domingo, 23 de março de 2025

EMIRADOS NA VANGUARDA DO “NOVO MÉDIO ORIENTE”

Damir Nazarov, opinião | South Front em Opera, censurado em Google | # Traduzido em português do Brasil

O sionismo retomou o seu genocídio contra a Faixa de Gaza. O criminoso Netanyahu foi guiado por duas razões inter-relacionadas. 1 – o renascimento da aliança com os radicais de direita, 2 – a etapa seguinte de preparação para o estabelecimento do “ corredor indiano ”.

Mas com o início da próxima etapa da destruição dos palestinianos, o sionismo aposta fortemente no seu aliado de longa data, os EAU.

Vejamos a cronologia dos acontecimentos. À partida, parece que os EAU estão a desenvolver todos os esforços para combater o plano do Egipto de reconstruir a Faixa de Gaza. De seguida, a Somália e o Sudão rejeitam o realojamento forçado de palestinianos e o seu realojamento no seu território. Depois disso, há uma tentativa de assassinato do presidente da Somália. É alarmante que os EAU não hesitem em utilizar os métodos mais terríveis para atingir os seus objectivos. Por exemplo, a tentativa de assassinato do chefe da Somália faz lembrar a história da misteriosa morte do sultão de Omã, onde a reacção do primo do falecido, Haitham, se tornou um indício indirecto do envolvimento dos Emirados no “assassinato”.

Tal como no primeiro mandato de Trump, os Emirados fizeram o seu melhor para agradar ao líder da MAGA fechando uma variedade de acordos que acreditavam que levariam a “grandes mudanças no Médio Oriente”. Os EAU estão a ajudar activamente Trump nos seus próprios esforços para expulsar os palestinianos das suas terras, enquanto o Presidente dos EUA está a bajular as ambições dos EAU na política externa, onde a Somália e o Sudão ocupam um lugar de destaque.

Angola | BATALHAS NO TRIÂNGULO DO TUMPO -- Artur Queiroz

Hoje é o dia da Libertação da África Austral. Em 2010, a 23 de Março, publiquei no “Jornal de Angola” o texto que se segue. A reportagem fotográfica é de Paulino Damião (50), entretanto falecido. Aí vai o texto na íntegra. Para ajudar os esquecidos e distraídos (sobretudo as distraídas Vera Daves e Teresa Dias) a respeitarem-se respeitando quem se bateu na Guerra Pela Soberania Nacional e Integridade Territorial, publico o texto na íntegra.Com a esperança de que ele ajude os sicários da UNITA a serem cidadãos angolanos, já que mentalmente continuam ligados ao defunto regime racista de Pretória e ao terrorismo. 

BATALHAS NO TRIÂNGULO DO TUMPO

Portas Abertas à Paz e Reconciliação Nacional

Uma Extensa Planície Limitada por Três Rios É a Catedral da Liberdade

ARTUR QUEIROZ* (TEXTO)

PAULINO DAMIÃO (FOTOS)

A manhã está fria apesar do sol aberto. Na aldeia de Samaria algumas crianças brincam no areal. Junto a dois gigantescos eucaliptos três famílias esperam transporte para Mavinga. Depois da ponte do rio abre-se a imensa planície do Triângulo do Tumpo. Acabámos de chegar à Catedral da Liberdade. Aqui as tropas sul-africanas foram derrotadas pelos angolanos e assim o mundo foi libertado do regime de apartheid, o maior crime que alguma vez se abateu sobre a Humanidade.

A catedral tem duas paredes: uma pequena colina à esquerda, que é o território com mais minas do mundo. E uma elevação mais pequena, à direita, que poisa suavemente no rio. Os vitrais são os rios Cuito, Cuanavale e Tumpo. Uma Bandeira Nacional tremula à suave brisa da manhã.    

General Nando Cuito, então chefe do estado-maior da IV Região (Cuando Cubango), fala do Triângulo do Tumpo:

(A 47ª Brigada foi derrotada no Lomba, em 1987. Saí da V Região e fui ocupar o cargo de chefe do estado-maior da VI Região Militar, Cuando Cubango. Fiquei aqui até finais da Batalha do Cuito Cuanavale, em Junho de 1988. Para mim, o nosso êxito deveu-se à limpeza da estrada entre Menongue e o Cuito Cuanavale. O abastecimento logístico era feito a partir dos portos de Luanda, Lobito e Namibe. Armas, munições e víveres chegavam ao Cuito Cuanavale por terra. Limpar a estrada foi fundamental). 

Entre Menongue e Cuito Cuanavale são 200 quilómetros. No tempo da guerra, a via já era asfaltada. A estrada é uma imensa recta, aqui e ali com pequenas elevações. A vegetação da savana engoliu os destroços da guerra. A imensa chana do rio Longa está cultivada com arroz. Crianças e jovens tomam banho no rio. As mulheres lavam a roupa. O tempo desliza tão lento como a corrente do rio.

(Kuhumwangele ndyileke nane, ndyileke nane Kuhumwangele, ndyileke nane linga ndyileko. Diz-me onde está a minha mãe, diz onde está a minha mãe para eu lá ir).

Aqui estou, no Triângulo do Tumpo que tem três mães que são três rios. A Catedral da Liberdade a céu aberto foi construída com sangue, músculos, inteligência, coragem, amor, milhares de vidas jovens, na belíssima flor da vida. À boca dos pântanos bandos de aves voam rentes à massambala e perdem-se no horizonte das imensas chanas que em breve vão ficar alagadas. Sim, aqui já foi o fim do mundo para milhares de jovens que ofereceram as suas vidas pela Paz e a Reconciliação Nacional. Mas acima de tudo, para libertarem a Humanidade da vergonha do apartheid. Angola é a mãe de todos os heróis.

Os pássaros cantam trovas dolorosas por essas vidas que jazem nas terras sagradas do progresso: O Cuando Cubango. Chorar os nossos mortos é um imperativo. Por isso aqui a vida é um hino sagrado que se esvai em pequenos poemas ritmados pelo sol.

Angola | Saga do Refém e Preso Político – Artur Queiroz

<> Artur Queiroz*, Luanda ---

Os factos pesam insuportavelmente nos que só sabem construir mentiras. Os que fabricam ocorrências fantasmagóricas. Os peritos em distorções (lembram-se do “banquete” da TPA?). Os manipuladores. Os caluniadores. 

Carlos São Vicente foi vítima de todo esse arsenal da infâmia. A solução para tanta baixeza moral e política não é, seguramente, o silêncio. Entre nós, quem devia estar na linha da frente combatendo as injustiças, ilegalidades, inconstitucionalidades e falsidades à medida, remeteu-se ao silêncio. Porque estava muito dinheiro em jogo. Tudo mudou quando acabaram os rendimentos fáceis de um Decreto Presidencial, que oferecia dez por cento por cada sentença que confirmasse a “recuperação de activos”. Revelar a verdade dos factos é um imperativo ético.

No julgamento de Carlos São Vicente apareceram papéis falsos. Mentiras encomendadas. Valeu tudo para lavrar uma sentença condenatória que permitiu “legalizar” o esbulho de todo o seu património. Abocanhar o produto do trabalho de uma vida. 

Nada justifica o silêncio. Os recursos para tribunais superiores de nada valeram porque o Decreto Presidencial dos dez por cento pesou mais do que a Justiça e a consciência de magistrados judiciais em toda as instâncias da injustiça. 

Hoje já não há decreto, foi atirado pra o lixo pelo Tribunal Constitucional. Mas ninguém pediu desculpas públicas às vítimas. Dessa infâmia só ficou um ser humano despojado de todos os seus bens: Carlos São Vicente. Como não aceitou as injustiças confiscaram-lhe também a liberdade. Como continua a não aceitar, negam-lhe a liberdade condicional. Condenação a prisão perpétua não escrita, longe de um Tribunal.

O RELATÓRIO CHRIS HEDGES: A CRISE CONSTITUCIONAL DOS EUA (vídeo)

“Um exercício abusivo de poder acompanhado de humilhação” — Katherine Franke, ex-professora de direito na Universidade de Columbia, sobre a forma como a universidade lidou com Mahmoud Khalil, para quem atuou como conselheira disciplinar.

Chris Hedges | ScheerPost | em Consortium News | # Traduzido em português do Brasil

A prisão e detenção de Mahmoud Khalil em uma unidade do ICE na Louisiana é um prenúncio de uma nova era autoritária nos Estados Unidos.

A prisão de Khalil, a capitulação da Universidade de Columbia contra a dissidência e os protestos de seus próprios estudantes e a ameaça do governo Trump de retirar da universidade US$ 400 milhões em bolsas se ela não atender às suas solicitações são apenas alguns lugares onde os tentáculos do fascismo apertam seu controle.

Katherine Franke, ex-professora de direito da Columbia, está na linha de frente desse ataque. Seu apoio aos protestos estudantis e sua condenação da universidade por não abordar o assédio de estudantes pró-palestinos renderam o que ela chamou de "uma demissão disfarçada em termos mais palatáveis".

Franke se junta ao apresentador Chris Hedges neste episódio do The Chris Hedges Report para abordar a crise constitucional que os EUA enfrentam, como ela se manifestou nos campi universitários e quais são os próximos passos para desafiá-la.

“Eles estão usando leis de imigração agora para perseguir manifestantes ou pessoas que estão expressando opiniões críticas à administração Trump que não são cidadãos dos EUA. Eles virão atrás de nós, os cidadãos dos EUA, com a lei criminal”, Franke alerta.

Quanto às universidades e à Columbia especificamente, Franke aponta para a mudança na integridade institucional dentro das escolas. Gerentes de fundos de hedge, capitalistas de risco e advogados corporativos agora administram essas instituições e seus objetivos não são manter os princípios da educação e da democracia, mas sim o resultado financeiro.

Franke diz que a Columbia “está se humilhando nesse processo de negociação com um valentão que não vai acabar porque é aquela prova repetida de 'Eu tenho todo o poder e você não tem nenhum'. É assim que a governança se parece neste momento. Não há princípio em jogo aqui. É sobre um exercício abusivo de poder acompanhado de humilhação.”

Portugal | O CARTOON DO ENGANO, DA PEDINCHA E DA FORTUNA

Imagem em Negócios | Texto em 'balóes' Redação PG

Portugal | QUANTO PESA PASSOS NESTAS ELEIÇÕES?

Filipe Alves*, opinião | Diáriode Notícias

Na guerra naval, o conceito de fleet in being (que poderíamos traduzir para algo como “frota em presença”) corresponde a ter uma força que, mesmo sem deixar o respetivo porto, constitui uma ameaça que condiciona a estratégia e as ações do adversário, obrigando-o a destacar ativos que poderiam ser mais úteis noutros teatros de operações. A Alemanha e a Itália fizeram uso desta estratégia na II Guerra, bem como a Argentina durante o conflito das Falkland/Malvinas, dificultando a vida à Royal Navy. E embora o ataque japonês a Pearl Harbour e o afundamento do General Belgrano por um submarino britânico tenham demonstrado as fragilidades desta estratégia, o princípio permanece válido. Enquanto uma força tiver a opção de atacar ou não, a outra tem de ajustar a sua estratégia de forma a contemplar este risco.

Na política portuguesa, o mais significativo exemplo de uma força “em presença” chama-se Pedro Passos Coelho. O antigo primeiro-ministro, que continua a ser o líder natural da direita portuguesa, só precisa de estar vivo para condicionar a atual liderança do PSD. Um só homem assombra todo um aparelho partidário. Passos tem afirmado repetidamente que não tem interesse em intervir na vida política, mas o seu nome continua a ser falado nos bastidores como potencial sucessor de Montenegro na liderança, caso este perca as eleições antecipadas que terão lugar em maio, ou ainda que as vença e, mesmo assim, não consiga formar governo.

Ontem, a hipótese levantada por Pedro Duarte, de deixar para “quem estiver à frente do PSD” a decisão de tentar formar governo se a AD ficar em segundo lugar nas eleições, foi interpretada como um sinal de que haverá a possibilidade de uma aliança com o Chega, já com Passos na liderança, que permita à direita formar governo sem necessidade de nova votação. Porém, é pouco provável que Passos queira voltar ao poder sem ir a votos.

Independentemente da forma como possa ocorrer, este regresso tem sido falado tanto por apoiantes como por adversários. Os primeiros querem Passos e a união das direitas, com o Chega a acabar por ser mais ou menos diluído na AD; os segundos agitam o fantasma do Chega, que assusta muitos eleitores do centro e da direita moderada.

Podemos questionar-nos, porém, se com o eventual regresso de Passos - e havendo novas eleições - o Chega continuaria a ter votações nos dois dígitos, ou se perderia uma boa parte do seu eleitorado para o PSD, talvez mesmo ao ponto de este último poder governar com a IL. Note-se que, segundo o Observador, no Chega haverá quem queira formar governo com Passos em caso de derrota de Montenegro, mas sem novas eleições. Ou seja, por alguma razão, não quererão ir a votos se Passos estiver à frente do PSD.

No entanto, Montenegro ainda pode surpreender e ser reconduzido com legitimidade reforçada, tal como, de resto, a sondagem divulgada esta sexta-feira sugere. Nesse cenário, a manter-se o “não é não” ao Chega, o PSD continuará a assumir-se como o partido-charneira, ocupando o centro e tentando governar como se não existisse nada à sua direita. As próximas semanas serão decisivas.

* Diretor do Diário de Notícias

Portugal | Eleições na Madeira: Urnas já abriram, podem votar 255 mil eleitores

Os madeirenses vão a votos este domingo para escolher um novo governo regional. É a terceira vez em quase dois anos.

As urnas das legislativas regionais antecipadas da Madeira, nas quais podem votar mais de 255 mil eleitores, abriram hoje às 08:00, encerrando às 19:00. De acordo com dados da Secretaria-Geral do Ministério da Administração Interna, o número de inscritos "habilitados para votar" no sufrágio é de 255.380, dos quais 249.840 na ilha da Madeira e 5.540 na ilha do Porto Santo.

Em comparação com as anteriores regionais, em maio de 2024 (também antecipadas), com base no mapa oficial de resultados, hoje podem votar mais 858 cidadãos. Nas eleições do ano passado, a abstenção foi de 46,60%. O valor recorde da abstenção desde 1976, ano das primeiras eleições para a Assembleia Legislativa da Madeira, registou-se em 2015, quando não foram votar 50,42% dos 256.755 eleitores inscritos.

Ao círculo eleitoral único do arquipélago, com 47 assentos parlamentares, concorrem hoje 14 listas: CDU (PCP/PEV), PSD, Livre, JPP, Nova Direita, PAN, Força Madeira (PTP/MPT/RIR), PS, IL, PPM, BE, Chega, ADN e CDS-PP.

No sufrágio anterior, o PSD conseguiu eleger 19 deputados, o PS 11, o JPP nove, o Chega quatro (mas, uma deputada tornou-se, entretanto, independente) e o CDS-PP dois. PAN e IL garantiram um assento cada. As eleições antecipadas ocorrem na sequência da aprovação de uma moção de censura apresentada pelo Chega - que a justificou com as investigações judiciais envolvendo membros do Governo Regional minoritário, inclusive o presidente, Miguel Albuquerque (PSD) - e da dissolução da Assembleia Legislativa pelo Presidente da República.

Nas legislativas regionais, o representante da República, cargo ocupado por Ireneu Barreto, convida uma força política a formar governo em função dos resultados (que têm de ser publicados), após a auscultação dos partidos com assento parlamentar na atual legislatura.

Pedro Correia | Diário de Notícias | Lusa

Todas as famílias do Reino Unido "estarão em pior situação até 2030"...

Todas as famílias do Reino Unido "estarão em pior situação até 2030", já que os pobres são os que mais sofrem, alertam novos dados

Toby Helm , editor político | The Guardian | # Traduzido em português do Brasil

Keir Starmer recebeu um novo golpe em sua promessa de padrões de vida antes da declaração de primavera

Os padrões de vida de todas as famílias do Reino Unido devem cair até 2030, com aqueles com rendas mais baixas diminuindo duas vezes mais rápido que aqueles com renda média e alta, de acordo com dados que levantam sérias questões sobre a promessa de Keir Starmer de melhorar a vida dos trabalhadores .

A análise econômica sombria, produzida pela respeitada Joseph Rowntree Foundation (JRF), foi divulgada antes da chanceler, Rachel Reeves, fazer sua declaração de primavera na quarta-feira, na qual anunciará novos cortes nos gastos públicos em vez de aumentar os empréstimos ou impostos, de modo a se manter dentro das regras fiscais "rígidas" do governo.

Em dezembro, o primeiro-ministro anunciou uma série de “marcos ” que, segundo ele, seriam aprovados antes das próximas eleições gerais, que provavelmente serão realizadas em 2029. O primeiro deles foi “colocar mais dinheiro nos bolsos dos trabalhadores”.

Mas com muitos parlamentares trabalhistas já profundamente preocupados com o plano de Reeves de arrecadar cerca de £ 5 bilhões cortando benefícios , inclusive para pessoas com deficiência, as evidências de que os padrões de vida estão a caminho de cair acentuadamente sob um governo trabalhista — e declinar principalmente para os menos favorecidos — aumentarão o clima de crescente inquietação nas fileiras do partido.

CUMPLICIDADES DA GRÃ-BRETANHA COM ISRAEL NO GENOCÍDIO DOS PALESTINOS*

 "Profundamente preocupante": trabalho de general britânico em armas israelenses é criticado

O general Carter assinou um tratado militar com Israel. Agora ele aconselha empresas de armas israelenses

PHIL MILLER* | Declassified UK | # Traduzido em português do Brasil

O ex-chefe das forças armadas britânicas está prestando consultoria a empresas de armas israelenses, levantando questões sobre seu papel em um país cujo primeiro-ministro é procurado pelo Tribunal Penal Internacional (TPI).

O general Sir Nick Carter foi chefe do estado-maior de defesa – a posição militar mais alta da Grã-Bretanha – de 2018 a 2021. Meses antes de deixar o cargo, ele assinou um acordo de cooperação militar com Israel.

Esse pacto nunca foi publicado – apesar dos pedidos de liberdade de informação e perguntas no parlamento – mas foi saudado como um momento marcante nas relações entre os dois exércitos.

Carter já havia visitado Israel no início de seu mandato, visitando bases militares e apertando a mão de seu homólogo, o general Aviv Kohavi .

Essa experiência de conviver com o topo das IDF provavelmente será útil para seu novo emprego na Exigent Capital , uma empresa de serviços financeiros sediada em Jerusalém.

Carter é um dos dois “especialistas de domínio” da Exigent em sua ala de “consultoria estratégica”, com foco em “aeroespacial e defesa”.

Seu papel lá é “desenvolver estratégias de crescimento internacional para nossos clientes, bem como identificar e abrir portas para novas oportunidades de negócios que acelerem o crescimento”, de acordo com o site da empresa.

Ou, como disse o Jerusalem Post , Carter fornece “serviços de consultoria estratégica para empresas israelenses que operam no setor de defesa”.

Angola | O Poder ao Nível da Anedota -- Artur Queiroz

<> Artur Queiroz*, Luanda ---

O poder domiciliado no Antro da Cidade Alta e no Palácio da Justiça desceu ao nível da anedota o que é perigoso, porque o ridículo mata mais do que a cólera. Hoje tenho várias anedotas para partilhar. Funcionários da Direcção dos Serviços Prisionais submetidos às ordens supremas condenaram o empresário Carlos São Vicente à pena de prisão perpétua, porque não está arrependido de ganhar dinheiro com os seus negócios e a sua sabedoria, desde que Angola entrou no regime de democracia representativa e economia de mercado. Mas também porque não pagou uma indemnização ao Estado.

Ontem mostrei o ridículo desta anedota revelando uma lita (não completa) dos bens que lhe sacaram à má fila e que valem mais de cinco mil milhões de dólares. Descontam a indemnização fixada pelo Tribunal e ainda sobra uma fortuna. Mas a lista é muito maior. Tomem nota de alguns bens mobiliários sacados ao prisioneiro e refém do filho de enfermeiro.

O Duo Metralha (Hélder e Eduarda) apoderou-se de 49 por cento do capital social do Standard Bank Angola. Este património está (se ainda não voou…) com o Instituto de Gestão de Activos e Participações do Estado (IGAPE). Cheira a Vera Daves e a orações ao Espírito Santo! São muitos milhões.

Apoderaram-se de muito dinheiro depositado em bancos angolanos, nas contas da AAA Activos Lda. Esta empresa nunca foi acusada, pronunciada nem julgada. Os seus bens móveis e imóveis não podiam ser tocados pelo Duo Metralha e seus sequazes, inclusive a ministra cabeleireira e manequim, devota do Espírito Santo.

sábado, 22 de março de 2025

A ÁFRICA SEGUNDO O MAPA-MUNDO DE TRUMP

Retirada da “ajuda” norte-americana ao continente pode ser só início de hostilidades. EUA importam pouco dos países africanos. Ao verem a influência da China crescer, tendem a ações de fustigamento, como atacar os BRICS e acusar a África de “confisco de terras contra os brancos”

Fernanda Brozoskino Observatório Internacional do Século XXI | em Outras Palavras | # Publicado em português do Brasil

Relações comerciais assimétricas infimamente compensadas com políticas de desenvolvimento econômico local e pouca relevância na política externa são continuidades que podemos esperar do governo Trump 2.0 em relação à África. Surpreende, contudo, que os EUA, sem qualquer constrangimento, não se importem em manchar sua imagem de guardião dos valores democráticos e morais da humanidade. Ou não é isso que devemos pensar da suspensão dos financiamentos a programas cujo encerramento coloca milhares crianças em risco imediato de morte?

Em 26 de fevereiro, com pouco mais de um mês de governo, a gestão Trump anunciou uma drástica retirada dos EUA da assistência global, eliminando mais de 90% dos contratos da USAID (Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional) e suspendendo 60 bilhões em recursos. Foram encerrados aproximadamente 5,8 mil projetos de saúde global incluindo iniciativas contra HIV, malária, tuberculose, poliomielite e desnutrição. Alguns dos principais projetos atendem refugiados em zonas de guerra ou operam em países africanos, como Nigéria, Congo, Quênia, Lesoto, Tanzânia, Uganda, África do Sul, Sudão, Etiópia e outros. Embora houvesse críticas à ineficiência de alguns projetos, nada justifica não planejar uma saída que no mínimo preserve vidas inocentes.

Angola | POBREZA PAGA AOS RICOS -- Artur Queiroz

<> Artur Queiroz*, Luanda ---

Angola tem um problema cabeludo. O petróleo não enche a barriga nem vai ao prato. O petróleo não é casa, nem cubata, nem palhota, nem casebre. O petróleo não é roupa nem calçado. O petróleo não é escola. O petróleo não é centro de saúde. O petróleo não é médico, nem enfermeiro. O petróleo só gosta do Pai Querido da Sonangol e dos bolsos de quem é rico. O Banco Mundial estima que a taxa de pobreza em Angola é superior a 30 por cento, mais de dez milhões de angolanos. O mundo está assim. 

Nos EUA, considerada a “maior potência global”, tiram petróleo até das pedras e mesmo assim há muita pobreza. A percentagem é de dez por cento. São 40 milhões de pobres. Mas um milhão vive ao relento. Nem têm cubata. Muitos morrem de frio.

Em Portugal, no ano de 2024, 20 por cento da população (mais de dois milhões de pessoas) viviam na pobreza ou de exclusão social. As crianças em risco de pobreza estão perto dos 20 por cento. Mais de 13 mil portugueses vivem na rua ao frio e à chuva. Já este ano a Caritas publicou um relatório com estes números: Mais de 460 mil portugueses “vivem em condição de privação material e social severa”. A este número juntam-se 266 mil que não têm acesso a uma alimentação adequada. Mais de um milhão de portugueses não consegue dispor de uma pequena quantia para gastos pessoais. Os cinco maiores bancos têm lucros de 13,6 milhões de euros por dia. Sempre a subir. Bolsos repletos.

O Reino Unido está malé malé malé.  As centrais electricas ardem de velhice. Os “bifes” estão piores que os meus irmãos cubanos. A luz vai à toa. Até fecharam o aeroporto de Londres (Heathrow) por falta de energia. O kumbu vai todo para a Ucrânia onde é queimado pelo drones russos.

ELEIÇÕES NA ALEMANHA -- nazis com o apoio de Elon Musk

Gerard Alsteens (GAL), Bélgica | Cartoon Movement

O partido de extrema direita Alternativa para a Alemanha (AfD) comemora um resultado recorde de segundo lugar de 20,8% após a eleição na Alemanha. Quanto o apoio de Elon Musk contribuiu para seu sucesso?

PRETENÇÃO, BRUTALIDADE E... DESCAMINHO!



 

Em dois meses, Trump abalou alianças essenciais a Washington, abraçou-se à imagem corroída de Israel e cortejou Putin, sem afastá-lo da China. Seu plano para reindustrializar os EUA é pobre. Seu slogan, MAGA, parece mais distante que nunca

Paulo Nogueira Batista Jr* | Outras Palavras | # Publicado em português do Brasil 

Trump conseguirá fortalecer os Estados Unidos? Conseguirá, pelo menos, deter o seu declínio relativo? Ou irá acelerar a decadência do Império? Transcorridos apenas dois meses desde a sua posse, falta evidentemente a famosa perspectiva história. Mas questões candentes nunca esperam essa perspectiva. Para elas, vale sempre o ante mortem,não o post mortem.

Feita essa ressalva, antecipo a conclusão do artigo: Trump não só será incapaz de deter o declínio dos EUA, como irá apressá-lo. Em vez de Make America Great Again (MAGA), ele deve Make America Weaker Still (MAWS). (Em vez de fortalecer os EUA, deve torná-los mais fracos.)

O seu slogan MAGA é revelador do que está acontecendo com os EUA: uma perda progressiva de expressão relativa, em termos econômicos, populacionais e políticos. O plano trumpista é restabelecer a hegemonia americana no mundo, custe o que custar. Mas isso é mais um sonho do que um plano realista, como tentarei argumentar.

Em primeiro lugar, a herança geopolítica que o novo governo americano recebe é altamente problemática. Superestimando o próprio poder e subestimando o de outros países, os americanos se meteram em uma guerra em três frentes.

TRUMP E PUTIN TÊM UMA VISÃO COMUM PARA A EUROPA

Entrevista com o pensador e teórico político russo Aleksandr Dugin sobre as relações Rússia-EUA

Aleksandr Dugin, entrevista | Substack | # Traduzido em português do Brasil

O Teori Dergisi, publicado na Türkia, conduziu uma entrevista abrangente com o pensador e teórico político russo Aleksandr Dugin sobre as relações Rússia-EUA.

A entrevista, que abordou muitas questões importantes, especialmente as relações entre Trump e Putin e a questão da Ucrânia, ainda é relevante.

Estamos publicando a entrevista completa conduzida pelo escritor e cientista político da UWI Onur Sinan Güzaltan em inglês. Os subtítulos pertencem a nós.

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Primeiro, você tem muitas declarações apoiando Trump, mesmo antes das eleições e mesmo antes depois. Por que exatamente você está apoiando Trump?

Primeiro, precisamos entender o que é Trump... Não apenas como uma figura política, mas também como uma tendência política e ideológica. Trump é símbolo do Trumpismo. E o Trumpismo é uma espécie de ideologia. Quais são as principais características dessa ideologia? Essa ideologia é oposta ao globalismo liberal, liberal de esquerda, que governou o Ocidente e toda a humanidade durante décadas.

Então essa não era apenas a ideologia política do Partido Democrata dos EUA, mas também era algo como sabedoria convencional, algo de evidência. Essa era uma ideologia com seus princípios; O princípio do progressismo coletivo da identidade individual do ser humano, libertação de todo tipo de identidade coletiva e promoção da cultura WOKE, globalismo, destruição de identidades tradicionais, estados-nação. Isso era antitradição. Essa ideologia progressista liberal era a ideologia dos principais oponentes ideológicos de Donald Trump. O trumpismo é uma ideologia alternativa. Trump é contra a antitradição e a favor da tradição. Ele é contra o progressismo e a favor do conservadorismo. Ele é contra a política de gênero e a existência de dois gêneros, homem e mulher. Ele é contra a globalização e a favor do nacionalismo. O trumpismo representa a ideologia alternativa ao globalismo.

E porque sou inimigo jurado da sociedade aberta de George Soros, desses globalistas e liberais de esquerda, apoio Trump…

Eu apoio uma pessoa ou movimento que coexiste com o que eu acho que é bom, justo e correto.

Eu apoio Trump porque ele luta contra algo que eu também estou lutando durante toda a minha vida.

A ADMINISTRAÇÃO TRUMP ESTÁ A PRATICAR O AUTORITARISMO

David Smith | The Guardian | # Traduzido em português do Brasil

Da mídia à cultura e às artes, passando pela recusa em cumprir ordens judiciais, estamos nos aproximando da 'Defcon 1 para nossa democracia', dizem especialistas

Ao entrar no magnífico grande salão do Departamento de Justiça dos EUA, Donald Trump parou por um momento para admirar seu retrato e então foi para um palco especialmente construído, onde duas estátuas art déco, representando o "Espírito da Justiça" e a "Majestade da Justiça", foram cuidadosamente escondidas atrás de uma cortina de veludo azul.

O presidente, que desde o ano passado também é um criminoso condenado, começou a expressar queixas , proferir palavrões e acusar a mídia de fazer coisas “totalmente ilegais”, sem oferecer evidências. “Só espero que todos vocês possam assistir”, disse ele aos funcionários do departamento de justiça, “mas é totalmente ilegal”.

A violação de Trump da independência tradicional do departamento de justiça na semana passada não foi nem chocante nem surpreendente. Seu discurso rapidamente desapareceu do ciclo de notícias rápidas e furiosas. Mas historiadores futuros podem considerá-lo um marco em uma estrada que leva a mais antiga democracia contínua do mundo a um destino antes impensável.

Eviscerar o governo federal e subjugar o Congresso; desafiar ordens judiciais e deslegitimar juízes; deportar imigrantes e prender manifestantes sem o devido processo; resfriar a liberdade de expressão em universidades e instituições culturais; intimidar veículos de notícias com o dividir para governar. Adicione um ecossistema de mídia de direita fabricando consentimento e obediência antecipadamente, junto com uma oposição fraca e dividida oferecendo resistência débil. Junte todos os pontos, dizem os críticos, e a América está sonâmbula em direção ao autoritarismo .

Racismo na Alemanha é quotidiano, não exceção, aponta estudo

Hans Pfeifer* | Deutsche Welle | # Publicado em português do Brasil

Mais de 60% das muçulmanas e das pessoas negras afirmam sofrer discriminação na Alemanha, segundo levantamento pelo Monitor Nacional para Discriminação e Racismo. As consequências são graves.

Quem é jornalista em Berlim, por exemplo, e quer conversar sobre experiências pessoais de discriminação na Alemanha, não precisa ir muito longe: os casos brotam por todos os lados. E o que confirma o recém-publicado Monitor nacional para discriminação e racismo (NaDiRa, na sigla em alemão).

Professora de um maternal em Berlim, Fatma começa o dia dirigindo o carro para o trabalho: "Os outros motoristas me olham com desconfiança." Ela se veste de maneira elegante, e usa lenço de cabeça. "No curso de formação, minha professora disse que achava o lenço anti-higiênico."

Fatma lembra que concluiu o treinamento com uma nota "muito boa". Mas não é fácil para ela conseguir um emprego, embora a Alemanha precise urgentemente de mais instrutores para as escolas maternais. Sua sensção é de que o lenço a coloca em desvantagem: "Isso me põe para baixo, faz algo comigo."

Hanna, que também mora em Berlim, diz que não se atreve a entrar em certos bairros. Quando viaja de metrô com os filhos, ouve regularmente o que chama de "comentários estúpidos", por causa das crianças e do seu cabelo escuro: "As pessoas dizem que eu deveria voltar para o meu país."  É bem visível o quanto essa hostilidade a magoa, especialmente se acontece na frente dos filhos.

Portugal | A FLUIDEZ DA ÉTICA

Carvalho da Silva* || Jornal de Notícias, opinião

Numa interessante entrevista concedida pela ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social ao jornal “Público” e à Rádio Renascença, publicada na passada quinta-feira, esta afirmou, a propósito de uma pergunta sobre o comportamento do primeiro-ministro (PM) no processo político que conduziu à convocação de eleições legislativas para o próximo dia 18 de maio: “Nós não temos que nos sujeitar a juízos de ética para além daquilo que corresponde ao cumprimento escrupuloso da lei”.

A senhora ministra sabe que jamais a ética se limita a esse cumprimento escrupuloso. Quem tem de lidar com problemas do trabalho, da proteção social ou das causas e consequências da falta de meios para acesso a uma habitação digna, confirma o elevado valor do cumprimento da lei, mas também a imprescindibilidade do respeito por princípios éticos, na formulação e aplicação das leis.

A ética pode transcender a lei. Numa sociedade decente (democrática) há obrigações para além do que a lei estabelece. Desde logo, a lei não é estática e carece de permanente escrutínio. A análise ao comportamento do PM tem de ser feita com recurso a um amplo conjunto de normas jurídicas, mas igualmente de princípios éticos. Até pode (mera hipótese) vir a constatar-se o seu cumprimento formal da lei, contudo, a lacuna ética ir-se-á confirmando, independentemente dos resultados eleitorais que se registarão no dia 18 de maio.

Desengane-se quem raciocina no pressuposto de que o voto popular pode lavar mais branco. O lastro da vida política corre o risco de acabar negro. Nenhum democrata, de qualquer quadrante, pode cair nessa ilusão. O recurso a princípios éticos é indispensável: vivemos num tempo em que a apropriação indevida da riqueza, em dimensão nunca antes vista, é imoral, mas é legal.

Como se teria chegado, por exemplo, ao fim do trabalho escravo ou do trabalho infantil, se em tempos passados ficássemos prisioneiros do “cumprimento escrupuloso da lei”? O exercício da atividade política rege-se por um conjunto de normas jurídicas, mas também por princípios éticos. Se assim não fosse, negava-se a evolução positiva do direito e o progresso da sociedade.

Em Portugal, temos determinações constitucionais e legais que apontam a construção de um país bem melhor do que o que temos. Coloquemos a nu as leis que subvertem a ética. A habitação é um direito universal que a Constituição da República consagra. Que leis vão sendo criadas (e aplicadas) que nos afastam desse compromisso constitucional? Nesta área, precisamos de um choque ético.

O mesmo se passa com a pobreza. A senhora ministra considera que os 2,1 milhões de pessoas em risco de pobreza (são pobres) “é um fenómeno que não devia existir”. Porque não se desencadeia um sobressalto legal e ético que valorize os salários e as reformas? Sejamos exigentes no cumprimento das leis e travemos a fluidez da ética.

* Investigador e professor universitário

Portugal, eleições legislativas | O INDECISO

Henrique Monteiro | HenriCartoon

Portugal | Hoje é notícia: Avenças sem contrato escrito; Emigração americana dispara

 Fique a par dos destaques da imprensa nacional deste sábado, dia 22 de março

Bom dia! Está na hora de ficar a par dos temas em destaque na imprensa nacional deste sábado, dia 22 de março.

O Público avança que a "Emigração americana para Portugal dispara: mais 50% em 2024", enquanto o Jornal de Notícias dá conta de que a "Falta de educadores põe em risco a oferta no Pré-escolar".

O Correio da Manhã, por seu turno, noticia que as "Avenças de Montenegro [foram realizadas] sem contrato escrito".

Veja abaixo os principais destaques da imprensa nacional, incluindo a desportiva, e na galeria acima as respetivas capas:

Público:

- "Emigração americana para Portugal dispara: mais 50% em 2024"

- "Supremo iliba falsa professora de devolver 350 mil euros ao Estado"

- "Gastronomia. A febre do 'ramen' invadiu Portugal"

- "Arte contemporânea. Lisboa ganha um novo museu: o que vamos ver no MACAM"

- "Ambiente. Chuvas enchem barragens e garantem água para dois anos"

- "Diplomacia. Trump acena a Putin, mas aliança russa com Xi resiste"

- "Comboios. CP estuda novas rotas do Minho ao Algarve e quer ir à Galiza e Salamanca"

- "Entrevista. Fernando Negrão: Montenegro foi 'arrogante' e quis ir a eleições"

Portugal | ELEIÇÕES REGIONAIS NA MADEIRA REALIZAM-SE AMANHÃ, HÁ 34 QUEIXAS

CNE diz que campanha "correu normalmente" e regista 34 queixas na Madeira

O porta-voz da Comissão Nacional de Eleições (CNE), André Wemans, disse hoje que a campanha eleitoral às legislativas regionais na Madeira "correu normalmente", revelando que, até 14 de março, foram registadas 34 queixas, a maioria sobre neutralidade e imparcialidade.

"Tanto quanto temos indicação, a campanha, no geral, correu normalmente. Verificaram-se algumas queixas, que foram sendo analisadas pela comissão, mas nada de extraordinário ou fora do costume, porque acontece em todas as campanhas", afirmou o porta-voz da CNE à agência Lusa, em jeito de balanço no último dia de campanha para as eleições regionais na Madeira, que se realizam de domingo.

Sem dispor de dados mais atualizados, André Wemans indicou que a informação que tem disponível é até 14 de março, com o registo de "34 queixas, sendo 28 sobre neutralidade e imparcialidade", referindo que algumas das queixas foram sobre publicidade comercial e propaganda e houve também questões sobre o voto antecipado.

No âmbito da análise destas queixas, segundo dados da CNE, 18 foram arquivadas, 12 foram tomadas ações e serão enviadas para o Ministério Público, duas resultarão em processos de contraordenação e outras duas eram para esclarecimentos.

Destas queixas, 30 foram apresentadas por cidadãos e quatro por partidos políticos, adiantou o porta-voz da CNE.

sexta-feira, 21 de março de 2025

OS MILITARISTAS DA NOVA ERA

Os oligarcas de alta tecnologia que cercam Trump estão determinados a usar inteligência artificial e novas tecnologias para nos unir em torno de uma guerra perpétua, diz William Hartung.

William Hartung* | TomDispatch | Consortium News | # Traduzido em português do Brasil

Alex Karp, CEO da controversa empresa de tecnologia militar Palantir, é coautor de um novo livro, The Technological Republic: Hard Power, Soft Belief, and the Future of the West .

Nele, ele clama por um renovado senso de propósito nacional e uma cooperação ainda maior entre o governo e o setor de tecnologia. Seu livro é, de fato, não apenas um relato de como estimular a inovação tecnológica, mas um tratado distintamente ideológico.

Para começar, Karp critica duramente o foco do Vale do Silício em produtos e eventos voltados para o consumidor, como aplicativos de compartilhamento de vídeos, compras on-line e plataformas de mídia social, que ele descarta como "o que é limitado e trivial". 

Em vez disso, seu foco está no que ele gosta de pensar como projetos inovadores de grande tecnologia com maiores consequências sociais e políticas.

Ele argumenta, de facto, que os americanos enfrentam “um momento de ajuste de contas” em que temos de decidir “o que é este país e o que defendemos?”

E no processo, ele deixa bem claro onde ele está — em forte apoio ao que só pode ser considerado uma nova corrida armamentista tecnológica global, alimentada pela estreita colaboração entre governo e indústria e projetada para preservar a "frágil vantagem geopolítica dos Estados Unidos sobre nossos adversários".

Karp acredita que aplicar a expertise tecnológica americana na construção de sistemas de armas de última geração é o caminho genuíno para a salvação nacional e ele defende um renascimento do conceito de “Ocidente” como fundamental para a liberdade futura e a identidade coletiva. 

Como Sophie Hurwitz, da Mother Jones, observou recentemente , Karp resumiu essa visão em uma carta aos acionistas da Palantir, na qual ele afirmou que a ascensão do Ocidente não se deveu à “superioridade de suas ideias, valores ou religião... mas sim à sua superioridade na aplicação da violência organizada”.

Conte com uma coisa: a abordagem de Karp, se adotada, renderá bilhões de dólares dos contribuintes para a Palantir e seus companheiros militarizados do Vale do Silício em sua busca por armamento de IA que eles veem como o equivalente moderno das armas nucleares e a chave para derrotar a China, a atual grande potência rival dos Estados Unidos.

Abordagem "Europa em Primeiro Lugar" pode ajudar Canadá a fazer um avanço diplomático?

Liu Dan* | Global Times, opinião | # Traduzido em português do Brasil

O novo primeiro-ministro do Canadá, Mark Carney, embarcou em sua primeira visita ao exterior — não ao poderoso vizinho do país, os EUA, mas à França e ao Reino Unido na segunda-feira. Esta estreia diplomática sinalizou a abordagem "Europa Primeiro" do governo Carney para a diplomacia multilateral. Evidentemente, as tarifas dos EUA e as ameaças à soberania estão pressionando o Canadá a reestruturar suas parcerias transatlânticas e alavancar essa mudança para diversificar sua cooperação global, reduzindo assim sua dependência dos EUA.

Para o Canadá, a decisão de priorizar a França e o Reino Unido em vez de seu aliado tradicional, os EUA, marca uma mudança estratégica de "América Primeiro" para "Europa Primeiro". Na verdade, mesmo antes de Carney assumir o cargo, as relações Canadá-EUA já haviam começado a esfriar. As evidências disso incluem o fechamento da fronteira em 2020, o cancelamento da licença do oleoduto Keystone XL por Joe Biden em seu primeiro dia no cargo como presidente dos EUA e a ausência do Canadá de várias iniciativas "minilaterais Indo-Pacífico" lideradas pelos EUA. A nova administração dos EUA, com suas novas ameaças tarifárias e reivindicações de soberania, apenas reforçou essa tendência descendente. Este último choque serve como um gatilho, acendendo não apenas sentimentos nacionalistas entre os canadenses, mas também a determinação do governo canadense de mudar seu curso diplomático.

As ações e reivindicações dos EUA provocaram fortes respostas de várias figuras políticas canadenses, incluindo o ex-primeiro-ministro Justin Trudeau e Carney. A administração do primeiro anunciou planos para impor tarifas de 25% sobre mais de US$ 20 bilhões em produtos dos EUA, enquanto o último declarou firmemente que o Canadá "nunca fará parte dos EUA".

Sob o AUKUS, a Austrália está sendo manipulada como uma peça de xadrez dos EUA

Chen Hong* | Global Times | opinião | # Traduzido em português do Brasil

Em uma entrevista recente com o programa "Insiders" da emissora australiana ABC, Adam Bandt, chefe do Partido Verde Australiano, criticou duramente o acordo do submarino AUKUS, apelando ao governo Anthony Albanese para se livrar do pacto tripartite, que deve custar à Austrália até A$ 368 bilhões (US$ 233 bilhões). Ecoando a denúncia do líder dos Verdes, em uma entrevista separada, o ex-primeiro-ministro da Austrália, Malcolm Turnbull, também censurou o AUKUS como um mau acordo, apontando que ele só colocaria em risco a "soberania e segurança" da Austrália, bem como as finanças nacionais.

O acordo AUKUS visa equipar a Austrália com uma frota de submarinos movidos a energia nuclear, começando com a proposta de aquisição de três submarinos da classe Virginia dos EUA como a primeira parcela, seguido pela construção cooperativa de novos barcos submarinos da classe AUKUS pelo Reino Unido e Austrália no futuro. Este plano de construção de arsenal levantou sobrancelhas entre muitos estrategistas e políticos desde o início, pois seus objetivos são duvidosos e seu cronograma de entrega permanece indeterminado. 

O projeto de submarino movido a energia nuclear foi iniciado pela então administração da Coalizão Liberal-Nacional da Austrália e posteriormente endossado e executado pelo governo trabalhista que o sucedeu. Primeiro de tudo, é pronunciado que os submarinos entrariam em defesa da segurança territorial da Austrália. 

No entanto, como é sabido por qualquer um com senso militar comum, a única vantagem dos submarinos movidos a energia nuclear está em sua capacidade de viajar discretamente por longas distâncias sob o mar, sem a necessidade de emergir por três a quatro meses. Em outras palavras, o objetivo da Austrália de adquirir submarinos movidos a energia nuclear é mais sobre a projeção de longo alcance de sua capacidade militar do que sua própria proteção territorial.

Israel faz sua declaração mais explícita de intenção genocida até agora -- Caitlin Johnstone

Caitlin Johnstone* | Caitlin Johnstone.com.au |  # Traduzido em português do Brasil | Com áudio por Tm Foley, em inglês

O ministro da Defesa israelense, Israel Katz, publicou uma declaração explícita de intenção genocida contra o povo de Gaza, ameaçando os civis no enclave com punição coletiva na forma de "devastação total" se eles não encontrarem uma maneira de derrubar o Hamas e libertar todos os reféns israelenses.

A declaração de Katz diz o seguinte :

“Moradores de Gaza, este é seu aviso final. O primeiro Sinwar destruiu Gaza, e o segundo Sinwar trará sobre ela ruína total. O ataque da Força Aérea Israelense contra terroristas do Hamas foi apenas o primeiro passo. O que se segue será muito mais duro, e vocês arcarão com o custo total.

“A evacuação da população das zonas de combate será retomada em breve. Se todos os reféns israelenses não forem libertados e o Hamas não for expulso de Gaza, Israel agirá com uma força que vocês nunca conheceram antes.

“Siga o conselho do presidente dos EUA: devolva os reféns e expulse o Hamas, e novas opções se abrirão para você — incluindo a realocação para outras partes do mundo para aqueles que escolherem. A alternativa é destruição e devastação total.”

Portugal | MONTENEGRO PERDEU A CABEÇA… ONDE É QUE A TINHA?

Montenegro decidiu-se pelo tudo ou nada. Dada a situação, e excluída a hipótese da decência, que obrigaria o primeiro-ministro a renunciar sem se recandidatar, ele fez a opção menos arriscada.

Manuel Afonso*, opinião | Esquerda.net

Todos imaginávamos que o governo da AD não cumpriria a legislatura, que a dado momento Luís Montenegro forçaria uma crise, seguindo o guião do «deixem-nos governar», procurando alcançar uma maioria numas eleições antecipadas. O guião de Cavaco e Costa. Só não esperávamos que fosse agora, que fosse assim. Montenegro também não, mas perante as revelações sobre a sua empresa, a Spinumviva, e a crise por elas aberta teve de decidir. Decidiu-se pelo tudo ou nada. Dada a situação, e excluída a hipótese da decência, que obrigaria o primeiro-ministro a renunciar sem se recandidatar, Montenegro fez a opção menos arriscada. A hipótese da reeleição neste contexto é baixa, mas, após uma Comissão Parlamentar de Inquérito que escrutinasse os seus negócios dúbios, seria provavelmente nula. Como o tempo demonstrará, Montenegro poderá ter no armário esqueletos a que não sobrevive politicamente.

Todo o caso é inusitado. Nos partidos do capital, a promiscuidade com os grandes negócios é a regra. É a concretização do caráter de classe desses partidos. Porém, essa ligação entre o capital e os seus governantes costuma seguir protocolos que, ainda que mal, disfarçam o fenómeno. As portas giratórias, por exemplo. Ou, pelo menos, circuitos mais sofisticados para que o dinheiro vindo dos grupos capitalistas não seja despejado diretamente nos cofres de uma empresa, em grande medida de fachada, de um primeiro-ministro em funções. Como já foi perguntado por um comentador insuspeito, onde tinha Montenegro a cabeça para se expor desta forma?

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