quarta-feira, 27 de fevereiro de 2019

E assim se fez o Portugal dos Grandes e o Portugal dos Pequeninos


Mário Motta, Lisboa

Melancia, Manuel Pinho, José Sócrates, Ricardo Salgado, Cavaco Silva, Dias Loureiro, Oliveira Costa… Eles são mais que as mães. Todos dignos representantes das elites pós 25 de Abril de 1974, que inclui alguns desses tempos de salazarismo fascista em que Portugal era posse de meia-dúzia de famílias Quinas, Melo, Espírito Santo e poucas mais.

Após 25 de Novembro de 1975, Portugal começou a ser entregue a outras famílias. Os partidárias da velha direita com cores esbotadas foram as famílias que se venderam às velhas famílias por troca de alguns milhões que sempre vão pingando, como se vê. O regresso de Melos, Champalimaud e quejandos foi supimpa, os referidos partidos do “Portugal fixe e democrático” assentaram na malga do Bloco Central. Daí foi um ver se te avias num descarado fartar vilanagem. Os compadrios, os conluios, a corrupção e o nepotismo quase ganharam força de lei. CDS, PSD e PS lá se entenderam no pataca a ti, pataca a mim, sabendo que a maioria das patacas foram para as grandes famílias velhas e novas surgidas do quase nada para a opulência e o fausto associado a quem cabritos vende e cabras não tem de algum lado lhe vem. Mas tais factos sempre muito pouco importaram ao primado na lei. Mesmo agora, na atualidade, muito pouco importa. É vê-los por aí à solta, impunes, livres que nem passarinhos. Bastando que de vez em quando lá se puna de faz de conta algum dos menos preponderantes daquelas famílias donas disto tudo, do país e arredores. Tanto assim acontece que vimos Salgado à solta apesar de trafulhices de milhares de milhões, também Oliveira Costa… E outros. Uns quantos até são “incomodados” pela dita “justiça” mas de seguida saem em liberdade e lá continuam nas negociatas e a viver com faustos que nem passa pelas cabeças dos plebeus que sustentam todos aqueles privilegiados que se diz serem familiares de espécie vampiresca… E assim se fez o Portugal dos Grandes e o Portugal dos Pequeninos. Muitos milhões de portugueses alimentam essas famílias impunes que de vez em quando lá vão a investigadores e a tribunal com exércitos de advogados dizendo-se inocentes e até a reclamarem se o tal arremedo de aparelho de justiça luso os punir ligeiramente. Assim acontece em Portugal, assim se vai fazendo Portugal de uns quantos grandes a vampirizar milhões de portugueses. Nada que não se saiba, mas cobardemente consentido. Até um dia, senhores do fausto. Até um dia.

Portugal | Um juiz sem passadeira


Pedro Ivo Carvalho | Jornal de Notícias | opinião

Imagine o seguinte cenário: entra numa urgência hospitalar com uma fratura exposta num braço e é-lhe prescrita uma pomada dermatológica à base de cânfora inventada por um "endireita" habilidoso que "atende" nuns anexos.

Estranho, no mínimo. Agora imagine que há um juiz que decide inspirado na Bíblia. É, numa comparação propositadamente exagerada, uma aberração da mesma índole. E não apenas por sermos um Estado laico. Mas porque uma e outra enfermam de uma grosseira subjetividade num contexto em que apenas deveria haver objetividade.

Aludo, obviamente, a Neto de Moura, o juiz que, depois de ter citado as escrituras num acórdão em que censurou uma mulher vítima de violência doméstica por esta ter sido infiel ao marido, decidiu, mais recentemente, pela revogação da aplicação de pulseira eletrónica a um comprovado agressor que perfurara, a soco, o tímpano da companheira, escudando-se no facto de os juízes da primeira instância não terem fundamentado devidamente a necessidade de o homem ter de continuar a ser "controlado" através desse expediente.

A tentação para lançar novamente a toga de Neto de Moura para a fogueira é grande mas, descontando as observações moralistas e machistas que, mais uma vez, o juiz fez questão de verter, a sua decisão, neste caso, parece estar escudada na lei (na perspetiva da salvaguarda dos direitos das partes) e não é comparável à situação anteriormente descrita (embora o juiz, na dúvida, pudesse ter pedido para melhorarem a fundamentação inicial, o que não fez).

Na verdade, o que este segundo acórdão nos vem dizer é que a discussão mais importante talvez não esteja a ser feita. Como estão redigidas as leis, se são adequadas à realidade e, acima de tudo, se salvaguardam os interesses das vítimas. Basta dizermos que esta mulher esteve mais protegida do antigo companheiro enquanto este foi arguido do que depois de ter sido condenado. E que vive agora num renovado sobressalto.

E isto acontece porquê? Porque depende sempre da vontade do agressor usar pulseira eletrónica. Donde, as leis não estão pensadas para defender as vítimas. E um sistema justo não pode premiar quem agride. Porque um sistema assim é uma passadeira vermelha para as convicções inabaláveis de juízes como Neto de Moura.

*Diretor-adjunto

Na foto: Neto de Moura/Google

Portugal | "Este jogo do 'gato e do rato' do Governo humilha os professores"


Joaquim Jorge acusa o Governo de estar a “dar e tirar” esperança aos docentes só para “ganhar tempo”.

O fundador do Clube dos Pensadores, Joaquim Jorge, descreve de “inqualificável” a postura do Governo, perante o impasse negocial com os professores.

O também biólogo garante que o Executivo de António Costa tem “dado e tirado” a esperança aos docentes apenas para ganhar tempo.

“Este jogo do ‘tu cá – tu lá’, do ‘gato e do rato’ do Governo de António Costa procurando humilhar os professores, dando e tirando esperança e protelando o mais que puder este impasse para ganhar tempo é inqualificável”, refere num artigo de opinião enviado ao Notícias ao Minuto.

E, para Joaquim Jorge, a reunião desta segunda-feira foi apenas para “cumprir calendário” porque o Governo não pretende aumentar a recuperação do tempo de serviço dos professores.

Confrontos entre militares da Índia e Paquistão fazem quatro mortos


Quatro pessoas, das quais duas crianças, foram mortas durante confrontos entre militares indianos e paquistaneses, perto da linha de demarcação das partes da Caxemira sob controlo da Índia e do Paquistão, no setor controlado por este, em Nakyal.

O anúncio do confronto foi feito por autoridades locais à AFP

"Um obus de morteiro atingiu uma casa no setor de Nakyal, ao longo da Linha de Controlo, matando uma mãe, a sua filha e o seu filho", declarou um responsável local do organismo público encarregado da gestão de situações.

Uma outra mulher foi morta e outras sete pessoas feridas por tiros em outras localizações do setor de Nakyal. Um dirigente da polícia, Irfan Saleem, confirmou os factos.

Nova Deli e Islamabad acusam-se, regular e mutuamente, de fazerem disparos nesta zona fortemente militarizada, chamada Linha de Controlo, que marca a fronteira de facto entre as partes indiana e paquistanesa da Caxemira.

Na terça-feira, a Índia anunciou ter procedido a um "ataque preventivo" contra um grupo islamista baseado no Paquistão, que reivindicou um atentado suicida na Caxemira indiana na qual pelo menos 40 paramilitares indianos foram mortos em 14 de fevereiro.

Islamabad, que denunciou uma "agressão intempestiva", desmentiu que tenha sido atacado um "campo terrorista" perto de Balakot, no nordeste do Paquistão, perto da Caxemira, e prometeu replicar "na hora e no local da sua escolha".

O atentado de 14 de fevereiro provocou um aumento da tensão entre o Paquistão e a Índia, que acusa Islamabad de apoiar grupos de insurrectos ativos na Caxemira indiana.

As trocas de tiros na zona da Linha de Controlo provocaram dezenas de mortes entre civis e militares dos dois lados durante os últimos anos.

Lusa | em Notícias ao Minuto | Foto: Reuters

A OTAN prepara uma vaga de atentados na Europa


Várias fontes, situadas em diferentes países, indicam-nos que a OTAN prepara atentados em países da União Europeia.

Durante os «anos de chumbo» (isto é, do fim dos anos 60 até aos anos 80), os Serviços Secretos da OTAN lançaram a «estratégia da tensão». Tratava-se de organizar atentados sangrentos, atribuídos aos extremistas, a fim de instaurar um clima de medo e impedir a constituição de governos de aliança nacional incluindo os comunistas. Simultaneamente, a OTAN (pretensamente defensora da «democracia») organizou golpes de Estado ou tentativas de golpe na Grécia, na Itália e em Portugal.

Os Serviços Secretos da OTAN haviam sido montados pelos Estados Unidos e pelo Reino Unido a partir do Gabinete de Coordenação Política da CIA. Eles apenas prestavam contas a Washington e a Berlim, e não aos outros membros da Aliança Atlântica. Estes serviços eram chamados stay-behind (forças de retaguarda- ndT), já que podiam actuar em caso de ocupação pela URSS, e integravam os melhores especialistas da luta anti-comunista do Reich nazi.

Serviços similares haviam sido criados pelos Anglo-Saxões em todo o mundo, seja como conselheiros de governos pró-EUA, seja clandestinamente na URSS e nos Estados que lhe estavam associados. Eram coordenados através da Liga Mundial Anti-Comunista. Em 1975, três comissões dos EUA levantaram o véu sobre essas práticas —a Comissão Church no Senado, Pike na Câmara e Rockfeller na Casa Branca—. Em 1977, o Presidente Jimmy Carter nomeou o Almirante Stansfield Turner como cabeça da CIA para limpar os Serviços Secretos. Em 1990, o Presidente do Conselho italiano, Giulio Andreotti, revelou a existência do ramo dos Serviços Secretos da OTAN em Itália, o Gladio. Seguiu-se uma gigantesca revelação e comissões de inquérito parlamentares na Alemanha, Bélgica e Itália. O conjunto teria então sido dissolvido.

No entanto, anos mais tarde encontramos indícios probatórios da responsabilidade da OTAN nos atentados de Madrid, de 11 de Março de 2004, e de Londres, de 7 de Julho de 2005.

É neste contexto que em França, um gendarme móvel, e antigo legionário, foi preso a 23 de Dezembro de 2018, na gare de Lyon (Paris), quando transportava explosivos. Após 96 horas sob custódia, foi indiciado.

Nós publicamos inúmeros documentos e estudos sobre o stay-behind, nomeadamente:
- « Stay-behind : les réseaux d’ingérence américains » (Stay-Behind: as redes da ingerência americanas»- ndT), par Thierry Meyssan, Réseau Voltaire, 20 août 2001.
- Em 16 episódios, o livro do Professor Daniele Ganser Les Armées secrètes de l’OTAN, que é taxativo.
- «La Ligue anti-communiste mondiale, une internationale du crime» («A Liga Anti-comunista Mundial, uma internacional do crime»- ndT), par Thierry Meyssan, Réseau Voltaire, 12 mai 2004.

Voltaire.net.org | Tradução Alva

Jiadismo e alta traição


Thierry Meyssan*

Os cidadãos europeus, encorajados a juntar-se à luta armada na Síria ao lado dos mercenários pró-Ocidentais, não podem ser processados por conivência com o inimigo e alta traição na medida em que podem argumentar ter tido o apoio da OTAN e dos seus Estados membros. Os Estados europeus não podem julgar sem primeiro examinar a responsabilidade dos seus próprios dirigentes na guerra contra a Síria.

O Presidente Donald Trump pediu aos seus aliados ocidentais que repatriassem os seus jiadistas prisioneiros das Forças democráticas sírias e para os julgar no seus respectivos países. O Reino Unido opôs-se a isso, enquanto a França encara os regressos apenas caso a caso.

Ao retirar-se do território sírio, os Estados Unidos admitem que as Forças democráticas sírias não são um Exército propriamente dito, mas apenas uma força auxiliar sob enquadramento dos EUA. Da mesma forma, admitem que não há Estado curdo na Síria, um «Rojava», senão o que era uma ficção criada pelos jornalistas. Por conseguinte, a «Justiça curda» não era mais que uma encenação e os meios para aplicar as suas decisões desaparecerão em poucas semanas. Os detidos islamistas deverão ser libertados, ou remetidos à República Árabe Síria que os julgará segundo as suas leis inspiradas no Direito francês. Ora, este Estado pratica a pena de morte à qual os Europeus actualmente se opõem.

terça-feira, 26 de fevereiro de 2019

Entre guerra mundial e outro mundo possível


Estudo sugere: capitalismo ingressou em fase desintegradora: caos político e desastres ambientais ampliam riscos de grande conflito global. Mas é também a brecha para sacudir estruturas que parecem eternas

Nafeez Ahmed | Outras Palavras | Tradução: Marianna Braghini

Um economista sênior da Comissão Europeia alertou que uma Terceira Guerra Mundial é “extremamente possível” nos próximos anos, dada a desintegração do capitalismo global.

Em um artigo (“From Integrated Capitalism to Disintegrating Capitalism. Scenarios of a Third World War”) publicado mês passado [19/1], o Professor Gerhard Hanappi afirmou que desde o crash financeiro de 2008, a economia global tem se distanciado de um capitalismo “integrado” e caminhado para uma mudança “desintegradora” marcada pelos mesmos tipos de tendências que precederam as guerras mundiais anteriores.

Hanappi é professor do Instituto para Modelos Matemáticos em Economia da Universidade de Tecnologia de Viena. Ele também compõe o comitê de administração do grupo de especialização em Riscos Sistêmicos na rede de pesquisas sobre Cooperação Europeia em Ciência e Tecnologia, financiada pela União Européia.

Angola | Abel Chivukuvuku destituído da liderança da CASA-CE


Abel Chivukuvuku já não é o líder da Convergência Ampla de Salvação de Angola - Coligação Eleitoral, anunciou a CASA-CE em conferência de imprensa, em Luanda. André Mendes de Carvalho "Miau" assume a liderança.

Agudiza-se a crise política no segundo maior partido da oposição angolana. O anúncio do afastamento de Abel Chivukuvuku foi feito esta terça-feira (26.02), numa conferência de imprensa na capital, Luanda, depois de ter sido dado um prazo de 72 horas para que Chivukuvuku apresentasse a demissão.

"Nós, partidos políticos, enquanto entes jurídicos constituintes da CASA-CE, deliberamos a demissão do Dr. Abel Epalanga Chivukuvuku do cargo de presidente da CASA-CE, com efeito imediato, por quebra de confiança", anunciou Alexandre Sebastião André, líder do Partido para o Desenvolvimento e Democracia de Angola - Aliança Patriótica (PADDA-AP), que integra a coligação.

Moçambique | Decisão sobre extradição de Chang adiada para março


Tribunal sul-africano adiou para 07 de março decisão sobre o pedido norte-americano de extradição de Manuel Chang.

O tribunal sul-africano de Kempton Park, arredores de Joanesburgo, adiou esta terça-feira (26.02.) para 07 de março a decisão sobre o pedido norte-americano de extradição  do ex-ministro das Finanças de Moçambique, Manuel Chang, acusado de fraude e lavagem de dinheiro nos EUA.

O juíz William J. J. Schutte disse que, em caso de incompatibilidade de calendário, a audiência tem outra data prevista para 11 de março.

"O arguido permanece em custódia sem fiança e informarei o ministro [da Justiça] sobre a continuidade da sua detenção", adiantou o magistrado sul-africano.

Contribuição das mineradoras continua a ser uma miragem em Moçambique


Organizações da sociedade civil na província moçambicana de Nampula criticam a fraca contribuição das empresas multinacionais na melhoria das condições de vida das populações. O desemprego e a precariedade continuam.

Em Nampula, no norte de Moçambique, existem duas multinacionais que exploram areias pesadas: a mineradora chinesa Haiyu Mozambique Mining Limitada, que opera na localidade de Sangache, no distrito de Angoche, e a irlandesa Kenmare, que se instalou na localidade de Topuito, no recém-criado distrito de Larde, outrora Moma.

As duas mineradoras já estão há cerca de 10 anos a operar nestas regiões, mas os resultados em termos de benefícios para as populações são ainda questionáveis pelas organizações da sociedade civil que trabalham diretamente com as populações locais na defesa de boa governação e dos recursos naturais.

"O que é que está a ser feito para garantir que haja capacidade local para que essas comunidades possam prestar serviços básicos de carpintaria, serralharia, pedreira entre outros aspectos para aquelas empresas? Zero. No caso de Angoche não existe essa visão", responde Jordão Matimula, diretor-executivo da Associação Nacionai de Extensão Rural (AENA).

Tribunal timorense deve decidir em março constitucionalidade de alterações a lei petrolífera


Díli, 26 fev (Lusa) -- O presidente do Tribunal de Recurso timorense disse hoje à Lusa que deverá ser conhecido em março o acórdão sobre o pedido de fiscalização abstrata da constitucionalidade de um conjunto de polémicas alterações à Lei de Atividades Petrolíferas (LAP).

"Este é um assunto complexo com várias questões colocadas e que estamos a estudar. Mas prevemos que durante o mês de março publicaremos a decisão", disse Deolindo dos Santos, em declarações à Lusa.

Deolindo dos Santos explicou que o Tribunal de Recurso notificou o presidente do Parlamento Nacional para se pronunciar sobre o caso, tendo solicitado igualmente um parecer à Procuradoria-Geral da República (PGR).

"Temos neste momento as respostas e estamos a estudar o processo e iremos tomar a decisão", explicou.

Brasil | Maioria não engole propaganda enganosa e é contra reforma da previdência


Pesquisa do instituto MDA encomendada pela CNT mostra que nem toda a brutal campanha de propaganda em marcha conseguiu convencer o povo brasileiro sobre a reforma da Previdência: a maioria continua contra, como as pesquisas apontam desde o governo Temer. Desta vez, 45,6% da população se diz contra a reforma, contra 43,4% favoráveis ao projeto; levantamento também apontou que 66,9% desaprovam o novo salário mínimo de R$ 998 abaixo do previsto no Orçamento da União para este ano aprovado pelo Congresso Nacional (R$ 1.006)  

247 - Pesquisa do instituto MDA encomendada pela CNT mostra que nem toda a brutal campanha de propaganda da mídia conservadora, em parte patrocinada pelos bancos e pelo governo e nem o esforço das redes sociais bolsonaristas conseguiu convencer o povo brasileiro que a reforma da Previdência favorece os pobres: a maioria continua contra, como as pesquisas apontam desde o governo Temer. Desta vez, 45,6% da população se diz contra a reforma, contra 43,4% favoráveis ao projeto; levantamento também apontou que 66,9% desaprovam o novo salário mínimo de R$ 998 abaixo do previsto no Orçamento da União para este ano aprovado pelo Congresso Nacional (R$ 1.006).

O projeto de Bolsonaro prevê idade mínima de 65 anos para homens e 62 para mulheres se aposentarem. O governo também que obrigar as pessoas a contribuírem por 40 anos para ter direito a 100% do benefício.

O chamado regime de capitalização também consta no projeto. De acordo com este modelo, o trabalhador abre uma conta individual e faz uma poupança para se aposentar no futuro. Com isto, os bancos pretendem liquidar o atual modelo previdenciário de repartição e solidariedade e passarem a gerir os fundos previdenciários do país -o modelo é inspirado na fracassada experiência chilena.

O governo também fixou a idade de 70 anos para idosos receberem o Benefício de Prestação Continuidade (BPC). Atualmente a idade é de 65 anos. O valor será de R$ 400, abaixo do salário mínimo vigente no Brasil.

Salário mínimo

Os entrevistados também foram questionados sobre o novo salário mínimo de R$ 998, abaixo do previsto no Orçamento da União para este ano aprovado pelo Congresso  Nacional (R$ 1.006)

Ao todo, 29,5% disseram que aprovam o novo mínimo, e 66,9% que desaprovam.

Brasil 247

Carta de Paris: Amnistia brasileira gerou amnésia


Jovens brasileiros desconhecem as atrocidades da ditadura

Leneide Duarte-Plon | Carta Maior

A política deliberada de organização do esquecimento posta em prática pelos militares para apagar as marcas dos crimes da ditadura foi muito eficaz.

A prova mais recente é a eleição de um ex-militar defensor da tortura e de torturadores notórios, com disseminação de mentiras para formatação de cérebros por whatsapp.

Mas ela vem de longa data, essa organização do esquecimento. Ela vem da anistia, imposta pelos militares, mas dissimulada em negociação. Essa anistia foi implantada para organizar uma amnésia generalizada das futuras gerações.

Estarrecida, ouvi em Paris, este ano, um jovem cineasta brasileiro perguntar:

«Mas eles também torturavam padres durante a ditadura?»

A ditadura brasileira foi a mais eficaz na organização do esquecimento. O povo argentino e o povo chileno puderam instaurar processos e julgar responsáveis por crimes de tortura e desaparecimento forçado, considerados imprescritíveis. Mas a ditadura brasileira instaurou, ao contrário, a amnésia generalizada.

Assim, um ex-torturado pode cruzar na rua com seu torturador. As ruas, praças, avenidas e pontes ainda homenageiam generais que organizaram o terrorismo de Estado e morreram em completa impunidade.

A mitologia do «dia D» ou o que realmente aconteceu na Venezuela a 23 de Fevereiro


Quem queimou os camiões da «ajuda humanitária»? O que transportavam? Que papel teve a Guarda Nacional Bolivariana? Desvendamos os «falsos positivos» de um dia marcado por informação enganosa.

Quem incendiou os camiões?

A Ponte Internacional Francisco de Paula Santander, na fronteira da Venezuela com a Colômbia, foi um dos cenários escolhidos pela extrema-direita venezuelana para o denominado «falso positivo». A estação de televisão TeleSur revelou que quatro camiões estavam estacionados em solo colombiano com a propalada «ajuda humanitária» da Agência Norte-Americana para o Desenvolvimento Internacional (USAID), com ligações à CIA.

Na tarde de sábado, segundo testemunhos divulgados pela estação venezuelana, grupos violentos da oposição incendiaram dois desses camiões com cocktails Molotov, tendo incriminado de seguida a Guarda Nacional Bolivariana e a Polícia Nacional Bolivariana.

Portugal – Neto Moura | Vergonha de juiz passa a perigo público


Retiramos do Notícias ao Minuto teor sobre o juiz Neto Moura, um “perigo público” no dizer de José Gusmão, do Bloco de Esquerda. A imagem em cima está inserida na postagem de José Gusmão na sua página do Facebook, assim como a integra da mensagem que a acompanha e que dispomos com o devido destaque.

"O juiz Neto de Moura está envolvido em mais uma polémica depois de o jornal Público ter noticiado o acórdão sobre mais um caso de violência doméstica em que o condenado, que chegou a perfurar o tímpano à mulher com socos, viu ser-lhe retirada a pulseira eletrónica. "

"José Gusmão, número dois da lista do Bloco de Esquerda às eleições europeias, defende que Neto de Moura "não pode ser juiz porque não se comporta como um juiz"." 
Uma vergonha de juiz e um perigo público - "Neto de Moura não pode ser juiz porque não se comporta como um juiz. Comporta-se como um legislador e toma decisões de acordo com as suas convicções, abusando da lei existente. Retirar a pulseira eletrónica a um condenado com pena suspensa (não arguido, não acusado) é condenar a vítima de um crime brutal a viver num pânico permanente por tempo indeterminado. Neto de Moura é um perigo público." - no FB
PG com NM e FB

Portugal | Ter teto é um luxo

Solução/Exclusão: Favela em Portugal
Paula Ferreira | Jornal de Notícias | opinião

As casas à venda em Lisboa e Porto são apenas acessíveis a uns poucos. Nos últimos anos, a especulação tornou a compra de habitação nos centros das duas principais cidades portuguesas num verdadeiro luxo. E arrendar casa, a solução para quem não consegue comprar, transformou-se noutra quimera.

Na Baixa do Porto é um verdadeiro achado conseguir-se um T1, ou mesmo um T0, abaixo de 700 euros por mês.

O preço da habitação tornou-se um fator de desigualdade social e, em muitos casos, de verdadeira exclusão. É um sério desafio, por exemplo, para os milhares de estudantes que, todos os anos, entram nas universidades. Um desafio à perseverança, de encontrar um espaço, decente, para viver. Ultrapassado o primeiro obstáculo, um outro desafio surge: conseguir acomodar a nova despesa no orçamento familiar.

Benfica | 'Trio da Luz' ao ataque: Mais uma goleada na 'era Lage'


O Benfica venceu o Chaves, por 4-0, e ocupa a segunda posição do campeonato nacional, com 56 pontos.

O FC Porto venceu em Tondela, por 3-0, e o Benfica não quis ficar atrás. As águias não vacilaram na receção ao Chaves e golearam (4-0) no duelo que encerrou a 23.ª jornada do campeonato nacional, antes do Clássico.

Que trio...

Rafa, Félix e Seferovic. Os três da vida airada? É verdade que o Desp. Chaves entrou bem na partida, com um arranque que ainda assustou Vlachodimos, em duas ocasiões.

Mas não durou mais do que 15 minutos. A partir daqui, o jogo pertenceu ao dono da casa, que começou a marcar logo aos 18 minutos, por Rafa Silva, que abriu a caixa de pandora.

Após alguma insistência de João Félix, que ainda cabeceou para a defesa de António Filipe (33'), o segundo tento chegou aos 37 minutos. Antes do intervalo, ainda houve tempo para Seferovic marcar (43').

Leão de tropeções agrava registo negro que deixa Keizer na 'história'


Sporting empatou (0-0) na Madeira e perdeu chance de se aproximar do terceiro posto Senda negativa acentua-se e só é salva por vitória, em casa, frente ao Sporting de Braga. Verde e brancos somam agora 46 pontos, menos três que os bracarenses.

Duas vitórias em dez jogos. O pior registo pontual à 23.ª jornada nas últimas cinco épocas. Um quarto lugar que parece cada vez mais casa de leões e um futebol que tem Bruno Fernandes e pouco mais. 

O Sporting voltou ontem, segunda-feira, na Madeira, a comprometer na luta pelos lugares cimeiros ao conceder um empate frente ao Marítimo.

Numa partida com poucos pontos de interesse, para lá de alguns rasgos da equipa verde e branca, a falta de ideias da formação de Keizer foi nota que pontuou todo o encontro.

Anatomia da intervenção imperialista


Prabhat Patnaik [*]

O que está a acontecer na Venezuela de hoje proporciona uma lição objectiva sobre a natureza da intervenção imperialista em países do terceiro mundo na era do neoliberalismo. O imperialismo ultimamente interveio de acordo com linhas semelhantes em outros países latino-americanos, nomeadamente no Brasil, mas a Venezuela, precisamente por causa da forte resistência que apresentou, mostra as técnicas do imperialismo num contraste mais agudo.

Não há muito, a viragem à esquerda na América Latina – não apenas em Cuba, Bolívia e Venezuela mas também no Brasil, Argentina, Equador e vários outros países onde regimes de centro-esquerda chegaram ao poder e perseguiram políticas redistributivas em favor dos trabalhadores pobres – foram uma fonte de inspiração para forças progressistas de todo o mundo. Hoje, muitos destes regimes foram derrubados, não porque seus programas e políticas tivessem perdido apoio popular, mas através de maquinações vis nas quais os EUA desempenharam um papel importante. Foram golpes de estado de uma nova espécie, diferentes dos anteriores efectuados pelos EUA nos anos 50, 60 e 70; eles são específicos da era do neoliberalismo.

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2019

E se o Haiti se levantar de novo?


O país onde os escravos africanos primeiro tomaram o poder; a nação humilhada por uma intervenção internacional que já dura 15 anos está em pé de guerra. Porquê?

Lautaro Rivara | Outras Palavras | Tradução: Felipe Calabrez

O clima social está esquentando no Haiti, enquanto as frustrações sociais se acumulam em um barril de pólvora que nunca é desativado. Depois das intensas mobilizações do ano passado, com epicentros maciços e radicais nos meses de julho, outubro e novembro, a trégua tácita no final do ano deu lugar a um período natalino materialmente pobre, porém tranquilo. Mas as festividades não foram mais que o um breve interlúdio, Em breve recomeçariam as batalhas contra o alto custo de vida, a corrupção endêmica, a crise social e econômica e a ausência de um modelo de nação para a primeira república independente surgida na História deste lado do Rio Bravo. Os protestos já ocorrem há oito intensos dias e nada parece indicar que cessarão.

Os primeiros sintomas deste novo ciclo de protestos apareceram quando jovens insatisfeitos com a ação policial em uma disputa de terras incendiaram a delegacia de polícia na cidade de Montrouis, no departamento de Artibonite.

A resposta, previsível, foi a rápida militarização de uma cidade pacífica. No dia seguinte ao incidente, as forças especiais dos Corpos de Intervenção e Manutenção da Ordem (CIMO) já estavam fazendo sua longa siesta em frente ao mercado da cidade, e ninguém conseguia se lembrar de como haviam chegado lá ou com qual propósito. Mas logo o conflito começou a se multiplicar em diferentes áreas do país até o dia explosivo de 7 de fevereiro, aniversário da fuga do país do ditador Jean-Claude Duvalier. Desde então começaram a se combinar todo o repertório de ações de rua imagináveis: concentrações esporádicas, imensas mobilizações espontâneas, caravanas de motos, greves de transportadores, a queima de delegacias de polícia e prédios do governo e, sobretudo, milhares de barricadas que rapidamente tomaram a capital e os dez departamentos do país.

Timor-Leste | Partido da oposição questiona capacidade da petrolífera nacional


Díli, 25 fev (Lusa) -- O partido da oposição Frente Revolucionária do Timor-Leste Independente (Fretilin) questionou hoje a capacidade da petrolífera nacional, a Timor Gap, liderar a operação de compra de uma participação maioritária no consórcio do Greater Sunrise.

Maria Angélica Rangel, que fez hoje uma declaração política em nome da Frente Revolucionária do Timor-Leste Independente (Fretilin) no parlamento, retomou as críticas do partido à estratégia do Governo utilizar o Fundo Petrolífero "para investir no Tasi Mane e no Greater Sunrise".

O processo de compra das participações da ConocoPhillips e da Shell "está cheio de 'má fé' e falta de transparência", apontou a deputada.

"A alteração da Lei de Atividades Petrolíferas é uma prova dessa 'má fé', quando o Governo cometeu primeiro um ato ilícito e depois veio alterar a lei de forma a legitimar esse ato", afirmou.

Timor-Leste | Oposição acusa secretário-geral do CNRT de se "abrigar à imunidade"

Francisco Kabuadi Lay
Díli, 25 fev (Lusa) -- Deputados da oposição timorense acusaram hoje o secretário-geral do principal partido da coligação do Governo timorense de tentar usar o Parlamento Nacional para "fugir à justiça" e "abrigar-se à imunidade", argumento contestado pelas bancadas do executivo.

Francisco Kalbuadi Lay, reassumiu hoje o mandato como deputado depois de oito meses à espera de ser empossado pelo Presidente timorense como ministro Coordenador dos Assuntos Económicos.

Lay, que o Ministério Público quer ouvir no âmbito de um processo de alegado branqueamento de capitais, regressou a Timor-Leste no fim de semana depois de ter sido submetido a tratamentos médicos no exterior.

"Creio que tem sempre esta estratégia de fugir da justiça e por isso vem abrigar-se neste órgão de soberania para ter a imunidade", disse à Lusa o deputado da Frente Revolucionária do Timor-Leste Independente (Fretilin) José Somotxo.

Macau | Chui Sai On rejeita proposta de salário mínimo de Sulu Sou


O Chefe do Executivo não aprovou a proposta de lei do deputado Sulu Sou sobre o salário mínimo, justificando que, ainda este ano, este mesmo diploma será apresentado ao hemiciclo pelo Governo. Numa carta endereçada a Ho Iat Seng, presidente da Assembleia Legislativa (AL), Chui Sai On garante que esta legislação já está a ser elaborada, após ter sido consultado o Conselho Permanente da Concertação Social (CPCS). A proposta de lei do também vice-presidente da Associação Novo Macau foi apresentada em Novembro do ano passado e pretendia instituir o salário mínimo universal, excluindo os trabalhadores domésticos e os trabalhadores com deficiência.

“A proposta de lei do salário mínimo será apresentada pelo Governo em 2019 e a Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais [DSAL] já consultou o CPCS acerca da legislação do salário mínimo. A proposta de lei está, actualmente, a ser elaborada e será apresentada à Assembleia Legislativa este ano”, pode ler-se na carta remetida por Chui Sai On, a que o PONTO FINAL teve acesso. O Chefe do Executivo evoca ainda o artigo 64º-5 da Lei Básica, que determina que “compete ao Governo apresentar propostas de lei e de resolução e elaborar regulamentos administrativos” para não aceitar a proposta do pró-democrata: “Considerando que o artigo 64º-C da Lei Básica atribuiu ao Governo o poder de apresentar propostas de lei relacionadas com a política e para evitar perturbar o progresso e a implementação da política laboral global, eu decidi não dar o meu consentimento escrito à proposta do deputado Sulu Sou”.  

A proposta de lei sobre o salário mínimo de Sulu Sou foi apresentada, em Novembro do ano passado, em conferência de imprensa. No dia 26 desse mês, o deputado submeteu este diploma à AL, tendo pedido o consentimento escrito do Chefe do Executivo a 4 de Janeiro. Apesar das garantias do Governo de que este diploma será apresentado, ainda este ano, aos deputados, na primeira reunião do CPCS deste ano foi revelado que a discussão do salário mínimo universal não constava na agenda para 2019. C.V.N.  

Ponto Final | Foto: Eduardo Martins

Após fracasso, EUA, Grupo de Lima e oposição venezuelana optarão pela solução militar


Álvaro Verzi Rangel* | Desacato

Fracassada a mal sucedida entrada do cavalo de Troia da “ajuda humanitária”, o plano intervencionista dos EUA e da oposição venezuelana tentará encontrar abrigo sob o guarda-chuva da  Organização dos Estados Americanos (na verdade, do chamado Grupo de Lima), que formaria uma força conjunta para entrar na Venezuela de modo semelhante ao que foi feito no Haiti em 2004.

Sob a égide do vice-presidente Mike Pence, certamente este grupo alinhado com Washington vai acordar novas sanções contra a Venezuela para fechar ainda mais o cerco financeiro, à espera de um “falso positivo” de qualquer tipo de violência ou de uma reação negativa das Forças Armadas Nacional Bolivariano (FANB). Chama-se reação negativa não obedecer às ordens desse grupo de países.

Mas eles têm um grave problema: a unidade mostrada pelos militares venezuelanos gerou um “efeito rebote” sobre seus pares brasileiros e, acima de tudo, colombianos. A denúncia feita por Maduro da confissão do presidente colombiano Iván Duque a seu chefe norte-americano Donald Trump, em uma conversa telefônica, de que os militares colombianos não estariam dispostos a se envolver em um conflito (pelo menos aberto) com a Venezuela, é um obstáculo de peso na rota dos falcões de Washington.

O “roteiro” não está funcionando, talvez porque, apesar de criar uma realidade virtual, ainda há a realidade-real que forçou o conselheiro de Segurança Nacional John Bolton a cancelar a viagem para Coreia do Sul, para tratar das negociações com a Coreia do Norte sobre a questão nuclear, um tema básico para as aspirações de reeleição de Trump para novembro de 2020.

Venezuelanos na fronteira com Brasil condenam protestos violentos contra Maduro


Opositores queimaram pneus e atiraram pedras contra soldados; exércitos de Brasil e Venezuela fizeram encontros públicos

Um dia depois da frustrada tentativa de fazer atravessar uma suposta ajuda humanitária para o povo venezuelano pelo lado brasileiro, as duas camionetes que transportariam as doações dos Estados Unidos e do Brasil amanheceram e permaneceram, durante todo o domingo (24), dentro do Batalhão do Exército Brasileiro na cidade de Pacaraima, em Roraima, na fronteira com a Venezuela. Alguns metros à frente, no limite entre os dois países, opositores ao governo do presidente Nicolás Maduro, em menor quantidade, se reuniram para um dia de novas provocações aos militares da Venezuela.

A pouca presença das forças de segurança do Brasil deixou o grupo oposicionista à vontade para buscar um novo enfrentamento com os agentes encarregados da vigilância do país vizinho na divisa. Ainda pela manhã, começaram queimando pneus e atirando-os em direção ao posto de gasolina da Petroleira Venezuelana (PDVSA), o que poderia provocar uma explosão. Em seguida, depredaram um alojamento do exército venezuelanoe lançaram pedras contra os soldados daquele país. Depois de assistir por horas a provocação, os militares responderam com bombas de gás lacrimogêneo para dispersar o grupo que protestava.

Em direcção à Grande Albânia


Kosovo dotou-se de um Exército em violação da resolução do Conselho de Segurança sobre o fim da guerra da OTAN contra a Sérvia, em 1999.

Segundo o Primeiro-ministro kosovar, Ramush Haradinaj, um acordo concluído com o seu colega albanês, Edi Rama, prevê abolir a fronteira entre os dois Estados a 1 de Março de 2019.

Durante um Conselho de Ministros conjunto da Albânia e do Kosovo, um fundo comum foi constituído para promover a adesão dos dois Estados à União Europeia.

O Primeiro-ministro albanês, recebido pelo Parlamento kosovar, expôs o seu projecto para uma política externa e de segurança comuns, embaixadas únicas e para uma presidência única.

Uma cláusula secreta ao Tratado de Aachen


Segundo a Spiegel , a Alemanha e a França acordaram uma cláusula secreta à margem do Tratado de Aachen [1]. Ela prevê a não existência de oposição à venda de armas produzidas conjuntamente, salvo por motivos de segurança nacional.

Desde a queda do nazismo, a Alemanha manteve o seu ideal pacifista e interditou-se, de maneira muito restritiva, em exportar armas para Estados que poderiam fazer um mau uso delas. No entanto, indicou a chancelerina Merkel na Conferência de Segurança de Munique 2019, essas restrições são muito apertadas. Elas permitem apenas pouquíssimas exportações e, por conseguinte, impedem a rentabilidade na produção de armas.

Segundo esta cláusula secreta, a França poderá, por exemplo, prosseguir as suas exportações para a Arábia Saudita, o que o Bundestag (Parlamento Alemão-ndT) interdita. Os lucros serão divididos entre os dois Estados.

Voltaire.net.org | Tradução Alva

A origem do crescimento da extrema-direita


Jorge Rocha* | opinião

Num artigo inserido no «Público» de ontem, Teresa de Sousa faz uma leitura da razão de ser do mal estar social por que passa a generalidade da Europa, nela crescendo a influência dos partidos e movimentos de extrema-direita.

Segundo a jornalista a origem desse fenómeno reside na globalização, que trouxe como consequência imediata a estagnação dos rendimentos das classes médias. Estas, para não sentirem a perda de estatuto e de qualidade de vida apressaram-se a enredar-se na armadilha para elas criada por quem pretendia salvaguardar o essencial do sistema económico: as facilidades de crédito.

A ilusão perduraria se não tivesse ocorrido a crise financeira de 2008, que estancou essa alternativa. De repente ficou evidenciada a inevitabilidade da pauperização, sentida com uma incrédula frustração, tanto mais agudizada, quanto se tornou evidente a desigualdade crescente entre quantos podem estudar e aceder à informação e os que se veem empurrados para a retaguarda do pelotão social, sem esperança de voltarem a chegar-se mais à frente.

Criaram-se assim as condições para o momentâneo sucesso dos discursos populistas contra as elites.

*jorge rocha | Ventos Semeados

Portugal | "É preciso ter lata". Rui Rio defende Passos Coelho contra Salgado


O presidente do PSD saiu em defensa do seu antecessor que foi acusado por Ricardo Salgado de ser o principal culpado do colapso do BES.

Foi através do Twitter que o líder do Partido Social Democrata (PSD) reagiu, este domingo, às acusações de Ricardo Salgado, que culpou o antigo primeiro-ministro Pedro Passos Coelho de ter “afundado o BES”.

Para o presidente do PSD, o colapso do BES deve-se ao facto “de outros não terem feito nada antes” e não às declarações de Passos Coelho, que o ex-líder do BES e do Grupo Espírito Santo (GES) garante que aumentaram a queda das ações e fuga de capitais do BES no verão de 2014.

“É preciso ter lata. Não será ao contrário? O afundamento do BES, não se deverá precisamente ao facto de outros não terem feito antes - a tempo e horas - o que Pedro Passos Coelho fez?”, escreveu Rui Rio na rede social.

Na mesma publicação, o líder dos social-democratas partilhou o artigo da revista Sábado que revela que o banqueiro apresentou uma petição no Tribunal do Comércio de Lisboa, onde contestou a falência culposa do BES e aponta o dedo ao ex-governante social-democrata.

Natacha Nunes Costa | Notícias ao Minuto | Foto de Global Imagens

Portugal | Demagogia, de Creonte a Cristas


O demagogo afaga e bajula o “cérebro reptilário”, ou seja, a parte do cérebro humano que partilhamos com os répteis, os peixes e os vertebrados inferiores, e é o nicho dos nossos instintos

Alfredo Barroso* | jornal i | opinião

O termo demagogia dá pano para mangas porque a sua prática remonta à antiguidade clássica. Mas como não quero maçar quem me lê, terei de recorrer a um modo sintético. Na democracia ateniense, o termo demagogo queria dizer, literalmente, chefe do povo - era a junção de “demos”, o povo, com “agogos”, o que conduz - e demagogos eram os líderes dos partidos populares que se opunham aos partidos das “gentes belas e boas”, como os aristocratas se designavam - modestamente - a si próprios. 

Nesse tempo, porém, o demagogo começou por ser, no contexto da democracia praticada na cidade-Estado de Atenas, o chefe político que usava a sua inteligência e saber com o propósito de defender lealmente a multidão dos mais desfavorecidos, contra o pequeno número de privilegiados. Péricles (494- 429 a. C.) por exemplo, a quem se deve esse milagre grego que foi a invenção da democracia, era um extraordinário chefe político que poderíamos designar por “demagogo bom” e, claro, “bom demagogo”. 

Portugal | TSF, estará a tempo de arrepiar caminho?

Decorre nesta manhã de segunda-feira o habitual Forum na TSF, o tema é subordinado à situação na Venezuela com a predominância daquilo a que podemos classificar de "a voz de Trump". Por Portugal pronunciam-se os "papagaios" da direita costumeira com Assis do PS e outros do PSD e do CDS.

No mínimo podemos considerar um "forum" tendencioso que cumpre a tal voz do dono que cada vez mais se pespega na ausência de independência daquilo que fazia daquela rádio uma rádio diferente, uma informação diferente e de alargados laivos democráticos e relevante liberdade de informação.

Pé ante pé a estação radiofónica que mudou a rádio (para melhor) em Portugal vai avançando no terreno obscuro a que tem sido votada a comunicação social na generalidade e esse facto tolhe-nos a liberdade de escolha que fez da TSF a mais escutada por optar pela linha gémea de outras rádios nacionais e do mundo, que prestam relevantes serviços à propaganda enraizada nas políticas norte-americanas que visam a obtenção da posse de todas as vantagens no domínio dos países e povos do mundo. Neste caso vantagens no saque ao seu "quintal das traseiras", a América Latina, atualmente centrada na Venezuela.

Liberdade de imprensa condicionada na televisão de Cabo Verde


PP: Código de Ética da RTC é uma forma de “intimidar, condicionar e limitar” o trabalho dos jornalistas

O presidente do Partido Popular, Amândio Barbosa Vicente, considerou hoje, 24, que o Código de Ética da Radio Televisão Cabo-verdiana é uma forma de “intimidar, condicionar e limitar o trabalho dos jornalistas”, face a aproximação das eleições de 2020.

Na sua reunião quinzenal, o PP analisou a questão da reestruturação da RTC e o Código de Ética, e segundo o seu presidente, neste processo, a Associação Sindical dos Jornalistas de Cabo Verde (AJOC) e os trabalhadores não foram ouvidos.

“Essa perspectiva visa intimidar os jornalistas, visa condicionar e limitar os jornalistas no seu trabalho com a aproximação das eleições de 2020. Esse Governo e essa maioria não querem que os jornalistas divulguem coisas que não vão bem com essa governação”, considerou em declarações à Inforpress.

Ainda durante esta reunião, o PP criticou o Governo por estar a “desviar cerca de 350 mil contos” do programa PRAA, um programa com foco na requalificação urbana, “para entupir” na obra do mercado de coco.

Líder do PAICV diz que há obras a serem orçamentadas desde 2017 na Praia e que não existem

A presidente do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV, oposição) disse hoje,24, que há obras que estão a ser orçamentadas desde 2017 e que não existem, prometendo partilhar detalhes “muito proximamente com os cabo-verdianos”.

Janira Hopffer Almada, que falava à imprensa à margem da II Assembleia Regional do PAICV, em Santiago Sul, também chamou a atenção para “a quantidade de terrenos que está a ser disponibilizada na capital sem que haja obras que sejam conhecidas”.

De acordo com líder do PAICV, a cidade da Praia é um exemplo claro da forma como este Governo pode gerir o país. Isto porque, recordou, Ulisses Correia e Silva esteve oito anos a gerir a capital do país e não tem nem uma única obra estruturante. Do contrário, revelou, Ulisses Correia e Silva “beneficiou das obras do Governo do PAICV” na Praia que o “catapultou” para a posição de primeiro-ministro em que está.

“A maior obra dele é o mercado de coco envolto em gestão danosa e ilegalidades e irregularidades, que já motivaram a nossa queixa ao Ministério Público, considerando que já foram gastos um milhão e cinquenta mil contos no mercado de Coco e que está ainda em esqueleto”, criticou o líder do partido da oposição antes de encerrar a II Assembleia Regional do seu partido na maior região política do país.

“Nós não podemos aceitar que existem, por exemplo, dois passeios a serem feitos aqui na capital que custam aos bolsos dos praienses 70 mil contos, numa cidade que tem prioridades no que tange à ligação da rede de esgotos, à habitação social, à formação profissional dos jovens”, acrescentou ainda Janira Hopffer Almada para quem estas são questões que os membros do partido na Praia têm que analisar para poder “actuar em tempo”, mas sempre “preservando o interesse dos cabo-verdianos e dos praienses em especial”.

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