terça-feira, 23 de abril de 2019

Vitória de Netanyahu é o voto de Israel por um conflito sem fim com a Palestina


Robert Mackey* | The Intercept, em 11 abril

Os eleitores de Israel endossaram o status quo de maneira esmagadora ao reeleger o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu. Ele prometeu simplesmente ignorar a pressão internacional cada vez menor para acabar com o domínio militar israelense sobre uma população cativa de milhões de palestinos, que vivem sem direitos civis nos territórios ocupados por Israel em 1967.

Com quase todos os votos da eleição de terça-feira apurados, Netanyahu estava em uma posição privilegiada para montar uma coalizão de partidos nacionalistas étnicos no Knesset, o parlamento de Israel, incluindo extremistas abertamente racistas que querem tirar a cidadania de não-judeus e expulsar palestinos dos territórios ocupados.

Assim que as pesquisas de boca de urna sugeriram que o Likud do primeiro-ministro estava no caminho de ser um dos dois maiores partidos do Knesset, permitindo que Netanyahu permanecesse no cargo, ele liderou uma multidão de apoiadores agitando cartazes do Likud e pôsteres de Donald Trump ironizando a “mídia tendenciosa”.

Cartazes de seus próprios fãs entre os eleitores de seu aliado Netanyahu não escaparam à atenção de Trump.

Na véspera da eleição, Netanyahu apelara aos eleitores ultranacionalistas, prometendo anexar grandes partes da Cisjordânia ocupada, onde mais de 400 mil israelenses vivem em assentamentos apenas de judeus que são ilegais segundo as leis internacionais. Também prometeu manter o controle militar de Israel sobre aqueles centros populacionais palestinos com autogoverno limitado.

Israel usa presos palestinos como cobaias em experiências médicas


Organização acusa Israel de autorizar uso de presos palestinos como cobaias em experiências médicas

O governo israelense autorizou as companhias internacionais a usar presos palestinos para seus ensaios científicos, segundo denúncia de Muhamad Baraka, chefe do Comitê de Seguimento dos Cidadãos Árabes nos territórios ocupados

A organização pan-arábica Comitê de Seguimento dos Cidadãos Árabes difundiu uma denúncia através de uma reportagem do canal HispanTV afirmando que “o regime de Tel Aviv autorizou várias companhias internacionais a usar os presos palestinos como cobaias em suas novas experiências médicas”. A afirmação cita informações que foram publicadas pelo portal palestino Arab48.

“Há informes mostrando que o Ministério da Saúde (de Israel) outorgou licenças a várias companhias internacionais, para realizar provas médicas a presos palestinos e árabes nas prisões israelenses sem o seu consentimento”, denunciou Muhamad Baraka, chefe do Comitê.

O chefe do organismo foi enfático em dizer que tais ações constituem uma “clara guerra contra a humanidade”, e fez um apelo aos grupos defensores dos direitos humanos e do direito internacional para que acusem formalmente o Estado de Israel na Corte Internacional de Justiça (CIJ), por seus crimes contra os palestinos.

“Este é só mais um entre tanto delitos cometidos pelo regime de Tel Aviv contra os palestinos, principalmente contra os que povoam as prisões israelenses, aos que são negados os seus direitos mais básicos”, completou Baraka.

Moçambique | Fome afeta mais de 44 mil famílias em Inhambane


A insegurança alimentar atinge mais de 44 mil famílias na província de Inhambane, no sul de Moçambique. Autoridades já falam em situação de emergência. Camponeses apostam na agricultura sustentável para mitigar a fome.

insegurança alimentar em Inhambane está relacionada com diferentes motivos, desde enxurradas provocadas por cheias e até falta de chuvas em algumas localidades - fenómenos que prejudicam a agricultura.

Segundo o porta-voz do governo provincial de Inhambane, Castro Namuaca, trata-se de uma situação de emergência e as famílias atingidas por este problema já estão a ser assistidas. "Há cerca de 44.878 agregados familiares que estão em risco de segurança alimentar. Uma das medidas é a assistência que está a ser feita ao nível de emergência", explica.

Na província de Inhambane, os distritos mais afetados são Mabote, Fulhalouro, Panda, Homoine, Maxixe e Massinga.

Moçambique | Libertados jornalistas Amade Abubacar e Germano Adriano


Jornalistas foram detidos no início do ano. Agora, depois de vários apelos internacionais, foram libertados, anunciou o Instituto de Comunicação Social da África Austral (MISA Moçambique).

"Os dois jornalistas da Rádio e Televisão de Macomia, presos em Cabo Delgado, foram hoje restituídos à liberdade sob termo de identidade e residência", anuncia em comunicado a ONG de defesa da liberdade de imprensa MISA Moçambique, num caso que centrou atenções internacionais desde a detenção de Amade Abubacar, em 05 de janeiro.

O jornalista de 32 anos alegou estar a fazer o seu trabalho ao acompanhar refugiados, na sequência da violência armada na província de Cabo Delgado, mas o Ministério Público acusou-o de violar segredos de Estado e incitar à desordem.

O MISA considerou que a acusação redigida contra Amade Abubacar refletia desconhecimento acerca do que é o trabalho jornalístico e pediu desde o início que aguardasse pelo desenrolar do processo em liberdade.

Angola | Holding do extinto BESA pede condenação de sócios


Sócios e gestores angolanos do português Banco Espírito Santo no extinto BESA (Geni, Portmill, Álvaro Sobrinho e Carlos José da Silva) foram notificados para contestarem um pedido de condenação em curso no Tribunal Provincial de Luanda.

Num edital publicado ontem no Jornal de Angola, a Sala do Cível do Tribunal Provincial de Luanda solicita que as quatro partes respondam aos autos em curso naquela instância judicial de uma “acção declarativa de condenação” movida pelo banco que aloja os activos tóxicos da antiga holding portuguesa do Banco Espírito Santo Angola (BESA), chamando-os para apresentarem a contestação.

O tribunal dá aos visados 20 dias prorrogáveis por 30, para contestarem os termos da acção que lhes é movida, com a advertência de, a não o fazerem, serem considerados “confessados os factos articulados pela autora na acção conforme a petição inicial.”

Angola | Reagentes do VIH usados no país davam falsos resultados


Cerca de 310 mil é o número estimado de pessoas em Angola que estejam a viver com VIH. Destes, 190 mil são mulheres, muitas em estado de gestação. A revelação é da directora do Instituto Nacional de Luta Contra a Sida, Maria Lúcia Furtado. A responsável sublinha que, no país, cerca de 70 por cento das pessoas infectadas só se dirigem às unidades hospitalares quando estão com sinais e sintomas muito evidentes da doença, o que revela falta de cultura de fazer o teste com antecedência, sem depender de sintomas. Em entrevista ao Jornal de Angola, a especialista em Saúde Pública avança ainda um erro muito frequente: muitos homens negam-se a fazer o teste de VIH, porque se apoiam no já feito pelas esposas, quando ficam grávidas.

Confirma informações que apontam para o aumento considerável do número de mulheres entre os 15 e os 20 anos com diagnóstico positivo? 

Não lhe consigo precisar a faixa etária mais acometida com a doença no país, porque não dispomos de um sistema de notificação de casos, que permite obter tais resultados. Em Saúde Pública, para apurar a veracidade de um dado, temos de nos basear em evidências.

O que faz, na prática, um sistema de notificação de casos?

A ausência desse mecanismo leva a que um mesmo indivíduo faça o teste em várias unidades hospitalares e, no caso de dar positivo, não se consegue especificar a quem pertence o resultado. Por exemplo, se um indivíduo faz o teste de VIH no Hospital Josina Machel, dá positivo e, por razões de dúvidas, volta a fazer outro no Hospital Esperança, não há um sistema de notificação que alerte que ele já fez no Josina Machel e o resultado foi positivo.

Como é que se faz o enquadramento desses resultados?

Os resultados entram para a estatística apenas como testes positivos. Por essa razão, quan-do apresentamos a estatística, falamos de testes positivos e não de casos. Mas alguns jornalistas, por desconhecerem este dado, falam em casos.

Partido da oposição na Guiné Equatorial denuncia prisão de líder no Chade


Convergência para a Democracia Social, da oposição, exige a libertação imediata do seu líder, Andrés Esono Ondo, detido no Chade no dia 11 de abril. E acusa o Governo chadiano de "sequestro institucional".

"As autoridades da República do Chade deram a entender que não têm motivos para deter Andrés Essono e que o libertariam rapidamente. Isso não aconteceu (...). A Convergência para a Democracia Social (CPDS) acusa o Governo do Chade do sequestro do seu secretário-geral. Trata-se de um sequestro institucional, uma prática terrorista imprópria de um Estado normal", acusou o partido, num comunicado divulgado esta segunda-feira (22.04) e citado pela agência de notícias EFE. 

Andrés Esono foi detido no passado dia 11 no Chade, onde participava no congresso do principal partido da oposição chadiana, União Nacional para a Democracia e a Renovação (UNDR). Foi o Governo equato-guineense, em Malabo - e não o chadiano ou qualquer fonte oficial no Chade - que justificou dois dias depois essa detenção, alegando que o líder da CPDS se deslocou a esse país com o "único objetivo de adquirir armas e munições e recrutar terroristas para cometer um golpe de Estado na Guiné Equatorial com um financiamento estrangeiro".

Guiné-Bissau | Não votação de cargos dos vice-presidentes do parlamento acontece

Abdulai Keita* | opinião

Na realidade e com efeito, o problema colocado pelo chumbo do candidato proposto ontem (18.04.2019) na sessão inaugural da X Legislatura da ANP pelo MADEM – G. 15, para o posto do 2º Vice-Presidente da Mesa desta instituição, via Artigos 26º e 27º do Regimento atualmente em vigor, é muito simples e de fácil entendimento. Porque sendo “algo” de acontecimento muito corrente em Democracias modernas.

Expõe-se em seguida elementos de explicação no tocante a este preciso caso de ontem, para depois indicar no fim o exemplo de uma ocorrência idêntica registada algures há uns dias apenas atrás.  

(1) Primeiramente, os pontos 1 do art. 26º e, 1 e 2 do art. 27º do antes citado Regimento devem ser lidos de forma complementar ou conjugada.

(2) Efetuada essa leitura, constata-se logo o seguinte: “os lugares do 1º e 2º Vice-presidentes e do 1º Secretário são [de facto] atribuídos aos partidos [ou coligações], de acordo com a sua representatividade na Assembleia” (ponto 2 do art. 27º).

(3) Contudo, essa “ATRIBUIÇÃO” segundo a “REPRESENTATIVIDADE”, é condicionada. Pois, só pode ser efetivada, após submetida a um ESCRUTÍNIO SECRETO.

(4) E, esse escrutínio secreto deve desembocar imperativamente na obtenção de uma MAIORIA ABSOLUTA.

Guiné-Bissau | Cipriano Cassama reúne com partidos parlamentares


O líder do Parlamento da Guiné-Bissau, Cipriano Cassama está reunido neste momento com os líderes dos partidos com assento parlamentar, soube à Rádio Jovem junto da fonte oficial.

O encontro decorrer no hemiciclo guineense visa encontrar solução para a composição da mesa que irá dirigir o Parlamento.

De recordar que o PAIGC, que venceu as legislativas conquistando 47 dos 102 mandatos no parlamento, propôs a eleição de Cipriano Cassamá, o que foi aprovado, e ainda apresentou Nuno Nabian, líder da Assembleia do Povo Unido – Partido Democrático da Guiné-Bissau (APU/PDGB), que também foi eleito ao cargo de primeiro vice-presidente do órgão legislativo.

O impasse deu-se quando o MADEM indicou o seu líder Braima Camará, em observância do dispositivo legal que diz que caberá ao segundo maior votado a indicação do segundo vice-presidente do parlamento.

Portugal | Costa foi "incomodado" por eles e não é caso isolado


Caso “estranho” aconteceu ontem no aniversário do PS quando António Costa discursava. Pequeno grupo de jovens pareceu levar por diante uma caricata e inusitada contestação relativamente à construção do aeroporto no Montijo. Não, não era caso isolado nem o pequeno grupo está sozinho, eles são ativistas da Extinction Rebellion - que pode visitar no Facebook. A jornalista Liliana Borges, do jornal Público, elucida-nos de quem são e o que fazem por quase todo o mundo, a seguir. - PG

Quem é o grupo que interrompeu Costa e que está a cortar ruas em Londres?

Integra o movimento internacional Extinction Rebellion (Rebelião de Extinção), que pretende alertar os responsáveis políticos para a crise do clima.

“Mais aviões só a brincar.” Foi assim que quatro pessoas interromperam o discurso de António Costa, no 46.º aniversário do Partido Socialista (PS). Surpreendido pelo protesto, o primeiro-ministro não cedeu o palco — nem o microfone — e aguardou pelos seguranças, que expulsaram o grupo do palco. Tudo isto em menos de um minuto. Mas o protesto não é isolado. O grupo português integra um movimento de activismo ecológico internacional que durante a última semana se tem repetido em vários países, com especial expressão no Reino Unido.

“Lamentamos estragar a vossa festa, mas o rio Tejo, aqui ao lado, a nossa cidade e as gerações futuras não têm nada para celebrar”, lê-se no discurso partilhado pelo grupo.

Esta foi uma das mais mediáticas, mas já não é o primeiro protesto pacifico do grupo. Na realidade, é já a décima acção. Na última semana, o grupo português já tinha interrompido a emissão matinal da CMTV com cartazes e faixas que criticavam a “permanente deturpação que alguns órgãos praticam quando relegam a questão das alterações climáticas para segundo ou terceiro grau”.

Portugal | Justiça dá passo decisivo para prender Duarte Lima


Processo Homeland já está nas mãos da juíza Margarida Alves, que agora terá de calcular o tempo exato de prisão que Duarte Lima ainda tem de cumprir e emitir os mandados de detenção.O ex-líder parlamentar do PSD pretende entregar-se

epois de 15 dias 'estacionado' no Tribunal da Relação de Lisboa, o processo Homeland seguiu esta segunda-feira para o Tribunal Criminal de Lisboa na carrinha que todas as semanas leva processos de um tribunal para o outro. Hoje, segunda-feira, ou o mais tardar amanhã, a juíza Margarida Alves vai analisar o caso, para calcular o tempo de prisão que falta cumprir a Duarte Lima, condenado a seis anos de prisão por burla qualificada ao BPN.

O ex-líder parlamentar do PSD já passou mais dois em prisão preventiva e domiciliária e terá de cumprir ainda três anos e meio de cadeia.

Rui Gustavo | Expresso | Foto: Luís Barra

- Resumo de notícia no Expresso. Para continuar a ler o artigo, no Expresso, clique AQUI

A Reforma... Henricartoon fica avisado


“A Reforma”, título do cartoon de Henrique Monteiro em Henricartoon. Dir-se-ia que existem todas as probabilidades de o cartoon ficar rapidamente desatualizado face ao que se fala sobre a idade de reforma.

Assim será, porque a presente obra foi publicada em 2016, quando a idade de reforma não estava vilmente ameaçada com a perspetiva de se “trabalhar até morrer”, nem de “morrer a trabalhar”. Mas é o que se espera que venha brevemente a acontecer, a dar crédito a notícias e declarações de gente colunável que se arroga de saber muito bem o que é melhor para os trabalhadores, para a Segurança Social, para a economia, para os portugueses...

Assim sendo, com reforma aos 69 anos ou ainda mais idade podemos futurar que um ou mais dos cartoons do autor vão ter por personagens os idosos e também adicionados adereços que forçosamente terão de os acompanhar, como, por exemplo, bengalas, muletas, cadeiras de rodas e até caixões.

O Henrique Monteiro fica avisado. Prepare-se.

Redação PG

Portugal | "Eles caíram de páraquedas por causa dos aviões no aeroporto do Montijo"


Há gente capaz de tudo para ganhar uns efémeros momentos de fazerem notar a sua contestação após a escolha do que consta no menú das contestações. Há 50 anos atrás também um jovem em Coimbra desnudava o traseiro e oferecia à vista do elenco salazarista que pomposamente se deslocara à Universidade de Coimbra sem dar importância à crise académica estava em ebulição. Era a contestação profunda ao regime fascista e salazarista que oprimia os portugueses.

Alberto Martins, o jovem que na Universidade de Coimbra desnudou o traseiro, interrompendo o então PR Américo Thomaz, é agora um ilustre socialista, ontem homenageado na "festa" das comemorações dos 46 anos do Partido Socialista. Ontem a contestação, em plena "festa" de aniversário também teve o seu momento de contestação, por jovens. Eram quatro, noticiam, e manifestaram-se contra o aeroporto no Montijo. Ficou vídeo e ficaram fotografia - para testemunharem o momento. Não incluiu traseiros mas somente um breve sururu. Foi caricato.

Trazemos aqui, desses momentos, texto da Lusa, na TSF, acompanhado de imagens de Mário Cruz, também da Lusa.

Os EUA flertam com o direito nazi - Boaventura


Por se oporem aos projetos de Washington, Julian Assange e Lula estão submetidos à lógica do “inimigo interno”, que floresceu com Hitler. Sob aparência de normalidade democrática, o Ocidente avança para o Estado de exceção

Boaventura de Sousa Santos* | Outras Palavras

O problema da transparência, tal como o da luta contra a corrupção, é a sua intransparente seletividade. Quem talvez viva mais diretamente este problema são os jornalistas de todo o mundo que ainda persistem em fazer jornalismo de investigação. Todos tremeram no passado dia 11 de abril, qualquer que tenha sido o teor dos editoriais dos seus jornais, ante a prisão de Julian Assange, retirado à força da embaixada do Equador em Londres para ser entregue às autoridades norte-americanas que contra ele tinham emitido um pedido de extradição. As acusações que até agora foram feitas contra ele referem-se a ações que apenas visaram garantir o anonimato da whistleblower Chelsea Manning, ou seja, garantir o anonimato da fonte de informação, uma garantia sem a qual o jornalismo de investigação não é possível.

Se os jornalistas são quem vive mais diretamente a seletividade da transparência, quem mais sofre as consequências dela é a qualidade da democracia e a credibilidade do dever de prestação de contas a que os governos democráticos estão obrigados. Por que é que a luta pela transparência se dirige a certos alvos políticos e não a outros? Por que é que as revelações em alguns casos são saudadas e produzem efeitos, enquanto noutros são impedidas e, se feitas, são ignoradas? Daí a necessidade de conhecer melhor os critérios que presidem à seletividade. Claro que o outro lado da seletividade da transparência é a seletividade da luta contra a transparência. Talvez não soubéssemos das perturbadoras revelações da WikiLeaks em 2010 — vídeos militares sobre o assassinato em 2007, no Iraque, de civis desarmados, dois dos quais trabalhavam para a Reuters — se elas não fossem divulgadas amplamente pelos meios de comunicação de referência de todo o mundo. Por que é que toda a sanha persecutória desabou sobre o fundador do WikiLeaks e não sobre esses meios, alguns dos quais ganharam muito dinheiro que nunca reverteu adequadamente para Assange? Por que é que nessa altura os editoriais do New York Times saudavam Assange como o campeão da liberdade de expressão e as revelações, como o triunfo da democracia, e o editorial da semana passada considera a sua prisão como o triunfo da rule of law? Por que é que o governo do Equador protegeu “os direitos humanos de Assange durante seis anos e 10 meses”, nas palavras do presidente Lenin Moreno, e o entregou repentina e informalmente, violando o direito internacional de asilo? Será porque, segundo o New York Times, o novo empréstimo do FMI ao Equador no valor de cerca de 4 bilhões de dólares teria sido aprovado pelos EUA sob a condição de o Equador entregar Julian Assange? Será porque o WikiLeaks revelou recentemente que Moreno poderia vir a ser acusado de corrupção em face de duas contas, tituladas pelo seu irmão, uma em Belize e outra no Panamá, onde alegadamente terão sido depositadas comissões ilegais?

O Estado Profundo contra a WikiLeaks


Pepe Escobar [*]

acusação a Julian Assange feita pelo FBI parece um sonâmbulo a passear. Nenhuma evidência. Sem documentos. Nenhum testemunho seguro. Só um fogo cruzado de condicionais. 

Mas nunca subestime a chicana contorcionista dos funcionários do governo dos EUA. Ainda que Assange possa não ser caracterizado como jornalista e editor, o objectivo da declaração juramentada é acusá-lo de conspirar para cometer espionagem.

Na verdade, a acusação nem sequer é de que Assange tenha hackeado um computador do governo estado-unidense e obtido informações classificadas; é que ele pode ter discutido isso com Chelsea Manning e pode ter tido a intenção de fazer um hack. O estilo orwelliano do crime de pensamento não vai além disso. Agora, a única coisa que está a faltar é um software de inteligência artificial para detectá-los. 

Sri Lanka, um país asiático nas mãos do terror islamista?


Atentados que mataram e feriram centenas chamam a atenção para tensões sociais e religiosas no país insular do Oceano Índico de maioria budista, onde há dez anos a violência comunal parecia relativamente sob controle.

O governo do Sri Lanka declarou nesta segunda-feira (22/04) que o grupo fundamentalista islâmico local National Thowfeek Jamaath (NTJ) estaria por trás dos atentados fatais a bomba do Domingo de Páscoa, resultando em quase 300 mortos e outras centenas de feridos.

Segundo o porta-voz Rajitha Senaratne, que também integra o gabinete, o governo estaria examinando as ramificações do NTJ. "Não vemos como uma pequena organização como esta, neste país, pôde fazer tudo isso. Estamos agora investigando o apoio internacional a eles, suas outras conexões, como conseguiram os homens-bomba e bombas como essas."

Noticiou-se que em 11 de abril o chefe da polícia nacional divulgara uma advertência segundo a qual uma "agência internacional de inteligência" teria advertido que o grupo planejava atentados contra igrejas e contra a Alta Comissão Indiana. No domingo, as autoridades anunciaram a prisão de 13 cidadãos cingaleses suspeitos de ligação com os ataques.

Após investimento bilionário na saúde pública, expectativa de vida bate recorde na Rússia


A expectativa de vida dos russos segue aumentando e bateu um novo recorde: 72,9 anos. Entre os motivos do aumento estão o crescimento da expectativa de vida dos cidadãos rurais e a implementação do plano nacional de saúde. Os dados foram divulgados nesta quarta-feira (17) pela ministra da Saúde, Veronika Skvortsova.

"Chegamos a um novo máximo em termos de expectativa de vida dos russos, tendo aumentado em 0,2 anos a todos os russos em geral, com [a expectativa de vida geral chegando a] 72,9 [anos] até agora e [aumento] de 0,3 [anos] para os homens. Assim, reduzimos a diferença entre a expectativa de vida de homens e mulheres […]. A expectativa de vida dos cidadãos rurais mostrou o crescimento anual mais significativo, de mais 0,3 anos", disse Skvortsova a repórteres.

A ministra acrescentou em sua declaração que a Rússia está mostrando os melhores resultados do mundo em termos de redução da mortalidade infantil e materna, além de taxas de morte em decorrência de tuberculose.

Ucrânia: Mais um país que aposta no escuro


Ferreira Fernandes | Diário de Notícias | opinião

Então, lá foi eleito. Vladimir Zelenski, 41 anos, comediante, sem nunca antes ter estado na política, candidato que apareceu sem programa, sem fazer promessas nem comícios, foi eleito presidente da Ucrânia, plebiscitado por quase três em quatro ucranianos (73 por cento). A Ucrânia, na Europa o país do destino próximo mais perigoso, vizinho e em latente conflito armado com a Rússia, atirou-se para os braços de um desconhecido...

Aliás, nas mãos do mais popular ucraniano e, também, do "presidente da Ucrânia" com maior audiência desde 2015. Confusos? Bem-vindos aos admirável mundo novo onde os políticos apresentam-se, em faz de conta, à experiência e, em dando, concorrem a sério. Nos últimos quatro anos, Zeminski tem sido "Vasili Petrovich Holoborodko", presidente da Ucrânia em Servo do Povo, a série televisiva que já vai em três temporadas.

A última temporada inaugurou-se com a atual campanha das eleições presidenciais e foi transmitida ao longo dela. Por que precisava Zeminski de campanha, se tinha "Holoborodko" a fazer propaganda por si e com os atores que faziam de opinião pública a venerá-lo? Para tudo mais se confundir, Zeminski, o real, apresentou-se em nome de um partido com nome de série televisiva: Servo do Povo.

Portugal | Valeu a pena o inquérito às rendas elétricas?


Mariana Mortágua* | Jornal de Notícias | opinião

A Comissão de Inquérito às rendas excessivas pagas às empresas de eletricidade ouviu dezenas de pessoas, antigos responsáveis de governos, representantes de empresas e figuras como Luís Amado, que incarnam ambas as condições. Foi trabalho precioso porque pela primeira vez o Parlamento aprofundou uma matéria sempre considerada demasiado técnica para um escrutínio político rigoroso. Resultado: ficámos com uma das faturas mais elevadas da Europa, um país recordista de pobreza energética, que muita gente pobre tem pago com a vida no pino do verão e no pico do inverno.

O deputado Jorge Costa, do Bloco de Esquerda, foi eleito para preparar o relatório final da Comissão e o documento que entregou prova bem o acerto da criação desta Comissão de Inquérito, aprovada por unanimidade.

O relatório explica a origem destas rendas: ao garantir lucros por decreto e pagos pelos consumidores na fatura ao longo de anos, o Estado preparou a privatização da EDP. Os consumidores acabaram a pagar os lucros da companhia, bem maiores do que a receita do Estado no negócio.

Livros gratuitos e sessões de leitura com vista 360º sobre Lisboa


Dia Mundial do Livro e dos Direitos de Autor 

Esta terça-feira, dia 23 de abril, assinala-se o Dia Mundial do Livro e dos Direitos de Autor e para celebrar a data há diversas atividades, um pouco por todo o país, para todo o tipo de leitores.

A Bertrand Editora vai oferecer livros na sua loja instalada na Rua Professor Jorge da Silva Horta, em Benfica, na cidade de Lisboa. Basta aparecer entre as 15h00 e as 18h00 e poderá receber um dos exemplares disponíveis até estes esgotarem. Apesar de não poder escolher qual o livro que vai levar para casa, os volumes gratuitos incluem títulos como ‘Samitério de Animais’, ‘Contador de Histórias’ e ‘A Vida Oculta das Coisas’.

Já a Fnac vai lançar um movimento de leitura e distribuir mais de 2 mil livros através de dez ciclistas que irão percorrer a capital de bicicleta entre as 8h00 e as 16h00. Para saber por onde andam a distribuir os exemplares, a cadeia de lojas aconselha que dê uma espreitadela ao Twitter e Instagram da Fnac.

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