quarta-feira, 17 de abril de 2024

O genocídio de Gaza como política explícita: Michael Hudson cita todos os nomes

Israel, Gaza e Cisjordânia devem ser vistos como uma abertura da Nova Guerra Fria.

Pepe Escobar* | Strategic Culture Foundation | # Traduzido em português do Brasil

Naquele que pode ser considerado o podcast mais crucial de 2024 até agora, o professor Michael Hudson – autor de obras seminais como Super-Imperialismo e o recente The Collapse of Antiquity , entre outros – estabelece clinicamente os antecedentes essenciais para compreender o impensável: um genocídio do século XXI transmitido ao vivo 24 horas por dia, 7 dias por semana, para todo o planeta.

Em uma troca de e-mails, o professor Hudson detalhou que agora está essencialmente “derramando o feijão” sobre como, “50 anos atrás, quando trabalhei no Instituto Hudson com Herman Kahn [o modelo para o Dr. Strangelove de Stanley Kubrick], os membros israelenses do Mossad estavam sendo treinados, incluindo Uzi Arad. Fiz duas viagens internacionais com ele e ele me contou praticamente o que aconteceu hoje. Ele se tornou chefe do Mossad e agora é conselheiro de Netanhayu.”

O Prof. Hudson mostra como “o plano básico de Gaza é como Kahn concebeu a divisão da Guerra do Vietname em sectores, com canais cortando cada aldeia, como os israelitas estão a fazer aos palestinianos. Também já na altura, Kahn apontou o Baluchistão como a área para fomentar a perturbação no Irão e no resto da região.”

Não é por acaso que o Baluchistão tem sido território de jóias da CIA durante décadas, e recentemente com o incentivo adicional da interrupção, por qualquer meio necessário, do Corredor Económico China-Paquistão (CPEC) – um nó de conectividade chave da Iniciativa Cinturão e Rota Chinesa ( BRI).

O professor Hudson liga então os pontos principais: “Pelo que entendi, o que os EUA estão a fazer com Israel é um ensaio geral para que o país avance para o Irão e para o Mar do Sul da China. Como você sabe, não existe Plano B na estratégia americana por um bom motivo: se alguém criticar o Plano A, não será considerado um jogador de equipe (ou mesmo um fantoche de Putin), então os críticos terão que ir embora quando virem isso. eles não serão promovidos. É por isso que os estrategas dos EUA não param e repensam o que estão a fazer.”

Sudão: "Um milhão de pessoas podem morrer de fome"

A guerra no Sudão começou há um ano e deixou 8,6 milhões de deslocados, vítimas da violência e da fome. Em Paris, chefe da União Europeia diz ser de uma das piores crises humanitárias do mundo. Alemanha pede mais apoio

No dia em que se completa um ano desde o início da guerra no Sudão, líderes europeus reunidos na capital francesa, Paris, pediram mais ajuda para o país, onde milhões de pessoas sofrem diariamente com a violência e a fome.

O conflito já fez pelo menos 14 mil mortos. Diariamente, 20 mil pessoas são deslocadas no país, segundo a Organização das Nações Unidas para as Migrações (OIM).

Segundo a ONU, desde o início dos combates, há um ano, "milhares" de civis foram mortos, feridos, detidos arbitrariamente ou desaparecidos à força. A organização denuncia ataques indiscriminados em zonas densamente povoadas, ataques com motivações étnicas e uma elevada incidência de violência sexual. 

Apelo a mais ajuda

Perante a situação humanitária catastrófica que se vive no país africano, a Alemanha, a França e a União Europeia (UE) apelaram nesta segunda-feira (15.04) à comunidade internacional para que preste mais apoio, urgentemente, à população da região.

"Se não tomarmos medidas maciças como comunidade mundial, o Sudão enfrentará uma fome terrível", disse a ministra alemã dos Negócios Estrangeiros, Annalena Baerbock, na conferência de ajuda ao país do nordeste de África, realizada hoje, em Paris.

"Na pior das hipóteses, um milhão de pessoas poderão morrer de fome este ano", disse a ministra alemã.

Angola | Brancos do Puto e de Segunda – Artur Queiroz

Artur Queiroz*, Luanda

O senhor Vidigal tocava sanfona e cantava nos bares dos pretos, porque os espaços destinados aos brancos lhe foram vedados. A sanfona era velha e resfolegava. A voz do cantor estava queimada pelos excessos alcoólicos. O reportório era sempre o mesmo: Ai, ai, ai, ai. Ai o cheiro que a rosa dá. Ai, ai, ai, ai, ai. Vem à janela morena vem cá! Nesse tempo chegou uma modinha brasileira ao Negage que era assim: Quem te ensinou a nadar/ foi o peixinho do mar/ foi, foi, foi moreninha/ foi o peixinho do mar. E nós mudámos a letra: Quem te ensinou a beber/ foi o senhor Vidigal/ Foi, foi, foi moreninha/ foi o senhor Vidigal. A moreninha era Joana que quando avariava da cabeça se passeava nua pelas ruas poeirentas da aldeia.

Um dia pedi ao senhor Vidigal para me ensinar a sanfonar e ele, já entornado, com umas litradas de cerveja laurentina no bucho, despachou-me: Não dou confiança a brancos. Mas ele era branco ainda que vivesse na sanzala! Um tanto amachucado, encardido, mas branco do Puto (da Tuga como agora se diz), daqueles que quando atravessavam o Equador, desembarcavam em Luanda ou no Lobito e trepavam logo para o topo da escala social. 

Algum tempo depois fui obrigado a tirar o bilhete de identidade para fazer o exame de admissão ao liceu. Na parte onde dizia raça, estava escrito: Branco de segunda. Naquele tempo, há 70 anos, em Angola era assim. Os filhos dos colonos nascidos na colónia eram impuros, de segunda, não chegavam aos calcanhares dos brancos que vinham do Puto. Por isso é que os colonos endinheirados mandavam as suas esposas dar à luz em Portugal. Ou sempre que podiam, registavam os rebentos também em Portugal, para serem falsos brancos de primeira. Essa maka ficou resolvida no final dos anos 50. A “raça” desapareceu dos bilhetes de identidade. Nem negros, nem “mixtos” nem brancos.

Lá no mato era assim, no resto de Angola não sei. Mas no Negage mesmo os brancos eram graduados conforme a sua província de origem em Portugal. Quem tinha a marca de preso político, como meu Pai, era atirado para a sanzala. Os do Uíge diziam que o Negage era a aldeia dos macacos. E nós fomos atirados para os subúrbios desse lugar desclassificado, vizinhos das sanzalas do Catumbo, Cangundo e Dambi. Não éramos brancos de verdade. 

Hoje está tudo igual. A supremacia branca é exclusiva dos países do G7 (EUA, Alemanha, Reino Unido, França, Itália e Canadá) excluindo os asiáticos do Japão. Esses são ricos mas não são brancos. Ainda que rastejem aos pés dos brancos. O Poder Branco tentou impor-se em Angola, à boleia do Savimbi e da UNITA. Os seus mentores falharam. Savimbi foi depois recuperado pelo regime racista da África do Sul, num tempo em que já não existia segregação racial nos EUA, por força das Leis Jim Crow que vigoraram entre 1876 e 1965, já eu andava de repórter.

Portugal | Operação Influencer. MP perde recurso no Tribunal da Relação de Lisboa

Arguidos vão ficar apenas sujeitos a termo de identidade e residência.

O Tribunal da Relação de Lisboa rejeitou, esta quarta-feira, o recurso apresentado Ministério Público (MP), no âmbito da Operação Influencer, aliviando as medidas de coação de todos os arguidos, avançou a SIC e a CNN Portugal. Além disso, considerou que não há indícios de tráfico de influências para Diogo Lacerda Machado e para Vítor Escária, ex-chefe de gabinete de António Costa. 

Os arguidos ficam sujeitos a Termo de Identidade e Residência, deixando de estar proibidos de sair do país, e não terão de pagar cauções à justiça.

Na decisão a que a SIC teve acesso, o Tribunal da Relação esclarece que a decisão "foi tomada por unanimidade"

"Concluiu o Tribunal que os factos apurados não são, só por si, integradores de qualquer tipo criminal", refere o documento, citado pela estação.

Recorde-se que o Ministério Público pretendia restaurar todos os crimes pelos quais indiciava os arguidos e queria medidas de coação mais pesadas. A Operação Influencer, recorde-se, levou à demissão do então primeiro-ministro António Costa.

Esta operação tornou-se pública com uma operação realizada em 7 de novembro pelo MP, que envolveu 42 buscas e levou à detenção de cinco pessoas: Vítor Escária, Diogo Lacerda Machado, os administradores da empresa Start Campus Afonso Salema e Rui Oliveira Neves, e o presidente da Câmara de Sines, Nuno Mascarenhas.

No total, há nove arguidos no processo, incluindo o agora ex-ministro das Infraestruturas, João Galamba, o presidente da Agência Portuguesa do Ambiente, Nuno Lacasta, o advogado, antigo secretário de Estado da Justiça e ex-porta-voz do PS João Tiago Silveira e a empresa Start Campus.

Notícias ao Minuto

Ler/Ver em NM:

"Fui apenas vítima". Sócrates avança com nova impugnação judicial

Portugal | A PASSOS LARGOS

Henrique Monteiro | HenriCartoon 

Ferreira Leite ataca Passos Coelho por declarações sobre Montenegro e Portas

PORTUGAL

A antiga líder do PSD não gostou que Pedro Passos Coelho “denunciasse” pessoas com quem colaborou. Ferreira Leite critica ainda que a intervenção surja no início do novo Governo PSD.

Manuela Ferreira Leite considera absolutamente inaceitáveis as recentes declarações feitas por Passos Coelho. A ex-líder social-democrata critica o "timing e conteúdo" escolhidos pelo ex-primeiro-ministro.

Numa entrevista, esta segunda-feira, na rádio Observador, Pedro Passos Coelho afirmou que Luís Montenegro se quer “desligar” da sua “herança” e acusa Paulo Portas de não ser de “confiança” aos olhos da ‘troika’.

Em reação a estas palavras, também em declarações à rádio Observador, esta terça-feira, Manuela Ferreira Leite defende que as críticas feitas por Passos Coelho não se fazem no início de um Governo.

“O timing escolhido para a entrevista, o conteúdo das declarações e a nomeação específica das pessoas que foram nomeadas torna esta intervenção absolutamente inaceitável”, afirmou a antiga presidente do PSD.

Questionada sobre se as palavras de Pedro Passos Coelhos deixam o atual primeiro-ministro fragilizado, Manuela Ferreira Leite respondeu que as declarações em causa apenas fragilizam “quem as fez”.

A ex-líder social-democrata foi ainda confrontada com as diferenças de posicionamento de Passos Coelho e Montenegro em relação ao Chega, admitindo que se se “tem identificado com o posicionamento” do atual líder. Mas, ressalva, “mesmo que não me tivesse posicionado nunca escolheria este timing para fosse o que fosse”.

“Não é no início de um Governo que se fazem declarações desta natureza nem se denunciam pessoas que foram antigas colaboradoras”, atirou Ferreira Leite.

Rita Carvalho Pereira | SIC Notícias com vídeo

Portugal | O GOVERNO DE 'MONTENEGO'

Bom dia (apesar de ser algo muito difícil). Vem aí o Curto do Expresso por Liliana Valente, do burgo Francisco Pinto Balsemão da coisa Impresa. Hajam deuses.

O Trato do Curto de hoje pela nossa parte - minorca PG de uns poucos milhões de pespenetas que aqui vêm, parece que para assinar ‘o ponto’ – vai ser breve. Tomem nota:

1 - Existem convites Expresso, talvez de borla. 2 - Cantigas de Montenego memorizadas através do “Memorial dos Trafulhas, Aldrabões e Oportunistas Políticos e Empresariais”. 3 – Nas cantigas existe um refrão simples para os deputados para quem Montenego falará na Assembleia da República. O dito constitui-se por Blá, Blá, Blá, Blá, Blá. Tudo acompanhado por fulanos e fulanas peritos no manuseamento de 77 instrumentos (que seria fastidioso aqui enumerar). 4 – A chamada Operação Marquês reaparece hoje na baila, com barbas compridas e brancas. Dizem que é o tempo da justiça… Qual justiça qual carapuça? Lá por aquela parte o nojo e o fedor sobrepõem-se a quase tudo e a todos deste Portugal dos Pequeninos Tramados, Escravizados e Ignorados… Fezes da Democracia Moribunda. Pois. 5 – Um pacote para terminar a ladainha: Desporto, Cultura, de tudo com cada cor seu paladar. Avisamos que para os plebeus a coisa é amarga, azeda e muito malcheirosa. Aguentemo-nos. Até um dia em que os tais plebeus deixem de ser carneiros.

Fim.

Atentem no Curto. A seguir. Bom resto de semana. O circo continua e os palhaços são os políticos     (não todos mas bastantes). Os paus-mandados dos plebeus são os camelos, os ursos, os bandos de focas aplaudivas e mais. Muito mais do piorio segundo classificação e definição dos ‘dótores da mula ruça’ que se aproveitaram da Revolução de Abril de 1974 para se substituírem "democraticamente" ao regime salazarista-fascista da dita modernidade que nos anda abusivamente a  enrabar há 50 anos…

Ao menos distribuam democraticamente vaselina, por favor! Pois… Boa tarde Montenego.

O Curto a seguir e mais não escrevemos. Por hoje.

MM| Redação PG

Guerras de Netanyahu

Emad Hajjaj, Jordânia | Cartoon Movement

Reino Unido criticado por padrões duplos em crimes israelitas e resposta legal do Irão

# Traduzido em português do Brasil

Islam Times - O ministro das Relações Exteriores do Irã atacou o Reino Unido por apoiar Israel, que está massacrando pessoas em Gaza, dizendo que é surpreendente como o Reino Unido pode se permitir expressar preocupação sobre a resposta legítima do Irã ao ataque fatal israelense contra sua embaixada na Síria. Numa conversa telefónica na segunda-feira, o ministro dos Negócios Estrangeiros iraniano, Hossein Amirabdollahian, e o secretário dos Negócios Estrangeiros britânico, David Cameron, falaram sobre o estado mais recente dos desenvolvimentos na região.

Amirabdollahian referiu-se à defesa legítima do Irão com o objectivo de punir o regime israelita, dizendo que as crises na Ásia Ocidental decorrem do papel destrutivo do regime ocupante israelita.

Ele expressou ainda surpresa com a extensão do apoio que a Grã-Bretanha dá aos crimes do regime sionista e ao assassinato de crianças e pessoas inocentes em Gaza.

Amirabdollahian perguntou a Cameron: “O que é que o governo britânico ganha com este apoio irresponsável a Israel?”

O ministro dos Negócios Estrangeiros iraniano acrescentou que é surpreendente que, embora vários milhares de toneladas de bombas tenham sido lançadas sobre o povo oprimido de Gaza nos últimos seis meses, a Grã-Bretanha esteja preocupada com a resposta do Irão ao brutal ataque israelita à missão diplomática iraniana em Damasco.

Sublinhou que a ação retaliatória do Irão está em conformidade com o princípio da defesa legítima nos termos do artigo 51.º da Carta das Nações Unidas.

O Irão não saúda uma escalada de tensões na região, mas se o regime israelita procura um acto de aventureirismo, então a próxima resposta do Irão será imediata, mais forte e mais ampla, disse Amirabdollahian, informou o site do Ministério dos Negócios Estrangeiros.

Cameron, por seu lado, expressou preocupação com o aumento das tensões na região após a resposta que o Irão deu aos actos de agressão do regime israelita.

Ele também falou sobre a situação em Gaza, dizendo que a Grã-Bretanha trabalhou 24 horas por dia durante o recente debate sobre uma resolução do Conselho de Segurança da ONU, a fim de estabelecer um cessar-fogo em Gaza.

Cameron acrescentou que a Grã-Bretanha está a fazer um esforço para que os dois lados também troquem os seus prisioneiros.

Ele alegou que a ação militar iraniana contra Israel era preocupante e aumentava a tensão regional.

O diplomata britânico disse que Londres, ao mesmo tempo, pedirá a Tel Aviv que não faça qualquer movimento, pois não quer uma repetição do que aconteceu de uma forma muito mais ampla.

Ler/Ver em Islam Times:

Autoridades sionistas confusas após a operação anti-Israel do Irã

Oficial promete ao Irã uma resposta mais forte e mais rápida ao novo erro israelense

Todos os mísseis hipersônicos do Irã atingiram alvos em terras ocupadas

Erdogan: Netanyahu, e não o Irão, deveria ser responsabilizado pelas tensões regionais

Islam Times | # Traduzido em português do Brasil

Falando aos jornalistas após uma reunião de gabinete na capital Ancara, Erdogan disse que o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, e a sua administração são responsáveis ​​pelos ataques aéreos do Irão em 13 de Abril, mas as potências ocidentais recusam-se a reconhecer este facto, informou o Daily Sabah.

“O principal ator responsável pela tensão que tomou conta dos nossos corações na noite de 13 de abril é Netanyahu e a sua sangrenta administração”, disse ele.

Observando que os ataques do fim de semana mostraram a duplicidade de critérios do Ocidente e o potencial de guerra na região, o presidente turco disse que é crucial identificar a principal razão por detrás do ataque de 13 de Abril.

“Desde 7 de Outubro, o governo israelita tem tomado medidas provocativas para alimentar o fogo na região”, disse Erdoğan, acrescentando que o ataque de Israel ao edifício consular do Irão em Damasco, em violação da Convenção de Viena, foi a gota de água.

Ele continuou dizendo que não foram muitos os países que reagiram contra o ataque de Israel, que desrespeitou completamente o direito internacional.

“Aqueles que não manifestaram qualquer oposição à agressão israelita durante meses, estão agora a correr para condenar a resposta do Irão”, disse Erdoğan, acrescentando que deveriam na verdade condenar e criticar Netanyahu, responsável pela morte de 34 mil civis, incluindo mulheres, crianças e bebés. , jornalistas.

“Alimentar o fogo e estragar continuamente a administração de Netanyahu não beneficia ninguém”, disse ele, acrescentando que tal postura injusta levará a novas tensões até que termine a opressão e o genocídio em Gaza.

Erdogan também disse que a Turquia não permitia a venda de quaisquer materiais que pudessem ser utilizados para fins militares por Israel, muito antes dos massacres em Gaza.

Ler/Ver em Islam Times:

EUA não buscam conflito com o Irã: porta-voz do Pentágono

UE alerta Israel; O confronto regional não é do interesse de ninguém

Primeiro-ministro da Malásia: ataques sem precedentes do Irã contra Israel são 'legítimos'

Conselho de Segurança votará quinta-feira sobre candidatura da Palestina à ONU

O bloco regional do Grupo Árabe afirma o seu “apoio inabalável” à candidatura da Palestina.

Al Mayadeen | # Traduzido em português do Brasil

O Conselho de Segurança das Nações Unidas votará quinta-feira o pedido da Palestina para se tornar um Estado-membro de pleno direito da ONU, informou a AFP citando várias fontes diplomáticas.

A Palestina, que tem o estatuto de observadora no organismo mundial desde 2012, tem feito lobby durante anos para obter a adesão plena, o que equivaleria ao reconhecimento da condição de Estado palestiniano.

Qualquer pedido para se tornar um Estado membro da ONU deve primeiro passar pelo Conselho de Segurança, onde o aliado de “Israel”, os Estados Unidos, exerce o veto, e depois ser aprovado pela Assembleia Geral.

No meio da guerra israelita em curso na Faixa de Gaza, a Palestina reavivou um pedido de adesão à ONU de 2011 há algumas semanas, o que levou o Conselho de Segurança a lançar um processo de revisão formal, que incluiu um comité que não conseguiu, em 12 de Abril, chegar a um consenso sobre a candidatura da Palestina. e era composto pelos estados membros do Conselho.

O bloco regional Grupo Árabe emitiu um comunicado na terça-feira afirmando o seu “apoio inabalável” à candidatura da Palestina.

OS MÍSSEIS DE ABRIL -- Scott Ritter

Os “Mísseis de Abril” representam um momento de mudança radical na geopolítica do Médio Oriente – o estabelecimento da dissuasão iraniana que afecta tanto Israel como os Estados Unidos.

Scott Ritter* | Consortium News | em Scott Ritter Extra | # Traduzido em português do Brasil

Escrevo sobre o Irã há mais de duas décadas. Em 2005, fiz uma viagem ao Irão para averiguar a “verdade básica” sobre aquela nação, uma verdade que depois incorporei num livro, Alvo o Irã, expondo a colaboração EUA-Israel para elaborar uma justificação para um ataque militar ao Irão destinado a derrubar o seu governo teocrático.

Segui este livro com outro, Empecilho, em 2018, que atualizou este esforço EUA-Israel.

Em Novembro de 2006, num discurso dirigido à Escola de Relações Internacionais da Universidade de Columbia, sublinhei que os Estados Unidos nunca abandonariam o meu “bom amigo” Israel até, claro, o fazermos. O que poderia precipitar tal ação, perguntei?

Observei que Israel era uma nação embriagada de arrogância e poder, e a menos que os Estados Unidos conseguissem encontrar uma forma de retirar as chaves da ignição do autocarro que Israel estava a navegar em direcção ao abismo, não nos juntaríamos a Israel na sua tentativa suicida semelhante a um lemingue. jornada.

No ano seguinte, em 2007, durante um discurso ao Comité Judaico Americano, salientei que as minhas críticas a Israel (contra as quais muitos na audiência se ressentiram) vieram de uma posição de preocupação com o futuro de Israel.

Sublinhei a realidade de que passei a maior parte de uma década a tentar proteger Israel dos mísseis iraquianos, tanto durante o meu serviço na Tempestade no Deserto, onde desempenhei um papel na campanha anti-mísseis SCUD, como como inspector de armas das Nações Unidas. , onde trabalhei com a inteligência israelense para garantir que os mísseis SCUD do Iraque fossem eliminados.

“A última coisa que quero ver”, disse à multidão, “é um cenário em que mísseis iranianos impactassem o solo de Israel. Mas, a menos que Israel mude de rumo, este é o resultado inevitável de uma política impulsionada mais pela arrogância do que pelo bom senso.”

Na noite de segunda-feira, na manhã de terça-feira, 13 e 14 de abril, as minhas preocupações foram transmitidas ao vivo perante uma audiência internacional: mísseis iranianos choveram sobre Israel e não houve nada que Israel pudesse fazer para os impedir.

Tal como aconteceu há pouco mais de 33 anos, quando os mísseis SCUD iraquianos superaram as defesas antimísseis Patriot dos EUA e de Israel para atacar Israel dezenas de vezes ao longo de um mês e meio, os mísseis iranianos, integrados num plano de ataque que foi projetado para sobrecarregar os sistemas de defesa antimísseis israelenses e atingiu alvos designados dentro de Israel com impunidade.

Apesar de ter empregado um extenso sistema integrado de defesa antimísseis composto pelo chamado sistema “Iron Dome”, baterias de mísseis Patriot fabricadas nos EUA e os interceptadores de mísseis Arrow e David's Sling, juntamente com aeronaves americanas, britânicas e israelenses, e As defesas antimísseis embarcadas pelos EUA e pela França, bem mais de uma dúzia de mísseis iranianos atingiram campos de aviação e instalações de defesa aérea israelenses fortemente protegidos.

Os iranianos atingiram pelo menos duas pistas, tirando-as de serviço, e pelo menos cinco estruturas do tipo armazém (isto a partir de imagens de satélite obtidas após o ataque).

O Irã deu a Israel um aviso prévio de cinco horas para transportar itens de alto valor (F-35). Além disso, o Irão não atacou quartéis, quartéis-generais ou alvos que pudessem produzir vítimas.

Os danos podem ter sido pequenos, mas a mensagem é clara: o Irão pode atingir qualquer alvo que quiser, a qualquer momento.

AUKUS liga a Austrália à política perigosa dos EUA

John Queripel* | Global Times | # Traduzido em português do Brasil

Em Setembro de 2021, o então governo australiano, liderado por Scott Morrison, recorreu ao que muitas vezes é bem sucedido em todo o mundo, uma campanha de medo à segurança nacional, dirigida contra a China, tendo como peça central um acordo AUKUS mal pensado e inventado às pressas com o EUA e Reino Unido.

Considerado na época um clube anglo, de homens brancos, que remete a tempos passados, agora está à beira de cair. A Austrália será a sua principal vítima.

Vinculada ao acordo, a Austrália deverá adquirir oito submarinos de propulsão nuclear da classe Astute por volta de 2050. Esses submarinos AUKUS serão construídos em parceria com o Reino Unido. 

A atual frota de submarinos australiana consiste em uma classe envelhecida de submarinos da classe Collins, prestes a se aposentar. Para preencher a lacuna entre a aposentadoria destes e a classe Astute proposta, os EUA deverão fornecer uma série de submarinos da classe Virginia. A construção naval dos EUA, no entanto, está produzindo apenas metade do número inicialmente planejado para ser construído. É improvável que os EUA suportem os custos e forneçam submarinos da classe Virginia à Austrália, uma vez que não conseguem satisfazer as suas próprias necessidades. 

O custo de tudo isto para a Austrália é proposto em 368 mil milhões de dólares australianos (242 mil milhões de dólares). Este número fantástico não só consumiu as despesas orçamentais necessárias para a educação, a saúde e as infra-estruturas, mas também restringiu outras despesas militares, mais apropriadas para a Austrália. O analista de segurança australiano Allan Behm opinou que o número poderia ser triplicado quando se trata de despesas militares, uma vez que é o que normalmente acontece entre o custo projectado e o custo real, pelo que o custo real para a Austrália pode muito bem ser superior a 1 bilião de dólares.

Cooperação China-Alemanha não é “risco”, mas oportunidade: Xi

Visita injeta positividade nos laços bilaterais China-UE enquanto a Alemanha busca estabilidade

Global Times | # Traduzido em português do Brasil

O presidente chinês, Xi Jinping, apelou na terça-feira à China e à Alemanha para que vejam e desenvolvam as relações bilaterais a partir de uma perspectiva estratégica e de longo prazo, e trabalhem em conjunto para injetar maior estabilidade e certeza no mundo. Xi fez as observações durante uma reunião com o chanceler alemão, Olaf Scholz, que concluiu a sua visita de três dias à China em Pequim, depois de liderar uma grande delegação a Chongqing e Xangai.

Tendo como pano de fundo as acusações de subsídios da UE aos veículos eléctricos (VE) e às turbinas eólicas chineses, e a campanha publicitária de "excesso de capacidade" iniciada pelos EUA, Xi apelou a que se encarasse a questão da capacidade de produção objectiva e dialeticamente. Os dois líderes também tiveram uma troca aprofundada de pontos de vista sobre a crise na Ucrânia e outras questões internacionais e regionais de interesse mútuo, informou a Agência de Notícias Xinhua. 

Na terça-feira, Xi e Scholz também passearam pelos terrenos da Diaoyutai State Guesthouse em meio à brisa suave da primavera verdejante, segundo relatos da mídia. 

Uma atmosfera amigável pôde ser sentida durante a visita de Scholz, durante a qual ele visitou fábricas de empresas alemãs na China e fez intercâmbio com estudantes da Universidade Tongji, em Xangai, instituto fundado por um médico alemão há um século e que mantém estreita cooperação com a Alemanha. 

A agenda completa e extensa de Scholz e as suas observações sobre alguns temas sensíveis mostraram que o chanceler alemão manteve um equilíbrio estratégico no meio da pressão de outros partidos como a UE e os EUA, disse Wang Yiwei, diretor do Instituto de Assuntos Internacionais da Universidade Renmin de China.

terça-feira, 16 de abril de 2024

Fazendo o papel de pacificador, Macron enviou franceses à morte na Ucrânia


South Front | # Traduzido em português do Brasil | VER VÍDEO

No meio da escalada drástica de conflitos militares perigosos, o presidente francês está a tentar desempenhar o papel de mantenedor da paz global. Um de seus pequenos objetivos no caminho para salvar o mundo é acabar com todas as guerras durante as Olimpíadas de Paris. Macron, com toda a modéstia, começou a trabalhar na trégua olímpica, pedindo ajuda aos seus “parceiros”, incluindo a China. Pequim ainda não respondeu às ambições de Macron; mas o Presidente russo Putin já tinha deixado claro ao seu homólogo francês: Moscovo está pronto a considerar qualquer iniciativa de paz, mas procederia apenas com base nos seus próprios interesses e na actual situação na frente.

Apesar de todas as tentativas de Paris de enganar o público, as suas ações não se baseiam nos princípios básicos de paz e amizades incorporados na ideia dos Jogos Olímpicos. Macron persegue apenas os seus objectivos políticos, enquanto as suas iniciativas, pelo contrário, visam influenciar a situação nos campos de batalha.

Embora o Comité Olímpico Internacional discrimine abertamente os atletas russos, Paris afirmou que os russos e os bielorrussos não são bem-vindos.

Para além do campo político, as iniciativas de Macron podem ter um impacto direto na situação nas linhas da frente ucranianas. O exército ucraniano precisa urgentemente de uma pausa para reagrupar as tropas, fortalecer a defesa e aumentar as reservas.

O jogo de manutenção da paz de Macron não tem qualquer hipótese de ajudar a resolver conflitos armados, mas só pode trazer conforto brevemente ao seu público francês.

Embaixador Russo na Polónia compartilhou informações sobre as relações bilaterais

Andrew Korybko * | Substack | opinião | # Traduzido em português do Brasil

A entrevista do Embaixador Andreev foi muito esclarecedora, especialmente depois de ter partilhado o importante ponto de que a russofobia muito raramente se manifesta abertamente em contactos pessoais. Isto contradiz as percepções populares do público maioritariamente “não-russo pró-russo” da RT, que faria bem em lembrar-se disto para resistir ao impulso que alguns sentem de se comportar de forma preconceituosa em relação aos polacos e, assim, desacreditar a Rússia por associação.

O embaixador russo na Polônia, Sergey Andreev, compartilhou informações importantes sobre as relações bilaterais durante sua recente entrevista à RT, que pode ser assistida com dublagem em inglês aqui . O presente artigo irá resumir o que ele disse antes de concluir com algumas breves reflexões sobre o seu significado no atual contexto sócio-político. O Embaixador Andreev começou por mencionar como é um tabu para os polacos discutir a participação dos seus cidadãos na guerra por procuração entre a OTAN e a Rússia na Ucrânia.

De acordo com o Ministério da Defesa russo , os polacos constituem a maior pluralidade de combatentes estrangeiros, com 2.960 de 13.387, e pouco mais de 50% deles (1.497) foram eliminados até 14 de março. O principal diplomata da Rússia na Polónia disse que por vezes estes combatentes aparecem nos meios de comunicação social para discutir de forma geral o que fizeram no estrangeiro, mas nunca partilham detalhes como o número de mortos do seu lado. Foi-lhe então pedido que expressasse a sua opinião sobre a missão conjunta da OTAN na Ucrânia .

O Embaixador Andreev mencionou que o seu propósito não é claro porque outras autoridades ocidentais não falaram sobre isso, apenas o Ministro dos Negócios Estrangeiros polaco, Radek Sikorski, por isso disse que é muito cedo para chegar a quaisquer conclusões sobre o assunto. Ele até sugeriu que talvez haja algum tipo de mal-entendido, embora não tenha entrado em detalhes sobre essa linha de pensamento. O que ele poderia ter querido dizer, contudo, é que Sikorski poderia estar a transformar algo antigo em algo novo para fins de poder brando.

Portugal | PARA ONDE CORRE PASSOS COELHO?

Pedro Cruz* | Diário de Notícias | opinião

Depois de meses e meses calado, em silêncio, a gerir com pinças as suas intervenções públicas, Passos Coelho voltou. Para perceber o antigo primeiro-ministro é preciso recuar a 2015. Depois de quatro anos a governar com o programa da troika, Passos ganha as eleições e prepara-se para governar com o seu próprio programa. Só que, como sabemos, isso não aconteceu.

A amargura de Passos Coelho vem desde esse dia, em que foi apeado do poder por uma geringonça pouco provável. Passos ainda ficaria no Parlamento por mais dois anos, numa decisão que apenas o prejudicou a ele. Acabou humilhado por António Costa que, no final, já dizia que o seu adversário era Rui Rio e não o homem que estava líder do PSD e sentado na primeira fila da bancada.

Passaram oito anos. Mas o ressentimento e a amargura de Passos Coelho não passou. Daí ter-se tornado menos liberal e mais conservador. Um anti-PS, alguém que só quer afastar do poder quem o afastou.

Neste momento, Passos Coelho, precisamente com o capital que mantém e sem derrotas em legislativas, tornou-se um problema para Luís Montenegro. De cada vez que fala, provoca um terramoto político com réplicas e reações. Foi assim em Faro na campanha eleitoral, no lançamento de um livro a semana passada e ontem numa entrevista ao Observador. E, aparentemente, tem muito para dizer.

É cedo para perceber se o caminho que quer trilhar é o de Belém. Não me parece, honestamente. Mas é difícil de entender o que vai na cabeça do antigo primeiro-ministro. Para já, a continuar como até aqui, Passos tornou-se um francoatirador, que continua a gerir a palavra e as intervenções de forma fria e calculista. Para quê?

* Jornalista

Portugal | O CHOQUE FISCAL


Henrique Monteiro | HenriCartoon

Portugal | PASSOS LAVA A SUA PRÓPRIA ROUPA SUJA

Manuel Cardoso, humorista | Expresso

Está explicado porque é que Passos Coelho tem a convicção de que o PSD se deve juntar ao Chega: tem o fetiche de chamar para o governo gente que não é de confiança

Numa semana, vai a apresentação de um livro. Na semana seguinte, participa num podcast. Pedro Passos Coelho, quando governou, ficou tão viciado em destruir postos de trabalho que hoje em dia faz questão de ter a agenda de um desempregado. As duas aparições são, no entanto, simbolicamente opostas. Quando apresentou o livro "Identidade e Família", Passos Coelho colocou-se ao lado daqueles que acham que as tarefas domésticas devem ser feitas exclusivamente pela mulher. Agora, encarregou-se ele próprio da lavagem de roupa suja.

O ex-primeiro-ministro foi ao podcast "Eu Estive Lá", de Maria João Avillez, para reconstituir na primeira pessoa o período difícil da troika. As eleições de março já passaram pelo que, como assinalou o próprio, já não é too soon para falar desses anos. Ao assumir apenas erros na "comunicação", o ex-PM torna este episódio numa espécie de "não se fala mais nisto". Como se viu na campanha e como atesta o afastamento de Montenegro deste legado, os portugueses são capazes de se lembrar melhor desse período do que Passos Coelho. Aliás, se a entrevista tivesse sido conduzida por alguém da mesma faixa etária da entrevistadora, mas cujo apelido não fosse Avillez, talvez a conversa não tivesse sido tão cordial.

Como muita gente faz em momentos de ira, Passos Coelho bateu com Portas. Queixou-se da falta de “solidariedade” do CDS e, revelando que a troika achava que Paulo Portas não era de confiança, gaba-se de tê-lo salvado de uma humilhação, humilhando-o agora. Paulo Portas não era de confiança em 2013, mas o PSD de Passos Coelho voltou a coligar-se com o CDS nas legislativas de 2015. Está explicado porque é que Passos Coelho tem a convicção de que o PSD se deve juntar ao Chega: tem o fetiche de chamar para o governo gente que não é de confiança. A verdade é que Paulo Portas não tem legitimidade para considerar indecorosa a revelação de detalhes que não eram públicos com vista à descredibilização de uma figura política. Tanto a vingança como a vichyssoise servem-se frias.

No que toca ao seu legado no partido, Pedro Passos Coelho assinala que Luís Montenegro teve "a preocupação de tentar desligar". É uma experiência comum a todos os progenitores de adolescentes. Primeiro, são os melhores amigos dos pais. De um momento para o outro, não atendem as chamadas e até tentam desligar. Mais deselegante foi a afirmação de que "ninguém se lembraria" de Luís Montenegro para líder do PSD caso o atual PM não tivesse sido líder parlamentar do governo da PaF. O governo de direita tem poucos dias e já temos um "sem mim, não eras nada". Passos Coelho é um daqueles ex-namorados que respondem a stories de antigas companheiras a divertirem-se em concertos com a frase "fui eu que te mostrei o hip-hop". Esta ideia amargurada de "não te esqueças quem é que te pôs a jogar nessa posição" é algo que não fica bem a um treinador dos sub-13 do Real Massamá, quanto mais a um ex-primeiro-ministro.

Título original: Passos Coelho lava a sua própria roupa

A China não é um “risco” para a Alemanha ou a Europa: sinólogo alemão

Global Times, opinião | Traduzido em português do Brasil

Nota do Editor:

O chanceler alemão, Olaf Scholz, iniciou sua visita à China no domingo. As relações entre a China e a Alemanha, ambas grandes economias e países importantes, estão além do âmbito bilateral. Qual é o significado de promover o desenvolvimento estável das relações bilaterais China-Alemanha? Como é que a “redução de riscos” que alguns políticos europeus têm pressionado terá impacto na relação China-Europa? Que lições a China e a Europa podem aprender uma com a outra? Helwig Schmidt-Glintzer (Schmidt-Glintzer), sinólogo alemão e professor emérito de Literatura e Cultura do Leste Asiático na Universidade de Göttingen, na Alemanha, discutiu essas questões com o repórter do Global Times (GT), Xia Wenxin.

GT: Quais são as suas expectativas para a viagem do Chanceler Scholz? Como avalia a relação China-Alemanha, especialmente na área económica e comercial, no contexto das actuais mudanças globais?

Schmidt-Glintzer: Penso que a relação bilateral é boa e deverá melhorar no futuro. Durante esta viagem, penso que o Chanceler Scholz deveria tentar identificar e reforçar as relações entre os nossos dois países e também discutir formas como a Alemanha, a China e talvez outros poderiam contribuir para acabar com a guerra na Ucrânia.

A cooperação económica entre a Alemanha e a China foi boa e muito intensa e irá florescer, como deveria. No futuro, em igualdade de condições, haverá algumas discussões e alguns problemas também para resolver. A outra coisa é que, como a China ainda é um país com salários muito baixos em comparação com a Europa, não queremos destruir a nossa economia deixando entrar produtos demasiado baratos ou subsidiados. Portanto, isto também é um problema. Mas a cooperação, em geral, deverá florescer. E penso que ambas as partes têm um interesse intenso na cooperação em todos os domínios económicos e outros, incluindo a ciência e a tecnologia.

Mídia dos EUA critica a China pelo fracasso do Ocidente em derrotar a Rússia

Global Times | # Traduzido em português do Brasil

É muitas vezes uma maravilha ver a capacidade dos meios de comunicação ocidentais de fabricar mentiras e lançar lama contra a China. A Bloomberg, citando autoridades anônimas, acusou recentemente a China de “fornecer à Rússia quantidades significativas de componentes para construir mísseis de cruzeiro e drones, bem como peças ópticas para tanques e veículos blindados”.

O relatório, publicado no sábado, afirmava que "embora não haja provas de que a China esteja a fornecer assistência letal, pessoas familiarizadas com a avaliação da inteligência dos EUA caracterizaram a ajuda como igualmente significativa, dizendo que sem as importações, a base industrial militar da Rússia teria dificuldades".

A teoria de “componentes chineses encontrados em armas russas” ou “a China envia secretamente equipamento [militar] para a Rússia” tem sido repetidamente alardeada pelos meios de comunicação ocidentais desde a eclosão do conflito Rússia-Ucrânia. No entanto, após um exame mais detalhado de todas as histórias e citações, nenhuma evidência sólida pode ser encontrada para apoiar estas afirmações.

Ignorando o facto de que os componentes de que normalmente falam são produtos tipicamente civis que circulam no mercado internacional, os meios de comunicação americanos não especificam os modelos exactos dos equipamentos que são alegadamente exportados da China para a Rússia, ou como são utilizados pelos militares russos em combate. situações. Em vez disso, continuam a afirmar que a Rússia está a receber apoio militar da China, sem fornecer provas concretas para apoiar esta afirmação.
 
Dê uma olhada nas empresas listadas pela Bloomberg desta vez, como Wuhan Global Sensor Technology Co. Seus produtos são usados ​​principalmente nas áreas de termografia, combate a incêndios e resgate, direção inteligente, tráfego rodoviário, processamento de redes e dados e monitoramento de vídeo. Sem provas, os meios de comunicação dos EUA insistem que esses produtos, que são amplamente utilizados nos sectores civil, de tráfego e médico, são exportados para mísseis e tanques. Isto é como alegar que uma cenoura congelada pode ser usada como arma mortal. 

A lógica lembra-nos outras reivindicações dos EUA, como a do alho chinês que representa uma ameaça à segurança nacional dos EUA, a desculpa do "sabão em pó" ser um prelúdio para a Guerra do Iraque liderada pelos EUA, bem como a Secretária do Comércio dos EUA, Gina Raimondo, e a Presidente da Comissão Europeia, Ursula A retórica de von der Leyen sobre os militares russos retirando chips de máquinas de lavar louça e geladeiras para consertar seu equipamento militar.

Dado um tal nível cognitivo, como podem os EUA propor algo sério? Quando os EUA difamam a China por fornecer componentes militares à Rússia, o seu objectivo é bastante óbvio. Primeiro, culpar a China pelo fracasso em derrotar a Rússia no campo de batalha, encontrando desculpas para o conflito prolongado. Acredita que a Rússia deveria ter caído de joelhos há muito tempo, mas porque não? Deve ser culpa da China. Em segundo lugar, enquanto os EUA quiserem sancionar as empresas chinesas, podem coreografar qualquer desculpa conveniente de que necessitem. Quando os veículos elétricos chineses foram o alvo, os EUA inventaram a desculpa de “excesso de capacidade”. Quando Washington pretende atingir certas empresas chinesas de alta tecnologia, pode convenientemente apresentar o rótulo de ajudar a Rússia a aumentar a produção militar, disse Shen Yi, professor da Universidade Fudan, ao Global Times. 

As palavras e acções dos EUA mostraram que são completamente irracionais e recorrerão a todos os meios, com quaisquer desculpas, para conter a China.

Quando os meios de comunicação ocidentais visam a China e pressionam a China a não fornecer assistência militar letal à Rússia, estão a tentar promover a "teoria da responsabilidade especial da China" no conflito Rússia-Ucrânia. Contudo, a posição de “neutralidade activa” da China no conflito Rússia-Ucrânia resistirá ao teste da história. 

As práticas da China e dos EUA são qualitativamente diferentes. Ao enfrentar conflitos regionais, a China nunca fornecerá armas de forma proativa a nenhuma das partes envolvidas. Em contraste, os EUA enviam constantemente armas pesadas para o campo de batalha ucraniano, mas ainda assim não conseguem vencer a guerra por procuração. Em vez de refletir sobre os seus próprios problemas, tudo o que faz é procurar alguém para culpar. Isso só prova incompetência.

Imagem: O desesperado descobridor de falhas Ilustração: Liu Rui/GT

Ler/Ver em Global Times:

O PIB da China cresce impressionantes 5,3% no primeiro trimestre, bem acima das expectativas do mercado

Chanceler chinês expressa posição solene em relação às ações dos EUA para promover a 'Estratégia Indo-Pacífico' visando a China, instando os EUA a parar o confronto do bloco

Para as empresas alemãs, a “dissociação” da China é o risco real

Israel não consegue interceptar versão antiga de mísseis iranianos - diz analista belga

Teerã, IRNA - Um renomado repórter e analista belga de assuntos da Ásia Ocidental diz que os militares do regime israelense foram capazes de interceptar um número muito pequeno de mísseis que o Corpo da Guarda da Revolução do Irã (IRGC) disparou em repouso no ataque à embaixada em Damasco.

De acordo com o relatório da manhã de terça-feira da IRNA, Elijah J. Magnier escreveu em sua conta na mídia social X sobre o fracasso do regime diante do ataque iraniano.

Ele ressaltou que o regime sionista teve mais de uma semana para se preparar para as medidas punitivas de Teerã após o ataque com mísseis do regime ao consulado iraniano na Síria.

Os mísseis disparados eram das versões mais antigas do Irã e tiveram que percorrer uma distância de mais de mil quilômetros para atingir o alvo. Ainda assim, Israel sozinho não foi capaz de interceptar estes mísseis e recebeu ajuda dos EUA, Grã-Bretanha, França e Jordânia, escreveu ele no seu post.

Ele apontou ainda para os padrões duplos da grande mídia ocidental ao lidar com várias questões, inclusive na Ásia Ocidental.

Parece que se esqueceram completamente no Ocidente que foi o regime de Israel que violou as leis internacionais ao atacar o consulado iraniano em Damasco e que o Irão tinha o direito de se defender com base na Carta da ONU, enfatizou Magnier.

O IRGC realizou no domingo à noite uma operação anti-Israel e disparou dezenas de drones e mísseis contra as posições do regime israelita nos territórios ocupados com o objectivo de punir Tel Aviv pelo seu ataque mortal à missão diplomática iraniana na Síria.

Ler/Ver em IRNA:

Chanceler do Irã diz que autodefesa legítima e punir Israel era a única opção

Exército do Irã se diz pronto para responder a qualquer ameaça instantaneamente

As opções de retaliação do Irã contra Israel são amplas: Oficial 

Desviar o ataque do Irão custou biliões, Israel e os EUA não podem repeti-lo - Scott Ritter

Declarações de Scott Ritter ex-inspetor da ONU

Islam Times - A destruição de mísseis e drones iranianos custou bilhões de dólares, então Israel e os EUA não serão capazes de repelir ataques de tal intensidade por vários dias consecutivos, disse o ex-oficial de inteligência dos EUA e inspetor de armas da ONU no Iraque, Scott Ritter. Canal de TV Al Mayadeen.

“Em primeiro lugar, quando falamos da defesa de Israel, Israel não pode defender-se. Há provas disso: mísseis iranianos atingem bases israelitas”, opinou. "O que também temos de compreender é a quantidade de dinheiro gasta para defender Israel contra drones e mísseis de cruzeiro. São milhares de milhões de dólares. Este é um acontecimento irrepetível", acrescentou Ritter.

"Por quantos dias consecutivos Israel e seus aliados serão capazes de usar defesas antimísseis multibilionárias de alta tecnologia? <..> A resposta é três ou cinco dias. Eles ficarão sem mísseis antes que o Irã fique sem drones. Adivinha o que acontece depois disso?" disse o analista.

"Se o Irão acabar com o número de mísseis e drones necessários para sustentar este nível de acção durante uma semana, terá esgotado a capacidade de Israel se defender. Veja o que aconteceu à Ucrânia quando ficaram sem defesas aéreas: eles não têm nada para defender o seu espaço aéreo, e a Rússia está a desmontá-los. O Irão irá desmontar Israel quando ficar sem defesas aéreas", destacou Ritter.

De acordo com as suas avaliações, no caso de um conflito em grande escala, o Irão esperaria até que Israel gastasse os seus mísseis destruindo os seus drones, e então começaria a destruir a infra-estrutura israelita com armas de mísseis mais poderosas. "O Irã não queria baixas ou danos, eles queriam provar algo, e o fizeram. <...> Israel não pode ser defendido. Isso é o que eles queriam provar. Não há nada que alguém possa fazer se o Irã decidir destruí-lo. Felizmente, espero que o Irão não tome essa decisão", concluiu Ritter.

O Irão lançou drones e mísseis contra Israel na noite de 13 de Abril, considerando-o uma resposta a numerosos crimes, incluindo um ataque aéreo à secção consular da embaixada do país em Damasco. 

* Notícias traduzidas em português do Brasil

Ler/ver em Islam Times:

Todos os mísseis hipersônicos do Irã atingiram alvos em terras ocupadas

Balanço de poder na Ásia Ocidental redefinido pela operação anti-israelense do Irã: FM

Nenhuma evidência de que o Irã esteja construindo armas nucleares: Chefe da AIEA

Oficial promete ao Irã uma resposta mais forte e mais rápida ao novo erro israelense 

segunda-feira, 15 de abril de 2024

John Bolton: A dissuasão EUA-Israel é um “fracasso massivo” contra o Irão

Islam Times - O ex-conselheiro de Segurança Nacional dos Estados Unidos, John Bolton, disse que a operação retaliatória do Irã na noite de sábado foi "um enorme fracasso da dissuasão israelense e americana". 

Al-Mayadeen relatou citando a entrevista de Bolton à CNN: "O que tivemos esta noite foi um enorme fracasso na dissuasão israelense e americana."

O Corpo da Guarda Revolucionária Islâmica (IRGC) alertou o governo dos EUA que apoiar ou participar em danos aos interesses do Irão resultaria numa resposta decisiva e lamentável por parte das Forças Armadas iranianas.

O porta-voz da Casa Branca, John Kirby, revelou que os Estados Unidos não querem ver mais escaladas no Médio Oriente, na sequência dos acontecimentos da operação de retaliação do Irão contra “Israel” no domingo. 

“Não estamos à procura de uma guerra mais ampla com o Irão”, disse ele ao Meet the Press da NBC. 

O presidente dos EUA, Joe Biden, também disse a Netanyahu que o seu país não participaria numa operação ofensiva contra o Irão. O secretário de Defesa dos EUA, Lloyd Austin, transmitiu a mesma decisão ao ministro da Guerra israelense, Yoav Gallant.

* Islam Times | # Traduzido em português do Brasil

BLOG DE GAZA: Israel atira em famílias que se dirigem para o norte

Quatro soldados israelitas feridos | Irã: Israel não responderá – Dia 192

Pela equipe do Palestine Chronicle | # Traduzido em português do Brasil

As forças de ocupação israelitas continuaram a abrir fogo contra famílias palestinianas que se dirigiam para norte e mataram uma menina palestiniana de cinco anos. 

Quatro soldados israelitas ficaram feridos, um deles gravemente, na explosão de uma mina no seu veículo perto da fronteira com o Líbano.

O representante iraniano nas Nações Unidas disse que Israel não responderá, pois a comunidade internacional apela a ambas as partes para que se contenham e evitem uma nova escalada. 

De acordo com o Ministério da Saúde de Gaza, 33.797 palestinos foram mortos e 76.465 feridos no genocídio em curso de Israel em Gaza, iniciado em 7 de outubro.

Clique aqui para ver os blogs anteriores.

ULTIMAS ATUALIZAÇÕES

Segunda-feira, 15 de abril, 18h15 (GMT+2)

NYT: Israel está considerando opções de resposta que vão desde a diplomacia até um ataque iminente.

AL-JAZEERA: Quatro mísseis foram disparados contra o radar israelense em Shebaa Farms.

PORTA-VOZ DO EXÉRCITO ISRAELITA: a operação Rafah ainda está sobre a mesa e “ainda temos que concluí-la com sucesso”.

EXÉRCITO ISRAELITA: O exército israelense anunciou que amanhã, terça-feira, realizará manobras na Galiléia Central e na Alta Galiléia como parte do que descreveu como preparativos para ameaças de várias frentes.

Primeiro-ministro libanês: O Líbano não pode permanecer calado sobre os ataques israelenses.

FRANÇA: Convocamos o embaixador iraniano e garantimos-lhe a nossa condenação do ataque a Israel.

MINISTRO ISRAELITA DA CULTURA: Israel decidiu reduzir a intensidade dos combates em Gaza, porque quer chegar a um acordo de troca.

HEZBOLLAH: Alvejamos uma reunião de soldados inimigos e os deixamos mortos e feridos.

ACALME-SE

Amorim, Brasil | Cartoon Movement

A NATO está a perder a guerra por procuração contra a Rússia


A NATO está a perder a guerra por procuração contra a Rússia, por isso espera-se um aumento do terrorismo de bandeira falsa – John Kiriakou

Finian Cunningham* | Strategic Culture Foundation | # Traduzido em português do Brasil

Uma derrota de Washington e dos seus parceiros da NATO na Ucrânia seria um desastre político para as potências ocidentais. Por isso eles estão ficando desesperados.

Na semana passada, os meios de comunicação britânicos (Telegraph e Guardian) relataram alegações de que a Rússia estava a utilizar armas químicas contra as tropas ucranianas e, como se isso não bastasse, os militares russos também estavam a pôr em perigo a maior central nuclear da Europa.

O antigo oficial da CIA John Kiriakou discute estes relatórios e conclui que os incidentes são operações de bandeira falsa orquestradas por patrocinadores ocidentais do regime ucraniano. Kiriakou diz que é a CIA que tem um histórico notório de envolvimento em truques sujos quando as suas operações vão mal.

E, sem dúvida, a guerra por procuração da OTAN na Ucrânia contra a Rússia está realmente a correr muito mal. A Rússia tem a vantagem militar enquanto o regime de Kiev, apoiado pela NATO, enfrenta o colapso.

Uma derrota de Washington e dos seus parceiros da NATO na Ucrânia seria um desastre político para as potências ocidentais. Por isso eles estão ficando desesperados. Isso explicaria o aumento de notícias nos meios de comunicação ocidentais de que a Rússia começou a utilizar armas químicas e de que a Rússia está a pôr em perigo a central nuclear de Zaporozhye, a maior central nuclear civil da Europa. Esta última insinuação dos meios de comunicação ocidentais é particularmente absurda. A Rússia assumiu o controle da Usina Nuclear de Zaporozhye em março de 2022.

Deveria ser óbvio que o regime apoiado pela NATO é o perpetrador do terrorismo nuclear, mas os governos ocidentais, os meios de comunicação social e a Agência Internacional de Energia Atómica da ONU adoptam uma ambiguidade vergonhosa sobre o perpetrador. Os patrocinadores ocidentais estão a encobrir um regime terrorista nuclear em Kiev porque os governos ocidentais são totalmente cúmplices do terrorismo.

John Kiriakou salienta que o mesmo manual foi usado na Síria. Quando o Exército Árabe Sírio estava a ganhar vantagem militar contra os mercenários jihadistas patrocinados pela NATO que tentavam derrubar o governo sírio, os meios de comunicação ocidentais relataram alegados ataques com armas químicas por parte do exército sírio. Isso resultou no lançamento de ataques aéreos contra a Síria pelos Estados Unidos, Grã-Bretanha e França. Descobriu-se que os ataques com armas químicas eram bandeiras falsas conduzidas pela CIA e por representantes treinados pelo MI6.

Agora que as potências da NATO estão a perder a guerra na Ucrânia contra a Rússia – uma guerra em que investiram numa escala colossal sem precedentes – a reacção é repetir o manual da bandeira falsa como uma forma desesperada de criar um desastre químico ou radiológico para justificar uma escalada da guerra, talvez por intervenção directa da NATO. Não importa para a elite belicista ocidental que a segurança do planeta esteja a ser imprudentemente posta em causa. É claro que não devemos ficar surpresos. Os mesmos establishments governantes belicistas ocidentais fomentaram guerras mundiais e inúmeras outras guerras que custaram dezenas de milhões de vidas. A sua imprudência criminosa não conhece limites.

John Kiriakou foi preso pelo governo dos EUA durante dois anos depois de denunciar o programa de tortura da CIA. Ele agora trabalha como jornalista e comentarista independente e ganhou respeito mundial por sua integridade e por dizer a verdade.

* Ex-editor e redator de grandes organizações de mídia noticiosa. Escreveu extensivamente sobre assuntos internacionais, com artigos publicados em vários idiomas

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