quinta-feira, 30 de abril de 2020

A pandemia, os lucros e a justificativa capitalista para o sofrimento e a morte


David North*

O anúncio cínico da administração Trump de um conjunto de “diretrizes” fraudulentas, que servirão para legitimar uma rápida reabertura dos negócios e uma volta forçada ao trabalho em condições inseguras, derruba qualquer pretensão pública de um esforço sistemático e coordenado dentro dos Estados Unidos para priorizar a saúde e proteger a vida das pessoas no combate à propagação da pandemia de COVID-19.

A prematura volta ao trabalho que a administração Trump está organizando levará a incontáveis milhares de mortes, que poderiam ser evitadas se um programa rigoroso de distanciamento social, apoiado por um programa massivo de testes e rastreamento de contatos fosse implementado e sustentado durante os decisivos próximos meses.

Não há qualquer evidência, menos ainda análise científica, que possa ser dada para justificar o anúncio de Trump. Epidemiologistas de renome já desafiaram publicamente a validade do modelo estatístico sendo utilizado pela Casa Branca. Referindo-se às projeções do Instituto de Métricas e Avaliação em Saúde (IHME, na sigla em inglês) da Universidade de Washington, a epidemiologista Ruth Etzioni, do Centro Fred Hutchinson de Pesquisa de Câncer, disse à revista científica STAT: “O fato de que o modelo IHME continua sendo alterado revela sua falta de confiabilidade como uma ferramenta preditiva. O fato de que está sendo utilizado para decisões de política e seus resultados estão sendo interpretados da forma errada é uma farsa acontecendo diante de nossos olhos”.

O custo humano causado pela pandemia está sendo enorme. Nas 24 horas que antecederam o anúncio de Trump, o coronavírus da COVID-19 causou 4.591 mortes nos EUA. O aumento em relação às 2.569 mortes durante o período de 24 horas anterior é de 75%. Nos últimos três dias, a quantidade de mortes em todo o país subiu de 26 mil para mais de 36 mil.

É amplamente reconhecido que o número total de mortos é muito maior. A descoberta de corpos de pacientes idosos em dois diferentes asilos é apenas o exemplo mais terrível da diferença entre o número de mortos oficial e o real. Neste momento, não há contagem confiável das pessoas que estão morrendo fora dos hospitais, seja por uma infecção de COVID-19 não diagnosticada, ou por causas relacionadas à pandemia.

Essa é uma pandemia global. Até o momento desta publicação, já são 2.216.000 casos e 151 mil mortes. Essas estatísticas não são mais confiáveis do que aquelas fornecidas pelos EUA. Os números previamente divulgados já estão sendo revistos para cima.

BLOQUEIO E PIRATARIA EM PLENO SÉCULO XXI



Martinho Júnior, Luanda   

Esgotados em meio ano os recursos que a Terra dispõe para cada ano, o sistema capitalista neoliberal e especulativo esvaiu-se e, de bolha em bolha, perversamente cavou a sua própria sepultura, mas nem por isso essa sepultura fez esmorecer o jogo psicológico dos processos de domínio do império da hegemonia unipolar que prevalecem em função do poder da aristocracia financeira mundial, de 1% sobre o resto da humanidade!

Ainda que a herança seja tão pesada quanto ela realmente é, a ponto de obrigar o império a passar à defensiva, não querem sequer admitir o colapso e escondem com a pandemia do Covid-19 a hecatombe!...

A sepultura neoliberal obriga que os processos de domínio da hegemonia unipolar se adaptem à nova situação numa posição de dramática perda face a concorrência emergente e nada melhor que a lógica proteccionista que projectou a administração republicana de Donald Trump para, indo ao jogo global, tentar salvar o domínio unipolar ainda que com um exercício de geometria variável a que não se pode furtar, reduzindo-se cada vez mais ao espectro regional!...

Um dos aspectos mais críticos desse jogo de guerra psicológica em regime de geometria variável de 5ª geração e no âmbito da IIIª Guerra Mundial, flui nos relacionamentos dos Estados Unidos com o resto da América e radicaliza-se imediatamente a sul, influindo no espectro físico-geográfico de todo o Caribe, o insular e o continental, tendo como alvos principais Cuba Revolucionária, a Nicarágua Sandinista e a Venezuela Bolivariana!

Entende-se assim os termos do bloqueio e da pirataria que exponencialmente derivaram já para a manobra do bloqueio naval, com o recurso a todas as justificações imaginárias e alienadas para garantir o seu exercido!... (http://www.correodelorinoco.gob.ve/paises-sancionados-dan-ejemplo-de-humanidad-generosidad-y-esperanzas-en-tiempos-de-covid-19).

Portugal | Austeridade: uma discussão semântica


Anselmo Crespo | TSF | opinião

Do latim austeritas. Qualidade ou característica do que é austero. Rigor, severidade. O dicionário podia ajudar a resolver de vez uma discussão enviesada sobre um futuro que já está presente na vida de quase todos por estes dias. Direta ou indiretamente, não há português que, neste momento, não esteja a sentir os efeitos de uma austeridade que foi imposta pela pandemia. O que não significa que não haja uma discussão política profunda a fazer.

A força com que os Estados puxaram o travão de mão da economia teve o efeito de um choque em cadeia: a paragem de algumas empresas provocou o encerramento de outras e, consequentemente, atirou milhões de trabalhadores borda fora: uns para o lay-off - no melhor cenário -; outros para o desemprego; outros ainda para a pobreza, que é o grau zero num mundo civilizado.

Mas o choque não acaba aqui. No fim da linha, o enorme aumento da despesa que tudo isto representa para o Estado só pode encontrar resposta no endividamento público. E as dívidas, por definição, têm de ser pagas. Se o Estado somos nós, quem é que acham que vai receber a fatura?

Ultrapassada - e justificada - esta fase de emergência em que os Governos tiveram de se comportar como bombeiros apanhados no meio das chamas e se viram obrigados a despejar dinheiro para a economia, o salve-se quem puder vai ter de acabar. A forma artificial como muitas empresas estão a funcionar não só não é sustentável como representa um fardo demasiado pesado e injusto para toda a gente, a começar pelos trabalhadores que estão a financiar os seus próprios postos de trabalho, uns através do lay-off - o Estado somos nós -, outros através do corte de salários.

HOJE | Portugal regista mais 16 vítimas mortais e 540 infetados com Covid-19


Portugal regista, esta quinta-feira, um total de 25045 casos de Covid-19, um aumento de 540 registos (2,2%) em relação ao boletim epidemiológico anterior. Há ainda registo de 989 vítimas mortais, um aumento de 16 casos (subida de 1,64%).

3794 pessoas aguardam o resultado de testes já realizados e há 1519 casos recuperados. Em vigilância pelas autoridades de saúde, estão 29467 pessoas.

Segundo o mais recente balanço da situação epidemiológica da Direção Geral de Saúde, há 968 pessoas internados com Covid-19, da quais 172 em unidades de cuidados intensivos.

Analisando a distribuição geográfica do vírus, o Norte ultrapassou os 15 mil casos e registou, nas últimas 24 horas, 566 óbitos. Na região Centro, há 3389 infetados e 198 mortes. Lisboa e Vale do Tejo tem 5815 casos e 199 óbitos. O Alentejo mantém um caso fatal de Covid-19 e o Algarve, 13.

Na distribuição por concelhos da epidemia, Lisboa tem 1465 casos, logo seguido de Gaia, com 1374 casos, Porto, com 1219, Matosinhos (1127), Braga (1063) e Gondomar (1000).

Jornal de Notícias

A língua portuguesa resiste bem, mas urge acabar com o estado a que ela chegou


Podíamos estar a celebrar oito variantes ortográficas, mas em vez disso vamos somando erros.

Nuno Pacheco | Público | opinião

Mesmo confinados, não nos faltam datas para comemorar. Primeiro foi a Páscoa, depois o 25 de Abril, na sexta-feira será o 1.º de Maio, domingo o Dia da Mãe e na próxima terça-feira, dia 5, o Dia Mundial da Língua Portuguesa, essa outra mãe que nos calhou. Como de costume, vão tecer-se louvores ao Camões (não a Luís Vaz, mas àquele que despudoradamente usa o seu nome), brandir-se mapas e números, organizar-se saraus e discursos, agora forçosamente virtuais.

Mas nada disso pode ocultar algo que não é propriamente penúria, até porque a língua vai resistindo a tudo (fome, privações, maus tratos) e há por aí muita gente de todas as idades a falá-la e a escrevê-la com conhecimento, criatividade e brio; mas é um estado de ignorância e desleixo, muito pouco saudável, que a vai apoucando e corroendo até roçar o analfabetismo.

Nos mais diferentes meios (jornais, revistas, televisão, livros, Internet), a aplicação acéfala do chamado Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa (AO90) continua a dar coisas como (e todas elas estão documentadas, com origens e datas) “artefatos” por artefactos, “estupefato” por estupefacto, “impato” por impacto, “impatante” por impactante, “pato” por pacto, “ojetivo” por objectivo, “corruto” por corrupto, “convição” por convicção, “execto”, “excepo” e “exeto” por excepto, “exeção” ou “excessão” por excepção, “inteletual” por intelectual (a mais recente prova desta imbecilidade foi estampada no oficialíssimo Diário da República n.º 72/2020, Série II de 13/4/2020, no Aviso n.º 6075/2020), para já não falar na aplicação a Portugal, contra as indicações do próprio AO90, da norma escrita brasileira, escrevendo-se e até dizendo-se “fato” por facto, “contato” por contacto, “seção” por secção ou “conosco” por connosco, isto apesar de a rubrica Bom Português da RTP garantir que é “connosco” que se escreve em Portugal.

Moçambique | Cabo Delgado: De onde vêm as armas dos insurgentes?


Parte das armas são frequentemente tomadas do frágil Exército moçambicano, e portanto, financiadas involuntariamente pelo Estado. Quanto ao resto, a que circuito obedecem? Especialista em armas tenta explicar. 

Em Cabo Delgado, sem resistência à altura, os insurgentes têm-se apoderado frequentemente de armas, fardamento e outros equipamentos militares das Forças de Defesa e Segurança (FDS) e da Polícia da República de Moçambique (PRM).

Mas, embora a insurgência seja assim alimentada pelos fundos do Estado moçambicano, através dos impostos do contribuinte vítima dos próprios insurgentes, parte do seu arsenal tem outras origens - afinal, terão precisado de outras armas para começar esses ataques.

Mentira da PRM

Esse material já foi capturado pelas autoridades moçambicanas algumas vezes - poucas - pelo menos pelo que foi dado a conhecer publicamente. Por exemplo, em novembro de 2017, no início das incursões armadas à província nortenha, a PRM informou, na sua habitual conferência de imprensa semanal, que apreendeu quatro armas de fogo e 100 munições.

No entanto, quando questionado na última semana pela DW sobre as caraterísticas dessas armas, o porta-voz do comando-geral da PRM, Orlando Mudumane, respondeu: "Não tenho nenhuma informação sobre as caraterísticas das armas dos malfeitores."

Uma mentira grosseira da PRM, se considerarmos os informes que a corporação fazia sobre as armas que inicialmente conseguia capturar. As notícias estão aí como prova. Mas, como os insurgentes partilham regularmente vídeos em que aparecem altamente artilhados, é possível saber que tipo de equipamento usam, para além do que é tirado às FDS. 

Por outro lado, insistir em chamar os atacantes de "malfeitores" parece um negação da polícia da crescente violência que a população tem vivido em Cabo Delgado: decapitações, raptos, destruições, violência religiosa, tomada dos símbolos e instituições do Estado e o içar de uma bandeira de um "Estado" que não é moçambicano. O Conselho Nacional de Defesa e Segurança já admitiu que os ataques são uma "agressão externa perpetrada por terroristas".

Covid-19 | Moçambique vai “ficar em casa” até 30 de Maio


“Vamos ficar em casa” até 30 de Maio, sem nenhum apoio do Governo e “fiscalização massiva do sector informal” em Moçambique

Como era expectável o Presidente da República (PR) prorrogou o Estado de Emergência em Moçambique até ao próximo dia 30 de Maio como medida de contenção do novo coronavírus que já infectou 76 pessoas. “Vamos ficar em casa” até às 23h59 do dia 30 de Maio de 2020 apelou Filipe Nyusi que não anunciou nenhuma nova medida para apoiar a maioria dos moçambicanos que não tem um emprego no Estado ou nas poucas empresas que continuam a laborar e pagar salários atempadamente. Aliás o Chefe de Estado anunciou o aperto do cerco “de modo a assegurar o efectivo encerramento dos estabelecimentos de lazer de diversão também conhecidos por barracas”. O @Verdade apurou que a Assembleia da República reúne nesta quinta-feira (30) para ratificar a decisão do Presidente Nyusi.

Após consultar a Comissão Política do seu partido o Presidente da República anunciou nesta quarta-feira (29) que “volvido cerca de 4 semanas da vigência do Estado de Emergência, após várias análises e consultas, o Governo concluiu que na generalidade o grau de cumprimento de medidas requer mais esforços por parte de nós todos”.

Covid-19 | 3º dia sem casos positivos em Moçambique. “Não podemos relaxar”


Decorreram 3 dias desde que foram anunciados os últimos infectados pela covid-19 em Moçambique. Nesta quarta-feira (29) mais 113 casos suspeitos foram testados pelo Instituto Nacional de Saúde (INS) e outros onze em laboratórios privados e foram todos negativos dando a sensação que tal como a transmissão foi quebrada na Cidade e Província de Maputo possa estar contida na Província de Cabo Delgado. Contudo o Dr. Sérgio Chicumbe alertou “não podemos relaxar”.

“Das amostras testadas nas últimas 24 horas, 44 são da Província de Cabo Delgado, uma da Província de Sofala, 18 da Província de Maputo e 50 da Cidade de Maputo. Reportamos também, o resultado de 11 amostras testadas no sector privado, em Maputo, já contabilizadas no cumulativo de amostras testadas. Assim, actualmente, o nosso país continua com 76 casos positivos, sendo 68 de transmissão local e 8 casos importados”, actualizou a Directora Nacional de Saúde Pública.

Adicionalmente o Director Nacional para a Área de Inquérito e Monitoria de Saúde esclareceu que embora tenham sido recebidas 80 amostras da Província de Cabo Delgado apenas foram testadas 44 devido “a hora em que foram recebidas, neste momento amostras complementares podem estar a ser testadas e amanhã teremos novidades”.

Com a propagação do novo coronavírus aparentemente quebrada na Cidade e Província de Maputo, o último doente foi diagnosticado no dia 23, o @Verdade questionou se a transmissão não estaria também contida na Província de Cabo Delgado pois desde o dia 26 que não há novos infectados.

“É nossa esperança que a transmissão em Afungi não esteja activa, mas não podemos afirmar que este seja o facto e não podemos relaxar. A equipa (da Saúde) que está lá além da testagem está a fazer todo um trabalho para que não haja em Afungi um foco de transmissão contínua”, esclareceu o Dr. Sérgio Chicumbe.

Adérito Caldeira | @Verdade

Covid-19 | Número de casos recuperados aumenta significativamente em Timor-Leste


Díli, 30 abr 2020 (Lusa) -- Timor-Leste registou hoje um aumento significativo de casos recuperados da covid-19, para 16, com testes a serem feitos a várias pessoas que estavam em isolamento em Díli a darem negativo.

Sérgio Lobo, porta-voz do Centro Integrado de Gestão de Crise (CIGC), disse que do total de 24 casos confirmados, o país tem agora apenas 12 casos ativos.

"Temos um aumento grande do número de casos recuperados, mais 10", disse Sérgio Lobo na conferência de imprensa diária de atualização da situação da covid-19 na Sala de Situação instalada no Centro de Convenções de Díli.

No que se refere a dois professores portugueses que estão em isolamento depois de testes positivos, Sergio Lobo confirmou que tiveram já uma primeira nova análise com resultado negativo, estando à espera da confirmação do segundo resultado negativo para poderem ter alta. 

"Os dois cidadãos portugueses tiveram o primeiro teste negativo", disse.

Globalmente as autoridades realizaram já testes a 652 pessoas, das quais 435 registaram resultados negativos, estando 193 ainda à espera de conhecer os resultados.

Em quarentena, tanto em infraestruturas do Estado como em auto confinamento em casa, estão 374 pessoas, entre os quais 40 profissionais de saúde.

Já completaram a quarentena um total de 1.775 pessoas.

Timor-Leste não regista qualquer novo caso positivo desde 24 de abril.

ASP//MIM

CNRT vai analisar permanência no Governo timorense


Díli, 30 abr 2020 (Lusa) -- O Congresso Nacional da Reconstrução Timorense (CNRT) vai reunir-se para analisar se os militantes do partido que integram atualmente o VIII Governo constitucional vão ou não continuar a fazer parte do executivo.

"Vamos reunir a Comissão Política Nacional (CPN) para definir exatamente a posição clara sobre essa matéria", afirmou hoje Xanana Gusmão, presidente do partido, em conferência de imprensa.

"Não sou eu que decido, é o partido. Se eu falei individualmente com eles foi de companheiro a companheiro ou companheira, mas a decisão cabe ao partido", considerou.
Xanana Gusmão explicou que o CNRT vai ter de tomar uma "posição política clara em relação ao evoluir da situação política" em Timor-Leste.

O presidente do CNRT falava na sede do partido em Díli, depois de várias convulsões políticas terem condicionado o futuro da aliança de maioria parlamentar que o partido liderava.

Deputados timorenses pedem fiscalização da constitucionalidade de ações do Presidente


Díli, 30 abr 2020 (Lusa) -- Um grupo de deputados do Parlamento Nacional timorense vai apresentar ao Tribunal de Recurso um pedido de fiscalização abstrata da constitucionalidade de várias ações do Presidente da República nos últimos meses, disse hoje o presidente do CNRT.

O anúncio foi feito hoje pelo presidente do Congresso Nacional da Reconstrução Timorense (CNRT), segunda força política do país, Xanana Gusmão, que considerou que o Presidente da República cometeu "violações claras e graves das suas responsabilidades constitucionais" com atos "por ação e omissão".

"Enviamos hoje uma petição inicial de fiscalização do Tribunal de Recurso sobre estas questões", disse Xanana Gusmão, afirmando que "o Presidente tem de cumprir a Constituição".

"Violações graves por ausência de decisão, por omissão. Não estou aqui só a questionar o Presidente. Estou preocupado é com a nova geração e como olham para o nosso Estado de direito democrático", considerou.

Manuel Tilman, advogado que apoiou na preparação do processo, explicou que se trata de uma "petição simples que pede ao Tribunal de Recurso para avaliar se o Presidente violou ou não princípios constitucionais".

O pedido de apreciação pede ao Tribunal de Recurso, a mais alta instância do país, que avalie se o chefe de Estado, Francisco Guterres Lu-Olo, cumpriu ou não as suas obrigações constitucionais em vários momentos desde o início do ano.

China recusa investigação "politizada" sobre origem do coronavírus


Pequim, 30 abr 2020 (Lusa) - O Governo chinês recusou hoje "resolutamente" aceitar uma investigação sobre a origem do novo coronavírus, apontando que esta seria "politizada" e "presumiria a culpa" do país, numa altura em que vários líderes mundiais pedem mais transparência a Pequim.

Em entrevista à cadeia televisiva norte-americana NBC, o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros da China Le Yucheng afirmou que Pequim apoia o intercâmbio entre cientistas, mas que se opõe a que o país se sente no banco dos réus, "sem qualquer evidência e com presunção de culpa".

O diplomata indicou que não há "base" para a realização de uma investigação internacional e que "isso apenas contribuiria para estigmatizar a China".

Estados Unidos, Austrália, Alemanha ou Suécia exigiram já a Pequim mais informação sobre a origem do vírus.

Em entrevista recente à rede televisiva norte-americana Fox, o secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, afirmou que o Governo chinês "sabia do vírus antes de decidir informar o público".

Le Yucheng acusou "alguns políticos" de "politizarem a pandemia" e afirmou que estes deviam "lutar juntos", em vez de fazerem acusações.

China | Nova legislação exigirá sistema de alerta epidemiológico precoce


Os legisladores nacionais começaram no domingo (26) a segunda leitura do projeto de lei de biossegurança, o qual exigirá um sistema de monitoramento e alerta precoce para prevenir e controlar novos surtos epidémicos entre humanos, animais e plantas.

As instituições profissionais devem monitorizar, coletar, analisar e relatar informações ativamente, a fim de prever a ocorrência e tendências de doenças infecciosas e epidemias, de acordo com o projeto de lei submetido ao Comité Permanente da Assembleia Popular Nacional (APN), o superior órgão legislativo.

Os departamentos relevantes do Conselho de Estado, gabinete da China e os governos locais acima do nível de condado devem emitir alertas oportunos e tomar medidas de prevenção e controle em conformidade, segundo o projeto.

O projeto de lei inclui ainda estipulações sobre o gerenciamento de laboratórios, prevenção de bioterrorismo e ameaças de armas biológicas, bem como a capacitação em biossegurança, com base em um relatório da Agência de Notícias Xinhua.

“Não há ainda resposta” sobre a origem do novo coronavírus -- Yuan Zhiming


Ensaio publicado por cientistas britânicos e alemães este mês refere que as variantes do novo coronavírus circulando nos EUA são mais “primitivas” que a versão chinesa e que o vírus poderia ter aparecido inicialmente em território americano 

Reuters: acusações de que o novo coronavírus teve origem em laboratório de Wuhan são teorias da conspiração

A Reuters emitiu uma entrevista exclusiva com Yuan Zhiming, um investigador do Instituto de Virologia de Wuhan e diretor do Laboratório de Biossegurança Nacional de Wuhan. Yuan Zhiming disse em uma entrevista exclusiva que as alegações de que o novo coronavírus foi concebido pelo Instituto de Virologia de Wuhan são infundadas e que a origem da Covid-19 é inconclusiva.

A Reuters noticiou que, embora o novo coronavírus tenha evoluído naturalmente, as acusações baseadas em teorias da conspiração têm vindo a atrair atenções.

Yuan Zhiming disse que as acusações “maliciosas” ao laboratório surgiram “do nada” e contradizem todas as evidências existentes. “O Instituto de Virologia de Wuhan (WIV, na sigla inglesa) não tem intenção ou capacidade para conceber um novo coronavírus. Além disso, não existem informações dentro do genoma do SARS-CoV-2 indicando que foi criado artificialmente”.

A Reuters indicou ainda que um artigo do Instituto Indiano de Tecnologia contribuiu para alimentar algumas teorias da conspiração. O ensaio, entretanto apagado, alegava que a proteína do novo coronavírus era semelhante à do VIH. Atualmente, a maioria dos cientistas acredita que o novo coronavírus origina de animais selvagens, sendo os morcegos e os pangolins os mais prováveis.

Caças Su-27 interceptam F-16 da OTAN perto da fronteira russa no Báltico


No sábado (25), dois caças Su-27 russos levantaram voo para interceptar e acompanhar um caça F-16 da Bélgica no mar Báltico, próximo da região russa de Kaliningrado.

A aeronave da OTAN efetuava seu voo em direção à fronteira da Rússia no Báltico quando foi detectada por meios de controle do espaço aéreo russo, enquanto eram realizados voos da aviação naval da Frota do Báltico.

"Os aviadores dos caças russos, após aproximação, identificaram o avião F-16, seu número de registo, pertença à Força Aérea belga e acompanharam-no", informou o serviço de imprensa da Frota do Báltico russa.

Após o F-16 mudar seu rumo, os caças russos voltaram aos seus exercícios programados.

O órgão militar também afirmou que a tarefa foi executada pelos seus aviadores em total conformidade às regras internacionais sobre uso do espaço aéreo.

Aproximações de aeronaves da OTAN

A região do mar Báltico regista frequentes voos de meios da OTAN nas cercanias de Kaliningrado.

Por vezes, aeronaves de reconhecimento, assim como caças, têm seus voos monitorizados ou interceptados pelos militares russos na região.

Sputnik | Imagem: © Sputnik / Vitaly Timkiv (com VÍDEO no original)

Drone dos EUA sobrevoa fronteira da Rússia em voo espião de 7 horas


Drone espião RQ-4A Global Hawk das Forças Armadas americanas foi detetado a voar por diversas horas muito próximo de regiões do sul da Rússia armadas com equipamentos de defesa antiaérea.

Na segunda-feira (27), a aeronave não tripulada dos EUA realizou missão próximo das regiões da Crimeia e Krasnodar a 16 mil metros de altitude sobre águas internacionais e entre 27 quilómetros e 60 quilómetros do território russo durante sete horas.

Um dos pontos de maior proximidade deu-se a cerca de 27 quilómetros de Sevastopol, onde estão instalados sistemas de defesa antiaérea S-400, publicou o portal Russkoe Oruzhie.

Em seguida, o drone RQ-4A Global Hawk foi detectado entre 37 km e 55 km das regiões russas de Belgorod, Voronezh e Rostov.

Missão espiã

De acordo com a mídia, tais voos têm como objetivo determinar a frequência de rádio usada pelos sistemas russos de defesa antiaérea instalados em regiões fronteiriças da Rússia.

Isso explica a razão da Rússia utilizar unidades de guerra radioeletronica para a defesa das suas comunicações e cobrir dados técnicos importantes usados nas ditas regiões.

Além do sul da Rússia, também são frequentes voos de aeronaves espiãs norte-americanas perto de Kaliningrado, enclave importante no mar Báltico, e posições militares russas na Síria.

Sputnik | Imagem: © CC0

Sistemas de defesa antiaérea S-400 eliminam mísseis balísticos 'inimigos' na Rússia - vídeo


Sistemas de defesa antiaérea S-400 Triumph do agrupamento de defesa antiaérea do Distrito Militar Central eliminaram mísseis balísticos do adversário convencional.

Os exercícios de lançamento de mísseis foram realizados no polígono de Telemba, na república de Buriátia.

"O inimigo convencional utilizou mísseis balísticos para destruir a infraestrutura de uma instalação militar", informou no sábado (25) o serviço de imprensa do Distrito Militar Central.

Os militares das guarnições dos sistemas de defesa antiaérea S-400 "realizaram a aquisição de alvos a aproximadamente 400 quilómetros de distância, seu posterior acompanhamento e eliminação", aponta o comunicado.

sistema de defesa antiaéreo S-400 é utilizado pelas Forças Armadas da Rússia desde 2007. Países como China, Bielorrússia, Argélia e Turquia já adquiriram o sistema russo.

Em 2018, a Índia assinou um contrato no valor estimado de US$ 5,43 bilhões (cerca de R$ 22 biliões) para aquisição de sistemas S-400 Triumph.

Sputnik

UE abre processo legal contra a Polónia por reforma judiciária


Comissão Europeia afirma que mudança na legislação realizada por Varsóvia coloca em risco independência de juízes, além der ser incompatível com princípios do direito europeu. Processo pode resultar em sanções ao país.

A Comissão Europeia abriu nesta quarta-feira (29/04) um processo de infração contra a Polónia devido a uma mudança legislativa no país que introduziu novo regime disciplinar para os juízes. Para Bruxelas, a legislação pode implicar num "controle político" das decisões judiciais e "impedir" os juízes polacos de aplicar as leis da União Europeia (UE).  

"Esta lei mina a independência judicial e é incompatível com a primazia do direito da UE", escreveu o comissário da Justiça da UE, Didier Reynders, em sua conta no Twitter. 

Em nota, a Comissão Europeia disse que a nova regra "compromete a independência judicial dos juízes polacos e é incompatível com os princípios do direito europeu". O comunicado também afirma que a regra "impede os tribunais polacos de aplicarem diretamente determinadas disposições do direito europeu que protegem a independência judicial". 

quarta-feira, 29 de abril de 2020

EIS UM “DESENHO” DA GUERRA NUCLEAR TÃO QUERIDA PELOS EUA


Os EUA provocam a China e a Rússia sistematicamente, atualmente como nem na chamada "guerra fria", fruto de um tresloucado e imbecil presidente que nada deve à estupidez e à falta de senso. Um desprezível sujeito que os eleitores norte-americanos catapultaram para inquilino da Casa Branca sem medirem as consequências do que Trump lhes reserva para o futuro. Está à vista do  que é capaz aquele execrável individuo, Trump, inimigo dos seus próprios cidadãos. Até parece que está a traçar um "desenho" da guerra nuclear por ele desejada, por consequência também os EUA. Do jornal Expresso fazemos notar a notícia que segue. (PG)  

Rússia ameaça com retaliação nuclear se os EUA recorrerem a mísseis balísticos

Departamento de Estado norte-americano disse na semana passada que a instalação de ogivas nucleares de baixa potência em mísseis balísticos lançados por submarinos ajudaria a combater possíveis novas ameaças da Rússia e da China

Governo russo rejeitou esta quarta-feira os argumentos dos EUA para o recurso a ogivas nucleares de baixa potência, avisando que se esse tipo de armas for usado contra a Rússia haverá uma retaliação nuclear total. O Departamento de Estado norte-americano disse na semana passada que a instalação de ogivas nucleares de baixa potência em mísseis balísticos lançados por submarinos ajudaria a combater possíveis novas ameaças da Rússia e da China.

O Governo dos EUA considera que Moscovo está a ponderar o uso de armas nucleares não estratégicas como forma de coerção em caso de conflito limitado, um argumento que a Rússia tem negado repetidamente.

Esta quarta-feira, o Ministério dos Negócios Estrangeiros russo disse que não aceita a versão segundo a qual essas armas "reduzem o risco de guerra nuclear", reforçando táticas dissuasivas. "Qualquer ataque envolvendo um míssil balístico lançado por um submarino dos EUA, independentemente das suas especificações, será visto como uma agressão nuclear", disse Maria Zakharova, porta-voz da diplomacia russa, numa conferência de imprensa.

"Quem gosta de teorizar sobre a flexibilidade do potencial nuclear americano deve entender que, de acordo com a doutrina militar russa, essas ações serão vistas como garantia de uso retaliativo de armas nucleares pela Rússia", concluiu Zakharova.

Os Estados Unidos e a Rússia abandonaram em 2019 o Tratado de Armas Nucleares de Alcance Intermédio (IMF), que tinha sido assinado em 1988, com vista a conter uma corrida armamentista, levando ambos os países a ameaçar o reforço do seu arsenal nuclear.

Expresso | Lusa

Covid-19: Reino Unido é o país europeu com segundo maior número de mortes


Subdiretor-geral da Saúde de Inglaterra, Jonathan Van Tam, admite que o balanço final só vai ser conhecido quando for apurado o excesso de mortalidade

Reino Unido passou a ser o país com o segundo maior número de mortes provocados pela pandemia de covid-19 na Europa, atrás da Itália, graças à contabilização dos óbitos fora dos hospitais feita a partir desta quarta-feira pelo governo.

Esta nova forma de contabilização só é comparável com Itália, Alemanha e Suécia, pois não é certo que Espanha ou os EUA contem as mortes registadas em lares de idosos, indicou a diretora clínica do sistema de saúde público de Inglaterra, Yvonne Doyle. "Percebe-se, porque é complicado e complexo obter isto numa base diária", comentou.

A seguir a Itália, que registou 27.682 mortos de acordo com o balanço desta quarta-feira, e Reino Unido estão Espanha (24.275 mortos) e França (23.660 mortos). Mas o subdiretor-geral da Saúde de Inglaterra, Jonathan Van Tam, admite que o balanço final só vai ser conhecido quando for apurado o excesso de mortalidade.

"A seu tempo, teremos uma resposta melhor quando começarmos a olhar para o excesso de mortalidade, que vai ter em conta as mortes relacionadas com a covid-19 e as mortes que poderão ter acontecido, não devido à covid-19, mas como consequência da crise", afirmou esta quarta-feira, na conferência de imprensa diária do governo britânico.

Aborígenes: Cook chegou à Austrália há 250 anos. E os portugueses 250 anos antes


As comemorações da chegada dos britânicos foram canceladas devido à pandemia. História dos aborígenes começa a ser ouvida.

O 50.º aniversário da chegada do capitão James Cook à Austrália, que se comemora nesta quarta-feira, foi em grande parte desmarcado devido ao novo coronavírus.

Um evento que é cada vez menos destacado pelo lado da "descoberta", porque holandeses (um século antes) e portugueses (250 antes, no tempo de D. Manuel) estiveram à procura de uma lendária Ilha do Ouro, tendo ficado cartografado como Terra Java. E também porque a história de quem já lá vivia ganha maior relevo.

Em 29 de Abril de 1770, o capitão Cook dirigiu o Endeavour para Botany Bay - chamado Kamay na língua indígena local - um evento que cada vez mais é visto através dos olhos dos aborígenes australianos que se encontravam na costa.

O primeiro-ministro Scott Morrison disse que o aniversário representava "uma fusão de histórias", chamando Cook de "indivíduo extraordinário". "No dia em que Cook e a comunidade indígena local em Kamay estabeleceram o primeiro contacto, há 250 anos, mudou para sempre o rumo da nossa terra", afirmou. "É um momento a partir do qual embarcámos numa viagem partilhada que se realiza na forma como vivemos hoje".

No entanto, Peter Trickett, britânico radicado na Austrália, encontrou em 1999 uma carta náutica numa biblioteca de Los Angeles que atribui aos portugueses o papel de pioneiros ocidentais no que é hoje a Austrália. O Atlas Vallard, um conjunto de 15 mapas desenhados em 1545 em França tem dois deles intitulados Terra Java. Os mapas têm mais de cem nomes em português e alinhados de outra forma apresentam claras semelhanças com a costa australiana.

A sua tese foi publicada no livro Para além de Capricórnio (ed. Caderno). Para Trickett, a expedição terá decorrido em duas vezes, a partir de Cochim. A primeira em 1521 e a seguinte em 1522-23, tendo sido comandada por Cristovão de Mendonça, e provavelmente o francês Pedro Eanes como cartógrafo.

Derrotar o imperialismo dos EUA em Playa Girón


Ramona Wadi* | Strategic Culture Foundation | 27 de abril de 2020

“Fizemos algumas coisas muito importantes, mas não nos proclamamos socialistas, nem proclamamos abertamente as doutrinas marxistas-leninistas. Girón acelerou o processo revolucionário.” 

As reflexões do líder cubano Fidel Castro sobre Playa Girón, discutidas com Ignacio Ramonet durante conversas que levaram à publicação da autobiografia do líder revolucionário, indicam a magnitude da derrota do imperialismo americano na invasão da Baía dos Porcos, que durou de 17 de abril a 19 de abril de 1961. Em menos de 72 horas, as forças revolucionárias cubanas derrotaram os 1.500 infiltrados treinados pela CIA.

O plano dos EUA de invadir Cuba e derrubar o governo e o processo revolucionários originados em 1960 pela Agência Central de Inteligência (CIA) durante a administração Eisenhower e herdados pela administração Kennedy. O objetivo era "promover a substituição do regime de Castro por mais um dedicado aos verdadeiros interesses do povo cubano e mais aceitável para os EUA de maneira a evitar qualquer aparência de intervenção dos EUA". Para conseguir isso, a CIA treinou dissidentes cubanos que moravam em Miami com o objetivo de realizar uma intervenção em Cuba com o objetivo de derrubar Fidel.

Após a derrota, o presidente JF Kennedy declarou : “Eu enfatizei antes que essa era uma luta de patriotas cubanos contra um ditador cubano. Embora não se esperasse que escondêssemos nossas simpatias, deixamos repetidamente claro que as forças armadas deste país não interviriam de forma alguma.”

EUA ultrapassam um milhão de casos subindo para um total de 57.266 mortes


Trump admite testes a estrangeiros de zonas de risco

Os Estados Unidos passaram nesta terça-feira a ser o primeiro país do mundo a ultrapassar um milhão de casos confirmados da covid-19, a doença causada pelo novo coronavírus, segundo os últimos dados da Universidade Johns Hopkins.

Às 18:00 de hoje, o número de infetados nos Estados Unidos atingiu 1.002.498, enquanto o número de mortes cifrou-se em 57.266.

Desde há semanas que os Estados Unidos têm sido o foco da pandemia e lideram o número de infetados, seguidos pela Espanha, onde as pessoas infetadas ascendem a 232.128 e os mortos totalizam 23.822, segundo aquela universidade.

A Itália surge depois, com 201.505 pessoas infetadas e 27.359 mortes, seguindo-se a França, com 166.036 infetados e 23.327 mortes, números contabilizados desde o início da pandemia da covid-19, refere a universidade em comunicado.

No entanto, o número de mortes per capita mostra que a Bélgica é o país com maior número de óbitos, uma média de 63,10 mortes por 100.000 habitantes.

De acordo com os dados hoje atualizados pela Universidade Johns Hopkins, depois da Bélgica surge a Espanha, com uma média de 50,34 mortes por 100.000 habitantes, a Itália (44,64), França (34,82), Reino Unido (31,82) e os EUA, com um número médio de mortes de 17,20 por 100.000 habitantes.

Nos Estados Unidos da América, mais da metade das mortes concentram-se em três estados: Nova Iorque, com 17.303, a vizinha Nova Jersey (6.044) e o Michigan, onde 3.407 pessoas perderam a vida devido à covid-19, revelam os dados mais recentes das autoridades locais.

Cego na ciência, “médico” Trump empurra conspiração louca contra a China


Finian Cunningham* | Strategic Culture Foundation | Abril 28, 2020

A incursão de Trump no tratamento da doença Covid-19 - propondo líquido sanitário como uma possível cura - mostra realmente o quão idiota esse presidente é. Sua tentativa subsequente e rápida de limitação de danos, de rejeitar os comentários imprudentes como "sarcasmo", mostra apenas como ele é desonesto e omisso.

Sério, se o magnata que se tornou presidente pode contemplar injetar desinfetante no corpo humano como uma maneira de "limpar" um vírus, então você sabe que esse sujeito tem uma compreensão primitiva do conhecimento científico.

Já sabemos que Trump é notoriamente desprezível por cientistas e especialistas técnicos. Ele prefere o instinto e a propensão a "soluções rápidas", que derivam de sua vulgar visão capitalista de mundo de manter os custos baixos e os lucros altíssimos. Sua rejeição da ciência climática e o surto inicial da pandemia de Covid-19 como "fraudes" exemplificam o fanatismo anti-científico.

Cercado por cultistas cristãos fundamentalistas como Mike Pompeo e Mike Pence, que acreditam no criacionismo bíblico sobre a evolução e apocalipse sobre o progresso histórico, também é consistente com o paroquialismo anticientífico de Trump e seu governo.

Então, agora vemos por que essas pessoas obtusas podem acreditar e proselitizar a história absolutamente não-científica de conspiração e lixo, alegando que o vírus Covid-19 saiu de um laboratório chinês, por acidente ou maliciosamente, como arma biológica.

Trump e Pompeo estão pressionando esse absurdo difamatório como parte de sua agenda de "culpar a China". Falcões raivosos da anti-China, como o especialista em notícias da Fox, Steve Bannon, e senadores como Tom Cotton e Lyndsey Graham, acrescentaram força a esse boato, exigindo uma compensação financeira maciça de Pequim. Meios de comunicação supostamente respeitáveis ​​como o Washington Post também propagaram a noção de que a pandemia se originou de um laboratório de virologia na cidade chinesa de Wuhan. A partir daí, continua o argumento, espalhou-se por todo o mundo e provocou especificamente mortes e estragos económicos nos EUA. A lógica desse argumento pode levar à guerra com a China.

Portugal | 973 mortes e 24 505 casos de covid-19. Aumento de 0,8%.


Há 25 mortes e 183 infetados nas últimas 24 horas, segundo dados do boletim epidemiológico da Direção-Geral da Saúde desta quarta-feira.

Mais 25 óbitos e mais 183 casos confirmados do novo coronavírus em Portugal., um aumento de 0,8% e de 2,6%, respetivamente. São os dados do boletim epidemiológico da Direção-Geral da Saúde (DGS) desta quarta-feira.

No total, o país regista 24 505 casos confirmados da doença e 973 óbitos em resultado desta.

Há ainda 1470 casos recuperados de covid-19 em Portugal.

A região Norte é a que regista o maior número de mortos (556), seguida da região Centro (196), de Lisboa e Vale do Tejo (195), do Algarve (13), dos Açores (12) e do Alentejo que regista um caso, adianta o relatório da situação epidemiológica, com dados atualizados até às 24:00 de terça-feira.

Os Açores registam 125 casos de covid-19 e a Madeira 86.

Das mortes registadas, 658 tinham mais de 80 anos, 191 tinham entre os 70 e os 79 anos, 86 entre os 60 e 69 anos, 28 entre 50 e 59, e dez entre os 40 e os 49.

Do total das pessoas infetadas, a grande maioria está a recuperar em casa, totalizando 21.082 (mais 33).

Os dados indicam que 980 estão internados, mais 44 do que na terça-feira (+4,7%), e 169 estão em Unidades de Cuidados Intensivos, menos três, o que representa uma diminuição de 1,8%.

Os dados da DGS precisam que o concelho de Lisboa é o que regista o maior número de casos de infeção pelo coronavírus (1.447), seguido por Vila Nova de Gaia (1.322), Porto (1.187), Braga (1.012), Matosinhos (1.068), Gondomar (966), Maia (836), Valongo (699), Sintra (577), Ovar (556), Guimarães (543) e Coimbra, com 406 casos.

Desde o dia 1 de janeiro, registaram-se 243.655 casos suspeitos, dos quais 3.825 aguardam resultado dos testes.

Mais mulheres infetadas do que homens

Há 215.325 casos em que o resultado dos testes foi negativo, refere a DGS, adiantando que o número de doentes recuperados aumentou para 1.470 (eram 1.389).

A DGS regista também 29.568 contactos em vigilância pelas autoridades de Saúde.

Do total de infetados, 14.503 são mulheres e 10.002 homens.

A faixa etária mais afetada pela doença é a dos 50 aos 59 anos (4.136), seguida da faixa dos 40 aos 49 anos (4.119) e das pessoas com mais de 80 anos (3.836 casos).

Há ainda 3.410 doentes com idades entre 30 e 39 anos, 2.897 entre os 60 e 69 anos, 2.788 entre os 20 e os 29 anos e 2.189 com idades entre 70 e 79 anos.

A DGS regista ainda 401 casos de crianças até aos nove anos e 729 de jovens com idades entre os 10 e os 19 anos.

Tosse, febre e dores musculares no topo dos sintomas

Segundo o relatório da Direção-Geral da Saúde, 171 casos resultam da importação do vírus de Espanha, 137 de França e 88 do Reino Unido. Há ainda centenas de casos importados de dezenas de outros países.

De acordo com o boletim, 48% dos doentes positivos ao novo coronavírus apresentam como sintomas tosse, 35% febre, 22% dores musculares, 21% cefaleia, 17% fraqueza generalizada e 13% dificuldade respiratória. Esta informação refere-se a 85% dos casos confirmados.

Infarmed alerta infetados sobre efeitos adversos de medicamentos

O Infarmed alertou esta quarta-feira os doentes de covid-19 que devem estar atentos a qualquer efeito adverso aos medicamentos que tomem para os sintomas da doença, lembrando que ainda se desconhecem muitas das reações que podem ocorrer.

Numa nota publicada no seu 'site', a Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde avisam os doentes com covid-19, suspeita ou confirmada, que devem avisar as autoridades de efeitos adversos que ocorram com a toma não só dos medicamentos para os sintomas da doença como de outros que habitualmente usem para outras doenças crónicas pré-existentes.

Recorda que atualmente não existem medicamentos autorizados para tratar a covid-19 e que, no contexto da pandemia, estão a ser utilizados diversos medicamentos autorizados para outras doenças.

Estado de Emergência termina a 2 de maio

O Presidente da República confirmou que no sábado (dia 2) terminará o estado de emergência. Mas admite hipótese de voltar a ser necessário recorrer a este tipo de medida.

Marcelo Rebelo de Sousa põe agora na mãos dos portugueses a evolução do contágio do covid-19, quando se aproxima a data em que terminará o estado de emergência (à meia-noite de 2 de maio) e começará o estado de calamidade púbica.

Após mais uma reunião com epidemiologistas no Infarmed - onde como habitualmente também participaram o primeiro-ministro e líderes partidários - Marcelo Rebelo de Sousa disse que agora "depende dos portugueses a evolução do surto", confirmando que não tenciona renovar o estado de emergência (que se iniciou em 19 de março).

Covid-19 já matou mais de 217 mil pessoas no mundo

A pandemia de covid-19 já matou 217.439 pessoas e infetou mais de três milhões em todo o mundo desde que surgiu em dezembro na cidade chinesa de Wuhan, segundo um balanço da AFP às 11:00.

De acordo com os dados da agência de notícias francesa, a partir de dados oficiais, foram registados 217.439 mortos e mais de 3.104.330 infetados em 193 países.

Pelo menos 859.100 foram consideradas curadas pelas autoridades de saúde.

Os EUA, que registaram a primeira morte ligada ao coronavírus no final de fevereiro, lideram em número de mortos e casos, com 58.355 e 1.012.583, respetivamente.

Pelo menos 115.936 pessoas foram declaradas curadas pelas autoridades de saúde nos Estados Unidos.

Depois dos Estados Unidos, os países mais afetados são Itália, com 27.359 mortos para 201.505 casos, Espanha com 24.275 mortos (212.917 casos), França com 23.660 mortos (168.935 casos) e Reino Unido com 21.678 mortos (161.145 casos).

A China (excluindo os territórios de Hong Kong e Macau), onde a epidemia começou no final de dezembro, contabilizou 82.858 casos (22 novos entre terça-feira e hoje), incluindo 4.633 mortos (nenhuma nova) e 77.578 curados.

O Chade anunciou na terça-feira os primeiros mortos ligadas ao vírus no seu território.

Até às 11:00 de hoje, a Europa totalizou 129.723 mortos para 1.431.470 casos, Estados Unidos e Canadá 61.284 mortos (1.062.398 casos), América Latina e Caraíbas 9.827 mortos (189.199 casos), Ásia 8.376 mortos (213.792 casos), Médio Oriente 6.587 mortos (164.629 casos), África 1.526 mortos (34.786 casos) e Oceânia 116 mortes (8.057 casos).

A AFP alerta que o número de casos diagnosticados reflete apenas uma fração do número real de infeções, já que um grande número de países está agora a testar apenas os casos que requerem atendimento hospitalar.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, na cidade chinesa de Wuhan.

Recomendações da DGS

Para que seja possível conter ao máximo a propagação da pandemia, a Direção-Geral da Saúde continua a reforçar os conselhos relativos à prevenção: evite o contacto próximo com pessoas que demonstrem sinais de infeção respiratória aguda, lave frequentemente as mãos (pelo menos durante 20 segundos), mantenha a distância em relação aos animais e tape o nariz e a boca quando espirrar ou tossir (de seguida lave novamente as mãos).

Em caso de apresentar sintomas coincidentes com os do vírus (febre superior a 38º, tosse persistente, dificuldade respiratória), as autoridades de saúde pedem que não se desloque às urgências, mas sim para ligar para a Linha SNS 24 (808 24 24 24) ou para a unidade de cuidados primários mais próxima.

Paula Freitas Ferreira | Diário de Notícias

Portugal | O FIM É UM RECOMEÇO


Pedro Ivo Carvalho | Jornal de Notícias | opinião

A nova normalidade que, dia sim, dia não, vemos esculpida nos discursos políticos não tem nada de novo nem tem nada de normal.

Os tempos que se seguirão ao fim do estado de emergência serão de velha anormalidade. Não nos deixemos, por isso, encantar com o perfume inebriante de um desconfinamento que não pode ser libertário nem irresponsável. Porque este fim é, na verdade, um recomeço. Desde logo de um Estado que será obrigado a correr uma maratona em pista dupla. Evitando, por um lado, o colapso de um Serviço Nacional de Saúde que poderá ser confrontado com novas vagas de contágio em virtude de um previsível aumento de infetados e internados resultado da mitigação das restrições; e que, cumulativamente, terá de recuperar o tempo perdido para os muitos portugueses que ficaram para trás, privados de consultas, exames e cirurgias.

Mas este é também um recomeço, um reatar, do nosso compromisso pessoal, do muito que se exige a cada um de nós nesta fase determinante do combate à pandemia. A lei pode tolher-nos mais ou menos os movimentos, mas a evolução favorável desta velha anormalidade está nas nossas mãos. Serve-se da fibra da cidadania. Com vírus ou sem ele, a responsabilidade coletiva alimenta-se sempre das nossas obrigações individuais.

Sejamos, pois, solidários no cumprimento escrupuloso das regras e das bizarrias de outrora que agora se tornarão rotinas. Saibamos entender, neste contexto, a necessidade urgente de cidadãos e empresas regressarem ao trabalho. E não nos transformemos em delatores informais do comportamento dos outros. O pior que nos podia acontecer era começarmos a andar de costas voltadas no exato momento em que vamos passar a cruzar-nos mais vezes na rua. O esforço inicial foi de todos. O mérito final tem de ser de todos. O fim é um princípio.

*Diretor-adjunto

Portugal da fraude | Dispara venda de máscaras com certificação falsa e sem proteção


"Não há nenhuma máscara certificada que resista a 25 lavagens, muito menos a 50 e ainda menos a 90", garante Braz Costa, diretor-geral do Citeve.

Prometem máscaras com cores, feitios e dezenas ou centenas de lavagens com certificação. No entanto, uma grande parte das empresas que vendem máscaras reutilizáveis na Internet e em algumas lojas de retalho nunca pediram testes de produtos ao Citeve, o único centro tecnológico têxtil com protocolo com o Infarmed e DGS para certificar.

Uma rápida pesquisa no Google ou Facebook permite encontrar dezenas de vendedores que asseguram estar certificados pelo centro tecnológico ou que vendem máscaras reutilizáveis várias vezes.

A "Safe Máscaras Reutilizáveis", por exemplo, promete "enorme resistência e durabilidade" em "mais de 100 lavagens". O problema é que o Citeve ainda não certificou máscaras que sejam reutilizáveis mais de cinco vezes. O JN confrontou a empresa, mas não obteve qualquer resposta.

Para Braz Costa, produtos com mais lavagens "podem não cumprir parâmetros fundamentais para que a proteção possa acontecer", uma vez que não foram testados.

Há ainda outras empresas que asseguram ter máscara "lavável até 50 vezes e certificada", como a Hospivida. No Facebook, a empresa refere que o produto é certificado "pelo Citeve". Contudo, o centro só terá certificado as propriedades antibacterianas do tecido, o que não garante a fiabilidade da máscara como um todo, pois ficam por analisar outros aspetos como a filtragem de partículas e a respirabilidade, por exemplo.

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