terça-feira, 11 de junho de 2019

Venezuela: Compreender a guerra que aí vem


Elementos estrangeiros do exército das sombras (paramilitares, mercenários e forças especiais) 


A ofensiva imperialista contra a Venezuela segue em muitos aspectos um modelo bem conhecido. Aliás, a administração Trump confirmou-o quando encarregou Elliott Abrams da questão venezuelana. A cúpula imperialista há muito tem como aliado preferencial a escumalha do mundo do crime organizado e da extrema-direita. Da Colômbia a Israel, mobiliza-a e arma-a contra o processo bolivariano. E paga-a com os milhões roubados à nação venezuelana, parte dos quais passa por Portugal.

Em 14 de Março de 2018, Erick Prince, fundador da empresa privada Blackwater Military Company, reuniu cerca de cem celebridades no seu rancho de Virgínia. O convidado de honra naquele dia não era outro senão Oliver North, a figura principal juntamente com Elliott Abrams - o actual enviado especial dos EUA à Venezuela - para a guerra suja contra a Nicarágua na década de 1980 ( ). Este retorno de Erick Prince ao centro das atenções, depois de ter sido marginalizado pelos governos dos EUA (tal como o seu colega Abrams), deveria ter sido um sinal de alerta. Mas é apenas um ano depois que descobrimos que o fundador da Blackwater se estava a preparar para recrutar 5.000 mercenários por conta de Juan Guaidó (). Este plano macabro não teria, por agora, encontrado eco na Casa Branca, todavia sensível à influência de Prince, nem o financiamento necessário de 40 milhões, soma ridícula se se considerar o roubo pela administração dos EUA de milhares de milhões pertencentes ao Estado venezuelano.

Moçambique | Levantamento sobre rendimento das famílias vai custar USD 5 milhões


O Inquérito aos Orçamentos Familiares (IOF 2019/20) arranca em Outubro próximo, e está orçado em cinco milhões de dólares, metade do valor gasto no levantamento anterior.

Trata-se de uma actividade que tem como objectivo principal, recolher informação respeitante as receitas e despesas dos agregados familiares e outras características socioeconómicas. O objectivo final é obter vários indicadores sobre as condições de vida dos agregados familiares em Moçambique.

O IOF irá abranger um total de 13.560 agregados familiares, sendo 7.152 na zona urbana e 6.408 na zona rural, numa amostra que foi desenhada para ser representativa a nível nacional, provincial e áreas de residência urbano-rural, indica o Instituto Nacional de Estatística (INE).

Eleições em Moçambique: Helder Mendonça é eleito candidato do PODEMOS


Partido criado recentemente em Moçambique elege neto do histórico combatente da luta de libertação Francisco Manyanga como candidato às eleições gerais de outubro. "País precisa de visão estrutural", diz comunicado.

O  Partido Otimista pelo Desenvolvimento de Moçambique (PODEMOS), criado recentemente em Moçambique, elegeu esta segunda-feira (10.06) Helder Mendonça como candidato daquela formação à Presidência da República nas eleições de 15 outubro.

Helder Mendonça, neto do histórico combatente da luta de libertação de Moçambique Francisco Manyanga, foi eleito num grupo composto por três candidatos durante a primeira sessão do Conselho Central daquele partido. 

"O país precisa sem dúvida de uma outra visão estrutural de funcionamento bem como de gestão inspirada numa cultura virada aos interesses do Estado unitário, inclusivo e que respeite o bem público", disse em comunicado o presidente do partido, Albino Forquilha.

Angola | E o dinheiro aqui ao lado


O País | editorial

Da mesma forma que os políticos, os empresários angolanos, mesmo os que não são igualmente políticos, normalmente têm os olhos virados para longe, quer para compras, quer para vendas.

Se para aquisições o lema é o esbanjamento, e, portanto, até é fácil, já para as vendas o obstáculo reside na competitividade.

De facto, vender para a Europa ou para os Estados Unidos da América requer cuidados muito apurados na qualidade dos produtos e serviços, requer custos de produção que permitam a oferta de bons preços. Mas há em África, disse o ministro do Comércio, Jofre Van-Dunem, um mercado de um bilião de consumidores, é mais próximo, tem menos exigências e é até mais carente. O dinheiro está mesmo aqui ao lado.

"Ataques" de Tchizé dos Santos antes do Congresso do MPLA provocam leituras em Luanda


Analistas angolanos não colocam de lado mais “ataques” entre as alas afectas a José Eduardo dos Santos e João Lourenço no seio do MPLA, partido no poder em Angola, mas admitem, também, que não devem colocar em causa nem o partido nem o Presidente da Repúbica.

Na sexta-feira, 7, a deputada do MPLA Welwitschia dos Santos “Tchizé” acusou o Comité Central do partido no poder de golpe baixo e de estar a fazer tudo para afastá-la do congresso porque os dirigentes “têm medo” dela.

“Eu sou, talvez, a única militante com coragem para ir ao congresso e pôr em causa e impugnar isso que está a ser proposto e que estão a fazer um golpe baixo para eu não ir ao congresso”, afirmou a filha de José Eduardo dos Santos, ao reagir à decisão tomada no mesmo dia pelo Comité Central, de a suspender do órgão e de lhe abrir um processo disciplinar.

O consultor jurídico e coordenador da Plataforma para a Cidadania, Walter Ferreira, considera que a briga entre João Lourenço e a Tchizé dos Santos “não vai pôr em causa o futuro do MPLA, nem mesmo a governação de João Lourenço”.

Por seu lado, o politólogo Rui Kandove diz que a suspensão vem mostrar um claro braço-de-ferro entre João Lourenço e a família Dos Santos.

“Depois do congresso, quando tudo ficar claro, certamente os ataques à governação podem intensificar-se”, adverte.

Kandove admite que, num eleitorado cuja maioria possui entre 18 e 40 anos, com estes “ataques” Tchize dos Santos pode conseguir apoios à sua luta.

Coque Mukuta | VOA – Voz da América

HÁ PESSOAS BOAS RACISTAS?


Gostaria de responder que não até porque silogisticamente seria uma contradição – na medida em que ser-se boa pessoa implicaria não ter preconceitos raciais – mas de facto há sim, e, de ambos os lados da barricada.

Brandão de Pinho | Folha 8 | opinião

O que não há, garanto, é pessoas boas e inteligentes e honestas que sejam racistas. Mas nem todas as pessoas são inteligentes (até acho que somos uma minoria), e há mais pessoas más do que boas e quanto à honestidade… bem nunca saberemos, pois as pessoas só a poderiam revelar se expostas às circunstâncias apropriadas, pelo que há mais pessoas desonestas do que aquilo que possamos ajuizar.

O tema da guerra colonial ou de libertação conforme o ponto de vista, ainda é nas gerações nascidas antes da década de setenta ou nos cidadãos mais informados, um tema polémico, uma ferida aberta, enfim um desastre pior que Alcácer-Quibir e que todos os erros que sucessivos governantes lusos (reis em sua maioria) realizaram.

Brasil | Sergio Moro tem a "total confiança" de Bolsonaro


O vice-presidente do Brasil, Hamilton Mourão, disse que o ministro da Justiça, Sergio Moro, é uma pessoa "da mais ilibada confiança do presidente", na sequência de reportagens do Intercept que puseram em causa a imparcialidade da Operação Lava-Jato.

“Conversa privada é conversa privada, né? E descontextualizada ela traz qualquer número de ilações", afirmou Mourão aos jornalistas ao deixar o Palácio do Planalto.

"Então o ministro [Sergio] Moro é um cara da mais ilibada confiança do presidente, é uma pessoa que, dentro do país, tem um respeito enorme por parteda população", acrescentou.

Sergio Moro, que ocupa o cargo de ministro da Justiça e da Segurança Pública no governo liderado pelo presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, foi citado neste domingo numa série de reportagens sobre a Operação Lava-Jato do site The Intercept.

Brasil | Moro e Ministério Público incriminaram Lula da Silva

Sérgio Moro, comprovadamente juiz com mau caráter e inescrupuloso
Mensagens divulgadas pelo site "The Intercept" mostram o ex-juiz a combinar troca de ordem de fases da Lava-Jato, a exigir realização de novas operações, a dar conselhos e pistas e a antecipar uma decisão judicial aos procuradores

O ex-juiz Sergio Moro e membros do Ministério Público do Brasil trocaram informações e colaboraram na Operação Lava-Jato, incluindo nos processos que levaram à condenação de Lula da Silva, revela uma investigação do site "The Intercept".

O site mostra mensagens de Moro a sugerir ao MPF trocar a ordem de fases da Lava Jato, a exigir a realização de novas operações, a dar conselhos e pistas e a antecipar-lhe, pelo menos, uma decisão judicial. Numa das trocas, o ex-juiz discorda até da tentativa do MPF de adiar um depoimento de Lula. "Vocês devem estar brincando. Não tem nulidade nenhum, é só um monte de bobagens", diz.

Noutra conversa intercetada, procuradores combinam manobras para impedir que Lula desse uma entrevista a meio da pré-campanha eleitoral. Uma das procuradoras, Laura Tessler, comenta que se o antigo presidente falasse poderia até eleger Fernando Haddad, candidato do PT que disputou as eleições, e acabou por perder, com Jair Bolsonaro.

Os diálogos mencionam mesmo detalhes do processo que condenou o líder histórico do PT.
Perante a divulgação das mensagens trocadas entre o ex-juiz Sergio Moro e os procuradores da Força-Tarefa da Lava Jato o Partido dos Trabalhadores acusa Moro e O Ministério Público de agirem de forma "combinada para criar uma farsa judicial, forjando acusações com o objetivo político de impedir a vitória de Lula da Silva e do PT nas eleições presidenciais".

Moro divulgou domingo uma nota a negar haver "anormalidades ou direcionamento" nas investigações e chamou o conteúdo dos artigos dos jornais de "sensacionalismo". Já a procuradoria, diz-se vítima de ataques de hackers.

O PT reage também ao desmentido que Moro e os procuradores da Lava Jato afirmando que " ultrapassaram todas as fronteiras da legalidade e do estado democrático de direito. Cometeram crimes contra a liberdade de Lula, contra o direito de defesa e o devido processo legal e, principalmente, contra a soberania do povo no processo eleitoral".

E a defesa de Lula pede o imediato "restabelecimento da liberdade plena de Lula" e afirma que o ex-presidente é vítima da "manipulação de leis com fins de perseguição política".

Alexandra Carita | Expresso

Leia em Página Global todas "As conversas secretas da Lava Jato" no título “Judiciário brasileiro, a nojeira ao mais alto nível com Dallagnol, Moro e outros” e fique por dentro de como a trama que vitima Lula da Silva foi construída por Moro e apaniguados

Leia mais em Página Global no título sobre posição de juízes democráticos brasileiros: “Associação de juízes exige imediata soltura de Lula e demissão de Moro

Lusofonia | Por uma irmandade da língua


José Eduardo Agualusa | Expresso | opinião

É um dos mais conceituados escritores de língua portuguesa, com vários prémios no currículo. Aceitou o repto do Expresso e na data em que se assinala o Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas escreve sobre a lusofonia

Testemunhei em diversas ocasiões o genuíno espanto de cidadãos portugueses, em visita a Angola ou a Moçambique, quando percebem que a palavra lusofonia está longe de ser consensual, podendo levantar, pelo contrário, acesa polémica.

Em primeiro lugar, é importante ter em conta que em todos os países africanos, mas também no Brasil, em Timor-Leste, e até em Portugal, a língua portuguesa não está sozinha. Em Portugal o mirandês é a segunda língua oficial do país, desde 1999, lado a lado com a língua portuguesa. Além disso, há hoje largos milhares de portugueses que têm como língua materna o crioulo de Cabo Verde. Talvez seja altura de considerar também esta língua como idioma oficial. No Brasil, são línguas oficiais, além do português, o nheengatu, o tukano, o baniwa, o macuxi, o wapixana e o akwê xerente. Muitas outras deveriam beneficiar de idêntico estatuto.

Temos, portanto, no interior da lusofonia, inúmeras comunidades linguísticas que se esforçam por preservar identidades próprias, e que, em alguns casos, olham para a língua portuguesa como uma ameaça. Não se trata de paranoia. O português já foi língua de extermínio no Brasil, onde em cinco séculos se perderam muitas centenas de idiomas indígenas, alguns absolutamente originais, isto é, sem parentesco com outros. Em Angola, as línguas nacionais resistiram ao colonialismo, mas enfrentam agora a enorme pressão do português, que teve um crescimento assombroso nos últimos anos.

Portugal | PCP reafirma impedimento de novas PPP na Lei de Bases da Saúde


O PCP reafirmou hoje a intenção de impedir novas parcerias público-privadas (PPP) no âmbito da revisão da Lei de Bases da Saúde, em discussão no parlamento, e defendeu que a questão deve ser assumida na atual legislatura.

"Para nós a gestão das unidades do SNS é pública, ponto final. Não há gestão privada das unidades do serviço público de saúde", afirmou, em conferência de imprensa, Jorge Pires, do comité central do PCP.

O dirigente da comissão política comunista, confrontado com a intenção do Bloco de Esquerda de remeter a questão das PPP para uma fase posterior à Lei de Bases da Saúde, como forma de viabilizar um acordo com o PS, disse não conhecer ainda a proposta em concreto.

Segundo Jorge Pires, o PCP não apoiará "um salto no escuro" e não se mostra favorável a deixar para o futuro "a discussão de um problema" sem que se possa saber qual será a próxima composição da Assembleia da República.

"Se este problema ficar definido agora é a garantia de que será muito mais difícil, enfim, aprovar legislação que vá no sentido de favorecer o aparecimento de novas PPP", salientou.

Portugal | Uma solução para o impasse da Lei de Bases da Saúde


Mariana Mortágua | Jornal de Notícias | opinião

Quando o Bloco de Esquerda decidiu transformar em projeto de lei a proposta de Luís Arnaut e João Semedo para uma nova Lei de Bases da Saúde, não o fez apenas para marcar uma posição.

Fizemo-lo à procura de uma maioria parlamentar que se unisse em torno de uma solução de longo prazo para o SNS. Uma solução que recuperasse o seu caráter público e universal, afastando de vez a predação dos privados imposta por Cavaco Silva, autor da atual Lei de Bases.

Foi em nome dessa convergência que aceitámos depois trabalhar a partir de um texto proposto pelo PS, que não correspondia à nossa redação original. Desde o início que colocámos, no entanto, três condições para uma negociação: o fim das PPP, a eliminação das taxas moderadoras, e o caráter supletivo do privado (ou seja, que o SNS só contrate com o privado quando ainda não tem capacidade). O Governo aceitou todas estas condições, para depois recuar numa delas, o fim das PPP.

Portugal | Inicia-se hoje votação indiciária de propostas de alteração à lei laboral


O grupo de trabalho parlamentar sobre a lei laboral inicia hoje as votações indiciárias das propostas de alteração ao Código do Trabalho, que incluem novas limitações aos contratos a prazo ou o alargamento do período experimental.

Em causa está a proposta do Governo que altera o Código do Trabalho aprovada no parlamento, na generalidade, em 18 de julho, bem como as propostas de vários partidos, incluindo do PS, que apresentou, em 12 de abril, um conjunto de clarificações à proposta inicial do Governo.

As várias alterações em cima da mesa deram origem a um guião de votações de mais de 200 páginas, pelo que os deputados que integram este grupo de trabalho, no âmbito da Comissão de Trabalho e Segurança Social, antecipam uma maratona de votações para que o processo possa ficar concluído e o diploma possa ser sujeito a votação final global até 19 de julho, último plenário antes das férias parlamentares.

Este processo de votação, no âmbito do grupo de trabalho foi inicialmente marcado para 28 de maio, tendo sido adiado para hoje.

Portugal | Desequilíbrios mediáticos e equívocas opiniões


Jorge Rocha* | opinião

Não é que não o soubéssemos, mas o estudo divulgado pelo MediaLab do ISCTE veio confirmá-lo na plenitude: nos últimos três anos aumentou o número de comentadores do PSD e do CDS nas diversas televisões, agravando-se o desequilíbrio anterior em seu favor e relativamente aos conotados com as esquerdas. 

Isto significa que os donos das televisões não se conformaram com a formação do governo de maioria parlamentar liderado por António Costa e logo cuidaram de criar um concertado fogo de artilharia opinativa destinado a desqualificá-lo, a fazê-lo cair. Nos canais generalistas em sinal aberto não há um único comentador próximo dos partidos das esquerdas, sendo vários os que têm tribuna e provém das direitas.

Outras confirmações retiradas quantitativamente do estudo é o forte pendor dos homens no exercício do comentário político (84%) e a clara ostracização a que o PCP se vê sujeito. Igualmente sem surpresa é a constatação sobre o canal do «Correio da Manhã», aquele em que é mais desequilibrada - numa base de três para um - a relação entre opinadores de direita e de esquerda.

Graça Fonseca aponta oportunidade extraordinária para artistas portugueses na China


Pequim, 10 jun 2019 (Lusa) - A ministra portuguesa da Cultura, Graça Fonseca, apontou hoje, em Pequim, a "oportunidade extraordinária" que a China representa para artistas e criadores portugueses, sublinhando a importância da diplomacia cultural no país asiático.

"É uma oportunidade extraordinária para a cultura portuguesa e para os seus criadores", disse Graça Fonseca, à agência Lusa, no início de uma visita oficial de três dias à China.

A ministra destacou a "grande" dimensão do mercado cultural chinês e a "enorme adesão" do público.

"As pessoas gostam de conhecer novos autores, de conhecer, por exemplo, operas compostas por portugueses, quem compôs, e quando. Há este interesse", disse.
Graça Fonseca apontou ainda como objetivo impulsionar o turismo cultural.

"Ter uma presença cultural aqui é também importante para que cada vez mais o turismo seja motivado pela descoberta cultural, ou seja, que os novos visitantes que partem daqui, partam porque conheceram aqui a Companhia Nacional de Bailado, sabem que vai inaugurar a temporada e querem ir para ver um espetáculo", definiu.

Trump contra China e a loucura de uma guerra comercial


Mais uma vez Washington e Pequim se castigam mutuamente com sobretaxas. Para os chineses, porém, não há muito mais opções de retaliação, e no fim das contas o mundo todo pagará o prejuízo, opina Henrik Böhme.

Preservativos, perfume, vinho, pianos, violinos e tequila: a lista das mercadorias americanas a que os chineses querem impor sobretaxas já deixa claro que eles estão em desvantagem. Mais uma vez, eles estudaram tudo o que podem tarifar, chegando a um total de 60 bilhões de dólares.

Para Donald Trump é fácil retaliar, pois as últimas tarifas impostas por ele chegaram a 200 bilhões de dólares. E a Casa Branca já está considerando encarecer drasticamente todas as demais importações da China. Pequim não tem mais como reagir, a não ser aumentando as sobretaxas, mas não com novas sanções. Então, o que está por vir?

O homem de Trump para as guerras sujas


Quem é Elliott Abrams, pretenso interventor na Venezuela e comandante das “mudanças de regime” patrocinadas pelos EUA. Qual seu passado — de sabotagens a ocultações de genocídios. Por que representa uma guinada na Casa Branca


O anúncio por parte do secretário de Estado estadunidense Michael Pompeo da nomeação do neoconservador Elliott Abrams para o cargo de enviado especial para a Venezuela, em 24 de janeiro, não passou despercebido. A imprensa interpretou a decisão de confiar a esse homem a missão de trabalhar para a queda de Nicolás Maduro como uma declaração de independência de Pompeo em relação a Donald Trump. De fato, seu desafortunado antecessor, Rex Tillerson – ex-presidente e diretor geral da ExxonMobil –, estava esperando somar-se a Abrams em sua equipe. Mas Trump se opôs, apesar da pressão de seu megadoador de extrema-direita Sheldon Adelson – que parece obter o que quer do presidente. A causa dessa rejeição? Abrams havia se unido a outros neoconservadores para criticar Trump durante as primárias republicanas em 2016. Até mesmo os esforços do genro do presidente, Jared Kushner, mostraram-se inúteis: o então conselheiro do “inquilino da Casa Branca”, Steve Bannon, conseguiu convencer Trump de que a reputação “globalista” de Abrams tirava seu crédito.

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