Martinho Júnior, Luanda
“O
relacionamento dos factores físico-geográfico-ambientais com os factores
humanos em Angola, reproduz a nível do território do país a similar à escala da
mais ampla situação continental.
Em
Angola há riscos das áreas desérticas, ou desertificadas por acção humana,
poderem avançar e tomar de assalto a Região Central das Grandes Nascentes, por
que os impactos da terapia neoliberal não foram sustidos nos seus apetites mais
vorazes em relação à preservação da vitalidade da água interior, quando não se
podem perder de vista as projecções geoestratégicas de desenvolvimento
sustentável.
Urge
adoptar uma geoestratégia a muito longo prazo de desenvolvimento humano, com
fundamento no relacionamento dos factores físico-geográfico-ambientais com os
factores humanos, tendo como base a distribuição da água interior do país e o
facto do centro geográfico do“quadrado” angolano coincidir com a Região
Central das Grandes Nascentes, conforme tenho vindo a sublinhar de há alguns
anos a esta parte (http://paginaglobal.blogspot.pt/2016/01/geoestrategia-para-um-desenvolvimento.html).
Urge
agregar a essa geoestratégia as universidades do país, que precisam ser
incentivadas para a investigação multissectorial e tendo em conta que a
inteligência nacional precisa ser equacionada nessa via, pondo fim à ignorância
que os angolanos possuem do seu próprio território e espaço vital.”
In “PELA
VIDA PARA TODA A HUMANIDADE E PELO RESPEITO PELO PLANETA!” – https://paginaglobal.blogspot.com/2017/08/pela-vida-para-toda-humanidade-e-pelo.html
01-
A premente necessidade duma geostratégia para um desenvolvimento sustentável
obriga a que o povo angolano, por via do estado, consiga levar a cabo um amplo
conjunto de medidas científicas, tecnológicas, políticas e económicas que se
inscrevam na filosofia de lógica com sentido de vida, fundamental garante de
segurança vital para as gerações futuras a muito longo prazo, pelos próximos
séculos adentro! (http://paginaglobal.blogspot.pt/2018/04/colocar-nossas-pernas-titubeantes-no.html).
A
água interior do país, elemento e factor de segurança vital para uma
geoestratégia de desenvolvimento sustentável, começa a ter capacidades
avançadas para melhor ser estudada e equacionada, ao nível do inventário dos
aquíferos subterrâneos e dos cursos das bacias hidrográficas de todo o país. (http://paginaglobal.blogspot.pt/2017/05/angola-deve-reequacionar-as-abordagens.html).
Esta
é uma das tarefas mais decisivas que se podem levar a cabo a fim de alicerçar
as medidas vocacionadas para a independência e a soberania, com uma visão a
muito longo prazo. (https://paginaglobal.blogspot.com/2019/06/angola-aprender-reinterpretando.html).
O
estudo geológico sobre a região central das grandes nascentes, centro
geográfico de Angola e matriz da rosa-dos-rios cujos leitos sulcam todo o
território do quadrilátero angolano, é por si factor essencial de segurança
vital, indispensável ao exercício da independência e soberania, nos termos duma
mudança de paradigma: os angolanos, para levarem a cabo a descolonização
mental, devem equacionar as suas projecções de desenvolvimento sustentável com
base no conhecimento físico-geográfico-ambiental do espaço nacional e de si
próprios, rompendo com as projecções de quem um dia chegou pelo mar e sempre
impôs visões coloniais de “penetração no território”!... (http://paginaglobal.blogspot.pt/2016/01/geoestrategia-para-um-desenvolvimento.html; https://ciencia.ao/sistema-nacional-de-ciencia/instituicoes-de-investigacao-cientifica-e-desenvolvimento/81-instituto-geologico-de-angola; https://ciencia.ao/noticias/ciencia/item/1025-ja-conhece-o-programa-ciencia-para-a-vida).
02-
A mudança de paradigma dará um outro impulso às questões de natureza
filosófica-substantiva que dá sequência ao movimento de libertação em África:
neste século e nos próximos a segurança vital inscreve-se na cada vez mais
necessária lógica com sentido de vida, num momento em que os enunciados riscos
de fim da espécie humana estão já aí, emaranhados na presente pandemia e em
outros fenómenos como as alterações climáticas que em Angola conduzem já a
terríveis secas cíclicas e ao multiplicar das queimadas tradicionais em fim de
cacimbo! (https://paginaglobal.blogspot.com/2020/03/a-paz-impoe-outra-percepcao-sobre.html).
O
Programa Maior do MPLA deve ser repensado a esse nível, inclusive nos métodos
de abordagem sobre a história, a antropologia e a sociologia relativa ao povo
angolano, o seja, acima do patamar sociopolítico a que se tem acondicionado,
por que são as largas experiências de luta de libertação que estão na base do
aprofundar da lógica com sentido de vida vocacionada para a luta contra o
subdesenvolvimento num quadro de geoestratégia para um desenvolvimento
sustentável, capaz de por si dar passos firmes na cultura de inteligência patriótica
imprescindível para a construção do futuro! (https://paginaglobal.blogspot.com/p/memoria-da-escravatura-e-da-sua-abolicao.html; ).
Com
isso o MPLA pode melhor estabelecer as pontes de diálogo e de consenso com
todas as sensibilidades patrióticas num processo abrangente de comum inclusão,
indispensável à segurança vital e consensual de fortalecimento da identidade
nacional! (https://paginaglobal.blogspot.com/2020/06/o-pao-da-paz-nao-e-diabo-algum-que-o.html; https://frenteantiimperialista.org/blog/2019/07/09/bajo-la-mirada-silenciosa-de-agostinho-neto/).
A
paz desafia para a emergência de sínteses de natureza revitalizadora, um outro
foco de apreciação sobre a necessidade de mudança de paradigma! (https://frenteantiimperialista.org/blog/2019/10/20/reinterpretar-el-movimiento-de-liberacion-en-africa-i/).
03-
A trilha que o estado angolano está a assumir, motiva espectativas favoráveis,
todavia é necessário erradicar expressões economicistas e utilitaristas em
relação às projecções filosófico-substantivas do âmbito da lógica com sentido
de vida e continuar a chamar a atenção para a perniciosa continuidade de
conceitos elitistas que estão a ser aplicados ao sector da cultura, do ambiente
e do turismo! (https://paginaglobal.blogspot.com/search/label/MARTINHO%20J%C3%9ANIOR; http://www.angop.ao/angola/pt_pt/noticias/economia/2007/8/37/Ministerio-Geologia-Minas-prepara-Programa-Nacional-Geologico,9b1d5c22-0d9b-4555-b789-80cfa5941e4d.html).
A
designação “exploração sustentável” é um meio-termo sujeito a
ambiguidade: demonstra que ainda se está longe dos parâmetros civilizacionais
decorrentes da necessidade de segurança vital para o povo angolano, pois o que
neste momento já está em causa é a própria espécie humana, algo a que Angola
também por tabela não se pode furtar! (https://pt.wikipedia.org/wiki/Explora%C3%A7%C3%A3o_sustent%C3%A1vel).
O
que distingue “exploração sustentável” de desenvolvimento sustentável
é essencial à vida, pois o que deve ser prioritário e imprescindível é mesmo a
segurança vital, algo que os conceitos elitistas se furtam obviamente em
atingir!... (https://paginaglobal.blogspot.com/2020/06/a-paz-que-estamos-com-ela.html).
Os
termos da descolonização mental não estão a ser assumidos a nível que se impõe,
por exemplo, ainda hoje o oficioso Jornal de Angola “se esqueceu” que
o Sahara está sob colonização do Reino de Marrocos!... (http://jornaldeangola.sapo.ao/reportagem/o-fim-do-colonialismo-em-africa-so-em-1980-foi-libertado-o-ultimo-pais#foto; https://porunsaharalibre.org/2020/06/22/marruecos-gasta-millones-en-los-estados-unidos-america-latina-y-la-ue-para-hacer-lobby-por-la-ocupacion-ilegal-del-sahara-occidental/).
Há
portanto muitos alertas a fazer: o estado angolano deve ser muito mais
conhecedor do intrincado dos relacionamentos externos com os internos em tempo
de globalização neoliberal quando se conjugam as visões elitistas provenientes
dos cartéis instalados na África do Sul, com as aptidões da representação diplomática
dos Estados Unidos, por via de suas agências, na direcção da cultura, do
ambiente e do turismo! (https://opais.co.ao/index.php/2020/07/03/angola-quer-reforcar-cooperacao-cultural-ambiental-e-turistica-com-eua/).
Aqueles
que por causa de seus interesses e conveniências se negam a fazer a
descolonização mental são também um mal de África que é necessário extirpar,
quando os seus conceitos de relacionamento com os outros não vão para além do
economicismo vocacionado estritamente para o lucro em prejuízo da vida,
conforme muitos dos conceitos “soft power” inscritos no NEPAD! (https://library.fes.de/pdf-files/bueros/angola/hosting/nepad.pdf).
A
cada passo há que assumir a civilização conforme à vida e ao respeito pelo
planeta, face à barbárie dos interesses e conveniências de alguns em estrita
função da necessidade que lhes é inerente: o lucro!
Os
processos transversais de “soft powr” de que se serve o império da
hegemonia unipolar, subvertem com suas aliciantes que visam o lucro pelo lucro,
a segurança vital dos povos, neste caso do povo angolano e dos povos vizinhos
dependentes da água proveniente da angolana rosa-dos-rios, inscrevendo-se nos
processos de guerra psicológica em curso, na sua forma mais persuasiva! (https://frenteantiimperialista.org/blog/2018/07/08/la-guerra-psicologica-del-imperio-de-la-hegemonia-unipolar-en-africa/).
Não
levam por isso na devida conta a aspiração enfática dos africanos pelo
desenvolvimento sustentável enquanto esforço próprio emergente de todos os
povos de África, integrando a perspectiva dum activo Não Alinhamento que impede
fenómenos coloniais cm o domínio de Marrocos sobre o Sahara! (https://porunsaharalibre.org/; https://ciencia.ao/images/noticias/Docs/BrochuraPortalCienciaAO_Dez2017.pdf).
A
cultura de inteligência patriótica passa desde já por esse alerta e pela
crítica anti-imperialista fundamentada que se está a fazer! (http://paginaglobal.blogspot.pt/2017/11/para-uma-cultura-de-inteligencia-em.html; https://paginaglobal.blogspot.com/2020/02/angola-agora-nos-somos-nos-mesmo.html).
Martinho
Júnior -- Luanda,
5 de Julho de 2020
5
imagens recolhidas de “Hidrogeologia de Angola”, um conhecimento
científico que integra a capacidade de definição duma geoestratégia ara um
desenvolvimento sustentável, de que s angolanos precisam eles próprios resgata,
enriquecendo a cultura de inteligência patriótica indispensável para a
construção do futuro! – http://earthwise.bgs.ac.uk/index.php/Hidrogeologia_de_Angola
Junta-se
o conhecimento público do pequeno passo que Angola está a dar no sentido da
mudança de paradigma.
"País deve explorar todos os recursos de que dispõe"
João
Dias -- 4
de Julho, 2020
O
Presidente da República, João Lourenço, defendeu, ontem, Luanda, que é chegada
a hora de o país partir para a exploração sustentável de todos os recursos de
que dispõe, em contraponto ao actual sistema de exploração baseado apenas no
petróleo, gás e diamantes.
João
Lourenço recebeu explicações sobre o funcionamento do IGEO, cujas obras
custaram mais de 41 milhões de dólares
Fotografia: Kindala Manuel | Edições Novembro
Em
breves declarações à imprensa, depois de ter inaugurado o Instituto Geológico
de Angola (IGEO), criado para produzir informação geológica credível para as
autoridades, comunidades de investidores e academia, o Presidente considerou
que a existência do IGEO, com tecnologia de ponta e quadros qualificados, é de
“extrema importância” para um país com os recursos geológicos mineiros como
Angola.
“Pelas
amostras que nos foram apresentadas, o país tem muito mais do que petróleo, gás
e diamantes”, notou. O Titular do Poder Executivo manifestou satisfação
depois de uma visita guiada aos diversos compartimentos dos quatros edifícios
que compõem o IGEO e de explicações detalhadas sobre o propósito e
funcionalidade das instalações.
“Gostei
do facto de a maioria dos quadros serem não só jovens, mas, sobretudo,
nacionais. Este é um elemento a destacar”, referiu João Lourenço, para quem a
importância da infraestrutura acentua-se na medida em que serve não apenas um
sector da economia nacional, mas também as ciências geológicas e mineiras, bem
como os sectores dos petróleos, agricultura, e construção civil entre outros.
João
Lourenço afirmou que o país está de parabéns com a inauguração deste instituto,
lembrando que, na qualidade de Titular do Poder Executivo, tem puxado pelo
ministro dos Recursos Minerais e Petróleos, Diamantino Azevedo, no sentido de
procurar explorar todos os recursos de que Angola dispõe, numa altura em que os
mais explorados são petróleo, gás e diamantes.
O
total do investimento do IGEO, de 41 milhões e 688 mil dólares, contemplou a
construção, apetrechamento, equipamento dos laboratórios, formação de técnicos
e assistência técnica.
Além
do IGEO de Luanda, situado no Kilamba, o país conta com o laboratório
geo-científico do Saurimo, Lunda-Sul, que vai dedicar-se à prospecção e
tratamento de diamante, e o da Huíla, construído para atender análises diversas
e caracterização de rochas ornamentais e água. Um e outro são de menor dimensão
em relação ao IGEO de Luanda.
Planegeo
vai continuar
Relativamente
ao Plano Nacional de Geologia (PLANAGEO), o Presidente da República garantiu
que é para continuar e que faz todo o sentido ligá-lo à existência do IGEO,
que, “sem sombra de dúvida, vai servir todos aqueles investidores que precisem
de informação geológica para investir na área mineira”.
“Esta informação será colhida neste instituto, que tem capacidade para o fazer, já que tem capacidade para servir todo o tipo de cliente, quer seja o próprio Estado, quer o investidor privado”, disse.
O
geólogo Ivan Cuervo, do consórcio responsável pela investigação da área do Sul
de Angola, considerou que o Planageo é o maior projecto geológico do mundo,
antevendo a sua importância para atracção de empresas de mineração a Angola,
país com “muitos recursos geológicos”.
“Angola
tem todos os tipos de metais e uma vasta variedade de rochas ornamentais e até
já conta com o primeiro projecto de nióbio na Huíla”, sublinhou.
Ivan Cuervo garantiu que o processo de investigação da área sul está quase a ser finalizado, estando num nível de execução de 90 por cento, embora existam constrangimentos de ordem logística.
A
prová-lo está a conclusão do novo mapa geológico de Benguela, exposto no local.
“Esta é uma amostra de que o Plano Nacional de Geologia está a dar resultados e
quase a ser finalizado. Os mapas aqui expostos são resultado disso. Na zona
Norte está a trabalhar a Citic, empresa chinesa, a mesma que construiu as
instalações do IGEO”, explicou.
Disseminação
de conhecimentos
O
ministro dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás, Diamantino Azevedo, afirmou,
ontem, em Luanda, que o Instituto Geológico de Angola tem capacidade para gerar
e disseminar conhecimento geológico-científico de excelência, lembrando que a
inauguração da sede e dos laboratórios centrais do IGEO é motivo de orgulho
para todos os trabalhadores do sector mineiro e toda a comunidade da geociência
em geral.
Segundo
o ministro, o IGEO, uma instituição pública, vai contribuir para o
desenvolvimento sustentável do país, sendo responsável pela execução e
coordenação da investigação, cartografia geológica e elaboração dos estudos
sobre os recursos minerais.
Diamantino
Azevedo mencionou as diversas finalidades daquela instituição, de carácter
técnico-científico, que passam pela colaboração nos estudos sobre ordenamento
do território, uso sustentável dos recursos minerais, contributo na prevenção e
mitigação das consequências dos desastres naturais, bem como gestão pública e
realização dos estudos dos solos.
Além
disso, afirmou, o IGEO surge para realizar estudos hidro-geológicos das águas
subterrâneas, minero-medicinais, e dos aquíferos de todo o território nacional.
Para que os serviços geológicos possam desempenhar, com êxito, as funções,
Diamantino Azevedo defendeu que estejam bem estruturados e equipados com
infra-estruturas modernas, bem como capital humano bem qualificado.
"É
neste sentido que foi equipada esta infraestrutura no âmbito do Plano Nacional
de Geologia, que incluem os centros regionais e respectivos laboratórios de
Saurimo e Lubango", disse o ministro, para quem a inauguração deste
empreendimento prova a importância que o Governo dá à investigação cientifica,
a fim de estimular o aproveitamento sustentável da riqueza mineral do país.
A
primeira pedra para a construção do IGEO foi lançada em Dezembro de 2013. A área de construção
do instituto cobre uma superfície de 1.956 metros quadrados ,
no qual estão construídos quatro edifícios, entre os quais a sede, com três
andares. No rés-do-chão está a biblioteca e centro de processamento de dados,
considerado o coração do edifício.
Segundo
o presidente do Conselho de Administração do IGEO, Canga Xiaquivuila, é
"no coração do edifício" onde está alojada toda a informação
geológica do país. Canga Xiaquivuila disse que o IGEO conta ainda com uma área
reservada para a construção, no futuro, de um edifício para alojar todo o
acervo geológico, principalmente o que se encontra no edifício antigo.
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