segunda-feira, 30 de setembro de 2019

Brasil | Por dinheiro, Bolsonaro leiloa nossos dados



Dataprev e Serpro, estratégicas no armazenamento de informações sobre os brasileiros, estão na mira das privatizações. Pressão por lucro enfraquecerá mecanismos de controle e facilitará mercantilização da nossa privacidade

Fabiana Oliveira, no Lavits | Outras Palavras

Em agosto, o governo federal – sob o comando de Jair Bolsonaro (PSL) – anunciou um vasto pacote de privatizações de empresas públicas, dentre as quais estão a Empresa de Tecnologia e Informações da Previdência Social (Dataprev) e o Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro). As duas são lucrativas – em 2018, a Dataprev faturou cerca de R$ 1,26 bilhão e o Serpro R$ 3,2 bilhões – e acima de tudo estratégicas para o Brasil, já que concentram dados de toda a população, sobre consumo, renda, saúde, nascimento e óbito, por exemplo. Em um contexto em que a máxima que diz que “dados são o novo petróleo” se torna cada vez mais popular, o que o país ganha ao entregar essas informações nas mãos da iniciativa privada?

Conversamos sobre o assunto com alguns especialistas contrários à iniciativa. Eles apontam prejuízos que as privatizações tratariam para a nação e para os indivíduos. Para Deivi Kuhn, analista de sistemas do Serpro e ex-secretário-executivo do Comitê Técnico de Implementação do Software Livre (CISL), uma questão importante a ser discutida diz respeito à alteração do objetivo central destas empresas. Se são públicas, elas devem responder, por definição, aos interesses coletivos da população e há instrumentos de controle e transparência para que isso seja garantido. Se são privadas, ao contrário, a principal motivação se torna a obtenção de lucro e processos importantes podem ser realizados em segredo. Com mecanismos de controle mais frágeis e maior pressão financeira, o risco de monetização dos dados cresce.

Brasil | Compre um juiz por 750 Reai$ (165.66 €)


Publicamos hoje mais uma história exclusiva sobre a corrupção no judiciário brasileiro

Depois de uma longa investigação encontramos 21 casos em que juízes e desembargadores foram investigados pelo CNJ, o Conselho Nacional de Justiça, por venda de sentenças. Os valores de uma decisão judicial no Brasil podem variar de R$ 750 a R$ 400 mil. E qual a punição para esse crime? Aposentadoria com salário. 

Uma das histórias que contamos aconteceu em São Francisco do Conde, na região metropolitana de Salvador. Um desembargador cobrou  R$ 400 mil para livrar um político de uma acusação de corrupção. Já em Xinguara, no Pará, um habeas corpus para um acusado de assassinato sai por R$ 70 mil. O mercado de sentenças tem produtos que cabem em todos os bolsos. No interior do Rio Grande do Norte descobrimos que uma liminar custa a partir de R$ 750.  

Um magistrado que cobra menos que um salário mínimo por uma liminar recebe como punição do CNJ sua aposentadoria compulsória e ela é bem gorda. Em média, magistrados condenados pelo Conselho por venda de sentenças recebem R$ 32 mil por mês de aposentadoria. 

Dos 21 magistrados investigados por venda de sentença que descobrimos, 11 foram obrigados a se aposentar. Isso mesmo, juízes e desembargadores continuam sustentados com nosso dinheiro pelo resto da vida. 

Por que é assim? Ora, são os magistrados que fazem as regras e que definem suas próprias punições. Como isso acontece, você lê aqui com exclusividade.

Agora imagine um cenário em que o Intercept Brasil não existe. Quem vai denunciar o judiciário e dar nome aos bois? Quantas práticas ilegais e injustas permaneceriam ocultas sem o trabalho dos nossos repórteres? Pois é, só podemos fazer investigações como essa porque não temos rabo preso com ninguém. 

Nayara Felizardo - Correspondente para o Norte e Nordeste | The Intercept_Brasil

Brasil | Procuradores admitem derrotas e já aceitam novo julgamento para Lula


Com a sucessão de derrotas do Ministério Público Federal (MPF), procuradores já passam a defender um novo julgamento para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no caso do triplex do Guarujá. Condenado sem provas e em meio a uma relação criminosa entre o ex-juiz Sergio Moro e a operação Lava Jato, Lula está preso em Curitiba (PR) desde 7 de abril do ano passado.

A coluna de Mônica Bergamo, na Folha de S.Paulo, ouviu um dos integrantes do MPF que participou diretamente da força-tarefa na equipe do ex-procurador Rodrigo Janot. Conforme informa a seção nesta segunda-feira (30), esse membro do MPF acredita que apenas outro julgamento pode “afastar as inúmeras suspeitas que passaram a pesar” sobre os procuradores da Lava Jato e Sergio Moro – que hoje é ministro do governo Jair Bolsonaro (PSL).

Ainda segundo a Folha, o julgamento de Lula no processo do sítio de Atibaia não deve ocorrer antes do final de outubro. Integrantes do TRF-4 dizem que a discussão sobre o recurso do petista só será marcada depois que Supremo Tribunal Federal (STF) terminar de analisar tese que pode anular sentenças da Lava Jato – inclusive a que trata desse caso na primeira instância.

Com informações da Folha de S.Paulo | em Vermelho

Ministro brasileiro Ricardo Salles é alvo de protesto em Berlim


Na Alemanha, ministro do Meio Ambiente tenta reverter derretimento da imagem do Brasil no exterior. "Sem acordo com criminosos do clima", pedem ativistas do Greenpeace em ato contra reunião de Salles com indústria alemã.

O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, foi alvo de protesto em Berlim nesta segunda-feira (30/09). Dezenas de ativistas do braço alemão do Greenpeace organizaram uma manifestação em frente à sede da Confederação Alemã das Câmaras de Indústria e Comércio (DIHK), no centro da capital alemã, contra a visita do brasileiro.

Cerca de 50 manifestantes segurando bandeiras do Brasil e da Alemanha montaram um cordão de isolamento em frente ao prédio a fim de impedir a entrada de Salles.

Eles também estenderam uma faixa na fachada com a frase "Sem acordos com criminosos do clima", em referência ao acordo entre o Mercosul e a União Europeia (UE), e exibiram o tronco de uma árvore em chamas. Na tora, estava escrito: "Não destruam a Amazónia." Os ativistas ainda ancoraram um barco no rio Spree, que passa ao lado da sede da confederação.

"A mudança climática é um problema global. A agenda do governo Bolsonaro em relação ao clima tem sido a favor do lobby do agronegócio, mas a destruição da Amazónia é algo que coloca todos no planeta em perigo", disse o representante do Greenpeace Jannes Stoppel.

Neonazis acusados de planear atentados vão a julgamento na Alemanha


Oito homens são suspeitos de formar uma célula terrorista e planear ataques contra militantes de esquerda e adeptos de Merkel. Agressões a estrangeiros em Chemnitz era "ensaio geral para revolução" em Berlim.

Começou nesta segunda-feira (30/09) em Dresden o processo contra um suposto grupo neonazis acusado de planear ataques na Alemanha. Oito homens entre 21 e 32 anos de idade são suspeitos de criar e participar de uma célula terrorista que planeava ações para provocar uma "mudança de sistema", a serem perpetradas em Berlim em 3 de outubro 2018, nos eventos de comemoração do Dia da Unidade Alemã. O julgamento, em que deverão ser ouvidas cerca de 75 testemunhas, deve durar pelo menos até abril de 2020.

Segundo os promotores, o grupo, autointitulado "Revolução Chemnitz", tinha como meta "exterminar" estrangeiros e rivais políticos. Em conversas na internet, a gangue teria planeado subverter a ordem democrática usando armas. No chat que levava o nome do movimento, eles pregavam contra o governo alemão e a chanceler federal Angela Merkel.

LISBOA CONTRA CLIMA A MUDAR - miúdos e miúdas a "protestar"... para inglês ler


O establishment e os media simpatizam com o movimento "Fridays for Future". Será ele realmente um "protesto"?

RT

Quando centenas de milhares de pessoas – muitos delas escolares – vão às ruas em mais uma manifestação sobre alterações climáticas, pode-se perguntar: até que ponto este protesto não faz parte do status quo?

A greve escolar da activista climática sueca Greta Thunberg, em Agosto último, foi pouco mais do que um espectáculo para editores de jornais e equipes de TV. Mas a "greve escolar" destes cruzados adolescentes ganhou força e o movimento "Sextas-feiras pelo futuro" ("Fridays for Future") cresceu.

Agora, após o discurso emotivo de Thunberg na Cimeira de Acção Climática da ONU, segunda-feira, centenas de milhares de grevistas climáticos por todo o mundo estão a congestionar as ruas na sexta-feira, pedindo aos governos que declarem um estado de emergência, cortem emissões de carbono, penalizem a ingestão de carne e matem o automóvel, escolhendo algumas da suas propostas.

Mas estes radicais – como teriam sido chamados não muito tempo atrás – não estão a deparar-se com os cassetetes, o gás lacrimogéneos e as balas de borracha que o Estado utiliza habitualmente para reprimir dissidentes. Os meios de comunicação não estão a difamar aqueles que participam das suas fileiras classificando-os como racistas e minimizando o número de participantes. Tão pouco, estas multidões que ocupam as ruas de cidades arriscam-se a sofrer ferimentos e mutilações.

Saúde de Assange está se deteriorando na prisão, diz advogado


Julian Assange, fundador do WikiLeaks, ainda está isolado na prisão no Reino Unido e enfrenta problemas de saúde na detenção, disse à Sputnik o advogado de Assange, Carlos Poveda.

"Ele está isolado 23 horas por dia e tem apenas uma hora para o intercâmbio interpessoal. A situação é muito difícil. Ele perdeu peso e está completamente isolado do mundo. Isso afeta sua saúde", disse Poveda na sexta-feira (27).

Assange foi preso em Londres em abril deste ano e sentenciado a 50 semanas de prisão por pagar sua fiança em 2012. À época, Assange se refugiou na embaixada equatoriana em Londres para evitar extradição para a Suécia, onde enfrentou acusações de agressão sexual e possível extradição subsequente para os Estados Unidos.

Após a prisão de Assange, Washington entrou com um pedido de extradição. As audiências sobre o caso de extradição de Assange estão agendadas para 25 de fevereiro de 2020.

Os EUA inicialmente acusaram Assange de conspirar para cometer um crime cibernético. No entanto, o Departamento de Justiça dos EUA posteriormente aumentou as acusações e com isso Assange pode enfrentar até 175 anos de prisão.

Sputnik | © Foto / Ruptly

Provocação contra Rússia? Refutada existência de 'forças especiais russas' na Noruega


O site norueguês AldriMer publicou no dia 27 de setembro uma notícia de que foram encontrados combatentes de forças especiais russas na Noruega continental, bem como no arquipélago Svalbard.

Fontes de serviços secretos noruegueses e da OTAN foram citadas pelo site, que afirmou que militares russos efetuaram reconhecimentos de campo nas áreas acima mencionadas e analisaram instalações importantíssimas.

No entanto, a embaixada russa em Oslo declarou que a notícia sobre "forças especiais russas na Noruega" não corresponde à realidade.

"Só podemos caracterizá-la como provocação grosseira. Consideramos a publicação parte do trabalho sistemático realizado na Noruega por certos círculos para plantar a imagem de inimigo na Rússia", afirmou a embaixada russa.

Ministro britânico anuncia data do Brexit


Sajid Javid, ministro das Finanças do país, disse que o Reino Unido sairá efetivamente da União Europeia em 31 de outubro.

O ministro disse também ter esperança de que o Brexit ocorrerá com um acordo. No entanto, mesmo na ausência deste, Javid disse hoje, (30), que o Brexit ocorrerá em 31 de outubro.

"Se não podemos fechar um acordo, eu acho que é importante sair em qualquer caso, mesmo sem um acordo", publicou a fala de Javid a Reuters.

Saída complicada

Anteriormente o parlamento britânico havia aprovado uma lei que obriga o governo a realizar o Brexit através de um acordo.

A fala de Javid sobre a saída do bloco europeu sem um acordo prévio cria questões ainda não respondidas.

Sputnik | Foto: © Reuters/Neil Hall

Partido conservador vence eleição antecipada na Áustria


Superando enquetes, ÖVP obtém melhor resultado de sua história. Populista de direita FPÖ cai após escândalo de corrupção. Ex-primeiro-ministro Sebastian Kurz, retirado do cargo por moção de censura, deverá voltar fortalecido.

O Partido Popular (ÖVP), liderado pelo ex-chanceler federal Sebastian Kurz, venceu as eleições legislativas antecipadas na Áustria, neste domingo (29/09). A sigla conservadora obteve 37,1% dos votos, uma vantagem de mais de 15 pontos percentuais sobre o Partido Social-Democrata (SPÖ), que conquistou 21,8%.

O resultado confirmou as pesquisas de intenção de voto, que apontavam uma vitória clara do PM, porém seu triunfo foi mais amplo do que o previsto. Por sua vez, o populista de direita Partido da Liberdade da Áustria (FPÖ), que governava em coligação com Kurz, caiu dez pontos percentuais em relação ao pleito de 2017, ficando com apenas 16% das urnas. Seu líder, Norbert Hofer, já declarou estar se "preparando para fazer oposição".

Os Verdes conquistaram 13,9% dos votos, o que lhes permitirá retornar ao Conselho Nacional. Especula-se que a legenda possa ser a próxima parceira de coligação do ÖVP. Na votação de 2017, após a renúncia de sua líder e disputas internas, o partido ambientalista não alcançara o mínimo de 4% dos votos. Por último, o económico-liberal Neos obteve 7,8%, enquanto a lista JETZT ficará de fora do parlamento federal austríaco.

Portugal | Porque não há investimento


Manuel Carvalho Da Silva * | Jornal de Noticias | opinião

O INE divulgou há dias uma atualização das Contas Nacionais. Embora a atenção, inclusive na campanha eleitoral, tenha incidido sobre a revisão em alta, dos valores do Produto Interno Bruto (PIB) dos últimos anos, há, nas contas nacionais, outros aspetos bem mais relevantes que umas décimas a mais ou a menos no PIB. Um deles diz respeito ao investimento, ou à falta dele.

Desde 1995, nunca como nos últimos anos, o investimento foi tão reduzido em Portugal. Em 1995, 23% do PIB era dedicado a investimento, em 2014 afundou-se nos 15%, entretanto registou-se uma pequena recuperação, mas em 2018 é ainda, cerca de 18%. Ao mesmo tempo, nunca o peso da remuneração do capital no PIB foi tão elevado: 41% em 1995, em 2018 48%, depois de ter batido um infame recorde de 49% em 2016.

Como é isto possível? Uma fatia maior da riqueza produzida ir para o capital e uma parte menor da mesma riqueza para investimento? Então não é suposto serem precisos mais lucros para haver mais investimento?

O que as Contas Nacionais sugerem é que - entre 1995 e os nossos dias - alguma coisa estrutural e importante se rompeu na economia e na sociedade. A partir do ano 2000, lucros e investimento entraram em divergência: lucros para cima, investimento para baixo. Enquanto no ano 2000 o investimento correspondia a cerca de 70% dos lucros, hoje (2018) corresponde apenas a 42%, isto depois de em 2013 ter batido no fundo com uns míseros 34%.

Portugal | Novo Código do Trabalho entra amanhã em vigor. Tudo o que tem de saber


As alterações ao Código do Trabalho, como o alargamento do período experimental para jovens à procura do primeiro emprego e desempregados de longa duração ou a redução da duração dos contratos a termo, entram em vigor na terça-feira.

O diploma, publicado em 4 de setembro, foi alvo de um pedido de fiscalização sucessiva ao Tribunal Constitucional entregue pelo PCP, Bloco de Esquerda e PEV em 25 de setembro. Em causa, o período experimental, as alterações nos contratos de muito curta duração e a caducidade das convenções coletivas.

As alterações ao Código do Trabalho foram aprovadas no parlamento em julho, apenas com os votos favoráveis do PS e a abstenção do PSD e do CDS-PP, enquanto os restantes grupos parlamentares votaram contra as medidas.

Eis algumas perguntas e respostas sobre as principais alterações:

Qual a duração máxima dos contratos a termo? 

A duração máxima acumulada do contrato de trabalho a termo certo, incluindo renovações, baixa de três para dois anos e a duração máxima do contrato de trabalho a termo incerto baixa de seis para quatro anos.

Além disso, as renovações dos contratos de trabalho a termo certo passam a não poder exceder a duração do contrato inicial. Segundo um exemplo do Ministério do Trabalho, para um contrato de trabalho a termo com duração de nove meses, continuam a poder ser feitas no máximo três renovações, mas estas, no total, não podem perfazer mais do que os nove meses, isto é, a duração do contrato inicialmente celebrado.

O que muda nos motivos para contratar a termo? 

Deixa de ser motivo admissível para a celebração de contrato a termo o facto de se tratar de trabalhador à procura do primeiro emprego ou de desempregado de longa duração.

Por outro lado, mantém-se a possibilidade de contratar a termo quando em causa está o início de funcionamento de empresa ou estabelecimento. Mas essa possibilidade fica restrita às micro, pequenas e médias empresas (PME), isto é, empresas com menos de 250 trabalhadores, contra a anterior possibilidade de empresas com menos de 750 trabalhadores.

Portugal | Desta vez o nome é Tancos


José Sócrates | Expresso | opinião

Neste artigo para o Expresso, José Sócrates ataca o Ministério Público pelos casos que rebentam em cima de campanhas eleitorais e acha que há motivações políticas para o conhecimento da acusação de Tancos. O ex-líder socialista critica quem se justifica com "isso é lá da justiça", mas também defende António Costa contra Rui Rio: "O ataque ao primeiro-ministro pode ser político, mas é baseado no julgamento prévio do antigo ministro da Defesa", escreve.

1. 
Para ir direto ao assunto, considero que a apresentação da acusação judicial de Tancos tem uma evidente e ilegítima motivação política. Não só pelo momento escolhido – No meio da campanha eleitoral –, mas, principalmente, pela forma como o Ministério Público orientou a sua divulgação pública. O truque, desta vez, consistiu basicamente em apresentar nas televisões a prova – uma mensagem do antigo ministro para um deputado na qual afirma que “já sabia” . Todos os jornalistas foram atrás : “já sabia” – eis a smoking gun. Todavia, lida toda a mensagem, rapidamente nos apercebemos DE que o ministro diz que já sabia da recuperação das armas e não que sabia da forma ilegal como elas foram recuperadas. A mensagem nada prova. Não obstante, isolar aquelas duas palavrinhas permitiu o formidável passe de mágica que contaminou toda a conversa posterior. A operação chama-se “spinning” e constitui hoje uma especialidade da nossa política penal.

2.
A partir daqui, nem direito de defesa, nem presunção de inocência, nem tribunais. Eis ao que chegou esse poder oculto, subterrâneo e quase absoluto que resulta dessa extraordinária aliança entre procuradores( alguns) e jornalistas. A primeira vítima é o visado, é certo. Mas, se tentarmos ver um pouco mais longe, as próximas vitimas serão os juízes. O seu papel na justiça penal caminhará para a irrelevância. Afinal, já não precisamos deles: o ministério público investiga, o ministério público acusa, o ministério público julga – tudo isto nos jornais e nas televisões, seu terreno de eleição.

Terroristas climáticos asseveram: Terreiro do Paço será inundado pelo mar


A intoxicação da opinião pública com a arma do terrorismo climático atinge o paroxismo 

Em 28/Setembro, o semanário da burguesia portuguesa, o Expresso, põe em título na pg. 18:  "ONU confirma o pior cenário para Portugal" (sic).   A referida pseudo-notícia diz que "A imagem do Terreiro do Paço submerso no final do século não é nova, mas foi esta semana confirmada pelo mais recente relatório do IPCC dedicado aos oceanos e à criosfera (partes congeladas da Terra)" (sic).   E mais adiante assevera que 146 mil portugueses serão afectados pela alta do nível dos mares até 2050, número que sobe para 225 mil em 2100.  Tais enormidades são ditas, em tom sério, por um sr. Carlos Antunes, da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa.  Ele diz que descobriu esses números através dos seus "modelos semi-empíricos" (sic).

Pelo visto as universidades portuguesas embarcam nesta campanha de estupidificação dos povos.  Depois de um reitor proibir servir carne da vaca nas cantinas da sua universidade a fim de combater o aquecimento global, temos agora um emulo em Lisboa a prometer inundações.

domingo, 29 de setembro de 2019

EUA-NATO INTENSIFICAM PROVOCAÇÕES À RÚSSIA


Mais uma 'visita': avião militar dos EUA realiza voo de vigilância junto à costa russa do mar Negro

Um avião Boeing P-8A Poseidon da Força Aérea dos EUA realizou novo voo de reconhecimento junto à costa russa do mar Negro, informa o portal de monitorização Plane Radar.

Às 10h20, horário de Moscovo, o avião foi detectado no espaço aéreo da Bulgária. O Boeing descolou da base aérea da OTAN de Sigonella, localizada na ilha da Sicília, Itália.

Após cerca de hora e meia, a aeronave começou a operação de reconhecimento. Tendo sobrevoado uma área próxima da cidade russa de Sevastopol, a aeronave dirigiu-se na direção de Novorossiysk. O avião passou cerca de duas horas perto da fronteira sul da Rússia.

Visitas frequentes

No sábado (28), duas aeronaves da Força Aérea dos EUA tinham igualmente realizado voos de reconhecimento nas proximidades da Crimeia, Rússia. Uma aeronave de reconhecimento electrónico Lockheed ЕР-3Е Orion, com o número 15651, e um avião antinavio Boeing P-8A Poseidon, com o número 169332, sobrevoaram diversas vezes a zona perto da costa sul e sudoeste da Crimeia.

Os aviões militares dos EUA têm sido detectados frequentemente perto das fronteiras da Rússia – ao longo da costa da Crimeia, sobre o mar Negro e na região russa de Kaliningrado, bem como perto das bases militares russas na Síria.

Sputnik | Foto: © Sputnik / Igor Maslov | Título PG

Eleições na Áustria: de volta ao governo conservador-populista?


Depois do escândalo que acabou forçando a dissolução da coalizão ÖVP-FPÖ, liderada por Sebastian Kurz, pesquisas mostram eleitorado austríaco disposto a perdoar os pecados dos antigos governantes e apostar no conhecido.

Poucos dias antes das eleições antecipadas para o Conselho Nacional da Áustria, neste domingo (29/09), o órgão declarou estado de emergência – não política, mas sim climática. Com essa ação simbólica, todas as siglas – exceto o populista de direita Partido da Liberdade da Áustria (FPÖ) – pretendiam dar um realce a um pleito antes desinteressante.

A luta contra o aquecimento do planeta está na moda: também Sebastian Kurz, o candidato a chanceler federal do conservador Partido Popular Austríaco (ÖVP), se apoderou do tema. Afinal de contas, o ex-premiê de 33 anos – derrubado em maio por um voto de desconfiança – não pode ficar só falando em como sustar a imigração na república alpina.

Os populistas de direita são os únicos que classificam a limitação das emissões de CO2 uma histeria. Assim como seu modelo, o presidente americano Donald Trump, ou os colegas da Alternativa para a Alemanha (AfD), Norbert Hofer, a nova cara da direita austríaca, considera a mudança climática um trote inflacionado.

Extrema direita da Alemanha arma-se cada vez mais


Ministério do Interior regista 60% mais armas apreendidas de ultradireitistas em 2018. Criação de arsenal visaria ataques a minorias e representantes do Estado, e até mesmo uma guerra civil, estima especialista.

Há indícios de que a extrema direita da Alemanha se esteja armando de forma crescente: durante a investigação de atos criminosos de motivação ultradireitista em 2018, foram apreendidas muito mais armas de fogo do que no ano anterior. A informação consta de uma reportagem da emissora de TV ARD, com base na resposta do Ministério do Interior a um questionamento da bancada do partido A Esquerda do parlamento.

Segundo o órgão, registaram-se 563 crimes de motivação direitista, entre os quais 235 delitos violentos. No curso das investigações, a polícia recolheu 1.091 armas, o que representa um incremento de 61% em relação às 676 apreensões de 2017. Entre elas encontravam-se revólveres, rifles, armas brancas e de guerra, assim como artefatos explosivos e incendiários, e atiradeiras.

Londres | Vai a leilão pintura de Banksy com "parlamento de chipanzés"


Quadro do artista britânico, retratando o Parlamento do Reino Unido ocupado por primatas, é posto em exibição antes de ser leiloado. Espera-se que o leilão da obra alcance cerca de 2 milhões de dólares.

Um quadro do artista britânico Banksy, mostrando chipanzés sentados no Parlamento britânico vai a leilão na próxima semana pela Sotheby's de Londres.

Devolved Parliament (Parlamento transferido), obra pintada em 2009, deverá ser exibida até 3 de outubro, quando será posta à venda na capital britânica.

A partir do ponto de vista da entrada principal, o quadro mostra chimpanzés nos bancos verdes da Câmara dos Comuns. A pintura mede 4,46 metros por 2,67 metros – a maior tela conhecida do artista anónimo de Bristol, informou a casa de leilões.

Banksy criou Devolved Parliament para um festival do Museu de Bristol em 2009, que atraiu mais de 300 mil visitantes e foi considerado uma das exposições mais visitadas do mundo naquele ano.

Portugal eleiçoeiro | SÃO SÓ PROMESSAS, TUDO O RESTO SÃO “TANGAS”


Mário Motta | opinião

Estamos exatamente a uma semana de 6 de outubro, dia de Eleições Legislativas em Portugal. A perspetiva é a de que o Partido Socialista seja o mais votado e o PSD no segundo lugar do pódio eleitoral, afastado por talvez menos de 10 pontos percentuais do PS. E eis como tudo está na mesma...

Se excetuarmos a talvez pouco maior votação do BE - que mais coisa menos coisa - vai dar também no mesmo. O PCP está a descer, dizem as sondagens. É a tal coisa: ser honesto não compensa. O povinho adora ser dirigido por vigaristas para depois poder aliviar a bílis nos ladrões, nos corruptos, nos antidemocráticos e anti-interesses legítimos dos trabalhadores, em conluio com os grandes do patronato e da banca, do grande capital nacional estrangeiro, que lhes oferecem pela socapa algumas migalhas do que roubam, do que exploram com o suor dos contidos e mal pagos. Ou isso, ou poleiros nas empresas ou na UE e similares do areópago mundial, a ONU.

O que se pode esperar de Costa, do PS, em novo governo? O mesmo de sempre, nada ou quase nada para a maioria dos portugueses. Talvez piores serviços públicos e mais benesses para aqueles a que se vergam e se vendem, de acordo com o neoliberalismo fascista que vinga pela UE e pelo mundo. A perspetiva é a de que vêm aí piores anos para a maioria dos portugueses, mais exploração, mais horas e horas em filas de espera e menos desemprego porque os esclavagistas até podem contratar mais escravos a pagar-lhes menos por mais horas de trabalho, além de poderem despedir sem encargos quando lhes der na vontade. Criação da autoria do PS com legislação em vigor e aprovada po via do Bloco Central, que não está morto mas somente a fazer de conta que é esse o seu estado. Legislação que em nada mereceu a concordância da famigerada Geringonça Ilusória em tantos temas e aspetos.

Quem esperar outra "geringonça" para nos enganar no que é primordial interesse dos portugueses sem nada ou menos abastados, e mais explorados, desengane-se. O PS está em casa e virou ainda mais à direita - se é que alguma vez fez algo verdadeiramente de esquerda desde que existe?! Olhai o passado, o historial, os "socialistas" que por nós se têm governado, e saberão com o que podem contar a sair das próximas eleições de domingo, 6 de outubro.

A chamada Geringonça conta para si com alguns pontos positivos, mas graças à pressão do PCP e do BE. De resto assistimos a um PS que se diz de esquerda mas está-se pelando por poder governar à direita, que é onde possui o seu sustentáculo, nos grandes empresários e etc. Muitos da classe média-alta, que conta bastante, são Marias vai com o PS, indiferentes à pobreza que continua a grassar, a que chamam pobrezinhos e coitadinhos – para agrado da maioral do chamado Banco de Fome e outras organizações que têm por objetivo serem o tampão da revolta de mais de metade dos portugueses carenciados. O que não é difícil se considerarmos o Salário Mínimo Nacional de Miséria e as pensões/reformas do mesmo jaez.

São só promessas nesta campanha eleitoral e nas anteriores. Tudo o resto são "tangas", são só aparências, são mentiras, são promessas que nunca veremos cumpridas a favor dos mais desprotegidos - a maioria, os que são explorados, oprimidos e que mais parecem zumbis ao serviço de máfias partidárias com poderes decisórios estranhos ao país mas a quem obedecem cegamente.

Como sempre, as migalhas que sobram e são distribuídas à maioria dos portugueses surgem de vez em quando para calar a revolta, abortá-la, quando a indignação popular cresce além dos parâmetros calculados por aqueles que dominam e reprimem de modo "democrático" os portugueses que sustentam a catrefada de parasitas que põem e dispõem em sintonia com as máfias partidárias, empresariais, da banca e de ilhargas similares.

Do PS, PSD, CDS e de certos e incertos pequenos partidos que nunca obtiveram representação parlamentar significativa - salvo raras exceções - o que se pode esperar é miséria, pobreza envergonhada, remediados assim-assim, e muitas mentiras e cambalachos. É ponto assente da atualidade e histórico.

Portugal | O JUDICIÁRIO ESTÁ SEMPRE DO LADO DA DIREITA…


António Jorge* | opinião

O judiciário está sempre à direita da democracia... e sempre que pode mete a espada, não da justiça... mas a da morte dela... e até parece um anjinho imaculado papudo caído do céu, para a direita.

Política ou Psicologia social de massas... e as Eleições... E coincidências judiciais!

A Democracia... mesmo a que temos de tipo representativo está de rastos.

- Nem um terramoto de magnitude de 9 ou 9,9... na escala de Richter, teria tanta importância e presença nos meios de massa e da mentira organizada, e da alienação por razões perversas de classe e eleitorais.

De um momento para o outro, a Direita ainda a expiar os crimes cometidos no plano social e político da governação de Passos e Portas... cujos efeitos e consequências secaram o Rio...

Tirou o coelho da cartola... e

De um momento para o outro saíram do gueto em que se encurralaram.

E tal qual como no Brasil de Moro e Bolsonaro... o judiciário deu o jeito...

Lá para destituírem ilegalmente Dilma e prenderem Lula, para não poder concorrer às Eleições e ganhar de forma esmagadora.

E levarem ao colo o poder da direita extremista ao poder.

Aqui na terrinha... para derrotar e acabar com quaisquer reedições de geringonça e limitar o poder da democracia e da esquerda.

O judiciário está sempre à direita da democracia... e sempre que pode mete a espada, não da justiça... mas a da morte dela... e até parece um anjinho imaculado papudo caído do céu, para a direita.

Deixem de procurar conspurcar a Democracia... que afinal nem sequer põe em causa nada.

Façam como eu... deixem de ver televisão... assim não são enganados e manipulados até ao tutano!

*Editor e livreiro em Angola... E aprendiz de feiticeiro nas horas livres.

Portugal | Tancos é tema da campanha pelo quarto dia consecutivo


O caso de Tancos continuou a ser o tema da campanha eleitoral para as legislativas, com o CDS-PP a propor que o Ministério Público investigue as declarações de António Costa no parlamento e uma nova comissão de inquérito.

Pelo quarto dia consecutivo, o processo de Tancos, em que o ex-ministro da Defesa Azeredo Lopes é um dos 23 acusados pelo Ministério Público, é o tema da campanha eleitoral para as legislativas de 6 de outubro, apesar dos partidos à esquerda considerarem que há outros temas para serem discutidos.

No dia em que Assunção Cristas faz 45 anos e António Costa cancelou uma ação de rua em Braga devido a dores musculares, o CDS-PP propôs que o parlamento envie ao Ministério Público as declarações do ex-ministro da Defesa Azeredo Lopes e do primeiro-ministro, António Costa, sobre o caso Tancos, para saber se houve "falsas declarações".

"É muito importante que seja esclarecido se houve ou não falsas declarações com relevância para este processo", afirmou Cristas, admitindo que, em último recurso pode ser o partido a pedir, não tendo dúvidas de que houve declarações contraditórias entre Azeredo e Costa em todo o processo do furto de material militar do paiol de Tancos, em 2017.

A líder do CDS desafiou também António Costa a esclarecer, "de uma vez por todas", o que sabe sobre o caso Tancos, ou "assumir as consequências", inclusivamente uma nova comissão parlamentar de inquérito.

Por sua vez, o presidente do PSD acusou o PS de não saber "o que há de dizer" relativamente a Tancos e, usando a ironia, pediu ao secretário-geral socialista para apresentar uma lista dos assuntos sobre os quais poderá falar na campanha.

"O que todos nós notamos em Portugal é que o Partido Socialista, relativamente à questão de Tancos, não sabe o que há de dizer", afirmou o presidente do PSD em declarações aos jornalistas em Mirandela, quando foi questionado sobre a manchete do Expresso, segundo a qual o PS considera existir uma conspiração contra partido por parte do Ministério Público.

Portugal | Quem tem ordenado mínimo de 600 euros "não tem opções"


A cabeça de lista do Livre pelo distrito de Lisboa, Joacine Katar Moreira, defendeu hoje em Odivelas que quem tem "um ordenado mínimo de 600 euros não tem opções", argumentando que "não há vontade política" para o aumentar.

"Alguém com um ordenado mínimo de 600 euros não tem opções. Não tem opções rigorosamente nenhumas. E também um ordenado mínimo de 600 euros é o Estado a informar alguns indivíduos de que não tem altas expectativas em relação a eles", disse à Lusa Joacine Katar Moreira, à margem de uma ação de campanha do Livre em Odivelas, distrito de Lisboa.

A candidata a deputada pelo círculo de Lisboa considerou que um ordenado mínimo de 600 euros faz com que se esteja "todos os meses com ansiedade enorme" para se sobreviver, e significa "um empobrecimento dos cidadãos".

A candidata do Livre, partido que propõe um aumento do salário mínimo para os 900 euros, considerou ainda que "não há vontade política para o aumento do salário mínimo".

"Vão-se sempre encontrar, obviamente, argumentos económicos e economicistas para se ir evitando sucessivamente isto [o aumento do salário mínimo]. Isto obviamente porque a nossa elite política tem relações com a nossa elite industrial, com a elite financeira, e por aí fora", salientou a historiadora.

Guiné-Bissau | Há tentativas de desestabilização contra combate à droga


A ministra dos Negócios Estrangeiros da Guiné-Bissau, Suzi Barbosa, disse hoje que o crime organizado continua a ser uma grande ameaça para o país e que procurar combatê-lo está a levar a tentativas de desestabilização.

Falando na Assembleia Geral da ONU, em Nova Iorque, nos Estados Unidos, a responsável lembrou as recentes apreensões de cocaína para dizer que essas ações mexeram profundamente "com as estruturas políticas que sustentam esses negócios, sendo já visíveis e sentidos os ataques e tentativas desenfreadas de comprometer o processo de governação para repor o quadro de instabilidade favorável ao 'status quo' que vinha perdurando há algum tempo".

A Polícia Judiciária da Guiné-Bissau apreendeu em março cerca de 800 quilos de cocaína e no início de setembro voltou a fazer uma apreensão de quase duas toneladas.

Esta semana, o Ministério Público anunciou que acusou 12 pessoas e três empresas no âmbito da operação que culminou com a apreensão da droga em Canchungo e Oio, no norte do país.

Guiné-Bissau | 19 candidatos inscrevem-se para a corrida presidencial


Dança das cadeiras muda cenário político do país e gera incertezas sobre a sobrevivência do Governo até às eleições. PRS irá apoiar o candidato do APU-PDGB, atual parceiro do partido no poder no Parlamento.

Prazo para a entrega das candidaturas para as eleições presidenciais de 24 de novembro, junto ao Supremo Tribunal de Justiça da Guiné-Bissau, terminou na quarta-feira (25.09).

Para aqueles que ambicionam ocupar a presidência da Guiné-Bissau, uns têm origem e ideologias iguais, mas outros são diferentes até na forma de ver a situação do país.

Para alguns observadores políticos, os problemas são de várias ordens, motivo pelo qual devem merecer um debate profundo entre os candidatos, num país cuja estabilidade política e governativa é ainda muito questionada.

Contudo, Bacar Camará, jornalista e comentador político, espera uma corrida eleitoral bastante disputada.

"Vão ser bastante disputadas e renhidas, do ponto de vista de concorrência," afirma.

"Acredito também que do ponto de vista de discursos e mensagens que vão marcar os concorrentes não vamos ter grandes novidades, visto que tem sido essa uma prática na nossa democracia. Os concorrentes às eleições não se importam com as linhas mestras," critica, acrescentado que "quando se fala das eleições presidenciais, os candidatos devem centrar discursos em matéria da Constituição da República, porque o papel do Presidente da República num regime semipresidencial tem a ver com o respeito escrupuloso da Constituição".

Sobra vontade política a JLo, mas falta competência à sua equipa económica, diz analista


Para economista angolano Josué Chilundulo, capital político do Presidente angolano tem estado a diminuir, dois anos depois da posse de João Lourenço. Motivo: reformas económicas ainda não trouxeram resultados palpáveis.

Em entrevista à DW, o economista angolano Josué Chilundulo afirma que as reformas económicas prometidas e iniciadas pelo Presidente João Lourenço ainda não trouxeram resultados palpáveis, o que fez diminuir o otimismo inicial com a chegada dele à liderança de Angola.

Chilundulo diz que a falta de credibilidade por parte do mercado internacional ainda é um entrave para a economia angolana que poderia ser minimizado com a reforma da lei do sistema financeiro nacional.

Para analista, não faltou ao Presidente vontade política, mas sim competência por parte da equipa económica de João Lourenço.

Angola | João Lourenço confirma meta de acabar com minas terrestres até 2025


O Presidente de Angola garantiu que o país está determinado em eliminar todos os campos de minas até 2025. João Lourenço elogiou ainda visita do príncipe Harry ao país e agradeceu o trabalho da sua mãe, Diana de Gales.

"A presença de Sua Alteza Real o Duque de Sussex em Angola, nesta semana, reflete bem o espírito de otimismo que hoje alimenta o povo angolano. Angola agradece imensamente à sua mãe, Diana, Princesa de Gales, pela sua determinação em levar o sofrimento de civis angolanos, vítimas de minas, à atenção global em 1997", refere o Presidente angolano, numa mensagem hoje divulgada.

João Lourenço referiu que as imagens da princesa Diana, quando visitou Angola em 1997, a prestar conforto a crianças amputadas, que foram vítimas inocentes do "efeito cruel e indiscriminado" das minas terrestres antipessoais, acabaram por "abalar a consciência do mundo e galvanizar o apoio internacional para proibir este tipo de artefactos para sempre".

Moçambique | Autoridades criam equilíbrio de poder entre Rússia e EUA em Cabo Delgado?


Ataques em Cabo Delgado intensificam e Presidente fala em invasão camuflada. Imprensa noticia presença russa na província onde há interesses dos EUA. Quais seriam as vantagens de um equilíbrio de forças para Moçambique?

Em Moçambique, na última semana, a imprensa tem reportado sobre uma suposta presença russa na província nortenha de Cabo Delgado. A ser confirmada pelas autoridades, ela poderia trazer uma espécie de equilíbrio de forças, se considerarmos que nesta região há fortes interesses norte-americanos, entende o analista político Calton Cadeado.

E o Presidente Filipe Nyusi disse também esta semana que o país está a ser vítima de uma "invasão camuflada" e falou em ataques ao desenvolvimento. A DW África entrevistou o analista político Calton Cdeado: 

DW África: Parece estar claro para o Estado moçambicano que os ataques no norte do país já não se trata de simples criminalidade de natureza endógena como acreditava inicialmente?

Calton Cadeado (CC): Este é um pronunciamento que o chefe de Estado faz de forma muito forte e mostra que o Presidente da República tem um tipo de informação privilegiada, como sempre teve, mas desta vez a qualidade da informação aponta para um suspeito que ainda não tem também rosto nem nome. O simples facto do chefe de Estado ter dito que se trata de uma invasão camuflada. Agora quem é esse invasor? E de onde é que vem esse invasor, ele também não disse e ficamos todos no escuro, na especulação e não deixa de ser ainda uma informação sem muito conteúdo para nós termos a certeza do que é que estamos a dizer....

Estado Islâmico reivindica ataque que fez 10 mortos em Moçambique


Autoridades moçambicanas e analistas consideraram no passado que envolvimento daquele grupo terrorista na violência armada no Norte de Moçambique era pouco credível. Novo ataque no início desta semana fez 10 mortos.

O grupo 'jihadista' Estado Islâmico (EI) reivindicou mais um ataque armado a um posto militar no Norte de Moçambique, ocorrido no início da semana e em que morreram pelo menos 10 pessoas, segundo mensagem difundida através da aplicação Telegram. Autoridades consideraram no passado envolvimento daquele grupo terrorista pouco credível.

A mensagem, que não integra o canal oficial do movimento terrorista, foi divulgada na quinta-feira (26.09) e é a segunda reivindicação de um ataque contra posições militares na província de Cabo Delgado que o grupo faz em cerca de uma semana.

Até ao momento, analistas e fontes no terreno contactadas pela Lusa, mas não identificadas pela agência de notícias, rejeitaram a ligação destes ataques no norte do país a movimentos terroristas internacionais de extremismo islâmico, apontando tensões locais nas comunidades como causa dos casos de violência. A mensagem fala dos agressores como "soldados do califado" que atacaram o "posto do exército cruzado moçambicano em Mbabu, há dois dias".

sábado, 28 de setembro de 2019

TRUMP PROCURA NEUTRALIZAR CUBÁFRICA


1- As medidas de bloqueio a Cuba são muito mais extensivas do que as primeiras e muito legítimas leituras fazem, um pouco por todo o mundo progressista, o que aliás se vai poder fazer reflectir na 73ª Assembleia Geral da ONU. (https://operamundi.uol.com.br/politica-e-economia/54457/apos-60-anos-cuba-e-um-pais-livre-independente-e-dono-do-seu-destino-diz-raul-em-aniversario-da-revolucao).

Se de facto é importante levar em consideração a insularidade de Cuba para avaliar os jogos que se prendem ao fomento do bloqueio físico, orgânico e institucional, (http://www.granma.cu/cuba/2019-09-11/en-vivo-presidente-de-cuba-anuncia-medidas-para-la-coyuntura-energetica-del-pais-video-11-09-2019-15-09-41) a brutal administração republicana de Donald Trump vai muito mais longe e começou a actuar ofensivamente, conforme os “ensinamentos recolhidos” sobre como o presidente eleito do Brasil tratou insultuosamente o Programa Mais Médicos! (https://www.youtube.com/watch?v=hXHLXg8PTbE).

Uma das primeiras grandes medidas no “laboratório brasileiro” foi neutralizar ou mesmo impedir por completo os expedientes que Cuba implementava no Brasil por comum acordo com os governos anteriores de Lula e Dilma, em benefício das camadas mais marginalizadas do povo brasileiro, sobretudo no âmbito da educação e da saúde! (https://www.hispantv.com/noticias/cuba/393490/mas-medicos-brasil-bolsonaro-relaciones).

Cuba tem vindo a implementar proactivamente, no âmbito da educação e da saúde e desde 1959, acções de pendor ético e moral em benefício dos povos que estão na cauda dos Índices de Desenvolvimento Humano na América Latina, na imensa região Oceânica e Asiática e particularmente em África! (https://www.dw.com/pt-002/da-ilha-de-cuba-para-o-mundo-os-m%C3%A9dicos-cubanos-no-estrangeiro/a-46804295).

A garota, o fascista e a luta pelo futuro


Na sociedade dele, fraqueza é morte. Virtude é ganância, frieza e vaidade. Ninguém sente nada. Afastam com medicação a dor de viver sem dinheiro, dignidade, tempo ou sentido. Temem a menina que se tornou adulta antes do tempo

Umair Haque | Outras Palavras | Tradução: Inês Castilho

Houve na ONU um momento histórico, capturado por fotografias, que me tocou e provavelmente tocou você, por ser memorável e especial.

O fascista pavão que encabeça o império capitalista mundial em desagregação – arrogante no brilho das câmeras. E atrás dele a colegial humilde e desafiadora, tentando salvar o mundo. Que momento! Mas o que há de tão impressionante nisso? Por que toca tanto as pessoas sensatas e conscientes?

Como todos os momentos históricos, um paradoxo – ou vários deles – revelou-se claramente. Um conflito épico entre o passado e o futuro. O presente e a possibilidade. Entre o velho mundo, que morre – e o novo lutando para nascer.

O primeiro paradoxo é entre poder e falta de poder – mas não de modo simplista. De um lado, a estudante mais adulta que o normal. Repreendendo os governantes do mundo reunidos. Sem se deter em nenhum momento. Vocês fracassaram conosco, diz ela. Vocês roubaram minha infância e agora estão roubando meu futuro. Por dinheiro. Vocês não ligam? Para nós? Para o planeta? Os governantes aplaudem, desconfortáveis. Foram pegos, chamados, flagrados, questionados, desafiados – por uma garota. Como chegaram aqui os sem-poder, por um momento que seja? Como uma estudantezinha … está desafiando a força congregada dos poderosos do planeta Terra?

E DEPOIS DO BREXIT?


A não haver novo adiamento, e a manter-se a incapacidade de Londres para apresentar uma alternativa aceitável ao acordo que rejeitou, estamos a um mês de uma saída abrupta do Reino Unido da União Europeia.

Vital Moreira* | Dinheiro Vivo | opinião

A não haver novo adiamento – que a União não vai aceitar sem fortes motivos – e a manter-se a incapacidade de Londres para apresentar uma alternativa aceitável ao acordo que rejeitou – que neste momento não está à vista -, estamos a um mês de uma saída abrupta do Reino Unido da União Europeia.

No campo das relações económicas, o Reino Unido deixará de integrar o “mercado único” da União, com a liberdade de circulação de bens, de serviços e de investimentos, sem fronteiras internas, tornando-se “país terceiro”, cujas relações comerciais com a União ficam subordinadas às regras da Organização Mundial do Comércio, passando os produtos britânicos a pagar direitos aduaneiros à entrada na União e os produtos da União a pagar os direitos da nova pauta aduaneira do Reino Unido, ainda desconhecida.

Consumando-se um hard Brexit, a Grã-Bretanha ficará colocada numa situação singular nas suas relações com a União Europeia, visto que quase todos os países circundantes desta, com exceção da Bielorrússia, têm acordos de livre comércio com Bruxelas, ou mesmo formas de integração económica mais profunda (como a Noruega, a Suíça, a Turquia).

sexta-feira, 27 de setembro de 2019

Europeus dizem a Bruxelas: nem Moscovo nem Washington


Um estudo divulgado pelo Centro Europeu de Relações Externas revela uma absoluta falta de sintonia entre a prática das instituições de Bruxelas e Estrasburgo e a opinião dos cidadãos.

esmagadora maioria dos cidadãos europeus defende a neutralidade da União Europeia no caso de deflagrarem conflitos armados entre os Estados Unidos e a Rússia ou a China. Esta não é a única matéria em que existe dissonância absoluta entre as políticas de Bruxelas e a vontade dos cidadãos, mas revela até que ponto as instâncias não-eleitas da União Europeia estão distantes da opinião dos cidadãos e, por consequência, do respeito pela democracia.

Um estudo publicado pelo Conselho Europeu de Relações Externas, um think tank com escritórios em sete capitais europeias vocacionado para o reforço do «europeísmo», não deixa dúvidas quanto às desconfianças que a maioria dos cidadãos europeus têm em relação não tanto à União mas, sobretudo, quanto às políticas que aplica em termos de posicionamento internacional, segurança, opções militares e até comércio.

Os dados provam claramente: as pessoas desejam uma coisa, Bruxelas dá-lhes outra. Isto é verdade para as relações externas, militares e de segurança, comerciais e até quanto ao comportamento da União em relação à guerra contra a Síria e as ameaças ao Irão. O estudo comprova que a tão falada empatia e fraternidade entre os europeus e os Estados Unidos da América não passa de um mito inscrito forçadamente na efabulação histórica com a colaboração dos dirigentes políticos e militares e ampliado pelos megafones mediáticos. Nada pode estar mais longe da realidade – testemunham as opiniões dos cidadãos.

O trabalho do Conselho de Relações Externas, assinado por Susi Dennison, resulta de dados obtidos junto de 60 mil eleitores de 14 países da União Europeia, entre eles os mais populosos e influentes – uma amostra que tem um significado muito relevante.

EUA «tiraram as máscaras» e estão «abertamente» do lado do terrorismo


Ao imporem sanções contra uma companhia de navegação e 5 navios por abastecerem militares russos que combatem o terrorismo na Síria, os EUA mostram claramente que apoiam os terroristas, denunciou a Rússia.

O Ministério russo dos Negócios Estrangeiros lembrou, num comunicado emitido esta sexta-feira, que este pacote de sanções é o 75.º decretado contra a Federação Russa desde 2011, sublinhando, no entanto, que tal pressão «não atingiu quaisquer resultados».

«Ao impor novas sanções contra o abastecimento de combustível a militares russos na Síria, os Estados Unidos estão a tentar dificultar a eliminação completa do terrorismo no país», lê-se no texto, citado pela agência TASS.

«As máscaras caíram finalmente, já que estamos a falar de planos concretos para impedir a eliminação total dos terroristas em território sírio», acusa a diplomacia russa.

Para Trump, a mudança de regime começa em casa


A administração Trump provoca um intenso mal-estar interno. Tal como se verificou com a sua eleição e sobretudo com a base social que o elegeu, assenta sobre uma aguda fractura interna. A forma como exerce o poder lança a confusão entre os Democratas. Habituados ao partido único dividido em duas facções – a “republicana” e a “democrata” - mas unido em todos os aspectos políticos essenciais e, desse modo, incapaz de albergar qualquer “oposição” efectiva, decidiram avançar com um processo de «impeachment».


Um mês depois de vencer a eleição presidencial de 2016, Donald Trump fez um discurso na Carolina do Norte onde declarou que “cessaremos de competir para derrubar regimes estrangeiros acerca dos quais nada sabemos, com os quais não deveríamos envolver-nos”.
Ainda é um lugar comum para os analistas de política externa de esquerda, direita, centro distinguirem Trump dos seus antecessores apontando que ele não seguiu as políticas de regime de neoconservadores ou internacionalistas liberais. No fim de contas, não houve Iraque ou Líbia no turno de Trump.

É um bonito mito.

É verdade que Trump não tem nada contra ditadores que lhe escrevem cartas “bonitas”, e portanto a mudança de regime está por enquanto fora de cogitação para a Coreia do Norte. Mas Trump desenvolveu um animus específico contra Nicolas Maduro, da Venezuela, e fez o que pôde para afastá-lo do cargo. Primeiro, Trump pronunciou-se sobre a opção militar. Depois estabeleceu sanções contra o país. Finalmente, apoiou o que poderia ter sido um golpe se os conspiradores não tivessem feito disso uma balbúrdia.

Com o Irão, a política de mudança de regime tem sido ao mesmo tempo mais subtil e mais agressiva. Em vez de incentivar um golpe dentro do país, Trump tem desenvolvido uma variedade de estratégias diferentes para espremer o regime.

Primeiro, retirou-se do acordo nuclear com o Irão (passando por cima das objeções de vários dos seus principais assessores). Depois, impôs sanções cada vez mais punitivas ao país e pressionou duramente as nações que continuavam a importar energia de Teerão. Finalmente, continuou a apoiar a Arábia Saudita enquanto esta tenta desestabilizar o Irão.

Até agora, Trump não enviou soldados. Mas o objectivo da administração continua o mesmo.

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