Thierry Meyssan*
Muitos pensam que os Estados
Unidos estão muito activos mas que não concretizam grande coisa. Por exemplo,
que as suas guerras ao Médio-Oriente Alargado são uma sucessão de fracassos.
Mas, para Thierry Meyssan eles têm uma estratégia militar, comercial e diplomática
coerente. De acordo com os seus próprios objectivos, ela avança pacientemente e
é coroada de sucesso.
É habitual nos Estados Unidos crer
que o país já não tem qualquer Grande Estratégia desde o fim da Guerra Fria.
Uma Grande Estratégia, é uma
visão do mundo que se tenta impor e que todas as administrações devem
respeitar. Assim, se se perde num teatro de operações, em particular,
prossegue-se em outros e acaba por se triunfar. No fim da Segunda Guerra
Mundial, Washington escolheu seguir as directivas fixadas pelo Embaixador
George Keenan no seu célebre telegrama diplomático. Tratava-se de descrever um
pretenso expansionismo soviético para justificar uma contenção da URSS (containment).
Efectivamente, muito embora eles tenham perdido as guerras da Coreia e do
Vietname, os Estados Unidos acabaram por triunfar.
É muito raro conseguir lembrar
uma Grande Estratégia, mesmo se houve outras neste período como com Charles De
Gaulle, em França.
No decurso dos dezoito últimos
anos, Washington conseguiu progressivamente fixar novos objectivos e novas
tácticas para os atingir.