Martinho Júnior, Luanda
De há muito que venho chamando a
atenção no sentido urgente dos africanos se voltarem sobre si próprios,
redescobrirem o chão onde vivem e redescobrirem-se a si próprios de forma
científica, pondo de lado o que foi sobre África imposto e convencionado por aqueles
que desde o exterior só dimensionaram o continente em função do egoísmo, da
ganância, do lucro, da corrupção e da especulação desenfreada sobre a
escandalosa oferta de matérias-primas a partir dum corpo deliberadamente
tornado inerte e à mercê dos abutres, na vigência da última palavra
neocolonial!
O renascimento de África só o
será se for conseguido numa via de civilização, de redescobrimento, de
renascimento e de vida, jamais em função da secular barbárie, não só a endémica
de natureza antropológica, mas a que outros fizeram recair sobre o
continente-berço da humanidade só para melhor explorar, a baixo-preço e com
mão-de-obra tanto quanto o possível escrava! (https://frenteantiimperialista.org/blog/2019/04/28/africa-da-inercia-a-catastrofe/).
A lógica com sentido de vida
inspirada no sentido histórico e antropológico do movimento de libertação em
África, obrigou-me a assumir essa advocacia “sobre brasas e sobre o arame”,
numa altura em que o neoliberalismo galopante votou ao desdém as minhas intervenções,
como havia votado ao desdém enterrando-me em vida no seio duma comunidade
temperada na luta mas deliberadamente votada à marginalização, ao ostracismo e
a uma intestina guerra psicológica, que só por via da traição intestinal a
corruptela de civilização tornada barbárie foi tentando enfraquecer, diluir,
hostilizar e vencer!... (http://paginaglobal.blogspot.com/2017/02/angola-todos-os-saiagos-do-meu-pais.html; http://paginaglobal.blogspot.com/2017/02/angola-provas-de-vida-nao-reconhecidas.html; http://paginaglobal.blogspot.com/2018/04/angola-construir-paz-social.html).
Aquele MPLA que tanto significava
de esperança entre 1961 e 1986, foi desde os últimos dias de Agostinho Neto tomado
por dentro por vírus paridos de fora do continente que conduziram ao estado de
prostração e putrefacção em que se encontra, de descaracterização em
descaracterização… e se num movimento como o MPLA assim aconteceu, o que não
vai por África fora, o que não vai pelo Congo, essa placa central subsaariana,
uma autêntica âncora que impede o navio da vida alguma vez rebentar amarras e
ver-se livre do porto de morte onde foi encalhado?
Desde a passagem do Che pelo
Congo, o que tem sido essa placa central subsaariana, que tem fronteiras com 9
outros países quase tão transversalmente inertes como ela? (http://paginaglobal.blogspot.com/2012/05/ainda-o-sonho-africano-do-che.html; http://paginaglobal.blogspot.com/p/blog-page.html).
De crise em crise, mais cedo que
tarde o peso das minhas intervenções haveria que se fazer sentir por que o
ciclo de traumas se adivinhava do próprio apodrecimento da mente humana parida
da inconsistência neoliberal, no estertor do vírus mortal do capitalismo… (https://paginaglobal.blogspot.com/2020/04/angola-uma-mao-lava-outra.html).
Recomecemos de novo pelo Congo,
pela República Democrática do Congo, porque todos os males de África foram
sendo por lá semeados, geridos e levados exponencialmente até ao estado de
exaustão, pelo império da hegemonia unipolar! (http://paginaglobal.blogspot.pt/2016/08/os-conflitos-contemporaneos-na-africa.html).