A transição está anunciada e em
Angola a luta contra a corrupção deu a sua primeira “pedrada no charco”!... Mas a vida não se resume à luta
contra a corrupção, pelo contrário, essa luta é apenas um dos aspectos a levar
em conta, pelo que se impõe, ao arrepiar caminho, um balanço antecipando sobre
os 50 anos da independência de Angola, a fim de inventariar o que foi feito nos
exercícios anteriores e melhor preparar e equacionar o futuro!
01- Para o MPLA impõe-se um
balanço sério sobre seu próprio exercício, antecipando o 50º aniversário da
independência nacional e para que a soberania, a democracia e a segurança do
país não sejam palavras vãs!
É verdade que 50 anos é pouco
para a firmação de “um só povo, uma só nação”, todavia já não é cedo para
se levar a cabo um sério balanço sobre as experiências já consumadas pelo MPLA,
particularmente as negativas, lembrando o passado e a nossa história, lembrando
as tão legítimas aspirações dos angolanos de vanguarda que com o movimento de
libertação abriram caminho ao Programa Maior cujos conteúdos urge melhor
definir, equacionar e pôr em prática assegurando o futuro do povo angolano e
dos povos africanos!...
A “Promoção da Cultura Científica
dos Angolanos” é o principal propósito do portal ciencia.ao, sob dependência do Ministério do Ensino
Superior Ciência, Tecnologia e Inovação (MESCTI) de Angola. Qual é o “estado da
arte” do ensino superior?
Esta plataforma na Internet,
segundo o MESCTI, tem como missão estratégica “a promoção da cultura científica
e a sensibilização sobre questões de ciência, tecnologia e inovação”. O portal
a que me refiro é uma excelente iniciativa porque permite a qualquer
interessado aceder a informação de carácter científico, legislação actualizada,
dados e informações sobre Instituições de Ensino Superior e de Investigação,
artigos científicos e outros estudos, e tem a vantagem de aceitar sugestões de
qualquer cidadão.
É notório que a ciência e
tecnologia em Angola tem merecido atenção acrescida, visível através do
surgimento de legislação mais adequada, nomeadamente em relação ao estatuto dos
investigadores, realizam-se periodicamente conferências de âmbito nacional sobre
ciência e tecnologia (desde 2009 houve cinco edições e haverá uma próxima em
Novembro), são atribuídas mais bolsas de estudo para cursos de pós-graduação,
entre outras iniciativas.
Contudo, o principal problema,
para além do financiamento da investigação estar sempre muito aquém do
desejado, continua a ser a ausência de cultura científica e de investigação no
seio do corpo docente do ensino superior.
Díli, 08 jul 2019 (Lusa) -- A
maioria do Governo no parlamento timorense aprovou hoje polémicas alterações à
lei que criou a Região Administrativa Especial de Oecusse-Ambeno (RAEOA), num
plenário em que a Fretilin, na oposição, abandonou os trabalhos.
As alterações -- que foram
aprovadas por 34 votos a favor e zero contra no parlamento de 65 lugares --
visam retirar o Presidente da República do processo de nomeação do responsável
regional.
A Frente Revolucionária do
Timor-Leste Independente (Fretilin), maior partido com assento parlamentar e
atualmente na oposição, abandonou o plenário antes do debate da proposta de
alteração começar e o Partido Democrático (PD) abandonou no momento da votação.
A emenda, que tem agora de ser
promulgada pelo chefe de Estado, Francisco Guterres Lu-Olo, impede o Presidente
da República de bloquear qualquer tentativa de substituir o atual responsável
regional, Mari Alkatiri.
Em causa estão mudanças à lei
3/2014 que alteram a forma de nomeação e exoneração do presidente da RAEOA, sem
passar pelo Palácio Presidencial.
Duterte afirma que mortes de
bandidos são “justificáveis”. Amnistia Internacional denuncia: acusados sem
provas são executados com frequência.
ELES APENAS MATAM
O título do relatório lançado hoje pela Amnistia Internacional não
poderia ser mais direto: ‘Eles apenas matam’: execuções extrajudiciais em
andamento e outras violações nas ‘guerras contra as drogas’ das Filipinas. Por
lá, o presidente Rodrigo Duterte tem defendido há muito tempo a ideia
de que as pessoas envolvidas com drogas são “criminosos” e que sua morte é
“justificável”.
A investigação da Amnistia Internacional identificou 27 mortes entre maio do ano passado e abril
deste ano, muitas aparentemente em execuções extrajudiciais. Em geral, as vítimas estavam em ‘listas de vigilância de drogas’,
criadas pelas autoridades sem nenhum embasamento legal. Constam no relatório
entrevistas com 58 pessoas, incluindo testemunhas de execuções extrajudiciais,
famílias de vítimas, autoridades locais e ativistas de direitos
humanos. Em 2017, a
mesma organização havia mostrado como a polícia sistematicamente
atacava pessoas pobres e indefesas em todo o país enquanto plantavam
“provas” e fabricavam relatórios oficiais de incidentes.
“Tudo o que é preciso para
ser assassinado é uma acusação não comprovada de que alguém usa, compra ou
vende drogas. Em todos os lugares que fomos investigar as mortes relacionadas
às drogas, as pessoas comuns ficaram aterrorizadas. O medo agora se espalhou
profundamente no tecido social da sociedade”, diz Nicholas Bequelin, diretor
regional da organização. O país não investiga os assassinatos. O Tribunal
Penal Internacional começou um exame preliminar em fevereiro de 2018,
mas em março o país saiu do estatuto do tribunal. Agora, a Amnistia Internacional pede ao Conselho de Direitos Humanos da ONU que inicie
“imediatamente” uma investigação.
Pablo Sepúlveda Allende apontou
falhas no relatório sobre direitos humanos da alta comissária da ONU e
ex-presidente chilena Michelle Bachelet
Médico radicado na Venezuela,
Pablo Sepúlveda Allende, neto do ex-presidente do chileno Salvador Allende,
acompanhou de perto a visita da alta comissária das Nações Unidas para os
Direitos Humanos, Michelle Bachelet, também ex-presidente do Chile. Bachelet
esteve na Venezuela entre os dias 19 e 21 de junho, em missão oficial.
Sepúlveda chegou a fazer parte da comitiva de convidados ilustres que recebeu a
alta comissária na sede do Ministério de Relações Exteriores da Venezuela. Na
ocasião entregou uma carta a ex-presidente chilena falando sobre as razões da
crise venezuelana e a realidade do país.
Em entrevista ao Brasil de
Fato, Pablo Sepúlveda Allende fala sobre o relatório final sobre a situação dos
direitos humanos na Venezuela apresentado por Michelle Bachelet ao Conselho de
Direitos Humanos da ONU, nessa sexta-feira (05/07). Confira a seguir os
principais trechos da conversa e os temas destacados pelo neto de Salvador
Allende, ex-presidente alvo de um golpe de Estado apoiado pelos Estados Unidos,
em setembro de 1973.
Dentre os inúmeros méritos do The
Intercept Brasil está o de ter contribuído, decisivamente, para publicizar
o que todos já sabiam ou desconfiavam, mas, por razões distintas, não queriam
admitir: Sergio Moro fez da cruzada contra a esquerda – e de Lula em particular
– o trampolim para viabilizar seus objetivos estritamente pessoais, ou seja,
integrar o governo Bolsonaro e, posteriormente, como o próprio presidente
revelou, chegar ao Supremo Tribunal Federal (STF).
A operação lava jato foi tão
somente o seu passaporte para alcançar esse objetivo, como demonstram as
inúmeras mensagens trocadas entre os (as) procuradores (as) da operação. Muitos
profissionais do Ministério Público Federal reagiram, embora de forma
silenciosa, ao perceberem que as pretensões pessoais de Moro poderiam
comprometer a credibilidade da operação e do MPF, o que, lamentavelmente,
acabou acontecendo.
Essas mensagens indicavam que os membros do MPF temiam que se consolidasse, na
opinião pública, o que já era amplamente percebido nos setores mais atentos aos
acontecimentos: o caráter partidarizado das ações do ex-juiz. Temiam,
igualmente, que isso servisse de base para questionamentos legais quanto às
condenações impostas ao ex-presidente Lula. Esses fatos indicam que uma parte
do MPF, embora não tenha reagido à altura, não compartilhava da heterodoxia
jurídica com que Sergio Moro conduzia suas ações na lava-jato.
A farsa está inteiramente escancarada. Hoje, os que insistem em defender Sergio
Moro não o fazem por acreditarem na sua eventual imparcialidade, mas tão
somente porque estão diante de um dilema dicotômico: ao aceitarem o fato de que
o ex-juiz foi grosseiramente parcial, terão de admitir que foram “tontos” –
como ele classificava os seus aliados do MBL – ou, mais grave, cúmplices de uma
sequência de crimes. Esse é o dilema e o que explica, também, porque Moro ainda
continua assombrando os subterrâneos do palácio do planalto.
Novo levantamento aponta que 33%
consideram presidente bom/ótimo, 33% ruim/péssimo e 31% regular; Na contramão,
cresce apoio das elites a Bolsonaro
Jornal GGN – O presidente
Jair Bolsonaro se mantém como o presidente com a pior avaliação da série do
Datafolha, desde Fernando Collor de Mello, em 1990. Segundo pesquisa mais
recente do instituto, divulgada
nesta segunda-feira (8), na Folha de S.Paulo, 33% da população considera
Bolsonaro um presidente ruim ou péssimo, 31% regular e 33% bom ou ótimo.
Em comparação ao levantamento
feito há cerca de três meses, houve variações mínimas, no sentido de queda de
apoio ao presidente, mas o cenário aponta para um país rachado em três.
A pesquisa Datafolha foi
realizada entre 4 e 5 de julho com 2.860 pessoas em 130 cidades de todo o país.
Todas elas com mais de 16 anos. A margem de erro é de dois pontos percentuais.
O Intercept Brasil publica hoje
mais uma história exclusiva. Durante três meses investiguei
as relações das dinastias que dominam a Justiça Federal no Amazonas. Partindo
de uma denúncia anônima, encontrei casos que ilustram os abusos existentes nas
entranhas do judiciário. Ganhos milionários, favorecimentos, negociações
suspeitas e nepotismo. O TJ amazonense é um negócio para poucas e abastadas
famílias.
Identifiquei sete famílias com
grande influência para agregar parentes no tribunal. Isso pode acontecer
através do possível beneficiamento em concurso público ou da distribuição de
cargos de confiança com gratificações generosas.
Uma das histórias que conto é a
da família Caminha, dos gêmeos Igor e Yuri Caminha Jorge, filhos da
desembargadora Nélia Caminha. Eles foram aprovados em um concurso para juiz que
oferecia 23 vagas, ficando no 34º e 43º lugar, respectivamente.
Apesar de tudo o que aconteceu na
UE nos últimos cinco anos, os seus estados membros resolveram seleccionar
quatro políticos que encarnam a continuidade total com todas as políticas que
levaram a UE à desordem actual.
Nenhuma das recentes calamidades persuadiu o bloco a alterar, ainda que
ligeiramente, a sua rota. Nem a ascensão de partidos anti-sistema na Itália,
Alemanha, França, Finlândia e alhures. Nem a ascensão de forças [ditas]
patrióticas na Polónia e na Hungria. E nem o Brexit, o qual em termos
económicos é o equivalente à perda não de um estado membro mas sim de 20 – e
que destruirá as actuais disposições orçamentais da UE.
Os quatro homens e mulheres cujas nomeações foram marteladas na terça-feira
estão todos determinados a criar uns "Estados Unidos da Europa" (para citar a futura nova presidente da Comissão Europeia,
Ursula von de Leyen) e portanto a prosseguir exactamente com a mesma integração
europeia que está a provocar tanta tensão interna em estados membros da UE e suas
instituições. Além disso, três dos quatro vêm dos estados nucleares da UE, os
membros fundadores originais em 1951, sem nenhum da "nova
Europa" no Leste ou no Centro da mesma. É como se, neste tempo de
crise profunda, a UE quisesse retornar às suas fontes de cerca de 70 anos
atrás, ao invés de reinventar-se novamente para enfrentar os novos desafios do
século XXI.
Com as piruetas do Governo
minoritário do PS a que se vem assistindo, quem quiser defender um SNS
universal, geral e gratuito, sem PPP nem taxas moderadoras ou outras
habilidades privatizadoras do género não terá no PS uma aposta segura. Pelo
contrário.
Embalados pela esperança criada
com a formação de um governo PS viabilizado pelo PCP e pelo BE para quebrar o
velho «arco do poder», António Arnaut, ex-ministro histórico do PS, e João
Semedo, ex-líder do BE, lançaram-se na luta pela salvação do Serviço Nacional
de Saúde (SNS), corroído por décadas de subfinanciamento e desestruturação
causados por políticas governamentais favorecedoras dos grandes interesses
privados.
A 6 de Janeiro de 2018, o livro
Salvar o SNS, dos dois autores, com a proposta de uma nova Lei de Bases da
Saúde (LBS) que procurava recuperar o seu espírito original, foi lançado com
pompa e circunstância na bela e enorme capela do Convento de São Francisco, em
Coimbra.
A presença do primeiro-ministro,
António Costa, e do ministro da Saúde, Adalberto Fernandes, rodeados por uma
numerosa assistência onde curiosamente se juntavam «salvadores» e «agressores»
do SNS reunidos num clima de aparente unidade, deixava, desde logo, uma marca
de ambiguidade na iniciativa.
Aos discursos de ocasião, de que se destacou o de Manuel Alegre, a voz
habitualmente usada pelo PS quando quer dar umas pincelas de vermelho no seu
quotidiano, juntou-se a palavra artificialmente roufenha de João Semedo, já
muito doente, que, com a ausência de Arnaut, igualmente afectado por graves
problemas de saúde, acrescentaram um dramático tom de derradeira despedida das
duas emblemáticas figuras da defesa do SNS.
Foi desta forma emotiva que foi
posta na ordem do dia a revisão da Lei de Bases da Saúde de 1990, aprovada nos
tempos do Governo de Durão Barroso só com os votos do PSD e CDS, escancarando
as portas à privatização da Saúde.
Catarina Martins apresentou este
domingo no Teatro Thalia o programa do Bloco para as próximas legislativas.
Desta feita, sublinhou as propostas do partido para a emergência climática e
para “uma economia que sirva toda a gente”. Propostas sustentadas e
sustentáveis que criam emprego e melhoram as condições de vida.
A coordenadora do Bloco considera
que, nestas eleições, estão em confronto “duas ideias para Portugal”. Uma é a
da direita e do centro “que Portugal é um país pequenino, que tem de obedecer a
tudo o que Bruxelas diz e que, portanto, se for preciso tem de cortar nas
pensões dos idosos para pagar os desmandos financeiros”.
O Bloco segue outro caminho.
Apesar de nesta legislatura ter havido uma recuperação de rendimentos, sabe que
vivemos num “país desigual” e que “ainda não conseguimos romper com a
austeridade”. Por isso, sustenta o seu programa numa visão diferente: “a ideia
de democracia económica que não deixa ninguém para trás, que reduz as
desigualdades, que tem uma estratégia de resposta à emergência climática e que
olha para o futuro”.
Com a preocupação de “responder
pela vida das pessoas”, Catarina Martins apresentou dois dos eixos
programáticos centrais do Bloco: a emergência climática e uma economia que
sirva toda a gente.
O Ministro da Agricultura admite
que seria preferível que o Governo não tivesse de negociar as suas soluções
políticas. E, na Agricultura, entende que as «coisas correram muito bem».
Capoulas Santos, em entrevista
ao Público, assume o incómodo já constatado por outros dirigentes
socialistas: o PS teve de, durante a actual legislatura, sujeitar a sua agenda
política a negociações. E, se por um lado, foi empurrado muitas vezes para
avanços de sentido positivo para as populações, não deixa de tentar retirar os
louros dessas políticas sociais e económicas, que não teriam acontecido se
estivesse sozinho no Governo.
Por outro lado, nas questões
em que se sobrepôs o compromisso com os grandes grupos económicos, o Governo do
PS sempre encontrou o conforto de PSD e CDS-PP para aprovar o que precisou – de
que são exemplos questões da legislação laboral ou a sangria de fundos públicos
para a banca privada.
Hoje trazemos ao PG o Curto do
Expresso, lavrado por Pedro Cordeiro, editor do internacional daquele burgo
balsemanês, conservado em formol a cem por cento, com patrocínio do Bilderberg –
o tal grupo global que é de muitíssimas desconfianças nos segredos que por lá
discutem e guardam segredo das tramas e camas que nos fazem no panorama geopolítico,
geoeconómico, geoestratégico e tudo o mais que não se sabe mas imaginamos.
Cordeiro abre o Curto com a política
grega, talvez porque não sabe fazer renda e então compra na retrosaria mais próxima
a dita grega que embeleza tudo onde é aplicada. Por nós embelezamos este espaço com a imagem a crescer de Poseidon (mitologia grega), parecendo querer invadir-nos a alma submergindo-nos nos mares de múltiplos tridentes... Ai este deus do mar, tão atrevido.
Com destaque para as eleições
gregas elabora o Curto balsemista-bildeberguiano. Atenção porque esta parte
matinal é sempre de ler no Expresso. Ficamos esclarecidos relativamente a
algumas quantas “coisas”.
Nos tempos salazaristas se lêssemos
o jornal próregime fascista Diário da Manhã, ou outros da mesma estirpe, sabíamos
que interpretar ao contrário o que dispunham nas laudas publicadas era solução
quase correta e fidedigna… Ler o Expresso não é o que devemos fazer mas dá
jeito, por vezes, ponderar e “passear” noutras fontes e fazermos o nosso próprio
juízo do “deglutido”. Os tempos que correm recomendam tais técnicas de
mais-valia para melhor esclarecimento e capital de conhecimento sobre imensas “modalidades”
de fazer jornalismo.
Dito. Vamos lá ao Curto, sem
mais, atirando-nos de cabeça num mar grego e de outras estroinices úteis e inúteis…
Bom dia. Boa semana. Boa vida… Bem, isso é coisa reservada só às elites eleitas
e ainda mais afincadamente às que nos são impostas – onde abundam muitos vigaristas e até
ladrões do que é de todos os portugueses. Pois.
Portugal foi inovador na Europa
com leis de proteção de dados pessoais. Agora que a UE considera isso uma
obrigação, dois diplomas aprovados no Parlamento vão em caminho inverso. Bases
de dados pessoais criadas pelas polícias (sob direção do Ministério Público)
deixam de estar sujeitas a um controlo independente: essa competência é
retirada à Comissão Nacional de Proteção de Dados. Presidente da República tem
a palavra final
A forma como as diversas polícias e
o Ministério Público (MP) constituem as suas bases de dados pessoais - e o
tratamento que deles fazem, por exemplo cruzando informação para criar perfis -
deixará de estar sujeita uma fiscalização independente. Duas leis aprovadas
recentemente no Parlamento (a 14 e a 21 de junho), cujo efeito deve ser visto
em conjugação, retiram à Comissão Nacional de Proteção de Dados (CNPD) a
competência de “fiscalização e supervisão de operações de tratamento de dados
pessoais pelas autoridades judiciárias (...), no âmbito das suas competências
processuais”.
Isto significa que a informação
recolhida e armazenada pelo MP ou por entidades com competências de
investigação criminal agindo sob a sua direção (Polícia Judiciária, PSP, GNR,
SEF e, em certas circunstâncias, a Autoridade Tributária ou a ASAE) deixa de poder
ser escrutinada pela CNPD. Esta entidade administrativa independente, que
funciona na esfera da Assembleia da República, tem aqueles poderes desde que há
lei de dados pessoais em Portugal, o que sucede desde 1991.
Para a entrada em vigor do novo
quadro legislativo falta a promulgação dos diplomas pelo Presidente da
República. As duas leis, que resultaram de propostas do Governo, foram
aprovados no Parlamento sem votos contra. Uma delas só teve o apoio do PS, e a
abstenção dos restantes partidos; a outra, além de socialistas, teve o voto a
favor de PSD e PAN, e a abstenção das restantes bancadas.
Os dois diplomas resultam da
necessidade de transpor para a legislação nacional as normas europeias
relativas à proteção de dados. Uma das leis é inteiramente nova, e visa dar
corpo à diretiva para o sector policial e judiciário. A outra é a alteração de
uma lei já existente, que precisava de ficar conforme às novas regras europeias
(e é na nova versão que a CNPD fica impedida de aceder às bases de dados pessoais
de polícias e do MP). Na mesma altura em que foram a plenário os dois textos
referidos, os deputados votaram também a lei nacional de execução do
Regulamento Geral de Proteção de Dados (RGPD).
Relatório sobre racismo reconhece
desigualdades no tratamento de minorias étnico-raciais, em todas as áreas da
sociedade. Os ciganos são os mais prejudicados
Carolina Reis | Christiana
Martins | Expresso
“Relatório sobre Racismo,
Xenofobia e Discriminação”, concluído esta semana pela Assembleia da República,
identifica a falta de dados quantitativos sobre as comunidades minoritárias
como um dos grandes obstáculos para combater as desigualdades existentes no
país. Fala mesmo na “necessidade urgente de informação para poder desenvolver
políticas públicas”. E chega a uma conclusão clara: “Portugal é um país em que
há comportamentos racistas, com um racismo que não é assumido e como não é
assumido, torna-se um não-assunto e não se fala dele”, explica Catarina
Marcelino, a deputada socialista relatora do documento. “Serve para confirmar,
de forma objetiva, que há problemas de discriminação que têm de ser resolvidos
com políticas públicas. É fundamental a intervenção do Estado para corrigir e
minimizar a situação”, defende. Elaborado ao longo de cinco meses, o documento,
a cuja versão preliminar o Expresso teve acesso, será apresentado na próxima
quarta-feira. Depois será apreciado pela comissão parlamentar e submetido a
votação.
Foto: Tiago Martins
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As eleições gregas vieram
reabilitar o partido da Nova Democracia, agora com um novo líder – Kyriakos
Mytsotakis, filho de um antigo primeiro-ministro dos anos 90 – e uma
maquilhagem nova, o “centrismo”. A Nova Democracia é a direita tradicional
grega, co-responsável, com os socialistas do PASOK, pela péssima gestão do
Estado e nepotismo antes da crise financeira e pela austeridade que se seguiu.
Ao contrário do PASOK, extinto na sequência da crise e de ter governando com o
primeiro programa da austeridade, a Nova Democracia sobreviveu e atingiu agora
a maioria absoluta. A direita sobreviveu à crise, os sociais-democratas não.
A derrota
do Syriza já não é a derrota do movimento de esquerda que levou
Tsipras ao poder: essa morreu no referendo de 2015, quando o partido convocou
um referendo para ganhar apoio popular contra um programa de austeridade e
acabou a negar os resultados e a aceitar um programa muito pior. Foi aí que o
Syriza, que chegou ao poder com um programa de recusa da austeridade, foi
extinto. A Europa impôs o princípio que a está a destruir – o “não há
alternativa” – e a partir daí o Syriza transformou-se num partido como os
outros, o “partido do Alexis”, um substituto do PASOK.
O Comité do Património da UNESCO
considerou, este sábado, que a morte do cantor brasileiro João Gilberto "é
uma perda para o património cultural", na reunião em que o Palácio de
Mafra e o Santuário do Bom Jesus de Braga foram classificados Património Mundial.
A morte de João Gilberto "é
uma perda para o património cultural" afirmou Abulfas Garayev, presidente
do Comité do Património da Organização das Nações Unidas para a Educação,
Ciência e Cultura (UNESCO), no início da 43.ª reunião, que decorre em Baku, no
Azerbaijão, até 10 de julho.
Os membros do comité fizeram um
minuto de silêncio em sua homenagem, colocando João Gilberto "entre as
pessoas que tiveram impacto na história da música".
Na reunião, o conjunto composto
pelo Palácio, Basílica, Convento, Jardim do Cerco e Tapada de Mafra e o
Santuário do Bom Jesus, em Braga, receberam a classificação de Património
Cultural Mundial da UNESCO.
Os dois monumentos faziam parte
"das 36 indicações para inscrição na Lista do Património Mundial",
que estão a ser avaliadas na 43.ª Sessão do Comité do Património, Organização
das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO).
O cantor e compositor brasileiro
João Gilberto, considerado um dos pais da Bossa Nova, morreu no sábado no Rio
de Janeiro, Brasil, aos 88 anos, informou um dos filhos do artista.
O compositor, um dos nomes mais
importantes da música brasileira, morreu em sua casa, no Rio de Janeiro,
revelou o seu filho João Marcelo Gilberto, citado pelos media brasileiros.
João Marcelo Gilberto anunciou a
morte do pai na rede social Facebook, enaltecendo "a sua luta nobre"
e a tentativa de "manter a dignidade", apesar de ter perdido "a
sua autonomia".
O cantor e compositor,
considerado o precursor do género musical Bossa Nova e grande responsável pela
sua disseminação pelo mundo, vivia arruinado e em solidão no Rio de Janeiro.
Derivado do samba e com
influências do jazz, o estilo Bossa Nova surgiu no fim da década de 1950 pelas
mãos de João Gilberto, Tom Jobim, Vinícius de Moraes e de jovens cantores e
compositores da classe média do Rio de Janeiro.
O álbum que marcou o início da
Bossa Nova, "Chega de saudade", foi composto por Tom Jobim
(1927-1994) e Vinícius de Moraes (1913-1980). João Gilberto deu voz à versão
mais conhecida da música, lançada em agosto de 1958.
Em 1961, o cantor e compositor
concluiu a trilogia de álbuns que, de acordo com o portal da Globo,
"apresentaram a Bossa Nova ao mundo": "Chega de saudade"
(1959), "O amor, o sorriso e a flor" (1960) e "João Gilberto"
(1961).