Martinho Júnior | Luanda
Em
saudação aos 60 anos do MPLA, aos 52 anos da passagem do Che por África e aos
43 anos do 25 de Abril… e assinalando os 50 anos do início do “Exercício
ALCORA” e os 50 anos do início da Guerra do Biafra.
9-
A hegemonia do “apartheid” em relação aos seus subsidiários, o
colonialismo português e a “branca” Rodésia, reflectia-se, desde os alvores
do Exercício ALCORA (1967), não só no ambiente sócio-político e militar
(incluindo fornecimento de equipamentos e logística), mas também nos ambientes
económicos e financeiros de interesse comum, como nas questões que se prendiam
à diplomacia e aos serviços de inteligência.
Sob
o ponto de vista económico e financeiro, antecipando tudo o mais, duas grandes
iniciativas tiveram origem na capacidade geoestratégica, financeira e
tecnológica da África do Sul, redundante do seu poderio na via da Revolução
Industrial com impacto avassalador no sul do continente: o Plano do Cunene e a
barragem de Cabora Bassa.
Em “ALCORA
– O acordo secreto do colonialismo – África do Sul, o vértice do triângulo da
aliança”(pag. 74), os autores confirmam:
“Para
a África do Sul chegara o tempo de explorar as potencialidades das zonas de
interesse mútuo com Angola e Moçambique.
Um
dos grandes problemas do Sudoeste Africano era a falta de água e de energia.
Os
grandes rios do sul de Angola constituíam uma reserva importante para suprir
essas dificuldades e permitiriam instalar mais bancos e instalar mais minas.
Outro
dos problemas da África do Sul era a falta de mão-de-obra para as minas do
Transval.
A
13 de Outubro de 1964, foram assinados vários acordos entre Portugal e a África
do Sul.
Um
referia-se ao aproveitamento do Cunene, em Angola; um outro era relativo aos
trabalhadores moçambicanos contratados para as minas, concedendo-lhes mais
direitos e garantindo-lhes melhor protecção; e um terceiro tinha a ver com a
instalação de meios de frio no porto de Lourenço Marques para apoiar a
exportação de citrinos sul-africanos.
Estes
acordos foram assinados durante uma visita do Ministro dos Negócios Estrangeiros
sul-africano, Hilgard Muller, que salientou ao seu homólogo português, Franco
Nogueira, as vantagens do aprofundamento das relações económicas e negou
expressamente qualquer acordo militar.
O
aprofundamento das relações económicas referidas por Hilgard Muller, teve
seguimento em Março de 1965, através de um empréstimo da África do Sul a
Portugal, no valor de 5,75 milhões de rands para o projecto hidroeléctrico da
Matala (Angola).
Ainda
no âmbito da cooperação económica, em Julho do mesmo ano foram estabelecidos
acordos de transporte aéreo entre Portugal e a África do Sul, que permitiram
que a TAP e a SAA (South Africa Airways) passassem a voar duas vezes por semana
entre Lisboa e Joanesburgo.
Este
acordo tinha também a ver com as dificuldades de autorização de sobrevoo que
vários países africanos estavam a colocar às companhias aéreas de Portugal e da
África do Sul”.
O ”apartheid” ensinava
a um parceiro, membro da poderosa NATO, como se fazia a fim de estabelecer
alianças geoestratégicas: primeiro, “suavemente”, o emprego do engodo “soft
power”integrando a inteligência económica, tal e qual como notou o Rei
Lobengula no Zimbabwe, face aos avanços da British South Africa Company, com a
história da borboleta a ser engolida pelo perverso camaleão!
Em
ambos os casos (Plano do Cunene e Cabora Bassa), o “apartheid” procurava
múltiplas soluções no âmbito da criação de plataformas comuns da internacional
fascista na África Austral e entre elas destaco:
-
Busca de soluções no sentido de garantir mananciais de água em reforço das
necessidades dos países do sul;
-
Incentivo ao aumento dos recursos hidroeléctricos, visando suprir as
necessidades em energia a sul;
-
A elaboração de planos que visavam a ocupação humana dos territórios com
significado geoestratégico, contribuindo para definir regiões de ocupação (com
malha político-administrativa apertada) e regiões de intervenção (com malha
político-administrativa alargada e de fraca expressão, em função de baixíssimas
densidades de implantação humana).
-
Alterações substanciais nas capacidades instaladas nessas regiões, com vista à
introdução de processos agrícolas e pecuários intensivos, na base de planos de
agro-indústria, assim como do aproveitamento industrial de carnes de matadouro,
tirando partido das migrações anteriores (portugueses e boers);
-
Gestação duma forte capacidade amortecedora nas fronteiras norte da Namíbia,
algo que tem a ver com a contingência posterior da “Border War”, por que
como antecedente, implicou aproveitamentos, experiências, ensinamentos e a
integração de sensibilidades e efectivos.
Em
relação a Angola o Plano Cunene, a sul do Caminho de Ferro de Benguela,
integrava uma“frente amortecedora” que compreendia:
-
Nas regiões de ocupação com maior densidade de malha político-administrativa (a sudoeste de
Angola) e história de povoamento comum – o Plano Cunene;
-
No centro-sul dos dispositivos – a implantação da UNITA, que por via
dos nexos operacionais do âmbito da Operação Madeira procurava garantir uma “almofada” face
à penetração do MPLA em direcção à Região Central das Grandes Nascentes do
país, com implantação nas nascentes do Lungué Bungo;
-
No sudeste (sul do Moxico e Cuando Cubango) – dispositivos de
inteligência, de reconhecimento e militares de intervenção, que interceptavam e
procuravam neutralizar as penetrações do MPLA em Angola e da SWAPO na faixa de
Caprivi (neste caso provenientes da Zâmbia, na direcção de Rundu); foi em
Bwarata, na faixa do Caprivi e 60 km a sudoeste de Luiana, que instalaram os
sul-africanos os equipamentos militares e de inteligência que iriam ser
empregues, conjuntamente com os portugueses, num raio até Lumbala N’Guimbo e até
à fronteira com a Zâmbia
Em
1967 (“ALCORA – O acordo secreto do colonialismo – 1967, o ano em que ficou
definido o triângulo da aliança”, pag 102/103), “o líder sul-africano foi
muito claro, afirmando que o seu país ajudaria Portugal em qualquer eventualidade.
Esta
disponibilidade foi o gérmen da aliança estratégica que ambos os países,
juntamente com a Rodésia, desenvolveram a partir de antão e que, a nível
estratégico, se concretizou com o Plano do Cunene e em Cabora Bassa.
Com
a iniciativa e o apoio a esses projectos, Salazar quis evidenciar a sua
oposição à descolonização e a intenção de Portugal permanecer em África.
Como
vimos o Ministro sul-africano da Defesa, P. W. Botha, visitou Lisboa em Abril
para concertar políticas e, especialmente, para relançar o vector da cooperação
militar e de informações nas relações entre os dois países.
Botha
encontrou-se com Salazar e com os Ministros da Defesa, Negócios Estrangeiros e
Ultramar.
Também
se encontraram representantes dos Serviços Secretos sul-africanos, o Bureau os
State Security (BOSS) e a PIDE, com o fim de coordenarem acções e trocarem
informações.
Em
princípios de Julho e com o objectivo de reforçar a cooperação regional, Franco
Nogueira visitou oficialmente o Malawi.
Apesar
de não ter visitado a Rodésia, devido ao boicote internacional, ficou claro que
interessava tanto a Rodésia como a Lisboa apoiar o regime de Salisbúria.
O
que já estava a acontecer no terreno, uma vez que as forças rodesianas
realizaram nesse ano a primeira operação em território de Moçambique, na zona
de Tete (Operação Pagoda II), enquanto a África do Sul enviou um contingente da
sua polícia para a Rodésia.
Também
o general Machado de Barros, comandante da Região Aérea de Moçambique, visitou
oficialmente a Rodésia.
Mas
talvez tão importante, ou mais, como a cooperaçãomilitar entre os três países
para a futura aliança entre eles tenham sido as grandes obras para
aproveitamento da bacia do rio Cunene (Angola) e de Cabora Bassa (Moçambique).
Estes
dois projectos atrairiam necessariamente capital internacional, que dessa forma
se tornaria solidário com a política do regime português para África.
Como
vimos, a construção das duas barragens foi aprovada em Conselho de Ministros
realizado em Julho no meio de um intenso debate, que levou Salazar a ter de
intervir em seu favor.
Vários
ministros se opuseram, até por que os dois empreendimentos beneficiavam
principalmente a África do Sul.
De
facto, tanto a barragem de Cabora Bassa como o Plano do Cunene exportariam mais
de 80% da energia produzida para a África do Sul e, além disso, a bacia do
Cunene proporcionaria água para regar diversas zonas da Namíbia.
Por
isso os críticos do projecto achavam que o esforço de investimento deveria ser
suportado maioritariamente pelo país beneficiário”…
É
evidente que abrangendo a área de influência dentro de Angola, numa perspectiva
de quem observa África a partir da cidade do Cabo e olha para norte, (com
acções económicas, sócio-políticas, de inteligência e militares) o território a
sul do CFB, levando em consideração a Região Central das Grandes Nascentes, as
bacias do Cunene (a oeste), do Cuvelai e do Cubango (Okawango), no centro e
do Cuando (a leste) constituíam bacias hidrográficas críticas e
balizadoras.
O
relacionamento em termos da antropologia humana da metade sul de Angola, com os
aspectos físico-geográficos e ambientais e sobretudo nas características bacias
hidrográficas, foi o contexto de observação mais sensível para o delineamento
dos conceitos geoestratégicos do âmbito do Exercício ALCORA (entre 1967/1973),
que só no fim do colonialismo português (1973/1974) teve a tendência para se
alargar a norte, respondendo a riscos e ameaças externas que foram
inventariadas nessa altura, a noroeste do território angolano.
O
facto do “segredo do Exercício ALCORA” continuar a ser guardado após
o 25 de Novembro de 1975, é um claro indicador de quanto os sucessivos governos
portugueses, ao longo de mais de 40 anos, com “salazarenta inércia”,
podiam ingerir e manipular pelo menos no sul de Angola (conforme o exemplo da
rede clandestina desmantelada em Benguela e na Huila na primeira metade da
década de 80 do século passado).
Lembre-se
a propósito, quando a Operação Savannah irrompeu em Benguela na tentativa do“apartheid” chegar
a Luanda para entregar o poder em Angola a Savimbi, Amílcar Fernandes Freire,
agente principal dessa rede, recrutado em Lisboa pelo Adido Militar Ajunto
Jacobus Everhardus Luow, ter sido dos primeiros a entrar na Delegação do MPLA
naquela cidade, a fim de recolher o máximo possível da documentação existente e
deixada ao abandono, segundo declarações que fez a mim próprio, enquanto
oficial instrutor desse processo.
O
historiador, investigador e analista Josep Sánchez Cervelló, evidencia por
seu turno em“Transiciones en el Mundo Contemporâneo - El Big bang
portugués y la transformación geopolítica en el último tercio del siglo xx – 3
Repercusion en África Austral”:
…
“Después del 25 de abril de 1974, la arquitectura geopolítica diseñada durante
la Guerra Fría se hundió cuando, en julio de 1974, la Junta de Salvación
Nacional portuguesa reconoció el derecho de las colonias a la
autodeterminación.
Esta
decisión provocó el fin del eje Lisboa-Pretoria-Salisbury, en el que Portugal
era la primera línea de contención de los gobiernos racistas del África
Austral. Mozambique protegía a Rodesia y este país, a su vez, defendía a
Sudáfrica, y Angola se encargaba de impermeabilizar la frontera de Namibia.
Por
tanto, el debilitamiento de una parte del entramado hacía peligrar toda la
estructura de dominación en el sur del continente.
Este
eje racista se fraguó en 1968, cuando la Fuerza Aérea Sudafricana prestó apoyo
logístico a las tropas portuguesas de Angola y participó directamente en los
combates en el frente este, para impedir la penetración del MPLA y de la
Organización del Pueblo de África del Sudoeste (SWAPO) desde Zambia.
Al
año siguiente, Rodesia se coordinó con las autoridades portuguesas para
establecer un plan de contingencia en la región, ante el incierto rumbo que
para sus intereses tomaba la guerra de liberación nacional.
Finalmente,
en 1970 se estableció la alianza tripartita para asegurar la hot pursuit contra
la guerrilla, que permitía saltarse las fronteras. Ese mismo año, el general
sudafricano Charles Allan Fraser (1915–1994) redactó un informe demoledor sobre
el Ejército portugués, en el que resaltaba sus carencias y pedía que se le
apoyase para que no fuese derrotado. Entonces surgió la alianza militar secreta
denominada Exercicio Alcora para asegurar la hegemonía blanca en la región.
Otros
autores creen que el antecedente de esa colaboración se produjo el 17 de marzo
de 1970 cuando Sudáfrica le concedió a Portugal un crédito de 25 millones de
rands para sufragar la guerra, que Portugal avaló con el petróleo de Cabinda.
Sudáfrica,
para presionar a Portugal después del 25 de abril, le volvió a ofrecer otro
préstamo de 150 millones de rands en junio 23, cuando la lucha por el poder en
Portugal aún no se había dilucidado entre los que no
querían descolonizar (Spínola) y los que sí querían hacerlo (MFA)”…
10-
O Exercício ALCORA nesses termos, garantiu para a África do Sul no após 25 de
Novembro de 1975, explorando nexos secretos aparentemente “adormecidos” com
Portugal:
-
A reformulação dos conceitos visando a implementação da “Border War” em
Angola, com todas as implicações humanas que acarretou em relação a angolanos,
namibianos, sul-africanos e portugueses (no seu rescaldo e uma vez que foram
subsidiários da geostratégia do “apartheid” entre 1965 e 1975);
-
Que, levando em consideração que a partir de 1975 a linha da frente informal
Dar es Salam - Brazaville tinha dado sequência a sul à Linha da Frente “de
facto”, muitos aspectos de ordem sigilosa e de inteligência se começariam a
coligir no âmbito dum novo quadro de relacionamento luso-sul-africano com
raízes e derivações a partir do Estado Novo;
-
Que em socorro desse novo quadro de relacionamento afluíam em proveito do
minguado território da internacional fascista na África Austral, quer as “redes
stay-behind” da NATO (já implantadas ou com novos reforços) sob os
auspícios, por exemplo, da passagem de fronteira de dispositivos da PIDE/DGS
(entre eles Óscar Cardoso com os Flechas) e do âmbito doutrinário e ideológico
no quadro propiciado pelo “Le Cercle”, de organizações etno-nacionalistas,
(como por exemplo as que chefiavam Savimbi e Daniel Chipenda), ou de entidades
afins como ocorreu com Jaime Nogueira Pinto ou de homens-de-mão que viriam a
dar impulso, no lado de Moçambique, à RENAMO (Orlando Cristina e Evo
Fernandes).
Na
sua intervenção em “Transiciones en el Mundo Contemporâneo - El Big
bang portugués y la transformación geopolítica en el último tercio del siglo xx
– 3.1 En Mozambique”, Josep Sánchez Cervelló, destaca:
“…
El FRELIMO había sido la fuerza hegemónica que desde 1964 combatía al poder
colonial.
Tras
el 25 de abril y con el apoyo del MFA, que quería establecer un cese de
hostilidades, se consolidó como la única fuente de legitimidad, lo que
inviabilizó la concurrencia de cualquier otra formación política.
No
obstante, al socaire de la represión que desencadenó este partido
marxista-leninista en 1976 contra los 35000 mozambiqueños integrados en las
tropas portuguesas, hubo una fuga de disidentes hacia Rodesia y Malaui.
Estos
fueron encuadrados por la Central Intelligence Organization (CIO) rodesiana,
dirigida por Ken Flower, con la colaboración después del 25 de abril del exjefe
de la policía política portuguesa, la Policía Internacional y de Defensa del
Estado (PIDE), Silva Pais, en la organización que denominaron inicialmente
Movimiento de la Resistencia Mozambiqueña (MNR).
El
primer contingente de mercenarios llegó el 2 de junio dirigido por Óscar
Cardoso, uno de los pides más influyentes, pero la mayoría de los reclutados,
en menos de un año se fueron a Zaire, donde la CIA les prometió a los que se
uniesen al Frente Nacional de Liberación de Angola (FNLA) una soldada mejor.
No
fue hasta junio de 1976 cuando André Matsangaiza, exoficial del FRELIMO, se
escapó de la prisión en Sacuze (Mozambique), donde cumplía una pena por haber
robado un Mercedes Benz, y había sido capturado por la CIO, que fue cuando pudo
montarse la Resistencia Nacional Mozambiqueña (RENAMO).
Orlando
Cristina, un hombre ligado a Jorge Jardim, el empresario portugués más
influyente de Mozambique, ligado a la PIDE, y que había intentado, en
colaboración con Pretoria y Salisbury, obtener una independencia blanca, fue
quien le dio nombre”…
A “defesa
da civilização cristã ocidental”, contra o “perigo comunista” foi
garante para a continuidade do ambiente secreto, promíscuo e ambíguo, no quadro
do novo relacionamento de Portugal para com a África do Sul durante os últimos
anos do “apartheid” e mesmo depois, em prejuízo de Angola e de
Moçambique, particularmente nos “exercícios” de Mário Soares e de
Cavaco Silva.
É
evidente que, ainda por exemplo e para demonstrar o carácter secreto dos
envolvimentos daqueles que quiseram dominar em Angola da forma mais perversa,
quer os sucessivos governos portugueses, quer os sucessivos governos
sul-africanos, não revelaram (nem ainda revelam) a Angola a importância da
Região Central das Grandes Nascentes, limitando-se a apoiar iniciativas em
sectores hidrográficos limítrofes, como no caso da fronteira sul, ou de partes
específicas de algumas bacias (bacias do Cunene, Cuvelai, Okawango e Cuando,
Zambeze), agora sob os olhos do comércio e do turismo transfronteiriço, num
quadro que corresponde aos parâmetros da inteligência económica e “soft
power” das elites globais ao nível da aristocracia financeira mundial e do
seu “lobby” dos minerais e cartel dos diamantes.
Esse
alheamento propositado visa que Angola acorde tarde demais para a urgente
necessidade duma “Geoestratégia para um desenvolvimento sustentável” conforme
tenho chamado à atenção, desinformando obstinadamente por outro lado,
considerando que as guerras em África são também guerras “sem fronteiras” em
busca de espaço vital e de acesso à água interior.
Quanto
mais vulnerável é Angola independente e soberana, mais os círculos e circuitos
do “Le Cercle” se sentem correntemente à vontade, na sua integração
nos circuitos do capitalismo neoliberal e elitista que são determinantes na
África Austral por via do “lobby” dos minerais e do cartel de
diamantes.
É
evidente que com as actuais correntes sócio-políticas, sob os impactos
internacionais promovidos pelas ondas dominantes neoliberais, os angolanos
estão a ser capazes de fazer proliferar Parques Naturais Transfronteiriços nos
cursos médio-terminais dos rios como acontece no Cuando Cubango (sob os
estímulos do “lobby” dos minerais e do cartel dos diamantes, com base
no Botswana), mas fica-lhes muito difícil reconhecer a urgente necessidade de
controlar, sob o ponto de vista de conhecimento, ambiental e de gestão de
recursos, as nascentes de todas as principais bacias hidrográficas que desenham
a “rosa dos rios” do país a partir da Região Central das Grandes
Nascentes, inclusive a fim de responder aos desafios que as assimetrias têm
vindo a impor!...
Portugal
só viria a reconhecer, relutantemente, o governo da República Popular de
Angola, a 22 de Fevereiro de 1976!...
Foi
o 83º país a fazê-lo!...
Como
sempre, de ambiguidade em ambiguidade, de promiscuidade em promiscuidade,
Portugal enquanto estado vassalo, vai “por inércia” e “por
arrasto”, quantas e quantas vezes, atrás de outros capazes de potenciar
geoestratégias ainda que sejam apenas nos termos de influência “soft
power”, com a timidez que é imposta tal como o foi no quadro do Exercício
ALCORA e o é no quadro da NATO, garantindo “por osmose” seu subsídio
também ao USAFRICOM.
A
consultar de Martinho Júnior:
A
ambiguidade feita cultura política – http://paginaglobal.blogspot.com/2013/11/a-ambiguidade-feita-cultura-politica.html
Assim
se faz a hegemonia – http://paginaglobal.blogspot.pt/2013/07/assim-se-faz-hegemonia.html
Eleições
na letargia duma colónia periférica – http://paginaglobal.blogspot.com/2013/10/eleicoes-na-letargia-duma-colonia.html
Programa
soft power da CIA contra Angola, passa por Portugal – http://paginaglobal.blogspot.com/2017/01/programa-soft-power-da-cia-contra.html
Assimilação
neocolonial sem precedentes – http://paginaglobal.blogspot.com/2017/03/assimilacao-neocolonial-sem-precedentes.html
Neocolonialismo
em brandos costumes e dois episódios – http://paginaglobal.blogspot.com/2017/03/neocolonialismo-em-brandos-costumes-e.html
Portugal
à sombra de ambiguidades ainda não ultrapassadas – I – http://paginaglobal.blogspot.pt/2017/04/portugal-sombra-de-ambiguidades-ainda.html
Portugal
à sombra de ambiguidades ainda não ultrapassadas – II – http://paginaglobal.blogspot.pt/2017/04/portugal-sombra-de-ambiguidades-ainda_30.html
Portugal
à sombra de ambiguidades ainda não ultrapassadas – III – http://paginaglobal.blogspot.pt/2017/05/portugal-sombra-de-ambiguidades-ainda.html
Série
completa (8 intervenções) de “Há 50 anos aviões da NATO bombardeavam em
Angola” – Página Global Blogspot –http://paginaglobal.blogspot.pt/
Geoestratégia
para um desenvolvimento sustentável – http://paginaglobal.blogspot.pt/2016/01/geoestrategia-para-um-desenvolvimento.html
Outras
fontes:
Lybia:
the morality of intervention – https://www.theguardian.com/commentisfree/2011/mar/24/libya-morality-intervention-united-europe
Lista
de entidades do “Le Cercle” – https://isgp-studies.com/le-cercle-membership-list
Daniele
Ganser – http://www.voltairenet.org/auteur124764.html?lang=es
La
guerra secreta en Portugal – http://www.voltairenet.org/article170116.html
Mercenaires
S. A. – https://www.monde-diplomatique.fr/1998/08/LINARD/3945; https://www.amazon.fr/Mercenaires-S-Philippe-Chapleau/dp/2220042308
“A
guerra secreta de Salazar em África – Aginter Press, uma rede internacional de
contrassubversão e espionagem sediada em Lisboa” – https://books.google.co.ao/books?id=ZUBp54PXDZEC&pg=PT75&lpg=PT75&dq=portugal+na+guerra+do+biafra&source=bl&ots=vg88ZaqkYs&sig=fvv1aMQJjBfT33HMh3P91lmUE0U&hl=pt-PT&sa=X&ved=0ahUKEwjXwt_V_c7TAhUJAsAKHe_LCVY4ChDoAQg0MAc#v=onepage&q=portugal%20na%20guerra%20do%20biafra&f=false
Séti
Yale s’est éteint – http://www.lesoftonline.net/articles/seti-yale-s%E2%80%99est-%C3%A9teint
A
última cruzada portuguesa em África – http://cobracascavel007.blogspot.com/2012/11/a-ultima-cruzada-portuguesa-em-africa.html
Nigéria/Biafra
– Hélio Felgas – http://livrosultramarguerracolonial.blogspot.com/2012/03/nigeria-biafra-maior-guerra-entre.html
Na
guerra do Biafra – https://ab4especialistas.blogspot.com/2010/06/em-julho-de-1969-o-seguinte-pessoal-ex.html
Zambezi
basin – http://www.fao.org/docrep/W4347E/w4347e0o.htm
Okawango
basin – http://www.fao.org/docrep/W4347E/w4347e0p.htm
Cuvelai
basin – http://www.cuvewaters.net/The-Cuvelai-Etosha-Basin.121.0.html
Cunene
basin – http://editors.eol.org/eoearth/wiki/Kunene_River
Imagens: Capa
do livro “ALCORA – o acordo secreto do colonialismo”; “Transiciones
en el mundo contemporâneo; Exercício ALCORA: carta do Ministro da Defesa do “apartheid” para
o Ministro da Defesa do Estado Novo, de 6 de Fevereiro de 1968 (pags 110/111 do
livro “ALCORA – o acordo secreto do colonialismo”; Barragem da Matala;
Barragem de Calueque.
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