M. Azancot de Menezes* | opinião
A sociedade timorense obedecia a um tipo de organização baseada em tribos, ou melhor dizendo, em “Knuas”, regendo-se por tradições, usos e costumes. Após 22 anos da data do referendo, em 30 de Agosto de 1999, com a importação de modelos económicos e políticos, nomeadamente do ocidente, importa analisar em que medida está a acontecer a preservação da identidade cultural e o progresso socioeconómico em Timor-Leste.
A organização política e social de Timor-Leste remonta à época em que ocorreram as migrações no Pacífico. Segundo Luís Filipe Thomaz, a primeira vaga terá tido lugar há sete mil anos a.C. e a última na segunda metade do último milénio a.C., ora, independentemente de tudo se ter passado ou não neste horizonte temporal, há consenso generalizado no que diz respeito à existência de uma organização social e política ancestral em todo o território nacional.
Na opinião de Avelino Coelho da
Silva, político timorense conhecido pelas suas posições intransigentes na
defesa da preservação da identidade cultural do povo e do direito
consuetudinário, problemática que abordou na sua tese de doutoramento
"Cada Knua tinha a sua norma de convivência social e habitava uma certa área. Na Knua vigorava o conceito de propriedade colectiva e todos os membros da Knua tinham espaço para viver, trabalhar-produzir e passar o lazer.
(Avelino Coelho)