terça-feira, 6 de setembro de 2022

CORRUPÇÃO EM PORTUGAL - empresários, gestores, políticos, banqueiros, juízes...

Luís Afonso | Público

Relatório europeu aponta avanços "insatisfatórios" de Portugal face à corrupção

Grupo de Estados contra a Corrupção considera que Portugal deve intensificar o combate à corrupção, apontando apenas "pequenos progressos".

Um relatório do Grupo de Estados contra a Corrupção (GRECO), organismo dependente do Conselho da Europa, refere esta terça-feira que Portugal deve "intensificar substancialmente" a sua resposta às recomendações pendentes do organismo, alertando que o país apenas cumpriu três das quinze sugestões anticorrupção.

O mais recente relatório do GRECO aponta o "insatisfatório" cumprimento da maioria das recomendações anticorrupção sobre políticos, juízes e procuradores em Portugal, admitindo apenas "pequenos progressos" e que só três das suas quinze recomendações foram aplicadas de forma "satisfatória".

O relatório, citado pela agência EFE, destaca problemas quanto à prevenção da corrupção entre deputados e aponta medidas insuficientes no sistema judicial, nomeadamente o não desenvolvimento de "um código de conduta para juízes completo, claro e aplicável".

No caso de processos legislativos, o organismo considera que o país "não facilitou o acesso ao processo de elaboração das leis para todas as partes interessadas, em especial no que se refere a consultas públicas", não tendo ainda sido abordado "devidamente" o tratamento dos contactos entre deputados e terceiros ou as sanções aos membros do parlamento por atos indevidos.

O GRECO sublinha que não foram marcadas sanções adequadas para infrações menores nem existe uma avaliação independente sobre a prevenção de conflitos de interesses.

No caso dos juízes, foram apenas tomadas medidas para desenvolver um futuro banco de dados que deverá facilitar o acesso às decisões de tribunais de primeira instância. No entanto, de acordo com o relatório, não se reforçou a composição dos Conselhos Superiores para garantir a independência judicial nem se alterou o método de seleção dos juízes do Supremo Tribunal, nota a agência EFE.

"Não se desenvolveu um código de conduta para juízes completo, claro e aplicável", especialmente em temas como os "conflitos de interesses".

"Portugal deve intensificar substancialmente a sua resposta às recomendações pendentes do GRECO", afirma o relatório, que descreve o cumprimento do país como "globalmente insatisfatório".

O Grupo de Estados contra a Corrupção é um órgão de Conselho da Europa criado em 1999 e emite recomendações periódicas sobre transparência e política anticorrupção dos Estados-membros da União Europeia.

Diário de Notícias

Ler em Página Global:

Portugal | Um em cada quatro magistrados diz que há juízes corruptos

A GRAVIDADE DA CORRUPÇÃO EM PORTUGAL

Empresário angolano Álvaro Sobrinho terá mais álibis para escapar à justiça?

Portugal | O CASO BES E A INSTRUÇÃO

Portugal | MAIS DE 40 CRIMES DO BES PODEM CAIR POR TERRA

Portugal | A CONDENAÇÃO DE RICARDO SALGADO

Ministério Público pede pena de prisão não inferior a 10 anos para Ricardo Salgado

Combate à corrupção em Portugal falha ao deixar de fora o poder político

Carestia de vida: Depois do blá-blá de apoios os portugueses vão alcançar o quê?

Susana Charrua| opinião

António Costa, primeiro-ministro de Portugal, apresentou ontem à noite as medidas decididas de suporte e atenuação do aumento do custo de vida para os portugueses em sérias dificuldades financeiras por reflexo da subida da inflação. Costa foi exaustivo e com tantos dados deixou baralhados muitos dos que o escutaram. 

Depois disso e de um grande blá-blá que ainda agora se ouve, a conclusão foi/é de que as medidas anunciadas "sabem a pouco" e não vão aliviar nem superar as dificuldades com que os portugueses carenciados se deparam quotidianamente. Também a classe média se mostra insatisfeita com as medidas de apoio anunciadas.

Lendo, vendo e ouvindo na comunicação social os comentários especializados verificamos que há quase uma opinião unânime entre os vários especialistas de que o governo avançou com as medidas possíveis para não hipotecar ainda mais o futuro. Compreende-se. Mas na realidade como será que os mais pobres conseguirão enfrentar a miséria e a fome? Também em vastas franjas da classe média menos abonada é posta a questão de como irão conseguir pagar as contas...

Assim, na conclusão de momento, a expetativa é de aguardar para ver e perceber como as medidas de apoio anunciadas se revelarão eficientes para os portugueses não passarem fome e não deixarem de pagar as contas - da casa, gás, eletricidade, alimentação e outras.

Dar tempo ao tempo é a decisão, agora. Daqui por cerca de um mês todos os abrangidos pelos apoios poderão então fazer as contas... Na verdade os apoios parecem ser insuficientes mas... esperemos para ver.

As críticas da oposição acerca do anunciado não se têm feito esperar. São negativas na generalidade. É o normal, dizer por dizer mas sem referir que se estivessem no governo fariam bem pior. É o que a prática nos mostra em situações passadas.

Diz-se que quem espera sempre alcança... E os portugueses vão alcançar o quê? Mais do mesmo? Disso já estamos fartos. Não, obrigado.

EXPRESSO CURTO, SEM TIRAR NEM PÔR

Ontem foi dia de Costa, hoje é dia de Adriano e também pode ser de Leopoldina

Eunice Lourenço | Expresso (curto)

Bom dia

Se tem pressa em saber quais as medidas do Governo para contrariar os efeitos da inflação pode ir direto para aqui. Ontem, foi finalmente dia de António Costa apresentar o seu plano, prontamente promulgado pelo Presidente da República e criticado pela oposição.

Já voltamos ao plano, porque o que gostava mesmo era hoje dar a conhecer uma jovem princesa que há 200 anos ajudou a mudar e a moldar a história de um país.

“Pedro, o Brasil está como um vulcão. Até no paço há revolucionários. (…) O Brasil será em vossas mãos um grande país. O Brasil quer-vos para seu monarca. Com o vosso apoio ou sem o vosso apoio ele fará a sua separação. O pomo está maduro, colhei-o já, senão apodrece. (…) Tereis o apoio do Brasil inteiro e, contra a vontade do povo brasileiro, os soldados portugueses que aqui estão nada podem fazer. Leopoldina”

A carta de Leopoldina escrita a 2 de setembro chegou a D. Pedro no dia 7, quando o então príncipe estava nas margens do Ipiranga, em S. Paulo, onde tinha ido numa tentativa de acalmar os ânimos independentistas. No mesmo dia 2, a arquiduquesa austríaca, princesa da Hungria e da Boémia, tinha assinado, como regente, o decreto da Independência do Brasil que precisava de ser sancionado pelo marido. Atrasou o envio do documento para que a sua carta a explicar as razões do decreto chegasse primeiro e, quando a lei, D. Pedro deu o seu gripo do Ipiranga: “Independência ou morte!” Menos de 3 meses depois, Pedro e Leopoldina seriam coroados imperadores do Brasil.

Este dia de vésperas das celebrações da independência, com Marcelo Rebelo de Sousa a voar ao encontro de Jair Bolsonaro, em plena campanha eleitoral com o Brasil a ser de novo “um vulcão”, hoje pareceu-me um bom dia para lembrar a princesa europeia que foi a primeira imperatriz do Novo Mundo, que parece ter conduzido as decisões do impetuoso D. Pedro, tanto em janeiro de 1822, na decisão de ficar no Brasil quando as cortes portuguesas os intimavam a voltar, como 9 meses depois na decisão pela independência. Muitas vezes associada a Leopoldina está a imagem de mulher sofrida, traída pelo marido, sucessivamente grávida, mas essa imagem não pode ofuscar a de uma princesa educada na Europa que se apaixonou pelo povo e pela paisagens brasileiras, que promoveu expedições cientificas e povoamentos e que percebeu o sentir das gentes de tal maneira que ainda hoje é honrada numa das suas principais escolas de samba.

Voltemos então ao plano de Costa, que esta manhã continuará a ser explicado por Fernando Medina e Ana Mendes Godinho, a partir das 9h30. Ontem acompanhámos a apresentação ao minuto e hoje voltamos a estar  para a conferência de imprensa que vai decorrer no Ministério das Finanças. Um dos pontos principais é a transferência para os pensionistas de meia pensão em outubro. Parece bom, mas nem por isso, como a Elisabete Miranda aqui explica. E a descida do IVA da energia também é poucochinho, como o Miguel Prado avisa. Ainda assim, o Presidente da República acha que o plano é equilibrado e fez questão de sair à rua à beira da meia-noite para o comentar. Um Marcelo pouco ao gosto dos jovens laranjinhas que preferiam ver um Presidente menos condescendente para com o Governo.

Sahara Ocidental: Argélia defende "negociações diretas" entre Marrocos e Polisário

A nova intenção de Argel, que desde sempre apoiou a Polisário, está contida num comunicado do Ministério dos Negócios Estrangeiros, na sequência da visita à Argélia do emissário das Nações Unidas para o Saara Ocidental, Staffan de Mistura

A Argélia defendeu esta segunda-feira (05.09.2022) a realização de “negociações diretas” entre Marrocos e os independentistas da Frente Polisário para que as duas partes cheguem a uma solução para o conflito com mais de 45 anos no Saara Ocidental.

A nova intenção de Argel, que desde sempre apoiou a Polisário, está contida num comunicado do Ministério dos Negócios Estrangeiros, na sequência da visita à Argélia do emissário das Nações Unidas para o Saara Ocidental, Staffan de Mistura.

Segundo o comunicado, o chefe da diplomacia argelina, Rantane Lamamra, analisou com Mistura as “perspetivas de consolidação dos esforços da ONU” com vista a uma “retoma nas negociações diretas” entre as duas partes em conflito, Marrocos e a Frente Polisário, para que se possa alcançar um “acordo político justo e duradouro”.

Ramtane, contudo, reiterou a posição da Argélia de "rejeição" do formato de “mesas redondas”, como as realizadas em Genebra em 2019 na sequência de uma resolução da ONU e que se destinavam a juntar Marrocos, a Frente Polisário, Argélia e Mauritânia. Argel considera “contraprodutivo" esse formato quadripartido.

No entanto, Marrocos defende a retoma do formato para chegar a uma solução “baseada exclusivamente na iniciativa marroquina de autonomia, no quadro da soberania nacional e da integridade territorial do reino”.

A questão do Saara Ocidental, antiga colónia espanhola considerada "território não autónomo" pela ONU, opõe há décadas Marrocos à Frente Polisário, apoiada por Argel. Rabat, que controla quase 80% do território, propõe um plano de autonomia sob a sua soberania. A Polisário, por seu lado, exige um referendo de autodeterminação sob a égide da ONU, planeado quando foi assinado o cessar-fogo de 1991 e que nunca se concretizou.

A Argélia cortou relações diplomáticas com Marrocos em agosto de 2021 devido a profundas divergências sobre o Saara Ocidental e à reaproximação das relações securitárias entre as autoridades marroquinas e israelitas.

Staffan de Mistura está em Argel no quadro da segunda digressão regional desde que foi nomeado para as funções de emissário da ONU, em novembro de 2021. Domingo, em Tinduf, no centro oeste da Argélia, Mistura reuniu-se com o líder da Polisário, Brahim Ghali.

Os atritos políticos e diplomáticos entre a Argélia e Marrocos sobre o Saara Ocidental normalmente saem do quadro bilateral para influenciar as relações com outros países.

Nesse contexto, a visita de Mistura a Argel acontece no meio de uma nova crise diplomática, desta vez entre Marrocos e a Tunísia, depois de o Presidente tunisino, Kais Saied, ter recebido Ghali no final de agosto durante a cimeira económica Japão-África, realizada em Tunes.

O Saara Ocidental é um território quase deserto de 266.000 quilómetros quadrados localizado na costa do Atlântico, com fronteiras com Marrocos, Mauritânia e Argélia.

Expresso | Lusa | Imagem: Getty Images

MARROCOS ESTÁ A UM PASSO DE FAZER OUTRO INIMIGO NO MAGREB

SAHARA OCIDENTAL

Ali Lmrabet* | opinião

Rabat já tem um inimigo irreconciliável no Magreb, em Argel. Adicionar Túnis à mistura condenaria Marrocos ao isolamento total

Um infortúnio, diz-se, nunca acontece sozinho. E o regime marroquino teve sua parte na semana passada. Vários, todos de uma vez, e de um tipo que abala as fundações estabelecidas.

Durante um discurso público na semana passada, o rei Mohammed VI foi explícito e até ameaçador: “Gostaria de enviar uma mensagem clara a todos: a questão do Saara [ocidental] constitui o prisma através do qual Marrocos considera seu ambiente internacional. É também clara e simplesmente o parâmetro que mede a sinceridade das amizades e a eficácia das parcerias que a nossa nação estabelece com os outros.”

Em resumo, o soberano alauíta explicou que não poderia haver meias medidas no conflito do Saara Ocidental , e que os estados estrangeiros tinham que escolher um lado: a favor ou contra o Marrocos.

Mas alguns dias depois, em entrevista à televisão pública espanhola, o alto representante da União Europeia para os Negócios Estrangeiros, Josep Borrell, ele próprio espanhol, declarou que “a posição do governo espanhol era e continua a ser a mesma que a posição da UE : ou seja, que o povo saraui deve ser consultado para que ele mesmo decida seu próprio futuro”.

Esta declaração provocou choque e indignação em Rabat, onde o ministro das Relações Exteriores Nasser Bourita cancelou imediatamente uma reunião que havia sido marcada com o diplomata europeu para setembro.

Como Borrell é espanhol e vem do mesmo partido do primeiro-ministro espanhol Pedro Sanchez, os marroquinos se perguntaram se ele estava falando em nome do governo espanhol ou da UE.

Segundo a mídia espanhola, Bourita ligou diretamente para Borrell para exigir que ele retificasse imediatamente sua declaração. O diplomata europeu obedeceu , apesar de algumas contorções linguísticas. Bourita teria feito o mesmo com o ministro das Relações Exteriores da Espanha, José Manuel Albares, que foi pressionado a reafirmar o apoio oficial da Espanha à proposta de autonomia do Marrocos .

Angola | A FRAUDE KWACHA VOLTA A ATACAR

Artur Queiroz*, Luanda

Eleições de 1992. O processo eleitoral foi entregue a Onofre Martins dos Santos, uma autoridade mundial na matéria. Angolano e luandense. Todos os partidos concorrentes estavam representados na Comissão Nacional de Eleições. Para os jogadores não terem a mínima dúvida, todo o processo foi monitorado pela Troika de Observadores (Portugal, Rússia e EUA) e a ONU (que em Angola se chamava UNAVEM). Impossível fazer batota.

A guerra de agressão estrangeira (a UNITA agrediu o Povo Angolano ao lado dos racistas da África do Sul) tinha destruído tudo, sobretudo a rede de estradas asfaltadas construída pelos portugueses entre 1964 e 1974. Por terra, era muito difícil a mobilidade e em algumas províncias, impossível. A ONU (UNAVEM) só tinha 14 helicópteros e dois aviões para o processo eleitoral. 

A senhora embaixadora Margaret Anstee decidiu que as eleições multipartidárias tinham de ser organizadas com basse numa grande frota aérea. Foi assim que foram contratados mais 40 helicópteros M-17 e dez aviões (Antonov26, Hercules C-130, Beechcraft e King Air). O aluguer desta frota custou 40 milhões de dólares. As populações de toda Angola iam a votos.

 A UNITA percebeu que não podia fazer fraude e resolveu sabotar o processo. Nas províncias do Uíje, Zaire, Malanje, Huambo, Bié, Benguela, Moxico, Lunda Norte, Lunda Sul e Cuando Cubango forças armadas do Galo Negro impediram os outros concorrentes de fazer campanha. Impediram a presença de delegados nas mesas e assembleias de voto. No Uíje derrubaram um avião que transportava material para as eleições. A situação era gravíssima.

Os comissários reuniram com Onofre Martins dos Santos e em cima da mesa foi colocada a hipótese de adiar as eleições. A maioria (e o líder) recusou o adiamento. Então o que fazer com os votos onde não havia controlo de ninguém e nas regiões onde apenas a UNITA estava presente? A decisão seria tomada caso a caso. 

As eleições decorreram num clima de paz, tranquilidade e sobretudo uma participação nunca vista. Mais de 91 por cento! A UNITA somou milhares e milhares de votos oriundos das mesas e assembleias onde ninguém mais esteve presente. A fraude foi aceite. O Galo Negro registou 34 por cento e Savimbi 40, nas Presidenciais. Graças à fraude. Na realidade devem ter ficado por metade. Ou nem isso. Essa era a dimensão real de um partido que tinha homens armados “embebidos” nas forças de defesa e segurança do regime racista de Pretória.

Se os jovens de hoje não sabem disto, então não merecem votar em democracia.

Direcção do MPLA discute estratégia de trabalho para a próxima Legislatura

ANGOLA

O presidente do MPLA, João Lourenço, orientou, na manhã desta segunda-feira, uma reunião com altos responsáveis do partido, cujo ponto mais alto foi a forma como serão organizados os órgãos da Assembleia Nacional.

Em declarações à imprensa, no final do encontro, realizado na sede do partido, a secretária do Bureau Político para a Política de Quadros, Ângela Bragança, fez saber que, apesar do trabalho por realizar, ainda, pelo Tribunal Constitucional, o MPLA não parou de fazer o trabalho de casa.

"Nós temos a nossa agenda e estamos a trabalhar com base nela", salientou, acrescentando que o MPLA não está a trabalhar com a agenda de terceiros. "A nossa agenda diz-nos que devemos fazer o trabalho de casa, pensar como vai ser a Assembleia Nacional, ao nível da presidência das comissões, e como definir as nossas estratégias de trabalho", destacou.

 Ângela Bragança disse que o encontro foi "muito construtivo", tendo permitido, sobretudo, sentir "a grande" vitalidade do partido. "Independentemente de tudo que se coloca ou se pensa, o MPLA continua forte", assegurou a secretária do Bureau Político para a Política de Quadros, para quem o MPLA entendeu a mensagem do povo soberano, "que deu, mais uma vez, ao partido, a vitória para governar.

 "O MPLA confia no povo soberano", realçou. Ângela Bragança esclareceu que a reunião de ontem faz parte de uma sequência de outras que o partido vem realizando desde o início do processo eleitoral e da preparação da candidatura que o levou a mais esta vitória.

 "Este encontro visou, sobretudo, perspectivar tudo aquilo que vem decorrente da nossa vitória nestas eleições", acentuou.

Numa publicação feita, domingo, na sua conta do Twitter, o Presidente João Lourenço disse estar a aguardar "serenamente" pela decisão do Tribunal Constitucional, para se seguir a segunda parte da festa da democracia - referindo-se à cerimónia de investidura e os actos que se lhe seguem. "Angolanos, estamos juntos”, destacou no post.

César Esteves | Jornal de Angola

Angola – Eleições | Tribunal rejeita pedido de providência cautelar da UNITA

O Tribunal Constitucional negou, esta segunda-feira, o provimento à providência "cautelar não especificada" interposta pela UNITA, a 2 deste mês, que solicitava à CNE a declarar a ineficácia da Acta do Apuramento Nacional dos Resultados Eleitorais Definitivos do pleito de 24 de Agosto.

A decisão do Tribunal  decorre do facto de o pedido formulado resultar como efeito automático da lei, nos termos do artigo 158º, da Lei Orgânica das Eleições Gerais (LOEG) e por não preencher os pressupostos cumulativos para o seu decretamento, ao abrigo dos artigos 399º e seguintes do Código de Processo Civil.

A medida tornada pública ontem consta no Acórdão nº 767/2022, do Tribunal Constitucional, que foi rubricada pelos juízes conselheiros do plenário do TC, excepto um dos seus membros que se declarou impedida.

Nesta ordem, o Tribunal destaca que o requerente (UNITA) solicitou ao Constitucional, na qualidade de Tribunal Eleitoral, que declarasse a ineficácia da Acta do Apuramento Nacional dos Resultados Eleitorais Definitivos das Eleições Gerais de 24 de Agosto.

No recurso interposto, a UNITA solicitou ao Tribunal Constitucional para intimar a Comissão Nacional Eleitoral no sentido desta admitir a reclamação do requerente e que a CNE se abstenha de causar agravos ao requerente que impeçam o efectivo exercício dos seus direitos e garantias constitucionais.

Dos pressupostos para o provimento de uma providência cautelar, o documento sublinha, depois de uma série de requisitos, que os factos descritos pelo re-querente, aliados ao já expedido supra quanto ao efeito suspensivo da interposição de recurso no Tribunal Constitucional, no âmbito do contencioso eleitoral, não podem preencher o requisito do "periculum in mora", uma vez que os requisitos são cumulativos.

O requisito "periculum in mora consiste na iminência da verificação de qualquer lesão ou dano grave de difícil reparação àquele direito, em virtude da demora na conformação definitiva da lide, justificando-se, assim, a urgência na efectivação desse direito para prevenir os prejuízos que decorrem da natural demora do processo".     

A não verificação deste pressuposto, realça o Tribunal, torna "despicienda" a apreciação dos restantes pressupostos. Nesta ordem, o Constitucional conclui que, por um lado,  existindo acção própria definida por lei para acautelar os direitos invocados, não deve ser usado um meio subsidiário, como é o caso do procedimento cautelar; e, por outro lado, não estão preenchidos os pressupostos cumulativos da providência cautelar não especificada.

Dos factos alegados pelo requerente (UNITA), o Acórdão realça a 31ª sessão ex-traordinária do plenário da CNE, realizada a 28 do mês passado, que aprovou os resultados do Apuramento Nacional Definitivo das Eleições Gerais.

Assim, do apuramento efectuado pela candidatura da UNITA, em sede das actas sínteses em sua posse e da CNE, instituição que mantém, nos termos le-gais, a custódia do material do expediente das eleições de 24 de Agosto, a candidatura do partido UNITA apurou um número de mandatos distintos ao apurado pela Comissão Nacional Eleitoral.

"O mandatário da candidatura da UNITA, David Horácio Njunjuvili, presente na referida reunião, inconformado com os resultados projectados em tela, na sala de reuniões da CNE, manifestou tempestivamente, perante o Plenário, o interesse em consignar em acta a reclamação sobre aqueles resultados, o que lhe foi coarctado, alegadamente, porque era intempestivo", reforça o documento.

Edna Dala | Jornal de Angola | Imagem: Vigas da Purificação | Edições Novembro

SITUAÇÃO MILITAR NA UCRÂNIA EM 5 DE SETEMBRO DE 2022

-- A Rússia atacou a 57ª Brigada de Infantaria Mecanizada da AFU perto de Bereznegovatoye com mísseis de alta precisão;

-- A Rússia atacou a 81ª Brigada de Assalto Aéreo da AFU perto de Krasnopolye com mísseis de alta precisão;

-- A Rússia atingiu ativos militares da AFU perto de Voznesenk com mísseis de alta precisão;

-- A Rússia atingiu ativos militares da AFU perto de Poltavka com mísseis de alta precisão;

-- A Rússia atingiu ativos militares da AFU perto de Artyomovsk com mísseis de alta precisão;

-- A Rússia atingiu ativos militares da AFU perto de Zelenodolsk com mísseis de alta precisão;

-- Os sistemas de defesa aérea russos derrubaram 5 drones ucranianos perto de Bolshiye Prokhody na região de Kharkov, Novotroitskoye, Yegorovka, Novy Svet e Zelyonoye Pole na RPD;

-- Os sistemas de defesa aérea russos derrubaram 34 foguetes HIMARS, Uragan e Olkha perto de Kazatskoye e Chernobayevka no Kherson.

South Front

FORÇAS UCRANIANAS ATINGEM PRÉDIO DA CENTRAL NUCLEAR DE ZAPOROZHYE

Em 5 de setembro, as Forças Armadas da Ucrânia retomaram o bombardeio de artilharia na central nuclear de Zaporozhye e na cidade de Energodar, onde a central está localizada.

#Traduzido em português do Brasil

O representante da administração na região de Zaporozhye confirmou que os militares ucranianos estavam atirando novamente no NPP. Desta vez, o ataque atingiu o edifício especial da usina nuclear.

De acordo com a autoridade local, um recipiente com água destilada nas imediações da segunda unidade de energia foi danificado. Não há vítimas. Uma das unidades de energia da central nuclear de Zaporozhye está funcionando a 80% como resultado do bombardeio da AFU.

Ao mesmo tempo, um morador local foi detido pelas forças de segurança na parte da região de Zaporozhye que estava sob controle das tropas russas. O homem era suspeito de ajustar fogo de artilharia da AFU nos assentamentos no distrito de Kamensk-Dneprovsky.

Os policiais locais estabeleceram correspondência nas redes sociais nas quais o detento indicava a localização dos assentamentos do distrito de Kamensk-Dneprovsky, bem como locais para greves. o detido foi colocado em um centro de detenção temporária, uma inspeção está sendo realizada.

South Front

Ler mais em South Front:

Em vídeo: resultados das tentativas recentes de Kiev de capturar a NPP de Zaporozhye

Munição vadia de canivete fabricado nos EUA cai perto da usina nuclear de Zaporozhye (fotos)

Forças de Kyiv fizeram segunda tentativa fracassada de capturar a usina nuclear de Zaporozhye

A POLÓNIA ENTRA EM GUERRA CONTRA A RÚSSIA

Testemunhos dão conta de tropas regulares polacas (polonesas-br) combatendo na Ucrânia contra o Exército russo.

No fim da Primeira Guerra Mundial, o Governo ucraniano aliou-se à Polónia contra a Rússia. Ao contrário de uma ideia feita, não se tratava para ele de recuperar a parte do seu território que tinha sido anexada pela URSS, mas de repelir a influência russa na Europa central. Portanto, ofereceu a Galícia ocidental à Polónia em pagamento pelo seu envolvimento contra Moscovo (Tratado de Varsóvia, 1920). Depois, colocou o Exército ucraniano sob comando polaco (polonês-br). Esta guerra terminou com a derrota da Polónia e da Ucrânia.

O Primeiro-Ministro de então era Symon Petliura, o mentor do fundador do « nacionalismo integralista » ucraniano, Dmytro Dontsov, o qual fez parte da delegação ucraniana à Conferência de Paz de Versalhes. Ele era um admirador do fundador do « nacionalismo integralista » francês, Charles Maurras. No entanto, Dontsov era germanófilo, enquanto Maurras era germanófobo.

O actual Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, segue exactamente a mesma estratégia. Fez aliança com a Polónia e prometeu-lhe a Galícia oriental em troca de seu envolvimento militar contra a Rússia. A história repete-se, sempre em detrimento do povo ucraniano.

Não é possível compreender aquilo que se passa actualmente na Ucrânia sem conhecer a história dos «nacionalistas integralistas» ucranianos e as suas alianças sucessivas com a Polónia e o Reich nazi. Contrariamente ao que dizem os grandes média (mídia-br), a Rússia não combate a Ucrânia, mas sim os «nacionalistas integralistas» que ela designa sob o vocábulo de «neo-nazis».

A Polónia é membro da OTAN, mas o artigo 5 do Tratado do Atlântico Norte não se aplica em caso de iniciativa ser de um de seus Estados membros. Assim, a Turquia invadiu sucessivamente o Norte de Chipre, o Iraque e a Síria sem poder pedir ajuda aos seus Aliados nos termos do Artigo 5.

Voltairenet.org | Tradução Alva

As receitas da Rússia aumentam graças às sanções tomadas contra ela

É difícil para os Ocidentais admitir, mas as sanções tomadas contra a Rússia na sequência da sua aplicação dos Acordos de Minsk, dos quais era garante (aplicação qualificada de « agressão » pelos Ocidentais), são-lhe na realidade proveitosas.

Segundo o Presidente Vladimir Putin durante a sua reunião com o Director das finanças russo, Daniil Yegorov, as receitas da Federação da Rússia durante o primeiro semestre de 2022 aumentaram 32%, sobretudo devido ao aumento dos preços da energia.

O recuo brutal da economia russa durante as « sanções » ocidentais foi, pois, largamente resolvido e o auto-isolamento dos Ocidentais do resto do mundo favorece a economia russa. Resta ver quais serão as consequências do refluxo para o Ocidente dos dólares habitualmente utilizados no mercado internacional de energia. De momento, provoca inflação, variando entre 6 e 17%, em todo o mundo, Rússia incluída.

Voltairenet.org | Tradução Alva

DIANA, 74 ANOS, TORTURADA E ESPANCADA POR TRÊS HORAS PELO SBU

Laurent Brayard*

Na triste ladainha dos mártires do Donbass, aqui está a história de Diana Prokofevna Nikiforova, moradora da região de Liman, nascida em 1941. Como a grande maioria da população da região, ela participou do referendo de maio de 2014, que foi organizado em todo Donbass e encontrou um imenso fervor popular. A questão era simples, a proclamação da República Popular de Donetsk e a separação da Ucrânia, que enlouqueceu após a revolução americana Maidan. Ela nunca pensou que as coisas iriam acabar como aconteceram, com Kiev enviando tropas e batalhões de retaliação, assassinatos, massacres e guerra. Nascido durante a Segunda Guerra Mundial em meio à ocupação da Alemanha nazista, esse filho do Donbass estava revivendo os mesmos eventos mais de 70 anos depois. Sua determinação de ser russa.

#Traduzido em português do Brasil

Gobartchev e sua camarilha nos traíram e destruíram nosso país.  Ela teve a infelicidade de ver os ultranacionalistas chegarem, com suas armas, seus tanques, às vezes com seu sotaque ucraniano ocidental, ameaçando e gritando. Na idade dela, tudo o que a pobre mulher tinha como arma era uma cédula pela liberdade. Foi-lhe dito que ela era membro de uma sub-raça na Ucrânia, a dos russos, cuja língua não era mais reconhecida, cuja história e civilização estavam sendo ridicularizadas. Ela disse: 'Nasci no Donbass, em uma família modesta, e vivi na região toda a minha vida. Eu era de uma família de três filhos, meu pai trabalhando duro e minha mãe sendo dona de casa. Fui para a Universidade de Donetsk, onde estudei para me tornar engenheiro e especialista em construção. Durante toda a minha vida trabalhei na administração pública, desenvolvendo projetos e construções de vários edifícios e estruturas públicas. Eu mesma me casei, tive meus filhos, vivíamos com meu marido muito felizes. A queda da URSS foi uma tragédia para nós, vivemos bem e entendemos que iríamos viver tempos muito difíceis. Gorbachev e sua camarilha foram traidores para nós, o golpe foi desferido pelo Ocidente e, embora nem tudo fosse perfeito, houve muitas coisas positivas durante a União Soviética. Depois veio a Ucrânia, com sua lenta degradação. Vimos a corrupção, os oligarcas, o sofrimento dos pequenos, o colapso do nosso padrão de vida em um país rico, especialmente aqui no Donbass. Tenho visto com preocupação a ascensão do fascismo e do nacionalismo na Ucrânia Ocidental. O compromisso e a incompetência de nossos presidentes, até mesmo sua traição como depois que Yushchenko chegou ao poder em 2005. Eu já estava aposentado, e havíamos saído de Donetsk com meu marido para retornar às nossas raízes, aqui na região de Liman. Foi com esperança que votei em Yanukovych em 2010, achamos que era melhor para nós, ele era filho de Donbass. Quando o segundo maia chegou no inverno de 2013-2014, percebi que algo sério ia acontecer, especialmente depois que ele fugiu em fevereiro de 2014 diante dos desordeiros e ultranacionalistas. O resto você sabe».

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