sexta-feira, 25 de outubro de 2019

O Banco Central da Holanda reconhece a derrocada do sistema monetário internacional

O novo edifício onde o BC da Holanda abrigará o seu tesouro será construído numa zona militar
MPR

Agora, nem mesmo os bancos centrais ocultam que o afundamento financeiro começou e já procuram possíveis saídas para o futuro imediato. Um artigo publicado pelo Banco Central da Holanda admite que "se o sistema ruir, as existências de ouro podem ser utilizadas como base para a sua recuperação. O ouro reforça a confiança na estabilidade do balanço do banco central e cria uma sensação de segurança" [1] .

Isto é a única coisa que o capital financeiro considera como alternativa, o retorno ao padrão ouro, ou seja, renegar de si mesmo e voltar à fase anterior. Por isso voltou a febre do ouro e a sua cotação dispara nos mercados de divisas.

Até agora Mario Draghi repetia que a simples menção de uma situação financeira "apocalíptica" era suficiente para que a profecia se auto-cumprisse. O capital financeiro preferia não pensar nisso, não falar disso, não mencioná-la e actuar como se não se passasse nada.

As previsões mais negras não são recentes; o que é novidade é que já estão mãos à obra para buscar uma saída... pela porta de entrada.

Está para ver se se põem de acordo, porque enquanto os holandeses querem voltar ao padrão ouro, o FMI diz que a adopção do padrão ouro pela Alemanha em 1870 foi o que provocou a instabilidade do sistema monetário mundial [2] .

Para uns o remédio está na doença, e vice-versa.

Liberalismo e democracia, a história de um divórcio


Por trás da brutal repressão no Equador e no Chile, o desespero: crise de 2008 escancarou modelo insustentável, calcado nas desigualdades. Agonizante, busca sobrevida no autoritarismo. América Latina será o início da insurgência?

Almir Felitte | Outras Palavras | Imagem: Caio Gomez

Na última década, o mundo inteiro parece ter entrado em um momento conturbado de sua história. Desde a grande Crise de 2008, instabilidades políticas e económicas vêm tomando conta de uma série de países, de potências do centro global a nações mais periféricas, causando convulsões sociais que, por vezes, parecem prenunciar um novo momento revolucionário mundial.

E a Crise de 2008 não foi, aqui, citada à toa. O choque económico, que se sente até hoje, para muitos, foi um verdadeiro divisor de águas em nossa história, colocando em xeque todo o ideário liberal político-económico. Autores como Wolfgang Streeck, por exemplo, chegam a colocar a Crise como o marco temporal do derradeiro divórcio entre o capitalismo liberal e a própria democracia. As cenas de repressão policial a manifestações contra a agenda liberal ao redor do globo parecem corroborar bem com essa tese.

Porém, toda essa resposta violenta e autoritária de uma ordem liberal capenga contra o povo nos coloca uma pergunta: em algum momento da história o pensamento liberal e a ideia de expansão democrática realmente caminharam lado a lado?

No livro Liberalismo e Democracia, analisando a construção histórica destes dois conceitos, Norberto Bobbio já introduz uma premissa que vai acompanhar o restante de sua obra:

“Um Estado liberal não é necessariamente democrático: ao contrário, realiza-se historicamente em sociedades nas quais a participação no governo é bastante restrita, limitada às classes possuidoras. Um governo democrático não dá vida necessariamente a um Estado liberal: ao contrário, o Estado liberal clássico foi posto em crise pelo progressivo processo de democratização produzido pela gradual ampliação do sufrágio até o sufrágio universal”.

Portugal | Partido Socialista e governo atolados na lama salazarista


Franco & Salazar, dois nazi-fascistas que dominaram ditatorialmente a Península Ibérica. Espanha e Portugal amordaçados, cidadãos assassinados por lutarem pela liberdade, contra o fascismo imposto. O cadáver do criminoso Franco, ditador em Espanha, foi ontem expulso do Vale dos Caídos, que honra os heróis e não assassinos como Franco e sua trupe.

Entretanto, em Portugal, fascistas que falsamente se alegam democratas, que até fazem parte das fileiras do Partido Socialista, querem e estão a instalar em Santa Comba Dão, terra de Salazar, um museu em homenagem ao nazi-fascista que dominou Portugal e os portugueses, que os assassinou, atirando-os para masmorras, torturas, campos de concentração, etc. Vimos o governo de Costa impávido e sereno em conluio com o fascista adulador de Salazar que defende esse mesmo museu com falsos pretextos, um autarca daquela "santa terrinha", eleito pelo PS. Vimos que a promoção ao fascismo salazarista apela com subterfúgios falsos e bacocos, em nome da história, da cultura...

O ditador Franco foi expulso do Vale dos Caídos pelo governo dito socialista espanhol e  por toda a esquerda. O governo socialista português procede ao contrário e é das suas entranhas militantes que parte a construção de um museu de adulação ao criminoso Salazar, ao nazi-fascista que amordaçou e aterrorizou Portugal e os portugueses por cerca de quatro décadas. Avalie quem quiser a falta de 'bolas sãs' de Costa ou afinal o secreto apreço pelo salazarismo que estará refundido em alguns do PS. Dá que pensar.

O certo é que tal posição favorável ao museu (ou o silêncio) atola na lama do passado fascista o Partido Socialista, a liberdade, a democracia, a violação da Constituição. Também a legalidade, a Justiça, os da Justiça, não se salvam dos salpicos daquela fossa anti-liberdade, anti-democrática. Fascizante.

Mário Motta | Redação PG

Portugal | Pântano ou oásis?


Miguel Guedes | Jornal de Notícias | opinião

A estabilidade, segundo António Costa. "Este Governo é para quatro anos, comigo não há pântanos", assegura numa reunião do Grupo Parlamentar do PS.

Liberto dos compromissos à Esquerda que cimentaram toda uma legislatura, a rejeição da "teoria do pântano" do 2.º Governo de António Guterres (demissionário após os maus resultados nas autárquicas de 2001 e de pouco mais de dois anos de poder em agonia) é usada por Costa para uma revisitação da "teoria do oásis" de Braga de Macedo, corriam os tempos idos de Cavaco Silva. Até que que haja obstáculos intransponíveis que permitam vitimização, gere-se a maioria relativa, navegando à vista, até ao limiar da maioria absoluta assim haja perspectiva. António Costa pode estar mesmo convicto de que os eleitores esquecerão facilmente as virtudes dos acordos à Esquerda dos últimos anos. Uma questão de fé na táctica.

A "geringonça" - que muitos apelidavam de experimentalismo táctico condenado ao insucesso - foi um teste de referência de quatro anos e acrescentou dimensão democrática à leitura política do país. Inspirou pluralismo, diversidade e a ideia de que é possível fazer mais com outros protagonistas. Apesar do lamentável fim da imunidade portuguesa à presença da extrema-direita no Parlamento, também assim se compreende a vontade popular em abrir o hemiciclo a novas forças partidárias. E assim vamos. A estabilidade para Costa é agora um movimento transitório. Está tudo bem até que fique mal. Receita para quatro anos de instabilidade em oásis.

Portugal | CRISE PARA OS QUE TRAMARAM OS PORTUGUESES COM A “CRISE”


CDS-PP despede funcionários e pode encerrar sedes locais

Dificuldades financeiras, com dívidas na ordem dos dois milhões de euros, levam o CDS-PP a tomar medidas de "austeridade" com o despedimento de funcionários na sede nacional e cortes no apoio ao grupo parlamentar.

"Reduzir a despesa corrente e controlar as contas do partido". Segundo noticia o "Jornal Económico" esta sexta-feira, citando fonte do partido, "as dívidas podem chegar 'perto dos dois milhões de euros' este ano, pelo que a direção está a ponderar avançar com o encerramento de sedes alugadas e o despedimento de funcionários".

Lê-se ainda que assessores, secretárias do partido e um motorista com dezenas de anos de trabalho estão entre as rescisões já acertadas na sede nacional dos centristas, em Lisboa. Neste "ajuste dos custos à nova realidade", os funcionários que ficam, tanto na sede como no grupo parlamentar, "sofrerão cortes salariais".

As medidas de "austeridade" estendem-se também às sedes distritais e concelhias: "aquelas que são arrendadas e que não são usadas frequentemente (...) serão as primeiras a serem encerradas".

"O resultado eleitoral que tivemos obriga a uma redução de gastos e o CDS-PP não se pode endividar mais", afirmou João Gonçalves Pereira, líder da distrital de Lisboa. Fernando Barbosa, da distrital do Porto, acrescentou que as sedes em Matosinhos e Valongo fecharam recentemente.

Recorde-se que o CDS-PP registou 4,22% de votos nas Legislativas de 6 de outubro, o que representa cinco deputados na Assembleia da República (antes tinha 18).

A redução da subvenção estatal e das comparticipações financeiras alia-se ao saldo negativo de 456.969,63 euros das contas do partido no ano passado. O "Jornal Económico" refere ainda 1.070.433,84 euros de passivo e perto de 500 mil euros de financiamento junto de entidades financeiras.

Jornal de Notícias

*Título Página Global

Portugal | Abriu a “lavandaria”... e amanhã há governo


Hoje é dia grande? Talvez… Dia da abertura do Parlamento. Tempos atrás dir-se-ia: “A lavandaria abriu hoje e começou a funcionar”. A ligeireza significava que era (é) por ali que existia (existe) um incessante lavar de roupa suja. A língua portuguesa é uma delícia, é gulosa, muito saborosa nas palavras que nos leva na ânsia de comunicarmos. Melhor que a língua de vaca - que é de boi tantas vezes.

O diretor da SIC assina o Curto de hoje. Quem melhor que Ricardo Costa para este exercício? Se for o caso nem o primeiro-ministro Costa, prestes a tomar posse (amanhã) se salva. Pão-pão-queijo-queijo… Mas no caso o António Costa está incólume, é transparente, é honesto… Pena que não governe mesmo como um socialista. Ai os Saraivas, os Salgados, os Insonsos, as pandilhas de “rapazes & raparigas” estavam “lixados”. Era o tal dito: “Não há pão para malucos”! Adiante, que esta conversa não interessa nadinha.

Da abertura do Curto respigámos a abertura do Parlamento. Olha que giro. Boas decisões para a maioria, os trabalhadores, o povoléu que tantas vezes esquecem… Sejam bem-vindos (aos poleiros), principalmente os deputados mais novos naquelas andanças. Todos menos o neofascista/xenófobo/racista que acha que Chega. Mas que “não Chega para nada”, como afirmou Costa PM, alegadamente socialista.

O Curto tem muita matéria que o vai interessar. Vá ler. Ficamos por aqui e até interviemos só para desopilar. Boa.

Siga para Curto e bom dia se conseguir. É difícil mas temos sempre de lutar, de fazer por que assim aconteça. Inté!

MM | PG

O CDS sentiu-se muito bem a cumprimentar o neofascista do Chega... Naturalmente.
Bom dia este é o seu Expresso Curto

Os Nove vão a São Bento

Ricardo Costa | Expresso

A abertura do Parlamento não costuma ser um tema muito interessante. É muito protocolar, já sabemos que umas quantas mãos cheias de deputados vão tomar posse no dia seguinte como membros do governo e que outros se sentarão depois nos seus lugares.

É, assim, uma espécie de dia de transição, em que a realidade formal toma conta da atualidade, posto o que a realidade propriamente dita toma conta da ocorrência. Estamos, assim, entre as eleições e a tomada de posse do governo (o mais numeroso desde 1976), marcada para amanhã na Ajuda. Mas hoje está tudo junto em São Bento.

Já houve dias destes que ficaram para a história parlamentar. O mais visível terá sido o da dupla eleição falhada de Fernando Nobre para Presidente da Assembleia; um caso menor, mas que vale a pena recordar, foi o da teimosia dos deputados do Bloco de Esquerda em 1999 que não se sentaram enquanto não lhes deram os lugares que queriam.

Só recordo este caso porque hoje vai ser um dos temas do dia. A Iniciativa Liberal não gostou do sítio onde sentaram o seu deputado, o Chega já deu para grandes confusões sobre a convivência com o CDS, o Livre vai querer mostrar que é uma força diferente e o PAN cresceu para quatro deputados.

É mesmo um Parlamento diferente, com nove forças políticas, coisa nunca vista naquelas bandas. Se contarmos com os Verdes são mesmo dez partidos. Quem ache que isto não tem relevância especial está provavelmente enganado. Apesar da enorme resistência do nosso Bloco Central (PS e PSD somam um número de votos que não tem par na Europa ocidental), o nosso sistema partidário mudou mesmo.

Hoje é o primeiro dia dessa nova realidade parlamentar e é mesmo o que não vai mudar. Amanhã muitos deputados do PS passam a ministros e a secretários de Estado. Mas o que hoje vamos ver de novo no Parlamento veio para ficar.

OUTRAS NOTÍCIAS

Tomás Correia deixou a Associação Mutualista Montepio. Ora aqui está uma daquelas notícias que parece atrasada, tantas foram as situações em que isso parecia iminente. Mas o líder histórico do Montepio e da Associação sempre disse que só sairia pelo seu pé e que ninguém o condicionaria.

A verdade é que acaba por sair antes do desejado por si, porque percebeu que a Autoridade de Supervisão de Seguros e de Fundos de Pensões (ASF) não ia avaliar positivamente o seu nome, dado estar envolvido em vários processos com o Banco de Portugal e o Ministério Público.

A Associação Mutualista Montepio tem um estatuto especial que a coloca fora da supervisão bancária, mas que, à boa maneira portuguesa, também não a colocava sob a supervisão da área seguradora. Foi preciso um esclarecimento legislativo a dizer que a ASF podia avaliar os dirigentes da mutualista.

E assim, a saída agendada de Tomás Correia foi acelerada pelo próprio, antes de receber formalmente a má notícia de que não tem idoneidade para estar à frente de uma instituição tão relevante para o setor segurador e financeiro. Caso não se lembrem, estamos em 2019. Pelos vistos, há quem ainda não perceba que o mundo da banca mudou nos últimos anos.

As escolas dos Açores foram obrigadas a lançar concursos urgentes, garante o DN em manchete da sua edição digital. A falta de professores é grande e o último recurso é recorrer à Bolsa de Emprego Público. Em anos anteriores terá havido no arquipélago educadores de infância a lecionar no segundo ciclo.

Os casos de violência nas escolas continuam. Agora, diz o JN, terá sido uma aluna a insultar e empurrar uma professora na Maia. Os casos têm-se somado nestes primeiros tempos do ano letivo, chamando a atenção para um problema sério.

Tem um cão, um gato ou um furão? A pergunta é feita pelo Público, que lembra que a partir de hoje há novas regras para os chamados animais de companhia. Para começar, terão todos que te rum chip. Mas há mais coisas e o melhor é informar-se.

O Grupo José de Mello vai perder o controlo histórico da Brisa. Segundo a manchete do Jornal de Negócios, o fundo australiano Arcus vai sair do capital e, no processo, os Mello abdicam do controlo. Os bancos já estarão a contactar investidores.

Boris Johnson quer forçar eleições antecipadas mas, como sempre, ainda não se percebeu se o Parlamento aprova a sua ideia. Os Trabalhistas estão divididos porque, apesar de sempre terem defendido ir a votos quanto antes, acham que podem estar a cair numa armadilha. Para já vão aguardar o que Bruxelas diz sobre o adiamento e logo decidem.

A exumação de Franco está concluída, encerrando um dos temas mais difíceis da sociedade espanhola. A cerimónia ocorreu sem incidentes políticos de relevo, apesar da dificuldade do tema, pondo fim a um processo longo que andou por vários tribunais e dependeu de uma decisão política final do governo socialista. Francisco Franco saiu do Vale dos Caídos, um símbolo da ditadura que perdurou todos estes anos de democracia.

O tema não fica encerrado porque se calcula que no Vale dos Caídos estejam os restos mortais de 34 mil republicanos espanhóis. Tentar, como alguns querem, que aquele passe a ser um lugar de reconciliação histórica, não vai ser coisa fácil.

Evo Morales parece ter ganho as suas quartas presidenciais. Mas a tensão na Bolívia vai continuar alta, porque a vitória (que evitou uma segunda volta por ter uma margem de 10% face ao segundo candidato) foi por uma unha negra. Os protestos são muitos e a pressão internacional para que houvesse uma segunda volta não teve efeito.

O valor de mercado da Amazon caiu ontem, numa questão de horas, uns impressionantes 80 mil milhões de dólares. A queda de 9% do valor bolsista representa uma reação negativa dos mercados aos resultados da empresa, que, sendo gigantes, caíram face ao ano anterior. O principal fator foi o aumento de custos provocado por muitas entregas no próprio dia, o que representa um grande esforço logístico.

Falta-lhe um tema para discutir ao almoço ou no fim de semana? Pois tem aqui um, que é como os livros do Tintim, vai dos 7 aos 77 anos: é verdade que as batatas fritas em azeite virgem fazem melhor à saúde que as cozidas? Ui, já vi guerras, zangas épicas ou divórcios começarem por menos.

Atento ao tema que tem varrido a internet, o Expresso ajuda a explicar a polémica que por aí anda: Se leu que as batatas fritas são mais saudáveis do que as cozidas, o melhor é consultar este artigo em nome da “saúde pública”. Tudo começou com um estudo que parecia dizer isso mesmo (vitória da batata frita em azeite), mas quando a batata cozida parecia destinada ao ostracismo eis que se percebe que a coisa, claro, não é bem assim.

Se o assunto das batatas fritas chegar ao Parlamento, já sabemos o seguinte:

o PAN vai defender a batata cozida, embora admita a frita em dias de festa, na boa tradição das comunidades vegan de Monchique;

André Ventura vai contar que ficou indisposto quando comeu batatas fritas que um cigano lhe vendeu à porta do Estádio da Luz;

João Cotrim Figueiredo levará consigo folhetos de supermercado que demonstram o superior valor da batata frita num regime de concorrência perfeita, defendendo uma flat tax imediata para as Pringle;

o Livre recordará uma tese de Rui Tavares sobre a importância da batata cozida nas migrações irlandesas e uma recensão do mesmo sobre o papel da batata frita no sincretismo cultural de Arroios. Bom tema, está visto.

Até houve lenços brancos em Alvalade, mas desta vez o Sporting ganhou e está bem posicionado na liga Europa, no segundo lugar do grupo, com 6 pontos. O F.C. Porto não fez melhor, empatou em casa com o Glasgow Rangers e também está no segundo lugar do seu grupo.

Já o Braga, fez um resultado espetacular em Istambul, vencendo o Besiktas por 1-2, estando no primeiro lugar do grupo. O Vitória de Guimarães esteve muito tempo a vencer e quase a trazer pontos de Londres, mas um golo do Arsenal aos 90 minutos inverteu o resultado para 3-2. Foi um grande jogo, mas o Vitória continua com zero pontos no grupo.

A I Liga, que esteve parada umas semanas, regressa hoje, mas a maioria dos jogos são sábado e os dos chamados grandes no domingo. Já me esquecia que o grande dos grandes, o Flamengo do Mister Jesus, também joga domingo à noite.

FRASES

Hoje vou quebrar duplamente as regras desta secção: ponho uma só frase e ainda por cima com 7 anos. Mas acho que é caso para isso, porque foi frase que salvou o Euro num período de enorme incerteza. O homem que a proferiu deixa agora o seu cargo.

“Dentro do nosso mandato, o BCE está preparado a fazer tudo o que for preciso para preservar o euro. E, acreditem em mim, vai ser o suficiente”. Mario Draghi, Presidente do BCE, Londres 2012

O QUE EU ANDO A LER

Augustus, de John Williams. O romance mais conhecido do autor americano continua a ser Stoner, que já foi muito (e bem) recomendado no Expresso Curto. Não conhecia mais nada de Williams, até que vi esta edição de Augustus em casa de um amigo. Trouxe-o emprestado e está a valer muito a leitura.

Augustus é um romance epistolar minucioso, que conta de forma inteligente e arrebatadora a vida do Imperador Augusto.

“Quando receberes esta carta, meu filho, já terás chegado a Brindisi e sabido da notícia. É como eu receava: o testamento é agora público e foste nomeado filho e herdeiro de César. (…) A tua mãe suplica-te que renuncies aos termos do testamento; podes fazê-lo sem trair o nome do teu tio, e ninguém pensará mal de ti por isso.”

A carta de Ácia para o filho Octávio, em abril de 44 a.C. não teve efeito, como se sabe, mas era um sábio aviso sobre o que o podia esperar em Roma.

Saltando agora 2060 anos, não sei se já deram por isso, mas a segunda década deste século está a acabar. Quem me chamou a atenção para a efeméride foi o site musical Pitchfork que quer já arrumar a lista das melhores canções destes 10 anos.

Há uma coisa em que a redação da Pitchfork tem razão: esta é a primeira década em que música dispôs (e dependeu) do streaming e das redes sociais em simultâneo. E isso mudou muita coisa.

A lista é reflexo desse novo mundo e é de um gosto altamente discutível, mas merece ser ouvida. Kendrick Lamar leva a medalha de ouro, a minha primeira grande canção chega no 11º lugar com Bill Callahan, embora Frank Ocean esteja bem nos primeiros lugares da tabela.

Aquela não é a minha década musical, longe disso, mas é um bom ponto de partida para que cada um faça a sua. E espero que o Blitz faça a escolha definitiva, claro.

Enquanto a década não acaba, o melhor é continuar informado. Amanhã há Expresso nas bancas e até lá estamos sempre por perto. Como dizia o outro, é ir pelos seus dedos. Boa sexta-feira.

Sugira o Expresso Curto a um/a amigo/a

Bruxelas já tem mandato para negociar simplificação de vistos com Cabo Verde


A Comissão Europeia recebeu hoje ’luz verde’ do Conselho da União Europeia (Estados-membros) para negociar com Cabo Verde uma simplificação da atribuição de vistos de curta duração para os cidadãos cabo-verdianos, aligeirando os procedimentos atualmente em vigor.

“O dia de hoje representa um passo chave na nossa parceria com Cabo Verde. Vamos reforçar os laços e trocas entre os nossos povos, as nossas sociedades e as nossas economias”, comentou o comissário europeu das Migrações, Assuntos Internos e Cidadania, Dimitris Avramopulos, citado pela Lusa.

Em comunicado, o executivo comunitário lembra que Cabo Verde tornou-se, em 2014, o primeiro país africano a concluir um acordo de facilitação de vistos com a União Europeia, em paralelo com um acordo de readmissão.

Guiné-Bissau | Umaro Sissoco Embaló nega tentativa de golpe de Estado


Primeiro-ministro guineense acusou Umaro Sissoco Embaló de estar envolvido numa suposta tentativa de golpe de Estado. Mas candidato do MADEM-15 nega e acusa o PM de querer desviar a atenção dos guineenses.

O Governo da Guiné-Bissau mandou reforçar as medidas de segurança nas principais ruas e avenidas de Bissau e nas instituições do Estado, sobretudo nos órgãos eleitorais.

A ordem segue-se a uma mensagem do primeiro-ministro Aristides Gomes, no Facebook, onde acusa Umaro Sissoco Embaló, candidato presidencial do Movimento para a Alternância Democrática (MADEM-G15), de tentar realizar um golpe de Estado para impedir a realização das eleições presidenciais a 24 de novembro.

Em entrevista à DW África, Aristides Gomes garante que "a situação está controlada" e sublinha que o Governo está a cumprir o dever de "proteger as populações e os bens". Afirma ainda que Umaro Sissoco Embaló "tem muita coisa a dizer".

São Tomé e Príncipe | Dívidas ocultas ou desorçamentação?


Fernando Simão | Téla Nón | opinião

Não sou economista nem fiscalista por isso é que estou a fazer um grande esforço para tentar entender essa polémica que se instalou no Pais, relacionada com as Dívidas Ocultas. Isto porque depois da decisão do Governo em remeter o processo para o Ministério Público, apareceram dois ilustres quadros nacionais a contestarem a interpretação que o Governo faz em relação as referidas dívidas.

Considero uma atitude muito louvável porque não são todos os dias que ouvimos quadros nacionais a questionarem as opções económicas e outras dos Governos. Acho que deve ser uma atitude normal em democracia.

O estranho é o conformismo e a indiferença que se tem verificado por parte da maioria de técnicos nacionais, sobretudo aqueles ligados a área económica, que me parece ser de maior numero no Pais. E, motivos não têm faltado, se tivermos em contas as muitas decisões duvidosas que foram tomadas por Governos anteriores e com consequências desastrosas.

Já bastam de críticas e comentários sem fundamentos técnicos e científicos que inundam diariamente as redes sociais feitas por pessoas que acham que dominam e sabem tudo. Estes só confundem a opinião pública menos esclarecida e não contribuem em nada.

Precisamos de ouvir opiniões e pareceres de especialistas em diversas matérias que apoquentam o desenvolvimento do Pais.

Para os referidos quadros, contrariamente ao que diz o Governo, as tais dividas não são ocultas mas sim, houve um processo de desorçamentação.

Angola | Não são só os jornalistas ...


Caetano Júnior | Jornal de Notícias | opinião

A avaliação negativa aos jornalistas e aos conteúdos que oferecem aos leitores, ouvintes e telespectadores subiu de tom.

O dedo é apontado particularmente aos profissionais ligados aos órgãos públicos, de quem os críticos esperam que tragam à luz “a realidade do país”. Um debate na Televisão Pública de Angola (TPA), há algumas semanas, destapou opiniões exaltadas, que, inclusive, estimam ter, nos últimos meses, regredido a qualidade da informação e ressurgido o espectro da censura.

Na verdade, muitos destes críticos da actuação dos órgãos públicos não se dão ao trabalho de separar os primeiros meses da Governação do Presidente João Lourenço do período subsequente. Desde cedo, nesta Nova República, compreendeu-se e se deu a devida importância à criação de um sistema de comunicação social aberto, plural, livre e diversificado. É assim que notícias antes “proibidas”, como alguém as taxou, passaram a abrir noticiários ou a fazer manchetes. Houve até quem deixasse de procurar títulos da chamada imprensa privada, “outrora notável no trabalho de trazer a público a realidade do país”, como se lhes referia.

Mas a abertura, a pluralidade, a liberdade, enfim, a diversificação da informação deixaram de ser novidade. É como se o deslumbre inicial se tivesse desvanecido. Afinal, o que era "assunto delicado" passou a corriqueiro. Os órgãos públicos continuam, assim, a trazer a realidade do país: mostram factos, agradáveis ou nem tanto, narrados sobriamente, dentro das recomendáveis equidistâncias. A título ilustrativo, a 27 de Maio último, o Jornal de Angola publicou uma matéria sobre os factos ocorridos na data, em 1977. Contam-se em mais de muitas as pessoas que exultaram com a abordagem. Algumas delas assumiram até que esperavam morrer sem que antes tivessem o privilégio de ler relatos destes acontecimentos no diário nacional.

Eugénio Costa Almeida | "AS FORÇAS ARMADAS ANGOLANAS" - Luís Bernardimo

Eugénio Costa Almeida
Bom dia Colegas

Para conhecimento a minha recensão ao livro do (tenente-coronel) Luís Manuel B. Bernardino, As Forças Armadas Angolanas:

Contributos para a Edificação do Estado (este livro vai estar em Debate na próxima sexta-feira, dia 25 de Outubro, no ISCTE-IUL) e publicado no "Cultura, Jornal Angolano de Artes e Letras", edição 192 de 22Out-4Nov.

Cumprimentos

Eugénio Costa Almeida, Ph.D
Investigador/Researcher/Pós-Doutorando

Moçambique | Filho de Guebuza terá recebido 50 milhões de U$D em esquema fraudulento


Ex-banqueiro Andrew Pearse disse quinta-feira, num tribunal de Nova Iorque, que o filho do ex-Presidente moçambicano Armando Guebuza recebeu 50 milhões de dólares no esquema de fraude conhecido como dívidas ocultas.

Andrew Pearse, que é arguido na investigação dos Estados Unidos sobre as dívidas ocultas de Moçambique, afirmou, na sua última intervenção como testemunha, que Ndambi Guebuza, filho de Armando Guebuza, recebeu um total de 50 milhões de dólares (cerca de 45 milhões de euros).

Ndambi Guebuza foi detido em Moçambique em 16 de fevereiro. Não enfrenta acusação em tribunal nos Estados Unidos da América, mas é considerado conspirador do esquema pela Justiça norte-americana.

O caso refere-se a um esquema de corrupção em que três empresas detidas pelo Estado de Moçambique - Ematum, Proindicus e MAM - assumiram créditos e empréstimos no valor de mais de 2,2 mil milhões de dólares (dois mil milhões de euros) sem revelar ao Governo, investidores internacionais ou entidades financeiras como o Fundo Monetário Internacional.

O principal arguido do processo nos EUA é Jean Boustani, vendedor de embarcações da empresa Privinvest. O diretor financeiro da Privinvest, Najib Allam, também é arguido.

43 por cento das crianças em Moçambique tem desnutrição crónica


UNICEF alerta 43 por cento das crianças em Moçambique tem desnutrição crónica, 8 por cento padecem de desnutrição aguda e milhares sofrem de pelagra

O UNICEF alertou na passada sexta-feira (18) que 43 por cento das crianças moçambicanas tem desnutrição crónica, 8 por cento padece de desnutrição aguda e “pela primeira vez em anos, Moçambique notificou casos de pelagra”. O Ministério da Saúde revelou ao @Verdade que mais de mil casos, desta doença originada pela falta de vitamina B3, foram registados na Província de Sofala.

Poucos dias antes do ministro da Agricultura e Segurança Alimentar, Higino de Marrule, assinalar que o nosso país tem dado passos significativos ao reduzir a prevalência da população sujeita a insegurança alimentar de 50 para 24 por cento, nos últimos dez anos, o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) alertou que a desnutrição crónica em Moçambique afecta 43 por cento de crianças com particular incidência nas província de Cabo Delgado e Zambézia.

No Relatório intitulado “A Situação Mundial da Infância 2019: Crianças, Alimentação e Nutrição” o UNICEF assinalou que: “A segurança alimentar piorou em Moçambique, afectando o preço dos alimentos básicos. De acordo com a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO), o preço do milho aumentou e permanece mais alto em comparação com o mesmo período do ano passado nas províncias afectadas pelo ciclone em Cabo Delgado, Manica e Nampula”.

Moçambique | Nyusi pede ajuda a Putin


Nyusi pede ajuda da Rússia para sair do “modelo económico deliberadamente instituído para perpetuar a transferência de matérias-primas e capitais”

Filipe Nyusi pediu nesta quinta-feira (24) a ajuda de Vladimir Putin para que Moçambique deixe fazer “parte de um modelo económico deliberadamente instituído para perpetuar a transferência de matérias-primas e capitais”. Um dos assuntos principais que o Presidente da República levou para a primeira Cimeira Rússia-África foi a busca de novos empréstimos comerciais para financiar a continuidade da ENH como acionista dos projectos de gás natural na Área 1 e 4 da Bacia do Rovuma.

Com as portas dos bancos ocidentais praticamente fechadas devido as dívidas ilegais, diante da relutância chinesa em novos financiamentos o Presidente Nyusi deslocou-se esta semana à Sochi para fechar com o banco VTB a renegociação do empréstimo inconstitucional da empresa Mozambique Asset Managment (MAM) e obter novos empréstimos que permitam a Empresa Nacional de Hidrocarbonetos (ENH) libertar-se dos parceiros ocidentais nos projectos de gás natural da Bacia do Rovuma.

“Senhor Presidente Putin, a pujança económica e empresarial e a acumulada experiência técnico científica da Rússia constituem uma base sólida para promoção de parcerias mutuamente vantajosas em diferentes campos. Em Moçambique podemos destacar os sectores de agricultura e agro-processamento, energia e infra-estruturas, nomeadamente as ferrovias e portos, sector da indústria e hidrocarbonetos, pescas, turismo, transportes e comunicações, entre outros”, começou por afirmar o Chefe de Estado moçambicano na sessão plenária da primeira Cimeira Rússia-África.

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