Manlio Dinucci*
Como um cilindro compressor, os
Estados Unidos e a NATO alastram pelo mundo a estratégia Rumsfeld/Cebrowski de
destruicão das estruturas estatais dos países não integrados na globalização
económica. Para concretizá-la, usam os europeus aos quais fazem crer numa
alegada “ameaça russa”. Ao fazê-lo, incorrem o risco de provocar uma guerra
generalizada.
Tudo contra todos: é a imagem
mediática do caos que se alarga à mancha de petróleo na costa sul do
Mediterrâneo, da Líbia à Síria. Uma situação perante a qual até Washington
parece impotente. Na realidade, Washington não é um aprendiz de feiticeiro
incapaz de controlar as forças postas em movimento. É o centro motor de uma
estratégia - a do caos - que, ao demolir Estados inteiros, provoca uma reação
em cadeia de conflitos a serem utilizados de acordo com o critério antigo -
“dividir para reinar”.
Tendo saído vitoriosos da Guerra
Fria, em 1991, os USA autoproclamaram-se “o único Estado com uma força, uma
escala e uma influência, em todas as dimensões - política, económica e militar
- verdadeiramente global”, propondo-se “impedir que qualquer poder hostil domine
uma região - Europa Ocidental, Ásia Oriental, o território da antiga União
Soviética e o Sudoeste Asiático (Médio Oriente) - cujos recursos seriam
suficientes para criar uma potência global”. Desde então, os EUA e a NATO sob o
seu comando, fragmentaram ou demoliram com a guerra, um após outro, os Estados
considerados obstáculos ao plano de domínio global - Iraque, Jugoslávia,
Afeganistão, Líbia, Síria e outros - enquanto mais alguns (entre os quais o
Irão e a Venezuela) ainda estão na sua mira.