segunda-feira, 6 de abril de 2020

HÁ COISAS QUE A CHINA NÃO PRECISA DE FAZER

Consciência pesada impossibilita sorrisos e simpatia
David Chan | Plataforma | opinião

O surto de novo coronavírus tem atacado todo o mundo, com os EUA a tornarem-se no país com mais infetados, sendo o número de casos confirmados superior em 140 mil ao número de casos na China. Porém, o governo americano continua com os jogos, criticando a China e atirando-lhe a culpa, como se tal fosse mais importante do que a luta contra a pandemia. Um presidente e um governo eleitos pela liberdade democrática do povo americano. Embora a China, após controlar a epidemia a nível nacional, tenha já oferecido ajuda a mais de 100 países no combate contra este vírus, quando o país oferece ajuda aos EUA, é recebido com críticas, ao mesmo tempo que o lado americano comenta com outros países que a China não teve de pagar pelo seu crime. Os EUA, como economia com cada vez menos produção, querem roubar o resto do mundo com a sua moeda, obtendo hegemonia financeira, criando vários conflitos regionais e trocando guerra e desastres por riqueza e poder. É o seu modo de sobrevivência, o historial da sua indústria, o acumular de várias políticas, algo inevitável como a órbita solar e lunar e o dia e a noite.

Diabolizar a China é a função de muitos órgãos mediáticos ocidentais, é o seu instinto natural. Mesmo que a China salvasse o mundo, diriam que o país tem malícia por detrás das suas ações. A resposta no Twitter ao facto de Jack Ma ter enviado máscaras para os EUA prova isso mesmo, que o auxílio chinês será sempre julgado, porque... a China precisa de pedir desculpa. A simpatia chinesa não vale de nada. Eu bato-te, insulto-te, e ainda me ajudas? Se tivesses a consciência limpa porque o farias? Assim são os EUA!

Cabo Verde | CORONAVÍRUS: O DIA EM REVISTA


Cabo Verde

O dia (6.4) começou com uma boa notícia: os testes aos sete casos suspeitos de São Vicente deram negativos. E ao fim da tarde, soube-se que esta segunda-feira não somou mais casos suspeitos. Falta, entretanto, conhecer dois resultados da Boa Vista.

As amostram aos dois casos suspeitos da ilha das Dunas deverão chegar hoje à Praia, para realização do teste de despiste.

Quanto aos sete casos suspeitos de São Vicente, cujos testes não acusaram a presença do novo coronavírus, dizem respeito a pessoas que tiveram contacto próximo e directo (familiares e profissionais de saúde) com a paciente de Mindelo. O resultado negativo, salvaguardam as autoridades sanitárias, não implica que se descarte a vigilância “activa e rigorosa” aos contactos, bem como a investigação epidemiológica.

Tal como o resultado negativo, ao paciente da Praia, em teste feito após o tratamento, não significa que o cidadão nacional de 43 possa ser considerado "recuperado". Seguimento ao longo de vários dias e exames complementares serão ainda realizados antes de se poder afirmar esse estado.

Estas foram informações passadas pelo Director Nacional da Saúde, Artur Correia, e pela XXX do Instituto Nacional de Saúde Pública, Maria da Luz Mendonça, na conferência diária sobre a COVID-19.

Hoje foi também dia de balanço em termos do cumprimento (ou melhor, incumprimento) do estado de emergência por parte dos cidadãos. Mais de 1000 estabelecimentos comerciais fechados, 1025 pessoas identificadas, 40 detidas, 24 apresentadas ao Ministério Público. 203 viaturas apreendidas. Estes são alguns números do estado de emergência apresentados pelo Director Nacional da Polícia Nacional, Emanuel Moreno.

Anildo Morais, Chefe de Estado Maior das Forças Armadas, por seu turno destacou o trabalho que tem vindo a ser efectuado pela Guarda Costeira. De acordo com o CEMFA, foram fiscalizados 63 navios e realizadas 11 missões, num total de 153 horas de navegação em missões de transporte de amostras de casos suspeitos de infecção das diversas ilhas para a Praia.

Os dois responsáveis das Forças de Segurança apresentaram as estatísticas no âmbito da reunião, hoje de manhã, com o Primeiro-ministro. Na ocasião, Ulisses Correia e Silva pediu serenidade à população de São Vicente, após o surgimento do primeiro caso confirmado de COVID-19 na ilha. Na mensagem, replicadas nas redes sociais, o Primeiro-ministro, apela também a um maior rigor no cumprimento das regras de isolamento social e de protecção individual, e à confiança nos profissionais de saúde.

Ainda números: cerca de 500.000 máscaras de protecção, 200.000 luvas, 30.000 batas impermeáveis, 20.000 viseiras de protecção, 20.000 testes rápidos, kits de transporte de testes, entre outros materiais. Esta é a lista de compras de Cabo Verde, em equipamentos de protecção individual para a prevenção da COVID-19. O negócio já está fechado com uma empresa chinesa, e contou com a intermediação da própria embaixada da China em Cabo Verde, como explica Bruno Santos, Director do Gabinete de Assuntos Farmacêuticos.

A aquisição acontece no âmbito do financiamento do Banco Mundial, anunciado na semana passada, financiamento esse que servira também para adquirir 30 ventiladores e vários materiais para equipar o laboratório de virologia.

Bissau | Autoridades pedem desculpa por violência da polícia


Populares denunciaram agressões da polícia durante o estado de emergência - as autoridades pedem desculpa. Até agora, foram registados 33 casos de pessoas infetadas com o novo coronavírus na Guiné-Bissau.

Com 33 casos confirmados de pessoas infetadas pela Covid-19, a Guiné-Bissau passou a ser o país africano que tem o português como língua oficial com mais casos registados.

Uma das 33 pessoas infetadas foi internada no domingo (05.04) no Hospital Nacional Simão Mendes. Todos os outros infetados estão em casa com acompanhamento médico, segundo as autoridades sanitárias.

Os casos foram registados na capital, Bissau. A maioria são jovens entre os 20 e os 36 anos de idade. Uma criança de 8 anos também está infetada, de acordo com o boletim clínico desta segunda-feira (06.04). 

Tumane Baldé, responsável pela estrutura sanitária de controlo e combate à pandemia no país, afirmou que, neste momento, nenhum dos infetados precisa de ventilador.

"Os infetados apresentam um quadro de saúde leve. Poderão ser transferidos das suas residências para o centro de internamento no Simão Mendes."

Tumane admitiu que alguns "apresentam resistências para serem transferidos". Uma equipa de técnicos será enviada às residências das pessoas para as sensibilizar sobre a necessidade de serem levadas para o hospital.

Mas um "doente que precisar do ventilador poderá morrer por falta de condições", alerta o médico, que não soube precisar o número de ventiladores que o sistema de saúde tem. 

Calcula-se que a Guiné-Bissau não tenha mais de 15 ventiladores em todos os hospitais públicos.

Oposição na Guiné Equatorial diz que pandemia é "ameaça existencial"


Confirmados 15 casos positivos de infeção pelo novo coronavírus

As organizações não governamentais críticas do governo da Guiné Equatorial consideraram hoje que a pandemia da Covid-19 é "uma ameaça existencial para todos" e que o Executivo deve aumentar o apoio aos cidadãos mais vulneráveis.

"A gravidade do momento pede que o Governo da Guiné Equatorial seja comedido e completamente transparente, e que as autoridades tomem todos os passos para garantir que todos os equato-guineenses, os pobres, vulneráveis, prisioneiros e desempregados tenham acesso a alimentação e cuidados médicos gratuitos", lê-se num comunicado assinado pela Comissão de Juristas Equato-guineenses e pelo Centro de Iniciativas de Estudos e Desenvolvimento, cujo título é 'Covid-19, uma ameaça existencial para todos nós'.

"É crítico que a garantia da obrigação de cumprimento dos direitos económicos e sociais aconteça simultaneamente com a obrigação de respeitar as liberdades políticas e civis que incluem os detidos ainda não processados", alerta-se no comunicado.

Os hospitais públicos e privados e as clínicas devem ser equipados adequadamente, e os cidadãos têm de ter acesso a água limpa para lavarem as mãos, pede-se no comunicado, muito crítico da política orçamental do Governo liderado pelo Presidente Teodoro Obiang.

Covid-19: África regista 414 mortes e mais de 9 mil infeções


O número de mortes provocada pelo coronavírus em África subiu para 414 e foram confirmados 9.198 infetados, segundo levantamento realizado em 51 países do continente. Há mais de 1,2 milhão de infetados no mundo.

O Centro de Controlo e Prevenção de Doenças da União Africana (CDC Africa) regista 414 mortes e 9.198 infeções causadas pelo coronavírus em África. O CDC Africa também divulgou que 813 pessoas recuperaram da Covid-19 no continente.

Os dados divulgados ainda revelam um mapa da origem da transmissão do vírus dentro do continente. Dos Estados que reportaram a doença, 39 identificaram que a transmissão foi local, e 12 foram infeções "importadas”.

Segundo o CDC Africa, a expectativa para o mês de abril é que alguns países ultrapassem a marca dos 10 mil infetados pelo vírus.

A maior concentração de casos está no norte de África - na Argélia, Egito e Marrocos. No total são 3.959 infeções e 290 mortes confirmadas na região, com a recuperação de 408 pacientes.

Números nos PALOP

Nos Países Africanos de Língua Portuguesa (PALOP) não houve novas infeções em Moçambique, permanecendo os 10 casos confirmados e sem o registo de mortes por Covid-19. Um paciente foi dado como recuperado.

Em Angola, segundo o último balanço, subiu para 14 o número de casos confirmados - permanecendo o registo de dois mortos, com mais de 2 mil pessoas em quarentena.

Apesar das medidas restritivas impostas pelo estado de emergência em Cabo Verde, foi registado um novo caso da doença, subindo para sete o número de infeções confirmadas e um óbito.

Na Guiné-Bissau, apesar do estado de emergência, o número de casos chegou a 18 nas últimas horas. São Tomé e Príncipe confirmou quatro infeções nesta segunda-feira, deixando de ser o único país dos PALOP que ainda não tinha nenhum caso confirmado.

Mais de 1,2 milhão de infetados

O último balanço divulgado sobre o coronavírus mostra um avanço da doença em alguns países. São mais de 1,2 milhão de infeções e mais de 70 mil mortes. Segundo a Organização Mundial de Saúde, 269.451 pacientes recuperaram e 5% dos casos são graves.

Os Estados Unidos é um dos países que mais sofre com o avanço da doença. Nas últimas 24 horas, foram registadas mais de 1,2 mil mortes e mais de 337 infeções. A Covid-19 já matou mais de 9 mil pessoas em território norte-americano.

Nas últimas 24 horas, a Espanha registou o menor número de mortes em um dia, 637. Ao todo, o país confirmou a infeção de mais de 135 mil pessoas com a morte de mais de 13 mil.

Segundo a agência Lusa, a Comissão Nacional de Saúde da China confirmou o registo de novos 39 casos do novo coronavírus no país, sendo a primeira vez que os números totais da infeção reduziram para menos de 1,3 mil infetados.

Marina Oliveto, com agências | em Deutsche Welle

"Crise do coronavírus é o maior teste da história da UE", diz Merkel


Chanceler federal alemã afirma que pandemia representa desafio para todos os países do bloco e defende programa europeu de revitalização da economia. Merkel diz que Alemanha está pronta para fazer sua parte.

A chanceler federal da Alemanha, Angela Merkel, afirmou nesta segunda-feira (06/04) que a crise provocada pelo novo coronavírus é o "maior teste" enfrentado pela União Europeia (EU) desde a criação do bloco. A líder alemã comparou ainda a pandemia a uma catástrofe natural.

Segundo Merkel, todos os países europeus enfrentam desafios para a saúde de seus cidadãos, mas o maior teste será "mostrar que nós estamos prontos para defender nossa Europa e fortalecê-la", por meio de assistência financeira aos Estados-membros, proporcionada através de linhas de crédito já existentes ou de um fundo que foi sugerido pela Comissão Europeia, por exemplo.

A chanceler federal destacou que a UE necessitará de um programa de revitalização da economia. "A Alemanha está pronta para contribuir neste aspecto", ressaltou, porém, sem se referir a uma proposta defendida por Itália, França e Espanha.

Número de mortos voltou a subir em Itália. Total de mortes supera 16 mil


O país continua a verificar uma descida no número de novos casos

A proteção civil italiana divulgou na tarde desta segunda-feira os dados mais recentes do boletim epidemiológico, que dão conta de uma subida no número de mortes comparado com o registado ontem. No entanto, os novos casos de infeção continuam a tendência de redução, refere o La Stampa. 

Nas últimas 24 horas foram detetados 3.599 novos casos em Itália, menos 717 do que se tinha verificado este domingo. Morreram mais 636 pessoas, uma subida face ao número de mortes diárias revelado ontem. 

No total, Itália contabiliza agora 132.547 pessoas diagnosticadas com a Covid-19 e 16.523 mortos. Mais de 22 mil pessoas recuperaram da doença e tiveram alta hospitalar.  

Os dados da proteção civil italiana mostram ainda que houve uma descida ligeira no número de pacientes que estão nos cuidados intensivos, encontrando-se nesta altura um total de 3.898 pessoas a receber tratamentos intensivos. 

A Lombardia, a região que tem sido mais afetada pelo surto do novo coronavírus em Itália, registou um aumento de mais de mil novos casos no espaço de 24 horas e soma mais de 51 mil casos. 

Fábio Nunes | Notícias ao Minuto | Imagem: © REUTERS / Guglielmo Mangiapane

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Covid-19: Mais 439 mortes no Reino Unido. É o menor aumento em Abril


País conta, neste momento, com 51.608 casos positivos de infeção pelo novo coronavírus e 5.373 mortes.

O departamento de Saúde e Assistência Social do Reino Unido (DHSC) anunciou a ocorrência de 439 mortes nas últimas 24 horas causadas pelo novo coronavírus, o que representa o menor aumento diário de óbitos no país desde o início do mês de abril.

Esta foi, ainda, a terceira 'queda' consecutiva neste número, após as 708 vítimas mortais anunciadas no sábado e as 621 anunciadas no domingo. O total de mortes causadas pela pandemia de Covid-19 cifra-se, agora, em 5.373.

O maior número de óbitos do último dia teve lugar em Inglaterra (403, para um total de 4.897), seguido de País de Gales (27, para um total de 193), Irlanda do Norte (sete, para um total de 70) e, finalmente, Escócia (dois, para um total de 222).

Quanto ao número total de infetados, subiu dos 47.806 para os 51.608, o que representa um aumento diário de 3.802. Registo este que significa um decrésimo comparativamente aos 5.903 registados entre sábado e domingo.

Notícias ao Minuto | Imagem: © Reuters

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MAIS DE 1200 MORTES EM 24 HORAS NOS EUA

Não entre em pânico, não é o coronavírus, é apenas o inofensivo covid-19!
Cirurgião geral compara crise de coronavírus no país a ataque a Pearl Harbor

Cirurgião geral dos Estados Unidos compara crise do coronavírus no país ao ataque militar de que base norte-americana no Havai foi alvo por parte das forças japonesas durante a Segunda Guerra Mundial

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, avisou que o número de mortos vão subir nos próximos dias, numa altura em que há mais de 330 mil casos confirmados e 9.600 óbitos no país.

"Esta, provavelmente, será a semana mais difícil. Haverá muitos mortos", alertou o líder norte-americano, prevendo a entrada dos EUA num "período que será horroroso".

O estado de Nova Iorque, epicentro do covid-19 no país, registou 594 mortes nas últimas 24 horas, elevando o total para 4.150. O governador Andrew Cuomo disse que o "pico" está próximo.

Espanha regista mais 637 mortes. Número mais baixo desde 24 de março


Espanha eleva para 3.055 e 135.032 o total de mortes e casos confirmados, respetivamente

Espanha registou esta segunda-feira mais 637 mortes e 4.273 casos confirmados devido ao covid-19, anunciou o Ministério da Saúde daquele país. Trata-se do número mais baixo desde 24 de março.

No total, registam-se 13.055 mortes e 135.032 casos confirmados em solo espanhol.
Entre os infetados, 6.931 passaram pelas unidades de cuidados intensivos e 40.437 recuperaram da doença.

Espanha é o segundo país com mais casos confirmados, sendo apenas superado pelos Estados Unidos (336.851), e também o segundo com mais mortes, sendo apenas superado por Itália (15.887).

Nesta segunda-feira, o El País noticiou que o governo espanhol vai levar a cabo testes em trabalhadores de todos os setores essenciais, como funcionários de lares, polícias, motoristas e funcionários de restaurantes e supermercados, para procurar infetados assintomáticos que fazem parte de circuitos de transmissões silenciosas do coronavírus.

O ministério da saúde vai distribuir um milhão de testes entre as comunidades autónomas para tentar interromper esses circuitos para que, quando chegar a hora de diminuir as medidas de transmissão social, não haja surtos.

Em marcha também está um plano para que diminuir as medidas de confinamento. O governo espanhol encomendou cinco milhões de testes que detetam a presença de anticorpos gerados após a infeção ter passado. Embora não haja certeza científica até que ponto as pessoas ficam imunizadas ou por quanto tempo o ficam, os especialista assumem que a imunidade pode pelo menos durar alguns meses. Antoni Trilla, epidemiologista e consultor do governo espanhol durante esta crise, disse ao El País que a ideia é fazer passaportes de saúde para que os que superaram o covid-19 possam levar uma vida normal.

Nessa estratégia serão utilizados hospitais de campanha, para que que quem recebe alta hospitalar e não quer voltar a casa com receio de infetar a famíliA, porque pode ainda estar a eliminar o vírus possa continuar em isolamento.

Mais 16 mortes e 452 infetados com covid-19 em Portugal. Casos sobem 4%


É a menor taxa de crescimento de novos casos desde o início. O país tem agora 11730 pessoas infetadas como o novo coronavírus e 311 mortes no total, segundo o boletim da DGS desta segunda-feira. Recuperados quase duplicaram.

De sábado para domingo, morreram mais 16 pessoas em Portugal vitimas da covid-19 e foi confirmado que outras 452 eram portadoras do vírus, de acordo com o boletim epidemiológico da Direção-Geral da Saúde (DGS), desta segunda-feira (6 de abril). Significa isto que, nas últimas 24 horas, o número de novos infetados aumentou 4% e o de mortes 5,4%, elevando o total de doentes para 11730 e os óbitos para 311. Há 140 recuperados, quando ontem eram 75.

A curva epidemiológica em Portugal desacelerou nos últimos dias, de acordo com os dados oficiais. A taxa de crescimento de novos casos tem-se revelado mais baixa, tendo no sábado (dia 5) atingido os 6,5%. No domingo, voltou a subir para 7,2%, para hoje apresentar o menor valor desde que as medidas de contenção começaram a ser aplicadas: 4%. O que não será motivo suficiente para baixar a guarda, dizem especialistas e as autoridade de saúde, que insistem na necessidade de continuar a cumprir as orientações já conhecidas: ficar em casa, manter o distanciamento social, ter cuidados de higiene redobrados.

Terão ainda de ser considerados o número de teste de despiste da doença que estão a ser feitos para garantir que esta redução não se deve à falta de notificação. Em conferência de imprensa, este fim de semana, a ministra da Saúde, Marta Temido, assumiu que há pessoas que aguardam para fazer as análises biológicas e que o país continua a reforçar a sua capacidade de testagem. Em breve serão distribuídas 80 mil zaragatoas (que servem para retirar amostras biológicas pelas narinas) e 260 mil testes.

Neste momento, aguardam resultado laboratoriais 4500 pessoas e mais de 23 mil estão a ser acompanhadas pelas autoridades de saúde para vigiar possíveis sintomas.

Encontram-se internados 1099 doentes, destes 270 estão nos cuidados intensivos. Ainda segundo o boletim da DGS, maioria dos infetados (60%) apresenta tosse, 40% têm febre, 32% dores musculares, 28% cefaleia, 24% fraqueza generalizada e 17% têm dificuldades respiratórias.

Norte com mais do dobro de casos de Lisboa

A região do norte continua a ser a mais afetada pelo novo coronavírus e, esta segunda-feira, tem mais do dobro dos infetados e de mortes do que a segundo a região do país mais preocupante - Lisboa e Vale do Tejo.

O norte tem 6706 casos confirmados e 168 mortes. Nesta contagem seguem-se Lisboa e Vale do Tejo (3070 infetados, 60 mortes), o centro (1521, 76), o Algarve (229, 7), o Alentejo (com 84 casos e ainda sem vitimas mortais, uma vez que a registada na última sexta-feira foi entretanto corrigida), Açores (68) e a Madeira (52).

Rita Rato Nunes | Diário de Notícias

Portugal | Ministro: "inaceitável e uma vergonha", morte de ucraniano no SEF

Igor morre no SEF, três inspetores detidos no domicilio
Caso de ucraniano morto é "inaceitável e uma vergonha", diz Cabrita. Vai haver mudanças profundas no SEF do aeroporto

As mudanças profundas do SEF no aeroporto de Lisboa foram anunciadas pelo ministro da Administração Interna, na sequência do caso da morte de um cidadão ucraniano. Eduardo Cabrita disse que "este é um caso inaceitável" e "uma vergonha" para o país.

ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, disse esta segunda-feira que vai haver "mudanças profundas no modelo de funcionamento do Centro de Instalação Temporária do SEF no aeroporto de Lisboa, na sequência do caso da morte de um cidadão ucraniano.

Sem concretizar, o ministro adiantou que haverá mudanças no plano da organização do modelo de funcionamento Centro de Instalação Temporária do Serviço Estrangeiros e Fronteiras (SEF) no aeroporto de Lisboa, onde o cidadão ucraniano morreu alegadamente após a agressão por inspetores do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF).

"As decisões administrativas foram tomadas de imediato e haverá mudanças profundas daquilo que é o funcionamento dessa estrutura para pessoas que são impedidas de entrar no país", disse.

"Este é um caso inaceitável e é uma vergonha para um país que é um exemplo de como bem tratar migrantes, bem acolher", disse Eduardo Cabrita em entrevista à Rádio Renascença.

Australianos dizem que um medicamento antiparasitário mata novo vírus em 48 horas


Chama-se Ivermectina e investigadores australianos garantem que uma única dose deste medicamento que serve para tratar piolhos e outros parasitas conseguiu eliminar o novo coronavírus em testes de laboratório. ("in vitro"). É produzido pela farmacêutica portuguesa Hovione, que pede cautela e espera por ensaios clínicos

Investigadores australianos garantem ter descoberto que um medicamento chamado ivermectina, que está disponível em todo o mundo e é produzido por uma farmacêutica portuguesa, consegue com uma dose única eliminar o covid-19 em dois dias.

Num estudo liderado pelo Biomedicine Discovery Institute (BDI) da Monash University em Melbourne (Austrália), em conjunto coma Peter Doherty Institute of Infection and Immunity (Doherty Institute), foi provado que em culturas de células o medicamento antiparasitário (utilizado por exemplo no combate aos piolhos] mata o vírus que está a causar uma pandemia mundial.

"Descobrimos que mesmo uma dose única poderia eliminar todo o RNA viral dentro de 48 horas e, além disso, às 24 horas há uma redução realmente significativa", disseram os investigadores, cujo trabalho foi publicado na revista Antiviral. Este medicamento, aprovado por várias agências de medicamentos, incluindo a americana, também demonstrou ser eficaz "in vitro", segundo os investigadores, contra uma ampla gama de vírus, incluindo HIV, dengue, influenza e zika. No entanto, os testes ainda não foram realizados em pessoas.

"A ivermectina é amplamente usada e é considerada uma droga segura. Precisamos determinar agora se a dose que pode ser usada em humanos será eficaz, esse é o próximo passo. Agora, quando temos uma pandemia global e não há tratamento aprovado, se tivéssemos um composto que já estava disponível em todo o mundo, isso poderia ajudar as pessoas mais cedo. Realisticamente, levará um tempo até que uma vacina amplamente disponível seja aplicada", afirmam os investigadores.

O PORTUGAL QUE IHOR NOS DESCOBRIU


Fernanda Câncio | Diário de Notícias | opinião

As circunstâncias da morte do cidadão ucraniano no aeroporto de Lisboa expõem procedimentos inaceitáveis e uma infame cadeia de cumplicidade e encobrimento. Não fosse um médico legista e uma denúncia anónima e o caso teria morrido com a vítima. Não chega Costa dizer-se chocado: há muito para explicar.

António Costa disse esta sexta-feira estar chocado com a suspeita de que três inspetores do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras são responsáveis pela morte do cidadão ucraniano Ihor Homeniuk. Frisou no entanto ser necessário ressalvar a presunção de inocência. Tem razão: os três inspetores, detidos a 30 de março e colocados em prisão preventiva domiciliária, têm direito a essa presunção: até que um tribunal decida sobre o caso, são inocentes.

Esse facto, porém, não pode servir de desculpa para que as responsabilidade do SEF e do Estado não sejam assumidas. Recorde-se que em 1996, por exemplo, perante o homicídio e decapitação de um homem no posto da GNR de Sacavém o governo decidiu atribuir à família do morto uma indemnização antes de qualquer julgamento. Não será necessariamente o caso aqui. Mas o que já se conhece das circunstâncias da morte de Ihor (diz-se Igor) - desde logo, a forma como esta foi comunicada ao MP e à Embaixada da Ucrânia, atribuindo-a a causas naturais; vários procedimentos que a antecederam e sucederam e, naturalmente, o relatório preliminar da autópsia, que indica sinais de violência - exige explicações e alterações urgentes.

É bom pois que António Costa compreenda que mesmo no meio de uma pandemia não chega dizer que é preciso esperar pelos resultados do inquérito da Inspeção Geral da Administração Interna e do processo criminal - que sabemos nunca levarem menos de um ano.

E que não vale a pena invocar o segredo de justiça, nem o "à justiça o que é da justiça"; não é sobre a existência ou não de crime que se esperam esclarecimentos do governo. Como é óbvio, ninguém espera que aponte quem matou, se alguém matou, Ihor. Ninguém espera que nos diga se poderia ter sido salvo nas 10 horas que mediaram entre as agressões alegadamente perpetradas pelos três inspetores - que teriam ocorrido entre as 8.15 e as 8.35 da manhã de 12 de março -, e a constatação do óbito, às 18.40, se alguém se tivesse apiedado dele. Ou que nos elucide sobre o porquê de o cadáver ter estado em poder do SEF durante mais de três horas sem que o Ministério Público fosse notificado na morte - a lei prescreve que deve sê-lo logo - e o que aconteceu durante esse tempo; quem foi entretanto informado do que se passara; se os três inspetores indiciados estiveram nesse período presentes ou foram por alguém avisados.

Ou, ainda, como raio no formulário de entrada do corpo do Instituto de Medicina Legal, preenchido aquando da sua entrega por um inspetor do SEF, consta que aquele provinha "da via pública".

A Cruz que afinal não veio para Lisboa -- Expresso Curto


Bom dia, este é o seu Expresso Curto

Pedro Lima | Expresso

Bom dia,

Eis-nos chegados à Semana Santa, celebração maior do mundo cristão e que este ano, à semelhança de tudo o resto no nosso dia-a-dia, vai decorrer de forma anormal, confinada, por causa da pandemia de covid-19. Este ano, o Domingo de Ramos, que assinala a entrada triunfal de Jesus Cristo em Jerusalém, ficou marcado por mais uma imagem histórica, a da Basílica de São Pedro vazia enquanto o Papa celebrava a missa. Já antes, a 27 de março, correram mundo as imagens de Francisco a rezar sozinho na Praça de São Pedro.

A Páscoa, além de representar um momento de retiro espiritual para muita gente, também era um período de férias para grande parte dos portugueses. Comecemos por isso, por lhe desejar uma boa Páscoa, a melhor possível, atendendo aos constrangimentos que todos vivemos.

Na homilia deste domingo, o Papa apelou à solidariedade para os que sofrem e estão sozinhos e exortou a Humanidade a centrar-se no que é essencial. Porque, como referiu, “o drama que estamos a atravessar impele-nos a levar a sério o que é sério, a não nos perdermos em coisas de pouco valor; a redescobrir que a vida não serve, se não é para servir. Porque a vida mede-se pelo amor”.

Francisco anunciou também que a Cruz das Jornadas Mundiais da Juventude, que esteve dois anos no Panamá – país onde se realizaram as últimas jornadas – só será entregue a Lisboa no dia 22 de novembro. Esta Cruz simbólica, que foi entregue a jovens católicos pelo Papa João Paulo II, em 1984, e tem percorrido todos os continentes, saiu do Panamá a 23 de junho, com destino ao Vaticano, e deveria ter sido entregue este domingo a uma delegação portuguesa, para assinalar o facto de as próximas Jornadas Mundiais da Juventude se realizarem em Lisboa, em 2022.

Tal como muitos outros eventos, também este ato simbólico foi adiado. Tal como as nossas vidas, que continuam adiadas, à espera de melhores dias, à espera que tudo corra o melhor possível, que acabem as mortes, os medos – e que esta gigantesca crise económica que já estamos a viver seja devidamente atacada e os seus danos minimizados.

Posto isto, passemos então às notícias - relacionadas com a pandemia e não só - que têm estado a marcar Portugal e o mundo.

34 dias após ter sido conhecido o primeiro infetado em Portugal, os números mais atuais divulgados este domingo apontam para 11.278 casos confirmados, mais 754, ou 7,14%, do que no dia anterior, com 295 vítimas mortais. São números que vão no sentido de um abrandamento nas mortes e infeções no país e que parecem mostrar que as medidas tomadas na sequência da declaração de Estado de Emergência estão a funcionar – mas é precisamente por isso que é importante não baixar a guarda.

A nível mundial, o número de vítimas no mundo já chegava ontem a 65.600, com 1.184.481 infetados.

A ministra da Saúde deu uma entrevista à RTP onde admite que o uso de máscaras pode vir a ser recomendado. O Conselho de Escolas Médicas anunciou entretanto que defende o uso generalizado de máscaras.

Marta Temido admitiu que os grupos privados de saúde poderão ser chamados a aliviar o sistema público – já antes tinha dito que a pressão está a aumentar sobre o Serviço Nacional de Saúde.

A ministra garantiu também que Portugal duplicou a capacidade ventilatória dos hospitais e está previsto para breve a chegada ao país de mais 508 ventiladores. Mas admitiu também que a concorrência entre países por estes equipamentos não está a ser fácil – os Estados Unidos, por exemplo, têm estado a ser acusados de ‘desviar’ encomendas que eram para outros países. A propósito disso, pode ler aqui quem é Ming Hsu, a milionária chinesa que doou 4,6 milhões de euros em equipamento médico a Portugal.

Hoje o presidente da República vai reunir por videoconferência com os presidentes da CGD, BCP, Santander Portugal, Novo Banco e BPI. O objetivo é ver de que forma os bancos já estão e poderão ainda estar mais a apoiar as empresas e as famílias.
São várias as vozes que têm apelado para que banca retribua agora o apoio que recebeu do Estado aquando da anterior crise iniciada em 2007.

Os números mais atualizados, divulgados este sábado pelo governo, apontam para quase 32 mil empresas a recorrer ao lay-off, o que impacta cerca de 552 mil pessoas. E em quatro dias houve 102.708 recibos verdes a pedir ajuda à Segurança Social, perante a paragem total das suas atividades, segundo o Ministério do Trabalho.

A rainha britânica Isabel II dirigiu-se aos seus súbditos para incentivar o Reino Unido a lutar contra a pandemia apelando às virtudes do seu povo e aproveitando também para elogiar o pessoal de saúde.

Entretanto Boris Johnson deu ontem entrada no hospital por ter uma febre alta persistente. E na Escócia a diretora-geral de saúde demitiu-se após ter sido apanhada a furar o confinamento.

Em Espanha começam a ver-se alguns sinais de esperança, pois registaram-se os números mais baixos dos últimos nove dias. E em Itália, o número de mortos foi o mais baixo em três semanas. O grande foco de preocupação é os EUA, que têm o maior número de infetados. Pode encontrar todas as notícias relevantes no plano internacional, sobre a pandemia, aqui.

Ming Hsu doou 4,6 milhões de euros em equipamento médico a Portugal


Quem é Ming Hsu, a milionária chinesa que doou 4,6 milhões de euros em equipamento médico a Portugal?

Não só doou recentemente milhões em equipamento médico a Portugal, incluindo 80 ventiladores, como há duas semanas ofereceu material ao Hospital de Santa Maria. Mas esta não é a primeira vez que a sua “paixão filantrópica” se revela em Portugal. A Nova SBE é um dos projetos com o seu nome, que também consta da base de dados dos Paradise Papers, que o Expresso com o Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação revelou

Nasceu em Taiwan, tem grande parte das suas empresas sediadas em Hong Kong mas também investiu em imobiliário em Portugal. É casada com um norte-americano e tentou comprar campos de golfe que pertenciam ao Grupo Espírito Santo. A recente doação de 4,6 milhões de euros em equipamento médico, incluindo 80 ventiladores, pela promotora imobiliária de luxo Reformosa, foi notícia no sábado. A promotora é da empresária e filantropa chinesa Ming Chu Hsu, mas afinal quem é ela?

O site “Macau Business” procurou, em tempos, responder a essa questão, e um dos aspectos para o qual chamou logo a atenção foi o facto de Ming Hsu ter doado uma quantia descrita como bastante generosa para a Nova School of Business & Economics (Nova SBE). Foram dois milhões de euros, lê-se no próprio site da universidade: “Temos orgulho em anunciar que a empresária e filantropa Ming Chu Hsu doou dois milhões de euros para apoiar este ambicioso projeto”. Segundo a faculdade, Ming Chu Hsu “é uma empresária no setor imobiliário e dos bens de luxo que financiou muitas empresas” e que tem “uma clara paixão filantrópica”.

A publicação da faculdade inclui, aliás, um testemunho da própria empresária, em que esta assume “que está continuamente à procura de projetos com impacto” e que o da construção do novo campus da Nova SBE em Carcavelos (que inaugurou em 2018) inclui-se nessa categoria. Esse novo campus, acrescenta ainda a empresária, “é um passo em direção ao futuro que irá permitir uma nova abordagem num estabelecimento de ensino superior que está cada vez mais comprometido com a sociedade e o mundo corporativo”.

A informação disponível sobre Ming Chu Hsu é escassa, tudo o que existe são pistas, mas pistas que não devem ser descartadas. De acordo com o “Macau Business”, o nome da empresária chinesa consta da base de dados de empresas ‘offshore’ do Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação no que diz respeito à fuga de informações que ficou conhecida como “Paradise Papers” (e que pode ser consultada no link em baixo) e que o Expresso, em seu devido tempo, revelou.

Segundo o “Macau Business”, a empresária chinesa criou a empresa, a Meformosa, através de outra ‘offshore’, a Leslela Internacional, localizada nas Ilhas Virgens Britânicas.

E se o nome Reformosa - a promotora imobiliário que fez agora a doação para a compra de equipamento médico, no contexto da pandemia de covid-19 - pode soar pouco familiar, a verdade é que já investiu milhões no setor imobiliário em Portugal. Exemplo disso é o empreendimento de luxo Bloom Marinha, em Cascais, em que a empresa investiu 100 milhões de euros, segundo o Expresso. Há também registo de muitos outros investimentos em projetos no mesmo setor na capital portuguesa, Lisboa, através de diferentes empresas. O Expresso sabe que Ming Hsu tentou também adquirir alguns dos campos de golfe que pertenciam ao Grupo Espírito Santo, mas a aquisição foi impedida por ordem judicial.

No site da Reformosa, a empresa promete redefinir o conceito de luxo imobiliário, adiantando que possui investimentos em locais como o centro de Lisboa, Cascais e Setúbal. Com sede na Rua Miguel Lupi, faz publicidade a edifícios nos Restauradores, Avenida da Liberdade e Avenida D. Carlos. O antigo Hotel Cidadela, também em Cascais, está atualmente em obras para se tornar num condomínio de luxo intitulado Legacy.

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