quinta-feira, 22 de agosto de 2019

Portugal, o novo alvo da extrema-direita


Num país governado por rara coalizão de esquerda, o protofascismo manipula redes sociais, estimula estranhíssima greve de caminhoneiros e difunde intrigas entre socialistas e comunistas. Mas é possível frear sua investida

Boaventura de Sousa Santos | Outras Palavras

Vários acontecimentos recentes têm revelado sinais cada vez mais perturbadores de que o internacionalismo de extrema-direita está transformando Portugal num alvo estratégico. Entre eles, saliento a tentativa recente de alguns intelectuais de jogar a cartada do ódio racial para testar as divisões da direita e da esquerda e assim influenciar a agenda política; a reunião internacional de partidos de extrema-direita em Lisboa e a simultânea greve do recém-criado Sindicato Nacional dos Motoristas de Matérias Perigosas.

Várias razões militam a esse respeito. Portugal é o único país da Europa com um governo de esquerda numa legislatura completa e em que se aproxima um processo eleitoral [as eleições ocorrerão em 6 de outubro], e é o único onde não tem presença parlamentar nenhum partido de extrema-direita. Será Portugal assim tão importante para merecer esta atenção estratégica? É importante, sim, porque, da perspectiva da extrema-direita internacional, Portugal representa o elo fraco por onde ela pode atacar a União Europeia. O objetivo central é, pois, destruir a UE e fazer com que a Europa regresse a um continente de Estados rivais onde os nacionalismos podem florescer e as exclusões sócio-raciais podem ser mais facilmente manipuláveis no plano político.

Para a extrema-direita internacional, a direita tradicional desempenha um papel muito limitado neste objetivo, até porque ela foi durante muito tempo a força motora da União Europeia. Daí que seja tratada com relativo desprezo, pelo menos até se aproximar, pelo seu próprio esvaziamento ideológico, da extrema-direita, tal como está acontecendo na Espanha. As forças de esquerda, ao contrário, são forças a neutralizar. Para a extrema-direita, as esquerdas terão se dado conta de que a UE, com todas as suas limitações, que durante muito tempo foram razão suficiente para algumas dessas esquerdas serem antieuropeístas, é hoje uma força de resistência contra a onda reacionária que avassala o mundo.

Ex-funcionário da PGR australiana critica julgamento a ex-advogado de Timor-Leste


Camberra, 22 ago 2019 (Lusa) - Um ex-alto funcionário da procuradoria-geral australiana criticou hoje a inação das associações de advogados do país em relação ao processo judicial contra um ex-advogado de Timor-Leste, acusado de conspiração por revelar escutas ilegais ao Governo timorense.

Ernst Willheim, atualmente ligado à Universidade Nacional Australiana (ANU) Willheim considera "extraordinário" que, depois das escutas serem conhecidas, e quando os dois países estavam envolvidos em litigação, Camberra tenha "usado os seus serviços de segurança para fazer uma rusga aos escritórios do advogado da outra parte, confiscando os documentos jurídicos" de Timor-Leste.

"É chocante que tenha havido tão pouca condenação pública sobre isto na Austrália. Não entendo porque é que as associações de advogados, o Conselho de Direito da Austrália, não fizeram protestos fortes sobre uma violação de privilégio profissional legal, pela confiscação de documentos da outra parte", afirmou em entrevista à Lusa.

Um homem conhecido apenas como "testemunha K" e o seu antigo advogado Bernard Collaery são acusados de conspiração pelas autoridades em Camberra, crime que tem uma pena máxima de dois anos de prisão e estão a ser julgados num tribunal australiano.

Os dois foram acusados no ano passado de conspirar para revelar informações protegidas pela lei dos serviços secretos, que abrange o sigilo e a comunicação não autorizada de informação, num processo envolto em segredo.

Concessão timorense sobre Greater Sunrise surpreendeu australianos -- especialista


Camberra, 22 ago 2019 (Lusa) -- O especialista australiano em direito do mar Donald R. Rothwell considera que o acordo sobre a jurisdição dos poços petrolíferos do Greater Sunrise no Mar de Timor foi uma concessão "surpreendente" dos timorenses que permitiu definir as fronteiras marítimas.

Donald R. Rothwell, considerado um dos maiores especialistas australianos sobre a lei do mar e que acompanha a questão da fronteira no Mar de Timor desde 1983, admitiu à Lusa que algumas pessoas no Governo australiano não esperavam essa concessão.

"Uma das coisas que me chocou quando se soube o resultado, foi o acordo relativamente ao Greater Sunrise, que é uma grande concessão da parte de Timor-Leste. A Austrália perceber que Timor estava preparado para negociar uma solução para o Greater Sunrise deu-lhe mais confiança para avançar", disse em entrevista à Lusa em Camberra.

"Algumas pessoas no Governo australiano pensavam que assim que perdemos a conciliação, Timor ia ganhar isto 100%, por isso ver Timor-Leste a dar concessões causou alguma surpresa. Não é 100% para Timor. Timor consegue um bom resultado, mas a Austrália recebe alguma fatia, o que surpreendente face à posição inicial", explicou Rothwell, entrevistado pela Lusa na Universidade Nacional Australiana (ANU) em Camberra.

Na justiça arbitral, Timor-Leste ganhou a sua causa face à Austrália do que respeitava aos poços. Posteriormente, foi celebrado um tratado de fronteiras marítimas permanentes entre Timor-Leste e a Austrália, acordado num processo de conciliação mediado por uma comissão criada no âmbito da lei do mar.

Polícia relativiza ameaças à paz de "Junta Militar da RENAMO"


Comandante-geral da polícia moçambicana diz que ameaças de militares da RENAMO têm a ver com um "conflito interno", que não resvalou para o país.

O comandante-geral da polícia moçambicana minimizou as ameaças à paz resultantes de um grupo de militares da RENAMO (Resistência Nacional Moçambicana) que contesta a liderança do principal partido da oposição.

"Este é um conflito interno e ainda não atingiu o que se chama conflito do país. Não há nenhum problema, é normal na política existirem ideologias diferentes", disse Bernardino Rafael, falando esta quarta-feira (21.08) à comunicação social na cidade da Beira, centro de Moçambique.

Em causa estão as ameaças da autoproclamada "Junta Militar da RENAMO", que exige a demissão do atual líder do partido, Ossufo Momade, e considera nulo o acordo assinado com o Governo, ameaçando voltar a confrontos caso o Executivo moçambicano ignore a revindicação de novas negociações.

Moçambique perdeu cerca de 30 milhões de euros em impostos


Um estudo do Centro de Integridade Pública (CIP) revela que Moçambique perdeu cerca de 30 milhões de euros por não cobrar impostos à Kenmare. A mineradora explora areias pesadas em Moma, na província nortenha de Nampula.

Moçambique perdeu mais de 30 milhões de euros, entre 2011 a 2018, por causa dos benefícios fiscais dados à empresa Kenmare Moma Mining Limited (KMML). A informação consta de um estudo do CIP, que pede que seja feita a revisão do contrato com a empresa, subsidiária da irlandesa Kenmare Resources.

A autora do estudo, Inocência Mapisse, refere que esta perda revela que Moçambique tem a possibilidade de mobilizar recursos internos, através dos megaprojectos, para suprir o défice orçamental.

"Diante desta situação, o país oferece uma janela de escape e esta é a mobilização de recursos a nível interno - ao invés de se endividar ao nível externo, que é uma janela que está praticamente fechada", defende a investigadora.

Casamentos forçados: Centenas de jovens resgatadas em Inhambane


Centenas de meninas que casaram antes da idade permitida por lei foram resgatadas nos últimos meses na província de Inhambane, sul de Moçambique. Um passo importante é reintegrá-las nas escolas, alertam especialistas.

A maior parte das meninas resgatadas vivem nos distritos de Jangamo, Panda, Govuro, Funhalouro e Mabote, zonas em que é comum a pobreza absoluta. Os casamentos precoces acabam por ser uma forma de os pais conseguirem dotes, que se traduzem em dinheiro, cabeças de gado, roupas e até bebidas alcoólicas, entre outras exigências.

Há várias organizações no terreno a resgatar raparigas que casaram antes da idade permitida por lei. Mas depois disso é preciso acompanhar os casos e reintegrar as jovens nas escolas, lembra Moisés Mutuque, gestor do projeto de saúde sexual e reprodutiva para adolescentes e jovens da organização não-governamental Plan International em Inhambane.

"É uma criança que faz parte de uma escola. Queremos fazer um trabalho de seguimento com a família onde a criança nasceu, com a famíla onde está casada e com o setor da educação, porque uma união prematura tem logo a seguir a consequência da gravidez", explica.

"O petróleo vai tirar-nos da crise", diz economista angolano


Consultora inglesa prevê que Angola vai permanecer em recessão até 2020. Para economista, o aumento da produção do petróleo pode ajudar o país a superar a crise. Serão também necessárias reformas mais profundas.

A Economist Intelligence Unit (EIU) prevê que a economia de Angola vai permanecer em recessão até 2020. A perspetiva económica fraca segue os crescimentos negativos nos últimos anos, que foram impulsionados pela descida do preço do petróleo desde 2014.

No ano passado, a recessão foi de 1,2%, segundo o Instituto Nacional de Estatística e, nos primeiros três meses deste ano, a economia angolana voltou a entrar no vermelho com uma contração de 0,4%. Em 2018, a produção de petróleo caiu quase 10%, e atrair investimento externo para os recursos petrolíferos continua difícil.

O economista angolano Yuri Quixima frisa que "o problema da economia de Angola é o não aumento da produção do petróleo, independentemente de o preço ter crescido consideravelmente comparando com o último semestre de 2014, no início da crise do petróleo."

"Os pilares que fazem crescer a economia de Angola ainda não estão bem patentes. Por exemplo, o consumo alimentado pelas receitas petrolíferas e a dívida da China. E esses dois elementos estão a cair cada vez mais em função da queda da produção petrolífera", acrescenta Quixima.

Angola | Ontem, em Luanda, uma lição


Angola ganha protagonismo na pacificação da região mais crucial e perigosa de África. Os presidentes do Uganda e do Rwanda assinam compromisso de diálogo na capital angolana.

Ontem, no salão nobre do palácio da Cidade Alta, em Luanda, sob três lustres enormes, um jovem de laço preto tocava piano às dez da manhã. Todas as segundas-feiras, à noite, no espaço cultural Chá de Caxinde, Miqueias Ramiro e a sua Banda Maravilha tocam velhos sons luandenses, de rebita e de semba. Ontem, Miqueias, sozinho, quis ir ainda mais longe e mais fundo, tocou uma e duas vezes, repetiu ainda, Mon"ami (Meu Filho), o êxito eterno dos Ngola Ritmos, pais da música angolana - em quimbundo, uma mãe chora o filho que morreu. Tudo a ver com a entrada no salão de cinco presidentes africanos.

À frente vinha Félix Tshisekedi, o presidente da RDC (República Democrática do Congo, antigo Zaire), a conversar com o presidente do Rwanda Paul Kagame. Eleito no princípio deste ano, Tshisekedi foi o primeiro chefe de Estado zairense a chegar ao poder pacificamente nos quase 60 anos de independência. Mas ainda não conseguiu formar um executivo e as suas províncias orientais são dominadas por grupos armados. Quanto a Kagame é o líder de um Rwanda onde ainda se vivem as consequências do genocídio perpetrado entre as etnias hutu e tutsi e foi acusado várias vezes pela vizinha RDC de instigar grupos armados no território dela.

Brasil | OAB e jornalistas voltam à vida


Duas entidades que se destacaram na luta contra ditadura, mas se calaram diante do golpe e do bolsonarismo, assumem cada vez mais seu papel para defender os direitos no país. Por isso, tornam-se principal alvo de represálias do governo

Lola Leal, no Rede Brasil Atual | em Outras Palavras

De um lado da Avenida Paulista, próximas às grades do Parque Trianon, duas fileiras de soldados do batalhão de choque da Policia Militar, com seus indefectíveis escudos e cassetetes intimidavam, como sempre, os que ali passavam. Do outro lado, junto ao Masp um caminhão de som ampliava as vozes dos que discursavam contra o atual governo e suas barbaridades. No meio, com as pistas da avenida fechada para veículos, entre os manifestantes destacava-se um grupo de cerca de 10 pessoas portando crachás da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Eram integrantes da Comissão de Direitos Humanos da Seccional de São Paulo da Ordem dos Advogados do Brasil.

Dois mundos separados pela avenida. A repressão truculenta de um lado, a defesa da dignidade humana de outro. Movidos apenas pelo compromisso com essa proteção, advogados e advogadas estão presentes, de forma discreta e anônima, em quase todos atos de rua prontos para enfrentar, apenas com os seus crachás, a hostilidade e, muitas vezes, a violência policial.

Brasil | Bolsonaro: “Sou presidente para interferir mesmo”


O mandatário neofascista aproveitou para acusar ONGs de estarem por trás das queimadas na Amazônia por terem perdido recursos e estarem querendo atingi-lo.

O presidente neofascista Jair Bolsonaro disse na quarta-feira (21.8), ao comentar críticas de que estaria interferindo politicamente em órgãos como a Polícia Federal e a Receita Federal, que foi eleito presidente para “interferir mesmo” e, caso contrário, seria um “banana”.

Em discurso em evento sobre o setor de aço em Brasília, o presidente também disse que se o Acordo de Paris sobre o clima fosse bom, os Estados Unidos não o teriam abandonado, mas afirmou que “por enquanto” o Brasil permanecerá no pacto que visa combater as mudanças climáticas.

– Olha, eu fui presidente para interferir mesmo, se é isso que eles querem – disse o presidente ao comentar críticas na imprensa de que estaria interferindo na PF e na Receita.

– Se é para ser um banana, um poste dentro da Presidência, eu estou fora, pô! – completou o presidente.

Brasil | No Rio de Janeiro morreram 194 pessoas às mãos da polícia em julho


Os dados revelam uma média diária de seis pessoas mortas "por intervenção de agente do Estado", nome técnico dado aos óbitos levados a cabo por polícias.

Estado brasileiro do Rio de Janeiro registou em julho 194 vítimas mortais decorrentes de intervenções policiais, o número mais elevado desde 1998 para este mês, foi anunciado esta quinta-feira.

De acordo com o Instituto de Segurança Pública, o número de mortes representa um aumento de 49% em relação a julho de 2018 e de 29% em relação a junho de 2019.

Os dados revelam uma média diária de seis pessoas mortas "por intervenção de agente do Estado", nome técnico dado aos óbitos levados a cabo por polícias.

Até ao mês passado, o maior registo mensal de mortes pertencia a agosto de 2018, quando se contabilizaram 176.

Analisando os últimos três meses - maio, junho e julho - houve um aumento de 20% do número de mortes às mãos de agentes do Estado em relação com o mesmo período do ano passado.

Incêndios no Brasil "refletem irresponsabilidade de Bolsonaro" -- Observatório


As declarações do Observatório do Clima surgem horas depois de o chefe de Estado brasileiro, Jair Bolsonaro, ter dito que as ONG podem ser responsáveis pelos incêndios florestais que estão a ocorrer na região da Amazónia.

A coordenação do Observatório do Clima, coligação de cerca de 50 organizações não-governamentais (ONG) brasileiras em prol do ambiente, afirmou que o "recorde de queimadas no país reflete a irresponsabilidade do Presidente Jair Bolsonaro".

"O fogo reflete a irresponsabilidade do Presidente com o bioma (conjunto de ecossistemas) que é património de todos os brasileiros, com a saúde da população da Amazónia e com o clima do planeta, cujas alterações alimentam a destruição da floresta e são por ela alimentadas, num círculo vicioso", declarou o grupo em comunicado.

"As queimadas são apenas o sintoma mais visível da antipolítica ambiental do Governo de Jair Bolsonaro e do seu ministro do Meio Ambiente, o ímprobo Ricardo Salles, que turbinou o aumento da taxa de desflorestação no último ano", acrescentou a aliança de ONG.

Portugal | Um pardal na mão


Domingos De Andrade | Jornal de Notícias | opinião

A candidatura de Pardal Henriques às eleições legislativas de outubro como cabeça de lista por Lisboa do Partido Democrático Republicano, de Marinho e Pinto, é a melhor notícia para o Governo e a pior para o movimento sindical, mas sobretudo para as aspirações dos motoristas de que era porta-voz.

Para o Governo porque, depois dos 3-0 vitoriados por António Costa quando questionado sobre os excessos usados na greve, corria o risco de o desgaste de uma mediação frustrada se arrastar até ao ato eleitoral, com passíveis danos nas urnas. Mantém isolado o sindicato e surge pleno de razões, podendo invocar a ambição política como estando por detrás de uma greve que ameaça durar até às portas da campanha.

Pior para os motoristas e para o movimento sindical. Se, por um lado, o surgimento de novas estruturas como o Sindicato Nacional dos Motoristas de Matérias Perigosas, que surpreendeu e paralisou o país em abril, tem na sua base uma aparente vitalidade sindical, mesmo que radicalizada, por outro a atuação ziguezagueante do seu porta-voz e as ações pouco credíveis e orientadas do protesto acabam por fazer mais mal do que bem às reivindicações dos trabalhadores.

Já para não falar dos precedentes que ficaram em aberto com a ação musculada de António Costa e cujos efeitos veremos a prazo, quando os mesmos argumentos forem invocados noutras greves, dos médicos, enfermeiros, pilotos, ou professores, seja um Governo de Esquerda ou de Direita.

Na verdade, o jovem advogado Pardal Henriques pode ter um Maserati e representar trabalhadores. Pode estar sob escrutínio da Ordem e ser porta-voz de um sindicato. Pode ser apontado como estando por detrás de movimentos extremistas. Pode até ser candidato de um partido. Não pode é com a sua ação ser ele próprio pretexto para atacar direitos que era suposto estar a defender.

*Diretor

Portugal | Legislação laboral é um "autêntico golpe" às novas gerações


O secretário-geral do PCP afirmou esta terça-feira que a legislação laboral é um "autêntico golpe" às novas gerações, defendendo que PS, PSD e CDS expliquem aos jovens que vão entrar para o mundo do trabalho "sempre em período experimental".

"Vão ter de explicar, particularmente aos jovens à procura do primeiro emprego [...] que entrarão para o mundo do trabalho sempre em período experimental, de seis em seis meses, rodando sempre com estatuto, salários e direitos menores, num quadro de precariedade legalizada, de horários desregulados, sem proteção da contratação coletiva", defendeu Jerónimo de Sousa.

O líder comunista falava no Parque Urbano do Seixal, no distrito de Setúbal, onde apresentou as listas de candidatos às eleições legislativas de outubro, dando a conhecer algumas das propostas da CDU para a próxima legislatura, como a "revogação das normas gravosas da legislação laboral".

Portugal | Pardal Henriques confirma. É cabeça de lista do PDR por Lisboa


O advogado revela que tomou a decisão depois de ponderar "bastante e de conferenciar com a família". Pardal Henriques deixa, a partir de hoje, de ser o porta-voz do SNMMP.

É oficial. Depois de Marinho e Pinto ter confirmado que o  então porta-voz do Sindicato Nacional de Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP) seria candidato às eleições legislativas pelo Partido Democrático Republicano, desta vez é o próprio Pardal Henriques que o confirma. 

Em comunicado enviado às redações, o advogado esclarece que aceitou o convite para "integrar a lista do PDR como cabeça de lista pelo círculo de Lisboa". 

O porta-voz dá conta que a decisão foi tomada depois de "ponderar bastante e de conferenciar com a família". E fê-lo "consciente" de que pretende "ser uma voz ativa por todas as causas" que tem vindo a defender e que considera que "não estão representadas no Parlamento Português". 

E como exemplo desta premissa, o advogado destaca "a reação dos partidos políticos, e em especial dos partidos com assento parlamentar, relativamente à utilização de todos os meios possíveis para, através da força e da aliança com as empresas, dizimar os direitos constitucionais dos trabalhadores, que reclamam unicamente o pagamento do trabalho que fazem, sem esquemas fraudulentos". 

Portugal | 45 anos de Salazar, foi demasiado sofrimento


Expresso Curto, diretamente do produtor, sem mais delongas nem considerações. Valdemar Cruz abre a cafeína de hoje com o andrajoso fulano da triste figura e grande mestre do crime Salazar. Nojo e repúdio por tal tenebroso figurão tolhe-nos o verbo. Sigam para o dito Expresso. Tenham um bom dia, apesar deste carregar de nuvens negras sobre o referido bandido, causador da desgraça de tantos portugueses e de Portugal. Por 45 anos, foi demasiado sofrimento. (CT)

Bom dia este é o seu Expresso Curto

S. O Fantasma está de volta

Valdemar Cruz | Expresso

Bom dia

Está a tornar-se cada vez mais premente – e presente – o debate à volta da construção do abreviadamente chamado “Museu Salazar”. A Câmara Municipal de Santa Comba Dão, dirigida por um autarca do PS a quem a democracia deu poder local, pretende concluir até depois do verão o que apelida de Centro Interpretativo do Estado Novo.

Uma petição on line intitulada “Museu Salazar, Não!”subscrita por 204 ex-presos políticos, já com mais de 12 mil assinaturas recolhidas e enviada ao primeiro ministro António Costa, escreve Hugo Franco no Expresso Diário, condena a ideia de um museu por entenderem que “se prefigura como um instrumento ao serviço do branqueamento do regime fascista(1926-1974) e um centro de romagem para saudosistas do regime derrubado com o 25 de Abril”.

Como seria de esperar, já circula uma petição de sentido contrário, com os apoiantes do “Museu Salazar” a afirmarem que “apoiando ou não apoiando a obra de Salazar e o que se passou durante o Estado Novo, todos temos o direito de conhecer os factos de forma isenta”.

Parece passar por aqui o cerne do debate. A questão, ou os receios colocados pelos antifascistas têm sido propositadamente desvirtuados em diferentes sectores, e não apenas, ou principalmente, pelos núcleos saudosistas do salazarismo.

EUA ameaçam Rússia e China, que pediram reunião do Conselho de Segurança da ONU


Míssil recém-testado pelos EUA foi alerta para China, diz secretário norte-americano de Defesa

O novo míssil testado há poucos dias pelos EUA teria como objetivo desencorajar a China, segundo o secretário de Defesa dos EUA, Mark Esper.

"Precisamos nos assegurar de que, caso seja necessário, temos o potencial para dissuadir o mau comportamento da China, de maneira a termos a possibilidade de atingi-la a partir de um alcance médio", afirmou Esper.

"A China é a prioridade número um para nosso departamento [...]", declarou o secretário, ressaltando que a maior ameaça para os EUA é precisamente este país.

"[...] Acredito que, a longo prazo, a China é um desafio maior [que a Rússia], levando em conta seu poder económico, político e suas ambições", completou.

O teste em questão ocorreu no dia 18 de agosto. O míssil terrestre de cruzeiro que foi testado era proibido pelo Tratado INF, já que tem um alcance superior a 500 quilómetros.

O Tratado INF, firmado em 1987, garantia a segurança na Europa mas foi rompido pelos EUA no último 2 de agosto.

“Não esqueçam Julian Assange”


Fundador do Wikileaks continua preso na Inglaterra, em segurança máxima, com péssimo estado de saúde. EUA insistem em sua extradição, para castigar quem denunciou seus crimes de guerra e espionagem sem fim. É preciso defendê-lo.

Oscar Grenfell | Outras Palavras | Tradução: Gabriela Leite

Em uma entrevista do dia 16 de agosto à 3CR, uma estação de rádio comunitária de Melbourne, o pai de Julian Assange, John Shipton, declarou que a saúde do fundador do WikiLeaks continua a se deteriorar na prisão britânica de segurança máxima Belmarsh.

Shipton revelou que Assange recebeu uma visita de seu irmão Gabriel alguns dias antes. “Julian está esquelético e longe de estar em boas condições ou saudável”, disse. “Está sofrendo de ansiedade. Continua com seu espírito batalhador, mas seu bem estar está declinando rapidamente.”

O pai disse que há um risco de que “percamos Julian”, se nada for feito para acabar com seu encarceramento. Seu aviso provocou uma declaração do jornalista mundialmente renomado, John Pilger, no Twitter, no começo de agosto. Ele escreveu: “Não esqueçam Julian Assange. Ou iremos perdê-lo. Eu o vi na prisão de Belmarch e sua saúde se deteriorou…”

Merkel dá 30 dias para que Reino Unido encontre solução que impeça Brexit sem acordo


Na primeira viagem oficial depois de assumir governo britânico, Boris Johnson aceitou proposta e afirmou que está 'mais do que feliz' com prazo oferecido

A chanceler da Alemanha, Angela Merkel, reuniu-se nesta quarta-feira (21/08) com Boris Johnson, primeiro-ministro do Reino Unido, e estipulou o prazo de 30 dias para que o governo britânico encontre uma solução para evitar um Brexit sem acordo.

Durante cúpula realizada em Berlim, Merkel afirmou que o tempo está "correndo" e que um acordo não precisa demorar dois anos, mas que pode "ser encontrada uma solução nos próximos 30 dias".

Na primeira viagem oficial depois de assumir o governo britânico, Johnson aceitou a proposta e afirmou que está "mais do que feliz" com o tempo oferecido por Merkel.

Presença militar dos EUA na Alemanha: legado da 2ª Guerra


A ameaça dos EUA de retirarem seus soldados da Alemanha seria uma mudança marcante na relação de defesa entre os dois países, reconfigurando as bases da presença militar americana na Europa desde a Segunda Guerra.

A República Federal da Alemanha tem sido parte vital da estratégia de defesa dos Estados Unidos desde o fim da Segunda Guerra Mundial, quando, durante dez anos, os militares americanos foram uma das quatro forças de ocupação dos Aliados no país.

Embora seus contingentes tenham caído drasticamente desde então, os EUA ainda mantêm presença marcante em solo alemão e, nas décadas subsequentes, formaram-se comunidades militares americanas em torno de algumas cidades alemãs.

Prova da importância estratégica da Alemanha para os EUA é a localização do quartel-general do Comando Europeu (Eucom) americano em Stuttgart. A partir da cidade no sudoeste do país, ele funciona como estrutura coordenadora para todas as forças militares americanas em 51 países europeus.

A missão do Eucom é proteger e defender os EUA, impedindo conflitos, apoiando parcerias internacionais, como a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), e rechaçando ameaças transnacionais. Ele comanda a US Army Europe, a US Air Forces in Europe e a US Marine Corps Forces Europe, todas com unidades na Alemanha.

EUA vão autorizar prisão de crianças migrantes por tempo indeterminado


Departamento de Segurança Interna dos EUA disse estar pondo fim a uma decisão chamada 'Flores', que proibiu autoridades norte-americanas de prender crianças por mais de 20 dias.

O governo de Donald Trump anunciou nesta quarta-feira (21/08) que removeria os limites do tempo autorizado para a estadia de crianças migrantes em centros de detenção. O Departamento de Segurança Interna dos Estados Unidos disse estar pondo fim a uma decisão de 1997, chamada "Flores", que proibiu as autoridades federais norte-americanas de prender crianças por mais de 20 dias. Uma nova regra, que deve ser implementada dentro de 60 dias, não mais limitará o tempo passado por crianças ou suas famílias em centros de detenção.

"Para proteger essas crianças do abuso e impedir o fluxo ilegal de migrantes, devemos acabar com essas brechas legais", disse o presidente norte-americano, Donald Trump, segundo um comunicado da Casa Branca. "Esta é uma necessidade humanitária urgente".

Com a chegada mensal na fronteira dos EUA de dezenas de milhares de migrantes de familiares já em solo norte-americano, ou de solteiros menores, especialmente vindos da América Central, o governo conservador de Donald Trump foi acusado de separar crianças de seus pais, mantidas em detenção para respeitar o padrão "Flores".

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