domingo, 24 de novembro de 2019

Saiba como decorreram as eleições na Guiné-Bissau – minuto a minuto


Mais de 760 mil eleitores são, este domingo (24.11), chamados a votar nas eleições presidenciais na Guiné-Bissau para escolher, entre 12 candidatos, quem irá suceder a José Mário Vaz, que se recandidata ao cargo.

Todas as atualizações na hora de Bissau

18:28 Cidadãos transmitem em direto no Facebook a contagem dos votos. Albano Barai é um deles.

18:17 Termina a votação sem incidentes e, neste momento, faz-se a contagem dos votos um pouco por todo o país e também na diáspora.

18:00 Começa o encerramento das urnas nas eleições presidenciais guineenses. Neste momento, várias assembleias de voto estão a preparar a contagem dos votos para afixação das atas sínteses, relatam rádios do país. 

17:49 A Comissão Nacional de Eleições da Guiné-Bissau reafirma, na sua segunda avaliação ao processo de votação, que tudo continua a decorrer com toda a normalidade, em todo o território nacional, bem como na diáspora e sem incidentes. A porta-voz da CNE, Felisberta Moura Vaz, sublinha que houve apenas uma situação que interrompeu a votação, no círculo 12, mesa 2, em Djabicunda, na região de Bafatá, leste da Guiné-Bissau. Mas diz que a situação foi ultrapassada e os eleitores continuam a votar.

"O funcionamento das mesas da assembleia de voto está a decorrer com total normalidade", afirma a CNE, quando falta uma hora para o fecho das urnas. A Comissão Nacional registou também a "afluência massiva2 às urnas, pelo que antevê que a taxa de participação será "positiva".  A CNE não confirmou as denúncias, feitas nas redes sociais, de tentativa do enchimento de urnas no interior do país. 

Standard & Poor's retira Moçambique da categoria de incumprimento financeiro


A agência de notação financeira Standard & Poor's melhorou o 'rating' de Moçambique, atribuindo à economia do país uma Perspetiva de Evolução Estável.

"O Governo de Moçambique completou uma troca de títulos de 'dívida problemática'. No seguimento dessa resolução, estamos a melhorar o 'rating' para emissões em moeda estrangeira de curto e longo prazo - de SD ('selective default' ou incumprimento financeiro seletivo, em português), para CCC+/C - e afirmamos as emissões em moeda nacional no patamar B-/B", lê-se numa nota divulgada pela agência de notação financeira.

"A Perspetiva de Evolução Estável equilibra, na nossa visão, os riscos associados aos elevados défices gémeos [orçamental e de balança comercial] com as perspetivas de melhoria no crescimento económico nos próximos 12 meses, apoiadas pelos grandes investimentos na indústria extrativa", acrescenta-se na nota que acompanha a retirada do país do 'default'.

Metro de superfície pode ser a solução para o problema dos transportes de Luanda?


Primeiro metro de superfície em Angola começa a ser construído em 2020. O investimento vai custar aos cofres do Estado cerca de três mil milhões de dólares. Cidadãos louvam a iniciativa, mas preferem "ver para crer".


Andar de transporte público em Luanda e noutras cidades angolanas é um verdadeiro problema. Quem o diz é o cidadão Pedro Soma, em declarações à DW África. Os taxistas, vulgo kandongueiros, têm sido a sua solução.

"É muito difícil, visto que há escassez e também há excesso de lotação nos transportes públicos tanto de autocarros como de comboios. Normalmente ando mais de táxi," conta.

Também Graciano Luís, outro residente da capital angolana, fala em escassez de transportes públicos. Os autocarros e os comboios que circulam por Luanda não satisfazem a demanda, diz.

"Não há autocarros suficientes e os que existem não chegam em determinados sítios. São apenas para alguns sítios restritos," lamenta.

Para Vasco da Gama, especialista em questões rodoviárias, a procura por transporte público é maior que a oferta. O autor do livro "A Problemática do Congestionamento em Luanda" diz ainda que o número de habitantes contrasta com os meios de transporte disponíveis. 

"Nós temos uma cidade, hoje, com oito milhões de habitantes para pouco mais de mil autocarros em linha, incluindo a isso uma linha de comboio. Nós estamos a falar que, em termos de capacidade de transportação das pessoas - dos cidadãos que queiram ir ao trabalho, à escola, aos passeios - temos um número maior se comparado com o número de transportes disponíveis," afirma.

Guiné-Bissau | Polícias togoleses reforçam segurança nas eleições


Mais de 100 polícias do Togo chegaram a Bissau entre sexta-feira e sábado para ajudar a garantir a segurança das eleições presidenciais de domingo, disse à Lusa fonte governamental.

"Cento e quarenta polícias do Togo chegaram entre sexta-feira e sábado para ajudarem a garantir a segurança das eleições presidenciais", confirmou fonte do Ministério do Interior guineense.

A cimeira de chefes de Estado e de Governo da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), realizada no passado dia 08 no Níger, decidiu reforçar a segurança no país, depois de o Presidente cessante e candidato às presidenciais, José Mário Vaz, ter demitido o Governo liderado por Aristides Gomes e nomeado um outro.

A CEDEAO, que tem mediado a crise política no país desde 2016, condenou a decisão de José Mário Vaz e reforçou que só reconhece o Governo de Aristides Gomes, que tomou posse em junho, na sequência das legislativas realizadas em 10 de março.

Abriram as urnas para as presidenciais na Guiné-Bissau


As urnas para eleições presidenciais na Guiné-Bissau abriram hoje às 07h00 em todo o país, disse à Lusa fonte da Comissão Nacional de Eleições (CNE).

A Comissão Nacional de Eleições (CNE) da Guiné-Bissau garantiu na sexta-feira que estão reunidas as condições para que a votação para as presidenciais decorra "com tranquilidade" e "sem sobressaltos".

Segundo a CNE, estão inscritos para votar 761.676 eleitores. As urnas abrem às 07h00 e encerram às 17h00 (mesma hora em Lisboa).

Durante o dia, 6.500 elementos das forças de segurança e defesa vão garantir a segurança da votação.

A campanha foi marcada pela nomeação, por parte do Presidente, de um novo Governo, que foi recusado pela comunidade internacional e que exigiu a José Mário Vaz uma gestão mais limitada sob a ameaça de imposição de sanções.

Portugal | Trabalho e taxas de sindicalização


Manuel Carvalho Da Silva | Jornal de Notícias | opinião

Sempre que as sociedades atravessam períodos de crise ou de descalabro, o trabalho e os trabalhadores são muito maltratados: os sindicatos, fortemente atacados, perdem representatividade e força.

Sempre que se retomam a afirmação das liberdades, da democracia, da justiça social e da economia ao serviço de todos, os sindicatos são chamados à participação, tornando-se atores importantíssimos nos processos de desenvolvimento.

Dados divulgados pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), dizem-nos que Portugal tinha, em 2016, uma taxa de sindicalização de 15,3%. Há outras estimativas no plano nacional que oscilam conforme as fontes a que recorrem e o universo de trabalhadores considerados. Quais as causas desta baixa taxa?

Os sindicatos deparam-se com profundas mudanças na divisão internacional e social do trabalho, com alterações estruturais das empresas, da forma de organização e prestação do trabalho, com impactos brutais da financeirização da economia, com uma precarização crescente. Quem comanda as agendas destas mudanças, a partir da cartilha neoliberal, é o poder económico e financeiro a quem o poder político se vem subjugando e oferecendo legislação antilaboral e políticas públicas a seu favor. Assim se vai desvalorizando o trabalho e as instituições de representação dos seus interesses específicos, bem como o seu papel de mediação.

Portugal | "Há psicopatas na banca e nas mais altas esferas da política"


ENTREVISTA

Joana Amaral Dias, autora do 'Psicopatas Portugueses', é a entrevistada de hoje do Vozes ao Minuto.

Psicóloga e comentadora televisiva, Joana Amaral Dias é também conhecida pelos livros que escreve.

O seu mais recente trabalho, 'Psicopatas Portugueses', conta a história de 13 psicopatas que, segundo a autora, deviam "figurar na galeria de horrores de qualquer país".

No entanto, não são muito conhecidos: ou porque se trata de crimes que ocorreram noutros séculos ou porque as autoridades quiseram "varrer para debaixo do tapete".

O interessante desta obra, explicou Joana Amaral Dias, é que aborda a questão do ponto de vista da psicologia forense. Mais do que contar a história destes crimes, a especialista descreve e explica os processos mentais que estiveram na sua origem.

As vendas, contou, estão a ser "espetaculares" com o livro a chegar já à sua quinta edição em apenas cinco meses e "é possível" que a caminho esteja já um segundo volume com mais histórias de psicopatas afinal, disse, "material não falta".

E não falta porque o povo português, ao contrário do que o Estado Novo fez crer, não é assim de "tão brandos costumes".

Como surgiu a ideia para escrever este livro? 

Surgiu de uma forma super natural. Eu faço crónica criminal e a certa altura precisei de consultar informação sobre um caso para mostrar no programa e dei-me conta que não havia nenhum livro sobre os grandes casos de homicidas em Portugal que fosse escrito por alguém da psicologia ou da psiquiatria. Fiquei muito espantada ao descobrir isto e, havendo esse vazio, achei que fazia sentido fazer esse estudo.  

Quanto tempo precisou para concluir o livro? 

A investigação é sempre a parte mais morosa. Havia casos, os mais badalados, sobre os quais havia muita informação, como foi o caso do Rei Ghob, mas depois havia uma série de casos com muito pouca informação. A parte da investigação demorou mais de um ano e depois mais cerca de um ano para escrever.  

Por que razão escolheu estes 13 casos? 

São casos que ilustram bem quadros mentais específicos e essa é uma das preocupações deste livro: mostrar casos com um contexto clínico de funcionamento mental muito diferente. A Luísa de Jesus, a Maria José e o João Barbosa não estavam tão documentados, precisei de fazer muita investigação, mas depois havia o caso do cabo Antunes que tinha sido varrido para debaixo do tapete, sendo que este é um caso muitíssimo ilustrativo daquilo que é um assassino aniquilador, que é o tipo de assassino que estamos habituados a ver nos Estados Unidos, mas que também há em Portugal. 

E qual foi o seu objetivo ao escrever este livro? 

São vários. Primeiro, isto é um livro de divulgação científica para o grande público, para as pessoas que não são da área para, justamente, poder mostrar a quem se interessa o que pode estar por trás destas histórias. Refiro-me não só ao tipo de funcionamento mental de alguém que tira a vida a outra pessoa, mas também ao contexto sociocultural que pode estar na base de tudo isto e daí este ser um livro que conta histórias reais. 

Não há ficção? 

Nenhum facto é ficcionado. O livro conta como é que tudo se passou e que leitura é que isso tem do ponto de vista psicológico. É uma obra muito centrada naquilo que é o funcionamento mental do homicida e menos centrada na vítima, porque há essa curiosidade natural de as pessoas de tentarem perceber que mecanismos são esses e, por outro lado, também para desmistificar aquela ideia que está muito difundida sobre o homicida que ‘era tão bom vizinho’ e que ‘não havia sinais de que pudesse fazer uma coisa destas’. Isso não é verdade. 

Portugal | 25 de Novembro: Mário Tomé contra "o disparate" da condecoração


Mário Tomé, militar de Abril e ex-deputado da UDP, é contra "o disparate" da distinção com a Ordem da Liberdade dos militares envolvidos no 25 de Novembro, o movimento que pôs fim ao processo revolucionário em 1975.

"A Ordem da Liberdade, que não foi dada a muitos dos que tiveram um papel fulcral no 25 em Abril, querem dá-la agora a quem fez o 25 de Novembro? É um disparate completo", afirmou à Lusa, num comentário à proposta do CDS para que os envolvidos neste movimento, civis e militares, sejam agraciados com a distinção.

E, apesar de usar outros argumentos, Vasco Lourenço duvida ser possível pôr em prática uma das ideias do CDS -- a distinção com a Ordem da Liberdade dos civis e militares envolvidos nos acontecimentos de há 44 anos.

"Além do facto de muitos capitães de Abril ainda não terem sido condecorados, apesar da sua ação relevante no 25 de Abril (conspiração e operação militar), pergunto: quem está em condições, isto é, tem competência para decidir sobre quem deve ser condecorado?", perguntou.

China | Liberdade, responsabilidade e tolerância


José Carlos Matias | PlataformaMacau | opinião

A reportagem que publicamos esta semana sobre o jornal universitário Orange Post reveste-se de um significado especial. Ilustra uma consciência cívica e jornalística de um grupo de jovens que cultivam um espaço importante de cidadania e jornalismo. É também um laboratório no qual os estudantes experimentam um primeiro contacto com o exercício da liberdade de imprensa e sentido de responsabilidade social. Macau precisa de mais espaços deste género para promover e normalizar entre os jovens e a sociedade um saudável ambiente de pluralismo e espírito crítico. Sem receios de represálias. O jornalismo é, na sua essência, um bem público - vital para o exercício da cidadania - que se encontra sob elevada pressão, a nível global, em virtude do incómodo que provoca a poderes públicos e privados, da falência de modelos de negócio tradicionais e de uma proliferação de um ambiente de "pós-verdade", que o corrói, dilacerando o entendimento do que são os factos e a realidade.

A busca da verdade é a raison d"être do jornalismo, não no sentido absoluto ou filosófico, mas em termos práticos e com honestidade intelectual, e seguindo as boas regras que alicerçam o nosso papel social de serviço público e parte de um sistema de pesos e contrapesos.

Macau tem um dos maiores PIB 'per capita' do mundo, mas riqueza está mal distribuída


Macau, China, 24 nov 2019 (Lusa) -- O secretário-geral da Cáritas Macau disse em entrevista à Lusa que o território possui um dos maiores Produto Interno Bruto (PIB) 'per capita' do mundo, mas que a riqueza está mal distribuída.

"Somos muitos ricos 'per capita' mas a riqueza não está distribuída de acordo com o nosso desenvolvimento", lamentou Paul Pum, responsável da instituição desde 1991, primeiro enquanto assistente do diretor, depois de 2000 na qualidade de secretário-geral.

Para ilustrar a disparidade, Paul Pum deu o seguinte exemplo que respeita à evolução do território desde a passagem da administração para a China: "O Governo aumentou em 14 vezes, desde 1999, [a despesa] na área social, mas o preço da habitação cresceu 21 vezes".

Ou seja, concluiu, "não se conseguiu acompanhar a inflação, por isso não conseguimos alcançar o progresso".

Contudo, ressalvou, "hoje temos menos gente pobre porque com as políticas do Governo tem-se feito um esforço imenso para reduzir a pobreza e aqueles que têm menores rendimentos, e não apenas aqueles que mal podem sobreviver".

Isto porque, explicou, "foram estendidos os limites a quem poderia beneficiar de apoio e hoje mais pessoas podem ser ajudadas".

Hong Kong já vota em eleições que são referendo ao movimento de protestos


Os eleitores em Hong Kong começaram já a votar para eleger 452 representantes nos 18 conselhos distritais da cidade, num escrutínio transformado em barómetro do apoio público aos protestos antigovernamentais que se arrastam há quase seis meses.

Os conselhos distritais são organismos fundamentalmente consultivos, com pouco poder, mas a eleição adquiriu um forte simbolismo e as filas estendem-se por muitos metros à entrada das estações de voto no território semi-autonómo chinês.

Um resultado forte da oposição será lido como a manutenção do apoio público ao movimento pró-democracia, ainda que os protestos se tenham tornado cada vez mais violentos.

O poder em Hong Kong e no Governo chinês em Pequim têm esperanças de que o arrastamento dos protestos e as perturbações do dia-a-dia na cidade tenham voltado os eleitores contra o movimento pró-democracia e que isso mesmo fique expresso nas urnas.
Os últimos dias ficaram marcados por uma interrupção da violência, explicada pela vontade dos manifestantes garantirem que as eleições não seriam adiadas.

"Precisamos de mostrar ao mundo que a nossa causa é legítima. Não acredito que Pequim não responda à voz do povo de Hong Kong", disse este sábado à agência Associated Press Alex Wong, um estudante mascarado e vestido de preto durante uma marcha pacífica.

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