quarta-feira, 11 de setembro de 2019

Guerrilheiros da RENAMO em Inhambane recusam desmilitarização e questionam lider


Guerrilheiros alegam que o partido enfrenta sérios problemas sob comando de Ossufo Momade, como o desrespeito às cláusulas do dossier deixado por Afonso Dhakama. A direção da RENAMO recusou falar sobre o assunto.

Os guerrilheiros da Resistência Nacional de Moçambique (RENAMO) na província de Inhambane, sul de Moçambique, estão acantonados na base de Matokose, na localidade de Tsenane, no distrito de Fulhaouro, e afirmam que estão na posse de muito armamento.

O Coronel João Machava, que afirma estar a liderar um grupo de 300 homens armados, disse à imprensa que o atual presidente da RENAMO, Ossufo Momade, violou o dossier acordado pelo falecido líder do partido, Afonso Dhakama, com as autoridades moçambicanas. E, por isso, não vão entregar as armas ao Governo moçambicano.

"Não estamos a gostar do trabalho desenvolvido pelo presidente Ossufo Momade. Queremos que ele se retire e demita-se da liderança do partido. Com a sua entrada na liderança, ele destruiu o partido e, pelo facto, exigimos um novo presidente que deve respeitar as clausulas do dossier que o presidente Dhakama deixou”.

Ex-administradora do Bié responsabiliza ex-SG do MPLA pelos crimes de que é acusada


O antigo secretário-geral do MPLA, Álvaro de Boavida Neto, foi apontado pela ex-administradora do município de Chinguar, Beatriz Napende Diniz, de ter sido o mandante dos crimes de que ela está a ser acusada, quando ele era governador da província do Bié.

Jurista diz que as acusações de Beatriz Diniz fazem sentido porque era executora das decisões do governador.

Presa desde Dezembro de 2018, a antiga gestora municipal, e mais outros 21 arguidos, respondem pelos crimes de peculato, associação criminosa, branqueamento de capitais, falsificação de documentos, participação em negócios e tráfico de influência, além de terem defraudado o Estado angolano em cerca de 300 milhões de kwanzas.

Diante do juiz do tribunal provincial, Beatriz Diniz negou na terça-feira, 10, responsabilidade nos crimes de que é acusada com o argumento de que os actos que praticou foram em cumprimento de ordens de Álvaro de Boavida Neto.

“Fiz tudo em orientação do ex-governador Álvaro Boavida Neto, por via telefónica, com realce na arrecadação de receitas do município, consubstanciadas na concessão de terra, licenças de obras e vedação”, denunciou a antiga responsável, citada pela imprensa pública.

Álvaro de Boavida Neto foi afastado do cargo de secretário-geral do MPLA em Junho de 2019, sem que fossem avançadas as razões que terão levado à sua substituição por Paulo Pombolo.

Antigo diretor da "secreta militar" angolana começou a ser julgado


Previsto para começar na semana passada, teve início, em Luanda, o julgamento do antigo chefe do Serviço de Inteligência e Segurança Militar António José Maria.

O ex-chefe do Serviço de Inteligência e de Segurança Militar, António José Maria, conhecido por "Zé Maria", começou a ser julgado esta terç-feira (10.09.), em Luanda, pelo Supremo Tribunal Militar angolano, por crimes de insubordinação e extravio de documento que contém informações secretas.

Segundo a acusação, o réu general "Zé Maria", em novembro de 2017, quando tomou conhecimento da sua exoneração, recusou participar na cerimónia de entrega da pasta do cargo que ocupava e levou consigo os arquivos afirmando que não era subordinado de João Lourenço (Presidente de Angola) e só cumpria ordens de José Eduardo dos Santos, o antigo chefe de Estado.

A sessão desta terça-feira que está a decorrer no Estado Maior General das Forças Armadas Angolanas, foi marcada com a leitura de pronúncia, acusação e contestação, tendo sido horas depois suspensa para ser retomada na quinta-feira (12.09.) com interrogatórios ao arguido.

São Tomé e Príncipe | Presidente defende reorganização das forças armadas


Presidente são-tomense, Evaristo Carvalho, defende reorganização das forças armadas de São Tomé e Príncipe. Para líder, um dos motivos é o fato do país situar-se numa região "agitada e cobiçada".

O Presidente são-tomense, Evaristo Carvalho, defendeu na sexta-feira (06.9) a reorganização das forças armadas de São Tomé e Príncipe, adaptando-a ao contexto de micro estado que goza de uma extensa fronteira situada numa sub-região bastante "agitada e cobiçada".

"Com uma reduzida população, mas gozando de uma extensa fronteira marítima rica em recursos marinhos, numa sub-região extremamente agitada e cobiçada, as nossas forças armadas devem ter a todo instante o conhecimento adequado e o sentido exato do seu papel", disse o chefe de Estado.

Evaristo Carvalho falava durante as comemorações do Dia das Forças Armadas e reconheceu "as transformações permanentes" que têm sido feitas no exército ao longo dos últimos 44 anos, "com sucesso e revezes", mas "sempre com a companhia" dos "amigos e parceiros tradicionais de cooperação técnico militar".

Nesse âmbito, elogiou a cooperação com Angola, Estados Unidos da América, Brasil e Portugal, para as quais endereçou "sinceros agradecimentos".

Libertados dois jornalistas detidos na Guiné Equatorial


Dois jornalistas da única cadeia de televisão privada da Guiné Equatorial, detidos há 12 dias no comissariado da polícia de Bata, capital económica, foram libertados no domingo sem acusação, anunciou hoje um deles.

Melanio Nkogo e Ruben Dario Bacale, jornalistas da televisão Asonga, foram detidos em 27 de agosto, mas nenhuma acusação foi feita contra eles nem foram avançadas as razões da detenção, afirmou Nkogo, citado pela France-Presse.

Segundo o jornalista, as detenções terão servido apenas para os intimidar.

No fim de semana anterior à detenção dos dois jornalistas, que terá ocorrido na terça-feira da semana passada, a Asonga TV difundiu uma entrevista realizada pelos dois jornalistas com um juiz do tribunal de instrução de Bata, Nazario Oyono, que tinha sido suspenso de funções alguns dias antes.

Oyono foi alegadamente suspenso por "irregularidades" a 21 de agosto pelo presidente do Supremo Tribunal, David Nguema Obiang, e os dois magistrados acusam-se mutuamente de terem impedido a abertura de um processo por desvio de fundos.

Guiné Equatorial quer empréstimo de 700 milhões do FMI


O ministro das Finanças da Guiné Equatorial disse que o país quer 700 milhões de dólares de ajuda financeira do FMI, e que ainda este mês haverá uma reunião em Malabo sobre o programa.

O ministro das Finanças da Guiné Equatorial, Cesar Mba Abogo, disse na sexta-feira (06.09) que o país quer 700 milhões de dólares de ajuda financeira do FMI, e que ainda este mês haverá uma reunião em Malabo sobre o programa.

“O ponto é garantir que podemos aumentar as nossas reservas para defender a nossa moeda”, disse o governante, acrescentando: “Alguns dos países já tiveram assistência financeira do FMI, agora é a altura de a Guiné Equatorial também ter”.

Em entrevista à agência de informação financeira Bloomberg na Cidade do Cabo, à margem do Fórum Económico Mundial sobre África, Mba Abogo explicou que receberá uma missão técnica do FMI a Malabo ainda este mês para debater o possível acordo de cerca de 630 milhões de euros, que surge no contexto do apoio que a instituição financeira multilateral está a dar a alguns dos sete países da União Aduaneira e Económica da África Central (Camarões, República Democrática do Congo, Gabão, Chade, República Centro-Africana, Guiné Equatorial e República do Congo) mais afetados pela descida dos preços do petróleo, que caíram para cerca de metade desde o verão de 2014.

Guiné-Bissau | ONU receia dificuldades após as eleições presidenciais


O Conselho de Segurança da ONU elogiou o Governo inclusivo da Guiné-Bissau e considera que se pode abrir um ciclo político depois das eleições de novembro. Contudo receia alguns problemas depois do pleito.

As próximas eleições presidenciais na Guiné-Bissau, que vão realizar-se em novembro, podem iniciar um novo ciclo político segundo o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU). Para a organização internacional depois de vários anos de instabilidade esta pode ser a oportunidade para garantir um futuro com maior segurança e inclusão.

Na reunião desta última terça-feira (10.09.), membros do Conselho de Segurança destacaram que a Guiné-Bissau tem o primeiro Governo "inclusivo" e "equilibrado" da África Ocidental, devido às oito ministras e três secretárias de Estado que compõem 35% dos membros do Executivo.

A secretária-geral assistente para África do Departamento de Operações de Paz, Bintou Keita, considerou que a comunidade internacional deve dar apoio financeiro e "contribuição instrumental" para a realização das eleições presidenciais de 24 de novembro e, se necessário, para a segunda volta, a 29 de dezembro, para pôr fim ao "ciclo político de instabilidade" que dura desde 2015.

CEDEAO pede aos guineenses justiça neutra, objetiva e independente


CEDEAO quer realização da primeira e segunda volta das eleições presidências este ano, na Guiné-Bissau. Missão da organização esteve em Bissau para avaliar os preparativos para o pleito marcao para 24 de novembro.

Uma missão ministerial da Comunidade Económica de Desenvolvimento dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) esteve na segunda-feira (09.09.) na capital guineense para avaliar os preparativos para a ida as urnas, marcada para 24 de novembro.

A delegação, que esteve algumas horas no país, manteve encontros com o Governo guineense, os partidos representados no Parlamento, as figuras que já se declararam candidatos ao escrutínio de novembro e ainda com o Procurador-Geral da República, tendo deixado clara a sua posição, a começar pela polémica sobre as correções das omissões nos cadernos eleitorais.

"A missão insiste que caso não houver consenso total entre os atores políticos, sobre a correção das omissões nos cadernos eleitorais, que se mantenham os ficheiros eleitorais das legislativas de 10 de março. Este Governo deve ficar até a realização das eleições e deve trabalhar para que a primeira e segunda volta das presidenciais tenham lugar em 2019", disse, lendo o comunicado, oPresidente da Comissão da CEDEAO, Jean-Claude Kassi Brouw.

Ao Procurador-Geral da República, Ladislau Embassa, a CEDEAO pediu uma "administração da justiça neutra, objetiva e independente". Um apelo que o titular do Ministério Público respondeu, prometendo atuar em nome da sociedade.

A ultradireita global tenta o tudo-ou-nada


Em ações simultâneas, e possivelmente coordenadas, Trump, Boris Johnson e Bolsonaro radicalizam posições, afastam antigos aliados e ampliam ataque à democracia. Há estratégia por trás deste movimento? Como revertê-lo?

John Feffer, do Foreign Policy in Focus | Tradução: Gabriela Leite

A estupidez não tira férias?

No final de agosto, a troika ultradireitista formada por Donald Trump, Boris Johnson e Jair Bolsonaro provou mais uma vez que os Estados Unidos, o Reino Unido e o Brasil estariam até melhores sem governante algum do que com esses personagens duvidosos que fingem governar os países.

Nos três casos, os governantes intensificaram suas políticas de destruição nacional nos últimos meses, de maneira a afastar até seus apoiadores antigos. Mais uma vez, demonstraram que não têm qualquer interesse em “make America, Reino Unido ou Brasil great again”. Só estão interessados em fazer o maior estrago possível até que sejam arrastados para fora do poder.

Israel | Netanyahu promete anexar parte da Cisjordânia se for reeleito


Primeiro-ministro israelita está de olho no Vale do Jordão, onde vivem dois milhões de palestinos. ONU fala em ameaça à solução de dois Estados, e autoridades palestinas dizem que medida destruiria todas as chances de paz.

Benjamin Netanyahu, prometeu nesta terça-feira (10/09) que, caso seja reeleito na próxima semana, pretende anexar parte da Cisjordânia ocupada, uma medida que ameaça inflamar o conflito entre israelitas e palestinianos ao reduzir as esperanças de uma solução de dois Estados.

"Hoje anuncio minha intenção, após o estabelecimento de um novo governo, de aplicar a soberania israelita no Vale do Jordão e no norte do mar Morto", afirmou Netanyahu num discurso exibido na televisão israelita. Mostrando um mapa, ele chamou a área de "fronteira oriental de Israel".

O PM adiantou que pretende anexar também outros assentamentos israelitas na Cisjordânia, mas somente após consultar o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. "Estou esperando para fazer isso em máxima coordenação com Trump", declarou.

Alemanha investiga unidade de elite militar por ligação com a extrema direita


Inquérito sobre a atuação de extremistas de direita na Bundeswehr passa a investigar tropa de elite que possui 1.100 membros. Comando sob suspeita participa de operações da Otan e costuma atuar ao lado de tropas dos EUA.

O Serviço alemão de Contrainteligência Militar (MAD) da Alemanha ampliou a investigação sobre extremistas de direita na Bundeswehr, as Forças Armadas alemãs, segundo noticiou a imprensa do país nesta terça-feira (10/09). O inquérito está concentrado na principal unidade de elite militar, o Comando de Forças Especiais (KSK), com sede na cidade de Calw.

Os jornais do grupo Redaktionsnetzwerk Deutschland revelaram um memorando confidencial do vice-ministro da Defesa, Gerd Hoofe, enviado a um painel de supervisão parlamentar alertando que o número crescente de extremistas na unidade necessitava de "investigações futuras". Hoofe destacou que o inquérito sobre extremistas de direita no KSK havia se tornada prioridade do MAD.

Fontes de segurança disseram a revista alemã Spiegel que o número de soldados na unidade das forças especiais que tem simpatia pela extrema direita seria "extraordinariamente alto".

Itália | “Salvini pode passar a ocupar apenas o posto de ministro da Vaidade”

(ou como o 5 Estrelas pode acabar com o grande populista europeu)

Não é que o Movimento 5 Estrelas se possa afastar do rótulo de “populista”, mas pode estar nas mãos do maior partido de Itália ditar o fim (para já) do reinado de Matteo Salvini. Se o Partido Democrata aceitar uma coligação com as tropas de Luigi di Maio, o 'Il Capitano' pode ficar temporariamente sem leme. A sua popularidade, porém, continua indestrutível e os italianos podem sentir-se enganados pelo sistema (mais uma vez) se Salvini for afastado dos centros de decisão. O autor de um livro sobre o 5 Estrelas explica ao Expresso as origens deste “partido camaleão”, que reflete, como um espelho, “a ideologia necessária para cada altura”.

"Já está mais que provado que há delinquentes e terroristas infiltrados nos navios que chegam a Itália e que depois continuam por essa Europa fora a cometer massacres. A nossa política de bloquear a imigração ilegal é um serviço para proteger a Europa, França, Espanha, Alemanha, Bruxelas. Dão-nos sermões mas são as políticas da Hungria e da Itália que os salvam.” Esta foi uma das respostas que Matteo Salvini, ministro do Interior de Itália, deu a um jornal húngaro em maio deste ano quando se encontrou com Viktor Orbán, o outro homem duro da UE no que diz respeito à imigração.

Mas através de uma rápida pesquisa na internet, com a resposta a aparecer logo no pódio de resultados, é fácil mostrar que Salvini está errado. Em 2016, um cidadão tunisino cometeu um ataque terrorista no mercado de Natal de Berlim. Três dos perpetradores dos atentados de Paris, em 2015, vieram da Síria, mas pela Grécia. Os dedos de uma mão chegam para provar que Salvini está a usar o truque mais antigo do livro da política: a generalização. Mais de 99,9% dos mais de 1,6 milhões de pessoas que chegaram à Europa desde 2011 não cometeram ataques terroristas, como escreve a Euronews, que passou as declarações de Salvini por uma espécie de polígrafo.

Este é apenas um exemplo da retórica que Matteo Salvini tem usado para chegar ao topo, onde já está mesmo sem ser mais do que ministro do Interior. É difícil convocar à memória o nome do homem que até esta terça-feira foi primeiro-ministro italiano: trata-se de Giuseppe Conte, mas como Salvini ocupa todas as manchetes, os murais das redes sociais e os ecrãs de televisão, o independente e agora demissionário primeiro-ministro poucas vezes foi peça essencial nas decisões da coligação entre o Liga, de Salvini, e o 5 Estrelas, o partido populista de Luigi di Maio. A queda desta estrutura periclitante era um cenário antecipado, mas dita mais uma mudança de rumo para um país que se tem vindo a afastar das regras que gerem a União Europeia.

A exigência de novas eleições gerais (as últimas realizaram-se há apenas 14 meses) pareceu, de início, uma manobra exímia de Matteo Salvini: com as sondagens a darem ao Liga perto de 36% de intenções de voto, era uma questão de tempo até se tornar primeiro-ministro. Mas, de facto, como explica ao Expresso Jacapo Iacoboni, autor do livro “A Experiência: Ascensão do Movimento 5 Estrelas” e analista político no jornal italiano La Stampa, “a cisão com os companheiros do 5 Estrelas pode ter custado a Salvini pelo menos o seu valor real na política - ou até mesmo a sua aura de estrela”. A chave para a resolução da crise política na qual Itália se vê envolvida é precisamente o partido que Salvini agora rejeita: o 5 Estrelas.

“Até ver, Salvini é o único perdedor dentro da sua própria arena de luta. Não é certo que haja eleições gerais e quem de facto tem a maioria dos deputados é o 5 Estrelas, que fará tudo para não ir a eleições.” Neste momento, o 5 Estrelas tem 216 deputados e 106 senadores na Câmara Alta, mas as projeções dos resultados numa nova eleição geral são “desastrosas”, diz Iacoboni. “Passaram de 32% nas eleições gerais para 17% nas europeias e estão por aí em intenções de voto, segundo as sondagens oficiais. Mas, na terça-feira, o Corriere della Sera publicou uma sondagem interna em que os números não chegavam aos 9%, o que quer dizer que, no mínimo, eles perdem metade dos assentos.”

O que isto significa é que o 5 Estrelas pode estar a preparar-se para mais uma das suas metamorfoses. O autor, que estudou a fundo a formação do partido do comediante Beppe Grillo e da estrutura que o sustenta (a saber: uma enorme empresa privada de recolha de dados chamada Rousseau Foundation onde todos os dados de quaisquer pessoas que já tenham consultado a página do movimento estão guardados e para a qual todos os parlamentares do 5 Estrelas contribuem com 300 euros por mês para que a rede continue a crescer), conta ao Expresso que o partido nunca foi mais do que um “agregador de opiniões” no sentido de “criar consensos” que “os donos da empresa pudessem usar para mudar a opinião pública como lhes apetece” e é por isso que o 5 Estrelas não é uma formação política comum. “O seu ADN é de permanente mudança ideológica.”

Portugal | DONA BANCA


Pedro Ivo Carvalho* | Jornal de Notícias | opinião

Ocasionalmente, somos sacudidos por um sinal de vida da Autoridade da Concorrência (AdC). O que, não sendo de todo animador, é mais do que podemos dizer da atividade fiscalizadora do Banco de Portugal. Desta vez, a pedrada ecoou fundo na credibilidade da Banca.

Numa decisão histórica, a AdC aplicou uma multa de 225 milhões de euros a 14 instituições bancárias por, durante mais de dez anos, terem trocado informações sensíveis sobre ofertas comerciais. O típico cartel. Acertaram preços sobre crédito à habitação, ao consumo e às empresas, combinaram estratégias, potenciaram lucros. Prejudicaram clientes. Tão profissionais e empenhados no antes como no depois, ou não tivessem apresentado 43 recursos sob a forma de travão.

Apesar de o esquema ter proliferado entre 2002 e 2013, o regulador esperou sete anos para poder agir com mão de ferro, após a primeira denúncia de uma entidade financeira entretanto perdoada. E só não foi mais duro porque o Banco de Portugal não deixou que a multa atingisse o limite legal, equivalente a 10% do volume de negócios dos prevaricadores. Justificação: tal punição poderia colocar em risco a "estabilidade financeira e a resiliência de um número significativo de instituições". Versão que a Autoridade da Concorrência rejeita, ao garantir que esse corretivo pecuniário seria, mesmo assim, condizente na proporção com as centenas de milhões de euros de crédito concedidas pela Banca, em especial durante os anos da crise e da intervenção da troika.

Já tínhamos percebido que ao Banco de Portugal escaparam (quase) todas as patifarias cometidas pelo setor financeiro na última década, mas faltava-nos este gomo de indecência. Não falamos de um ano nem de cinco. Esta prática concertada vigorou impunemente entre 2002 e 2013, nas barbas de dois governadores (Vítor Constâncio e Carlos Costa). Ora, perante isto, o mesmo Banco de Portugal que não desconfiou de nada mostra estar mais preocupado em proteger o sistema que sucessivamente o ludibria do que os consumidores que servem o sistema. Saber que, de entre todos os envolvidos, a Caixa Geral de Depósitos, o banco público, foi o mais castigado, por supostamente ter sido o mais comprometido com as ilegalidades, só torna mais fétida esta sujeira.

*Diretor-adjunto

Portugal | Vida (curta) de pobre. Mais desfavorecidos vivem menos sete a dez anos


As mulheres de grupos sociais desfavorecidos têm menos sete anos de esperança média de vida e os homens têm menos 15 anos, segundo um relatório da Organização Mundial de Saúde (OMS) que faz uma análise à região europeia.

Portugal surge como um dos países com maior esperança média de vida, mas regista diferenças significativas nos homens consoante o seu nível educacional. Contudo, está longe de ser o país em que o nível educacional mais interfere na esperança de vida.

No conjunto de cerca de 30 países da região europeia que são analisados, a esperança média de vida nas mulheres situa-se nos 82 anos e nos homens ultrapassa os 76 anos.

Em termos globais da região europeia, a esperança média de vida em ambos os sexos passou de 76,7 anos em 2010 para os 77,8 em 2015. "Há um largo fosso na esperança de vida entre homens e mulheres em diferentes grupos sociais dentro do mesmo país", regista a Organização Mundial da Saúde.

Despesa em saúde pública diminuiu em Portugal entre 2000 e 2017


No documento sobre o acesso equitativo à saúde, a OMS analisa 33 países e concluiu que em 15 a despesa em saúde pública aumentou entre 2000 e 2017 e noutros 14 se manteve dentro dos mesmos níveis.

Portugal surge como um dos únicos quatro países da região europeia em que a percentagem da despesa em saúde pública se reduziu entre 2000 e 2017, segundo um relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgado esta terça-feira.

No documento sobre o acesso equitativo à saúde, a OMS analisa 33 países e concluiu que em 15 a despesa em saúde pública aumentou entre 2000 e 2017 e noutros 14 se manteve dentro dos mesmos níveis.

Apenas quatro países da região europeia registaram uma redução na despesa em termos percentuais do seu produto interno bruto: Portugal, Irlanda, Hungria e Israel**.

A OMS recorda que alocar maiores recursos à saúde pública pode ajudar a reduzir a falta de equidade no acesso. "Muitas intervenções na promoção da saúde e prevenção da doença são bastante custo-efetivas e poupam dinheiro e recursos no curto, médio e longo prazo", refere o documento da OMS.

Portugal | CGTP quer aumentos salariais significativos para recuperar desvalorização


A CGTP aprova hoje a sua política de rendimentos para o próximo ano, reivindicando aumentos salariais significativos para todos os trabalhadores, que terão de ser superiores a 4%, para inverter a desvalorização das remunerações dos últimos anos.

"O aumento significativo dos salários para todos os trabalhadores é essencial para romper com a política de baixos salários e, por isso, é uma das três linhas de intervenção da nossa política reivindicativa para 2020", disse à agência Lusa o secretário-geral da Intersindical, Arménio Carlos.

As reivindicações da CGTP para o próximo ano vão ser aprovadas hoje pelo Conselho Nacional, na sua primeira reunião após as férias.

Como é habitual a central sindical irá aprovar um referencial salarial que servirá de base para todos os setores de atividade.

"O valor do referencial que o Conselho Nacional vai definir terá de ser mais elevado que o dos últimos anos, para tentar recuperar da degradação que os salários sofreram", afirmou Arménio Carlos.

O sindicalista lembrou que em 2017 os salários em Portugal representavam menos peso no PIB do que em 2001.

O 11 DE SETEMBRO DEZOITO ANOS DEPOIS


Paul Craig Roberts

Gostaria de perguntar aos leitores se encontraram nos media impressos, televisivos ou na National Public Radio alguma notícia da investigação altamente profissional realizada durante quatro anos acerca do desaparecimento do Edifício 7 do World Trade Center. A equipe internacional de engenheiros civis concluiu que a história oficial da destruição do edifício 7 é inteiramente falsa. Informei das suas descobertas aqui: www.paulcraigroberts.org/...

Suspeito que o relatório pericial já esteja no Buraco da Memória. A revista Popular Mechanics, a Wikipedia e a CNN não podem etiquetar uma equipe eminente como "teóricos da conspiração". Portanto os presstitutos e variados artistas do encobrimento do ataque de falsa bandeira do 11/Set aos Estados Unidos simplesmente actuarão como se nenhum relatório existisse. A vasta maioria dos povos no mundo nunca ouvirá nada acerca do relatório. Duvido que os perpetradores reais do 11/Set cheguem a contratar a sua própria equipe para "refutar" o relatório, pois isso traria o relatório para os noticiários, o último lugar em que os autores querem que esteja.

O relatório da Comissão do 11/Set não era de uma investigação e ignorou todas as evidências forenses. A simulação do colapso do Edifício 7 feita pelo NIST foi amanhada para obter o resultado desejado. As únicas investigações reais foram feitas por cientistas, engenheiros e arquitectos privados. Eles descobriram evidência clara da utilização do [explosivo] nano-thermite na destruição das torres gémeas. Mais de 100 membros de unidades de intervenção inicial (First Responders) testemunharam terem sentido um grande número de explosões dentro das torres, incluindo uma explosão maciça no subsolo antes do momento em que foi dito que os aviões atingiram a torre. Numerosos militares e pilotos civis disseram que as manobras de voo envolvidas nos ataques ao WTC e ao Pentágono estão para além das suas qualificações e ainda mais certamente para além das qualificações dos alegados sequestradores. Destroços dos aviões estão surpreendentemente ausentes dos sítios do impacto. E assim por diante e assim por diante. Que o Edifício 7 foi uma demolição controlada já não é mais discutível.

Khalid Sheikh Mohammad: o 'arquiteto' dos ataques de 11/9 que será julgado em 2021


A data do julgamento de Khalid Sheikh Mohammad, apontado como "mentor" dos ataques de 11 de Setembro nos EUA, foi marcada.

Ele e outros quatro suspeitos do atentado serão julgados por um tribunal militar na base americana de Guantánamo, em Cuba, a partir de 11 de janeiro de 2021. Eles são acusados ​​de crimes de guerra, incluindo terrorismo, e de assassinar quase 3 mil pessoas.

Os cinco réus serão os primeiros a ir a julgamento, quase 20 anos após a série de ataques em Nova York, Washington e Pensilvânia.

Se considerados culpados, podem ser condenados à pena de morte.

Os atentados

No dia 11 de setembro de 2001, dois aviões de passageiros se chocaram contra as torres gêmeas do World Trade Center, em Nova York, como parte de uma série de ataques coordenados contra alvos nos EUA.

Um outro avião sequestrado por terroristas caiu sobre o Pentágono, na Virgínia, e um quarto, sobre a Pensilvânia, depois que passageiros resolveram enfrentar os sequestradores.

Os ataques de 11 de Setembro mataram ao todo quase 3 mil pessoas e foram reivindicados pela rede extremista Al-Qaeda, de Osama Bin Laden, morto em 2011 pelos EUA no Paquistão.

Khalid Sheikh Mohammad, acusado de pertencer à Al-Qaeda, foi capturado no Paquistão em 2003 e transferido para a base americana de Guantánamo em 2006.

As tentativas de processar ele e o restante do grupo foram marcadas por atrasos, sendo adiadas em mais de uma ocasião.

Em uma das tentativas de julgá-lo perante um tribunal militar em 2008, Mohammad disse que pretendia se declarar culpado e aceitaria o "martírio".

Em 2009, o governo Barack Obama, que havia prometido fechar Guantánamo, tentou transferir o julgamento para Nova York, mas revogou sua decisão em 2011, após forte reação da oposição no Congresso.

Os cinco suspeitos acabaram sendo acusados formalmente ​​em junho de 2011 por crimes semelhantes aos que haviam sido imputados inicialmente ​​a eles durante a gestão de George W. Bush.

EUA | Ex-agente do governo diz ter provas de que 11/09 foi trabalho interno dos EUA


Kurt Sonnenfeld, então com 39 anos, trabalhava para a Federal Emergency Management Agency (FEMA) do governo norte-americano logo depois que as torres caíram em Nova York. Ele ganhou acesso irrestrito ao Ground Zero e foi incumbido de filmar tudo o que encontrasse pela frente, de acordo com o que contou ao jornal The Sun.

Sonnenfeld, no entanto, resolveu não entregar a filmagem, alegando que havia descoberto evidências chocantes, que provavam que o governo dos EUA tinha conhecimento prévio do ataque terrorista aos prédios.  

Segundo conta, abaixo do World Trade Center 6, ele encontrou um cofre vazio, cujo conteúdo teria sido retirado antes do impacto dos aviões, indicando que alguém teria sido avisado do que iria ocorrer.

Fuga para a Argentina

Após suas descobertas, Sonnenfeld acredita que sua vida começou a desmoronar. Ele foi preso, acusado pela morte da sua esposa pouco tempo depois, quando ela foi encontrada com uma bala na cabeça.

Apesar das acusações contra ele terem sido retiradas, ele fugiu dos EUA e agora vive na Argentina, onde se casou e é pai de duas filhas. Sonnenfeld diz que teme que seja preso para ser silenciado - a polícia já reabriu o caso sobre a morte de sua esposa algumas vezes.

"EUA sabiam"

Em um documentário na Argentina, o norte-americano disse: "uma coisa que eu tenho certeza é que as agências de inteligência dos Estados Unidos sabiam o que ia acontecer, ou pelo menos deixaram acontecer. Não só sabiam, como de fato colaboraram." 

O ex-agente da FEMA também acredita que o colapso do WTC 7 é mais uma prova disso. O prédio construído com aço desmoronou sozinho nove horas após os ataques contra as torres. Até hoje a queda do prédio é um mistério e serve para alimentar as mais variadas teorias sobre os atentados terroristas daquele triste dia. Para Sonnenfeld, essa seria mais uma prova de que tudo não passou de um "trabalho interno" dos EUA.

HistoriaFonte: UniladThe Sun

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