segunda-feira, 1 de janeiro de 2024

PS sobe e mantém liderança, PSD desce. Direita precisa do Chega para ser maioria

PORTUGAL | SONDAGEM - Os partidos à esquerda continuam a levar vantagem se Luís Montenegro excluir o Chega e existe agora um empate técnico entre os dois blocos.

Francisco Nascimento | TSF

O PS cresce mais de um ponto percentual, em relação à sondagem de novembro, e está agora nos 34,1% desde que Pedro Nuno Santos assumiu a liderança do partido. O PSD recua e perde quase dois pontos percentuais, para os 24.8%, não beneficiando do congresso no final de novembro.

A subida do PS parece explicar-se com a queda, ainda que ligeira, dos partidos à esquerda, que contam agora com um líder socialista que disputa o mesmo eleitorado.

A sondagem da Aximage para a TSF-JN-DN volta a colocar o Chega como a terceira força política (16,3%) e o Bloco de Esquerda (BE) em quarto lugar (6,3%). A Iniciativa Liberal aparece a seguir, apesar de perder quase um ponto percentual, com 4,1%.

O PAN sobe uma posição, em comparação com o mês passado, ultrapassando a CDU. Inês Sousa Real conta com 3,7%, mais um ponto percentual do que a CDU de Paulo Raimundo (2,7%).

O Livre de Rui Tavares não descola do 1,8% e o mesmo acontece com o CDS-PP (1,2%) que já anunciou que vai a eleições coligado com o PSD, na reedição da Aliança Democrática (AD).

Direita longe da maioria sem o Chega. Esquerda perto do empate

Mesmo com os votos somados da AD e da Iniciativa Liberal, o bloco à direita continua a precisar do Chega para poder alcançar a maioria parlamentar. Com o Chega, o bloco à direita conta com 46,4% das intenções de voto. Sem o Chega, o valor cai para 30,1%.


Os partidos à esquerda continuam a levar vantagem se Luís Montenegro excluir o Chega e existe um empate técnico entre os dois blocos, mesmo com o partido de André Ventura na discussão. PS, BE, CDU e Livre valem 44,9%, de acordo com a sondagem (contra os 46,4% da direita).

O PAN, que já se mostrou disponível para conversar tanto com o PS como com o PSD, pode ter um papel decisivo na formação do novo Governo, após as legislativas de 10 de março.

Chega lidera votação nos mais jovens

Olhando para as várias faixas etárias, e numa altura em que os partidos políticos tentam resgatar o voto do eleitorado mais jovem, os eleitores dos 18 aos 34 anos apontam ao partido de André Ventura, com 25,8% das intenções de voto.

O PS aparece a seguir, com 22,3% e o PSD conta com 16,6% das intenções dos mais jovens.

Quanto aos mais velhos, a grande maioria do eleitorado reparte-se entre os dois maiores partidos. A sondagem revela que a faixa etária acima dos 65 anos opta pelo PS (45%), com o PSD a surgir a seguir com 30,6%.

A grande maioria dos inquiridos garante que decide o voto "muito antes da eleição" (74%), quando faltam três meses para as legislativas, e 22% decidem "mais em cima". Apenas 4% não sabe ou não responde.

Imagem: Pedro Nuno Santos © André Rolo/Global Imagens

Ficha técnica

Sondagem de opinião realizada pela Aximage para JN/DN/TSF. Universo: Indivíduos maiores de 18 anos residentes em Portugal. Amostragem por quotas, obtida a partir de uma matriz cruzando sexo, idade e região. A amostra teve 805 entrevistas efetivas: 688 entrevistas online e 117 entrevistas telefónicas; 390 homens e 415 mulheres; 174 entre os 18 e os 34 anos, 209 entre os 35 e os 49 anos, 230 entre os 50 e os 64 anos e 192 para os 65 e mais anos; Norte 277, Centro 175, Sul e Ilhas 122, A. M. Lisboa 231.

Técnica: aplicação online (CAWI) de um questionário estruturado a um painel de indivíduos que preenchem as quotas pré-determinadas para pessoas com 18 ou mais anos; entrevistas telefónicas (CATI) do mesmo questionário ao subuniverso utilizado pela Aximage, com preenchimento das mesmas quotas para os indivíduos com 50 e mais anos e outros.

O trabalho de campo decorreu entre 18 e 23 de dezembro de 2023. Taxa de resposta: 72,22%. O erro máximo de amostragem deste estudo, para um intervalo de confiança de 95%, é de +/- 3,5%. Responsabilidade do estudo: Aximage, sob a direção técnica de Ana Carla Basílio.

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