quinta-feira, 29 de agosto de 2019

30 de Agosto | REFERENDO DE INDEPENDÊNCIA DE TIMOR-LESTE – 20 ANOS


Em 30 de Agosto de 1999 realizou-se em Timor-Leste o referendo para a independência da ex-colónia portuguesa sob o domínio da Indonésia após cerca de 25 anos de invasão (1975) violenta e assassina das forças militares e militarizadas do regime do ditador Shuarto.

Na atualidade, em 30 de Agosto, amanhã, comemora-se no país os 20 anos da votação em referendo que abriu caminho à independência e posterior reconhecimento mundial da República Democrática de Timor-Leste.

Sobre o tema trazemos o texto parcial de Wikipédia e seguidamente, do Jornal Tornado, parcialmente, apresentamos o artigo de J.T. Matebian, em Timor-Leste. Depois é só seguir as ligações que deixamos e inteirar-se nas referidas fontes sobre o ocorrido historicamente e como está Timor-Leste na atualidade.

Passados 20 anos grassa a pobreza e a riqueza também. Mais de dois terços de pouco mais de um milhão de timorenses sobrevive pobremente, muitas vezes miseravelmente. A classe média situa-se em menos de um terço da referida população, enquanto que a elite – políticos, familiares e algum empresariado enriqueceu surpreendentemente, exponencialmente, imoralmente. Concluiu-se há muito que Indonésia e a ONU (UNTAET) deixaram naquele país o vírus da corrupção bem ativo, infelizmente.

Com regozijo e em memória aos mais de 200 mil timorense assassinados durante a ocupação do regime ditatorial de Shuarto deixamos a porta aberta para o acesso à causa de Timor-Leste nestas comemorações dos 20 anos de alguma liberdade, independência e democracia. Também de reconstrução do país do sol nascente, Timor Lorosae.

Redação PG

Referendo de independência de Timor-Leste de 1999

O referendo sobre a independência do Timor-Leste foi realizado em 30 de agosto de 1999, como decisão política sobre o Timor-Leste, um país do Sudeste Asiático. As origens do referendo deram-se com o pedido feito pelo Presidente da IndonésiaBacharuddin Jusuf Habibie, ao Secretário-geral das Nações UnidasKofi Annan, em 27 de janeiro de 1999. O pedido consistia em realizar um referendo em Timor-Leste, no qual seria dado, à província indonésia, o poder de escolha de uma maior autonomia dentro da Indonésia ou a independência.

Nos meses anteriores, o Presidente Jusuf Habibie tinha feito várias declarações públicas em que ele mencionava que os custos de manutenção de subsídios monetários para apoiar a província não foram equilibrados por qualquer benefício mensurável para a Indonésia. Devido a esta desfavorável análise custo-benefício, a decisão mais racional seria ser dada, à província, que não fazia parte dos limites originais da Indonésia até 1945, a escolha democrática sobre se queria ou não permanecer na Indonésia. Esta escolha também ficou em pauta com o programa de democratização geral de Habibie, no período pós-Suharto.

Como etapa de acompanhamento para o pedido de Habibie, a ONU organizou reunião entre o governo indonésio e o governo português(que detinha a autoridade colonial anterior sobre Timor-Leste).[1] Em 5 de maio de 1999, essas negociações resultaram no "Acordo entre a República da Indonésia e a República Portuguesa sobre a Questão de Timor-Leste". O referendo seria realizado para determinar se Timor Leste permaneceria parte da Indonésia como uma Região Autónoma Especial, ou separar-se-ia da Indonésia.[2] O referendo foi organizado e monitorado pela Missão das Nações Unidas em Timor-Leste (UNAMET) e 450 000 pessoas estavam aptas a votar, incluindo 13 000 timorenses fora dos limites territoriais do Timor-Leste.



20 anos de referendo em Timor-Leste

A UNTAET transmitiu de facto o poder aos timorenses?


Esta é a pergunta colocada pelo político e académico Avelino Coelho, após 20 anos da data que assinalou o referendo em Timor-Leste, em 30 de Agosto de 1999, e depois do governo transitório da ONU ter cumprido a sua missão.

Passadas duas décadas do referendo em Timor-Leste e da restauração da independência em 2002 persistem os problemas socioeconómicos neste país lusófono. Para tentar analisar-se a situação em que este país se encontra, decidimos auscultar a opinião de um dos nacionalistas mais coerentes e respeitados de Timor-Leste, Avelino Maria Coelho da Silva.

Interpelado pelo nosso Jornal sobre o day after do Referendo, Avelino Coelho interroga-se: “a UNTAET transmitiu de facto o poder aos timorenses?”.

O referendo e as questões não resolvidas

As negociações tripartidas conduzidas pela Organização das Nações Unidas (ONU) e envolvendo Portugal e a Indonésia, apesar da controvérsia que gerou, culminaram, em 5 de Maio de 1999, com a assinatura de um acordo para a realização de uma consulta Popular em Timor-Leste que ocorreu no dia 30 de Agosto de 1999, há duas décadas.

Por ocasião da efeméride, o Parlamento Nacional de Timor-Leste  anunciou a edição para breve de um livro «sobre o Referendo» para honrar a memória de todos aqueles que sofreram no arrastado conflito político-militar cujos excessos provocaram a morte de muitos milhares de pessoas.

A propósito do referendo, Avelino Coelho, conhecido durante a luta de libertação pelo nome de código “Shalar kosi / FF”, e considerado um dos principais líderes da Frente Clandestina, referiu que o referendo expressou “a realização histórica de um povo que acreditou no seu direito e por ela, denodadamente, se bateu, apesar das incomensuráveis dificuldades e desafios”.

Mas, passaram 20 anos do referendo, e persistem muitos problemas socioeconómicos neste país lusófono, havendo inúmeras questões não resolvidas. A reflexão em torno das consequências da realização do referendo, segundo Coelho, é por isso “um imperativo nacional na medida em que apesar de termos anunciado a nossa independência, é sabido que mesmo depois da Libertação, persistem os problemas sócio-económicos, sem solução, e arrastam-se cada vez mais, distanciando as famílias das vítimas da realização dos sonhos pelos quais os seus ente queridos deram a vida”.

ARDE ANGOLA II – Martinho Júnior


“O camaleão vai atrás da borboleta, permanece camuflado por muito tempo, para depois avançar lenta e gentilmente: primeiro coloca uma perna, depois outra. Por fim, quando menos se espera, ele lança o dardo de sua língua e a borboleta desaparece – a Inglaterra é o camaleão e eu sou a borboleta” – Rei Lobengula – http://pagina--um.blogspot.com/2010/10/globalizacao-o-camaleao-voraz-que.html

Martinho Júnior, Luanda 

… Seguir os passos de Nelson Mandela ao comprometer-se com elites que em relação à natureza tapam por via de suas próprias implicações o seu papel no Grupo Bilderberg e no “apartheid”, (https://www.greatlimpopo.org/2015/07/remembering-nelson-mandela-founding-patron-of-peace-parks-foundation/) é uma forma ingénua e avulsa de “meter a raposa no galinheiro” e engordá-la com as suas próprias opções de caça em “jogos africanos”…( https://paginaglobal.blogspot.com/2013/12/que-eternidade-para-mandela-i.htmlhttps://paginaglobal.blogspot.com/2013/12/que-eternidade-para-mandela-ii.html).

Por que razão na celebração do 100º aniversário natalício de Nelson Mandela se foi buscar Obama, que tanto tem a ver com a disseminação do caos em África ao destroçar a Líbia e não se foi buscar o Comandante Raul de Castro, que tanto tem a ver com a libertação do continente do colonialismo e do “apartheid”?… (https://tudoparaminhacuba.wordpress.com/2018/07/29/que-eternidade-para-nelson-mandela/).

De facto esse é um dos poderosos artifícios elitistas conseguidos por via da globalização capitalista neoliberal (https://gara.naiz.eus/paperezkoa/20130706/411802/es/Sudafrica-pacto-faustico-ANC-fue-costa-mas-pobres), pois assim se inibe a vocação de Angola para, numa lógica com sentido de vida, se despertar para uma geoestratégia de desenvolvimento sustentável tendo como força o conhecimento e o estudo da fulcral região central das grandes nascentes e, com isso alcançar-se o patamar de gestação duma cultura de inteligência patriótica imprescindível em relação ao futuro da própria identidade nacional! (http://paginaglobal.blogspot.pt/2014/08/desbravando-logica-com-sentido-de-vida-i.html).

África merece um longo processo de educação dos seus povos e isso não se resolve com e apenas a cumplicidade de elites cujas opções foram sempre de exclusão e nunca de integração! (https://paginaglobal.blogspot.com/2018/08/pequena-reflexao-sobre-guerra-e-paz.html).

Tenho vindo a levantar sempre com sentido de oportunidade a ténue fronteira do que é civilização e do que é barbárie, particularmente quando os fenómenos em observação se tornam abrangentes, a ponto de só se poder compreendê-los quando é dado relevo a essa abrangência e aos seus inerentes contraditórios.

Angola | incêndios florestais deixam o país em alerta


Angola também sofreu recentemente com os incêndios florestas, apesar destes terem uma origem diferente dos incêndios na Amazónia. A opinião pública angolana espera que haja medidas e soluções no futuro.

Os incêndios na Amazónia trouxeram a debate sobre a questão da preservação do meio ambiente em todo mundo. Em Angola, os cidadãos ouvidos pela DW África pedem a adoção de políticas públicas de sensibilização.

O Governo angolano promete apostar em espaços verdes, mas nega que Angola tenha um problema de incêndios semelhante ao da Amazónia. Imagens da NASA mostram uma mancha vermelha dos fogos maior em África do que na América do Sul. Enquanto a floresta da Amazónia está a arder no Brasil, há países africanos onde há muito mais fogos.

No Brasil foram registados cerca de 2.000 fogos desde a semana passada, em Angola, por exemplo, houve registo de mais do triplo, quase 7.000 focos de incêndio, segundo os dados da NASA.

Angola e uma nova ordem económica com venda de capitais públicos?



Durante a campanha eleitoral, o então candidato a deputado e presidencial João Lourenço, afirmava que era necessário “Melhorar o que está bem e corrigir o que está mal” porque havia – e ainda há – muita coisa que estava mal, nomeadamente, a nível político, social e, principalmente – com os efeitos colaterais que têm sobre os problemas sociais e políticos – a nível económico e financeiro. 

Depois de eleito, houve actos políticos que visaram, ou indiciaram, haver vontade de alterar certas coisas a nível económico e financeiro, como, por exemplo, o retorno de capitais indevidamente retidos – ou levados para – no exterior– já se viu, realmente algum efeito prático da medida; o Banco Nacional de Angola (BNA) vai dizendo que sim, mas, apesar das devoluções serem anónimas, pelo menos, o BNA, deveria mostra uma “folha de Excel” com a lista dos montantes que foram devolvidos e como foram aplicados e até agora nada se viu; na comunicação social, oficial, oficiosa ou privada, nada li; talvez lapso meu...

Mas, também uma vontade de solicitar ajuda externa – quando não se tem capacidade interna para o fazer, fica bem pedi-lo ao exterior; não é mostrar incapacidade, mas assumir que toda a ajuda ["desinteressada”] é sempre bem-vinda – foi, quase logo no início, evidenciada. Um pedido, nesse sentido, seguiu para as duas organizações criadas em Bretton Woods: Banco Mundial (BM) e Fundo Monetário Internacional (FMI).

Bolsonaro não é só contra a Amazónia, é contra o Brasil


“Sem respeitar os tratados internacionais em relação as salva-guardas ambientais, em que é signatário, e sem cumprir sua própria legislação ambiental, o Brasil se torna pária no mundo globalizado e terá sua pauta de exportações imensamente prejudicada, pois essas exigências fazem parte dos acordos multilaterais do mercado mundial”

Dalton Macambira, Rio de Janeiro | Correio do Brasil | opinião

Após defender a ditadura militar e se declarar fã incondicional do torturador e assassino Brilhante Ustra, em oito meses de governo, Bolsonaro elegeu como alvos principais de sua “cruzada anticivilizatória”: a educação, os professores e os ambientalistas. Esse ódio ao saber, a cultura e ao meio ambiente são manifestações próprias de governos autoritários, que buscam no obscurantismo, de cunho claramente fascista, destruir as bases de uma sociedade democrática e do estado de direito.

A polémica mais recente do presidente foi colocar em prática o que afirmara desde a campanha eleitoral, quando disse que iria acabar com a farra das multas ambientais, sendo que depois de eleito cogitou seriamente extinguir o Ministério do Meio Ambiente, numa clara demonstração de que fragilizaria os órgãos de fiscalização do uso dos recursos naturais no país. Mesmo reconhecendo que o Ibama e o ICMBio não têm os recursos necessários para o exercício de sua missão institucional, o capitão reformado brigou com a Alemanha e a Noruega, principais doadores do Fundo Amazónia que tem sido fundamental para financiar as ações de comando e controle na região.

Brasil | "SÓ ME RESTA PERGUNTAR: ONDE VOCÊS APRENDERAM A SER NAZISTAS?"


Carta pública aos ex-colegas da Lava-Jato
por Eugênio Aragão

Sim. Ex-colegas, porque, a despeito de a Constituição me conferir a vitaliciedade no cargo de membro do Ministério Público Federal, nada há, hoje, que me identifique com vocês, a não ser uma ilusão passada de que a instituição a que pertenci podia fazer uma diferença transformadora na precária democracia brasileira. Superada a ilusão diante das péssimas práticas de seus membros, nego-os como colegas.

Já há semanas venho sentindo náuseas ao ler suas mensagens, trocadas pelo aplicativo Telegram e agora reveladas pelo sítio The Intercept Brasil, num serviço de inestimável valor para nossa sociedade deformada pela polarização que vocês provocaram. Na verdade, já sabia que esse era o tom de suas maquinações, porque já os conheço bem, uns trogloditas que espasmam arrogância e megalomania pela rede interna da casa. Quando aí estava, tentei discutir com vocês, mostrar erros em que estavam incidindo no discurso pequeno e pretensioso que pululava pelos computadores de serviço. Fui rejeitado por isso, porque Narciso rejeita tudo que não é espelho. E me recusava a me espelhar em vocês, fedelhos incorrigíveis.

A mim vocês não convencem com seu pobre refrão de que “não reconhecem a autenticidade de mensagens obtidas por meio criminoso”. Por muito menos, vocês “reconheceram” diálogo da Presidenta legitimamente eleita Dilma Rousseff com o Ex-Presidente Lula, interceptado e divulgado de forma criminosa. Seu guru, hoje ministro da justiça de um desqualificado, ainda teve o desplante de dizer que era irrelevante a forma como fora obtido acesso ao diálogo, pois relevaria mais o seu conteúdo. Tomem! Isso serve que nem uma luva nas mãos ignóbeis de vocês. Quem faz coisa errada e não se emenda acaba por ser atropelado pelo próprio erro.

Bolsonaro e o silêncio do Governo português


Se há algo que devia unir a humanidade é a inescapável conclusão de que todos precisamos de oxigénio. Se isso bastasse para salvar a Amazónia poderíamos dormir descansados.

Joana Mortágua* | Jornal i | opinião

A Amazónia está a arder. Já todos vimos as imagens, na descrição da tragédia não resta muito espaço para as palavras. A Amazónia faz parte do nosso património afetivo e de sobrevivência com o planeta que habitamos. Se há algo que devia unir a humanidade é a inescapável conclusão de que todos precisamos de oxigénio. Se isso bastasse para salvar a Amazónia poderíamos dormir descansados. Não basta, e é preciso entender porquê.

Bíblia, Boi e Bala. Um B para a frente parlamentar evangélica, defensora da generalização da “cura gay” e outros atentados aos direitos humanos. Um B para agrupar todos os parlamentares com interesses no agronegócio, também chamada de bancada ruralista. Um B para os armamentistas, frente parlamentar de militares e polícias convictos de que os problemas de segurança do Brasil se resolvem pondo uma arma na mão e uma bomba nas garantias democráticas de cada cidadão. E um B para os unir a todos: Bolsonaro.

'Football Leaks' | Hungria aceita extensão do Mandado de Detenção Europeu de Rui Pinto


A Hungria aceitou o pedido do Ministério Público para o alargamento do Mandado de Detenção Europeu de Rui Pinto, podendo assim acusar o colaborador do 'Football Leaks' por factos apurados na investigação relacionada com Doyen e Sporting.

A informação consta numa nota publicada hoje na página da Internet do Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP), depois de em julho deste ano o Ministério Público (MP) ter pedido a extensão do Mandado de Detenção Europeu (MDE).

"Esse pedido [do MP] teve resposta positiva das autoridades húngaras, as quais deram consentimento, a 13 de agosto de 2019, à extensão do MDE", refere a nota do DCIAP, acrescentado que o inquérito, dirigido pelo MP do DCIAPcom a coadjuvação da Polícia Judiciária, encontra-se em investigação e está em segredo de justiça.

Em prisão preventiva desde 22 de março, o português Rui Pinto, de 30 anos, foi detido em janeiro na Hungria e entregue às autoridades portuguesas, com base num MDEque apenas abrange os acessos ilegais aos sistemas informáticos do Sporting e do fundo de investimento Doyen Sports, estando indiciado pela prática de quatro crimes: acesso ilegítimo, violação de segredo, ofensa à pessoa coletiva e extorsão na forma tentada.

Portugal | Museu de Salazar, NÃO!


Helena Pato | Jornal Tornado

Esclarecimentos

I
No sítio da CMSCD está bem clara a intenção da autarquia de fazer um museu com o espólio do ditador (comprado ao sobrinho pelo autarca) e o equipamento escolar da época…Esse é o MUSEU DE SALAZAR, tão ansiado pela família fascista portuguesa e estrangeira.

II
Eu não sou contra um Centro Interpretativo do Estado Novo em Alpiarça ou em Monchique ou em Viana do Castelo. Ou em mil e outros locais. Repudio veementemente a sua localização na terra do Ditador, porque vai transformar-se num lugar de peregrinações de fascistas.

III
Serei só eu, ou ainda ninguém soube, pela boca dos próprios, quem são os historiadores que estão associados ao tal Centro, propagandeado pelo Presidente da Câmara de Santa Comba, em pré campanha eleitoral? Há um silêncio algo significativo por parte desses senhores professores, no contexto da contestação e das interrogações que estão a chover de todos os lados na Comunicação Social.

IV
Os signatários da petição apoiam a carta dos 204 ex-presos políticos, apelando ao Governo para que intervenha no sentido de impedir a concretização de um projecto que, longe de visar esclarecer a população e sobretudo as jovens gerações, se prefigura como um instrumento ao serviço do branqueamento do regime fascista (1926 – 1974) e um centro de romagem para os saudosistas do regime derrubado com o 25 de Abril.

V
O senhor Primeiro-Ministro ainda não respondeu nem à carta dos 204 ex-presos, nem à petição dos 15 000 (agora já são mais de 17 000). O que eu dava para conhecer o conselho que a Mãe, a resistente antifascista Maria Antónia Palla, lhe deu!

Portugal | ÀS DIREITAS


HenriCartoon, por Henrique Monteiro

Brexit, a revolução sem glória via parlamento e democracia suspensos


Johnson, que também é Boris e recém-chegado a PM britânico, deu o bote à laia de serpente venenosa e levou a caquética rainha Isabel II a suspender o parlamento e a democracia – porque é isso que acontece quando o parlamento é silenciado.

O despenteado PM calou onde não devia os seus opositores à saída do Reino Unido (?) da União Europeia de forma tresloucada, em simbiose com o visual que nos oferece com o seu aspeto de despenteado mental e nos cabelos. O tema é tratado na abertura do Expresso Curto por Ricardo Costa, que lhe chama revolução sem glória.

Mas há ainda mais neste Curto que apresentamos a seguir e foi surripiado - com vénia – do já histórico jornal Expresso, o do tio Balsemão Bilderberg de Impresa. Sem mais anotações convidamos para que sigam o esparramado com interesse do autor-escritor-jornalista já referido e agora por nós cumprimentado.

Tenham um bom dia de quinta-feira e que para todos vós amanhã seja outro dia… bom.

Carlos Tadeu | Redação PG

Bom dia este é o seu Expresso Curto

Brexit, a Revolução sem Glória

Ricardo Costa | Expresso

O Reino Unido já tinha na sua história uma Revolução Gloriosa, na gaveta do séc. XVII, com a deposição de um Rei católico (Jaime II) a favor de outro protestante (Guilherme de Orange), desembarcado da Holanda, numa transição com pouco sangue para os padrões da época.

Esses tempos voltaram a ecoar quando os alertas noticiosos anunciaram que Boris Johnson tinha pedido à Rainha para suspender o Parlamento por cinco semanas, para ter as mãos livres no Brexit.

Assim dito, até parecia que Isabel II tinha o poder de dizer que não. Não tinha, porque o tal século XVII deu a resposta: o último rei que foi contra o Parlamento foi o pai de Jaime II (Carlos I), que acabou deposto e, pormenor importante, decapitado. O filho não arriscou tanto mas teve que fazer as malas para França.

Surge um nexo entre massacres e misoginia


Passado dos assassinos em massa nos EUA revela algo em comum: a masculinidade tóxica. Maior parte já tinha praticado violência contra mulheres — ou nutria ódio por elas. Acesso a armas de fogo completou coquetel mortal

Gabriela Leite | Outras Palavras | Imagem: Rick Sealock

Assassinatos em massa por atiradores são episódios quase típicos da cultura norte-americana. Alguns consideram que a tendência começou com o massacre que ocorreu em 1966, quando um homem subiu na torre da Universidade do Texas e abriu fogo indiscriminado contra quem estava nas redondezas — matando 13 e ferindo 31 pessoas. Horas antes, havia esfaqueado sua mãe e esposa. Algumas centenas de massacres com características semelhantes vêm acontecendo ao longo das décadas, no país em que é possível comprar armas em supermercados. Há algo que os aproxima: são maioritariamente praticados por homens brancos. Mas um outro componente foi recentemente identificado por pesquisadores, segundo o New York Times: a grande maioria dos atiradores em massa têm, como pano de fundo, um histórico de ódio e violência contra mulheres.

Sim, uma parte deles são os incels. Em 23 de abril do ano passado, um homem jogou uma van contra pedestres nas ruas de Toronto, no Canadá, e chamou o ato de “rebelião incel”. Ao fazê-lo, chamou a atenção para as comunidades virtuais de jovens que se autointitulam “celibatários involuntários” (por isso o encurtamento in-cel, em inglês). Acumulam frustração por não conseguir se relacionar sexual ou amorosamente, e voltam sua fúria contra as mulheres — como se fossem elas as culpadas por serem indesejados. Usam a rede para se estimular reciprocamente a extravasar este sentimento cometendo assassinatos em massa.

Trump pressiona por exploração em floresta nacional no Alasca


Se decretada, medida poderá afetar milhões de hectares da maior floresta temperada intacta do mundo, ao permitir a extração de madeira e minérios e construção de estradas. Tongass é alvo constante de disputas políticas.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ordenou o Departamento de Agricultura do país a remover as restrições à exploração na Floresta Nacional de Tongass, uma área de 6,7 milhões de hectares no Alasca, segundo reportagem publicada nesta terça-feira (27/08) pelo jornal americano The Washington Post.

Se for de fato decretada, a medida poderá afetar mais da metade daquela que é considerada a maior floresta temperada intacta do mundo e permitirá a exploração de madeira, minérios e recursos energéticos, além da construção de estradas.

Trump discutiu o assunto com o governador do Alasca, o republicano Mike Dunleavy, e ordenou que seu secretário de Agricultura, Sonny Perdue, decrete a remoção das restrições.

As restrições à exploração em Tongass haviam sido impostas pelo ex-presidente Bill Clinton em 2001, dias antes de deixar a Casa Branca, ao interditar a extração de madeira em mais da metade da área e proibir a construção de estradas em mais de 2,3 milhões de hectares da floresta, no sudeste do Alasca.

Partidos italianos alcançam acordo para formar novo governo


Arranjo entre o Partido Democrata e o Movimento Cinco Estrelas prevê a continuidade de Giuseppe Conte como primeiro-ministro. Anúncio representa derrota para o direitista Matteo Salvini, que vinha tentando forçar novas eleições.

Um acordo político foi firmado na Itália nesta quarta-feira (28/08) entre o Partido Democrata (PD), de centro-esquerda, e o populista Movimento Cinco Estrelas (M5S) para formar uma nova coligação de governo com o atual primeiro-ministro, Giuseppe Conte, na liderança.

A manutenção de Conte na chefia de governo foi uma das condições impostas ao PD pelo líder do M5S, Luigi Di Maio, um dos vice-pm do país. O M5S é a principal força do Parlamento italiano, enquanto o PD conta com a terceira maior bancada. Juntos, os dois partidos terão 317 deputados de um total de 630.

Inicialmente, as conversas entre as siglas quase naufragaram por causa da relutância do Partido Democrata em aceitar a continuidade de Conte no cargo.

"Metade da Itália pediu-me que faça este governo com Conte como primeiro-ministro. Escutei todo mundo e percebi que devia me render", afirmou Nicola Zingaretti, líder do PD.

A crise sistémica do capitalismo mundial


Prabhat Patnaik [*]

A marca registada de uma crise sistémica, distinta de uma crise cíclica ou esporádica do capitalismo, é que todo esforço para resolver a crise dentro dos limites vastos do sistema, definido em termos da sua configuração de classe predominante, apenas agrava a crise. É neste sentido que o capitalismo neoliberal entrou agora numa crise sistémica. Esta não pode ser resolvida por meros remendos; e as tentativas de ir além de meros remendos – como por exemplo com a introdução do proteccionismo sem transcender a estrutura ampla da globalização neoliberal, ou seja, sem superar a hegemonia do capital financeiro internacional, que é a força motriz por trás desta globalização, tal como Trump está a fazer nos EUA – só agravará a crise.

Os sintomas da crise são bem conhecidos. A crise de 2008 foi seguida pela busca de uma "política de dinheiro barato" nos EUA e alhures, de modo que as taxas de juros foram deitadas abaixo, até quase zero. Isso mal conseguiu fornecer algum espaço temporário de respiração ao capitalismo mundial. Mas agora, mais uma vez, ele está confrontado com uma recessão iminente. Nos EUA, o investimento das empresas está em declínio e a produção industrial em Julho foi 0,2 por cento mais baixa do que no mês anterior. A economia britânica contraiu-se durante o segundo trimestre deste ano, assim como a da Alemanha. O quadro é praticamente o mesmo por toda a parte, tal como na Itália, Brasil, México, Argentina e Índia. Até mesmo a China está a testemunhar uma desaceleração da sua taxa de crescimento em consequência da recessão mundial.

A resposta dos decisores políticos em toda a parte a esta recessão emergente é propor mais uma vez um corte nas taxas de juros. O Banco Central Europeu, que já empurrou a sua taxa de juros chave para a região negativa, está a planear reduzi-la ainda mais. Na Índia, as taxas de juros já foram cortadas. A ideia por trás destes cortes nas taxas de juros não é tanto que taxas mais baixas causem maiores investimentos. É, em vez disso, que taxas mais baixas provoquem "bolhas" no preço dos activos – as quais promoveriam a procura agregada por meio de maiores gastos por parte daqueles que se sentem mais ricos devido às "bolhas" de tais preços de activos.

Seria preciso esclarecer porque esta tinha de ser a resposta típica de decisores políticos por toda a parte. No período imediatamente posterior à Segunda Guerra Mundial, ou seja, antes do aproximar da globalização neoliberal, os gastos do governo podiam ser aumentados a fim de promover a procura agregada sempre que houvesse uma ameaça de recessão. Os governos podiam elevar os défices orçamentais, se necessário, uma vez que os controles de capital estavam em vigor e não havia o perigo de fugas de capitais caso houvesse aumentos do défice orçamental. 

Governo fascista de Itália impede aviões de voar para localizarem naufrágios


Primeiro os navios, agora os aviões. Itália impede aeronaves de ONG de descolarem para operação de salvamento

Aviões ajudam para que as organizações não governamentais consigam detectar embarcações em risco e ter maior precisão para as alcançar

"Moonbird" e o "Colibri" estão parados há um mês depois de a autoridade de aviação civil italiana os ter proibido de levantar voo, justificando que as duas aeronaves só podem “ser usadas para fins recreativos e não para atividades profissionais”. Essas atividades profissionais são as operações de salvamento e resgate no centro do Mediterrâneo, pois os dois aviões pertencem a organizações não governamentais: à Sea-Watch (Alemanha) e à Pilotes Volontaires (França).

Ambos, refere o jornal britânico “The Guardian”, têm licença de voo para missões naquela zona do sul da Europa reconhecida há mais de dois anos. No entanto, esta não é primeira vez que têm problemas - tal como já acontece com os navios que patrulham o centro do Mediterrâneo no mar. No ano passado, por exemplo, o Moonbird ficou bloqueado em Malta, impedido de sobrevoar o espaço aéreo maltês. Por mais de três meses esteve parado. As dificuldades em descolar só têm aumentado desde que, após o final de 2017, Itália e Malta desencadearam uma série de investigações às várias organizações não governamentais que levam a cabo as missões de salvamento e resgate.

Reino Unido | Boris pôs a rainha a vandalizar a democracia


O Reino Unido está em guerra civil. Churchill, aquele que Johnson (um tanto pateticamente) quis emular, uniu o país no momento mais difícil da sua história recente. Boris, que vive agora perto dos “War Rooms” a partir de onde Churchill dirigiu o país em guerra, empenha-se em estilhaçar o Reino.

Ana Sá Lopes | editorial | Público

A decisão do novo primeiro-ministro britânico de suspender o Parlamento até à véspera do Brexit – para impedir a democracia parlamentar de funcionar - é um ultraje inominável para um país que se orgulhava justamente das suas instituições democráticas. O que Boris Johnson fez ao suspender a democracia põe também em causa outra instituição que até agora tem funcionado como factor de coesão daquelas várias nações em risco de se desintegrarem por estes dias: a rainha de Inglaterra. No ocaso do seu reinado, Isabel II é envolvida numa golpada institucional sem moral nem ética – mas é assim que Boris é, é assim que Boris funciona. Isabel II não teria forma de dizer que não ao chefe do “Governo de Sua Majestade”, já que os seus poderes são meramente simbólicos, os de “rainha de Inglaterra”. Para todos os efeitos, a partir de uma decisão tomada nas suas férias no Castelo de Balmoral, na Escócia que agora já vê a independência inevitável, a rainha envolve-se num dos maiores escândalos institucionais de que há memória no Reino Unido. É duvidoso que aceite a enorme quantidade de pedidos de audiência que lhe foram dirigidos depois do anúncio da decisão do primeiro-ministro. Mas as multidões que saíram à noite um pouco por todo o Reino Unido a protestar contra a decisão de Boris, dirigem-se também ao carimbo da Rainha.

A independência da Escócia é “completamente inevitável”, diz Nicola Sturgeon


A primeira-ministra escocesa diz que há cada vez mais gente a aderir à “causa”. Líder conservadora escocesa deve demitir-se. Parlamento do País de Gales reúne de emergência para a semana.

A primeira-ministra escocesa, Nicola Sturgeon, disse esta quarta-feira que o primeiro-ministro britânico tornou a independência da Escócia “completamente inevitável”, ao suspender o Parlamento de Londres, uma decisão que considerou ser um pontapé na democracia.

“Este pode muito bem ser o dia em que a democracia morreu no Reino Unido e, quando olharmos para trás, pode muito bem ser o dia em que a independência da Escócia se tornou completamente inevitável”, disse Sturgeon ao jornal Heart Scotland News.

“Penso que o apoio à independência está a crescer a cada dia que passa. Respeito as pessoas que votaram ‘Não’ [no referendo à independência de 2014] , apesar de não concordar com elas, respeito as suas legítimas razões, mas sei que muitas estão agora a olhar para a situação no Reino Unido e a pensar ‘Não queremos fazer parte deste tipo de sistema'”, disse a primeira-ministra escocesa. “Penso que há cada vez mais convertidos a esta causa.”

Para Nicola Sturgeon, a justificação de que a suspensão do Parlamento é um procedimento normal é “absurda” e uma forma insultuosa de Boris Johnson impedir novos debates dobre o “Brexit” no Parlamento e um possível bloqueio por parte dos deputados a uma saída sem acordo.

Rainha Isabel II e Boris Johnson dão golpe e suspendem parlamento britânico


Corre insistentemente o sentimento e a palavra golpe para definir o que está a acontecer com a suspensão do parlamento britânico. Centenas de milhares manifestam-se em petição e em manifestações contra a medida, Corbyn, do partido opositor, contesta energicamente a medida, há solicitações a dar entrada em tribunais para que a decisão de Boris Johnson e da rainha seja considerada ilegal e inconstitucional. Via Observador trazemos a descrição do quadro mais recente acerca da anormalidade da decisão do muito recente PM britânico que colheu  a aprovação de Isabel II. (PG)

Rainha aprova pedido de Boris e suspende parlamento. Ações judiciais já tentam reverter decisão

A prorrogação do Parlamento aceite pela Rainha deixa poucas hipóteses aos membros do Parlamento para travarem um Brexit sem acordo. Ações judiciais urgentes tentam declarar a medida ilegal.

É oficial: a Rainha Isabel II aprovou o pedido de prorrogação do Parlamento britânico feito na manhã desta quarta-feira pelo primeiro-ministro Boris Johnson. Os deputados ainda vão reunir a 3, 4 e 5 de setembro, mas o Parlamento será suspenso a partir de 9 de setembro. Uma nova sessão só será reaberta a 14 de outubro com o Queen’s Speech, que resume os trabalhos do grupo parlamentar na sessão anterior. Por essa altura faltam apenas três dias para a cimeira do Conselho Europeu e duas semanas para a saída do Reino Unido da União Europeia, mesmo que não haja acordo entre as duas partes.

A decisão já está, porém, a ser contestada nos tribunais. O jornal The Guardian conta que já foram apresentadas duas ações judiciais para tratar a suspensão do Parlamento. A primeira foi apresentada por Gina Miller, uma ativista que já em 2016 recorreu à justiça para forçar o parlamento a legislar contra o Brexit antes que o artigo 50 fosse invocado, levando o país a abandonar a União Europeia. Agora, Miller fez entrar num tribunal superior um recurso urgente para analisar o plano de Boris Johnson de suspender o parlamento, alegando que pode provar que o primeiro-ministro “enganou o país”.

Infelizmente, os anúncios de hoje tornam muito claro que a prorrogação é uma realidade desesperada, e não apenas uma questão teórica. (…) Fomos todos enganados pelo primeiro-ministro e os seus advogados”, concluiu.

A segunda ação judicial parte das mãos dos advogados de um grupo de deputados escoceses e vai ser apresentada num tribunal da Escócia. Aqueles opositores do Brexit acreditam que é possível reverter a suspensão do parlamento e vão pedir aos juízes que receberem o caso para declararem a medida ilegal e inconstitucional.

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