…DA INÉRCIA À PUTREFACÇÃO!
Martinho Júnior, Luanda
O império da hegemonia unipolar,
aproveitando a conjugação das crises globais sincronizadas com as fragilidades
africanas, fragilidades próprias duma ultraperiferia histórica, económica e
financeira em estado antropológico de crónico subdesenvolvimento, afundam
África num pântano neocolonial do qual vai ser muito difícil sair durante o
século XXI… (https://ligadepatriotas.org/articulos/el-coronavirus-y-la-doctrina-del-shock.html).
Não é de admirar, pois o plasma
da globalização neoliberal no clímax do império está a induzir as contradições
existenciais no âmago do próprio estado dos Estados Unidos: conforme se
constata no ambiente que se sulfuriza nas actuais eleições presidenciais,
quando o estado é de facto tratado como a primeira das vítimas sacrificadas à
sede do exaustivo pico de lucro que fundamenta a razão de ser da aristocracia financeira
mundial na sua mais atroz barbaridade, acaba-se por subverter de tal modo a
democracia que ela entra em metamorfose, assumindo-se na mais cruel tirania
neonazi! (https://www.resistir.info/vltchek/america_apocaliptica.html; https://www.resistir.info/eua/rev_colorida_17jun20.html; https://www.facebook.com/permalink.php?id=106712750703305&story_fbid=195892305118682; https://actualidad.rt.com/actualidad/364892-matar-tiros-persona-enfrentamientos-portland?utm_source=browser&utm_medium=push_notifications&utm_campaign=push_notifications; https://isgp-studies.com/conservative-cia-network).
A doutrina Rumsfeld-Cebrowski
choca com a doutrina Trump e o “estado profundo”, face o relativo impasse,
continua ainda a ser o vector para os relacionamentos externos, disso se
aproveitando o Secretário de Estado Mike Pompeo e seu dilecto Conselheiro,
Francis Fanon! (https://www.voltairenet.org/article205788.html).
Assim em África o império
tornou-se reitor dos contraditórios em carne viva, explorando a seu bel-prazer
a contradição milenar entre culturas de sinal nómada e de sinal sedentário
sobre os retalhos da Conferência de Berlim e com um não declarado redesenhar do
mapa político do continente. (https://frenteantiimperialista.org/blog/2019/04/28/africa-da-inercia-a-catastrofe/).
Por via da “Coligação” de
carácter feudal que forjou com Israel e monarquias arábicas no Médio Oriente
Alargado e a partir dela, o império agregou tacitamente o fundamentalismo
islâmico sunita/wahabita às culturas de nomadização africanas a fim de
estimular os contraditórios hereditários em todo o continente, justificando com
isso a sua própria presença dominante e avassaladora por via do estendal de
suas próprias opções de inteligência, militares, económicas, financeiras,
mediáticas e culturais, em reflexo aliás “do que lhe vai na alma”! (http://www.angop.ao/angola/pt_pt/noticias/internacional/2019/8/38/MNE-iraniano-questiona-coligacao-dos-EUA-para-resolucao-pacifica-Medio-Oriente,fbbc9606-8971-49df-b411-70405da06c31.html; https://www.abrilabril.pt/internacional/coligacao-liderada-pelos-eua-prossegue-campanha-de-bombardeamentos-na-siria).
A sua força catalisadora que
desde o choque-holocausto do Ruanda (1994) leva por arrasto os seus vassalos da
NATO e de outras instituições atlantistas e internacionais, reforça os
dispositivos tentaculares do polvo em que se vai tornando o AFRICOM, de modo a
disseminar todo o tipo de transversalidades que prendem África aos grilhões do
pântano neocolonial em que se encontra!... (https://survie.org/publications/les-dossiers-noirs/article/l-etat-francais-et-le-genocide-des-tutsis-au-rwanda; https://www.voltairenet.org/auteur122722.html?lang=pt).
África está a passar, com sangue,
suor e lágrimas, da inércia à putrefacta decomposição!
A situação agravou-se
profundamente depois de vencida a resistência de Kadafi em 2011, na Líbia!
01- Em África, conforme os
exemplos da Argélia e da África do Sul, nem o que restou da luta armada de
libertação nacional tem força para escapar a esse pântano, cujas tenazes se vêm
multiplicando sem vislumbre duma verdadeira alternativa! (http://paginaglobal.blogspot.com/2016/12/de-argel.html).
A Argélia está dependente do
petróleo e do gás, debaixo da subserviente obrigatoriedade do Dólar dos Estados
Unidos e do Euro da União Europeia, sob domínio dos mais conservadores e
neoliberais expedientes capitalistas da aristocracia financeira mundial em
ambas as margens do Atlântico Norte e dum “mercado” que reage a
contento desse plasma, um “mercado” cujas raízes mergulham na
transformação do feudalismo para o capitalismo e encontra África em pleno
subdesenvolvimento (tanto nas culturas nómadas, como nas culturas sedentárias)…(https://paginaglobal.blogspot.com/2020/02/18-anos-de-excremento-do-diabo.html; https://www.youtube.com/watch?v=n2ejGEEzhJk).
A África do Sul está filtrada,
com todos os aproveitamentos de superestruturas ideológicas
cristão-fundamentalistas e particularmente desde os tempos do império britânico
de que Cecil John Rhodes foi arquiteto e mentor, pelos expedientes elitistas de
vocação inerente ao Partido Democrata dos Estados Unidos, indexados à indústria
mineira redundantes do passado colonial, impactantes pelo miolo do continente
africano adentro (trilha do Cabo ao Cairo), tendo desde então como eixo
inspirador os carteis do ouro, da platina, dos diamantes, do estanho e do
cobre; por isso a África do Sul é um vulcão social meio adormecido, que por
vezes pode despertar em trágicas explosões… (https://paginaglobal.blogspot.com/p/o-vulcao-sul-africano.html; https://paginaglobal.blogspot.com/2020/07/memoria-quatro-dum-sempre-actual.html).
Ao citar esses dois países
exponenciais de África, situo as duas plataformas norte e sul do meridiano de
Argel ao Cabo, o meridiano no qual, em 30 anos do século XX (da década de 60 à
década de 90), se travou a tão legítima luta armada de libertação nacional,
arrancando ao colonialismo e ao “apartheid” a autodeterminação que
era negada aos povos africanos, em especial os situados a sul da linha da
frente informal que se distendeu de Dar es Salam (Tanzânia), a Brazzaville
(República do Congo). (http://paginaglobal.blogspot.com/2016/12/de-argel.html).
Se as coisas se passam assim
entre expoentes, pelo miolo continental o subdesenvolvimento crónico e todo o
tipo de processos de tensão, conflito, caos e desagregação, uns semeados desde
a Conferência de Berlim, outros derivados dos factores antropológicos e
históricos do próprio continente, implicam efeitos de ordem geométrica em
termos de fragilidades e de vulnerabilidades dos povos africanos, em especial
os do “interior profundo”, tendo como referência maior o da placa central
da República Democrática do Congo, que se implanta precisamente na bacia do
segundo maior pulmão tropical do globo, a ocidente dos Grandes Lagos… (https://rebelion.org/mobutu-sese-seko-el-rey-de-los-ladrones/; https://www.youtube.com/watch?v=od8nltB1A6c; https://www.youtube.com/watch?v=bMqjavvgHLQ; https://www.youtube.com/watch?v=3Zr957sXzyk; https://www.youtube.com/watch?v=ktzqV_DTVkE; https://www.youtube.com/watch?v=kSEaTQMI5AA).
Na RDC, apesar das
potencialidades e possibilidades nos termos de segurança vital, os processos
integradores são rarefeitos e predominam os processos devassos da desagregação
ao sabor do caos implantado pelos contraditórios em que se rege o império do
capitalismo financeiro, disseminador do desastre; sob o ponto de vista
económico e financeiro para a RDC são várias as capitais: Kinshasa, Kampala,
Kigali e até Bujumbura (nos Kivus está, pel saque e como exemplo, a explicação
dos “êxitos” económicos e financeiros da administração do Presidente
Paul Kagame)!
A África do Oeste (https://survie.org/publications/4-pages/article/la-francafrique-le-plus-long-scandale-de-la-republique; https://www.defense.gouv.fr/operations/barkhane/dossier-de-reference/operation-barkhane)
está contaminada no paralelo do Sahel (https://survie.org/themes/militaire/lutte-contre-le-terrorisme/article/macron-en-mauritanie-pour-parler-securite-au-sahel-la-france-fait-pourtant; https://www.youtube.com/watch?v=sYWHPJivApU; https://www.youtube.com/watch?v=iqL0FMwOVhM; https://www.africom.mil/pressrelease/33078/military-equipment-enables-the-g5-joint-force)
e agora, com o artificial “enlace” de Israel com os Emiratos Árabes
Unidos na ilha iemenita de Socotra, junto à costa da Somália, (https://southfront.org/uae-israel-plan-to-create-intelligence-bases-on-socotra-island/)
o Leste do continente a sul da Somália não vai ter melhor sorte, sendo de
esperar que a jihad que se encontra já na fronteira da Tanzânia com Moçambique
(em trno do curso do Rovuma) na mesma altura em que se aprestam algumas
transnacionais à extracção de gás “offshore” em Cabo Delgado , possa
avançar até à África do Sul… (https://www.sabado.pt/mundo/detalhe/a-jihad-global-chegou-a-mocambique; https://sol.sapo.pt/artigo/685604/a-misteriosa-insurreicao-jihadista-em-cabo-delgado; https://www.iese.ac.mz/wp-content/uploads/2019/09/cadernos_17.pdf?fbclid=IwAR3Vuw7_zVkv8erKBxqg8yP2h4FVQprdwEvR6Q3Wwo1HhTpUuLPNeE0SVAU; https://southfront.org/isis-continues-steady-expansion-in-mozambique-video/; http://www.hispantv.com/noticias/nigeria/475485/muertos-boko-haram-ataque-terrorista).
02- África, em função da instalação
do pântano neocolonial, tem-se perdido a oportunidade de melhor entender a
aproximação à República Popular da China, aproximação essa que devia ser
basicamente reflectida como feita por um ente que também sofreu na carne a
barbaridade colonial seguida da ocupação do império nipónico. (https://thediplomat.com/2020/08/chinas-never-again-mentality/; https://www.globalresearch.ca/nao-e-a-china-mas-o-mundo-ocidental-quem-deve-ser-definido-como-verdadeiro-homem-doentio/5709000).
A Revolução Cultural que começou há
70 anos na China, possibilitou um salto desde um estado de subdesenvolvimento e
torpor a que o povo chinês não pretende mais voltar, o que permitiria uma outra
sincronização de esforços África-China. (https://www.resistir.info/p_escobar/china_24ago20.html).
Tendo em conta os espelhos
dominantes externos, sobretudo por via dos impactos do “soft power” atlantista
manipulado pelo império, por efeito das crises sincronizadas, a reciprocidade
China-África vai continuar a estar em causa, apesar de em tempo de pandemia
haver uma recuperação nas tendências por que o homem começou a ficar, para uns
e para outros, no centro de todas as atenções. (http://portuguese.xinhuanet.com/2019-12/29/c_138664411.htm; https://paginaglobal.blogspot.com/2020/05/sobreviver-no-seculo-xxi.html; https://www.youtube.com/watch?v=c5_qogIOvFk; https://www.youtube.com/watch?v=XQko-fsDBiA).
Há também que não perder de vista
os resquícios contraditórios inerentes à própria China, projectados a partir
das placas financeiras de Hong Kong e (menos) de Macau, que se aproveitam
de “um país, dois sistemas” (é o caso, por exemplo, do China International
Found, do grupo “88 Queensway”, do clã de Stanley Ho que tanta influência
gerou no Partido Socialista Português, de Sam Pa…)… (https://www.uscc.gov/research/88-queensway-group-case-study-chinese-investors-operations-angola-and-beyond; https://www.ft.com/content/a95e8252-f015-11e4-ab73-00144feab7de; https://www.dw.com/pt-002/neg%C3%B3cios-da-china-com-cunho-angolano/a-6648933).
A placa financeira de Hong Kong
portou-se como um híbrid, respondendo a vários circuitos internaci0nais de
interesse, de conveniência e desvirtuando os relacinamentos da China para com
África, o que justifica o actual quadro de medidas que estão a ser tomadas pela
RPC em relação a Sam Pa, ao grupo “88 Queensway” e a Hong Kong, num
evidente choque que estimulou, da parte da “democracia representativa” a “revolução
colorida” dos “chapéus-de-chuva”!... (https://en.wikipedia.org/wiki/Sam_Pa; https://visao.sapo.pt/atualidade/mundo/2016-09-05-hong-kong-lideres-da-revolucao-dos-chapeus-de-chuva-chegam-pela-primeira-vez-ao-parlamento/; https://expresso.pt/internacional/milhares-de-chapeus-de-chuva-abertos-em-hong-kong-assinalam-um-mes-de-luta-pela-democracia=f895641; https://www.em.com.br/app/noticia/internacional/2020/07/03/interna_internacional,1162374/apesar-das-criticas-pequim-reforca-o-controle-sobre-hong-kong.shtml; https://www.publico.pt/2020/07/08/mundo/noticia/novo-gabinete-seguranca-pequim-hong-kong-autonomia-autoridade-ja-operacional-1923663).
Os enlaces da China com a África
do Sul (que faz parte dos BRICS) e com a Etiópia (com a sede da União Africana em Adis Abeba ), contraria
o fustigar atlantista sob os auspícios do império da hegemonia unipolar, que no
entanto se nutre de condimentos militares e de inteligência para seus projectos
de atracção e domínio, numa altura em que a cenoura tende a ficar raquítica e o
pau mais vigoroso graças à proliferação das redes fundamentalistas islâmicas na
direcção da África Austral. (https://www.cartamaior.com.br/?/Editoria/Poder-e-ContraPoder/O-papel-da-China-na-africa-imperialismo-ou-cooperacao-/55/45139; https://www.dw.com/pt-002/covid-19-influ%C3%AAncia-da-china-em-%C3%A1frica-aumenta-em-tempos-de-crise/a-53235979; http://portuguese.xinhuanet.com/2019-06/28/c_138182025.htm).
É sintomática a relativa crise na
aproximação entre a Nigéria e a RPC antes da eclosão da pandemia, sob
influência do “soft power” anglo-saxónico, que se deve levar em
especial consideração e referência, tendo em conta o peso da Nigéria na linha
da costa Atlântica de África e particularmente no Golfo da Guiné. (https://pt.wikipedia.org/wiki/Rela%C3%A7%C3%B5es_entre_China_e_Nig%C3%A9ria; https://www.businessamlive.com/nigeria-china-relations-fg-calls-for-value-addition-to-address-trade-imbalance/; http://jornaldeangola.sapo.ao/mundo/china-e-africa-em-cimeira-extraordinaria-contra-a-pandemia).
É evidente que a crispação
resulta também do tipo de contraditórios que a presença do Boko Haram gerou em
torno do escolhido fulcro do seu impacto, não por acaso o Lago Chade! (https://frenteantiimperialista.org/blog/2019/08/23/un-mar-de-muerte/; https://www.youtube.com/watch?v=kmNSKwmRaJE; https://www.youtube.com/watch?v=ThWyhnT417U; https://www.youtube.com/watch?v=X9VsuMggpmU).
03- A transversal atlantista do
petróleo e do gaz, com transnacionais vinculadas ao império da hegemonia
unipolar que varrem a própria OPEP, tem históricos arraiais na Argélia e na
Líbia, assim como, mais a sul, na Nigéria e em Angola, entre outros pequenos
produtores do Golfo da Guiné. (https://www.globalresearch.ca/os-agressores-sao-agora-os-responsaveis-pela-soberania-da-libia/5701235).
A manipulação dos preços do
barril em função do encadeado de crises, tal com acontece com os preços de
outros produtos básicos minerais e agrícolas, atira também os produtores
africanos para os braços da fragilidade e da vulnerabilidade. (https://oilprice.com/; https://paginaglobal.blogspot.com/2020/02/18-anos-de-excremento-do-diabo.html).
Isso é em parte explicado por
aqueles que segue a visão keynesiana de interpretação, que ao esmiuçar alguns
contraditórios internos do sistema capitalista, por outro lado não deixam de
fazer referência às causas da inflacção das moedas africanas. (http://jornaldeangola.sapo.ao/entrevista/jose-cerqueira-a-saida-da-crise-passa-por-encarar-de-frente-a-luta-contra-a-inflacao).
Todavia, a questão principal no
sul global é que além do mais o imperialismo da hegemonia unipolar é um amplo
processo cultural com múltiplas implicações, entre elas as de natureza “soft
power”, que não podem ser reduzidas a uma interpretação economicista,
mesmo uma interpretação keynesiana, não só por que o homem não se reduz
ao “homem económico”, mas por que o grau de domínio em todos os capítulos
da vida, é avassalador e tem sido imposto, com mais ou com menos persuasão, com
mais ou com menos impactos culturalmente desequilibradores, durante décadas,
sem levar em conta a qualidade agravada de subdesenvolvimento dos povos
africanos, os seus modos de produção e os seus modos de vida, tudo o que se
reflecte na superestrutura mental do indivíduo e do colectivo africano. (https://www.tandfonline.com/doi/abs/10.1080/10246029.2016.1225588?scroll=top&needAccess=true&journalCode=rasr20; https://www.globalresearch.ca/parlamento-coeso-sobre-as-missoes-neocoloniais/5719381; https://www.thedefensepost.com/tag/task-force-takuba/).
Os africanos, os povos africanos,
nesse sentido continuam a ser violentados e oprimidos: estão a perder o pé nas
culturas ancestrais e estão longe de consolidar um patamar que permita
equilíbrios mentais numa cultura renascentista ao nível dos exigentes padrões
do século XXI, até por que o domínio do império da hegemonia unipolar recorre
às novas tecnologias que, devido à ingerência e à manipulação, são um constante
instrumento de desequilíbrio e de desarticulação, quando tanto se precisa de
integração! (https://frenteantiimperialista.org/blog/2019/06/23/la-dialectica-como-arma-geoestrategica-del-imperio-de-la-hegemonia-unipolar/).
A desarticulação é de tal ordem
que o desenho colonial estabelecido na Conferência de Berlim está já em causa
no Sudão, na Somália, na Etiópia/Eritreia, na RDC, na República Centro
Africana, na Líbia, no Mali, em Moçambique… e tudo isso é feito com a presença
de cada vez mais militares do sistema NATO/AFRICOM, (https://www.africom.mil/pressrelease/33002/africom-commander-talks-security-partnerships; https://apps.dtic.mil/dtic/tr/fulltext/u2/a476812.pdf; https://www.defense.gouv.fr/operations/barkhane/breves)
de outas organizações internacionais para o efeito “filtradas” (como
acontece com a Organização das Nações Unidas em todas as suas “missões” – http://jornaldeangola.sapo.ao/mundo/eua_deixam_de_financiar_missoes_da_onu_em_africa; https://news.un.org/pt/story/2017/06/1587331-missoes-da-onu-fundamentais-para-paz-em-africa-diz-embaixador-portugues; https://www.janusonline.pt/arquivo/popups2010/2010_3_3_6.pdf),
ou de mercenários da nebulosa das empresas privadas de protecção, segurança e
intervenção, quase sempre enredadas por capitais de interesses económicos e
financeiros impactantes, particularmente as conectadas às transnacionais de
extracção de matérias-primas (petróleo, gás e minerais). (https://www.youtube.com/watch?v=tiRveuwTqWo; https://www.youtube.com/watch?v=faOnRGPewdI; https://frenteantiimperialista.org/blog/2020/08/20/mali-show-must-go-on/; https://rebelion.org/mali-un-pais-a-medio-incendiar/;https://rebelion.org/terrorismo-una-razon-para-subsistir/; https://www.youtube.com/watch?v=YhRg3DGq6u4; https://www.youtube.com/watch?v=VoQAxQgevEA; https://southfront.org/mozambique-militants-seize-key-town-close-to-billion-dollar-gas-projects-development-site/ ).
O continente africano desde a
década de 60 do século XX que experimenta a acção de empresas mercenárias (“private
militar companies”) estimuladas pelos interesses extracontinentais que investiram
na indústria extractiva… (https://medium.com/smartaim-tech/war-for-money-leading-private-military-companies-of-the-world-eab9f9fe2de8; https://frenteantiimperialista.org/blog/2018/07/08/la-guerra-psicologica-del-imperio-de-la-hegemonia-unipolar-en-africa/).
As primeiras experiências
incidiram propositadamente sobre a plataforma fulcral do Congo de tal modo que
o regime neocolonial de Mobutu assentava sobre os conceitos mercenários que se
estenderam por implícita cultura do império desde o assassinato de Patrice
Lumumba! (https://paginaglobal.blogspot.com/2020/04/a-vulnerabilidade-cronica-e.html).
As “guerras assimétricas”,
inclusive os moldes contemporâneos da guerra psicológica, bebem dessas origens…
(https://ligadepatriotas.org/articulos/guerra-no-convencional-y-estrategia-de-amplio-espectro.html; https://ligadepatriotas.org/articulos/guerra-no-convencional-y-estrategia-de-amplio-espectro--parte-ii.html; https://frenteantiimperialista.org/blog/2020/08/22/por-que-la-desaparicion-del-profesor-carlos-lanz-rodriguez/?fbclid=IwAR2sbxeFLuykAx_SAyQRVf9EsCLyeYV6UU4DzVNTNgXI4XtmMMW0Mk3T_eU)
As esferas mercenárias
estendem-se agora a todos os tentáculos do poder dominante!... (https://www.resistir.info/eua/roberts_video_18ago20.html; https://www.paulcraigroberts.org/; https://www.thegatewaypundit.com/2020/08/infowars-reporter-millie-weaver-arrested-weekend-shortly-releasing-shadowgate-new-documentary-social-media-psychological-warfare-used-american-public/).
Tanto pior em África que está
longe de se aperceber minimamente da capacidade que se desprende do poder
popular integrado, solidário, socialmente justo e resistente!... (https://www.youtube.com/watch?v=MhU_EP4EQOk&pp=wgIECgIIAQ%3D%3D&feature=push-fr&attr_tag=vOWkXFOTwjNkwUlX%3A6).
É assim também que por tabela
subsiste o colonialismo de Marrocos no Sahara, que tira partido do redesenhar
acelerado do próprio continente face aos impactos de caos, terrorismo,
mercenarização e desagregação! (http://jornaldeangola.sapo.ao/reportagem/o-fim-do-colonialismo-em-africa-so-em-1980-foi-libertado-o-ultimo-pais#foto; https://paginaglobal.blogspot.com/2020/08/o-jornal-de-angola-torna-se-marroquino.html; https://www.plataformacascais.com/plataformacascais/component/tags/tag/angola.html).
A democracia representativa em
África tem sobre si uma “espada de Dâmocles” mental resultante da
cultura recheada de caóticas contradições imposta pelo império da hegemonia
unipolar: ela acaba por ser um artifício de equilíbrio muito difícil para
qualquer tipo de poder colocado sobre o arame do subdesenvolvimento, um arame
atiçado pelos ventos da globalização neoliberal com todo o seu cortejo de
mercenários! (https://www.dw.com/pt-002/cresce-o-n%C3%BAmero-de-mercen%C3%A1rios-em-%C3%A1frica/a-47992753; https://paginaglobal.blogspot.com/2020/07/memoria-cinco-dum-sempre-actual.html).
04- Por dentro dos processos de
desagregação, o império impulsiona o seu estiolado modelo de “democracia
representativa”, dividindo em poderes executivo, legislativo, judicial e
mediático, aumentando a carga de fragilidades e vulnerabilidades que colocam
África à mercê dos interesses e conveniências extracontinentais, sem dar espaço
à legítima participação e protagonismo das organizações sociais autóctones para
além das leituras controladas que lhe são afins.
A cenoura da democracia é uma
cenoura raquítica, enganosa e alienadora num ambiente global em que o poder se
concentra em torno de 1% da humanidade, fazendo tudo para que não haja a
veleidade de qualquer outra alternativa.
A tensão entre império de
hegemonia unipolar e o protagonismo dos emergentes ávidos de multilateralismo e
de paz, reflecte-se em acréscimo, ainda que de forma esbatida (em função das
transversalidades típicas dos exercícios “soft power”).
Os enlaces África-China surgem
assim num ambiente difuso, filtrado pelos tentáculos de inteligências externas
ao continente, lançando ainda mais ilusão, alienação, diversão, confusão e
desagregação, ou seja: mesmo que haja vias abertas de integração, elas não
deixam de ser alvo de flagelamentos mentais e físicos de natureza desagregadora
de toda a ordem…
O objectivo é só um para o
império da hegemonia unipolar: tornar África num opressivo pântano neocolonial!
Martinho Júnior .. Luanda, 1 de
Setembro de 2020
Todas as imagens foram recolhidas
deste artigo:
ISIS Conducts Second Large And
Successful Attack In Cabo Delgado Province Of Mozambique
Cabo Delgado province Of
Mozambique is turning into a new stronghold of ISIS in Africa.
On March 23, ISIS militants
attacked the town of Mocimboa de Praia destroying local army and police
positions and looting banks and equipment depots. The town is a key logistical
hub near the developing $60bn natural gas project Rovuma Basin, off the Indian
Ocean coast of Cabo Delgado. They were in control of the town for over than 24
hours before police and the army reportedly recaptured it.
On March 25, ISIS cells entered
the village of Quissanga. Images circulating on social media show armed
fighters waving the black ISIS standard outside the local police station.
Militants wounded and killed several security forces members and captured a local
weapon depot.
The army and security forces of
Mozambique seem to be unable to react to ISIS attacks fast enough and contain
the terrorist threat. If the situation develops in this direction and further,
a part of the province may appear under the direct control of terrorists.
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