sexta-feira, 26 de junho de 2020

Washington navega em rota de colisão com a China


A partir deste mês, os EUA estão implantando três de seus porta-aviões simultaneamente para patrulhar o Pacífico no que foi projetado para ser uma clara ameaça à China. Cada grupo de ataque de transportadores compreende contratorpedeiros, aeronaves e submarinos. Os EUA têm 11 porta-aviões no total.


O contra-almirante Stephen Koehler, diretor de operações do Comando Indo-Pacífico, é citado como tendo dito sobre a implantação incomum. “As transportadoras e os grupos de transportadoras são grandes símbolos fenomenais do poder naval americano. Estou realmente empolgado por termos três deles no momento.”

Bonnie Glaser, diretora do Projeto China Power no Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais, admitiu que as operações eram provocativas, embora sugerissem que a realidade era de alguma forma um golpe de propaganda para Pequim. Ela disse: "Os chineses definitivamente o retratarão como um exemplo de provocações dos EUA e como evidência de que os EUA são uma fonte de instabilidade na região".

Esqueça a "representação" chinesa.  Parece claramente factual que Washington esteja aumentando a beligerância e a instabilidade no Pacífico.

A flexão muscular sem precedentes dos EUA ocorre num momento em que as relações políticas entre Washington e Pequim caíram numa nova Guerra Fria. O presidente Donald Trump está preparando a sua base de apoio com insultos racistas renovados contra a China devido à pandemia de coronavírus. Em recentes comícios em Oklahoma e Arizona, o presidente referiu a "Kung Flu" e uma "praga" enviada da China.

As críticas da oposição moçambicana nos 45 anos de independência


Moçambique assinalou ontem 45 anos de independência. A oposição analisa com tristeza o percurso do país, apontando a violência, a violação dos direitos humanos e a corrupção como setores que mancham o desenvolvimento.

A oposição moçambicana não está convencida com os argumentos do Governo, que tem estado a afirmar que o pais registou avanços assinaláveis rumo ao desenvolvimento nos últimos 45 anos.

O Governo aponta para vários setores que registaram desenvolvimento como a indústria, educação, saúde, bem como a preservação da paz e da unidade nacional. Mas o porta-voz do maior partido da oposição, a RENAMO, José Manteigas, nega que o país se tenha desenvolvido.

"Um país que tem todos os recursos desde faunísticos, marítimos, minerais, como é possível que, num universo de quase 30 milhões de habitantes, 21 milhões sejam pobres? Então, isso é a consequência da má gestão da coisa pública", sublinha.

Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO) considera que os moçambicanos, durante os últimos 45 anos, sentiram-se excluídos, oprimidos, colonizados pelo próprio libertador e viram os direitos humanos violados.

"Há violação sistemática dos direitos humanos, silenciar de todos aqueles que pensam de forma diferente, apesar de estarmos num Estado de direito democrático. Por isso assistimos às detenções arbitrárias de jornalistas, académicos, fazedores da opinião pública e a assassinatos", lembra o porta-voz da RENAMO.

Violação de segredo de Estado? Jornalistas moçambicanos constituídos arguidos


Jornalistas do Canal de Moçambique vão à barra da Justiça depois de noticiarem acordo entre Estado e multinacionais para proteger trabalhadores dos ataques em Cabo Delgado. Analistas dizem que acusação não faz sentido.

Os Ministérios da Defesa e do Interior em Moçambique não gostaram de ler no jornal Canal de Moçambique uma notícia que, segundo eles, violou segredos do Estado. O semanário publicou, em março último, uma informação que dava conta de um contrato assinado em fevereiro de 2019 entre a "Anadarko" (agora "Total"), a "Eni" (entretanto "Mozambique Rovuma Venture") e os dois ministérios, alegadamente para garantir a segurança dos trabalhadores na região de Palma, em Cabo Delgado.

Com o título "O negócio da guerra em Cabo Delgado", o jornal estampou o suposto contrato entre as empresas e os dois ministérios. Os pagamentos pelos serviços seriam depositados num banco comercial, ainda de acordo com o jornal.

Moçambique | 45 anos de independência


Ontem, 25 de Junho, Moçambique completou 45 anos de independência, celebrando a respetiva efeméride. O presidente Nyusi presidiu às cerimónias em Maputo e a Deutsche Welle fez a respetiva cobertura através de Leonel Matias. Com 24 horas de atraso trazemos ao PG a devida referência comemorativa.

"O sacrifício dos nossos heróis não foi em vão"

O Presidente Filipe Nyusi diz que o país registou "muitos progressos" nos 45 anos da Independência Nacional e sublinha que os moçambicanos não se devem deixar levar por quem tenta branquear a história.

O Presidente Filipe Nyusi dirigiu as cerimónias centrais dos 45 anos da Independência Nacional na Praça dos Heróis Moçambicanos, em Maputo.

"Volvidos 45 anos, mesmo diante de vicissitudes de vária ordem, podemos afirmar que o sacrifício dos nossos heróis, para que hoje cada moçambicano tenha identidade e usufrua da liberdade, não foi em vão."
Segundo Nyusi, a ação das autoridades, "mais do que substituir a bandeira nacional procurou dar corpo à libertação da terra e dos homens". O chefe de Estado chamou a atenção para os progressos alcançados nos setores político, económico e social.

"Não deve haver pressa em esquecer os malefícios do colonialismo para que não sejamos presas fáceis dos manipuladores de consciência que a todo o custo tentam branquear a história do presente", afirmou o Presidente da República.

"A paz está novamente ameaçada"

O chefe de Estado apontou, no entanto, que alguns desafios condicionaram o projeto de edificação da nação, nomeadamente a guerra fria, a guerra movida pela Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO) e as calamidades naturais.

O compromisso com o diálogo, a paz, reconciliação e o aprofundamento da democracia foi mencionado por Filipe Nyusi como uma das prioridades durante os 45 anos. Aludiu, por exemplo, ao acordo de paz assinado com a RENAMO, que permitiu o desarmamento, até ao momento, de mais de 300 homens das forças residuais daquele partido, de um total de cinco mil que deverão ser abrangidos pelo processo até junho do próximo ano.

No entanto, "a paz está novamente ameaçada", observou Filipe Nyusi numa alusão aos ataques dos insurgentes em Cabo Delgado e da auto-intitulada "Junta Militar" no centro do país, mas elogiou a atuação das forças de defesa e segurança.

"Tal como no passado, os moçambicanos jamais permitirão que o seu país, produto de sacrifícios e sangue derramado, seja usado como tábua para satisfação de interesses obscuros e alheios."

Celebração em tempo de Covid-19

As cerimónias do aniversário da independência nacional observaram as medidas de prevenção contra a Covid-19, com um reduzido número de convidados, a lavagem das mãos, o distanciamento social e o uso de máscaras.

A Covid-19 causou já 788 casos cumulativos no país com o registo de 26 novas infeções nas últimas 24 horas, segundo dados divulgados esta quinta-feira (25.06) pelas autoridades de saúde.

O Presidente Filipe Nyusi apelou à prudência e responsabilidade face à pandemia. Falou também das perspetivas para o país: "O nosso foco continuará orientado para o aumento da produção e produtividade em todos os setores, através do trabalho."

Durante as cerimónias realizadas em Maputo e noutros pontos do país foram condecoradas 175 individualidades, em reconhecimento pelo seu contributo para a libertação nacional, o aumento da produção e por se terem distinguido nas áreas das artes, desenvolvimento e funcionamento do Estado moçambicano.

 Leonel Matias (Maputo) | Deutsche Welle

EMPREENDEDORISMO: ALIENAÇÃO VERSUS COOPERAÇÃO


De Rui Peralta, nosso colaborador - atualmente não ativo - estamos a recuperar algumas das suas participações no Página Global até ao ano de 2016. É o caso da que apresentamos em seguida, subordinada ao título acima exposto. Afinal, um texto sempre atual: empreendedorismo. (PG)

Rui Peralta, Luanda  

O empreendedorismo é apresentado como uma solução para a força de trabalho excedente, não absorvida, uma possível solução para o desemprego. Pelo menos este é o discurso dominante que promove esta prática e, efectivamente, assim o pode ser. Mas, por debaixo do discurso promotor das competências empreendedoras, impõe-se uma ideologia funcional que reproduz culturalmente os processos de acumulação do capital e que assenta na concorrência como fórmula mágica e no capitalismo como como fatalidade bíblica. Para trás ficam a solidariedade e a cooperação, distorce-se o papel do individuo e os seus direitos efectivos e perde-se o sentido do colectivo.

O grande objectivo deste tipo de empreendedorismo, desta ferramenta do neoliberalismo, é a criação de uma economia feita de trabalhadores que adquirem comportamentos de unidade-empresa e não como colectivos de produtores. A forma empresa integrará toda a sociedade, tornando-se um princípio vectorial que se infiltra em todas as relações sociais. Da família ao Estado nada lhe escapa. Quanto ao mercado tornar-se-á numa imensa fornalha reprodutora de escravos, de mão-de-obra de baixíssimo custo, isenta de custos sociais e de direitos tanto de produtores como de consumidores, um imenso aparelho sob controlo directo das oligarquias. É um imenso processo de colonização que leva os valores do capitalismo a todos os âmbitos da vida social e a todas as esferas da sociedade humana.

A ética imposta por estes valores comporta a ideia de que o pobre é pobre porque não é – e não quer ser - empreendedor, gera uma falsa consciência do sujeito. Os que não empreendem são “falhados, derrotados”, fogem do “sucesso”, são “indolentes” que fogem da concorrência permanente.  Os que “fracassam” não dispõem dos sinais do “êxito”, não absorveram os valores empreendedores como o “talento”, a “inovação”, o “carisma”, a “liderança”, etc. Desta forma ocultam-se os processos sociais que possibilitam estes valores, escondem-se as relações sociais no mundo do trabalho, a exploração da força de trabalho, criada através da invisibilidade dos rendimentos-extra gerados no modo de produção capitalista. A burguesia possui riqueza porque oculta e explora e essa é a sua racionalidade. Não há “talento” nas relações sociais de produção. O que há é uma relação de domínio/submissão, de exploração.

Na ideologia do empreendedorismo o sujeito passa de assalariado (o que vende a sua força de trabalho, o seu conhecimento, no mercado de trabalho) a um “empresário de si próprio”. E é aqui que consiste a armadilha que gera uma falsa consciência da realidade. Ele desce no escalão social, efectivamente, porque perde direitos e adquire uma actividade precária, que o irá fazer arrastar-se por toda uma vida a pagar dividas á banca, a bajular o aparelho de Estado em troca de uns trocos, e o partido como centro de negócios.

Empreender sim, mas de forma consciente e não como processo de alienação. Empreendedorismo sim, mas no sentido de potenciar a criatividade, a inteligência, a inovação, a excelência do serviço e da produção. Empreender no sentido da cooperação e da solidariedade e não em exclusivo nos processos de concorrência. Criar processos de empreendedorismo que fomentem transformações de atitude dos produtores e operadores que gerem dinamização económica local, potenciando as articulações com o meio envolvente. Empreendedorismo sim, mas no sentido dos empreendedores criarem os seus próprios circuitos financeiros solidários e as suas redes logísticas colectivas. Empreendedorismo sim, mas no sentido da partilha de conhecimento, saberes e tecnologias.

Empreender sim. De verdade, como processo de socialização. Nunca como alienação.

Angola | Covid-19: Cerca sanitária renovada em Luanda mas violações persistem


O Governo angolano decidiu manter a cerca sanitária em Luanda, a província com o maior número de casos positivos de Covid-19. Mas muitos populares continuam a tentar entrar e sair da região através de vias clandestinas.

É no período da noite que muitos aproveitam para tentar "romper" a cerca sanitária. Nicleth Solange, uma jovem comerciante de legumes, confessou à DW que mentiu às autoridades para deixar o Bengo e entrar em Luanda.

"Passamos domingo [21.06] às duas horas da manhã. Aproveitamos o momento em que a polícia controlava os carros. Quando fomos interpeladas, explicamos que estávamos a ir ao óbito de um familiar. Sabemos que não podemos sair. Mentimos só para conseguir o pão das crianças", admitiu a jovem.

Até à última semana, Luanda era a única entre as 18 províncias de Angola com os pontos de entrada fechados. Mas, entretanto, as autoridades fecharam também o Kwanza Norte. A província está sob cordão sanitário há uma semana, depois da entrada clandestina de um indivíduo com a doença - que segundo as autoridades "fugiu" do Hoji-ya-Henda, um dos bairros de Luanda com maior número de vítimas de Covid-19.

Angola | A OBSESSÃO DO ÓDIO PELO ÓDIO…


Martinho Júnior, Luanda  

Trata-se dum entrincheirado fascismo: cargas de ódio pelo ódio até à exaustão, em tempo de paz e sem qualquer pinta de procura de outros horizontes se não as nuvens de ódio, azotadas nuvens, com cheiro a enxofre, a podridão e a horizontes fechados, onde não há qualquer busca de salutar saída…

Há mercenários da escrita, aptos à guerra psicológica, cuja única tarefa é serem bombistas da escrita, desmonta a desmonta, sabotagem a sabotagem, subversão a subversão, é para isso que foram sulfuricamente programados!…

É essa a receita do fascismo, com mercenários que outra coisa não conseguem realizar senão, sem remissão, abusar do estado angolano, república a república (já vamos na IVª), desde as entranhas de seus covis “independentes”, instrumentalizados e atiçados por aqueles que têm tudo a ganhar com a subversão contínua em Angola, um país que pelas suas riquezas naturais querem reduzir definitivamente a um infeliz corpo inerte, impondo a sua ilimitada vontade de rapina e, se possível, de mais sangue!

O “nitismo” e afins prolongaram-se no espaço e no tempo, nesses congénitos esconderijos que advêm dos tempos da matriz que foi a PIDE/DGS, feitos meios de comunicação e correntes ideológicas intestinas da Europa e de Angola, ao mesmo tempo caixas de ressonância uns dos outros, “fala só” como exemplifica a “Voice of America”, infestando o quotidiano, tornando-o num fluxo de doentio confinamento e imposição, um labirinto de sadomasoquistas sem pudor nem respeito pelos outros, nem pelo país-alvo que com eles se tornou Angola!

Actuam procurando a formatação duma mentalidade padrão obsessiva, emocionalmente obscura e, por via das novas tecnologias, sem ventilação para além das electrónicas técnicas: a obsessão digital, à velocidade da luz!

Guerra psicológica de baixa intensidade tem seus mercenários profissionais com o rótulo de “jornalistas livres”, testados no caso angolano ao longo de décadas, a ponto de destilar provocadora vilania por todos os poros e todos os dias, como única alternativa, solução e aspiração, sem alguma vez se preocuparem em fazer uma avaliação mínima de contraditórios que aliás não têm de alinhar com a sua perfídia psicológica e ideológica, por que a perfídia psicológica e ideológica é de facto a única razão da sua existência, a existência dum fascismo em atrocidade contínua, de que só os bárbaros, os loucos, ou os mercenários bem pagos são capazes!

A pandemia que chega de fora na direcção de Angola não é pois só de Covid-19: há uma guerra psicológica traumática que já leva décadas, tentáculo da guerra psicológica maior, global, própria da IIIª Guerra Mundial que assola a humanidade desde 9 de Maio de 1945, quando terminou a IIª!

Esse tentáculo pandémico tem estímulos cada vez maiores e custos que cada vez é mais difícil equacionar, por que o ódio pelo ódio tem traumáticos objectivos subversivos onde irão buscar os rendimentos finais, quando conforme à sua conduta e seu único desejo, reduzirem finalmente Angola a uma ultraperiférica neocolónia que poderá levar séculos para se conseguir alguma vez reverter!

Para esses foi e é imperdoável qualquer afirmação de independência e de soberania do estado angolano, por mais repúblicas que se sucedam umas às outras desde o movimento de libertação e de sua luta armada que não teve outra alternativa se não fazer-se eclodir e sentir!...

A paz em Angola merece melhor sorte que essas amarras viscerais tornadas continuamente torrentes de desastrosas e intempestivas emoções, uma obcecada cristalização que jamais tentou abrir uma janela de saudável futuro, por pouco oxigenado que um ar reciclado chegasse ao seu interior! (https://club-k.net/index.php?option=com_content&view=article&id=41164:bp-do-mpla-acusa-folha-8-ultrajar-imagem-de-agostinho-neto&catid=23:politica&lang=pt&Itemid=641).

A frágil democracia angolana está a ser assim deliberadamente maltratada e asfixiada por essas torrentes fascistas, mercenárias e demenciais, num expediente de vingança cega e pútrida em relação a quem alcançou o 11 de Novembro de 1975, por via duma longa luta armada de libertação nacional inscrita na luta armada de libertação em África, de Argel ao Cabo da Boa Esperança!

De provocação em provocação, as opções de reconciliação estão as campanhas fascistas a tentar sufocar e esgotar, por muitas tentativas de paz que se busquem, por muitas amnistias que se promulguem, por muita paciência que haja de quem está no exercício de estado, por muito boa-fé dos que não se querem tocados pela impostura e estão ávidos de vida e frescura de opções!...

Jamais reconheceram que a independência e a soberania trouxeram, pela via do movimento de libertação, a oportunidade aos direitos humanos que os angolanos, com os outros povos da África Austral, Central e Grandes Lagos, nunca antes experimentaram nem com colonialismo, nem com “apartheid”, pois nunca colonialismo, ou “apartheid”, tal como entendia Nito Alves e seus seguidores, foi ou é sua preocupação: o ódio pelo ódio chegou a esse patamar psicológico e ideológico sem escrúpulos de demência e exaustão, reflectindo-se ainda hoje, 45 anos após o desaparecimento institucional do fascismo em Portugal!

Sujeitar a democracia do estado angolano a este tipo de infectados pântanos começa a não ser mais solução: 18 anos depois do calar das armas haverá saudavelmente alguém capaz de se reconciliar com esse ódio pelo ódio de largas décadas, enquanto obcecada exaustão fraccionista, saudosista e subversiva?

Vão-se dar muito mal em Angola e o melhor é ir quanto antes para o alfobre da Ucrânia, para os braços do “Movimento Azov”, que é onde esses mercenários mentalmente pertencem... lá estão a reciclar outros como eles, para que haja muita carne para canhão! (http://www.patrialatina.com.br/conhecendo-nossos-inimigos-ucrania-o-campo-de-treino-militar-para-a-extrema-direita-mundial/). (MJ)

Luanda, 24 de Junho de 2020

Imagens recolhidas ao acaso da trincheira fascista programada a partir do exterior.

CONSTATEM ESTE SULFÚRICO EXEMPLO: https://jornalf8.net/2020/

Ronaldo no Banco de Portugal, Benfica no fundo. E Isabel dos Santos?


No Portugal do-mal-o-menos, o vírus covid-19 escolheu pairar com ameaça de segunda vaga pela paisagem de Lisboa. A abordagem de Filipe Garcia, no Curto do Expresso, está a seguir. O artífice espraia-se por muito mais num Curto que apetece ler e ficar a saber.

Temos “desporto” para variar, porque vale assemelhar a uma transferência desportiva a mudança do Ronaldo das Finanças (Centeno) para governador do Banco de Portugal. Nem é novidade e além disso muito mais bem pago, com muito mais mordomias. Talvez seja a compensação devida a Mário Centeno pelos tantos golos que ele conseguiu para a equipa das cinco quinas. Talvez seja desta que aconteça mais e melhor rigor e muito menos conluio entre o governador do BP, os banqueiros e seus associados. Até ver e sentir fiquemos à espera de avançar mais, com elogios ou críticas. Esperemos sentados e sempre com a nuvem negra sobre nós, portugueses, aquela nuvem que nos assinala que afinal “eles” são todos iguais e que quem se lixa é sempre o mexilhão, a plebe, o povinho que paga e não bufa.

Remate: Força, força, camarada Mário, o povo está farto de ser o otário… (ou talvez não)

De desporto propriamente escrito tem no Curto o chamado “afundanço do Benfica”. Pois.

Impende sobre Isabel dos Santos a possibilidade de um mandato de captura? Quem diria! Parece que a galinha dos ovos de ouro lhe fugiu. Bem, mas tudo que se diz pode ser simplesmente ficção… E além disso à a Rússia, que não tem acordos de extradição para a devolver ao ocidente, nem a África… A Rússia ou outros países em vários horizontes. A escapatória está sempre com a porta aberta, para as Isabei$ e os Manei$. Para a velhinha que tirou dois ovos, esparguete, pão e um chocolate é que não há escapatória possível. É o costume para o “mexilhão”. Justiça? Ora, ora.

Há mais no Curto. Ler e ouvir por referência. Tuti-fruti q.b. Vá nessa. Passe um bom dia, sem covid-19, de preferência.

Saúde, sorte e dinheiro para gastos (pequenos)… Porque o dinheiro está caro. Ao desbarato só o encontra entre os banqueiros, os vigaristas de colarinho branco, os gestores de prémios milionários, os corruptores e os corruptos da alta sociedade e finança… Enfim, toda essa chusma imensa de chulo$ parasitário$.

Curto a seguir. Curta.

MM | PG

O belicista-mor retrata Trump como um hippie pacifista


O livro de Bolton atirou Trump na lona, mas seu cáustico relato pode, ao final, levantar o líder caído antes do próximo round das eleições

#Escrito em português do Brasil

Pepe Escobar

Um belicista profissional se torna o queridinho dos liberais de limusine só porque está ridicularizando o presidente dos Estados Unidos.

O labiríntico espetáculo que atualmente se desenrola nos sacrossantos salões do Império merece ser comparado ao enredo mais demente do mundo da luta livre profissional – já que tudo que se refere a Donald Trump tem que ser entendido como um acúmulo de enredos de telecatch. Aqui temos o ex-consultor de segurança nacional John Bolton no papel de O Coveiro, enquanto Trump tenta brilhar como O Rochedo.

No entanto, quando olhamos em resolução 4 K para a figura da suposta liderança do governo dos Estados Unidos mais suas extensões no Beltway, atoladas em um pântano cheio de víboras traiçoeiras, a luta mais parece uma briga patética de unhadas e puxões de cabelo.

O consultor da Casa Branca para assuntos de comércio Peter Navarro – um demonizador hidrófobo da China – foi quem descreveu melhor as intenções de John Bolton em seu livro supostamente revelador, negociado com uma editora por dois milhões de dólares: a pornovingança do pântano Distrito de Colúmbia.

As memórias de 592 páginas de Bolton, a serem lançadas na próxima terça-feira, foram convenientemente vazadas pela Simon & Schuster para o New York Times e o Washington Post, e um trecho foi publicado pelo Wall Street Journal.

Bolton escreveu: "Um presidente não pode fazer mau uso dos poderes legítimos do governo da nação, definindo seus próprios interesses pessoais como sendo sinônimos do interesse nacional, nem inventar pretextos para mascarar interesses pessoais sob o disfarce do interesse nacional".

Um picareta do New York Times escreveu: "Mr. Bolton tentou usar seus dezessete meses na Casa Branca para alcançar objetivos políticos que eram importantes para ele próprio [os itálicos são meus], como por exemplo, retirar os Estados Unidos de uma série de acordos internacionais que ele considerava falhos, tais como o acordo nuclear com o Irã, o Tratado de Forças Nucleares de Alcance Intermediário e outros".

Então, um belicista certificado – com folha corrida fartamente documentada – pode, impunemente, "alcançar objetivos políticos importantes para ele mesmo e, ao mesmo tempo, acusar o Presidente de igualar seus "próprios interesses pessoais com o interesse nacional".

O que realmente importa aqui para quem se descreve como um jornal factual e confiável parece ser a singular oportunidade de citar livremente uma fonte privilegiada cuja exatidão simplesmente não pode ser checada. O fato de Bolton, como fonte, não ser mais confiável que um boateiro qualquer do pântano Distrito de Colúmbia? Isso é convenientemente varrido para baixo do tapete.

O Washington Post, de sua parte, gabou-se de que essa é, até o presente momento, "a dissecção mais substantiva e mais crítica de um presidente partindo de um integrante do governo", que retrata Trump como um "comandante em chefe errático e surpreendentemente desinformado".

O Post também confia na palavra de Bolton quando este diz que Trump age com base em "instinto pessoal" e o descreve como "atuando para a plateia de um reality show". Pelo menos Bolton parece perceber vagamente o clima de telecatch que predomina no governo Trump, e percebe também o óbvio: a única coisa que realmente importa acima de tudo para Trump é a reeleição.

Guerra mais sanções mais Covid-19 é igual a genocídio na Síria


Em plena pandemia, a administração Trump pôs em vigor a chamada «Lei César» para reforçar brutalmente as já muito restritivas sanções que se fazem sentir no dia-a-dia vivido por cada cidadão da Síria.

José Goulão | AbrilAbril | opinião

A operação genocida montada pela administração Trump e o Conselho Europeu, em tempos de pandemia, contra a esmagadora maioria do povo da Síria passa entre os pingos da chuva da comunicação social corporativa e avança em todo o terreno sem que as Nações Unidas manifestem a menor intenção de travar a tragédia recaindo sobre pelo menos 17 milhões de pessoas.

Israel deu o exemplo em Gaza, submetendo dois milhões de pessoas a um universo concentracionário que se prolonga há muitos anos. As administrações Obama e Trump, mais o Conselho que representa os governos da União Europeia seguem o mesmo caminho na Síria – e em outros países, como se sabe – eventualmente com falinhas mais mansas e pretensos objectivos libertadores e humanitários cuja simples invocação retrata o desumano cinismo de quem assim se comporta.

Falemos especificamente da tragédia que se vive na Síria, de uma actualidade flagrante que não encontra correspondência junto de quem se limita a consumir as matérias envenenadas da comunicação dominante.

Em plena pandemia de COVID-19, a administração de Donald Trump pôs em vigor a chamada «Lei César» para reforçar brutalmente as já muito restritivas sanções que se fazem sentir no dia-a-dia de guerra vivido por cada cidadão da Síria; e alguns dias antes, em 28 de Maio, o Conselho Europeu decidiu prorrogar por mais um ano as sanções que estão em vigor desde 2011 – supostamente contra «o regime» mas que recaem sobre a população. Por exemplo, proibir a importação de petróleo num país onde os recursos petrolíferos estão sob controlo de tropas de ocupação norte-americanas ou de grupos terroristas por elas tutelados retrata em corpo inteiro o «humanismo» dos governantes europeus perante uma população que, além de resistir contra uma agressão estrangeira tem de se desdobrar, com absoluta penúria de energia, na guerra contra o novo coronavírus.

O comportamento das castas dominantes transatlânticas com ambições globalistas tem uma designação: genocídio. E os europeus que não apontem o dedo a Trump, estão ao mesmo nível ilegal e criminoso.

Portugal | Passo atrás, multa à frente


Manuel Molinos* | Jornal de Notícias | opinião

O pequeno passo atrás dado agora com o dever cívico de recolhimento domiciliário em 19 freguesias de Lisboa não é só fruto de descuido ou falta de civismo. É também resultado de contradições e dualidade de critérios políticos e sanitários.

Será que muscular as leis e as forças de segurança trava o ressurgimento de casos de covid, em Portugal ou em qualquer outro país? A ver vamos. Certo é o ruído político e a conflitualidade, também legislativa, que as medidas vão provocar.

As multas para travar os ajuntamentos de pessoas além do limite permitido atribuem, implicitamente, aos jovens a culpa pelos novos surtos. Apontar o dedo aos mais novos, fechar estabelecimentos comerciais mais cedo ou acabar com a venda de bebidas alcoólicas nas lojas de conveniência até pode refrear os profissionais dos comentários. Mas não resolve o problema. Este ainda persiste nos transportes públicos e nas habitações sobrelotadas e naqueles que nunca puderam, nem vão poder, ficar em teletrabalho.

O reforço de 90% nos autocarros da Grande Lisboa a partir de segunda-feira, anunciado ontem, foi tardio. Assim como o programa para melhorar as condições de sanidade dos bairros. Como é discutível que os bares sejam um problema e não uma solução e ainda estejam de portas fechadas, mesmo depois de terem apresentado ao Governo um guia de boas práticas.

E é ainda necessário que as mensagens cheguem aos destinatários. Que sejam claras, oportunas e coerentes. Se os mais velhos já tiveram momentos em que não percebiam exatamente o que lhes era transmitido (ora a máscara não é necessária, ora já é, ora até é imprescindível), os mais novos também ficaram confusos com as variáveis do desconfinamento. O esforço para entender como eles percebem e vivem o momento atual também não foi grande.

Aliás, o caricato post (para não o batizar de centralista ou dar-lhe outra classificação) da Direção-Geral da Saúde no Facebook com algumas recomendações para o São João, já depois da noite do santo popular ter acontecido, é revelador de uma comunicação nem sempre assertiva.

* Diretor-adjunto

Portugal | Grande Lisboa é a atual "capital do covid-19"


Dever de confinamento e ajuntamentos limitados a cinco pessoas em 19 freguesias da região de Lisboa

O Governo vai voltar a impor dever cívico de recolhimento nas 19 freguesias da região de Lisboa onde se mantém o estado de calamidade, tal como já tinha adiantado o JN.

A decisão foi anunciada, esta quinta-feira, por António Costa, após a reunião do Conselho de Ministros, na sequência do qual ficou decidido que o país passará, a partir da meia-noite do próximo dia 1 de julho, da situação de calamidade para o regime de estado de alerta.

Em relação à região de Lisboa, as 19 freguesias afetadas pelo dever de confinamento são as seis do concelho da Amadora e as quatro de Odivelas. No concelho de Lisboa, a única freguesia é a de Santa Clara e, no concelho de Loures, estão em causa duas uniões de freguesia: Sacavém e Prior Velho, e Camarate, Unhos e Apelação.

Já em Sintra, são as uniões de freguesias de Queluz/Belas, Massamá/Monte Abraão, Cacém/São Marcos, Agualva/Mira Sintra, Algueirão/Mem Martins e a freguesia de Rio de Mouro.

Recorde-se que o dever cívico de recolhimento em território nacional terminou a 1 de junho. A decisão surge depois de, no início da semana, o Governo ter apertado as regras de distanciamento social na Área Metropolitana de Lisboa, com novas medidas.

Portugal | PS E PSD A FAVOR DO ABANDALHAMENTO DA LÍNGUA PORTUGUESA?

PS e PSD aprovam parecer contra suspensão do Acordo Ortográfico por iniciativa de cidadãos

A comissão de Assuntos Constitucionais aprovou hoje, por maioria PS-PSD, um parecer do deputado socialista Pedro Delgado Alves que concluiu ser impossível suspender o Acordo Ortográfico através de uma iniciativa legislativa de cidadãos.

O parecer, pedido à comissão de Assuntos Constitucionais pela comissão de Cultura e Comunicação, foi aprovado com os votos favoráveis do PS e PSD, a abstenção do BE e PCP, na ausência de deputados dos restantes partidos, disseram à Lusa deputados da comissão.

O projeto de lei de iniciativa de cidadãos, com 20.669 assinaturas, pela suspensão do AO, foi entregue há mais de ano, passou de uma legislatura para a outra, e está na comissão parlamentar de Cultura, que pediu um parecer sobre a sua constitucionalidade à comissão de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias.

No seu parecer, o deputado do PS Pedro Delgado Alves concluiu que nos tratados internacionais, como é o Acordo Ortográfico, a sua "vinculação ou desvinculação" estão dentro "da reserva de iniciativa do Governo", de acordo com a Constituição.

O artigo 197.º, sobre a competência política, determina que cabe ao Governo "negociar e ajustar convenções internacionais".

Pelo que este tipo de decisão "não se insere na esfera de competências legislativa da Assembleia da República", argumentou Pedro Delgado Alves na apresentação do parecer aos deputados da comissão.

Líder da Fretilin confiante na estabilidade do VIII Governo timorense


O secretário-geral da Fretilin, maior partido timorense, está confiante que o novo arranjo político garantirá estabilidade governativa até 2023, admitindo que o maior risco são eventuais desentendimentos.

"Não tenho dúvidas que há condições para a estabilidade até 2023. Particularmente porque a oposição está instável, tem os dias contados", afirmou Mari Alkatiri, em declarações à Lusa.

"O maior risco é se aparecer algum desentendimento interno, mas não creio que isso vá acontecer. A plataforma está sólida", considerou.

Alkatiri falava à Lusa depois da tomada de posse, na quarta-feira, de 19 novos membros do VIII Governo, grande parte deles da Frente Revolucionária do Timor-Leste Independente (Fretilin), no que consolida uma nova aliança de maioria de apoio ao executivo.

Sistema timorense de saúde continua sem estar preparado para grande surto


O sistema de saúde timorense consegue conter eventuais novos casos de covid-19 que surjam no país, mas teria dificuldades perante um contágio de maior dimensão, apesar de alguns preparativos nos últimos meses, segundo um porta-voz do centro de crise.

"Com os mínimos que temos, se surgir um novo caso ou poucos casos, ainda dá para conter", disse à Lusa um dos porta-vozes do Centro Integrado de Gestão de Crise (CIGC), Pedro Klamar Fuik, criado pelo Governo para lidar com a pandemia.

"Mas se surgirem casos noutra dimensão, dificulta imenso a capacidade de o sistema de saúde do Estado responder", sublinhou.

Pedro Klamar Fuik falava à Lusa no dia em que em Timor-Leste -- atualmente sem casos ativos da doença, de um máximo de 24 atingido a 24 de abril --, termina o terceiro mês consecutivo do estado de emergência.

O país está sem casos ativos desde 15 de maio e, desde aí, as autoridades têm continuado a atuar, realizando testes a pacientes com sintomas de doenças respiratórias, no âmbito da "vigilância sentinela" implementada.

COVID-19: Indonésia ultrapassa os 50.000 casos


O número de pessoas infetadas pelo novo coronavírus na Indonésia ultrapassou hoje os 50.000, quando o Governo indonésio está a reabrir o país devido à enorme pressão económica.

A equipa do Governo indonésio responsável pela gestão da COVID-19 revelou que o aumento do número de casos está associado à crescente capacidade de testes do país, que na última semana se aproximou da meta diária de 20 mil.

No entanto, os críticos alertam que o número de testes ainda está abaixo do recomendado para um país que possui 270 milhões de habitantes.

A Indonésia começou a reabrir a economia este mês e irá, gradualmente, continuar neste sentido até julho.

O país já registou mais de 50 mil casos, mais de 2.600 mortos e cerca de 20.500 recuperados.

A pandemia de COVID-19 já provocou quase 479 mil mortos e infetou mais de 9,3 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

Depois de a Europa ter sucedido à China como centro da pandemia em fevereiro, o continente americano é agora o que tem mais casos confirmados e mais mortes.

Lusa

Mollywood vai ser a nova capital do cinema na China, com sede internacional em Macau


Foi oficialmente lançado o projecto que vai fazer de Macau e da vizinha ilha da Montanha a capital do cinema chinês. A iniciativa quer rivalizar com Hollywood, está estimada em biliões de dólares e anuncia-se como factor decisivo na diversificação económica da RAEM.

Empresa registada em Hengqin, sede das operações internacionais em Macau. É assim que se apresenta o Grupo Mollywood, que acaba de dar a conhecer o projecto que ameaça gerar ondas de choque no mundo do cinema. 

Wang Haige, o presidente do Grupo, foi ambicioso no lançamento da iniciativa, em Langfang, actual base das indústrias audiovisuais na China: Mollywood vai contribuir para a competitividade do cinema chinês, e dar início a um novo modelo de filmes com características chinesas. Para isso, assume-se como concorrente de Hollywood, de onde procurará atrair para Macau e Hengqin alguns dos seus cineastas.

A futura “Hollywood do Oriente” recebeu já manifestações públicas de apoio de mais de uma centena de figuras de destaque do cinema chinês, incluindo Jackie Chan, Yu Dong, Gong Yu, Sammo Hung, Wen Jun, Liu Jiang, Chen Baoguo, Gaowa Siqin e Gong Hanlin. O realizador Chen Kaige disse que “Mollywood vai rapidamente assumir-se como uma base para a comunicação e cooperação com a cultura tradicional chinesa e a coexistência de múltiplas culturas, desempenhando um papel activo na promoção das trocas culturais entre o Oriente e o Ocidente e do conhecimento mútuo entre civilizações”.

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