sexta-feira, 10 de abril de 2020

ULTRA-DIREITA PROCURA UM BODE EXPIATÓRIO


Depois de negligenciar por meses a Covid-19, e ver EUA convertidos no epicentro da doença, Trump ataca… a OMS! Veja também: no Brasil, o ministério da Saúde vacila, a quarentena afrouxa e país fica sob ameaça de tragédia humanitária

Maíra Mathias e Raquel Torres | Outras Palavras

DONALD TRUMP QUER UM CULPADO

Depois de culpar a China, a mídia e até o governo Obama, Donald Trump elegeu uma nova inimiga: a Organização Mundial da Saúde (OMS). Sim, o mesmo Donald Trump que demorou 52 dias para decretar estado de emergência nacional depois que o primeiro caso de covid-19 foi identificado nos Estados Unidos. O mesmo que não acreditava na necessidade de as escolas se prepararem para a avalanche nos casos. O mesmo que pretendia reabrir os negócios em todo o país neste domingo de Páscoa…

“Vamos fazer uma retenção no dinheiro gasto na OMS, vamos fazer uma retenção poderosa e vamos ver”, ameaçou o presidente ontem – por uma infeliz coincidência, Dia Mundial da Saúde e aniversário da Organização.

Os ataques continuaram no Twitter: “A OMS recebe uma grande quantidade de dinheiro dos EUA, somos responsáveis pela maior parte do dinheiro. Eles [os integrantes da OMS] criticaram e discordaram da minha proibição a viagens na época. Eles estavam errados, sobre muitas coisas. Eles tinham muitas informações com antecedência e não quiseram agir. Eles parecem ser muito centrados na China”. As referências são sobre a proibição das viagens da China, que os EUA estabeleceram em 31 de janeiro. A OMS havia acabado de aconselhar os países a manterem abertas suas fronteiras, mas ressaltando que cada nação poderia adotar suas medidas individuais. Na época, além da China já havia casos confirmados em 15 países, incluindo os EUA.

Uma campanha contra a China tem se espalhado rapidamente, por sinal. Na semana passada, o senador republicano Marco Rubio pediu a renúncia do diretor-geral do organismo, Tedros Ghebreyesus, dizendo que “ele permitiu que Pequim usasse a OMS para enganar a comunidade global”. A denúncia – até o momento, não confirmada – de que o governo chinês estaria encobrindo os verdadeiros números do coronavírus no país está realmente ganhando os corações conservadores.

Mas a verdade é que Trump quer cortar dinheiro da OMS há tempos. O financiamento dos EUA para as Nações Unidas tem diminuído; em 2018 o presidente chegou a propor reduzi-lo em 50%. Há três anos a Casa Branca tenta impor restrições a programas globais de saúde e, em meados de fevereiro, o governo tinha planos específicos para a OMS: planejava cortar pela metade o financiamento no ano que vem.

Aliás… Quando todos os olhares estão voltados para a pandemia, o episódio ajuda a jogar luz sobre o quanto a OMS depende de um punhado de financiadores. Entre os países-membros, os EUA são os que mais financiam a Organização, com seus recursos representando 14,67% do total. Para este biénio, eles forneceram US$ 893 milhões, sendo US$ 236 milhões em taxas obrigatórias (que são proporcionais ao tamanho e ao PIB dos países) e a grande maioria, US$ 657 milhões, em doações voluntárias. Justamente as doações voluntárias é que representam o maior volume do orçamento da OMS – nada menos do que três quartos dele. E quem costuma ficar lado a lado com os EUA, disputando sempre o primeiro lugar nas doações voluntárias, não é algum outro governo, mas a Fundação Bill & Melinda Gates. Explicamos isso longamente nesta reportagem do Outra Saúde, que segue atual. 

Covid-19 | EUA: 1.783 mortes em apenas 24 horas, mais de 16 mil no total



Os Estados Unidos são o segundo país com mais óbitos por Covid-19 no mundo - atrás apenas de Itália. Nas últimas 24 horas foram registadas 1.783 vítimas, subindo o total para mais de 16 mil.

Os Estados Unidos registaram esta quarta-feira 1.783 mortes pela covid-19, em 24 horas, de acordo com a contagem da Universidade Johns Hopkins.

De acordo com os dados compilados até às 20:30 locais, o número total de mortes desde o início do surto nos Estados Unidos é agora de 16.478, o segundo país com maior número de mortes desde que o surto começou, sendo só superado pela Itália.

Na quarta-feira, o país tinha registado 1.973 mortes causadas pela covid-19, depois de no dia anterior terem também registado um número muito próximo dos 2.000.

Os Estados Unidos registam desde meados da semana passada mais de 1.000 novas mortes diárias, apesar das medidas de contenção que foram gradualmente implementadas, Estado por Estado.

Os Estados Unidos são, de longe, o país do mundo com o maior número de casos confirmados: tem mais de um quarto dos casos mundiais.

O país tem mais de 460.000 pessoas infetadas, de acordo com a universidade norte-americana, que atualiza continuamente os dados.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 1,5 milhões de pessoas em todo o mundo, das quais morreram cerca de 89 mil.

Dos casos de infeção, mais de 312 mil são considerados curados.

Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.

Sábado

Brasil | Proteção de idosos não é responsabilidade do Estado - diz Bolsonaro


Comissão da Câmara repudia Bolsonaro por dizer que proteção de idosos não é da conta do Estado

Presidente defendeu que famílias ponham idosos ‘num canto’; ‘inaceitável’, diz a deputada federal Lídice da Mata sobre a fala

A presidência da Comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa Idosa (Cidoso) da Câmara dos Deputados publicou uma nota de repúdio contra o presidente Jair Bolsonaro por dizer que “cada família tem que proteger seus idosos, não jogar isso para o Estado”, em relação ao combate ao novo coronavírus.

A declaração de Bolsonaro ocorreu durante entrevista ao programa Brasil Urgente, da emissora Band. Na ocasião, o presidente afirmou que os estados que decretaram quarentena cometeram excessos e defendeu a volta à normalidade por parte de pessoas que não componham o grupo de risco.

“A população, não só eu, está reclamando que foi excessivo. Quem tem abaixo dos 40 anos de idade não tem que se… Lógico, tem que se preocupar para não transmitir o vírus para outros. Mas para ele, para a sua vida, é quase zero esse risco”, disse o presidente.

Em seguida, Bolsonaro recomendou que as pessoas coloquem os idosos “num canto” e que os mais jovens retornem ao trabalho.

“Devemos sim, em primeiro lugar, cada família cuidar dos mais idosos. Não pode deixar na conta do Estado. Cada família tem que botar o teu vovô, a tua vovó, num canto, e evitar o contato com ele a menos de dois metros. É isso o que tem que ser feito. O resto tem que trabalhar. Porque o que está havendo é a destruição de empregos no Brasil”, argumentou.

Covid-19: Número de mortes aumenta no Brasil e aproxima-se das mil


País registou 141 óbitos e 1.930 casos confirmados de infeção pelo novo coronavírus nas últimas 24 horas.

O Brasil registou, de quarta para quinta-feira, um novo máximo no que ao aumento diário do número de mortes provocadas pela pandemia de Covid-19. Nas últimas 24 horas, houve a registar 141 novos óbitos, ao passo que o crescimento havia sido de 133 na véspera.

Significa isto que o número oficial de vítimas mortais causadas pelo surto do novo coronavírus no país é, neste momento, de 941, desde que foi detado o primeiro caso, no final do passado mês de janeiro.

O Ministério da Saúde, citado pela estação televisiva brasileira Globo, anunciou, ainda, que já 17.857 receberam um diagnóstico positivo, o que representa um aumento de 1.930 face ao dia anterior.

São Paulo continua a ser o estado mais afetado pela pandemia, com um total de 7.480 casos confirmados e 469 mortes, seguido de Rio de Janeiro, com 2.216 casos e 122 mortes.

Notícias ao Minuto

AFP contabiliza mais de 50 mil infetados na América Latina


A pandemia da covid-19 já causou mais de 2.000 mortes e infetou mais de 50 mil pessoas na América Latina e Caraíbas, segundo a agência France-Presse, com dados de governos e da Organização Mundial da Saúde (OMS).

Às 8:00 de hoje, segundo os dados da AFP, registavam-se 50.589 pessoas infetadas e 2.090 mortes naquela zona do mundo, sendo o Brasil, que tem 210 milhões de habitantes, o país mais afetado com 17.847 casos registados de infeção pelo novo coronavírus e 941 mortes.

O Equador, que tem 17,5 milhões de habitantes, registava a maior taxa de mortalidade, com 272 mortes e contava com 4.965 infetados registados.

A América Latina e o Caribe registavam em 27 de março 10.000 infetados e, em cinco dias, esse número duplicou. Em 05 de abril, o marco de 30 mil casos foi ultrapassado e, em 08 de abril, o de 40 mil casos, segundo a AFP.

A pandemia do novo coronavírus já matou 96.340 pessoas em todo o mundo e infetou quase 1,6 milhões em 193 países e territórios desde o início da pandemia, em dezembro passado, na China.

Notícias ao Minuto | Lusa | Imagem: © iStock

Morreram mais 605 pessoas em Espanha. O número mais baixo desde 14 de março


Nas últimas 24 horas morreram mais 605 pessoas com o novo coronavírus em Espanha. O número de mortos é o mais baixo desde 24 de março.

Mais de 157 mil pessoas foram infetadas desde o início da pandemia e mais de 55 mil doentes recuperaram, segundo dados do Ministério da Saúde de Espanha. O número de total de vítimas mortais ascende às 15.843 pessoas.

Os números desta sexta-feira veem confirmar a tendência de descida na curva epidémica do país, depois de algumas oscilações nos últimos dias. Nas últimas 24 horas, há ainda mais 4576 casos confirmados de Covid-19 em Espanha, que continua a liderar o número de infeção em todo o mundo (segue-se a Itália com 139 mil e 422 casos).

O Parlamento espanhol aprovou esta quinta-feira a extensão do estado de alarme nacional até 26 de abril. Mas o primeiro-ministro Pedro Sánchez admitiu que dentro de 15 dias poderá pedir outro prolongamento, o que significaria que Espanha estaria até 10 de maio em estado de alarme.

Rita Neves Costa | Jornal de Notícias

PORTUGAL HOJE | Mais 26 mortes e 1516 infetados de Covid-19


Mais 26 pessoas morreram nas últimas 24 horas, num total de 435 vítimas mortais com Covid-19 em Portugal. O número de infetados teve o pior dia.

O boletim divulgado esta sexta-feira pela Direção-Geral de Saúde regista uma pequena descida no número de mortes em 24 horas. Esta quinta-feira tinham sido registadas mais 29 vítimas mortais e esta sexta-feira, o número desceu para as 26 mortes num dia.

Desde 1 de janeiro, 15472 pessoas ficaram infetadas com o novo coronavírus. Em relação a esta quinta-feira, o número de casos confirmados aumentou para as 1516 infeções. É o maior número até ao momento registado num dia em Portugal. Mais de 4500 aguardam resultados laboratoriais para despiste da doença e 25 mil e 914 pessoas estão em vigilância pelas autoridades de saúde.

A região Norte continua a ser a mais fustigada pela pandemia com 8891 casos confirmados e 240 mortes. Segue-se a região Centro com 107 vítimas mortais e 2197 infetados com o novo coronavírus.

Dos 1179 doentes internados em hospitais, 226 permanecem nos cuidados intensivos. Os maiores de 80 anos são as principais vítimas mortais desta pandemia em Portugal com 284 mortes. Nenhum infetado com menos de 39 anos morreu com Covid-19 no país.

O número de recuperados subiu para os 233.


Rita Neves Costa | Jornal de Notícias

Portugal | Castro Daire quer cordão sanitário para obrigar população a ficar em casa


Presidente da Câmara acredita que, nos últimos dias, muita gente de fora entrou no concelho para fintar as restrições especiais de circulação da Páscoa.

Castro Daire, um dos concelhos do distrito de Viseu mais afetados pela Covid-19, com 81 casos positivos, poderá vir a ser o segundo município do país a implementar um cordão sanitário depois de Ovar.

"Em articulação com as autoridades de saúde, avaliámos a situação e concordamos que deve ser imposto o cordão sanitário porque os dados são alarmantes", justifica ao JN o presidente da Câmara Municipal de Castro Daire, Paulo Almeida.

A medida está a ser equacionada pela ministra da Saúde, tal como confirmou ontem Graça Freitas, a diretora-geral da Saúde, durante a habitual conferência de Imprensa de balanço da pandemia. A decisão terá de ser tomada em Conselho de Ministros.

A maioria dos casos positivos, 65, é de utentes e funcionários de lares, mas também há 16 casos na comunidade. "Estamos na fase da transmissão comunitária ativa, em que já não sabemos como se está a dar a transmissão e isso é que é preocupante e faz com que as medidas restritivas se imponham", justifica o autarca Paulo Almeida.

CGTP propõe medidas urgentes para salvaguardar emprego e rendimentos


A CGTP vai apresentar ao Governo um conjunto de propostas urgentes para garantir o emprego e as remunerações, reforçar o setor público e a produção nacional e redirecionar os apoios às empresas, o que exige uma reafetação de recursos imprevisível.

As reivindicações da CGTP-IN visam garantir que o emprego e os rendimentos do trabalho "não são postos em causa tendo como justificação a presente situação" devido à covid-19.

"São propostas que entendemos urgentes e que devem ser implementadas de imediato, que vão exigir uma reafetação de recursos de magnitude ainda imprevisível, que está dependente da duração do combate ao surto epidémico, que continua a ser a prioridade para a salvaguarda da vida e da saúde de todos", explica a central sindical num documento que será enviado ao Governo e aos partidos políticos no inicio da próxima semana.

A Intersindical considera, no entanto, que "há recursos e condições para que desta vez a resposta à situação recessiva da economia seja geradora de maior justiça social e indutora de mais desenvolvimento".

Segundo a CGTP, a situação atual exige também o reforço dos serviços públicos, da proteção social e dos instrumentos para a intervenção do Estado em diferentes áreas da economia nacional.

"Rejeitamos que a Segurança Social seja descapitalizada e defendemos que deve ser, nesta fase, o Orçamento do Estado a assegurar os rendimentos do trabalho quando as empresas, comprovadamente não consigam", defende.

A LUZ, EI-LA, DEPOIS DO TÚNEL!


Curto, porque sem “quadradinhos”, do Expresso. Antes, as histórias aos quadradinhos era o melhor que nos podiam dar. Éramos miúdos, não existia televisão. 

Mas havia rádio (para os que podiam comprar), pela hora do almoço ouvíamos os Parodiantes de Lisboa (Parada da Paródia), no Rádio Clube Português. Também aí, pelas 14 horas (talvez) era difundido o Teatro Tide (detergente) com a rádio novela que tinha por vedeta “A coxinha”, uma desgraçada daquela tempo de desgraças. Às 18 horas era o Terço, tempo de escutar a Renascença e rezar. Pela noite, 20 horas, hora de jantar (para os que jantavam) e lá estava o noticiário salazarento da Emissora Nacional e a Crónica de Angola dita matarruanamente pelo Ferreira da Costa – com mentiras de quantidade superior às contas de um Terço para as rezas.

Está visto que o melhor de tudo eram as histórias aos quadradinhos, do Mosquito, do  Mundo de Aventuras, do Condor e de tantos mais. As raparigas apegavam-se às fotonovelas, também aos quadradinhos… e às rendas e outros fios da arte de costurar, tricotar, remendar (mais isso), etc. Sem dúvida que o melhor era as histórias aos quadradinhos.

Talvez inspirado por isso (ele não é desse tempo, nem cowboy), David Dinis aparece no Curto com quadradinhos por entre prosa. Ele gosta disso pela certa. Ilustrar, ilustrar, testar, testar, mitigar, mitigar…

Adiante. Afinal só queremos informar que não trazemos para aqui os tais quadradinhos das histórias de Dinis mas somente o texto publicado há pouco no Expresso. Vá ler, está já a seguir. Vale pelo positivo e negativo que contém. E de o Dinis, qual David contra Golias, aprontar direitinha toda a prosa.

Bom dia e confine-se. Afaste-se dos otimistas cá do burgo luso porque o covid-19 ainda está para durar. Mas afaste-se também dos pessimistas porque pintam quadros tão negros quanto os que ouvíamos “antigamente” no Teatro Tide da desgraçada da coxinha azarada e fiteira dos exageros.

Siga as instruções da DG de Saúde e seguirá na vida após este obstáculo. Assim será e com sorte nos cruzaremos (ignorando-nos) atarefados com a porca desta vida que vai continuar. Confinados então aos salários de miséria, para que uns quantos beneficiem à farta e imoralmente do que pertence a todos.

O Curto para o servir, lá no original, e aqui já a seguir, após uma vénia ao tio Balsemão e seus servidores. Faça-se luz.

AV | PG

China apela à Suíça que forneça mais componentes para ventiladores


A China apelou hoje à Suíça que aumente o fornecimento de componentes para ventiladores, numa altura em que fabricantes chineses enfrentam a tarefa "impossível" de responder à explosiva procura mundial, devido à pandemia da Covid-19.

O ministro chinês dos Negócios Estrangeiros, Wang Yi, apelou ao homólogo suíço, durante uma conversa por telefone, para que "aumente significativamente" o fornecimento de componentes para os produtores chineses de ventiladores.

"Países como a Suíça são fornecedores de componentes importantes para ventiladores. Esperamos que a Suíça aumente substancialmente a sua oferta, para ajudar as empresas a aumentarem a produção e aliviar a urgência dos outros países", disse Wang, citado pela agência noticiosa oficial Xinhua.

As autoridades suiça disseram que vão trabalhar com a China para aumentar a produção de ventiladores, medicamentos e vacinas, além de garantir a estabilidade nas cadeias de fornecimento, informou a agência.

Na semana passada, o embaixador português em Pequim, José Augusto Duarte, garantiu à agência Lusa que a encomenda de 500 ventiladores feita pelo Estado português a uma empresa chinesa "está a decorrer com segurança", e previu que a entrega será feita a 15 de abril.

No entanto, o diplomata lembrou que "há uma imensa procura de material que cria disfunções no mercado".

Nos Estados Unidos, fabricantes automóveis como Ford, Tesla ou a General Motors prometeram fabricar ventiladores, máscaras e outro equipamento médico, mas continua a haver escassez numa altura em que o país regista quase meio milhão de infetados pelo novo coronavírus.

Uma estimativa divulgada na quarta-feira passada por um ramo de pesquisa do portal de notícias chinês EastMoney estimou que, no conjunto, Estados Unidos, Alemanha, Reino Unido, França e Itália vão precisar de quase 1 milhão de ventiladores.

A China é a maior produtora de luvas médicas, fatos de proteção química e outros equipamentos cruciais, como ventiladores, no tratamento de doenças respiratórias, mas o ministério chinês da indústria disse esta semana que os fornecedores têm capacidade limitada perante a forte procura internacional.

A falta de componentes, padrões de qualidade dos diferentes mercados e um novo regime de certificação de exportações de material médico na China impedem a expansão da produção, acrescentou.

O Governo chinês passou a exigir documentação adicional às empresas do país para lhes permitir exportem equipamento médico, incluindo testes de deteção do novo coronavírus, máscaras, fatos de proteção ou termómetros de infravermelhos, depois de Holanda, Espanha ou França terem denunciado a importação de material defeituoso oriundo do país.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 1,5 milhões de pessoas em todo o mundo, das quais morreram quase 94 mil.

Dos casos de infeção, mais de 316 mil são considerados curados.

Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.

Notícias ao Minuto | Lusa

Leia em Notícias ao Minuto:

É DIFÍCIL AJUDAR OS EUA NESTA EPIDEMIA – David Chan


"Neste momento a China já não precisa de se preocupar com aviões militares americanos a sobrevoar o rio Yalu ou a entrar no espaço aéreo e a largar bombas sobre a sua embaixada na Jugoslávia, como fizeram há 20 anos atrás. Trata-se de 30 anos de acumulação de dor do lado chinês."

David Chan* | opinião

Lembro-me de o antigo presidente norte-americano Barack Obama partilhar abertamente em frente a representantes de 23 países na Cimeira de Shangrila que a China tem 1,3 mil milhões de pessoas e que, assim sendo, quanto mais o país cresce menos deixa para a restante população, existindo um limite para os recursos globais. Ou seja, para continuar a seguir o atual estilo de vida, é necessário conter o desenvolvimento da China. Esta é a atitude americana em relação à China. A maioria dos políticos americanos não se importa com o país, e por isso já repetidamente disse abertamente em conferências internacionais que o veem como uma ameaça.

Agora que o surto está a atingir os EUA e as doações de produtos médicos por Jack Ma e pela Huawei foram recebidas com críticas, é normal que exista alguma discussão sobre se o Governo chinês deve ou não auxiliar os EUA nesta luta contra a epidemia. Um exemplo disso mesmo foi a recusa do epidemiologista Zhong Nanshan viajar para os EUA para partilhar conhecimento sobre a epidemia, visto que a ajuda chinesa parece nunca resultar em gratidão americana. A China não é um país pequeno, a história fez a respetiva escolha. O país nunca teve vontade de dominar o mundo, mas face a mais de 30 anos de luta contra os EUA a impedir o seu desenvolvimento, a China, com uma história de mais de 5.000 anos e uma população de 1,3 mil milhões, tem de lutar pela felicidade. Nunca procurou hegemonia, mas os EUA empurraram a China para esta posição, sendo agora a sua obrigação lutar. Neste momento a China já não precisa de se preocupar com aviões militares americanos a sobrevoar o rio Yalu ou a entrar no espaço aéreo e a largar bombas sobre a sua embaixada na Jugoslávia, como fizeram há 20 anos atrás. Trata-se de 30 anos de acumulação de dor do lado chinês. Se os EUA se mostrassem gratos, e para que o Ocidente merecesse ser elogiado, não seriam precisas doações de máscaras e ventiladores, nem de ajuda chinesa, seria preciso sim que parassem de tentar impedir o desenvolvimento chinês.

Simpatia barata, que não irá receber gratidão de volta, apenas irá criar mais insultos. Uma nação que não saiba estar agradecida não tem futuro, tal como uma população que não saiba o que é vingança. Devemos pagar o preço dos nossos erros, essa é a lei da história, não o podemos negar. Se a China auxiliar os EUA, estará a dizer ao resto do mundo que não tem princípios, perdendo os seus verdadeiros aliados internacionais.

Pandemia poderá alterar hábitos culturais na China “que levam séculos a mudar”


A possível origem do surto epidémico provocado pelo novo tipo de coronavírus suscitou um debate mundial sobre o consumo e venda de animais selvagens. 

Albano Martins, presidente da ANIMA, vê na proibição temporária do consumo e venda de animais selvagens na China uma oportunidade para Pequim dar um exemplo ao mundo, mas Fátima Galvão, chefe da Associação para os Cães de Rua e o Bem-Estar Animal em Macau (MASDAW), mostrou-se mais céptica. Já José Tavares assinalou que o consumo de animais selvagens em Macau decresceu nos últimos anos e que o surto epidémico poderá acelerar esta tendência.

A proibição temporária da venda e consumo de animais selvagens na China poderá abrir caminho a uma interdição definitiva deste hábito após a pandemia mundial provocada pelo Covid-19, afirmou Albano Martins, presidente da ANIMA, acrescentando que a comunidade internacional “está à espera que a China tome essa medida”. Já Fátima Galvão, presidente da Associação para os Cães de Rua e o Bem-Estar Animal em Macau, mostrou-se mais céptica perante “uma mudança de hábitos culturais que levam séculos a mudar”. José Tavares, presidente do Instituto para os Assuntos Municipais (IAM), assinalou que o consumo de animais selvagens em Macau tem decrescido muito nos últimos anos e que o Covid-19 poderá “acelerar” esta tendência.

Timor-Leste anuncia segundo caso positivo e recuperação do primeiro paciente


Díli, 10 abr 2020 (Lusa) -- Timor-Leste registou o segundo caso confirmado de covid-19, uma pessoa que entrou no país pela fronteira terrestre com a Indonésia, com o primeiro paciente, registado a 21 de março a recuperar e a ter alta médica, informou hoje o Governo.

O anúncio foi feito por Sérgio Lobo, porta-voz do Centro Integrado de Gestão de Crise (CIGC) da covid-19, depois de uma reunião hoje de manhã desta estrututra, liderada pelo primeiro-ministro, Taur Matan Ruak, para fazer um ponto da situação das medidas de prevenção e combate à doença.

"Registamos um segundo caso positivo de uma pessoa que entrou na fronteira e que está atualmente em isolamento", disse Lobo.

"Trata-se de um cidadão timorense que entrou pela Indonésia. Estamos a fazer rastreio aos contactos para determinar se são necessários testes adicionais", referiu em conferência de imprensa.

Moçambique continua com 17 casos positivos de COVID-19


Moçambique não teve mais casos positivos do Coronavírus nas 24 horas a seguir à actualização de quarta-feira, na qual o Ministério da Saúde (MISAU) anunciou o aumento de 10 para doentes

Esta quinta-feira, a instituição disse que trabalhos estão a ser feitos para bloquear os contactos de todos cidadãos até aqui diagnosticados positivos em Cabo Delgado. Dos 17 casos que o país, nove de infecção local e oito importados.

Entretanto, o MISAU mostra-se preocupado com o elevado número de casos positivos em África, com destaque para a vizinha África do Sul, onde até esta quinta-feira 1.845 pessoas tinham sido infectados.

“Em África, nos primeiros 30 dias a evolução era lenta, mas depois a tendência ascendeu e isso nos preocupa. Principalmente ao nível da África do Sul, que é nosso vizinho, onde os casos chegam a 1845 casos positivos. Mas temos que destacar o facto de hoje todos os países já terem casos de infecção de coronavírus, o que aumenta a nossa preocupação”, disse Rosa Marlene, directora nacional de Saúde Pública.

Em Moçambique, nas últimas 24 horas, mais 16 suspeitos foram analisados, tendo os testes dado negativos, para todos.

Os 16 suspeitos não são do décimo caso registado em Cabo Delgado, e estão ainda a ser monitorados. Os resultados serão conhecidos esta sexta-feira.

Moçambique | Parlamento duplica orçamento


Cada deputado da VIII Legislatura vai embolsar 4 milhões de meticais

A Assembleia da República mais do que duplicou o orçamento para o seu funcionamento em 2020, ultrapassando os 2,8 biliões de meticais. Quase metade das despesas aprovadas nesta segunda–feira (06) são para “reintegração” de todos os supostos “representantes do povo” durante a VIII Legislatura. O @Verdade apurou que cada um dos deputados dos partidos Frelimo, Renamo e MDM vai embolsar cerca de 4 milhões de meticais.

São 2.837.302.422,55 meticais que a “Casa do Povo” já está a agastar desde que iniciou a IX Legislatura, a 13 de Janeiro último, mais do dobro do orçamento de 2019 que foi de 1,3 bilião de meticais.

O @Verdade descortinou que deste bolo a fatia mais pequena, cerca de 187 milhões, são para o pagamento dos salários dos funcionários do Secretariado Geral da Assembleia da República, que embora trabalhem muito mais do que 8 horas e muitas vezes sem fim-de-semana são equiparados aos funcionários públicos que picam o ponto as 7h30 e desaparecem as 15h30.

Outra fatia pequena é para bens e serviços de funcionamento do Parlamento, cerca de 120 milhões de meticais.

Moçambique: "Nomeação de Isaltina Lucas é uma afronta"



A nomeação de Isaltina Lucas para assessora do primeiro-ministro deixou vários setores ultrajados. É que, supostamente, Lucas terá recebido subornos no caso das "dívidas ocultas", o maior escândalo de corrupção do país.

Conhecida como "três beijos", Isaltina Lucas terá recebido cerca de três milhões de dólares de suborno, segundo uma folha de pagamentos apresentada em 2019 no julgamento de Jean Boustani nos EUA, um caso de crimes financeiros relacionado com as dívidas ocultas. A nomeação de Lucas escandalizou particularmente a sociedade civil.

Joaquim Oliveira, diretor de advocacia da Fundação para o Desenvolvimento da Comunidade (FDC) e membro de coordenação do Fórum de Monitoria do Orçamento (FMO) entende que a indicação vai na "direção contrária" do que "é o desiderato deste Governo".

"Não faz absolutamente sentido nenhum", afirma. 

Para Fátima Mimbire, ativista dos direitos humanos, "a nomeação da senhora Isaltina Lucas é, na verdade, uma demonstração claríssima de falta de ética e integridade dos nossos dirigentes do poder público."

Quando o Governo moçambicano avalizou as dívidas ocultas das empresas Ematum, MAM e Proindicus, avaliadas em cerca de dois mil milhões de euros, entre 2013 e 2014, Isaltina Lucas era a diretora Nacional do Tesouro. Fátima Mimbire recorda que "a senhora Isaltina é citada várias vezes em documentos que foram apresentados em sede do Tribunal de Brooklyn como tendo sido uma pessoa chave e instrumental para a viabilização do processo de endividamento oculto".

Covid-19: Parlamento angolano aprova mais 15 dias de estado de emergência


O Parlamento angolano aprovou, por unanimidade, o pedido de prorrogação do estado de emergência devido à pandemia do coronavírus. Deputados da oposição exigem medidas para proteger a população mais frágil.

Com 19 casos positivos de coronavírus registados em Angola, o Presidente João Lourenço vai decretar mais quinze dias de confinamento social para a evitar a propagação da doença no país.

O prolongamento do estado de emergência foi aprovado esta quinta-feira (09.04) no Parlamento com 176 votos a favor, zero votos contra e zero abstenções.

O ministro de Estado e Chefe da Casa Civil do Presidente da República, Adão de Almeida, explicou aos deputados que, durante o próximo período de estado de emergência, serão mantidas as restrições à liberdade de circulação, bem como à permanência de pessoas na via pública. Adão de Almeida avançou também que os cidadãos que ficaram retidos fora das províncias poderão deslocar-se para as suas localidades nos dias 11 e 12 de abril (sábado e domingo). Além disso, haverá novas regras para os mercados e venda ambulante.

"O princípio é que estes serviços estejam a funcionar três dias por semana – à terça, quinta-feira e ao sábado – mantendo o horário de funcionamento, que é das 6h às 13h. Estes princípios valem igualmente para a venda ambulante", explicou o ministro.

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