terça-feira, 31 de março de 2020

Como os “cisnes negros” estão a moldar o pânico no planeta



«A equação aponta agora para uma confluência de Wall Street em pânico; histeria Covid-19 massiva; persistentes e inumeráveis abalos secundários resultantes da balbúrdia comercial global do presidente Donald Trump; o circo eleitoral dos EUA; e instabilidade política na Europa. Essas crises entrelaçadas significam Tempestade Perfeita.»

Está o planeta sob o feitiço de uma variedade de «Cisnes Negros» - um colapso de Wall Street causado por uma suposta guerra do petróleo entre a Rússia e a Casa de Saud, mais a disseminação descontrolada do Covid-19 - levando a um “pandemónio de cruzamento de activos”, como o designou Nomura, a holding japonesa?

Ou, como sugere o analista alemão Peter Spengler, seja o que for que “o evitado clímax no Estreito de Ormuz não provocou ainda até agora, pode agora suceder pela via das ‘forças de mercado’”?

Comecemos com o que realmente aconteceu depois de cinco horas de discussões relativamente educadas na última sexta-feira em Viena. Que se tenha transformado num efectivo colapso na OPEP+ foi uma reviravolta no enredo.

OPEP+ inclui Rússia, Cazaquistão e Azerbaijão. Essencialmente, depois de anos a suportar a fixação de preços pela Opep - resultado da implacável pressão dos EUA sobre a Arábia Saudita - enquanto reconstruía pacientemente as suas reservas em moeda estrangeira, Moscovo vislumbrou a janela de oportunidade perfeita para atacar, visando a indústria de xisto dos EUA.

As acções de alguns desses produtores dos EUA caíram até os 50% na “Segunda-feira Negra”. Simplesmente não podem sobreviver com um barril de petróleo nos US $ 30 - e é para aí que se está a encaminhar. No fim de contas, essas empresas estão afogadas em dívidas.

Mário Centeno alerta União Europeia para riscos de "fragmentação"


O ministro das Finanças português e presidente do Eurogrupo emitiu um aviso aos seus parceiros da zona euro, sobre uma potencial "fragmentação", se não houver resposta ao "choque colossal", provocado pelo covid-19.

João Francisco Guerreiro, em Bruxelas | Diário de Notícias

Mário Centeno já avisou os ministros de toda a União Europeia que deverão estar abertos à "discussão de propostas concretas, justificadas e eficazes, que possam ajudar a intensificar a resposta" da zona euro à crise do coronavírus". Uma crise da qual toda a Europa "sairá com níveis de dívida muito maiores", defende o ministro das Finanças português e presidente do Eurogrupo num documento interno, que fez chegar na segunda-feira ao Eurogrupo.

No texto já consultado pelo DN, Mário Centeno nunca chega a referir-se explicitamente à emissão de dívida conjunta. Mas, salienta que a União Europeia deve "estar aberta a considerar alternativas", quando os "instrumentos existentes (...) se revelam inadequados".

Com estas palavras, Mário Centeno demarca-se da posição da Comissão Europeia e de uma linha dura dentro do próprio Eurogrupo. A presidente do executivo comunitário, Ursula von der Leyen, já se opôs aos chamados coronabonds e tem vindo a defender que já estão em marcha "instrumentos" de resposta à crise do coronavírus.

Von der Leyen cita em particular a "máxima flexibilidade" em matéria de ajudas estatais, bem como a um montante de 37 mil milhões de euros, que ficou por gastar no atual quadro financeiro e será agora redirecionado para os Estados-membros da União Europeia. Outra das medidas passa pela suspensão da disciplina orçamental.

A REAÇÃO DA UE À CRISE É UM DESASTRE EM CURSO


Ricardo Paes Mamede | Diário de Notícias | opinião

Não venho falar da decisão de alguns países de proibirem a exportação de equipamentos essenciais para conter a propagação do vírus noutros Estados membros. Nem da gafe monumental da presidente do Banco Central Europeu. Nem do "discurso repugnante" do ministro das Finanças holandês. Nem da dificuldade em decidir em tempo útil sobre a emissão de dívida conjunta. A incapacidade da UE para lidar com os impactos económicos do covid-19 estão para lá da falta de qualidade dos líderes ou da enésima expressão dos egoísmos nacionais a que a UE nos habituou na última década. O problema europeu é bem mais profundo do que isto. E é um desastre em curso.

Existe um modo eficaz de lidar com os problemas económicos que estão a desenvolver-se a cada dia que passa: o financiamento directo pelo banco central dos esforços nacionais de combate à crise.

Ao nível teórico, a proposta é hoje pouco polémica. É defendida tanto por marxistas e keynesianos como por neoliberais (convencidos, erradamente, de que a proposta tem por autor Milton Friedman). O principal argumento contra a monetarização dos défices públicos são os riscos de inflação, mas esse cenário é hoje pouco provável, dado o colapso da procura e do investimento a nível internacional. Os argumentos decisivos para defender esta opção passam pela rapidez com que poderia ser accionada, pela capacidade ilimitada dos bancos centrais para emitirem moeda e pela relativa facilidade em desenhar a operação de modo a evitar possíveis efeitos perversos.

No entanto, não encontramos nos comunicados oficiais da zona euro qualquer referência a esta possibilidade. Não é por acaso. A ideia é tabu e está proibida pelos tratados.

Greves e protestos alastram nos EUA com trabalhadores exigindo proteção contra covid-19


“Eles não se importam com a nossa saúde”

Jerry White | WSWS

Greves e protestos de trabalhadores exigindo proteção contra o mortal novo coronavírus ocorreram com uma frequência cada vez maior nos últimos dias. Ações nos locais de trabalho nos Estados Unidos e em outros países estão acontecendo mesmo com o governo Trump e outros governos capitalistas ao redor do mundo se apressando para retomar a produção e o fluxo dos lucros corporativos, sabendo muito bem que isso irá acelerar a propagação do novo coronavírus e aumentar o número de mortes.

“Isso é loucura”, disse Tonya, uma trabalhadora da fábrica da Fiat Chrysler de Jefferson North, em Detroit, a respeito dos comentários de Trump sobre suspender a quarentena e fazer a economia “voltar com tudo” até a Páscoa. “Não deve existir nenhuma pressa em voltar ao trabalho. Não existe cura e isso está se espalhando rapidamente e é mortal. Se voltarmos ao trabalho, estaremos com colegas que estão doentes mas não têm sintomas. Eles estariam nos enviando para a doença, se não para a morte.”

Na quarta-feira, coletores de lixo em Pittsburgh, no estado da Pensilvânia, iniciaram uma greve selvagem pelo medo de que colegas de trabalho pudessem ter contraído o vírus e por não possuírem equipamentos de proteção. Em um vídeo postado no Facebook, o coletor Fitzroy Moss disse que a prefeitura havia falsamente afirmado que os coletores de lixo foram “testados para o coronavírus” quando, na verdade, “eles não se importam com a nossa saúde”. O prefeito diz que o “lixo vai ser recolhido não importa o quê”, ele continuou, mas “só nos deram um pacote com quatro lenços umedecidos” e “nenhuma máscara, nenhuma luva, nada!”.

Os trabalhadores calaram e expulsaram um burocrata sindical do Teamsters, que tentou forçá-los a voltar ao trabalho. O sindicalista disse: “Mantenham o distanciamento social e façam aquela coisa dos 2 metros”, dizendo ainda aos coletores que a cidade não possuía instalações para testar trabalhadores.

“Estamos arriscando nossas vidas”, um coletor declarou a um repórter local, “se um de nós for infectado, todos nós seremos infectados”.

Cerca de 50 países pedem a Cuba o antiviral que teve êxito na China


O Centro Nacional de Biopreparados de Cuba (Biocen) anunciou que está a aumentar a produção do antiviral Interferón Alfa 2B, medicamento que mostrou ser eficaz para tratar pessoas afectadas pela Covid-19.

A directora do Biocen, Tamara Lobaina Rodríguez, afirmou que Cuba estará em condições de exportar o medicamento em grande escala a partir de meados de Abril.

«Temos de aumentar a produção de Interferón esta semana para poder cumprir com o aumento da procura e com os novos pedidos que possam chegar nos próximos dias», explicou, em declarações ao diário Granma, destacando ainda a preocupação em «garantir a qualidade do produto» que Cuba exporta «para que tenha a mesma eficácia que mostrou na China».

A especialista cubana referia-se ao êxito que o Interferón teve quando começou a ser utilizado em pacientes infectados com a Covid-19 por uma delegação de médicos cubanos que chegou à China no final de Janeiro para ajudar o país asiático, tendo sido um de cerca de 30 medicamentos então escolhidos pela Comissão Nacional de Saúde chinesa pelo seu potencial para curar a doença respiratória.

O Interferón Alfa 2b Humano Recombinante – nome completo do medicamento – foi criado por investigadores do Centro de Engenharia Genética e Biotecnologia (CIGB) de Cuba, na segunda metade dos anos 80, e, após a sua introdução no sistema de saúde público da Ilha, mostrou ser eficaz na terapia de doenças virais como as hepatites B e C, e o HIV, entre outras.

O portal uruguaio ladiaria.com.uy refere que a escolha do Interferón pelas autoridades médicas da China para fazer frente ao novo coronavírus está relacionada com o facto de, de um modo geral, estes vírus provocarem a diminuição da produção natural de interferon (uma proteína) no organismo humano, sendo que o fármaco cubano é capaz de suprir essa deficiência, reforçando o sistema imunológico dos pacientes com Covid-19.

Em 2003, nasceu a empresa mista sino-cubana ChangHeber, com sede na cidade de Changchun (província chinesa de Jilin). Passados dez anos, foi ali inaugurada uma fábrica moderna, que actualmente fabrica uma ampla variedade de produtos biotecnológicos criados na maior ilha das Antilhas, incluindo o Interferón Alfa 2b Humano Recombinante.

AbrilAbril

Imagem: O Interferón revelou-se um medicamento eficaz no tratamento (não na cura) da Covid-19, tendo sido adoptado pelas autoridades sanitárias chinesas no combate à doença CréditosLiu Dawei / Xinhua 

FAI comemora o Dia da Terra Palestina


NA QUALIDADE DE COLABORADOR DA FAI, JUNTO-ME A TODOS OS QUE COMEMORAM O DIA DA TERRA PALESTINA E PELO DIREITO AO RETORNO DE TODAS AS PALESTINAS E PALESTINOS ÀS SUAS TERRAS!

NA QUALIDADE DE ANTIGO COMBATENTE DA LONGA LUTA CONTRA O COLONIALISMO E O “APARTHEID” EM ÁFRICA, JUNTO-ME À CONDENAÇÃO AO “APARTHEID” SIONISTA QUE EM PLENO SÉCULO XXI BLOQUEIA ESPECIALMENTE GAZA!

NA QUALIDADE DE CIDADÃO DO MUNDO E PERANTE A PANDEMIA COVID-19, JUNTO-ME A TODOS QUE SÃO PELA LIBERTAÇÃO DAS PALESTINAS E PALESTINOS PRESOS PELAS AUTORIDADES SIONISTAS DE ISRAEL POR LUTAREM PELA CAUSA JUSTA DA LIBERTAÇÃO DE SUA PÁTRIA E PELA POSSE DE SUAS TERRAS!

PELA PAZ, PELA CIVILIZAÇÃO E PELA VIDA, BASTA! -- Martinho Júnior

El FAI conmemora el Día de la Tierra Palestina

Hoy se celebra el Día de la Tierra Palestina, en que se recuerda el día de 1976 en el que los palestin@s se manifestaron para protestar contra el incremento del robo de sus tierras por parte del ente sionista Israel.

El ejército sionista israelí respondió con el abuso de su fuerza y asesinó a siete palestinos, hirió e hizo prisioneros a centenares.

En recuerdo de estos sucesos cada año, se conmemora este día con manifestaciones y protestas, exigiendo el DERECHO al RETORNO de los refugiados y palestin@s que hay fuera de Palestina y la devolución de las tierras robadas por el ente sionista de Israel.

El Frente Antiimperialista Internacionalista, con este motivo y en las circunstancias de confinamiento por la pandemia del COVID 19, desea contribuir a esta celebración y a la Campaña por el Derecho al Retorno con la emisión de esta entrevista al compañero Maged Dibsi, periodista palestino, sobre el significado de esta efeméride:

Este año, también exigimos el levantamiento del BLOQUEO a GAZA y la LIBERTAD de los PRISIONEROS PALESTIN@S en las cárceles de Israel, agravado todo ello por el riesgo de extensión de contagio del Covid-19.

Animamos a todos los amigos y simpatizantes a que emitan, a lo largo de este día, mensajes por redes sociales con los siguientes temas:

30 de Marzo de 2020 Día de la Tierra

Por el Derecho al Retorno de todas y todos los palestinos a sus tierras.

Contra la colonización y el apartheid israelí.

Rompamos el bloqueo a Gaza

O toque a finados do neoliberalismo? (2)

Michael Hudson [*] entrevistado por Ellen Brown e Walt McRee


Ellen Brown – Se nos ergueremos na nossa cátedra e apenas dissermos que isto precisa mudar, nada acontecerá. Poderíamos fazer isso nós próprios e justamente mostrar o que estamos a fazer, em contraste com o que eles fazem...

Michael Hudson – Está a pedir para haver simetria. Mas eles impõem-nos uma grande carga, que não precisam carregar. Lançam os dados a seu favor. A Ellen pretende parar o favoritismo interno. Para apresentar corretamente os bancos dentro do sistema tem de se dizer: "Olhem, essas pessoas estão a tentar manter o seu monopólio". Pode-se usar a legislação anti-monopólio que está em vigor desde a época de Teddy Roosevelt. Há muito poder legal para dividir os grandes bancos. Poderiam ser tratados como acho que poderiam tratar as empresas farmacêuticas se Bernie Sanders entrasse.

Walt McRee – Os monopólios estão a ser desafiados pelo setor bancário paralelo. Novas tecnologias de troca de pagamentos parecem estar corroendo essa fonte singular de crédito. Qual é o seu prognóstico para como isso vai evoluir? Os grandes bancos encontrarão uma maneira de o reprimir?

Michael Hudson – Estamos falar de criptomoeda?

Walt McRee – Seria um exemplo, sim.

Michael Hudson – Bem, não se pode impedir as pessoas de jogar. As pessoas pensam que comprar uma criptomoeda é como comprar uma gravura de Andy Warhol. Talvez o preço aumente se um grande número de pessoas quiser. Mas, basicamente, é lixo. É muito especulativo. Certamente não é estável. Sobe e desce. Um dia, pode haver uma erupção solar que apague todos os registos bancários dessas coisas. Mas não há como impedir que as pessoas façam algo que pareça idiotice ou jogo. Portanto, simplesmente, não se lhes dará nenhuma proteção contra perdas. Também vai ser necessário isolar a economia de ter transações em criptografia, essas coisas alternativas de dinheiro que contêm grandes riscos de perda. Não são dinheiro real, porque o governo não aceitará o pagamento em criptomoedas para impostos ou bens e serviços públicos. O governo aceitará apenas formas especificas de dinheiro. Pode-se criar qualquer tipo de troca ou aposta. Se se deseja criar o equivalente a uma pista de corrida de cavalos com apostas, pode-se fazer isso, mas é uma pista financeira. Eu acho que pode haver impostos nas pistas de corrida. Estão desregulamentadas desde há muito. Mas os filmes de Hollywood mostram que há muita criminalidade por aí.

Walt McRee – Estávamos, Ellen, eu e Tyson Slokum, um pouco divertidos imaginando como Max Kaiser gosta do Bitcoin e como ele o vê como o novo ouro.

Michael Hudson – Ele disse-me que muitas pessoas assistem ao seu programa porque estão muito interessados no ouro ou interessadas no Bitcoin. Acho que ele tenta ter uma visão neutra, nas nossas conversas pessoais. Ele não está especialmente interessado no ouro ou no Bitcoin. Mas muitas pessoas querem ter informação sobre isso, então ele tem convidados no seu programa dizendo-lhes: "Aqui está, faça a sua escolha". Faz parte do novo cenário financeiro especulativo, assim como os pântanos fazem parte do cenário imobiliário da Florida. Então, ele cobre todo esse espectro de opiniões. A Reuters produz os seus shows e o público quer ouvir falar sobre isso. Então ele fala sobre o que eles querem ouvir.

160 mortos e 7443 casos de covid-19 em Portugal. Mais de mil infetados em 24 horas


A atualização é feita pela Direção-Geral da Saúde no boletim epidemiológico, desta terça-feira (dia 31).

No último dia, foram confirmados mais 1035 casos de covid-19 em Portugal e 20 mortes, segundo o boletim epidemiológico da Direção-Geral da Saúde desta terça-feira (31 de março), que inclui os dados recolhidos até às 24:00 de segunda. O país tem agora 7 443 infetados (a maioria na região norte) - mais 16% que ontem -, 160 mortes registadas e 43 recuperados.

Estão internadas 627 pessoas, 188 nos cuidados intensivos. Aguardam resultados laboratoriais 4610 cidadãos e outras 19260 estão em vigilância pelas autoridades de saúde (ou seja, recebem contactos regulares de profissionais por terem estado numa zona de risco ou terem estado com alguém infetado).

Dupla contagem dos casos no Porto

O número de infetados pelo novo coronavírus do Porto disparou, segundo dados da Direção-Geral da Saúde (DGS), divulgados na segunda-feira. O concelho registou um aumento de 524 casos em 24 horas, passando de 417 para 941 infetados. Estes dados podem, no entanto, estar errados, avançou o JN e confirmou o DN. Isto porque o aumento ultrapassaria não só o total da região norte, como aquele que foi registado em 24 horas em todo o país: mais 446 casos. Estes números fizeram com que Graça Freitas reconhecesse a possibilidade de criar um cordão sanitário no Grande Porto, em Gaia, Maia e Gondomar, hipótese mal recebidas pelos autarcas.

É a própria DGS que admite a possibilidade de estar errada a contagem do número de infetados no Porto. Ao JN e ao DN, a DGS explicou que está a ser utilizada uma "metodologia mista", que recolhe dados reportados pelas administrações regionais de saúde e pela plataforma Sinave (Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica), na qual os médicos inserem a informação sobre os doentes. "O universo pode ser indevidamente maior do que o número de casos por dupla contagem", adianta fonte da DGS.

A autoridade de saúde nacional refere que partir desta terça-feira serão utilizados apenas os dados do Sinave, deixando de ser tidos em conta os dados reportados pelas autarquias. Mas desta forma podem ser reportados apenas 70 a 75% do total de casos no país.

Mais de 38 mil mortos no mundo

São 38 720 mortes, 799 710 casos confirmados e 169 976 recuperações de covid-19 no mundo inteiro, de acordo com os dados oficiais, consultados às 11:30 desta terça-feira.

Os Estados Unidos da América são o país mais afetado (164 359 casos e 3173 mortes), com os pedidos de ajuda a multiplicarem-se. "Por favor, venham para Nova Iorque ajudar-nos. Agora", pedia aos profissionais de saúde ontem o governador nova-iorquino, Andrew Cuomo, perante um "aterrador" número de mortes provocadas pelo novo coronavírus.

Segue-se Itália com 101 739 pessoas infetadas e um total de 11 591 mortos (o maior número de óbitos do mundo). E em terceiro lugar está Espanha, que voltou a bater um novo recorde de mortes nas últimas 24 horas: números oficiais do ministério da Saúde divulgados esta manhã apontam para 849 óbitos declarados. Ao todo, já morreram 8189 pessoas e há 94 417 casos de coronavirus diagnosticados. Madrid é a cidade mais afetada.

Recomendações da DGS

Para que seja possível conter ao máximo a propagação da pandemia, a Direção-Geral da Saúde continua a reforçar os conselhos relativos à prevenção: evite o contacto próximo com pessoas que demonstrem sinais de infeção respiratória aguda, lave frequentemente as mãos (pelo menos durante 20 segundos), mantenha a distância em relação aos animais e tape o nariz e a boca quando espirrar ou tossir (de seguida lave novamente as mãos). E acima de tudo: fique em casa.

Rita Rato Nunes | Diário de Notícias 

Portugal | OS PROFISSIONAIS DA DESGRAÇA

Paulo Baldaia* | Jornal de Notícias | opinião

Numa crise, em que impera a incerteza e o medo se impõe à racionalidade, resistir ao populismo é o único caminho para não tornar a cura tão fatal como a doença. Não há razão nenhuma para confiarmos nos que tudo criticam, porque eles serão os primeiros a criticar quando fizermos o que eles pedem.

Descontando o Chega, com um comportamento abutre, os restantes partidos da oposição, mais ou menos assertivos na defesa dos seus pontos de vista, têm tido um comportamento bastante elogiável. Rui Rio tem estado exemplar como líder da oposição. A chefiar o governo, António Costa também tem revelado uma capacidade de liderança essencial num tempo de combate e unidade nacional. Dispensava-se o "excesso de entusiasmo" com que garantiu que não faltava nada nos hospitais, porque era evidente para toda a gente que faltava. Isso retira alguma confiança, numa altura em que precisamos de viver esta crise certos de que nos estão a dizer a verdade toda.

São igualmente dispensáveis protagonismos desnecessários de autarcas que até se têm revelado como um exemplo de iniciativa e trabalho no combate à Covid-19. Rui Moreira e Salvador Malheiro têm estado na linha da frente e merecem o nosso aplauso mas, ontem, o autarca do Porto a desqualificar a DGS por ter cometido o erro de pré-anunciar um cerco à cidade e, no passado, o autarca de Ovar ao antecipar-se a esse anúncio não contribuíram para a tranquilidade que tanta falta nos faz por estes dias.

Mau mesmo é a quantidade de gente nas redes sociais, locais de muita irracionalidade e para onde se deslocaram a totalidade das conversas dos cafés que agora estão fechados, se transforma em profissional da desgraça. E não estão sozinhos, com eles estão muitos ilustres comentadores e políticos. São os que criticaram por não termos avançado de imediato com o Estado de Emergência e a paralisação de toda atividade económica não essencial. E que agora criticam por não estarmos a despejar na economia o dobro, o triplo ou quádruplo do anunciado. E que vão criticar, quando chegar o momento de lançar a retoma, por não termos ainda mais milhares de milhões. E que se vão indignar, quando chegar a hora de pagar a fatura, por não termos sido capazes de perceber a irresponsabilidade de ter sido mãos largas sem perceber que tinha de haver limites. Haverá depois um momento em que os profissionais da desgraça não estarão todos juntos. Será o momento em que tudo tiver que ser resolvido com austeridade para voltar a diminuir o valor da dívida. Aí, os ilustres vão encher o peito de orgulho e fazer de conta que avisaram contra os desmandos que eles queriam no dobro. Eles passarão a concordar com o que tiver de ser feito, os que pagam sempre a conta é que não vão achar piada nenhuma.

*Jornalista

APESAR DE TUDO SE ESTAR A DESMORONAR… VENCEREMOS!


Traiçoeiramente, sem convite, o vírus ocupou globalmente os países, adoecendo e assassinando seus habitantes, obrigando-os a fecharem-se em casa para se salvarem, para que ele não os afete na saúde, nem lhes leve familiares queridos, nem amigos. No Planeta Terra tudo mudou e as cidades são semelhantes a desertos em que raramente passam os humanos.

Os efeitos tantas vezes mortais do vírus contamina também a economia. Os mais fracos são aqueles que mais estão expostos a serem dizimados. Há empresários que já nem sabem o que fazer, principalmente os pequenos empresários. Os grandes empresários, os que se podem incluir nas faldas aproximadas dos 1% que detêm as riquezas do mundo já vêem na pandemia do covid-19 novas oportunidades de aumentarem as suas fortunas e de radicalizarem ainda mais as suas predisposições para a especulação, para a obtenção de chorudas maquias que os governos lhes oferecerão de bandeja conforme já está planeado. Os trabalhadores, esses, são carne para canhão, como sempre.

Da angustia de empresários a “fala” é hoje da jornalista do Expresso Elisabete Miranda. Tema delicado porque sabemos que há empresários e empresários. Há os que com esta pandemia vão enriquecer ainda mais desassombradamente, mais descaradamente, mais desumanamente, mais imoralmente, e existem também no grosso da mole imensa dos dessa atividade, os patrões, aqueles que estão a ver e a sentir os seus esforços a serem derrubados por um vírus como se de um castelo de cartas tivesse sido o seu empreendimento, não sabendo como poderão pagar os ordenados aos seus poucos empregados. Sim, porque afinal o negócio está suspenso e nem dá para as despesas certas do quotidiano.

Evidentemente que compete aos governos olharem para esses e para os seus trabalhadores. Inteirar-se sobre os que são compulsivos oportunistas e vigaristas e os que não são. Mas como? Pois, a “coisa” assim será muito complicada. Aliás, como quase tudo nesta sociedade que sobrevive muito mal neste dia de cada vez. Apesar de saber que amanhá o dia será quase igual em quase tudo, exceto no número de vítimas mortais do vírus e dos números de cidadãos que são contaminados por ele. Ele, o covid-19.

Este é o Curto do Expresso que importa ler porque os “patrões”, muitos deles, estão a ficar à mingua. Assim sendo ainda mais à míngua ficarão aqueles e aquelas que vendem a sua força de trabalho nos vários ramos de atividades que sustentam a economia dos países…

Vêm aí dias ainda mais difíceis para quase todos e muito mais para os mais fragilizados na saúde e na economia.

É disso que trata este Expresso Curto. Vá ler, a seguir. Inteire-se e não desanime. Resista. Lute. Procurem o coletivo, unam-se e lutem. Lutemos.

Bom dia, mesmo que tudo se esteja a desmoronar o arco-íris há-de acontecer e exibir-se  radiante, para nos maravilhar. Venceremos!

MM | PG

Portugal | Estado de emergência vai ser renovado. Mais medidas na mão do Governo


Marcelo quer renovar o estado de emergência mas o decreto presidencial não deverá mudar. Se o Governo quiser, tem margem para ir mais longe. "Vamos ter que prolongar as medidas adotadas", reconheceu o primeiro-ministro. E esta terça-feira, a "união nacional" dá início ao processo. Sondagem da Marktest diz que 94% dos portugueses quer que o PR prolongue as restrições por mais 15 dias.

O Presidente da República prepara-se para prolongar o estado de emergência que decretou há 15 dias e o Governo não se irá opôr. O sinal foi dado pelo primeiro-ministro na segunda-feira, quando afirmou que "vamos ter de prolongar as medidas que têm vindo a ser adoptadas, com estado de emergência ou sem estado de emergência”. Marcelo Rebelo de Sousa prefere que seja "com".

"Proponho aquilo que entender ser necessário", afirmou o Presidente aos jornalistas, sublinhando que antes vai "ouvir o Governo". A renovação do decreto não deverá alterar o seu conteúdo uma vez que, explicaram ao Expresso, o que está em vigor permite ao Executivo ir mais longe nas restrições, se assim o entender ou se sentir necessidade. Mas essa será uma decisão do Governo.

Um dos pontos em análise passa, como avançou o Expresso no sábado, por eventualmente calibrar algumas das medidas tendo em conta o período da Páscoa que se aproxima. E o facto de, como o Presidente alertou ontem, "sabermos que esta é uma situação que está para durar várias semanas", também está a exigir ponderação política e cálculo dos custos-benefício, do ponto de vista económico e social, de se prolongarem restrições às pessoas durante tanto tempo.

Por um lado, "a economia não pode parar", como Costa e Marcelo afirmam a uma só voz. Por outro, há o risco do cansaço começar a pesar nas pessoas levando-as a querer furar as restrições. O equilibrio tem que ser ponderado.

O processo começa hoje a ser preparado em mais uma reunião do poder político - Presidente da República, Presidente do Parlamento, primeiro-ministro, e líderes partidários - com especialistas do setor da Saúde e a que se juntam os parceiros sociais e os conselheiros de Estado. Depois de ter começado por os ouvir antes de decretar o estado de emergência, Marcelo decidiu associá-los ao encontro de hoje, onde entrarão por videoconferência.

António Costa já antecipou, de certa forma, o que aí vem quando disse que o país "vai entrar no mês mais crítico desta pandemia" e "sem fazer futurologia" considerou que "o que é expectável é que, sabendo nós que temos tido sucesso, felizmente, em baixar o pico da pandemia" se acabem por "prolongar" as restrições adotadas. Neste momento, recorde-se, as autoridades prevêem que esse pico chegue apenas no fim de maio.

Na quarta-feira, Governo e Presidente articulam agulhas e Marcelo enviará a sua decisão para o Parlamento que na quinta-feira a votará. Há 15 dias, tirando a abstenção do PCP, Verdes, IL e da deputada Joacine Katar Moreira, todos votaram a favor do estado de emergência. Ontem, o Barómetro de Opinião Covid19 da Marktest concluía que 94% dos portugueses consideram que o Presidente deve prolongar o estado de emergência por mais 15 dias.

Ângela Silva | Expresso

Imagem: Costa chamou Marcelo, Ferro e partidos para partilhar cenários da crise. Emergência vai ser prolongada com consenso / RODRIGO ANTUNES/LUSA

segunda-feira, 30 de março de 2020

DECIDIMOS ABANDONAR O FACEBOOK DO IMPÉRIO DECADENTE DOS EUA


Considerando a censura cerrada que o Facebook tem efetuado ao Página Global ao longo dos anos (mais de 10), assim como a autores-colaboradores que participam nesta publicação - sendo o caso mais flagrante Martinho Júnior - decidimos não "alimentar" mais aquela rede social visivelmente controlada por administrações e organizações norte-americanas que não aprovam as referências que também aqui publicamos sobre os feitos e a reprovação de alguns dos seus crimes contra a humanidade, a sementeira de guerras, as suas injustiças contra seus próprios cidadãos, etc.

É longa a lista histórica que dá e sobeja para enunciar tais crimes, afinal posteriormente "lavados" por alguns órgãos de comunicação social aparentemente respeitáveis que usam e abusam da manipulação e das referidas "lavagens" de políticas e ações de guerra criminosa ao arrepio do Conselho de Segurança da ONU. 

Conclui-se que é por isso, pelas nossas divulgações fazendo eco de outras publicações e por artigos exclusivos de nossos colaboradores quando os apresentam e opinam, que o desagrado do Facebook vem sendo manifestado. Primeiro privando temporariamente a divulgação ali dos nossos títulos e agora privando completamente e desde há dias qualquer link de Página Global.

Por tudo isso e porque reprovamos e não aceitamos as extremas tendências censórias e antidemocráticas do Facebook decidimos abandonar aquela agência sinuosa e fraudulenta - denominada rede social - cada vez mais de propaganda do império decadente dos EUA e aderirmos à rede social do VK, para além de desde sempre também estarmos no Twitter, ligações cujo acesso encontram na barra lateral do PG.

Aos leitores, amigos e colaboradores do Página Global que usam o Facebook anunciamos que a partir de hoje não publicaremos mais nada após a publicação na integra desta comunicação. Retiraremos do Facebook amanhã tudo que tivermos de ligação e "alimento" àquela "rede social". A saber: a página, o grupo e toda e qualquer referência a que tenhamos aderido. Talvez ao Facebook só voltaríamos se e quando comprovasse regular-se por valores intrinsecamente democráticos, de respeito pela liberdade de manifestação, de expressão, de informação, etc. O que não acreditamos que aconteça porque o império  norte-americano está em queda acelerada e o desespero leva-o a ações criminosas e antidemocráticas que têm a reprovação de enorme percentagem da população mundial.

O Página Global agradece a todos(as) que nos têm acompanhado na referida "rede social" que a partir deste momento abandonamos e voltamos a esclarecer que amanhã, terça-feira, 31 de março, procederemos ao nosso abandono efetivo e definitivo. Por essa razão não devem perder tempo a ali nos procurarem. Estaremos no Twitter e no VK - ver barra lateral.

Um grande abraço de todo o PG

MM | PG

A paz impõe outra percepção sobre a guerra, mas sobretudo sobre a vida!


Martinho Júnior, Luanda 

As elites africanas, em especial as que fazendo uso de “representatividades” estão no poder, devem perceber que na actual situação de globalização, a hipocrisia e o cinismo de que têm feito uso volta-se contra elas e contra os povos, como “um feitiço contra o feiticeiro”!

É esse o peso específico da guerra psicológica “soft power” estimulada pelo império, com todos os contraditórios que um exercício dessa natureza implica num ambiente de hegemonia unipolar!

Em todos os sentido Angola é um “exemplo” disso, quando não se busca uma outra percepção sobre a guerra e sobretudo sobre a vida!... (https://paginaglobal.blogspot.com/2020/02/18-anos-de-excremento-do-diabo.html).


01- O caos, o terrorismo e a desagregação atingem a Síria de há dez anos a esta parte, precisamente o mesmo tempo que durou a “guerra dos diamantes de sangue” que atingiu Angola entre 1992 e 2002! (https://www.patrialatina.com.br/19-anos-de-guerra-sem-fim-que-alvo-apos-a-siria/).

Angola, na manobra do capitalismo neoliberal dum vassalo dilecto como os governos portugueses do “arco de governação” e em nome de reconciliações duvidosas geradas coma charneira de Bicesse a 31 de Maio de 1991, teve o mesmo tipo de experiência a que a Síria foi sujeita entre 2010 e 2020, (https://paginaglobal.blogspot.com/2020/02/a-siria-uma-ampulheta-viva-na-mudanca.html), mas agora é um dos mais de 40 países que têm relações diplomáticas com a Turquia, considerado pela União Africana como “parceira económica de África” e deliberadamente desconhecida pelas elites governamentais africanas como um dos promotores de caos, terrorismo e desagregação conforme o exemplo mais que palpável de Idlib e da Líbia! (http://jornaldeangola.sapo.ao/mundo/turquia_abre_novas_embaixadas_em_africahttps://southfront.org/terrorists-in-idlib-received-additional-funding-of-2m-for-weapons-operations-against-syrian-army-russians/https://southfront.org/number-of-turkish-backed-syrian-militants-killed-in-libya-jumps-to-143/).

… Não é de admirar por que o “lóbi luso-angolano” tem condicionado tudo inclusive, no meu caso, a minha participação no Facebook, censurada, banida nas partilhas e nos comentários e sujeita a todo o tipo de devassas em função dos interesses e das conveniências dessa lóbi neoliberal e social-democrata! (https://www.facebook.com/people/Martinho-Junior/100015239521186https://www.facebook.com/martinho.junior.9066).

Esta mudança de 180º por parte de Angola, em cínico nome da paz, ao invés de aproximar o país dos parâmetros urgentes em prol duma civilização global, pelo contrário afasta-o na direcção da barbárie, pelo que a contradição torna-se cada vez mais que evidente: jamais será por via da barbárie que alguma vez se vai alcançar a paz com justiça social, se vai aprofundar a democracia tornando-a participativa e “protagónica”, ou alguma vez se vai dar luta ao subdesenvolvimento por via duma geoestratégia para um desenvolvimento sustentável!... (https://paginaglobal.blogspot.com/2020/03/onde-se-esvai-parte-do-caos-e-do.htmlhttp://paginaglobal.blogspot.pt/2017/05/angola-deve-reequacionar-as-abordagens.html).

Mais médicos e ajuda chinesa na Venezuela para lutar contra a Covid-19


Um grupo de médicos especialistas e ajuda humanitária provenientes da China chegaram esta madrugada à Venezuela, para se unirem aos esforços do país sul-americano contra a propagação da pandemia.

Eram 2h30 (hora local) quando aterrou na Venezuela o avião da Hainan Airlines que levou para o país caribenho oito especialistas chineses em problemas respiratórios, bem como um carregamento com material para ajudar na luta contra a Covid-19. Trata-se do terceiro voo que liga ambos os países no contexto da emergência sanitária, informa a TeleSur.

Na recepção aos profissionais chineses, o ministro dos Negócios Estrangeiros da Venezuela, Jorge Arreaza, destacou que «a ajuda humanitária proveniente da China, com médicos especialistas, peritos e cientistas relacionados com a luta contra a Covid-19, é a verdadeira ajuda sem intervenção, é a solidariedade da China».

«Em nome do presidente Nicolás Maduro, em nome do povo da Venezuela, queremos agradecer ao presidente (chinês) Xi Jinping e ao povo da República Popular da China», disse Arreaza, para sublinhar em seguida que, «com o conhecimento científico e a experiência que a China pôde acumular nos últimos meses, sabemos que muitas vidas de venezuelanos vão ser salvas».

Transferindo triliões para os super-ricos. "Migalhas" para famílias nos EUA


Trump rejeita a supervisão do Congresso por causa de projeto de resgate corporativo

Stephen Lendman* | Global Research, March 30, 2020

A medida acordada quase por unanimidade pelas duas alas direitas do Estado de partido único consiste em transferir incontáveis ​​trilhões de dólares de americanos comuns para a classe privilegiada do país.

A decepção a define incluindo migalhas para cerca de 150 milhões de lares americanos. A maioria das pessoas não sabe como o Congresso e a Casa Branca os estão fugindo.

O esquema é direto do manual de Wall Street, discutido em meus livros intitulado "Como Wall Street Fleeces America" ​​e "Ocupação de banqueiros".

O que o CEO da Goldman Sachs, Lloyd Blankfein , afirmou uma vez estar fazendo "o trabalho de Deus", trata-se de ganhar dinheiro da maneira antiga, roubando-o.

A GS e outros bancos de Wall Street fazem isso por meio de fraude, roubo, manipulação de mercado, esquemas de execução e bombeamento, enganando investidores, subornando políticos, servindo em cargos importantes do governo e recebendo trilhões de dólares em resgates, mediante solicitação.

De acordo com a Seção 4018 / Divisão A do projeto de resgate corporativo, “um novo inspetor geral geral… dentro do” Departamento do Tesouro é estabelecido para distribuir no exterior meio trilhão de dólares em fundos de resgate corporativo.

Em sua declaração assinada na sexta-feira, Trump afirmou que a medida "inclui várias disposições que suscitam preocupações constitucionais" - em relação à autoridade do poder executivo e à separação de poderes.

O projeto de lei exige a supervisão do Congresso sobre a distribuição de fundos, o recém-criado inspetor geral necessário para informar ao Congresso sobre como isso é administrado.

Trump quer que o controle do fundo escasso entregue os desembolsos aos favoritos do regime sem supervisão.

Ele citou o Artigo II, Seção 3 da Constituição, declarando que o presidente “cuidará para que as leis sejam executadas fielmente” - a chamada Cláusula de Cuidado.

Segundo o Constitution Center, é "uma importante fonte de poder presidencial porque, aparentemente, investe o escritório com ampla autoridade de execução".

"No entanto, ao mesmo tempo, a disposição também serve como uma grande limitação a esse poder, porque ressalta que o executivo tem o dever de executar fielmente as leis do Congresso e não as desconsiderar."

O toque a finados do neoliberalismo? (1)


Michael Hudson entrevistado por Ellen Brown e Walt McRee

O presente texto resulta de uma entrevista dada por Michael Hudson à advogada e ativista social, Ellen Bronw e a Walt McRee, fundador e dirigente do Public Banking Institute, (instituição não lucrativa), disponível em It's Our Money podcast. Michael Hudson é um dos mais importantes e clarividentes economistas atuais. O interesses das suas afirmações é reforçado pelo facto de que, no que se refere à Reserva Federal dos EUA, à finança e ao neoliberalismo, se aplica ao BCE e ao sistema socioeconómico vigente, ou antes, imposto, na UE.

Walt McRee – A devastação económica global produzida pela especulação originada pelo mercado livre, teve como resultado cidadãos angustiados e espoliados indo para as ruas às centenas de milhares nas cidades de todo o mundo, sendo prosseguida a exploração destrutiva dos recursos do planeta. O culpado é um sistema económico neoliberal envelhecido que produz uma desigualdade social histórica enquanto consolida o poder nas mãos de poucos. O nosso convidado, o conceituado economista Michael Hudson, diz que esse sistema é mais neofeudal do que neoliberal – e que os seus inerentes excessos estão prestes a derrubá-lo. Ellen relata que um exemplo de sua morte pode estar no México, onde o seu novo presidente está a criar novos bancos públicos para ajudar a resolver algumas de desigualdades neoliberais.

Michael Hudson – Há um reconhecimento de que os bancos comerciais se tornaram disfuncionais e que a maioria dos empréstimos dos bancos comerciais são baseados em ativos, inflacionando os preços de imóveis, ações e títulos ou empréstimos para adquirir ou tomar posição em empresas.

A economia de baixo rendimento não foi ajudada pelo sistema financeiro atual. Na cidade de Nova York, são sistematicamente negados vários serviços por agências governamentais federais, governos locais e setor privado, aos residentes de bairros pobres ou comunidades específicas – principalmente negros – uma classe visceralmente odiada pela alta finança. Do topo à base, eles foram muito claros: não iriam emprestar dinheiro para locais com minorias raciais como o Lower East Side. O Chase Manhattan Bank disse-me que o motivo era explicitamente étnico e que eles não queriam lidar com pessoas pobres.

Muitas pessoas nesses bairros costumavam ter bancos de poupança. Havia 135 bancos de poupança mútua na cidade de Nova York com nomes como o Bowery Savings Banks, o Dime Savings Bank, o Immigrant Savings Bank. Como os seus nomes mostram, deveriam servir especificamente os bairros de baixo rendimento. Mas nos anos 80 os bancos comerciais convenceram os bancos de poupança mútua a deixarem-se adquirir. As reservas de capital dos bancos de poupança acabaram por ser saqueadas pela Wall Street. O património dos depositantes foi esbulhado (mantendo os seus depósitos, como garantia). Sheila Bair, ex-presidente da Federal Deposit Insurance Corporation, disse-me que a narrativa de cobertura contada pelos bancos comerciais era que seriam suficientemente grandes e terem mais reservas de capital para concederem empréstimos nos bairros de baixo rendimento. A realidade foi que, em vez disso, simplesmente extraíram receita desses bairros. Grandes partes das maiores cidades da América, de Chicago a Nova York e outras, estão sem bancos devido à transformação de bancos comerciais de prestadores de hipotecas a apenas coletores de receita. Isso deixa como principal recurso nesses bairros os credores do dia do pagamento, que aplicam taxas de juros usurárias. Esses credores tornaram-se novos grandes clientes dos banqueiros de Wall Street, não os pobres que não têm acesso comparável ao crédito.

Portugal | 140 mortos e 6408 casos de covid-19. 13% são profissionais de saúde


Nas últimas 24 horas foram confirmados mais 446 infetados e 21 mortes, de acordo com o boletim epidemiológico da DGS. Os diagnósticos aumentaram 7,5% em relação a ontem - a menor taxa de crescimento desde que o surto se intensificou.

O número de infetados com covid-19 em Portugal passou a 6408, sendo que 13% do total são profissionais de saúde. Há ainda a registar 140 vitimas mortais e 43 recuperados, segundo o boletim epidemiológico da Direção-Geral da Saúde desta segunda-feira (30 de março), que inclui os dados recolhidos até às 24:00 do dia anterior. No último dia foram notificadas mais 21 mortes e 446 casos (um aumento de 7,5% - a menor taxa de crescimento desde que o surto se intensificou. É preciso recuar até ao dia 10 de março para encontrar um aumento menor, de 5%).

Há 853 profissionais de saúde portugueses infetados. Destes, 209 são médicos e 177 são enfermeiros, segundo dados atualizados pelo secretário de estado António Lacerda Sales na conferência de imprensa diária no ministério da Saúde, esta segunda-feira. Sabe-se que menos de dez profissionais encontram-se a receber internados no serviço de cuidados intensivos, embora o secretário de estado não tenha precisado este número.

"Faz hoje duas semanas que fecharam as escolas portuguesas e que as famílias estão em suas casas. Temos todos de continuar este trabalho porque a luta não dá tréguas. Ficar em casa é salvar vidas", disse o secretário de estado da Saúde, acrescentando que a prioridade do ministério neste momento passa por: "testar, isolar, proteger e tratar".

O primeiro-ministro afirmou, esta segunda-feira, que "o país vai entrar no mês mais critico e por isso é fundamental que nos preparemos". Depois de uma visita ao antigo Hospital Militar de Belém, em Lisboa, onde será instalado o novo centro de apoio militar para o combate à pandemia, António Costa voltou a apelar à mobilização de todos e declarou que o estado de emergência em vigor deverá ser prolongado esta semana, quando tiver de ser reavaliado. "Neste momento, nada justifica a alteração das coisas, que têm estado a correr muitíssimo bem", disse o primeiro-ministro.

Ainda de acordo com o boletim de hoje, estão internadas 571 pessoas, 164 nos cuidados intensivos. Aguardam resultados laboratoriais 4845 cidadãos e outras 11482 estão em vigilância pelas autoridades de saúde (ou seja, recebem contactos regulares de profissionais por terem estado numa zona de risco ou terem estado com alguém infetado).

A região mais afetada do país continua a ser o norte (3801 casos, 74 mortes), onde estão quatro dos cinco concelhos que registam mais casos no país: Porto (941), Vila Nova de Gaia (344), Maia (313), Matosinhos (295). Só Lisboa, que entra nestas contas em segundo lugar, com 633 casos, não pertence a esta zona do país. "O Porto tem estado a receber todo o apoio nacional", garantiu Graça Freitas, acrescentando que será hoje tomada uma decisão sobre a possibilidade de um cerco sanitário no Porto.

A nível regional segue ​​​​​​Lisboa e Vale do Tejo (1577, 30 mortes), o centro (784, 34 mortes), o Algarve (116, 2 mortes), o Alentejo (45), a Madeira (44) e os Açores (41 casos).

Mais de metade das mortes por covid-19 em Portugal (83%) dizem respeito a pessoas com mais de 70 anos. No entanto, há duas vitimas mortais entre os 40 e os 49 anos, seis entre os 50 e os 59 e 16 entre os 60 e os 69.

Está ainda em investigação a morte de um jovem de 14 anos de Ovar, que testou positivo para covid-19. O óbito foi declarado no domingo de manhã no hospital de Santa Maria da Feira, embora as causas da morte tenham de ser esclarecidas, uma vez que o rapaz tinha outras doenças crónicas que levaram à sua hospitalização, indicou a diretora-geral da Saúde, este domingo. "Só quando estivermos certos é que será divulgada a causa da morte, mas provavelmente vamos inscreve-la [a criança] no boletim", reforçou Graça Freitas, esta segunda-feira.

Porto é o concelho com mais casos. Tem quase mil pessoas infetadas


São 941 os casos de covid-19 confirmados no Porto. Está a ser ponderado um cordão sanitário nos municípios mais afetados como Gaia, Maia e Gondomar, anunciou a DGS. Já o concelho de Lisboa regista 633 pessoas infetadas pelo novo coronavirus.

Porto voltou a ser o concelho com mais casos confirmados de infeção pelo novo coronavírus. Destaca-se dos restantes concelhos ao registar agora 941 pessoas infetadas, segundo o boletim da Direção-Geral da Saúde (DGS), divulgado esta segunda-feira (30 de março). São mais 524 casos detetados, em comparação com os dados divulgados no domingo (417).

Perante este números, a diretora-geral da Saúde, Graça Freitas reconhece que é possível criar um cordão sanitário no Grande Porto, nos municípios mais afetados como Gaia, Maia e Gondomar. Está a ser avaliado e deve ser tomada ainda esta segunda-feira uma decisão.

O concelho de Lisboa surge logo a seguir com 633 casos positivos de covid-19. Soma mais 39 casos do que no domingo (594), dia em que era o concelho com mais infetados no país.
Segue-se Vila Nova de Gaia com 344, Maia com 313, Matosinhos com 295, Gondomar com 276, Ovar com 241, Coimbra com 229, Braga com 213, Valongo com 202, Sintra com 159, Santa Maria da Feira com 154, Cascais com 119, Vila Real com 115 e Aveiro com 95. Estes são os 15 concelhos com mais pessoas infetadas, neste momento.

União Europeia | HIPÓCRITAS*


Os responsáveis que o capital escolheu para o seu serviço mostram-se nesta situação de crise em todo o seu esplendor: mentirosos, egoístas, hipócritas, oportunistas. Eles e as suas instituições deixaram os serviços e os profissionais da saúde sem recursos nem meios. Mas agora uns exigem o que eles próprios não fizeram e todos perguntam-se, como sempre: “quanto custa”, “onde é que está o lucro?”, ou “quanto ganhamos com isso?”

Nestes dias de pandemia em que o coronavírus testa a capacidade de resistência da humana condição, assiste-se à proliferação de vírus de diferente espécie que, não sendo novos, nem por isso são menos letais: os vírus da mentira, do oportunismo, da hipocrisia, do egoísmo.

Face a um problema global com a gravidade que reveste a covid -19, a União Europeia limitou-se a abrir a bolsa para o sector financeiro, a autorizar os países a gastar o que fosse preciso do seu PIB com os seus cidadãos (remetendo para mais tarde a respectiva factura), e não foi capaz de um gesto ou apelo que fosse à solidariedade dos 27, que ao mesmo ritmo a que foram fechando fronteiras decretaram o salve-se quem puder, sem perceber que as fronteiras estão à nossa porta.

É no mínimo obsceno que perante a trágica situação vivida em Itália e em Espanha, para citar apenas dois exemplos, com os respectivos pessoal e serviços de saúde à beira da ruptura, a ajuda externa tenha chegado não da «solidária» UE nem do «amigo» americano, mas dos mal-amados chineses, cubanos e russos. Esses mesmos, a quem os EUA impõem sanções económicas em função dos seus interesses, retaliando ainda contra os que os não seguem como se continuássemos na Idade Média.

Face à pandemia, ouvimos políticos como Macron a falar de «guerra sanitária» e a mobilizar o exército para levar doentes para hospitais de campanha, sem um resquício de arrependimento por ter suprimido em três anos 4172 camas em 3000 serviços de saúde pública, dando de resto seguimento à política do seu antecessor François Hollande, que suprimiu 17 500 camas em 95 centros de saúde.

Nada muito diferente da situação em Portugal, onde os que agora questionam as condições do SNS são os mesmos que em sucessivos governos fizeram com que o País passasse de 397,6 camas por 100 mil habitantes nos hospitais, em 1990, para 344,5 em 2018; ou que o número de camas nos centros de saúde passasse de 32,4 para zero; ou que as 39 690 camas existentes nos 240 hospitais, em 1990, ficassem reduzidas, em 2018, a 35 429 camas em 230 hospitais. Os mesmos que agora querem máscaras para cada cidadão e que enquanto governantes foram responsáveis por Portugal ser o país da Europa com menor número de camas nos cuidados intensivos: 4,2 por 100 mil habitantes. Os mesmos que hoje clamam por mais Estado, sem qualquer pudor, são os mesmos que desenvolveram políticas que levaram mais de 20 mil enfermeiros formados pelo ensino público a deixar o País – a zona de conforto – desde 2010.

Numa altura em que apenas três semanas foram iniciados 28 processos de despedimento colectivo, o triplo face ao mesmo período do ano passado, o vírus que mata tem outro nome.

Entre o juramento de Hipócrates, feito pelos médicos, e o juramento dos hipócritas, a única semelhança está na fonética.

*Este artigo foi publicado no “Avante!” nº 2417, 26.03.2020

*Extraído de O Diário.info por PG

Portugal | O CERCO DE OVAR


Domingos De Andrade* | Jornal de Notícias

O primeiro pedido, de muitos, em telefonemas, mensagens, correios eletrónicos, foi para que não faltassem jornais. Ovar vivia as 24 horas iniciais de cerco, um concelho sitiado, sem entrada possível, com as fugas de quem conhecia os caminhos de cabras a serem denunciadas pelo próprio presidente.

É aflitivo entrar naquele concelho e sentir que há olhares malsãos no ar, que as pessoas se incutem uma perceção de estigma que vem de fora, das terras limítrofes. Sentir a angústia dos polícias, com familiares dentro de uma clausura imaginável e real, os familiares afastados por uma fronteira virtual que separa o ar respirável do ar impuro.

Entrar no edifício da Câmara, onde funciona o gabinete de crise, com elementos da Proteção Civil, especialistas, autarcas, voluntários, é também deixar-se invadir pelo medo que por estes dias nos assalta.

Ovar tem 120 idosos do lar da Santa Casa da Misericórdia em "estado de sítio", depois de um ter morrido com a Covid-19. Tem um tecido empresarial agoniado e incapaz de sequer fazer escoar os produtos armazenados. Uma população maioritariamente remediada, os pescadores, os trabalhadores das fábricas, gente que vive do campo. E pouco mais.

Não tem médicos, ou enfermeiros, escassa ajuda estatal nestes quase 15 dias de calamidade pública. Nem ninguém que conte as horas dramáticas que ali se vivem, exceto, permitam-me este orgulho, o JN, que nunca deixou de descrever de dentro para fora o que lá se vive.

O apelo lancinante de Salvador Malheiro, finalmente acudido, a pedir ajuda ao Governo, em meios técnicos e humanos, para montar uma tenda de campanha, seria escusado, se não parecesse, como parece, que a população foi abandonada à sua sorte.

Ovar precisa de ajuda. Se não os ajudarmos agora, como poderemos estar certos de que alguém nos vai dar a mão quando formos nós a precisar?

Percebe-se hoje melhor o porquê de o autarca confrontar permanentemente os números de infetados de que dispõe com os que são divulgados pela Direção-Geral da Saúde. Como é que um político justifica aos seus munícipes um estado de calamidade pública quando os números até são menores do que nos concelhos limítrofes?

*Diretor

Infografia, covid-19. Como compara Portugal com os países mais afetados?


Estamos na mesma trajetória de França

Na comparação da evolução das mortes entre os países mais afetados, Portugal continua pior do que estava Itália na mesma fase da pandemia (8 dias a partir da 10.ª morte): Itália tinha 107, nós estamos com 119. Porém, a variação diária em Portugal foi inferior nos últimos dias, o que, a manter-se, nos pode fazer distanciar da tragédia italiana. 

Quanto aos contágios, os números portugueses estão a seguir a trajetória francesa. Os Estados Unidos, que lideram atualmente todos os países em número de casos, também já tinham uma trajetória diferente da portuguesa nesta fase

João Silvestre e Sofia Miguel Rosa | Expresso

UM DIA A MAIS É UM DIA A MENOS


Martim Silva | Expresso

Bom dia, este é o seu Expresso Curto desta segunda-feira, 30 de Março de 2020.

Em circunstâncias normais, este seria o meu primeiro dia de férias, para estar com a minha filha que teria também entrado em Férias escolares da Páscoa. Em circunstâncias normais estaríamos hoje todos mais sorridentes por termos acabado de entrar na hora de Verão e vermos os dias estenderem-se até às oito da noite. Em circunstâncias normais iria hoje ver a minha mãe, que faz 69 anos.

Mas estas não são circunstâncias normais. Nem para mim, nem para si, nem para ninguém.

Faça-me companhia e venha daí nesta sua newsletter da manhã.

Já que as circunstâncias não são normais, permita-me o leitor este exercício: as primeiras dez notícias aqui colocadas vão ser positivas. Claro que falam da pior crise das nossas vidas, mas vão ser notícias que no meio desta pandemia nos permitem alguma esperança, ou um sorriso ou um olhar para que o que virá depois.

Por isso destaquei como título desta newsletter uma frase dita ontem pelo presidente do Governo de Espanha, Pedro Sanchéz. No meio da crise, pensar que há uma luz ao fundo do túnel. Um dia a mais é um dia a menos.

Sim, o depois virá e esperemos que seja rapidamente. Já falta menos um dia

É razoável pensar que chegámos ao pico. A frase é do primeiro-ministro italiano Giuseppe Conte, em entrevista hoje ao El País. Esperemos que tenha razão e que o pior esteja a passar no país do mundo mais afectado pela doença.

House Party. Esta é seguramente uma das apps do momento. Se todos estamos em casa, as novas formas digitais de comunicar e trabalhar são os dos temas que merecem um olhar. Afinal, isto é o que mais se aproxima de um abraço que podemos ter agora.

O Governo português decidiu regularizar de imediato todos os processos pendentes de imigrantes. O objectivo é dar a todos os mesmos direitos e obrigações durante o estado de emergência que vigora. Por cá passou meio despercebida, mas a notícia foi referida, é elogiada, por imprensa em todo o mundo, como um exemplo de civilidade e capacidade de acolhimento.

A sociedade e suas organizações mobilizam-se. O Instituto de Medicina Molecular, da cientista Maria Manuel Mota, avançou para a criação de testes da covid-19 produzidos em Portugal. O Governo fez um acordo com a instituição e já a partir de hoje vão ser realizados mais testes em lares um pouco por todo o país (além dos testes que já estavam a ser feitos). Lares de idosos que são nesta altura uma das principais preocupações por cá.
Rui Rio deu uma entrevista a uma televisão. Registo a sua frase, registo o sentido de Estado revelado, registo o posicionamento de um político que andou anos a dar tiros ao lado mas agora, quando verdadeiramente interessa, mostra um comportamento exemplar: “Precisamos de unidade nacional. E o país tem um Governo. Temos de perceber que fragilizar o Governo é fragilizar o nosso combate. Temos de pôr de lado essa lógica de oposição”.

O fim do período de quarentena na província de Hubei. O levantamento, já para a semana, do isolamento da cidade de Wuhan, onde (ainda se lembra?) tudo começou há uns meses. A China vai dando sinais de um lento regresso à normalidade. E se a normalidade na fábrica do mundo vier rapidamente, pode ser até que no fim todos saiamos desta crise um pouco antes do que pensávamos.

Há uma ‘avó-milagre’ italiana que aos 102 anos teve covid-19 e curou-se da doença. "Trabalhei muito, mas pensei também sempre em divertir-me. Quando podia, diverti-me sempre".

Vizinho, estás à janela? Eis uma curiosa forma de combater a solidão e o isolamento. De um bairro junto à capital.

Tal como já tinha sido noticiado em relação ao crédito à habitação, o mesmo vai suceder com outros créditos, como o da prestação do carro. Quem tiver redução de rendimentos nesta altura vai beneficiar de uma moratória. Ou seja, não paga agora, paga mais tarde.

Estudo mostra como o plasma de doentes infectados que já se curaram pode ajudar outros cidadãos nesta doença.

(e ainda uma extra)

Lionel Richie quer gravar um novo We Are The World a propósito da pandemia da covid-19 (alguns dirão que esta não é uma notícia positiva mas eu sou daqueles que ainda a canta do princípio ao fim no rádio do carro).

OUTRAS NOTÍCIAS

Desde o início da crise que os dois principais indicadores para percebermos o impacto da covi-19 são o número de infectados e o número de mortos registados.

Ora, crescem os sinais de que nem um nem outro dado são muito fiáveis. Ou melhor, que os números que nos apresentam estão longe da verdade.

Que há muito mais infectados que os registados, e falamos do mundo inteiro, já percebemos e isso prende-se por exemplo com o facto da doença poder ser assintomática, com o facto de muita gente ficar em casa e não ser testada, entre outros.

Mas agora cresce por todo o mundo outro debate: é que também o número de mortos pode não ser o real.

Há a polémica da China esconder os números, que não é de hoje nem é particularmente difícil de acreditar.

Mas há também esta discussão na Europa, muito centrada à volta de como são decretados os óbitos e registados os doentes.

Sobre isto há vários artigos que merecem leitura. Este afirma que cada país conta os mortos à sua maneira, e que nenhum o faz bem.

Este artigo no Expresso alerta precisamente para o problema.

E também este olha para o que se passa na Alemanha, que apresenta números particularmente baixos de vítimas mortais.

Adiante,
Afinal, quando é que podemos pensar em contar com uma vacina para a covid-19?

Por ser muito pouco habitual, já que são os mais idosos os mais afectados, foi notícia a morte de um jovem de 14 anos vítima da covid-19.

No debate político nacional, os nomes Rutte e Hoekstra (primeiro-ministro e ministro das finanças holandês) são agora os mais próximos que existem de um insulto. Tudo por causa dos debates europeus da última semana em torno da forma como a União Europeia deve agir e reagir perante a pandemia.

Depois de não terem chegado a acordo, os 27 acordaram dar duas semanas para ver se um entendimento finalmente cheda. Aqui tem um perfil do maior falcão da UE nesta altura.

No seu habitual comentário televisivo dos domingos, Luís Marques Mendes elogiou ontem na SIC a forma como António Costa tem gerido esta crise.

O Governo tem vindo a corrigir o tiro em matéria de resposta económica e social aos impactos da crise. O diploma sobre os lay off já teve, e bem várias correcções, de forma a poder minorar os impactos sociais desta crise. Segurança Social vai pagar lay-off às empresas no dia 28 de cada mês

No meio da semana, o Parlamento vai renovar o estado de emergência no país. Este só pode ser decretado por 15 dias. Os primeiros já passaram, mas como é de toda a evidência, vai ter de ser prolongado.

No fim de semana foi muito comentada a operação da polícia, um pouco por todo o lado, a fiscalizar automobilistas, mandando-os delicadamente para casa. Ao que parece, no domingo a coisa já foi mais calma. Tiro o meu chapéu à forma pedagógica e civilizada como as forças da autoridade estão a agir.

Da última edição do Expresso, quero ainda deixar aqui este artigo com 15 perguntas (e respostas, de especialistas nas áreas) sobre como vai o mundo ficar depois desta crise.

No desporto, ou melhor no que resta agora do desporto, destaque para Cristiano Ronaldo, que foi figura chave nas negociações entre os jogadores da Juventus e os donos do clube. O português, ao aceitar uma redução salarial na casa dos 10 milhões ano, desbloqueou o processo.

OPINIÃO

Gonçalo M. Tavares, no Diário da Peste que está a escrever no Expresso: Leio que um dos maiores icebergs da história

Ricardo Costa: O pico é no final de maio. Certo, mas qual pico?

Ângela Silva: Olha, ganhei um médico de família!

O QUE ANDO A LER

A Amazon continua, faria se não fosse, a assegurar que os livros que encomendo me chegam rapidamente. Na última semana, em duas levas, vários dos títulos são sobre um dos meus temas favoritos dos últimos anos. Donald Trump, pois claro.

A Very Stable Genius, de dois dos mais experientes jornalistas políticos do Washington Post, e cujo título é uma citação de Trump sobre si próprio.

Mas também Audience of One, outro livro a analisar o mandato do presidente dos EUA, escrito pelo responsável da secção de media e televisão do The New York Times.

E, finalmente “A Warning”, de autor anónimo (um alto responsável da Casa Branca), uma visão por dentro do que se passa na Administração americana nos últimos anos e que confirma, com mais dados, detalhes e revelações, o que já todos sabiamos: Trump não é apto para o cargo que ocupa. Comporta-se como um bully de 12 anos, sem filto e que gere a maior e mais potente empresa à face da Terra, o governo dos EUA. Em ano de eleições nos EUA, este é um tema obrigatório nas minhas leituras. E este Warning é de leitura essencial porque se é verdade que o país já teve presidentes caóticos, desorganizados e desonestos, nunca tinha provavelmente tido um chefe de Estado que fosse tudo isto ao mesmo tempo.

Caro leitor, fico por aqui. Tenha um excelente dia. E não esqueça: ligue aos seus. Eu vou ligar já à minha mãe a dar-lhe os parabéns.

Gostou do Expresso Curto de hoje?

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