sexta-feira, 20 de setembro de 2019

As explosões que abalaram a Arábia Saudita


As maiores instalações de petróleo do mundo estão em chamas e os EUA têm as mãos amarradas. Como os rebeldes do Iêmen, massacrados há anos, vingaram-se e sacudiram o xadrez político de uma das regiões mais explosivas do planeta

Pepe Escobar | Tradução: Antonio Martins | Imagem: Sebastião Salgado

Somos os Houthis e estamos entrando em cena. Com o ataque espetacular às duas maiores refinarias de petróleo sauditas, em Abqaiq, os houthis do Iêmen sacudiram o xadrez político no Sudeste da Ásia e foram tão longe que introduziram uma dimensão totalmente nova: a possibilidade de tirar do poder a Casa de Saud, [dinastia monárquica saudita].

Contra-ataque é uma merda. Os houthis – xiitas zaidistas do norte do Iêmen e os wahhabistas sauditas estão há muito na garganta uns dos outros. O livro Tribes and Politics in Yemen, de Marieke Brandt, é essencial para compreender a complexidade estonteante das tribos Houthis. Além disso, ele situa o conflito no sul da Península Árabe além de uma mera guerra por procuração entre o Irã e a Arábia Saudita.

Ainda assim, é sempre importante considerar que os xiitas árabes da Província Oriental [da Arábia Saudita], que trabalham nas instalações de petróleo deste país são aliados naturais dos houthis em combate contra Riad.

A surpreendente capacidade houthi – de enxames de drones a ataques com mísseis balísticos – ampliou-se de modo notável no último ano. Não foi por acidente que a União de Emirados Árabes percebeu para que lado sopravam os ventos geopolíticos e geoeconômicos: Abu Dhab retirou-se da guerra absurda do príncipe saudita Mohammad bin Salman contra o Iêmen e está engajada agora no que descreve como uma estratégia de paz.

Mesmo antes de Abqaiq, ou houthis já haviam tramado alguns ataques contra instalações petrolíferas sauditas, além de ataques aos aeroportos de Dubai e Abu Dhabi. No início de julho, o Centro de Comando de Operações do Iêmen exibiu fartamente, em Sana’a [a capital do país] seu amplo acervo de drones e mísseis, balísticos e alados.

A situação chegou a um ponto em que há, no Golfo Pérsico, conversa constante sobre um cenário espetacular: os houthis investindo numa louca corrida através do deserto para capturar Meca e medina, em conjunção com uma revolta maciça dos xiitas no cinturão de óleo do Oriente. Não é mais algo impossível. Coisas estranhas aconteceram no Oriente Médio. Basta lembrar que os sauditas não são capazes sequer de vencer uma rixa de bar – e por isso, dependem tanto de mercenários.

"Brexit" a 31 de outubro? Entre o sim, o não e o talvez


"Brexit" ou não "Brexit" a 31 de outubro, eis a questão que inquieta os políticos europeus. Ninguém sabe em concreto. Primeiro-ministro britânico Boris Johnson garante que sim, mas Parlamento Europeu admite adiamento.

Boris Johnson está determinado: a 31 de outubro, o Reino Unido deverá sair da União Europeia, com ou sem acordo com o bloco dos 27.

É uma promessa que o primeiro-ministro britânico tem repetido vezes sem conta, desde que tomou posse. "Come what may", aconteça o que acontecer, a 1 de novembro, o Reino Unido já não pertencerá à União.

O presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, diz que Johnson lhe voltou a garantir isso mesmo numa reunião esta semana. Isto, apesar de o Parlamento britânico ter obrigado o Executivo a solicitar um novo adiamento do "Brexit" caso Londres e Bruxelas não cheguem a acordo até 19 de outubro.

O Parlamento Europeu alertou na quarta-feira (18.09) para a necessidade de uma saída "ordenada" do Reino Unido e admitiu a hipótese de um novo adiamento do "Brexit". Por isso, adensam-se as dúvidas: afinal, que caminho será seguido?

Bissau: Sessão parlamentar em hotel, sem deputados do PAIGC


O presidente da Assembleia Nacional Popular (ANP) da Guiné-Bissau, Cipriano Cassamá, deu ontem início à sessão parlamentar para discutir o programa do Governo, sem os deputados do PAIGC.

Cipriano Cassamá adiou o início da sessão para o final da tarde de quinta-feira (19.09) numa unidade hoteleira de Bissau, devido à falta de condições técnicas e legais no Parlamento nacional por causa da greve dos funcionários da instituição.

A sessão teve início às 19:30 com a presença dos 27 deputados do Movimento para a Alternância Democrática (MADEM-G15), 21 do Partido de Renovação Social (PRS) e três da Assembleia do Povo Unido - Partido Democrático da Guiné-Bissau (APU-PDGB), num total de 51 deputados.

O hemiciclo guineense tem 102 deputados. Na sessão não estiveram parlamentares do Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC).

Num discurso proferido na abertura da sessão, Cipriano Cassamá salientou que o programa de Governo deve ser "sufragado pelo Parlamento, enquanto órgão de orientação e fiscalização da política nacional".

"Nesta hora queremos aproveitar a oportunidade para apelar ao Governo para uma realidade atroz das nossas finanças públicas", afirmou o presidente do Parlamento, sublinhando que não se combate os "males sociais" sem recursos económicos e financeiros.

Nyusi diz que Moçambique não pode ser um país estranho que está sempre em guerra


Filipe Nyusi pediu hoje aos membros e simpatizantes da Frelimo para não responderem provocações que conduzem a violência na campanha eleitoral. E por outro lado diz que é altura de pôr fim à violência armada porque Moçambique está a ficar um país estranho na região por se recorrer a armas para resolver diferenças.

Quinta-feira o candidato da Frelimo trabalhou nos distritos de Mandimba, Marrupa e na cidade de Lichinga onde orientou comícios populares concorridos. A tónica do seu discurso foi contra a violência armada.

Nyusi diz que não é possível desenvolver um país que está sempre em guerra. Por outro lado apelou a contenção de ânimos durante a campanha eleitoral para evitar a violência. Mas também aproveitou para responder algumas provocações dos seus adversários nesta corrida eleitoral.

Marrupa é um distritos que fielmente tem votado da Frelimo e Nyusi quer reforçar a domínio e apontou as obras do quinquénio como exemplo de quem cumpre promessas.

Mandimba e Lichinga não votarem nele em 2014, mas as estradas, a linha férrea, os projectos de abastecimento de água, a reabilitação dos hospitais de Lichinga, Cuamba, Mandimba entre outros são a prova de que é como a chuva que chove para todos, Segundo suas palavras:

Esta sexta-feira a campanha de Nyusi em Niassa termina com um comício no distrito de Lago.

Eleições em Moçambique: Clima de medo em Quelimane


A polícia da Zambézia não tem pistas para capturar os malfeitores que tentaram assassinar a mãe do candidato da RENAMO Manuel de Araújo. Analistas preveem abstenções no dia de voto por causa do clima de violência.

São muitos os atos de violência que os partidos políticos têm denunciado nos últimos dias nesta campanha eleitoral, que termina no próximo dia 12 de outubro, três dias antes do início da votação nas eleições gerais moçambicanas.

A primeira vítima desses atos de violência solicitou o anonimato e é membro do Movimento Democrático de Moçambique (MDM). "Amarraram-me, espalharam pelo corpo combustível e atearam o fogo. O vizinho que estava a apagar o fogo é que veio desamarrar-me e só depois começamos a pedir socorro", conta.

Também o porta-voz deste partido, Vitorino Francisco, há dias convocou a imprensa para pedir proteção, porque teme pela sua vida. "No distrito de Mocuba, quando os nossos membros realizavam a campanha porta a porta vieram os régulos e ameaçaram-nos de morte e deram-lhes um ultimato: se continuassem a angariar mais membros, seriam proibidos de manter as suas residências nos locais onde vivem", afirmou.

Angola | Figuras de proa da UNITA apoiam candidatura de Costa Júnior


Em manifesto, 126 militantes do maior partido de Angola deram apoio à candidatura do atual presidente do Grupo Parlamentar da UNITA. Isaías Samakuva, atual líder da agremiação, mantém-se em silêncio sobre recandidatura.

A entrega de candidaturas para o XIII Congresso da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA) a realizar-se de 13 a 15 de novembro arrancou na última segunda-feira (16.09). Apesar de permanecer a dúvida sobre a recandidatura de Isaías Samakuva, o atual presidente do maior partido da oposição em Angola, militantes como Raul Danda, Adalberto Costa Júnior, Kamalata Numa e José Katchiungo já manifestaram a intenção de se candidatar.

Esta semana, 126 militantes de proa, entre eles Samuel Chiwale, co-fundador da UNITA, e o ex-vice-presidente Ernesto Mulato tornaram público um manifesto de apoio à candidatura de Adalberto Costa Júnior, o atual presidente do Grupo Parlamentar da UNITA.

No manifesto datado de 18 de setembro, pode ler-se: "Adalberto Costa Júnior é a nossa aposta, porque é chegado o tempo de promover uma liderança mais jovem que projete o partido para o futuro".

Ilídio Manuel, analista e jornalista angolano, explica à DW África o que isso pode significar no conclave da segunda maior força política angolana. "Significa que ele é uma figura de consenso ao nível da UNITA. É mais ou menos a ponte que vai garantir a ponte da velha à nova geração", diz.

Mas, há um senão, acrescenta Ilídio Manuel. "É um candidato que goza de muito apoio no meio urbano, o que pode até certo ponto trair determinadas expetativas, uma vez que a UNITA tem fundamentalmente como seio de apoio o eleitorado rural. É aí onde terá alguns dificuldades em afirmar as suas pretensões", afirmou.

Angola | Casos de tentativa de suicídios envolvem muitas crianças


Cerca de dez casos de tentativas de suicídios são registados mensalmente, no Hospital Psiquiátrico de Luanda, envolvendo adultos e crianças menores de 10 anos, deu a conhecer ao Jornal de Angola, o psicólogo clínico e psicanalista, Adriano Faustino.

Para o especialista, muitos desses casos, em crianças e jovens, tem a ver com problemas psicológicos, sociais e biológicos, em que muitos menores dão entrada naquela unidade sanitária com graves golpes de auto mutilação nos pulsos e outras tentativas de suicídio.

Adriano Faustino explicou que a perca do poder de compra por parte de muitas famílias, falta de emprego, particularmente para os jovens formados, o insucesso nos projectos pessoais e a educação declinada, podem de forma expressiva contribuir para a tentativa de suicídio na camada adulta. 

Nas crianças, ressaltou o psicólogo clínico, as tentativas de suicídio podem ter como base o mau aproveitamento escolar, com reprovações repetidas e ciúmes no seio familiar, aliado a problemas conjugais entre os progenitores.

Fórum da Juventude marca segundo dia da Bienal de Luanda


Jovens foram o foco da Bienal de Luanda - Fórum Pan-Africano para a Cultura de Paz, esta quinta-feira (19.09). Evento decorre na capital angolana até ao dia 22, com destaque para a resolução de conflitos no continente.

"Falar de paz é também falar de pão na mesa. E falar de pão na mesa é falar de emprego": as palavras do jovem Constantino Tchiaca, que veio da cidade do Namibe para participar na Bienal de Luanda, resumem bem o segundo dia do evento, dedicado à juventude, paz e segurança. No Fórum da Juventude, já se adivinhava que o desemprego, as condições sociais precárias e o estado da educação seriam obrigatoriamente temas em debate.

Jovens de várias partes de África não desperdiçaram esta oportunidade para trocar experiências e criar novas ideias. "É uma mais-valia estas atividades ocorrerem", diz Géssica Rodrigues, outra jovem que participou no Fórum, um espaço de intercâmbio e reflexão para falar também de criatividade, empreendedorismo e inovação.

"Em Angola existem muitos licenciados que não têm emprego, mas, com este fórum, podem criar ideias e até abrir o seu próprio negócio. Ajuda muito, porque saíram daqui muitas ideias brilhantes", garante a jovem angolana.

Constantino Tchiaca, por sua vez, defende a prática, mais do que a palavra: "Um fórum é sempre um fórum, desperta-nos para muitas coisas, mas, às vezes, mais do que falar, nós também temos que fazer".

"Existe uma boa parte da juventude que não está empregada e esta boa parte, por questões culturais, tem filhos muito cedo. Como é que vai sustentar os filhos, se não tem rendimento?", pergunta Constantino. "Uma pessoa com necessidades e sem valores é uma pessoa perigosa. Depois, temos também outros componentes, que é o próprio policiamento de proximidade que não é efetivo, a iluminação pública quase que não existe...tudo isto favorece situações não muito boas", considera.

CONTRA O BLOQUEIO A CUBA E À VENEZUELA!



No dia 12 de Setembro de 2019, na Liga Africana de Amizade e Solidariedade com os Povos (LAASP), ao Maculusso, em Luanda, membros da Associação de Amizade Angola-Cuba (AAAC), da Associação de Cubanos Residentes em Angola (ACRA), da Associação dos “Caimaneros” (ex-estudantes angolanos que se formaram em Cuba), do corpo diplomático acreditado em Luanda, assim como outros amigos que se identificam com a revolução cubana, manifestaram seu repúdio contra o bloqueio que tem sido incrementado nos seus termos mais sórdidos pela administração de Donald Trump contra Cuba!

Da minha parte, ao juntar-me aos angolanos que em solidariedade se manifestam desse modo em relação a Cuba, recordo que me identifico também com todos os que repudiam o simultâneo bloqueio e sanções contra a Venezuela Bolivariana!

Recordo que o efeito conjugado desses bloqueios e sanções a Cuba e Venezuela, afectam de diversos modos e por tabela os pequenos estados insulares que compõem o CARICOM (Caribean Community), esmagadoramente povoados por afrodescendentes!...

Além do mais Cuba e Venezuela conseguiram assumir-se como civilização nos termos possíveis para a antropologia cultural de que tanto carece a humanidade em época de globalização e, por essa razão de fundo, os dois estados, as duas nações e os dois povos, estão a ser combatidos severamente por aqueles que, cinicamente e em nome da civilização judaico-cristã-ocidental, gerem de facto a barbárie do capitalismo neoliberal e do consumismo que esgota o planeta!

Venezuela | Novas fotos de Juan Guaidó com narcoparamilitares da Colômbia


O procurador-geral venezuelano, Tarek William Saab, demonstrou novas fotos do líder da oposição Juan Guaidó com membros do grupo paramilitar Los Rastrojos, envolvido no narcotráfico e conflito armado na Colômbia.

Tarek William Saab acrescentou que a quadrilha estava matando testemunhas de Guaidó atravessando a fronteira colombiano-venezuelana.

Em 13 de setembro, o Ministério Público da Venezuela abriu uma investigação sobre supostas ligações entre Guaidó e Los Rastrojos com uso de fotos, que foram publicadas pelo jornal espanhol El País, do líder da oposição venezuelana com integrantes da quadrilha colombiana.

O procurador-geral da Venezuela, Tarek Wiliam Saab, anunciou a investigação dos vínculos de Juan Guaidó com a organização narcoparamilitar colombiana Los Rastrojos.

Saab também mencionou a existência de novas provas que demonstram a cumplicidade de Guaidó.

De acordo com o procurador-geral venezuelano, foi a organização narcoparamilitar colombiana que ajudou Guaidó a atravessar a fronteira colombiano-venezuelana apesar da proibição de entrada imposta por Caracas ao líder da oposição.

Defesa da Venezuela: invasão militar terá consequências fatais para toda América do Sul


Uma invasão militar da Venezuela terá consequências fatais para toda a América do Sul, disse o Ministério da Defesa venezuelano em comunicado.

"As Forças Armadas da Venezuela rejeitam categoricamente a ativação ilegal do Tratado Interamericano de Assistência Recíproca [TIAR] pela Organização dos Estados Americanos contra a Venezuela. Esta é uma provocação irracional destinada a legalizar uma invasão militar para derrubar o governo legítimo de [presidente venezuelano] Nicolás Maduro", informou o ministério.

De acordo com o comunicado, esse mecanismo mostra quem são os verdadeiros instigadores da desestabilização da situação na região.

"Eles estão buscando usar este mecanismo de intervenção para fortalecer sua campanha de agressão, que, junto com o imoral bloqueio financeiro e econômico, também prescreve o uso da força [...] Tal resultado terá consequências fatais para toda a América do Sul", comunicou o órgão superior de Defesa.

Na terça-feira (17), o Departamento de Estado dos EUA afirmou que Washington e seus aliados no hemisfério ocidental invocaram o TIAR relativamente à Venezuela após a suspensão das negociações entre Caracas e o líder da oposição, apoiado pelos EUA e autoproclamado presidente da Venezuela, Juan Guaidó.

Brasil | Militares já não alimentam expectativas: ''O governo não será aquilo que esperavam''


Diz Suzeley Kalil Mathias

Militares já não alimentam expectativas, diz a cientista social Suzeley Kalil Mathias em entrevista

Patricia Fachin e Wagner Fernandes de Azevedo | Carta Maior

Depois de nove meses do início do governo Jair Bolsonaro, se havia alguma expectativa por parte dos militares de que eles “emprestariam alguma racionalidade” ao presidente, eles “já não alimentam expectativas”, diz a pesquisadora Suzeley Kalil Mathias à IHU On-Line. Segundo ela, “há ainda um outro movimento que já percebeu que o governo Bolsonaro não será aquilo que esperavam, que os militares não chegaram ao poder como acreditavam e agora esperam manter-se profissionais”. Ela lembra que a “natureza da atuação das Forças Armadas - FFAA (não no governo), especialmente do Exército, é corporativa: querem garantir seus interesses, com a reforma que está no Congresso em primeiro plano”.

Na entrevista a seguir, concedida por e-mail à IHU On-Line, a pesquisadora comenta a atuação dos militares nos governos passados e pontua que “houve pouco ou nenhum interesse de FHC e Lula em estabelecer autoridade sobre as FFAA. Ambos buscavam ao mesmo tempo utilizar as FFAA como funcionários do Estado para funções que não são de defesa (atividades subsidiárias) e reduzir sua presença política”. O governo Dilma, explica, buscou “transformar as FFAA em uma instituição como outra qualquer do Estado, numa burocracia eficiente. Ela entende, talvez ingenuamente, que se está em um processo de consolidação democrática e, portanto, as FFAA estão subordinadas ao poder civil”.

Ela menciona ainda que “há uma crença” no país de que os militares são nacionalistas, mas “o nacionalismo jamais foi hegemônico nas FFAA”. A pesquisadora também critica o uso indevido das FFAA como forças policiais na fronteira. “Sumariamente, as forças armadas não são polícias e, portanto, não estão preparadas para o combate ao crime organizado. Por outro lado, o uso delas como polícias tem trazido para dentro da instituição o próprio crime, como exemplificado pelo sargento que carregava cocaína no avião presidencial”.

Suzeley também avalia os primeiros meses do governo Bolsonaro e frisa que o projeto do presidente para o país “fica cada vez mais claro: a desestruturação do Estado, com afrouxamento de todas as instituições, criando o que a literatura chama de ‘Estados falidos’, para que se espalhe para o Brasil a forma de administração própria das milícias, que é o grupo representado pelo bolsonarismo”.

Suzeley Kalil Mathias é graduada em Ciências Sociais pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo - PUC-SP, mestra em Ciência Política pela Universidade de São Paulo - USP e doutora em Ciências Sociais pela Universidade Estadual de Campinas - Unicamp. Atualmente leciona na Universidade Estadual Paulista - Unesp, no curso de graduação e pós-graduação em Relações Internacionais. É líder do Grupo de Estudos sobre Paz e membro do Grupo de Estudos de Defesa e Segurança Internacional - GEDES.

Confira a entrevista.

Brasil | Um trilhão para o Guedes


Paulo Kliass* | Carta Maior

Os efeitos perversos provocados pela profunda crise econômica e social que nosso País atravessa não cessam de aumentar. Desde 2015 até o momento atual o PIB brasileiro passa pela maior estagnação de que se tem conhecimento por nossas terras. A atividade econômica começou a ser abalada logo depois da vitória de Dilma Roussef nas eleições de 2014, quando ela conquistou o direito de exercer seu segundo mandato.

Ocorre que a Presidenta resolveu aplicar um vergonhoso estelionato eleitoral, na sequência de uma campanha claramente ancorada em um discurso progressista e desenvolvimentista. Afinal, a missão era derrotar as forças todas que se aglutinavam em torno da candidatura de Aécio Neves. Pois a grande surpresa foi ela ter convidado ninguém mais, ninguém menos que Joaquim Levy para o comando da economia. Um desastre imperdoável! O banqueiro chegou à Esplanada dos Ministérios em janeiro de 2015 com carta branca para implementar exatamente o oposto do que Dilma havia pregado em outubro.

Tem ali o início do austericídio e a disseminação generalizada de uma visão absolutamente equivocada a respeito da questão fiscal. O drama catastrofista em torno de um suposto déficit explosivo nas contas públicas orientou a política econômica desde então. A meta passou a ser monotônica, independentemente de quem estivesse ocupando o cargo de ministro. Cortar, cortar e cortar. E daí vieram as várias tentativas de reformas da previdência, a obediência cega e burra aos ditames da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) e a EC 95 congelando os gastos públicos por 20 anos.

Portugal | PAN ou PÃO?



A HUMANIDADE DEVE ESTAR NO VÉRTICE DA PIRÂMIDE!

O centro principal das nossas preocupações deveria ser a humanidade

A maioria dos humanos ainda passa fome... vive na miséria... os animais pela sua natureza, tem defesas que o humano não têm para reagir à crueldade e inclemência do tempo e das condições de vida.

A chamada democracia burguesa ou representativa... como quiserem chamar, precisa reinventar-se ciclicamente tal como o capitalismo, porque não resolve os graves problemas da humanidade; a violência, a miséria e a fome que lhe está associada.

Assim, servem-se das técnicas de manipulação para atrair novos fregueses... que por conservadorismo cultural e medo de mudar de posição... dão força ao sistema, que continua a dar mais do mesmo... porque se criam slogans bonitos e destituídos do sentido da vida... para manterem o poder ou as suas excrescências ditas democráticas... para mal do povo.

- Também gosto de animais, desde muito pequeno, sempre tive cão e gato... depois de adulto e constituir família... mantive esse tipo de amigos... pela companhia e sobretudo para educar os afectos dos meus filhos.

Mas o gostar de animais não nos deve levar a tolher a razão do que é mais importante e sensível... a humanidade e as condições em que vive no Mundo e em Portugal também.

E perceber o que alguns pretendem com este tipo de iniciativas... distrair os néscios... e bem intencionados, para que tudo continue na mesma!

Portugal | Costa e os espelhos


Miguel Guedes | Jornal de Notícias | opinião

Foi preciso um frente a frente reunindo Costa e Rio à volta de meia dúzia de assuntos, num debate caracterizado pela ausência de ideias sobre o SNS.

Quando o PS parecia caminhar sólido rumo à maioria absoluta, o que permitiu uma inversão de percepção tão súbita, agora que estamos a três dias do início da recta final dos 15 dias de campanha? A ideia de que estas eleições legislativas são mais antecipáveis de que fava em bolo-rei, sofreu um significativo revés. Agora, não se antecipa somente se o PS terá ou não maioria absoluta. Agora debate-se, novamente, se Rui Rio pode afinal ter futuro na liderança do PSD num cenário pós-eleições. Foi António Costa que permitiu que tal sucedesse, foi ele que reabriu um dossier que estava morto e enterrado, ressuscitando a dúvida.

Há uma razão evidente que levou António Costa a não vencer o debate com Rui Rio, como seria expectável: o primeiro-ministro teve medo da soberba. Quando as sondagens colocam o PS próximo da maioria absoluta, a intenção é não forçar a barra, não arriscar o passo em falso, não colocar o eleitorado entre a espada e a parede, não demonstrar arrogância. Um conjunto de nãos. Falsos. Como se o PS não quisesse verdadeiramente a maioria absoluta, como se lhe fosse quase indiferente, como se não fosse aquilo que o seu aparelho mais espera e anseia na expectativa da redistribuição. Fazer de morto, matando o instinto. Evitar a soberba. Sinalizar alguma afabilidade e a condescendência como trunfos. António Costa quis fazer pleno para bingo e nem saiu da linha. Foi certinho. Traiu-se. Assistimos, assim, a um político atípico, anulando o seu "killer instinct", a olhar-se ao espelho sem saber qual o melhor reflexo, sem querer arrasar um Rio a quem bastou ser Rio. Sabe-se agora, Rio é muito bom sem oposição. Ou como candidato presidenciável à imagem de Cavaco.

Portugal | Rui Pinto está acusado de 147 crimes


Advogado Aníbal Pinto também está acusado do crime de extorsão na forma tentada. Investigação ainda está a tentar decifrar informação pirateada.

A Procuradoria-Geral da República (PGR) confirma que Rui Pinto está acusado de um crime de extorsão na forma tentada, 75 de acesso ilegítimo, um de sabotagem informática e 70 de violação de correspondência, sendo sete destes agravados. A mesma entidade refere que foi deduzida acusação por um crime de extorsão na forma tentada a um segundo arguido, no caso Aníbal Pinto, advogado do hacker de Vila Nova de Gaia.

Em comunicado, a PGR explica que, "a partir do início do ano de 2015 e até 16 de janeiro de 2019", Rui Pinto "muniu-se de conhecimentos técnicos e de equipamentos adequados que lhe permitiram aceder, de forma não autorizada, a sistemas informáticos e a caixas de correio eletrónico de terceiros". Para o efeito, continua a PGR, "instalou, nos seus equipamentos, diversos programas informáticos e ferramentas digitais que lhe permitiam, de forma dissimulada e anonimizada, entrar nos mencionados sistemas informáticos e caixas de correio de terceiros e daí retirar conteúdos".

Na acusação agora deduzida, Rui Pinto é descrito como o autor, em setembro de 2015, do site "Football Leaks", "cujo conteúdo foi sendo alimentado com recurso a documentos" retirados das caixas de email pirateadas. Recorde-se que o "Football Leaks" divulgava informações confidenciais, designadamente valores de transferência de jogadores e treinadores, acordos entre entidades desportivas, cláusulas de contratos desportivos e de agenciamento de jogadores".

Portugal | Constitucional volta a chumbar “lei dos metadados”


O acesso indiscriminado das secretas a registos de comunicações voltou a ser chumbado pelo Tribunal Constitucional, que deu razão ao pedido de fiscalização pedido pelo PCP e subscrito por PEV e BE.

O Tribunal Constitucional (TC) pronunciou-se esta quinta-feira pela inconstitucionalidade da chamada «lei dos metadados», impedindo o acesso indiscriminado das secretas a registos de comunicações, noticiou a Rádio Renascença (RR).

O acórdão já deu entrada na Assembleia da República, a qual terá, estipula o TC, «o ónus de concretizar, de forma rigorosa e precisa, quais os critérios susceptíveis de justificar, nos termos do artigo 3 da Lei Orgânica n.º 4/2017, o acesso, por entidades públicas, aos dados de base e de localização de equipamento dos cidadãos».

RENÚNCIA IMPOSSÍVEL!...


Martinho Júnior, Luanda | António Jorge*, Luanda 

Para que um dia, amor, não me façam nem retroceder (com), nem parar (no), tempo!

O contra-golpe do 25 de Novembro de 1975, explica o que se tem seguido desde então e até nossos dias em Portugal!...

Por isso aos portugueses falta mesmo não só a sensibilidade do 25 de Abril de 1974, falta também a sensibilidade cultivada em Cuba e em Angola até aos nossos dias, por que foi a revolução cubana que contribuiu e continua a contribuir imenso para a dignidade do movimento de libertação em África, até aos nossos dias!...

Essa é a razão essencial para que nada se faça para que Cuba esteja legitimamente presente na CPLP, ao menos enquanto legítimo membro observador!

Ainda ontem, dia 12 de Setembro de 2019, essa saga foi lembrada solenemente em Luanda!

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