoteca desativada onde dormiam na cozinha, sem roupa
de cama. Vieram atraídos pela promessa de trabalho na agricultura. Tinham um
patrão paquistanês.
“Vemos que há redes ativas novas e sempre que isto acontece é uma preocupação”,
sublinha Sónia Pereira. Mas estamos a ter mais casos? “Tivemos um período
de paragem de mobilidade com a covid. Com o regresso à mobilidade e as
dificuldades de mão de obra, as redes que se dedicam a facilitar este processo
com criminalidade associada podem aumentar. Não há ainda dados, mas a
tendência pode ser de agravamento”, responde. E a região onde se tem detetado
mais casos de exploração do trabalho humano é o Alentejo.
Quanto a números, o último Relatório Anual de Segurança Interna, (2021),
indica que foram instaurados 98 processos de inquérito, constituídos 18
arguidos e efetuadas 7 detenções por criminalidade relacionada com o tráfico de
escravos em Portugal.
A aprovação recente de legislação que veio facilitar a migração regular pode
ajudar a contrariar a multiplicação de trabalho escravo. “Ter um regime
migratório favorável é um input positivo no combate a estes casos”,
acredita a Alta Comissária. Acredita, também, que “tem de haver atenção e
consciência ética generalizada na proteção de direitos”.
No que respeita à escravatura, o silêncio não é de ouro, ao contrário do que
diz um velho provérbio. “É um dever de todos nós prevenir situações de
extrema exploração que já não deviam de acontecer no mundo atual. Todos temos
capacidade de denunciar”, sublinha.
Mas o caminho a percorrer ainda é longo. Se em
Hoje, há mais pessoas escravizadas do que em qualquer outro momento da
história, vão alertando organizações internacionais dedicadas à causa dos
direitos humanos. “Poucos se dão conta de que nós temos (no Brasil) mais
trabalhadores em regime de trabalho escravo do que no tempo do Império”, alerta
também o produtor Luís Carlos Barreto, produtor numa declaração sobre a série
documental “Escravidão Século XXI” (2021).
E nem a rainha Isabel II escapou à polémica durante os 11 dias de velório
que terminam esta segunda-feira com o seu funeral. Entre as mensagens que
circularam nas redes sociais houve referências várias ao passado colonial do
Reino Unido. “Hoje, estamos de luto por todas as vidas roubadas, violadas
e traumatizadas que foram afetadas e destruídas durante o reinado da rainha
Isabel II. (...) Populações e sociedades inteiras aguentam as marcas de guerra,
da violência genocida colonial, invasão, perseguição religiosa e supremacia
branca”, lê-se numa mensagem repartilhada pela artista norte-americana
Phoebe Bridgers e criada pela plataforma artística indígena RISEindigenous.
Outras notícias
Reino Unido 500 chefes de Estado participam esta segunda-feira, no funeral
da Rainha Isabel II que o Expresso acompanha em direto. Marcelo Rebelo de Sousa está lá, recordou a mais velha
aliança de Portugal e mostrou que em funerais não há lugar para as fugas de protocolo
que muitas vezes protagoniza. Filipe VI e o pai, Juan Carlos, juntos pela primeira vez num
ato público desde a expatriação do rei emérito, evitam uma imagem lado a lado . O The Guardian antecipa que este será o evento mais mediático do
século, mas 11 dias de transmissões em direto não é demasiado? Nas últimas horas do velório público também se fez política e ficou a saber-se que o aeroporto de Heathrow vai cancelar mais de uma centena de
voos para não perturbar a cerimónia fúnebre.
Guerra Na Ucrânia, Zelensky alertou para “indícios claros de
tortura e humilhação” da população
Hungria Bruxelas propôs uma sanção inédita ao Governo de Viktor Órban por
desrespeito do Estado de Direito. Pode custar 7,5 mil milhões de euros em
fundos europeus.
Presidente Marcelo Rebelo de Sousa diz que os portugueses não podem
esperar pelo Orçamento do Estado para perceber o que o futuro lhes
reserva. “O Governo talvez tivesse a ganhar em explicar qual é a sua visão para
o próximo ano”, diz.
IRC Em Milão, na maior feira de calçado do mundo, o ministro da Economia, António Costa Silva, defendeu que
uma redução do IRC transversal a todas as empresas seria “um sinal
extremamente importante para toda a indústria” na atual crise.
Violência Doméstica Chama-se São, Conceição Sousa, foi a última mulher
morta em contexto de violência doméstica
Polícia Um polícia fora de serviço atingiu um suspeito a tiro, na
Cruz de Pau, “na sequência da crescente hostilidade”, diz a PSP
Futsal Portugal, campeão europeu e mundial, conquistou, este domingo, a primeira edição da
Finalíssima de futsal, ao vencer a Espanha, por 4-2, no desempate por
penaltis
Chega Sem surpresa, no XI Conselho Nacional do Chega, André Ventura viu a sua liderança legitimada ao vencer
uma moção de confiança com 97,2% dos votos.
Resgate O navio de busca e salvamento no mar Open Arms resgatou, em 24 horas, 372 pessoas de embarcações precárias no
Mediterrâneo central e recuperou o cadáver de um homem morto por
traficantes.
Frases
O que vem aí é mau
Marcelo Rebelo de Sousa sobre o que espera os portugueses em 2023
Aquilo que vem aí não é bom
Jerónimo de Sousa, secretário-geral do PCP, sobre a proposta de Orçamento de Estado para 2023
Os russos e os ucranianos acreditam que podem ganhar a guerra. Não vejo qualquer
possibilidade, a curto prazo, de uma negociação séria
António Guterres, secretário-geral da ONU, numa entrevista à RFI
Rezamos por chuva. Mas quando choveu, ficamos sem teto e as nossas plantações
foram destruídas. Não temos mais nada… apenas oceanos nas estradas, nas terras,
a submergir as nossas casas
Ali Baksh, agricultor paquistanês, citado pelo The Guardian sobre as cheias que
devastam o seu país
Podcasts a não perder
Adeus à rainha e à monarquia. E à Commonwealth? Com a
passagem de testemunho, regressa o debate sobre a vontade republicana em vários
dos países que têm Carlos III como soberano. Pedro Cordeiro, editor de
Internacional do Expresso e enviado a Londres, é o convidado de Paulo Baldaia
no Expresso da Manhã de hoje.
Manolo Sanlúcar, compositor e guitarrista de flamenco
(1943-2022). um dos maiores expoentes do flamenco espanhol ao lado de nomes
como Paco de Lucia, Tomatito e Vicente Amigo. Aos 8 anos já dominava a guitarra
e ganhava prémios. Uma vida para recordar em Desastres Naturais, de António
Araújo.
A Rainha e os súbditos. Uma notável gestão do silêncio e a
primeira-ministra “catavento”. Num tempo marcado pelo excesso de
informação, Miguel Sousa Tavares de Viva Voz lembra o peso e o
impacto das escassas palavras proferidas por Isabel II ao longo da história.
O que ando a ler e a ver
“A política dos Estados está na sua geografia”, terá dito Napoleão numa carta
enviada ao Rei da Prússia a sublinhar a importância do território nas
relações de poder. Mais atenta aos mapas da Europa e do mundo desde o início da
guerra na Ucrânia, comecei a ler O Poder da Geografia com esta frase
no pensamento, interessada numa análise assente na convicção de que “os
políticos têm importância, mas a geografia tem mais”. “O ponto de partida
da história de qualquer país é a sua localização relativamente aos vizinhos, às
rotas marítimas e aos recursos naturais”, diz o autor, Tim Marshal.
Em 10 capítulos, o especialista britânico em questões internacionais, explica
as estratégias geopolíticas das grandes potências e deixa esta imagem sobre o
tamanho da Europa: “Ir de automóvel de Brisbane a Perth é atravessar um país,
mas faríamos a mesma distância de Londres a Beirute via França, Bélgica,
Alemanha, Áustria, Hungria, Sérvia, Bulgária, Turquia e Síria”, resume o ex-editor
de diplomacia na Sky News. Mas há muito mais para descobrir, da Grécia - um dos
primeiros países a sentir os efeitos das novas vagas de migração - ao espaço,
“um novo campo de batalha política".
Em agenda, guardo a sugestão da Isabel Paulo, minha colega na Delegação Norte
do Expresso, para “uma visita ao renascido Mercado do Bolhão que já abriu
as portas e merece ser visto e vivido. Requalificado após quatro anos de obras
profundas pelo arquiteto da Escola de Arquitetura do Porto, Nuno Valentim,
mantém a sua vocação original de mercado de frescos, mas com um cheirinho a novidade:
clientes e visitantes podem, entre compras, fazer uma pausa para café ou
refeições ligeiras. Em breve serão inaugurados nove restaurantes especializados
em carne, peixe, bacalhau, de cozinha tradicional portuguesa e um vegetariano,
mas a comida de marcas internacionais não se senta à mesa do mais emblemático
mercado do Porto”.
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Tenha uma excelente segunda-feira.
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