terça-feira, 22 de outubro de 2019

Portugal | Contra Rio... não sabem nadar, iô!


Portugal a abrir no Curto do Expresso. Cristina Figueiredo é a jornalista que bota as palavras e aborda os temas. Depois o resto do mundo numa penada. A cultura política não é esquecida, com a literatura em destaque. Referências curtas, como é recomendável no Curto.

Rui Rio e a sua luta é referida, darão logo por ela. A luta contra seus adversários, no PSD. O PSD está a desconjuntar-se. Adversários que querem fazer do PSD um partido radical de direita, há que reconhecer. O que esses querem é uma associação de gentes da linha Passos, Relvas e outros oportunistas que ao longo de décadas se vêm safando na vidinha tendo por encosto o partido que devia ser social-democrata. Mas não, eles dizem-se liberais. Daqueles liberais à moda do salazarismo. Democratas da treta. Como temos visto e sentido na pele e na pobreza que alastra com tais sevandijas.

Rio não é muito melhor, mas comparativamente é muito melhor. Do mal, o menos. Além disso nunca vimos um Rio afogar-se mas sim afogar os que não sabem nadar em águas límpidas, sendo peritos só nas águas turvas e emporcalhadas dos esgotos. Iô!

Adiante há mais matéria sobre Portugal. Até porque está por resolver a questão dos votos da emigração… E o governo de Costa, A Gerinsonsa, continua à espera para avançar e ser governo com o apoio dos partidos da esquerda – porque assim diz Costa, o mentiroso por necessidade. No decorrer da legislação e da governação veremos a confirmação do que se espera e afirma.

Do mundo também há abordagem no Curto. Melhor será avançar e ler mais do que se segue. Passem um bom dia, se conseguirem. Era otimo que conseguissem. Avante.

MM | PG

Bom dia este é o seu Expresso Curto

A luta (de Rio) continua

Cristina Figueiredo | Expresso

Catorze dias e algumas horas depois, Rui Rio quebrou o silêncio para confirmar o que já tinha deixado subentendido na noite eleitoral: é recandidato à liderança do PSD. Se deixar de ser presidente do partido será por escolha dos militantes, depois de ter dado a devida luta aos seus adversários internos. E a luta promete. Não há antecipação nem de diretas nem de congresso: aquelas hão-de acontecer em janeiro, este em fevereiro - como ordinariamente previsto. Até lá, Rio acumula a liderança partidária com a da bancada parlamentar, uma solução (assumidamente provisória) que lhe vai permitir controlar totalmente a agenda do partido e tirar o proveito que entender dos confrontos regulares com o primeiro-ministro.

A tribuna parlamentar vai funcionar (para o bem e para o mal) como o seu principal tempo de antena para dentro e para fora do partido. E as expectativas, agora, são altas: se souber capitalizar (como fez na campanha eleitoral para as legislativas) os tête-a-tête com António Costa não se prevê vida fácil para os seus rivais (para já, apenas Luís Montenegro e Miguel Pinto Luz), confinados aos jantares e outras ações de campanha interna para fazerem passar as suas mensagens sobre o que querem para o PSD.

Ontem, na intervenção com que se (re)apresentou ao país social-democrata, num cenário laranja com a inscrição do slogan "Portugal ao centro", Rio não fez a coisa por menos: a sua candidatura, afirmou, é a que defende a social-democracia e a que quer "impedir um PSD de perfil eminentemente liberal", liderado pelo "cinismo e a hipocrisia do politicamente correto" e tomado por "grupos organizados e pouco transparentes" . Se ganhar, já deixou o aviso: não está "disponível para voltar a enfrentar deslealdades e permanentes boicotes internos", como aconteceu com "o lamentável golpe de janeiro passado" (quando Montenegro o desafiou para eleições internas antecipadas). Se perder, também ficou claro, vai-se embora sem ressentimentos: "Candidato-me por espírito de missão e com total desprendimento", garantiu.

OUTRAS NOTÍCIAS, CÁ DENTRO...
Aguarda-se para hoje ainda a decisão do Tribunal Constitucional sobre a reclamação do PSD que pediu que os 35 mil votos da emigração anulados (por irregularidades formais) fossem declarados abstenção. A decisão não deverá ter consequências na distribuição dos 4 mandatos eleitos pelos círculos da Europa e de Fora da Europa (dois para o PS, dois para o PSD) mas a queixa já provocou o adiamento da tomada de posse dos 230 deputados e, consequentemente, do novo Governo, que só acontecerá (na melhor das hipóteses) lá para sexta-feira. A conferência de líderes que vai marcar a primeira sessão plenária do novo Parlamento está agendada para as 19h.

E por falar em novo Governo, ontem conheceram-se os nomes dos novos secretários de Estado e ficou assim completa a lista do maior Executivo desde 1976: são 70 governantes (primeiro-ministro incluído). Esta é apenas uma curiosidade no maná delas que o David Dinis descortinou no XXII Governo Constitucional.

É, aparentemente, uma pergunta retórica: pode um procurador interferir numa investigação levada a cabo por seus subordinados e impedi-los de ouvir as testemunhas que bem entendam? O Conselho Superior do Ministério Público reúne hoje para abordar a questão e a Procuradora Geral da República, Lucília Gago, deverá ser mandatada para emitir uma diretiva para procedimentos futuros. Mas de teórica a discussão não tem nada: em causa está o facto de o procurador Albano Pinto ter impedido os magistrados do caso de Tancos de ouvirem o Presidente da República e o primeiro-ministro no decurso da investigação.

O Conselho Disciplinar da Zona Sul da Ordem dos Médicos reúne-se esta tarde na sede da Ordem dos Médicos, para debater o caso de Artur Carvalho, o médico responsável pelas ecografias do bebé que nasceu com malformações graves. Ontem, a família de Rodrigo formalizou a queixa contra o clínico.

Um professor substituto na escola Rainha Dona Leonor, em Lisboa, foi detido pela PSP e deverá ser presente hoje a tribunal, depois de ter agarrado pelo pescoço um aluno do 8º ano. O professor pode responder pelos crimes de ofensa à integridade física e maus-tratos a menor.

Verde há muito que não é sinónimo de esperança em Alvalade. Depois de, no domingo, a direção do Sporting ter anunciado a rescisão dos protocolos com as claques Juventude Leonina e Diretivo Ultras XXI devido ao aumento da violência, ontem a Juve Leo ripostou, acusando a administração liderada por Frederico Varandas de “falta de rumo” e de uma liderança “assente em incompetência” que precisa de “bodes expiatórios para se livrar das atenções indesejadas”. "Isto é guerra", escreve o Pedro Candeias, na Tribuna: "É uma lição bíblica: ninguém nos pode magoar tanto como o nosso irmão. E isto é o Sporting."

...E LÁ FORA

Esta manhã há novo debate sobre o Brexit no Parlamento Europeu, em Estrasburgo, numa altura em que os deputados europeus já fizeram saber que sem uma posição clara do parlamento britânico não aprovam o acordo de saída. Do outro lado do Canal da Mancha, depois de ontem o porta-voz da Câmara dos Comuns ter recusado nova moção para discutir o acordo, por considerar que se mantêm exatamente as mesmas circunstâncias que ainda há apenas dois dias justificaram que o Parlamento aprovasse a não discussão, o Executivo britânico publicou a proposta de lei para o Brexit com o que pretende acelerar o debate e aprovação no parlamento até quinta-feira e assim conseguir concretizar a saída até 31 de outubro. No "O mundo a seus pés", o novo podcast do Expresso sobre temas internacionais, o historiador João Pedro Marques fala sobre o Brexit e as consequências para a democracia destes sucessivos adiamentos.

Pedro Sánchez foi esta segunda-feira a Barcelona, visitar os polícias feridos nos confrontos dos últimos dias, mas recusou encontrar-se com Quim Torra, o presidente da Generalitat. Numa conferência de imprensa em Lisboa, a secretária dos Assuntos Exteriores e da União Europeia do Governo catalão, Mireia Borrell, condenou a atitude de Sánchez, a quem acusa de não querer nem saber "resolver este problema e isso conduziu a um bloqueio político”. Faltam pouco mais de duas semanas para novas eleições gerais em Espanha.

O presidente russo, Vladimir Putin, recebe o seu homólogo turco, Recep Tayyip Erdogan, escassas horas antes de terminar o período de cessar-fogo acordado entre aTurquia e os Estados Unidos para permitir às milícias curdas que se retirem do nordeste da Síria. O prazo esgota-se às 19h00 GMT (20h00 em Portugal) e o Governo turco garante que se um minuto depois ainda houver algum miliciano no terreno será abatido.

A escalada de violência no Chile obrigou o Exército a decretar o terceiro recolher obrigatório consecutivo. Os protestos - que começaram devido ao aumento dos preços do metropolitano - já causaram 13 mortos e centenas de detidos.

O Canadá foi às urnas e Justin Trudeau conseguiu ser reeleito primeiro-ministro, contrariando algumas previsões. Os liberais, porém, perderam a maioria no Parlamento (ficando com apenas 156 dos 338 lugares).

As cerimónias de entronização do imperador Naruhito do Japão decorrem esta terça-feira, em Tóquio. O filho de Akihito - que, em maio, aos 85 anos, abdicou do lugar - vai tornar-se , aos 59 anos, no 126.º imperador do Japão. Cerca de 2.500 convidados de quase 200 países, entre os quais o presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, o príncipe Carlos do Reino Unido, o antigo Presidente francês Nicolas Sarkozy, e Cavaco Silva (em representação do Estado português), vão assistir aos dois dias de festividades.

Hoje (e amanhã) joga-se a terceira jornada da fase de grupos da Liga dos Campeões. Não há nenhum clube português em campo, mas há Cristiano Ronaldo (que aos 34 anos acaba de ser nomeado pela 16ª vez para o prémio Bola de Ouro, que já venceu por cinco vezes; entre os 30 finalistas há mais dois portugueses, Bernardo Silva e João Félix): o Juventus recebe o Lokomotiv de Moscovo. Restantes desafios que pode acompanhar: no grupo A, Brugge-Paris Saint Germain e Galatasaray-Real Madrid; no grupo B, Tottenham-Estrela Vermelha e Olympiacos-Bayern de Munique; no grupo C, Shakhtar Donetsk-Dínamo de Zagreb e Manchester City-Atalanta; no grupo D (o da Juve) há ainda o Atlético de Madrid - Bayer Leverkusen.

Nos EUA é o dia um da NBA (National Basketball Association). A maior competição de basquetebol do mundo está a mudar e este artigo do Expresso Diário (só para assinantes) explica-lhe porquê.

FRASES

"Os governos não se medem em função do número de membros"
António Costa, primeiro-ministro indigitado, sobre o facto de o XXII Governo (com 19 ministros e 50 secretários de Estado) ser o maior desde 1976

"Não estou disponivel para voltar a enfrentar deslealdades e permanentes boicotes internos"
Rui Rio, presidente do PSD, já a deixar avisos aos adversários caso volte a vencer as eleições internas

"Muitas vezes não gosto mesmo nada do que vejo nos partidos, incluindo o meu"
idem

"A crise não acabou, temos de persistir. Nós somos muito mais persistentes, mais teimosos"
Pedro Sánchez, presidente do Governo espanhol, numa reunião com as forças policiais de Barcelona, onde se deslocou ontem para visitar polícias feridos durante os confrontos dos últimos dias

“A sério que faz distinções entre os feridos, em vez de se preocupar com todos? Um governante deveria desejar que todos os feridos, polícias e cidadãos, se recuperem. Todos sem exceção"
Carles Puigdemont, ex-presidente da Catalunha, condenando (no twitter), a atitude de Sánchez

“A moção não será debatida hoje, seria repetitivo e desregrado fazê-lo"
John Bercow, porta-voz da Câmara dos Comuns, explicando porque não autorizou a discussão e votação do acordo para o Brexit dois dias depois de ter sido aprovada uma moção recusando essa mesma discussão

"A idade é apenas um número. Consigo demonstrar isso através das exibições. Ter 34, 35 ou 36 anos não significa necessariamente que se está perto do fim da carreira"
Cristiano Ronaldo, 34 anos, jogador da Juventus

O QUE ANDO A LER

Acabámos de sair de uma campanha eleitoral e falta mais de um ano até à próxima (para as presidenciais de janeiro de 2021). Tempo mais do que suficiente para sentir saudades, digo eu falando por todos os jornalistas de política. Se acaso também sofre deste mal sugiro-lhe, para contornar a carência, "Uma campanha americana. Humberto Delgado e as presidenciais de 1958", de Joana Reis, dado à estampa há apenas algumas semanas. O livro adapta a tese de doutoramento da jornalista, que procurou cruzar fontes várias para estudar o que considera ter sido "a maior ameaça democrática ao Estado Novo". Há muito poucos registos documentais e daí a importância dos testemunhos vivos que permitiram à Joana concluir que "a campanha eleitoral de Humberto Delgado foi mais sofisticada e profissional do que se poderia supor". O tema interessa-me particularmente e nesta época longa de defeso eleitoral que agora se abre não podia ser leitura mais oportuna. Como mais a propósito não podia ser a sua sugestão neste 22 de outubro em que se assinalam 73 anos sobre a criação da Polícia Internacional de Defesa do Estado (responsável pelo assassínio do General Sem Medo, em 1965).

Fico por aqui. As notícias, as que um dia farão parte da História e as outras que não são mais do que sedimento para aquelas, essas nunca param e podem sempre ir sendo seguidas nos sites do Expresso e da SIC. Tenha um dia bom.

Sugira o Expresso Curto a um/a amigo/a

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