HOJE JÁ É TARDE DEMAIS
Martinho Júnior, Luanda
EM SAUDAÇÃO AO 25 DE MAIO, DIA DE
ÁFRICA, QUANDO HÁ 56 ANOS, EM GRANDE PARTE EM FUNÇÃO DA LUTA DE LIBERTAÇÃO, SE
CRIOU A ENTÃO “OUA”, ORGANIZAÇÃO DA UNIDADE AFRICANA (https://www.officeholidays.com/countries/africa/african_unity_day.php)!
No Cunene, de há pouco mais de
100 anos a esta parte, estão-se jogando algumas das sagas mais decisivas do
povo angolano e da África Austral.
Durante todo o século XX o povo
angolano ficou impotente face à necessidade de, em função das características
físico-geográficas-ambientais do território nacional, implementar uma
geoestratégia de desenvolvimento sustentável que correspondesse a uma lógica
com sentido de vida.
Esse desafio vital foi sendo
adiado e ganhar a consciência da necessidade dum outro esforço tem estado até
hoje revertida ao fracasso, em grande parte por causa da mentalidade padrão
induzida pelo próprio colonialismo.
Apesar da intensidade das lutas,
os angolanos ainda não acordaram para os parâmetros necessários com vista a,
com base na lógica com sentido de vida que dá sequência ao esforço do movimento
de libertação, encetar uma geoestratégia para um desenvolvimento sustentável
capaz de reverter para uma cultura cientificada e uma prática de inteligência
patriótica!
Se pesou a contrariedade da
aliança entre colonialismo e “apartheid” que resultou em imensas
sequelas, pesa também a mentalidade inculcada que advém duma longa colonização
realizada a partir do mar, que moldou os processos dos investimentos
infraestruturais e estruturais do novo país, que moldou a mentalidade e os
expedientes correntes de assimilação de que algumas elites são protagonistas…
O triângulo de ocupação do espaço
angolano, o triângulo ocidental, resulta do fomento do colonialismo após o fim
do expansionismo vencedor das últimas resistências, no período de 1926 até
1975… os outros três triângulos (norte, leste e sul) são triângulos de
intervenção, de malha político-administrativa pouco densa a sul e a leste!
Nesse período o Estado Novo,
antes de mais representativo da oligarquia agrária portuguesa, reflectiu em
Angola seu próprio carácter, incrementando a agricultura virada para a
exportação (café, oleaginosas, algodão, sisal, frutas… ), enquanto no litoral
motivou-se com o escândalo da pesca que aproveitava os fenómenos únicos
comportados pela corrente fria de Benguela.
Foi o eclodir da luta armada em
1961 que obrigou a um outro ciclo de respostas do colonialismo português, que
mesmo assim só abria mão aos assimilados da ocasião, parte deles motivados
pelas contradições do próprio colonialismo e pouco a pouco mobilizados em prol
da luta de libertação nacional pela independência.
Face aos desafios, o próprio
Estado Novo viu-se obrigado a fomentar uma burguesia industrial, que
correspondeu ao fim do poder de Oliveira Salazar e começo do poder de Marcelo
Caetano…
Em Angola, o indigenato
(sobre)vivia num país humanamente rarefeito (em 1910 durante o período último
da resistência à expansão colonial a população decresceu até cerca de 2.900.000
habitantes), vítima da repressão e sujeito a todo o tipo de injustiças sociais,
que se espelhavam nos sistemas básicos do trabalho, da saúde, da educação, da
habitação… em todo o ciclo de vida.
O povo angolano não era nem
sábio, nem feliz!
Tudo isso em rescaldo, objectiva
e subjectivamente impede hoje que finalmente se adoptem as medidas de controlo
e gestão sobre a região central das grandes nascentes a fim de garantir vida a
muito longo prazo para as gerações presentes e futuras e promover uma
geoestratégia de desenvolvimento sustentável capaz de vencer os desafios
próprios dos impactos de aquecimento global em toda a África Austral e Central.
Isso reflete-se também como é
evidente no agravamento da seca com a expansão dos desertos do Namibe e do
Kalahári para norte, ou seja em plena área da criação de gado seminómada, pois
tardam as contramedidas quando o aquecimento global é já uma preocupação
prioritária!
Hoje já é tarde demais, por que o
possível esforço de luta contemporânea, o esforço angolano de hoje, só pôde ser
realizado depois de vencido o colonialismo, depois de vencido o “apartheid”,
depois de vencidas algumas de suas sequelas e ganhando consciência crítica e de
vanguarda face ao capitalismo neoliberal que tem sido inculcado em África
formatando mentalidades nas elites servis, quando tudo se deveria ter iniciado
em tempo oportuno precisamente há pouco mais de 100 anos!
Também por esta razão tenho considerado
que Angola tem apenas (sobre)vivido (?) em “séculos de solidão”!
07- Acabado de vencer
militarmente as resistências ao seu expansionismo na segunda década do século
XX, entre 1926 e 1961, o Estado Novo, em reflexo de sua representatividade em
relação à oligarquia agrária portuguesa, incrementou em Angola a agricultura
vocacionada para a exportação de produtos tropicais (café, oleaginosas,
algodão, sisal, frutas…), enquanto no litoral motivou-se com o “escândalo” da
pesca que aproveitava os fenómenos únicos comportados pela corrente fria de
Benguela (http://jornaldeangola.sapo.ao/opiniao/artigos/a_luta_de_resistencia_popular_a_ocupacao_de_africa).
Devido às suas debilidades
(Portugal era de facto também subdesenvolvido) o colonialismo deixou para as
transnacionais a exploração mineral (embora com sua participação) e uma parte
da construção de infraestruturas.
Mesmo assim jamais conseguiram
debelar por completo a tomada de consciência dos angolanos (https://www.fnac.pt/Livros-Brancos-Almas-Negras-Miguel-Bandeira-Jeronimo/a1304170)
não só da situação colonial (http://jornaldeangola.sapo.ao/opiniao/artigos/do_sentimento_nativista_ao_protonacionalismo),
mas da necessidade de luta de libertação nacional (https://opais.co.ao/index.php/2018/02/04/portugal-nunca-quis-dar-a-independencia-ao-povo-angolano/).
Eram as próprias contradições
características do processo colonial, que forneciam o húmus do antagonismo,
compelindo para a luta armada pela independência.
No sul, as comunidades angolanas
que possuíam culturas seminómadas agarradas à criação de gado e aos ciclos
obrigatórios da transumância (em toda a actual Província do Cunene e franjas na
Huila, no Namibe e no Cuando Cubango), havendo imensas dificuldades na sua
assimilação, foram sendo deixados entregues às suas culturas de resistência,
pouco se importando o colonialismo com as soluções nevrálgicas no que diz
respeito à água interior em seu benefício, ou do seu gado; o colonialismo
demonstrou-se incapaz de impactar no seu espaço vital.
Esse “entendimento tácito” revelador
das imensas lacunas e falências de capacidade colonial, levava a que mucubais,
humbes, cuamatos e cuanhamas, tidos como detentores de culturas para o efeito
não aptas, não fornecessem “contratados” (https://journals.openedition.org/cea/2206)
para as fazendas do norte do país e a mão-de-obra barata sucedânea dos
processos de escravatura.
O recrutamento dessa mão-de-obra
quase escrava (http://jornaldeangola.sapo.ao/cultura/patrimonio/a_longa_noite_de_um_povo_agrilhoado)
foi essencialmente “trabalhado” na área de sedentarização e na parte
mais ocidental da região central das grandes nascentes (sobretudo nos planaltos
do Huambo e do Bailundo).
A intensidade do esforço de
ocupação nessas áreas de expansão colonial, motivaram a proliferação de missões
católicas e protestantes (https://www.livrariafernandosantos.com/produto/atlas-missionario-portugues-2/),
em jeito de íntima competição, acabando por influenciar na modelagem duma
formatação humana que deu origem à intensa sequela etno-nacionalista de que se
rodeou Savimbi e dele próprio (conforme se pode constatar pela sua própria
trajectória humana desde o berço familiar).
As comunidades seminómadas do sul
não aderiram a essa sequela gerada pelo colonialismo português entre 1961 e
1975 pois o seu ambiente sociopolítico e tradições destacavam-se dela, à medida
que os contraditórios se foram acumulando, também por que a norte do Sudoeste
Africano as aspirações à independência ocorreram simultaneamente.
As povoações que foram surgindo
além do curso do Cunene, nessa região humanamente rarefeita, passaram a ser
pequenas localidades comerciais (rede retalhista), uma característica que “afectou” todo
o triângulo sul do espaço nacional.
Nesse triângulo não surgiu, mesmo
depois de 1961, polo de desenvolvimento algum de vulto, conforme se pode
constatar nos estudos de Walter Valdemar Pedro Marques (http://www.eduardomartinho.pt/loja/marques-walter-problemas-desenvolvimento-economico-de-angola/ - http://livrosultramarguerracolonial.blogspot.com/2014/12/ultramar-problemas-do-desenvolvimento.html - https://prabook.com/web/walter_waldemar_pego.marques/1427663 - http://memoria-africa.ua.pt/Catalog.aspx?q=AU%20marques,%20walter).
A resistência sociocultural fez
com que a administração colonial pouco fizesse para encontrar soluções em
relação à rarefação da água a sul do paralelo do Cuvelai, pois tacitamente
convinha ao colonialismo o impasse a que se havia chegado.
No cômputo geral, se em 2010 a população total de
Angola se reduzia a 2.900.000 habitantes, no início da década de 1960 a população atingia
4.830.449 habitantes (https://produto.mercadolivre.com.br/MLB-944440772-continuidades-e-descontinuidades-de-um-processo-colonial-_JM)…
Em 1900 a população de Angola
era estimada em 4.789.945 habitantes e em 1920 em 4.278.200, ou seja: o esforço
da expansão, com os episódios da Iª Guerra Mundial incluídos, resultou em
genocídios de que Angola levaria muito tempo a recuperar-se… tal qual aconteceu
também e quase simultaneamente no Sudoeste Africano, com o genocídio dos
hereros e dos namas, ou no Congo dominado pelo Rei Leopoldo II!...
Os crimes compensam para o
colonialismo e para aqueles que ainda hoje, por arrasto, continuam a beneficiar
deles! (https://paginaglobal.blogspot.com/2018/09/os-crimes-compensam.html).
08- Em Angola e no Sudoeste
Africano a expansão colonial segundo os modelos português e prussiano, tal como
os “ofícios” do Rei Leopoldo II no Congo, após a Conferência de
Berlim tornaram-se numa cadeia de genocídios contra os povos africanos, que
visava o seu enfraquecimento e a sujeição completa a que ficaram remetidos! (https://www.youtube.com/watch?v=S8hAGN4b0tM).
Esse “modelo” aliás seguiu o “similar” anglo-saxónico
do expansionismo característico dos Estados Unidos na América, o expansionismo
que está na origem do seu papel imperialista! (https://paginaglobal.blogspot.com/2014/12/uma-fruta-que-nao-caiu-i.html)
O expansionismo visou a submissão
dos povos africanos por via do terror genocida… os fins justificaram os meios,
segundo a filosofia atribuída a Maquiavel (https://www.significados.com.br/os-fins-justificam-os-meios/),
tão interiorizada pela “civilização judaico-cristã ocidental”…
Século XX afora, foi esse mesmo
maquiavelismo que teve continuidade com o colonialismo, o “apartheid” e
todas as suas sequelas, de forma a manter o torpor mental dos africanos, para
que África continuasse a ser aquele “aquele corpo inerte à mercê dos abutres”!
(http://pagina--um.blogspot.com/2010/10/globalizacao-o-camaleao-voraz-que.html)
É claro que obrigados à luta
constante pela sobrevivência nas mais terríveis condições, as culturas
africanas, incluindo as resistentes, foram incapazes de ganhar consciência no
sentido duma geoestratégia de desenvolvimento sustentável, até por que a água
interior do continente, passou a ser controlada e gerida pelas potências
coloniais a fim de exclusivamente satisfazer seus processos de domínio,
implantação e ocupação!
Esse processo de “deseducação” chega
aos nossos dias, quando em muitas regiões do país se estão a abater árvores e
florestas, ou por perniciosa influência do elitismo do cartel dos diamantes, do
ouro e da platina, que domina na África do Sul, no Botswana e até na Namíbia,
não se controla, nem se gere os espaços críticos das nascentes de água e, por
tabela, a região central das grandes nascentes! (http://paginaglobal.blogspot.pt/2012/08/angola-demografia-identidade-nacional.html).
A origem da mentalidade corrente
dos africanos está nesses pressupostos de raiz, que não são só motivações de
ordem psicossocial, mas traduzem a visão de desenvolvimento de quem chegando
por mar, expandiu seu domínio na direcção do interior por via do genocídio, com
aliados provenientes do sul!
O choque e a terapia que a
hegemonia unipolar tem vindo a aplicar com o capitalismo neoliberal (conforme
ocorre em Angola desde 31 de Maio de 1991, data do Acordo de Bicesse),
inspirou-se no choque genocida sucedâneo da Conferência de Berlim, o que o
colonialismo desde logo aproveitou para levar a cabo a terapia depois da
expansão para o interior em África intimamente associada aos cenários da Iª
Guerra Mundial, no caso angolano de 1926 até ao 25 de Abril de 1974!
Com a derrota prussiana na Iª
Guerra Mundial, o Sudoeste Africano passou a ser administrado pela África do
Sul, no seguimento do expansionismo imperialista motivado pela filosofia e
prática elitista de Cecil John Rhodes, a princípio segundo mandato da Sociedade
das Nações (instituição que esteve na base da Organização das Nações Unidas).
Sendo o colonialismo português
subsidiário ao império britânico, desde os cenários da Iª Guerra Mundial em
Angola, Sudoeste Africano, Moçambique e Tanganika, que passou a ser
determinante o conceito elitista poderosamente assente no cartel dos diamantes,
do ouro e da platina na África do Sul, detentor de capital e de enorme
capacidade de investimento no âmbito do poderoso “lóbi” dos minerais
nos Estados Unidos (suporte tradicional dos Democratas).
Findas as guerras de ocupação em
Angola, no Sudoeste Africano e em Moçambique, o cartel tornou-se imperioso nas
políticas de “fomento”, abrangendo interesses luso-belgas e dominando
as “Bolsas” de diamantes, como as de Antuérpia, as de Nova York e
mais tarde as de Tel Aviv…
Em Angola os seus investimentos
no sector dos diamantes (formação da Diamang – https://observador.pt/especiais/diamang-100-anos-da-maior-empresa-imperio-portugues-racismo-abusos-e-trabalhos-forcados/)
e em infraestruturas (porto do Lobito e Caminho de Ferro de Benguela), socorreu
as depauperadas finanças coloniais portuguesas incapazes de gerarem por si
próprias capacidades ao nível da determinante revolução industrial.
A Diamang tornou-se assim “um
estado dentro dum estado”, uma “companhia majestática” ela própria
organizada segundo os moldes do“apartheid”!
Foram os interesses da
aristocracia financeira mundial (clãs Rockefeller e Rothschield) que se
assenhorearam do “copperbelt” do Katanga e da Zâmbia e por isso a sua
azáfama nos impactos infraestruturais que geraram em Angola como em Moçambique
(minas, portos e caminhos de ferro).
Foi um “braço direito” de
Cecil John Rhodes que implantou fisicamente o Caminho de Ferro de Benguela, do
Lobito ao Luau (https://pt.wikipedia.org/wiki/Caminho_de_Ferro_de_Benguela):
Robert Williams (https://pt.wikipedia.org/wiki/Robert_Williams_de_Park).
Na superestrutura ideológica do
colonialismo português, na continuidade da “dilatação da fé e do império”,
confundia-se o fascismo-colonialismo do Estado Novo e o cristianismo que
respondia à Concordata com o Vaticano, o verdadeiro alfobre ideológico para
esta corrente época de capitalismo neoliberal que “repesca” os velhos
expedientes de assimilação.
O espaço vital ocupado pelos
gambos, pelos humbes, pelos cuamatos, cuanhamas e ovambos, ficou à margem
dessas “linhas de penetração”consolidadas ao longo de todo o século
XX, “linhas de penetração” aliás que em Angola estavam bem no eixo
dos polos de desenvolvimento que foram sendo criados no triângulo ocidental do
quadrilátero angolano, o triângulo de ocupação da mais densa malha
político-administrativa colonial expressa pelo economista Walter Valdemar Pedro
Marques já no tempo do exercício de Marcelo Caetano! (http://memoria-africa.ua.pt/Catalog.aspx?q=AU%20marques,%20walter)
Por outro lado, até o Rei Mandume
ya Ndemufayo recebeu influência de protestantes alemães, o que nos dá ideia do
quadro periférico a que se destinou o sul, onde escasseavam missões católicas
associadas ao colonialismo português e missões de outras origens.
O imperialismo britânico em
África, um elitismo consubstanciado sobretudo nos e a partir dos carteis da
indústria mineira na África do Sul, passaram a ser os reitores da aproximação
recíproca entre o colonialismo português, o belga, o britânico e, mais tarde,
na aproximação com o“apartheid” na sequência do seu surgimento na África
do Sul! (https://www.estudopratico.com.br/historia-do-apartheid-na-africa-do-sul/)
A “província ultramarina” de
Angola era uma figura de estilo, “para inglês ver” e a leste do
Cunene, “as terras do fim do mundo”, estimulou-se a manutenção duma tática
que enredava angolanos e namibianos nas amarras do domínio colonial estático e
alimentando as cordas da submissão e do atraso característico dum “irreversível” subdesenvolvimento.
Martinho Júnior - Luanda, 21 de Maio de 2019
Fotos:
01- Os carros dos boeres, antes
da chegada dos primeiros veículos motorizados, foram um meio de transporte
incontornável que socorreram os colonialistas portugueses nos percursos da
expansão e conquista para sul e sudeste de Angola; esta fotografia foi tirada
em Moçâmedes frente ao que é hoje o Hotel Namibe;
02- Cuanhamas no sul de Angola
(princípio do século XX);
03- Pescadores dos rios do sul de
Angola (princípio do século XX);
04- O rio Caculuvar (afluente da
margem direita do rio Cunene) na Cahama, foi durante muitos anos a “fronteira
leste” da penetração colonial portuguesa, enquanto não foram vencidos
gambos, humbes, cuamatos e cuanhamas; Vencido o Caculuvar, a etapa seguinte na
penetração colonial foi vencer o Cunene e por fim vencer o Cubango;
05- “Cinema para indígenas”,
do espólio fotográfico da Diamang, ilustrativo do grau de “apartheid” que
se viveu no nordeste de Angola, com a “companhia majestática” que
ditava as suas próprias leis; imaginem o tipo de filmes que por lá foram
passando…
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