terça-feira, 3 de março de 2020

Sinofobia, ou o medo ocidental de encarar a China


Quarentena chinesa contra a epidemia impactou indústrias, bolsas de valores e comércio em todo o mundo. Ao mostrar-se frágil, país evidenciou ao Ocidente, ainda racista e desinformado, sua força e liderança global

Fernanda Ramone | Outras Palavras

Foi preciso a China adoecer, em passagem para a celebração do Ano Novo, para, aos poucos, surgir a percepção da elevada temperatura das relações de interdependência financeira, comercial, tecnológica e social que temos, enquanto países, da China.

A sinofobia manifestou-se, em primeiro plano, nas preocupações com as cifras, com as bolsas de valores, com os danos e fissuras monetárias. Seguiram-se críticas à construção de um hospital colossal em tempo recorde (aos olhos do ocidente acidental), e depois palpites em relação às medidas de quarentena. Tardou o olhar humano para a China, a oferta de qualquer apoio de solidariedade, que eventualmente acabou por surgir, antes que fosse tarde.

A epidemia alastrou-se aos meandros mais subtis dos desavisados – nem todos percebiam, até então, a dimensão da presença chinesa no seu quotidiano. A noção foi-se alterando, passando das camadas dos atingidos pelo “Made in China”, ou seja, todos aqueles consumidores de componentes, produtos, peças e artefatos que o país produz sem a tecnologia de ponta, chegando e afetando também os que consomem o “Created in China”, a produção desenvolvida com tecnologia chinesa e que abastece o mundo – as montadoras de automóveis, de celulares, de placas solares, as indústrias e fábricas em geral, que deixaram de conseguir entregar o produto final em função da paralisação da exportação. Com o país em quarentena, sem conseguir fabricar, deixaram de importar.

Em Madrid, a ausência da China levou ao cancelamento da maior feira de exibição de telefonia – sem a presença do país o cenário se esvaíra. Na Berlinale, o Festival de Cinema de Berlim, a indústria cinematográfica evidencia a força da influência da China – 118 empresas chinesas cancelaram a sua presença. E o mesmo aconteceu com a Suécia, Malásia, Japão, Suíça, Taiwan, Uzbequistão, que também não vão. E não se trata de ficção.

Realidade: já não se vive sem a China. Este ímpeto da presença e das conquistas chinesas são essenciais, ensinam-nos, através da crise, o valor daquilo que é invisível aos olhos. Os chineses superaram a SARS, em 2003, e estabeleceram-se manifestações de afeto público como legado – foi após o período de quarentena de inverno a que os estudantes foram submetidos que desabrocharam pelas ruas da capital de mãos dadas e beijinhos na face.

Guiné-Bissau | Designação de Sissoco como Presidente gera controvérsia


No primeiro dia de Nuno Nabiam à frente do Governo, juristas ainda debatem o que chamar a Umaro Sissoco Embaló, que empossou o primeiro-ministro no fim de semana. Será "autoproclamado Presidente?" Tensão continua.

Foi o primeiro dia no poder do novo Governo liderado por Nuno Gomes Nabiam, antigo primeiro vice-presidente do Parlamento e líder do quarto partido mais votado nas legislativas de março de 2019, a Assembleia do Povo Unido - Partido Democrático da Guiné-Bissau (APU-PDGB).

Os 19 ministros e 13 secretários de Estado foram empossados na segunda-feira (02.03) à noite por Umaro Sissoco Embaló, que preside a Guiné-Bissau neste momento. O novo Governo ainda não tem um ministro da Saúde Pública, numa altura em que foi registado um caso de coronavírus no país vizinho Senegal. O Ministério da Saúde guineense continua fechado e ocupado por militares.

Em funções mantém-se a ministra dos Negócios Estrangeiros, Suzi Barbosa, envolta em polémica devido ao seu posicionamento a favor de Sissoco Embaló, logo após a divulgação dos resultados da segunda volta das eleições presidenciais. Antes, Barbosa fora eleita deputada pelo Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) e fez toda a campanha ao lado do candidato e líder do seu partido, Domingos Simões Pereira. De resto, o novo elenco governamental conta com vários membros de executivos anteriores.

Guiné-Bissau | Aristides Gomes: "O meu Governo foi afastado do poder à força"


Em exclusivo à DW África, Aristides Gomes confirma que o seu Governo foi afastado do poder e os membros foram impedidos de entrar nos ministérios. Porta-voz de Sissoco Embaló diz que "a república das bananas acabou".

O Governo de Aristides Gomes, que resultou das eleições legislativas de março de 2019, foi afastado do poder. Militares ocupam todos os ministérios e instituições do Estado, e os membros da administração de Gomes "estão todos em casa".

"Não podem trabalhar porque estão materialmente impedidos de aceder aos seus gabinetes. O meu Governo foi afastado do poder por via da força", afirma Aristides Gomes em entrevista exclusiva à DW África.

Militares ocupam instituições públicas

Demitido na sexta-feira passada por Umaro Sissoco Embaló, um dia depois de este ter sido empossado como Presidente da República à revelia do Supremo Tribunal de Justiça, o político diz que o país caminha para a consumação de um golpe de Estado e denuncia que o primeiro-ministro nomeado assumiu o seu gabinete esta segunda-feira (02.03).

"O meu gabinete foi assaltado e violado por Nuno Nabiam. Os militares continuam a bloquear o acesso a todas as instituições do Estado. Os juízes do Supremo Tribunal não reiniciaram os seus trabalhos porque a instância que alberga os órgãos judiciais está bloqueada por homens armados dos serviços de defesa e segurança", continua.

Gomes diz que está a trabalhar a partir de casa apenas com a segurança da força estrangeira estacionada na Guiné-Bissau, porque retiraram-lhe os militares nacionais que o protegiam. "Retiraram as duas viaturas que os meus seguranças utilizavam, porque nós não queremos entrar em briga, evidentemente. Eu dei instruções ao pessoal da minha segurança para não resistir e para entregar essas viaturas, que foram violadas e levadas para o Ministério do Interior. Quanto [à minha] segurança, estou relativamente seguro em casa, a ser protegido pelas forças da ECOMIB".

Sobre a posição da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), que condenou a atual situação política na Guiné-Bissau, Aristides Gomes diz: "Espero mais da comunidade nacional, dos guineenses. Espero que estejamos mobilizados e que nos possamos ocupar dos nossos assuntos internos. A comunidade internacional já está a fazer o que pode fazer ao acompanhar a situação."

Georges Chikoti: "Não podemos aceitar a força das armas na Guiné-Bissau"


O novo secretário-geral do Grupo África, Caraíbas e Pacífico (ACP), o angolano Georges Chikoti, diz que a comunidade internacional não apoiará alguém que tome o poder pela força. E apela à estabilidade na Guiné-Bissau.

Georges Chikoti, o primeiro lusófono a liderar o Grupo África, Caraíbas e Pacífico (ACP), ligado à União Europeia, defende uma maior intervenção de instituições como a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) e a União Africana para ajudar a resolver a crise política na Guiné-Bissau.

Chikoti, que assumiu o cargo na segunda-feira (02.03), diz ser "necessária uma presença militar da região para criar condições de estabilidade" no país e que vai dialogar com as organizações africanas "para que elas possam levar essa questão de maneira muito séria".
Em entrevista à DW África, o novo secretário-geral do Grupo ACP, com um mandato de cinco anos pela frente, também falou sobre Angola. Defendeu que é preciso ter paciência para esperar os resultados da luta iniciada pelo Presidente angolano, João Lourenço, para combater a corrupção.

São Tomé e Príncipe | Turismo Tripartido: Quem ganha e Quem Perde?


Fernando Simão | Téla Nón | opinião

O conceito de “turismo tripartido” com a Guiné Equatorial, anunciado por ocasião da visita do Primeiro-Ministro, Jorge Bom Jesus à Malabo, suscitou em mim alguma estranheza e preocupação. Temos que esperar ainda para conhecer e perceber bem os contornos desse tipo de cooperação. Ficamos a espera de quem de direito para nos brindar com mais esclarecimento sobre o assunto.

São Tomé e Príncipe é um microestado que deve salvaguardar a sua identidade própria em todos aspetos, sob pena de ser absorvido por um outro estado vizinho ou não de maior dimensão. Creio que essa foi sempre a nossa luta. Se ainda temos muitas razões para continuarmos dependentes de outros Países, não devemos criar ou inventar outros motivos para perpetuar essa dependência. Isto vale para a nossa política externa, assim como as políticas culturais, sociais e económicas.

Debruçando-me sobre “turismo tripartido”. Se entendi bem, consistiria em criar condições para que os turistas que visitam a Guiné Equatorial possam ir também a São Tomé e Príncipe. Espero que seja simplesmente uma questão de transportação dos turistas tendo em conta a nossa debilidade em meios de transportes aéreos que poderá eventualmente tornar mais barato os bilhetes de passagem aérea. Que não se misture a nossa realidade com a da Guiné Equatorial ou de um outro país qualquer.

São Tomé | Portuguesa assassinada a golpes de catana


Golpes de catana tiraram vida a administradora de um hotel em São Tomé

Cidadã portuguesa, radicada há mais de uma década em São Tomé e Príncipe, Catarina Barros de Sousa, cultivou sobretudo amizade no seio da sociedade são-tomense.

Mulher de 51 anos, era amiga de quase todos são-tomenses. Trabalhou em várias empresas e instituições privadas de São Tomé e Príncipe.

Nos últimos 2 anos, administrou Mucumbli. Trata-se de uma unidade hoteleira de turismo rural e ecológico, localizada na região norte da ilha de São Tomé.

O seu percurso de dedicação ao trabalho, muitas vezes assegurado por uma motorizada que conduzia sobretudo na cidade de São Tomé, foi travado por volta das 18 horas e 40 minutos de segunda-feira, 3 de Março.

No seu gabinete de trabalho, no edifício que alberga os escritórios do Hotel Mucumbli, Catarina Barros de Sousa, terá sido atacada por alguém. Pois, o seu corpo sem vida foi encontrado estatelado no chão ensanguentado do gabinete.

Vários golpes na zona da cabeça e um violento rasgo no pescoço, deixam antever a possibilidade de ter sido um ataque à catana.

«A investigação prossegue. Tomamos contacto com a ocorrência, deslocamos ao local e confirmamos que se trata de uma cidadã estrangeira de nacionalidade portuguesa», afirmou Maribel Rocha, directora da Polícia Judiciária de São Tomé e Príncipe.

Desde a noite de segunda-feira que a polícia judiciária decidiu manter sob custódia, um funcionário da unidade hoteleira, por sinal, o guarda, que alegadamente encontrou o corpo sem vida no escritório do hotel Mucumbli.

Na manhã de terça feira, a Directora da PJ, acompanhada pelos inspectores seguiu viagem rumo Mucumbli, o local do crime, a mais de 27 quilómetros da cidade de São Tomé.

A Polícia Judiciária, prometeu empenho na investigação, para esclarecer o crime de sangue, que chocou a cidade de Neves(capital da região norte de São Tomé), e entristeceu o país em geral.

Abel Veiga | Téla Nón

Portugal | Forças Armadas denunciam “situação intolerável”


A situação nas Forças Armadas e dos seus efectivos continua a suscitar preocupação entre as associações profissionais de militares.

A Associação de Oficiais das Forças Armadas (AOFA) considera que, apesar de «a escassez de pessoal para servir o nosso país nas fileiras ser o tema do momento, o qual ainda assim parece quase sempre desvalorizado por aqueles que têm a responsabilidade exclusiva da decisão nestas sensíveis matérias», este já não é o principal problema, no âmbito do «batalhão dos problemas que está diariamente a produzir nas Forças Armadas Portuguesas uma situação intolerável».

No comunicado de ontem, a AOFA refere que o tempo «demolidor da Defesa Nacional resultante do reformismo saudosista do período de 2011 a 2015 está a dar os seus frutos, adensados na continuidade de acção dos sucedâneos», sublinhando o «cada vez menor número de efectivos, cada vez mais mal pagos (até em comparação directa com outros Corpos Especiais), adiando e incumprindo nos pagamentos que lhe são devidos».

Para a AOFA, «o processo de desconstrução ou de pré-falência não pode ser um ‘toque a finados’», nem a «antecâmara de uma morte anunciada», mas deverá ser «um ‘toque de alvorada’ para o respeito pela Condição Militar e pelo Estatuto dos Militares das Forças Armadas».

MAIS DOIS CASOS DE CORONAVÍRUS EM PORTUGAL


A Direção-Geral da Saúde informou, esta terça-feira à tarde, que hoje foram confirmados mais dois casos positivos do novo coronavírus. Para já, há quatro infetados no país.

Os dois novos doentes são um homem de 60 anos, internado no Hospital de São João, no Porto, e um homem de 37 anos no Hospital Curry Cabral, em Lisboa. Segundo comunicado da DGS enviado às redações, ambos os pacientes têm ligação conhecida a outros casos de Covid-19 já confirmados.

Com estes novos casos de infeção, sobe para quatro o número de cidadãos internados com o novo coronavírus em Portugal. Os primeiros dois doentes, ambos internados em hospitais do Porto, foram confirmados ontem.

Jornal de Notícias | Imagem: Pedro Correia/Global Imagens

Portugal | Quo vadis justiça?


Paulo Baldaia | Jornal de Notícias | opinião

Cobardes como são os nossos políticos, ninguém pia perante tragédia tão evidente como aquela a que estamos a assistir em direto na justiça. Não os desculpo, mas percebo-os.

Com o que escrevo em jornais e digo na TV e na rádio, sei bem que tenho de me manter longe de problemas com a justiça, não vá apanhar um procurador que me queira julgar em praça pública ou um juiz que faça sentenças para os amigos, que podem bem ser meus inimigos. Aguentei-me até aqui e agora, pela esperança média de vida, só tenho de me aguentar mais um quarto de século.

Devo dizer, em abono da verdade, que este tipo de azar é uma questão de lotaria. É preciso não ter sorte nenhuma, já que a maioria dos magistrados do Ministério Público e dos juízes são gente de bem e merecedores do poder que lhes depositamos nas mãos. Acrescento até que, percentualmente, deve dar-se o caso de haver bastante mais malandragem a exercer a profissão de jornalista do que a administrar a justiça em Portugal. O que me força a concluir que tramado, e bem tramado, está o povo que pouco ou nada pode fazer quando se trata de administrar a justiça.

Com a classe política calada, os operadores de justiça embaraçados e a Comunicação Social viciada em julgamentos populares, o que podem os portugueses esperar da justiça? Um Ministério Público que suspeita de si próprio e tem uma associação sindical a acusar a sua líder de estar refém do poder político, juízes que escolhem juízes à procura de sentenças à medida, políticos que lavam as mãos como Pilatos cada vez que lhes pedimos responsabilidades.

Se deixarmos de acreditar na justiça, estaremos a deixar de acreditar em tudo. O presidente do Tribunal da Relação de Lisboa renunciou ao cargo, mas isso não chega. É preciso saber como foram distribuídos os processos nos diferentes tribunais. Não nos podemos esquecer que o superjuiz Carlos Alexandre também já pôs em causa a distribuição dos processos no TCIC. O povo tem direito de saber. Para onde vai a justiça?

P.S.: Já agora, a pena máxima para um juiz que cometa um ilícito é a jubilação ou a aposentação compulsiva?

*Jornalista

Torrentes sobre o coronavírus na comunicação social geram confusão e pânico


Bom dia, este é o seu Expresso Curto. Não é já que o vai desfrutar, porque temos dias em que não o publicamos após o "assalto" que fazemos ao Expresso, depois de, a pretexto ou não, impingirmos aos que aqui vêm alguns dos nossos desabafos - com ou sem enfoque sobre temas do Curto do Expresso. 

A seguir a praticar aqui a nossa "abertura" vai ter todo o Curto de hoje. O autor com que vai deparar é uma senhora, empregada do tio Balsemão Bilderberg/Impresa. Cristina Peres, jornalista de internacional. Decerto que por isso o trato de título e abertura relaciona-se com americanices do império ianque. Exatamente as eleições nos EUA, porque, dizem, hoje é super terça-feira por lá. Pois, os ianques são sempre super, até a arrasar países e povos, a desculparem-se com "danos colaterais" que mandam para a morte inocentes ou prováveis terroristas que condenam à morte sem julgamento. Em absoluta violação do direito internacional. São superes, principalmente para o mal.

Avançando e esclarecendo: sobre americanices quase que estamos "tratados". As eleições norte-americanas são de uma complexidade que a maioria dos cidadãos do mundo não entendem. Há até os que dizem que aquilo é uma grande confusão e que os candidatos são todos iguais na obediência às corporações que os compram para que lhes dêem mais lucros e vantagens nas fontes de riqueza saqueadas ou inerentes aos atos de guerras que vão semeando globalmente. Enfim, o império é o império. Está tudo dito.

O coronavírus em Portugal e no mundo é que agora nos preocupa. Vamos a ele.

Um título em vários orgãos de comunicação social referem sobre o malvado vírus: "Bastonário dos Médicos não aconselha viagens em março". Ora, ora. Só agora surgiu uma alminha bondosa que declarou o que é de La Palice? Mas o governo e os serviços de saúde esqueceram-se dessa importante comunicação/esclarecimento? Porquê? E de outras.

"O bastonário da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães, indicou, em entrevista à TVI, que se devem evitar as viagens "que não sejam necessárias". "Se a viagem puder ser evitada, porque é uma viagem de férias que calha agora em março e que é para um país africano ou para um país europeu, para Itália, para Milão, seja o que for, ou até para a China, se calhar vale a pena a pessoa pensar em não fazer férias agora", disse."

Pois foi. Provavelmente esqueceram-se de recomendar o óbvio.

Porque não estamos para aqui só para apontar erros salientemos os esforços e a eficácia da Saúde 24, os seus profissionais. Muitos outros organismos merecem tal reconhecimento. Até o governo. Mas é evidente que muitos andam "às aranhas", baralhados. E mostram-no. Sabemos que a situação é complicada e que uma das melhores posturas é a serenidade que pode ser conseguida com organização por via da sintonia dos vários organismos envolvidos na proteção do contágio e tratamento dos contagiados. Organizem-se.

O que também não está a beneficiar a situação da epidemia ou pandemia global é a comunicação social inundar-nos com excesso de informação às torrentes e entrevistarem tantos "entendidos" a botarem palavras e sapiências, quando até se percebe que sobre o vírus sabem muito pouco ou nada. A aumentar a confusão, as torrentes de suposta informação na imprensa e televisões é declaradamente por demais. Ao estilo "a minha notícia é melhor que a tua". Um abuso que pode aumentar o pânico do mesmo modo que para isso contribuiram as declaração da responsável da Direção Geral de Saúde que afirmou que um milhão de portugueses seria o cenário de infetados que os serviços estimavam. Horas depois desmentido, ou corrigido. A falta de preparação de senhora relativa a comunicar com o público foi evidente. Esperemos que tenha aprendido e que se instrua nessa vertente comunicacional o mais possível, a contento de todos. Dela própria. Ficamos todos a ganhar.

No Curto de hoje encerramos aqui a prosa de desabafo costumeira. Amanhã talvez haja mais. Bem hajam e ajam bem. Saúde.

Bom dia de tarde, porque decerto muitos já almoçaram. Infelizmente houve e há os que não se puderam dar a esse luxo. É a democracia falhada e os direitos que não são para todos os portugueses. É o capitalismo selvagem em que sobrevivemos. Temos de mudar este mau estado de "coisas". Pensem nisso. Organizem-se.

Inté. Curto a seguir. 


MM | PG

Casos de coronavírus em Portugal. E agora? Conter, conter e conter

Para quem esteve em contacto com pessoas infetadas ou que regresse de países como a China e a Itália, as recomendações do Ministério da Saúde e da DGS é para que as pessoas façam uma "vigilância ativa" do seu estado de saúde e que contactem a Linha de Saúde 24 (808 24 24 24) .
© D.R.
Ministra da Saúde e DGS pedem tranquilidade aos portugueses e dizem que os riscos serão analisados diariamente e "caso a caso". Voos provenientes de Itália e da China estão a ser rastreados, garante ministra, que não especificou de que forma.

Dois homens, um médico que estava de férias em Itália, de 60 anos, e um trabalhador proveniente de Espanha, de 33, são os primeiros casos confirmados (um deles aguarda nova validação) de infeção por Covid-19 em Portugal. Não existe um guião geral para lidar com o novo vírus e a abordagem irá depender da história clínica de quem estiver infetado, são as linhas fortes da mensagem deixada pelo Ministério da Saúde e Direção-Geral da Saúde (DGS).

"Vamos analisar caso a caso e [tentar] perceber com quem estas pessoas estiveram em contacto", disse a ministra da Saúde, Marta Temido, esta manhã, na conferência de imprensa onde foram confirmados os primeiros casos positivos no país.

Para quem esteve em contacto com pessoas infetadas ou que regresse de países como a China e a Itália, as recomendações do Ministério da Saúde e da DGS é para que as pessoas façam uma "vigilância ativa" do seu estado de saúde e que contactem a Linha de Saúde 24 (808 24 24 24) caso tenham sintomas ou mesmo que não os apresentem.

A recomendação é que ninguém se desloque a uma unidade de saúde se tiver suspeitas de estar infetado ou se tiver estado em contacto com pessoas infetadas - ou com suspeita de estarem doentes -, mas que aguardem as indicações dos profissionais de saúde da Linha SNS 24 - que foi reforçada por causa do Covid-19. Ainda assim, a DGS alerta: pode haver demora no atendimento.

Marta Temido anunciou que, tal como tem vindo a acontecer com quem chega a Portugal oriundo da China, os passageiros de voos provenientes de Itália também serão rastreados, mas não avançou de que forma.

"Neste momento, foi já tomada a decisão de aplicar [o rastreamento] aos voos que são provenientes de áreas afetadas, já o tínhamos feito relativamente aos voos provenientes da China. Vamos alargar essa medida aos voos provenientes da Itália", disse Marta Temido, explicando que se trata da "aplicação de uma rastreabilidade de contactos e também um reforço da informação dos provenientes dessa região".

Relativamente ao caso da passageira que seguia no domingo, no comboio internacional Sud Express, as autoridades de saúde adiantaram que está internada no Hospital Curry Cabral, em Lisboa, a aguardar os resultados das análises.

Relatório detalha as violações de Israel em fevereiro contra a mídia palestina


O Comité de Apoio a Jornalistas (JSC) informou no domingo que Israel cometeu 84 violações contra a mídia palestina durante o mês de fevereiro.

O JSC disse que as forças de ocupação israelitas feriram 24 jornalistas palestinos disparando balas de aço revestidas de borracha contra eles enquanto realizavam o seu trabalho.

Israel também tentou impedir jornalistas palestinos de cobrir as violações cometidas pelas suas forças de ocupação.

Como parte dessas ações, as forças de ocupação israelitas prenderam oito jornalistas palestinos. Embora quatro tenham sido libertados,outros quatro ainda estão na prisão.

A detenção de outros cinco jornalistas foi prorrogada pelas autoridades de ocupação em fevereiro.

Israel | Benjamin Netanyahu anuncia "grande vitória" nas legislativas


O primeiro-ministro interino de Israel, Benjamin Netanyahu, anunciou "uma grande vitória" nas eleições legislativas, enquanto o principal rival, Beny Gantz, pediu para se esperar pelos resultados finais para saber se existe maioria parlamentar.

uma vitória contra todas as probabilidades", declarou na segunda-feira à noite Netanyahu, perante centenas de apoiantes reunidos na sede de campanha.

"Conversei recentemente com todos os líderes das fações de direita. Faremos tudo para formar um amplo governo que seja bom para Israel", disse o líder do Likud (direita), acrescentando que as reuniões com os restantes partidos vão começar na próxima terça-feira.

De acordo com as sondagens, o Likud poderá obter entre 36 e 37 lugares no parlamento, contra 32 a 33 da formação centrista Kahol Lavan (Azul e Branco), de Benny Gantz.

As previsões são de que, embora tenha ultrapassado Gantz, Netanyahu não consiga os 61 lugares, dos 120 do parlamento, necessários para formar um governo de coligação com os parceiros tradicionais, a extrema direita (Yamina, sete assentos) e partidos ultraortodoxos (SHAS e Judaísmo Unido da Torá, entre nove e sete).

Lu Olo: Presidente timorense pede regulação sobre novo Fundo dos Veteranos


O Presidente de Timor-Leste defendeu hoje a definição de uma política clara para regular um novo Fundo dos Veteranos, que sirva como fonte de financiamento para apoiar as necessidades dos ex-combatentes contra a ocupação indonésia.

"Terá de ser aprovado um decreto-lei que defina uma política para este fundo que regule a gestão do mesmo e que identifique claramente o responsável pela gestão, o local onde será mantido o fundo, o método de cobrança e o valor cobrado a cada contribuinte", disse hoje Francisco Guterres Lu-Olo.

Esse quadro legal deve ainda definir "como obter retorno, como atribuir os benefícios e em que situações, e que tipo de benefícios a atribuir aos filhos e netos destes ex-combatentes", notou.

O Presidente da República falava nas cerimónias oficiais do Dia dos Veteranos, que decorreram hoje em frente ao Palácio do Governo, em Díli, capital do país.

O Dia dos Veteranos assinala a data de 03 de março de 1981, quando decorreu em Viqueque, no leste do país, uma Conferência Nacional da Frente Revolucionária do Timor-Leste Independente (Fretilin), em que foram tomadas "decisões importantes para reorganização da luta pela libertação nacional em todo o território".

Austrália roubou milhões de dólares de recursos petrolíferos timorenses -- Collaery


Livro de advogado australiano acusa Camberra de roubar recursos petrolíferos timorenses

Um novo livro da autoria do advogado australiano Bernard Collaery acusa Camberra de pactuar com empresas petrolíferas para roubar ao longo de décadas recursos petrolíferos de Timor-Leste.

"Os timorenses foram enganados e continuam a ser enganados pelo Governo australiano", disse à Lusa, Bernard Collaery o autor do livro que é lançado a 10 de março.

"Foram milhares e milhares de milhões de dólares desviados pelo Governo [do primeiro-ministro] John Howard e [do ministro dos Negócios Estrangeiros] Alexander Downer em que o dinheiro foi para uma empresa norte-americana, a ConnocoPhillips e para a Woodside, cuja maioria das ações são estrangeiras", afirmou.

Collaery, atualmente a ser julgado na Austrália num caso relacionado com espionagem australiana em Díli - sobre o qual está impedido de falar -, considera que em contraste com a solidariedade de por muitos na sociedade australiana, o Governo manteve durante anos uma "diplomacia corrupta", com "erros e manipulações que devem chocar os australianos".

A Austrália, escreve Collaery, "despojou os pobres de Timor de uma parte significativa dos seus ativos soberanos não renováveis" e, mesmo depois da independência, "considerou a ameaça de dificuldades económicas um instrumento legítimo de persuasão diplomática".

"E quando os timorenses começaram a dar alguma luta, a Austrália recorreu às táticas de um batoteiro sujo", lê-se no livro, uma cópia avançada do qual foi dada à Lusa.

Neste trecho, Collaery refere-se à espionagem de que Camberra é acusada de realizar a Timor-Leste durante as negociações sobre o Mar de Timor quando, sob cobertura de um programa humanitário de obras no Palácio do Governo em Díli instalou equipamento de escutas.

Mais de 4.800 infetados na Coreia do Sul, 600 novos casos em 24 horas


As autoridades de saúde sul-coreanas anunciaram hoje 600 novos casos de contaminação pelo novo coronavírus, elevando para 4.812 o total de pessoas infetadas no país, onde já morreram 28 pessoas.

Os números divulgados pelo Centro de Controlo e Prevenção de Doenças Contagiosas da Coreia (KCDC) calculam todos os casos que ocorreram entre meia-noite de domingo e segunda-feira.

Durante este período foram registadas seis novas mortes.

A cidade de Daegu (cerca de 230 quilómetros a sudeste de Seul) e a província vizinha de Gyeongsang do Norte, o epicentro do surto no país, registaram a grande maioria dos novos casos, 580 dos 600 em todo o país.

Essa região tem um total de 4.285 infeções, 89% de todas as que ocorreram na Coreia do Sul desde que o vírus foi detetado no país no dia 20 de janeiro.

Cerca de 60% das infeções em todo o território nacional estão ligadas à seita cristã Shincheonji, cuja sede é em Daegu, onde foram realizadas várias missas no início de fevereiro.

Mais quatro hospitais ativados no Norte de Portugal. Números caem na China


Os dados mais recentes dão conta de mais de três mil mortos e quase 90 mil infetados em 67 países. Desde o início da epidemia mais de 47 mil pacientes tiveram alta.

O país onde se verificou o epicentro do Covid-19 continua a mostrar sinais positivos. Os números de mortos e de infetados na China têm registado uma redução de dia para dia. Os dados mais recentes da Comissão Nacional de Saúde chinesa indicam que nas últimas 24 horas morreram 31 pessoas e 125 pessoas ficaram infetadas. Por outro lado, o número de pacientes que tiveram alta foi substancialmente superior: 2.742. 

Nesta altura a principal preocupação das autoridades chinesas é uma possível recontaminação através da importação de casos de Itália. Foram reportados sete novos casos de coronavírus de pessoas oriundas deste país europeu. 

Itália, Irão e Coreia do Sul são os países onde se tem verificado uma subida mais acentuada no número de contágios. 



Graça Freitas revelou na segunda-feira que os Hospitais de São João e de Santo António, no Porto, "esgotaram a capacidade". Nesse sentido, a diretora-geral da Saúde disse que foram ativados mais quatro hospitais na região, que faziam parte de uma segunda linha de contingência. 

Covid-19: Caso suspeito em Cabo Verde esteve em Portugal


O caso suspeito do novo coronavírus em investigação na ilha de São Vicente é um cidadão cabo-verdiano que esteve num evento em Portugal com um caso de Covid-19 confirmado, disse hoje o ministro da Saúde de Cabo Verde.

O anúncio foi feito pelo governante, Arlindo do Rosário, numa declaração à imprensa ao início da noite de hoje, no Hospital Dr. Baptista de Sousa, no Mindelo, ilha de São Vicente, mas sem adiantar mais pormenores ou identificando a pessoa em questão, que já se encontra internado e em situação "estável" naquela unidade hospitalar.

O ministro da Saúde disse apenas que o caso se enquadra nos requisitos para ser analisado e despistado como tal e que a pessoa em causa esteve recentemente em Portugal, "num evento com um caso" do novo coronavírus "confirmado" .

Este anúncio surge pouco depois de o escritor cabo-verdiano Germano de Almeida ter confirmado à comunicação social local que, devido à sua participação num festival literário em Portugal juntamente com o escritor chileno Luís Sepúlveda, diagnosticado com o novo coronavírus, iniciou, na ilha de São Vicente, um período de quarenta, de forma voluntária.

Guiné-Bissau | CEDEAO não reconhece novo governo golpista de Embaló


CEDEAO AFIRMA QUE NÃO RECONHECERÁ ÓRGÃOS INSTALADOS FORA DO QUADRO CONSTITUCIONAL

A Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) através da sua Comissão Política para a paz e segurança, afirmou que não reconhecerá órgãos criados e instalados fora do quadro constitucional e legais regularmente previstos da Guiné-Bissau. A posição da organização sub-regional consta num comunicado datado de 01 de março e tornado público na sua página oficial de internet, esta segunda-feira, 02 do mês corrente
    
A CEDEAO reagia assim aos últimos acontecimentos no país marcados pelas investiduras sucessivas de dois chefes de Estado, Úmaro Sissoco Embaló [candidato declarado vencedor das eleições presidenciais pela Comissão Nacional de Eleições e investido numa Sessão Parlamentar pelo 1° vice-presidente da ANP, Nuno Nabiam] e Cipriano Cassamá, investido por 52 deputados noutra sessão, como presidente interino da Guiné-Bissau e que um dia depois (domingo) renunciou ao cargo.

As duas investiduras, de acordo com o comunicado, foram feitas fora de quadro legal, no momento em que o contencioso relativo as eleições presidenciais está pendente no Supremo Tribunal de Justiça (STJ). CEDEAO adverte que a coexistência de dois primeiros-ministros, mina os esforços empreendidos com vista a uma saída feliz da crise pós-eleitoral que o país enfrenta. 

Guiné-Bissau | GOLPISTAS FORMAM NOVO GOVERNO


PM Nabiam conta com 32 membros e Suzi Barbosa do PAIGC ocupa Negócios Estrangeiros

Os golpistas liderados pelo auto-proclamado presidente Sissoco Embaló acabam de formar um novo executivo, sem se conhecer a sua base legal ( desconhece-se se o MADEM - 15, PRS e APU tem maioria parlamentar). O governo liderado por Nuno Gomes Nabiam é constituído por 32 membros, dos quais 19 ministérios e 13 secretarias de Estado. Fica por preencher a pasta do ministério da Saúde Pública.

Segundo o jornal O Democrata, dos 32 membros do novo executivo, apenas sete (7) são mulheres e das quais, três ocupam pastas ministeriais e quatro secretárias de Estado. O governo demitido de Aristides Gomes, tinha 31 membros e contava com 11 mulheres.

A grande novidade no elenco governamental é a presença da dirigente do PAIGC, deputada Suzi Carla Barbosa, que vai ocupar a pasta dos Negócios Estrangeiros, da Cooperação Internacional e das Comunidades, que tinha ocupada no governo de Aristides Gomes. Outra novidade é a figura de economista, João Aladje Fadiá, ex-director nacional do Banco Central da África Ocidental (BCEAO) que é indicado para liderar a pasta das Finanças, uma função que ocupou várias vezes incluindo no executivo liderado por Sissoco Embalό.

Conforme ainda o diário digital OD, o executivo é formado essencialmente na sua maioria pelos membros do Movimento para Alternância Democrática (MADEM), do Partido da Renovação Social (PRS), de Assembleia do Povo Unido – Partido Democrático da Guiné-Bissau (APU-PDGB), e de algumas individualidades.

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