segunda-feira, 8 de julho de 2019

Angola | TRANSIÇÃO ANUNCIADA!... -- Martinho Júnior


Martinho Júnior, Luanda  

A transição está anunciada e em Angola a luta contra a corrupção deu a sua primeira “pedrada no charco”!... Mas a vida não se resume à luta contra a corrupção, pelo contrário, essa luta é apenas um dos aspectos a levar em conta, pelo que se impõe, ao arrepiar caminho, um balanço antecipando sobre os 50 anos da independência de Angola, a fim de inventariar o que foi feito nos exercícios anteriores e melhor preparar e equacionar o futuro!

01- Para o MPLA impõe-se um balanço sério sobre seu próprio exercício, antecipando o 50º aniversário da independência nacional e para que a soberania, a democracia e a segurança do país não sejam palavras vãs!

É verdade que 50 anos é pouco para a firmação de “um só povo, uma só nação”, todavia já não é cedo para se levar a cabo um sério balanço sobre as experiências já consumadas pelo MPLA, particularmente as negativas, lembrando o passado e a nossa história, lembrando as tão legítimas aspirações dos angolanos de vanguarda que com o movimento de libertação abriram caminho ao Programa Maior cujos conteúdos urge melhor definir, equacionar e pôr em prática assegurando o futuro do povo angolano e dos povos africanos!...

A promoção da cultura científica dos angolanos e o ensino superior


A “Promoção da Cultura Científica dos Angolanos” é o principal propósito do portal ciencia.ao, sob dependência do Ministério do Ensino Superior Ciência, Tecnologia e Inovação (MESCTI) de Angola. Qual é o “estado da arte” do ensino superior?


Esta plataforma na Internet, segundo o MESCTI, tem como missão estratégica “a promoção da cultura científica e a sensibilização sobre questões de ciência, tecnologia e inovação”. O portal a que me refiro é uma excelente iniciativa porque permite a qualquer interessado aceder a informação de carácter científico, legislação actualizada, dados e informações sobre Instituições de Ensino Superior e de Investigação, artigos científicos e outros estudos, e tem a vantagem de aceitar sugestões de qualquer cidadão.

É notório que a ciência e tecnologia em Angola tem merecido atenção acrescida, visível através do surgimento de legislação mais adequada, nomeadamente em relação ao estatuto dos investigadores, realizam-se periodicamente conferências de âmbito nacional sobre ciência e tecnologia (desde 2009 houve cinco edições e haverá uma próxima em Novembro), são atribuídas mais bolsas de estudo para cursos de pós-graduação, entre outras iniciativas.

Contudo, o principal problema, para além do financiamento da investigação estar sempre muito aquém do desejado, continua a ser a ausência de cultura científica e de investigação no seio do corpo docente do ensino superior.

Maioria aprova alteração a lei da região timorense de Oecusse


Díli, 08 jul 2019 (Lusa) -- A maioria do Governo no parlamento timorense aprovou hoje polémicas alterações à lei que criou a Região Administrativa Especial de Oecusse-Ambeno (RAEOA), num plenário em que a Fretilin, na oposição, abandonou os trabalhos.

As alterações -- que foram aprovadas por 34 votos a favor e zero contra no parlamento de 65 lugares -- visam retirar o Presidente da República do processo de nomeação do responsável regional.

A Frente Revolucionária do Timor-Leste Independente (Fretilin), maior partido com assento parlamentar e atualmente na oposição, abandonou o plenário antes do debate da proposta de alteração começar e o Partido Democrático (PD) abandonou no momento da votação.

A emenda, que tem agora de ser promulgada pelo chefe de Estado, Francisco Guterres Lu-Olo, impede o Presidente da República de bloquear qualquer tentativa de substituir o atual responsável regional, Mari Alkatiri.

Em causa estão mudanças à lei 3/2014 que alteram a forma de nomeação e exoneração do presidente da RAEOA, sem passar pelo Palácio Presidencial.

A homicida guerra às drogas nas Filipinas


Duterte afirma que mortes de bandidos são “justificáveis”. Amnistia Internacional denuncia: acusados sem provas são executados com frequência.

ELES APENAS MATAM

O título do relatório lançado hoje pela Amnistia Internacional não poderia ser mais direto: ‘Eles apenas matam’: execuções extrajudiciais em andamento e outras violações nas ‘guerras contra as drogas’ das Filipinas. Por lá, o presidente Rodrigo Duterte tem defendido há muito tempo a ideia de que as pessoas envolvidas com drogas são “criminosos” e que sua morte é “justificável”.

A investigação da Amnistia Internacional identificou 27 mortes entre maio do ano passado e abril deste ano, muitas aparentemente em execuções extrajudiciais. Em geral, as vítimas estavam em ‘listas de vigilância de drogas’, criadas pelas autoridades sem nenhum embasamento legal. Constam no relatório entrevistas com 58 pessoas, incluindo testemunhas de execuções extrajudiciais, famílias de vítimas, autoridades locais e ativistas de direitos humanos. Em 2017, a mesma organização havia mostrado como a polícia sistematicamente atacava pessoas pobres e indefesas em todo o país enquanto plantavam “provas” e fabricavam relatórios oficiais de incidentes.

“Tudo o que é preciso para ser assassinado é uma acusação não comprovada de que alguém usa, compra ou vende drogas. Em todos os lugares que fomos investigar as mortes relacionadas às drogas, as pessoas comuns ficaram aterrorizadas. O medo agora se espalhou profundamente no tecido social da sociedade”, diz Nicholas Bequelin, diretor regional da organização. O país não investiga os assassinatos. O Tribunal Penal Internacional começou um exame preliminar em fevereiro de 2018, mas em março o país saiu do estatuto do tribunal. Agora, a Amnistia Internacional pede ao Conselho de Direitos Humanos da ONU que inicie “imediatamente” uma investigação.

Raquel Torres | Outras Palavras, Outra Saúde

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Relatório de Bachelet sobre a Venezuela é desonesto, diz neto de Salvador Allende


Pablo Sepúlveda Allende apontou falhas no relatório sobre direitos humanos da alta comissária da ONU e ex-presidente chilena Michelle Bachelet

Médico radicado na Venezuela, Pablo Sepúlveda Allende, neto do ex-presidente do chileno Salvador Allende, acompanhou de perto a visita da alta comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, também ex-presidente do Chile. Bachelet esteve na Venezuela entre os dias 19 e 21 de junho, em missão oficial. Sepúlveda chegou a fazer parte da comitiva de convidados ilustres que recebeu a alta comissária na sede do Ministério de Relações Exteriores da Venezuela. Na ocasião entregou uma carta a ex-presidente chilena falando sobre as razões da crise venezuelana e a realidade do país.

Em entrevista ao Brasil de Fato, Pablo Sepúlveda Allende fala sobre o relatório final sobre a situação dos direitos humanos na Venezuela apresentado por Michelle Bachelet ao Conselho de Direitos Humanos da ONU, nessa sexta-feira (05/07). Confira a seguir os principais trechos da conversa e os temas destacados pelo neto de Salvador Allende, ex-presidente alvo de um golpe de Estado apoiado pelos Estados Unidos, em setembro de 1973.

Brasil | Sérgio Moro: de "herói" a vilão


Dentre os inúmeros méritos do The Intercept Brasil está o de ter contribuído, decisivamente, para publicizar o que todos já sabiam ou desconfiavam, mas, por razões distintas, não queriam admitir: Sergio Moro fez da cruzada contra a esquerda – e de Lula em particular – o trampolim para viabilizar seus objetivos estritamente pessoais, ou seja, integrar o governo Bolsonaro e, posteriormente, como o próprio presidente revelou, chegar ao Supremo Tribunal Federal (STF).

Eron Bezerra* | Vermelho | opinião

A operação lava jato foi tão somente o seu passaporte para alcançar esse objetivo, como demonstram as inúmeras mensagens trocadas entre os (as) procuradores (as) da operação. Muitos profissionais do Ministério Público Federal reagiram, embora de forma silenciosa, ao perceberem que as pretensões pessoais de Moro poderiam comprometer a credibilidade da operação e do MPF, o que, lamentavelmente, acabou acontecendo.

Essas mensagens indicavam que os membros do MPF temiam que se consolidasse, na opinião pública, o que já era amplamente percebido nos setores mais atentos aos acontecimentos: o caráter partidarizado das ações do ex-juiz. Temiam, igualmente, que isso servisse de base para questionamentos legais quanto às condenações impostas ao ex-presidente Lula. Esses fatos indicam que uma parte do MPF, embora não tenha reagido à altura, não compartilhava da heterodoxia jurídica com que Sergio Moro conduzia suas ações na lava-jato.

A farsa está inteiramente escancarada. Hoje, os que insistem em defender Sergio Moro não o fazem por acreditarem na sua eventual imparcialidade, mas tão somente porque estão diante de um dilema dicotômico: ao aceitarem o fato de que o ex-juiz foi grosseiramente parcial, terão de admitir que foram “tontos” – como ele classificava os seus aliados do MBL – ou, mais grave, cúmplices de uma sequência de crimes. Esse é o dilema e o que explica, também, porque Moro ainda continua assombrando os subterrâneos do palácio do planalto.

Brasil | Datafolha: Bolsonaro estabiliza em 33% e consolida divisão do país


Novo levantamento aponta que 33% consideram presidente bom/ótimo, 33% ruim/péssimo e 31% regular; Na contramão, cresce apoio das elites a Bolsonaro

Jornal GGN – O presidente Jair Bolsonaro se mantém como o presidente com a pior avaliação da série do Datafolha, desde Fernando Collor de Mello, em 1990. Segundo pesquisa mais recente do instituto, divulgada nesta segunda-feira (8), na Folha de S.Paulo, 33% da população considera Bolsonaro um presidente ruim ou péssimo, 31% regular e 33% bom ou ótimo.

Em comparação ao levantamento feito há cerca de três meses, houve variações mínimas, no sentido de queda de apoio ao presidente, mas o cenário aponta para um país rachado em três.

A pesquisa Datafolha foi realizada entre 4 e 5 de julho com 2.860 pessoas em 130 cidades de todo o país. Todas elas com mais de 16 anos. A margem de erro é de dois pontos percentuais.

Brasil | Os clãs do judiciário


O Intercept Brasil publica hoje mais uma história exclusiva. Durante três meses investiguei as relações das dinastias que dominam a Justiça Federal no Amazonas. Partindo de uma denúncia anônima, encontrei casos que ilustram os abusos existentes nas entranhas do judiciário. Ganhos milionários, favorecimentos, negociações suspeitas e nepotismo. O TJ amazonense é um negócio para poucas e abastadas famílias.

Nayara Azevedo* | The Intercept_ Brasil

Identifiquei sete famílias com grande influência para agregar parentes no tribunal. Isso pode acontecer através do possível beneficiamento em concurso público ou da distribuição de cargos de confiança com gratificações generosas.

Uma das histórias que conto é a da família Caminha, dos gêmeos Igor e Yuri Caminha Jorge, filhos da desembargadora Nélia Caminha. Eles foram aprovados em um concurso para juiz que oferecia 23 vagas, ficando no 34º e 43º lugar, respectivamente.

Novos hierarcas não eleitos da UE darão continuidade à desordem actual

Novos senhores da UE
John Laughland [*]

Apesar de tudo o que aconteceu na UE nos últimos cinco anos, os seus estados membros resolveram seleccionar quatro políticos que encarnam a continuidade total com todas as políticas que levaram a UE à desordem actual.

Nenhuma das recentes calamidades persuadiu o bloco a alterar, ainda que ligeiramente, a sua rota. Nem a ascensão de partidos anti-sistema na Itália, Alemanha, França, Finlândia e alhures. Nem a ascensão de forças [ditas] patrióticas na Polónia e na Hungria. E nem o Brexit, o qual em termos económicos é o equivalente à perda não de um estado membro mas sim de 20 – e que destruirá as actuais disposições orçamentais da UE.

Os quatro homens e mulheres cujas nomeações foram marteladas na terça-feira estão todos determinados a criar uns "Estados Unidos da Europa" (para citar a futura nova presidente da Comissão Europeia, Ursula von de Leyen) e portanto a prosseguir exactamente com a mesma integração europeia que está a provocar tanta tensão interna em estados membros da UE e suas instituições. Além disso, três dos quatro vêm dos estados nucleares da UE, os membros fundadores originais em 1951, sem nenhum da "nova Europa" no Leste ou no Centro da mesma. É como se, neste tempo de crise profunda, a UE quisesse retornar às suas fontes de cerca de 70 anos atrás, ao invés de reinventar-se novamente para enfrentar os novos desafios do século XXI. 

Portugal | Votar na Saúde


Com as piruetas do Governo minoritário do PS a que se vem assistindo, quem quiser defender um SNS universal, geral e gratuito, sem PPP nem taxas moderadoras ou outras habilidades privatizadoras do género não terá no PS uma aposta segura. Pelo contrário.

Jorge Seabra | O Diário

Embalados pela esperança criada com a formação de um governo PS viabilizado pelo PCP e pelo BE para quebrar o velho «arco do poder», António Arnaut, ex-ministro histórico do PS, e João Semedo, ex-líder do BE, lançaram-se na luta pela salvação do Serviço Nacional de Saúde (SNS), corroído por décadas de subfinanciamento e desestruturação causados por políticas governamentais favorecedoras dos grandes interesses privados.

A 6 de Janeiro de 2018, o livro Salvar o SNS, dos dois autores, com a proposta de uma nova Lei de Bases da Saúde (LBS) que procurava recuperar o seu espírito original, foi lançado com pompa e circunstância na bela e enorme capela do Convento de São Francisco, em Coimbra.

A presença do primeiro-ministro, António Costa, e do ministro da Saúde, Adalberto Fernandes, rodeados por uma numerosa assistência onde curiosamente se juntavam «salvadores» e «agressores» do SNS reunidos num clima de aparente unidade, deixava, desde logo, uma marca de ambiguidade na iniciativa.

Aos discursos de ocasião, de que se destacou o de Manuel Alegre, a voz habitualmente usada pelo PS quando quer dar umas pincelas de vermelho no seu quotidiano, juntou-se a palavra artificialmente roufenha de João Semedo, já muito doente, que, com a ausência de Arnaut, igualmente afectado por graves problemas de saúde, acrescentaram um dramático tom de derradeira despedida das duas emblemáticas figuras da defesa do SNS.

Foi desta forma emotiva que foi posta na ordem do dia a revisão da Lei de Bases da Saúde de 1990, aprovada nos tempos do Governo de Durão Barroso só com os votos do PSD e CDS, escancarando as portas à privatização da Saúde.

Combater a emergência climática com uma economia que responde a toda a gente


Catarina Martins apresentou este domingo no Teatro Thalia o programa do Bloco para as próximas legislativas. Desta feita, sublinhou as propostas do partido para a emergência climática e para “uma economia que sirva toda a gente”. Propostas sustentadas e sustentáveis que criam emprego e melhoram as condições de vida.

A coordenadora do Bloco considera que, nestas eleições, estão em confronto “duas ideias para Portugal”. Uma é a da direita e do centro “que Portugal é um país pequenino, que tem de obedecer a tudo o que Bruxelas diz e que, portanto, se for preciso tem de cortar nas pensões dos idosos para pagar os desmandos financeiros”.

O Bloco segue outro caminho. Apesar de nesta legislatura ter havido uma recuperação de rendimentos, sabe que vivemos num “país desigual” e que “ainda não conseguimos romper com a austeridade”. Por isso, sustenta o seu programa numa visão diferente: “a ideia de democracia económica que não deixa ninguém para trás, que reduz as desigualdades, que tem uma estratégia de resposta à emergência climática e que olha para o futuro”.

Com a preocupação de “responder pela vida das pessoas”, Catarina Martins apresentou dois dos eixos programáticos centrais do Bloco: a emergência climática e uma economia que sirva toda a gente.

Capoulas Santos quer maioria absoluta para PS não ter de «torcer» as suas políticas


O Ministro da Agricultura admite que seria preferível que o Governo não tivesse de negociar as suas soluções políticas. E, na Agricultura, entende que as «coisas correram muito bem».

AbrilAbril | editorial

Capoulas Santos, em entrevista ao Público, assume o incómodo já constatado por outros dirigentes socialistas: o PS teve de, durante a actual legislatura, sujeitar a sua agenda política a negociações. E, se por um lado, foi empurrado muitas vezes para avanços de sentido positivo para as populações, não deixa de tentar retirar os louros dessas políticas sociais e económicas, que não teriam acontecido se estivesse sozinho no Governo.

Por outro lado, nas questões em que se sobrepôs o compromisso com os grandes grupos económicos, o Governo do PS sempre encontrou o conforto de PSD e CDS-PP para aprovar o que precisou – de que são exemplos questões da legislação laboral ou a sangria de fundos públicos para a banca privada.

O Curto num grande Mar Grego com outras considerações e bitates


Hoje trazemos ao PG o Curto do Expresso, lavrado por Pedro Cordeiro, editor do internacional daquele burgo balsemanês, conservado em formol a cem por cento, com patrocínio do Bilderberg – o tal grupo global que é de muitíssimas desconfianças nos segredos que por lá discutem e guardam segredo das tramas e camas que nos fazem no panorama geopolítico, geoeconómico, geoestratégico e tudo o mais que não se sabe mas imaginamos.

Cordeiro abre o Curto com a política grega, talvez porque não sabe fazer renda e então compra na retrosaria mais próxima a dita grega que embeleza tudo onde é aplicada. Por nós embelezamos este espaço com a imagem a crescer de Poseidon (mitologia grega), parecendo querer invadir-nos a alma submergindo-nos nos mares de múltiplos tridentes... Ai este deus do mar, tão atrevido.

Com destaque para as eleições gregas elabora o Curto balsemista-bildeberguiano. Atenção porque esta parte matinal é sempre de ler no Expresso. Ficamos esclarecidos relativamente a algumas quantas “coisas”.

Nos tempos salazaristas se lêssemos o jornal próregime fascista Diário da Manhã, ou outros da mesma estirpe, sabíamos que interpretar ao contrário o que dispunham nas laudas publicadas era solução quase correta e fidedigna… Ler o Expresso não é o que devemos fazer mas dá jeito, por vezes, ponderar e “passear” noutras fontes e fazermos o nosso próprio juízo do “deglutido”. Os tempos que correm recomendam tais técnicas de mais-valia para melhor esclarecimento e capital de conhecimento sobre imensas “modalidades” de fazer jornalismo.

Dito. Vamos lá ao Curto, sem mais, atirando-nos de cabeça num mar grego e de outras estroinices úteis e inúteis… Bom dia. Boa semana. Boa vida… Bem, isso é coisa reservada só às elites eleitas e ainda mais afincadamente às que nos são impostas – onde abundam muitos vigaristas e até ladrões do que é de todos os portugueses. Pois.

Redação PG // MM

Portugal | Dados pessoais na posse das polícias e do MP sem controlo independente


Paulo Paixão | Expresso

Portugal foi inovador na Europa com leis de proteção de dados pessoais. Agora que a UE considera isso uma obrigação, dois diplomas aprovados no Parlamento vão em caminho inverso. Bases de dados pessoais criadas pelas polícias (sob direção do Ministério Público) deixam de estar sujeitas a um controlo independente: essa competência é retirada à Comissão Nacional de Proteção de Dados. Presidente da República tem a palavra final

A forma como as diversas polícias e o Ministério Público (MP) constituem as suas bases de dados pessoais - e o tratamento que deles fazem, por exemplo cruzando informação para criar perfis - deixará de estar sujeita uma fiscalização independente. Duas leis aprovadas recentemente no Parlamento (a 14 e a 21 de junho), cujo efeito deve ser visto em conjugação, retiram à Comissão Nacional de Proteção de Dados (CNPD) a competência de “fiscalização e supervisão de operações de tratamento de dados pessoais pelas autoridades judiciárias (...), no âmbito das suas competências processuais”.

Isto significa que a informação recolhida e armazenada pelo MP ou por entidades com competências de investigação criminal agindo sob a sua direção (Polícia Judiciária, PSP, GNR, SEF e, em certas circunstâncias, a Autoridade Tributária ou a ASAE) deixa de poder ser escrutinada pela CNPD. Esta entidade administrativa independente, que funciona na esfera da Assembleia da República, tem aqueles poderes desde que há lei de dados pessoais em Portugal, o que sucede desde 1991.

Para a entrada em vigor do novo quadro legislativo falta a promulgação dos diplomas pelo Presidente da República. As duas leis, que resultaram de propostas do Governo, foram aprovados no Parlamento sem votos contra. Uma delas só teve o apoio do PS, e a abstenção dos restantes partidos; a outra, além de socialistas, teve o voto a favor de PSD e PAN, e a abstenção das restantes bancadas.

Os dois diplomas resultam da necessidade de transpor para a legislação nacional as normas europeias relativas à proteção de dados. Uma das leis é inteiramente nova, e visa dar corpo à diretiva para o sector policial e judiciário. A outra é a alteração de uma lei já existente, que precisava de ficar conforme às novas regras europeias (e é na nova versão que a CNPD fica impedida de aceder às bases de dados pessoais de polícias e do MP). Na mesma altura em que foram a plenário os dois textos referidos, os deputados votaram também a lei nacional de execução do Regulamento Geral de Proteção de Dados (RGPD).

Parlamento discutiu e concluiu: “Portugal tem racismo não assumido”


PAGUE PARA LER, no Expresso

Relatório sobre racismo reconhece desigualdades no tratamento de minorias étnico-raciais, em todas as áreas da sociedade. Os ciganos são os mais prejudicados

Carolina Reis | Christiana Martins | Expresso

“Relatório sobre Racismo, Xenofobia e Discriminação”, concluído esta semana pela Assembleia da República, identifica a falta de dados quantitativos sobre as comunidades minoritárias como um dos grandes obstáculos para combater as desigualdades existentes no país. Fala mesmo na “necessidade urgente de informação para poder desenvolver políticas públicas”. E chega a uma conclusão clara: “Portugal é um país em que há comportamentos racistas, com um racismo que não é assumido e como não é assumido, torna-se um não-assunto e não se fala dele”, explica Catarina Marcelino, a deputada socialista relatora do documento. “Serve para confirmar, de forma objetiva, que há problemas de discriminação que têm de ser resolvidos com políticas públicas. É fundamental a intervenção do Estado para corrigir e minimizar a situação”, defende. Elaborado ao longo de cinco meses, o documento, a cuja versão preliminar o Expresso teve acesso, será apresentado na próxima quarta-feira. Depois será apreciado pela comissão parlamentar e submetido a votação.

Foto: Tiago Martins

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Grécia - Eleições | A segunda morte do Syriza


A derrota do Syriza já não é a derrota do movimento de esquerda que levou Tsipras ao poder: essa morreu no referendo de 2015

Ana Sá Lopes | Público | editorial

As eleições gregas vieram reabilitar o partido da Nova Democracia, agora com um novo líder – Kyriakos Mytsotakis, filho de um antigo primeiro-ministro dos anos 90 – e uma maquilhagem nova, o “centrismo”. A Nova Democracia é a direita tradicional grega, co-responsável, com os socialistas do PASOK, pela péssima gestão do Estado e nepotismo antes da crise financeira e pela austeridade que se seguiu. Ao contrário do PASOK, extinto na sequência da crise e de ter governando com o primeiro programa da austeridade, a Nova Democracia sobreviveu e atingiu agora a maioria absoluta. A direita sobreviveu à crise, os sociais-democratas não.

derrota do Syriza já não é a derrota do movimento de esquerda que levou Tsipras ao poder: essa morreu no referendo de 2015, quando o partido convocou um referendo para ganhar apoio popular contra um programa de austeridade e acabou a negar os resultados e a aceitar um programa muito pior. Foi aí que o Syriza, que chegou ao poder com um programa de recusa da austeridade, foi extinto. A Europa impôs o princípio que a está a destruir – o “não há alternativa” – e a partir daí o Syriza transformou-se num partido como os outros, o “partido do Alexis”, um substituto do PASOK.

Morte do cantor João Gilberto "é uma perda para o património cultural" - vídeo


O Comité do Património da UNESCO considerou, este sábado, que a morte do cantor brasileiro João Gilberto "é uma perda para o património cultural", na reunião em que o Palácio de Mafra e o Santuário do Bom Jesus de Braga foram classificados Património Mundial.

A morte de João Gilberto "é uma perda para o património cultural" afirmou Abulfas Garayev, presidente do Comité do Património da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO), no início da 43.ª reunião, que decorre em Baku, no Azerbaijão, até 10 de julho.

Os membros do comité fizeram um minuto de silêncio em sua homenagem, colocando João Gilberto "entre as pessoas que tiveram impacto na história da música".

Na reunião, o conjunto composto pelo Palácio, Basílica, Convento, Jardim do Cerco e Tapada de Mafra e o Santuário do Bom Jesus, em Braga, receberam a classificação de Património Cultural Mundial da UNESCO.

Os dois monumentos faziam parte "das 36 indicações para inscrição na Lista do Património Mundial", que estão a ser avaliadas na 43.ª Sessão do Comité do Património, Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO).

O cantor e compositor brasileiro João Gilberto, considerado um dos pais da Bossa Nova, morreu no sábado no Rio de Janeiro, Brasil, aos 88 anos, informou um dos filhos do artista.

O compositor, um dos nomes mais importantes da música brasileira, morreu em sua casa, no Rio de Janeiro, revelou o seu filho João Marcelo Gilberto, citado pelos media brasileiros.

João Marcelo Gilberto anunciou a morte do pai na rede social Facebook, enaltecendo "a sua luta nobre" e a tentativa de "manter a dignidade", apesar de ter perdido "a sua autonomia".

O cantor e compositor, considerado o precursor do género musical Bossa Nova e grande responsável pela sua disseminação pelo mundo, vivia arruinado e em solidão no Rio de Janeiro.

Derivado do samba e com influências do jazz, o estilo Bossa Nova surgiu no fim da década de 1950 pelas mãos de João Gilberto, Tom Jobim, Vinícius de Moraes e de jovens cantores e compositores da classe média do Rio de Janeiro.

O álbum que marcou o início da Bossa Nova, "Chega de saudade", foi composto por Tom Jobim (1927-1994) e Vinícius de Moraes (1913-1980). João Gilberto deu voz à versão mais conhecida da música, lançada em agosto de 1958.

Em 1961, o cantor e compositor concluiu a trilogia de álbuns que, de acordo com o portal da Globo, "apresentaram a Bossa Nova ao mundo": "Chega de saudade" (1959), "O amor, o sorriso e a flor" (1960) e "João Gilberto" (1961).

Jornal de Notícias

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