sábado, 8 de março de 2014

A RÚSSIA NA BATALHA PELO ESPAÇO A NORTE DO MAR NEGRO



Martinho Júnior, Luanda

1 – O Mar Negro está a ser um dos flancos mais problemáticos para a Rússia, tendo em conta a deriva da OTAN em direcção a leste, aproveitando a entrada na União Europeia dos estados saídos do antigo Bloco Socialista, da decomposição da URSS, ou seja, da extinção do Pacto de Varsóvia, bem como da evolução da situação Ásia adentro, até aos meridianos do Afeganistão e Paquistão.

É importante recordar isso, pois uma das primeiras nações a experimentar um ambiente de “revolução colorida” foi mesmo a Rússia, através da ascensão de Boris Yeltsin, que foi acompanhada pela tomada de importantes sectores da economia, entre eles o petrolífero, por via do “cavalo de Tróia” que foi a Yukos e de bancos como o Menatep, que na altura (princípio do século XXI) respondia à “inteligência” formatada pela via da Open Russia Foundation acoplada à Open Society de George Soros!

Situado a sudoeste da imensa massa territorial da Rússia, o Mar Negro está bem no centro duma vasta região euro-asiática produtora de petróleo e de gás, a partir da qual se distendem as linhas dos oleodutos, gasodutos, portos e navios apropriados de transporte, numa intrincada rede de valor geo estratégio que constitui o cerne do jogo de interesses envolvendo um enorme e difuso conjunto de entidades, de sectores de actividade e de cenários.

Essa região, ao ser alvo de disputas de toda a ordem, é palco da ordem de batalha de entidades e interesses concorrentes, uma ordem de batalha que está a superar as tensões e conflitos que proliferaram durante o período considerado de “Guerra Fria”, com a inclusão de “guerras assimétricas” e alterações dramáticas em alguns estados da região, a começar pela extinção do Pacto de Varsóvia, o fim do Bloco Socialista e a implosão da URSS, até à “balcanização” da Jugoslávia, a eclosão das “revoluções coloridas” e das “primaveras árabes”, intercaladas com guerras e tensões nos Balcãs, no Cáucaso, na Líbia (norte de África), no Iraque, no Afeganistão, no Paquistão, na Síria e no Irão.

No centro da tormenta, o Mar Negro, passou a ser um alvo evidente que, em relação às distintas massas de água que circundam a Rússia (o Árctico, o Báltico, o Mar Negro, o Mar Cáspio, o Aral e o Oceano Pacífio), constitui o flanco marítimo mais problemático (e mais apetecível) para as geo estratégias egoistas do império e do seu instrumento militar dilecto, a NATO… apontada à Rússia, tendo em conta a sua implantação territorial trans-continental!

A evolução última da situação na Ucrânia, cujo povo é irmão do russo, corrobora o padrão relativo ao Mar Negro, que tiveram nos ataques terroristas na Chechénia e em outras regiões do Caúcaso, assim como na evolução drástica da situação na Geórgia, os seus antecedentes mais evidentes e dramáticos.

Do lado do “ocidente” foram sempre utilizados desde o início da década de 90 do século passado, padrões fundamentalistas, fascistas ou mesmo nazis, muitas vezes a coberto de nacionalismos exacrbados, de religiões com práticas radicalizadas e rótulos atractivos, como as “revoluções coloridas” ou as “primaveras árabes”, no quadro das políticas e alianças, o que demonstra o carácter daqueles que procuram fazer valer a hegemonia unipolar e excluente, incapaz de procurar relacionamentos consensuais, dialogantes e equilíbriados… e sempre em nome duma “democracia representativa” que serve apenas os interesses e a vocação da aristocracia financeira mundial e dos instrumentos mercenários de que dispõe!

2 – No momento da implosão da URSS, os conflitos eclodiram imediatamente dentro da Rússia (só Putin conseguiu mais tarde e após o fim de Boris Yeltsin, dar início ao “arrumar da casa”) e numa das partes mais sensíveis do imenso “tabuleiro” de disputas euro-asiático: o Cáucaso e os Balcãs.

No Cáucaso, sucessivamente, estalaram conflitos étnicos e religiosos na Rússia (Chechenia), no Azerbeijão (Nagorno Karabakh) e na Geórgia (Abkhasia e Ossétia do Sul).
A própria Geórgia foi também palco da disputa, com a eclosão da “revolução das rosas”, ao ponto desta procurar integrar o país, que se situa na região mais oriental do Mar Negro… na Organização do Tratado do Atlântico Norte!

A evolução da situação no Cáucaso, desde o colapso da era Boris Ieltsin até ao momento, foi favorável à Rússia quando ela passou a ser governada pelo tandém Putin-Medvedev, o que se reflectiu na situação da parte mais a leste do Mar Negro: a Rússia consolidou sem remissão a sua posição, tirando partido do caudal de divisões incrementads por outros e passou a ser reitora dos dispositivos de transporte de petróleo, de gás e dos laços marítimos correspondentes.

As divisões que a hegemonia procurou utilizar para fragmentar a Federação Russa, acabaram por ser utilizadas pelos governos Putin-Medvedev para dilacerar a influência dum império super-musculado, super-egoista e… super-devedor!

A região a leste do Mar Negro e entre este e o Mar Cáspio interior, entrou na esfera de influência da Rússia, com repercuções nos interesses à volta das explorações de petróleo e gás no Cáspio e no oleoduto Baku-Tbilissi-Ceihan (Azerbeijão-Geórgia-Turquia).

Nos Balcãs, para além da “explosão” da Jugoslávia, eclodiu a crise da Moldávia (Transnistria).

Embora de pequena dimensão, esse conflito ocorreu numa região a noroste do Mar Negro, com resultados relativamente favoráveis aos russos e ucranianos (a Ucrânia possui fronteiras directas com a Transnitria).

3 – A evolução da situação na Ucrânia, cujo território se situa a noroeste do Mar Negro, é ainda mais decisiva para a Rússia se comparada com as anteriores: uma enorme fatia dos oleodutos e gasodutos que se distendem até à Europa passa pela Ucrânia, ela mesmo dependente dos fornecimentos da Rússia.

Por outro lado, a implantação russa na Ucrânia é importante no leste e no sul do país, a ponto de hoje os dois povos poderem-se considerar de irmãos, nas suas culturas, nos seus laços humanos, nos seus interesses comuns…

Uma parte substancial da migração ucraniana tem procurado trabalho na Rússia, acima dos 3 milhões, numa altura em que há um declínio populacional acentuado da população devido ao deteriorar das condições de vida na Ucrânia: de mais de 50 para cerca de 45 milhões!

As remessas de dinheiro dessa migração a favor da Ucrânia, funcionam como factores que, com outras remessas provenientes de outras paragens, abonam os níveis de vida no país.

A leste do rio Dniepre a Ucrânia possui a sua maior zona industrial interconectada com as indústrias russas, com um epicentro evidente nas cidades de Donetz e Carcóvia, duas das maiores cidades da Ucrânia (Carcóvia, fundada pelos russos, foi capital da Ucrânia); essa região possui um nível de vida superior à maioria das regiões do ocidente da Ucrânia à excepção de Kiev, mas é o verdadeiro motor do país, sem o qual a situação a ocidente seria ainda muito mais grave!

No sul da Ucrânia, a cidade de Odessa é outro pólo de influência russa, até por que a cidade foi fundada pela Rússia e é um terminal dum importante oleoduto com raiz na Rússia, ligado a um dos seus portos de exportação.

A Crimeia é em relação aos dispositivos da Rússia no Mar Negro um caso aparte: a península tem maioria de população russa e, em função de acordos, abriga em Sebastopol e noutras localidades menores, as bases da Frota Russa do Mar Negro, tal como da Marinha de Guerra da Ucrânia, ainda que a Rússia possua outras bases navais menores em seu próprio território (Novorosirsk).

A Crimeia situa-se bem no centro-norte do Mar Negro e face-a-face à Turquia, membro da NATO, que domina toda a costa sul do Mar e a saída para o Mediterrâneo, no Bósforo (a ocidente do Mar Negro).

O governo turco, recorde-se, está também implicado nas operações da Euromaidan!

É evidente que para a correlação de forças, as bases da Rússia na Crimeia desempenham um importante papel no flanco sudoeste da Rússia e de suas rotas em direcção ao Atlântico Central e ao Índico Norte, algo que está também ligado com o papel da Marinha de Guerra da Ucrânia que só não é mais potente hoje por causa do enfraquecimento económico do país e devido à sua menor dimensão no que diz respeito ao espaço marítimo (limitado ao Mar Negro).

As duas Marinhas de Guerra têm tradições, tecnologias e bases comuns tendo realizado, sob o ponto de vista operativo e geo-estratégico, constantes interconexões e coordenações, em terra como no mar.

Fora de Sebastopol, a Marinha Ucraniana não possui o mesmo nível de instalações.

Não é de estranhar o episódio do comandante da Marinha de Guerra Ucraniana nomeado pelos mentores “pró-ocidentais” da Euromaidan agora no poder… um comandante que jurou fidelidade à Crimeia.

4 – A posição manifestamente solidária da China para com a Federação Russa na actual conjuntura da Ucrânia, corresponde a parâmetros sensíveis em relação à sua diáspora humana (que está chegando também à Europa), mas também em relação ao conjunto de interesses desde o âmbito financeiro até ao que diz respeito aos oleodutos e gasodutos euro-asiáticos, que resultam da exploração de petróleo e de gás na Rússia e se distendem, de leste a oeste e de norte a sul, ao longo do seu imenso espaço nacional e circundante, assim como em relação aos interesses geo-estratégicos comuns com a Rússia, no quadro da multipolarização.

A título de exemplo: empresas chinesas estão a fazer a gestão duma parte importante do porto do Pireu, na Grécia, próximo da saída do Bósforo para o Mediterrâno oriental.

Na Ásia Central trabalha-se para um consenso de geo-estratégias face às pressões “ocidentais” que foram sendo realizadas a partir do Iraque, Afeganistão e Paquistão, concorrência que também procurava dominar nas explorações de petróleo e de gás, bem como nos oleodutos e gasodutos dessa imensa região continental.

A saída militar dos Estados Unidos e dos seus aliados (incluindo a NATO) dessa região, vai fazendo baixar, no mínimo, a tensão imediatamente a sul da Rússia, pelo que o aumento da tensão a sudoeste, no Mar Negro, está a servir como “manobra compensatória”… tal como no Mar da China, ou no Golfo Pérsico (em relação à tensão contra o Irão, agora en fase de relativa distensão)!

A Rússia e a China estão também a entender-se em função dessa leitura comum de seus próprios instrumentos de poder a nível geo-estratégico: o Mar Negro como o Mar da China!... O rublo como o yuan!... face a um dólar pária, devedor e cada vez mais com valor especulativo e a um euro contaminado pela crise interna da União Europeia subjugada ao “diktat” das políticas alemãs que providenciam a “austeridade” e a miséria do sul.

Os laços entre a Rússia e o Irão e a Índia, tal como os laços entre a China e o Paquistão, laços na direcção sul e que se estendem até ao Índico Norte, são ganhos calculados a partir do fim da presença das forças militares dos Estados Unidos e da OTAN, no Afeganistão, no Paquistão e no Iraque!

Os oleodutos e gasodutos constituem um sistema nervoso energético, determinante das geo-estratégicas continentais Rússia-China-Índia, (os três BRICS euro-asiáticos), que estão a superar as geo-estratégias marítimas dos Estados Unidos e da NATO, descontextualizadas, arrogantes, desequilibradoras… e levadas a cabo por uma potência com uma dívida que não pára de aumentar!

As alterações começam a ser sensíveis e no Mar Negro, tal como no Mar da China, ou no Golfo Pérsico, as pressões “ocidentais”, ao aliarem-se a fundamentalismos de todo o tipo e “todo o terreno”, dão sinais de desespero: a ditadura do capital que norteia a aristocracia financeira mundial é um catalizador atraente aos fundamentalismos, a fascismos e até aos nazis!... e isso não acontece por acaso: cai a máscara às “democracias representativas” modeladas às e pelas elites “ocidentais”, as componentes decisórias da “civilização ocidental”, num momento em que a corda da dívida começa a apertar os pescoços anglo-saxónicos no dólar, na libra e no euro!

Mapa: Traçado de oleodutos e gasodutos envolventes ao Mar Negro.

A consultar (Martinho Júnior):
- A PETROLÍFERA YUKOS ENQUANTO UM FALÍVEL CAVALO DE TRÓIA (primeira publicação em 2003) – http://paginaglobal.blogspot.com/2013/10/a-petrolifera-yukos-enquanto-um-falivel.html
- CONDUTAS DIALÉCTICAS ÚTEIS DE MANIPULAÇÃO DA HEGEMONIA – http://paginaglobal.blogspot.com/2011/05/condutas-dialecticas-uteis-de.html
- O caminho das Trevas! A “ditadura democrática” da aristocracia financeira mundial - I – http://paginaglobal.blogspot.com/2012/01/o-caminho-das-trevas-ditadura.html
- O CAMINHO DAS TREVAS! – A PRESA COBIÇADA – II – http://paginaglobal.blogspot.com/2012/01/o-caminho-das-trevas-presa-cobicada-ii.html
- O CAMINHO DAS TREVAS! – O PRÓXIMO DEGRAU DA ESCALADA – III – http://paginaglobal.blogspot.com/2012/01/o-caminho-das-trevas-o-proximo-degrau.html
- Rapidinhas do Martinho – Correlação de forças – 69 – http://paginaglobal.blogspot.com/2012/03/rapidinhas-do-martinho-69-correlacao-de.html
- Merkel ao serviço da contra revolução liberal – http://paginaglobal.blogspot.com/2014/02/merkel-ao-servico-da-contra-revolucao.html
- Uma Ucrânia vulnerável e frágil –
A consultar (Rui Peralta):
- Legitimidade, legalidade e processo de emancipação – http://paginaglobal.blogspot.pt/2014/02/legitimidade-legalidade-e-processo-de.html
- O embuste – (aguarda publicação).
Consultas básicas:

2 comentários:

Anónimo disse...

"EE.UU. abandonó la ley internacional y se rige por la ley de la jungla"
Publicado: 12 mar 2014 | 9:46 GMT Última actualización: 12 mar 2014 | 9:46 GMT


© REUTERS Gleb Garanich
Las potencias occidentales están siguiendo una agenda dirigida a dividir el mapa europeo de tal modo que parte del mar Negro esté controlada por EE.UU., señaló a RT el exvicepresidente de la Asamblea Parlamentaria de la OSCE Willy Wimmer.



Wimmer, veterano de la política alemana, recordó que durante una conferencia de alto nivel celebrada en Bratislava en mayo de 2000 y organizada por el Departamento de Estado norteamericano se hizo una propuesta que suponía trazar una línea entre Riga en el mar Báltico, Odesa en el mar Negro y Diyarbakir en Turquía. Todos los territorios que quedaban al oeste de esta línea tenían que estar bajo el domino de EE.UU.. "Esta fue la propuesta y cuando vemos el desarrollo de la situación desde aquel entonces, creo que era una especie de hoja de ruta presentada a los participantes de la conferencia. Todo está pasando exactamente como fue presentado en Bratislava", resaltó el político.

Según Wimmer, antes de los mediados de los años 90 todas las grandes potencias coincidían en su visión de la ley internacional, pero a partir de esta época EE.UU. cambió de actitud. Washington "propuso la ley de la jungla. Al principio fue la guerra contra Yugoslavia y luego contra Afganistán, Irak, Siria, Libia". EE.UU. ya no se acoge a la ley internacional y a la cooperación, señaló Wimmer.
Los 'buenos nazis' de Ucrania, una amenaza para Europa
Respecto a la situación en Ucrania, el político alemán resaltó que, según su punto de vista, lo que pasó en Kiev fue un golpe de Estado. Añadió que la OSCE y otras instituciones internacionales están tratando de hacer lo que pueden "para crear un marco legal para un Gobierno que no es legal para nada".

Según Wimmer, el problema del Gobierno actual de Ucrania es que está colaborando con gente que tarde o temprano la Corte Suprema de Alemania dejará fuera de la ley, "gente de la derecha, nazis, fascistas". Es sorprendente que ningún Gobierno occidental hable sobre esta gente que una vez ya provocó desastres, terror y guerras en Europa y ahora está de vuelta, apuntó el experto.

Respondiendo a la pregunta de RT de por qué entonces no se cuestiona la legitimidad de los elementos nacionalistas y extremistas dentro del Gobierno actual de Kiev, Wimmer señaló que es porque "estos nuevos nazis son nuestros 'buenos nazis' ahora y esto es desastroso para Europa".
Esta gente es un peligro real y no son solo Rusia, Crimea o gente del este de Ucrania los que están preocupados por esta situación. "Hay miedo en Dusseldorf, en Colonia, París y Londres. No hemos creado esta Europa moderna para tener a esta gente de vuelta".


Texto completo en: http://actualidad.rt.com/actualidad/view/122186-eeuu-ley-jungla-ucrania-nazis


http://actualidad.rt.com/actualidad/view/122186-eeuu-ley-jungla-ucrania-nazis

Anónimo disse...

Ucrania centro de la lucha por el poder global

Leyde Ernesto Rodríguez Hernández
Rebelión


La coyuntura política y económica internacional no puede ser más compleja para la comprensión de los fenómenos y los procesos de las relaciones internacionales.
A la opinión pública mundial, conmocionada por los recientes sucesos internos en Siria, Venezuela y Ucrania, le resulta difícil clasificar y conceptualizar la ola de manifestaciones extremistas y neofascistas que desestabilizan naciones y regiones enteras, tensando el funcionamiento del sistema internacional en su conjunto.

Para muchos se trata de una nueva “guerra fría”, que nunca concluyó entre el Este y el Oeste, aunque la diplomacia rusa se empeñe en considerar –desde hace más de dos décadas- como socios a los representantes de los Estados Unidos y de la Unión Europea, quienes enfrascados en una descarnada lucha geopolítica global, verdadero culto al politólogo germano-estadounidense Hans J. Morgenthau, fundador del moderno “realismo político”, basada en la concepción de que la política internacional es una permanente lucha por el poder, sin limitaciones de carácter moral en el accionar de una potencia en el escenario internacional.

En el pensamiento de Morgenthau, si una nación busca incrementar el poder, por medio de un cambio de la distribución de fuerzas internacionales, entonces practica una política imperialista. En esta filosofía se circunscribe la naturaleza agresiva y militarista de la coalición norte-oeste liderada por los Estados Unidos, en una época marcada por la crisis económica capitalista, que se hace sistémica, y de una reverdecida “guerra fría” que, teñida de poder inteligente, genera subversión, propaganda y desinformación, lo que acentúa el desorden y la incertidumbre sobre las relaciones internacionales.

En el caso de Ucrania, existen evidentes ejemplos que se corresponden con la argumentación anterior: la participación activa del gobierno de los Estados Unidos y de sus aliados de la Organización del Tratado del Atlántico Norte (OTAN) en el derrocamiento del presidente Viktor Yanukóvich, por fuerzas extremistas y neofascistas al servicio de los centros de poder norte-oeste. En este sentido, el secretario de Estado, John Kerry, reconoció la participación estadounidense en las acciones desestabilizadoras e ilegales al afirmar que su política está dirigida a obtener que las exrepúblicas soviéticas se integren al bloque euro-estadounidense abanderado, según él, de las “aspiraciones de libertad”.

...

http://www.rebelion.org/noticia.php?id=182517

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