Martinho Júnior, Luanda
Por ocasião do assinalar do 2º
ano do corrente mandato do Presidente da República de Angola, João Manuel
Gonçalves Lourenço.
O Presidente da República de
Angola, João Manuel Gonçalves Lourenço, ensaiou o balanço de dois anos de
mandato com um espírito de abertura que não só deve cativar todos os angolanos,
mas também e sobretudo mobilizá-los e incentivá-los nas suas capacidades de
reconhecimento identitário próprio (individual e colectivamente), de
reconhecimento da história de Angola e de África, de reconhecimento sobre o
imenso que há que realizar nos termos de resgate e luta contra um
subdesenvolvimento que advém de múltiplas razões, entre elas as de raiz
histórica, as de raiz antropológica e as de raiz sociológica.
Angola deve-se redescobrir a si
própria na rica trilha do movimento de libertação em África, numa carga mental
construtiva capaz de revitalizar o seu próprio tecido humano em prol da
identidade nacional que é possível cultivar em pleno século XXI.
Ao voltar-se sobre si mesma,
Angola deve atirar para um segundo plano as doutrinas, as filosofias e as
ideologias que são injectadas a partir do exterior, que quantas vezes redundam
de interesses e conveniências de outros e não estão vocacionadas para a
prioridade que é o homem e o espaço físico-geográfico-ambiental angolano e
regional.
Que negócio algum, que incentivo
consumista algum, seja capaz de inibir ou ofuscar a prioridade à vida,
individual ou colectiva, que qualquer cidadão deste país a si próprio e à
identidade nacional deve fazer por merecer e devidamente equacionar!
Esse dever cívico, intelectual,
ético e moral, é anterior e matriz de qualquer tipo de direito e deve-se
considerar, com inspiração nas sucessivas comunicações do Presidente João
Manuel Gonçalves Lourenço, como algo que deve estar em cima da mesa de cada um
e para corrente prática!
1- O executivo liderado pelo
camarada Presidente João Manuel Gonçalves Lourenço, dá sinais de sua disposição
na tomada de decisões corajosas que visam revitalizar o MPLA e o estado
angolano, (https://www.governo.gov.ao/VerNoticiaPres.aspx?id=46089)
tirando partido do passado, da nossa história e dos ensinamentos essenciais que
derivam da tão rica experiência do movimento de libertação em África, com vista
a recriar os parâmetros dum caminho capaz de trazer ampla paz, sabedoria,
inteligência, prosperidade, unidade, reconciliação e coesão para todo o povo
angolano, assim como para os irmãos povos africanos e latino-americanos (tendo
em conta a diáspora afrodescendente na amplitude do Movimento Não Alinhado e
dos relacionamentos Sul-Sul). (https://www.makaangola.org/2019/09/joao-lourenco-dois-anos-de-presidencia/).
O seu discurso na ONU a 26 de
Setembro de 2019 é disso testemunho e, para os angolanos interessados na vida
do seu próprio país e de África, é por si um implicitamente pedagógico apelo
interventivo pela recuperação da sua própria identidade histórica, inserida na
saga sequencial decisiva do movimento de libertação. (https://www.angop.ao/angola/pt_pt/noticias/politica/2018/8/39/Discurso-Presidente-Joao-Lourenco-ONU,e41bce86-1efc-4add-838f-c27efbe28071.html).
Neste momento de riqueza
dialética, é oportuno o critério de transparência, de rigor e de sensibilidade
histórica, algo que se inscreve na lógica com sentido de vida, um conceito
essencial do movimento de libertação em África que urge recuperar em proveito
da educação, mobilização e identidade de todo o povo angolano e também por que
contribui para melhor interpretar o presente e as aspirações colectivas em
relação ao imenso que há a fazer no futuro. (https://paginaglobal.blogspot.com/2019/04/angola-uma-paz-avida-de-futuro.html).
Uma especial atenção deve ser
dada no meu entender à questão da essência da luta do movimento de libertação
em África, nos termos de que esse movimento é um fundamental garante de vida,
de bem-estar, de prosperidade e de civilização, para os povos africanos, em
particular o angolano, ali onde durante séculos imperou a barbaridade da
escravatura, do colonialismo, do “apartheid”, de suas sequelas e de todos
os fenómenos que nutrem o subdesenvolvimento que continuam a atirar os povos
africanos para a cauda dos Índices de Desenvolvimento Humano. (https://paginaglobal.blogspot.com/2019/07/o-pensamento-de-agostinho-neto-e-um.html).
Num constante e lúcido balanço
entre a tese da civilização e a antítese da barbárie, vai ser determinante
encontrarem-se sínteses sob a forma de opções capazes de sustentar a incessante
busca de saudáveis decisões e empenhos! (https://www.governo.gov.ao/Presidente.aspx).
2- O 11 de Novembro de 1975, a data da
independência, marca um parto sangrento em que a lógica com sentido de vida,
essencial para a demarcação do carácter do movimento de libertação em relação
sobretudo aos etno-nacionalismos de então, exigiu cabeça fria mas vontade
férrea, coração ardente mas sempre solidário, defesa firme e clarividente da
vida de Angola independente e soberana com armas na mão, assim como toda a
criatividade possível face a essas distintas tipologias de risco e ameaça que
pendiam sobre o povo angolano e um estado em vias de nascer. (http://paginaglobal.blogspot.pt/2017/12/angola-incontornavel-memoria-do-dia-11.html).
Nessa altura o MPLA e o estado
angolano emergente, esteve à altura dos decisivos acontecimentos por que
começaram a ser alcançadas sínteses que constituíam saltos significativos em
prol do povo angolano e de todos os povos africanos, em especial os povos da
África Austral, África Central e Golfo da Guiné. (http://paginaglobal.blogspot.com/2013/11/resgates-com-sentido-de-vida-i.html; http://paginaglobal.blogspot.com/2013/11/resgates-com-sentido-de-vida-ii.html).
Foi assim que pouco a pouco, dos
sonhos e das aspirações mais legítimas que alimentavam a mobilização de tantos
milhares de jovens no momento decisivo de se assumir o direito à independência
e à soberania, se passou a práticas que valorizaram o homem africano e
angolano, mesmo que ele não o reconhecesse, nem se reconhecesse nelas, até por
causa, quantas e quantas vezes, dos efeitos directos e indirectos das
ingerências, das manipulações e das assimilações, parte delas mensuráveis nos
termos da antropologia cultural em vigor com a pré-globalização típica da
introdução das novas tecnologias! (http://paginaglobal.blogspot.pt/2017/11/para-uma-cultura-de-inteligencia-em.html).
Esse é outra faceta dos balanços
correntes a não perder de vista! (http://paginaglobal.blogspot.pt/2018/04/colocar-nossas-pernas-titubeantes-no.html).
3- Os quesitos da actual
conjuntura externa e interna, possibilita sobretudo ao estado angolano a, para
lá da luta contra a corrupção, assumir-se na revitalização de sua própria
reconfiguração em função do paradigma da lógica com sentido de vida e segurança
vital, a fim de balancear e reavaliar desde logo a sua própria experiência,
desde o seu berço. (https://paginaglobal.blogspot.com/2019/06/angola-aprender-reinterpretando.html).
Esta possibilidade ganha força
não só nos parâmetros objectivos e subjectivos das alterações sociopolíticas
internas redundantes da assunção da direcção do Presidente João Manuel
Gonçalves Lourenço, mas também por que a energia da juventude está disponível
para ser mobilizada em prol de tarefas essenciais que contribuam para a
construção dum futuro promissor, seguindo essa mesma lógica com sentido de vida
em conformidade com uma urgente geoestratégia para um desenvolvimento
sustentável a levar a cabo com horizontes de muito longo prazo. (http://paginaglobal.blogspot.pt/2018/01/acordar-o-homem-angolano.html).
Reforça ainda essa possibilidade
as alterações climático-ambientais em curso que afectam a segurança vital de
Angola: nos mesmos termos que para a sobrevivência da vida em cada ser humano,
a água compõe 65% da massa corporal, a água interior existente no espaço
nacional angolano, carece de ser investigada e conhecida a partir de seu fulcro
na região central das grandes nascentes, a fim de projectar uma geoestratégia
de desenvolvimento sustentável capaz de responder às ameaças
climático-ambientais e garantir também a indispensável cultura de inteligência
patriótica que irá por seu turno nutrir a filosofia, a doutrina e a ideologia
essencial este país. (http://paginaglobal.blogspot.pt/2017/09/um-longo-caminho-para-paz.html).
Deve-se levar a cabo um exaustivo
estudo da presente conjuntura, indispensável para se definir a doutrina, a
filosofia e a ideologia patriótica que deve a todos e a todas as sensibilidades
galvanizar, a fim de vencer o subdesenvolvimento crónico que advém do passado. (https://paginaglobal.blogspot.com/2015/06/pedagogia-de-luta.html).
Agora há todas e mais algumas
motivações para tal, pela inspiração no exercício do próprio poder de estado
inaugurado com a ascensão à Presidência de João Manuel Gonçalves Lourenço!
Todos somos poucos para assumir
digna e corajosamente esse desafio!
44 anos depois daquele 11 de
Novembro de 1975, a
geração da renúncia impossível, quantas vezes vai ter de atingir o zero!? (https://paginaglobal.blogspot.com/2019/04/angola-atingimos-o-zero-martinho-junior.html).
Martinho Júnior -- Luanda, 1 de Outubro de 2019.
Imagens:
01- Discurso do Presidente da
República de Angola, João Manuel Gonçalves Lourenço, na Assembleia Geral da
ONU, a 26 de setembro de 2019;
02- Assembleia Provincial de
membros da Acção Social Para Apoio e Reinserção, no Bié, a 15 de Junho de 2011;
03- Primeira sessão da IVª
Assembleia Geral de membros da Acção Social Para Apoio e Reinserção, a 22 de
Fevereiro de 2019;
04- Segunda sessão da IVª
Assembleia Geral de membros da Acção Social Para Apoio e Reinserção, a 30 de
Março de 2019;
05- Assembleia Provincial de
membros da Acção Social Para Apoio e Reinserção, no Namibe, para efeitos de
inserção no regime de pensões na Caixa Social da Comunidade de Inteligência e
Segurança de Angola, a 12 de Setembro de 2019.
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