sexta-feira, 31 de maio de 2019

Portugal | Há negócios que são uma tragicomédia


João Rodrigues [*]

O [Jornal de] Negócios decidiu assinalar ontem os seus 16 anos com um número especial cheio de "ideias dos líderes para o país". Sendo leitor regular deste jornal, dou um conselho: parem com estes números celebratórios. Um cidadão lê o Negócios para tentar saber o que se passa no capitalismo nacional e não para ler os lugares comuns debitados por representantes do capital monopolista e seus ideólogos. Os artigos até parecem ter sido escritos por uma qualquer agência de comunicação. O efeito é tristemente cómico.

Assim, uma pessoa não sabe se ria, se chore, quando, por exemplo, Pedro Soares dos Santos, filho de Alexandre Soares dos Santos e actual Presidente do Grupo Jerónimo Martins defende aí que "é preciso promover uma cultura de meritocracia". Não sabia que o capitalismo de herdeiros, cada vez mais relevante, segundo Thomas Piketty, promovia tal cultura. 

Timor-Leste assina contrato de 18,6 ME com estaleiro Damen para novo navio de passageiros


Díli, 31 mai 2019 (Lusa) -- O Governo timorense assinou hoje, com o estaleiro holandês Damen, um contrato no valor de 18,6 milhões de euros para a construção de um novo navio para operar na costa norte, projeto apoiado pela cooperação alemã.

Timor-Leste vai pagar a maior parte do custo do projeto (cerca de 12,6 milhões de euros) e o Governo alemão os restantes seis milhões de euros, com o contrato a abranger o "desenho, construção, fornecimento e entrega ao Governo" timorense.

A Damen Shipyards Gorinchem, que tem mais de 35 empresas, oito mil funcionários e estaleiros em vários países, decidiu que a construção, prevista para 19 meses, vai ser realizada em Yichang, na China.

O contrato foi assinado, em Díli, pelo ministro dos Transportes e Comunicação timorense, José Agustinho da Silva, e pelo diretor comercial regional da Damen, Gysbert Boersma.

"Este navio, moderno, responde aos padrões mais elevados, reduzindo custos e melhorando a eficiência dos transportes", disse o ministro, referindo que 20 timorenses foram já formados, com o apoio alemão, para o setor.

"Será o único navio em Timor-Leste certificado para o transporte seguro, incluindo de matérias perigosas", referiu, agradecendo o apoio alemão ao projeto.

Governo timorense promete apoio a comerciantes vítimas de incêndio em mercado


Díli, 30 mai (Lusa) -- O Governo timorense garantiu hoje que vai apoiar os comerciantes do mercado da vila de Manatuto, destruído na segunda-feira num incêndio, explicando que estão já em curso operações de limpeza e avaliação das danos.

"O Governo, através da Secretaria de Estado da Proteção Civil e do Serviço Municipal de Ação Social e Gestão de Desastres Naturais do Ministério da Solidariedade Social do Município de Manatuto, já está a trabalhar no terreno a recolher dados para assegurar o apoio à população afetada e garantir que as pessoas possam rapidamente continuar com a sua atividade comercial", refere o Governo em comunicado.

Um incêndio, possivelmente causado por um problema elétrico, destruiu o mercado da vila timorense de Manatuto, a cerca de 68 quilómetros a leste da capital, Díli.

"Felizmente não houve vítimas a registar", disse à Lusa o comandante dos bombeiros timorenses, Cláudio Silva. "Ficou totalmente queimado. As pessoas perderam muita coisa. Só houve destruição de propriedade", referiu.

Recenseamento eleitoral em Moçambique: Mais de um milhão por recensear


Em Moçambique, o recenseamento eleitoral chegou ao fim esta quinta-feira (30.05) com mais de um milhão de pessoas por recensear. Na província de Inhambane, por exemplo, não se atingiu a meta estabelecida.

Em Moçambique, o recenseamento eleitoral chegou ao fim esta quinta-feira (30.5) com mais de um milhão de pessoas por recensear, segundo noticiou a imprensa local. No sul do país, na província de Inhambane, por exemplo, não se conseguiu atingir a meta estabelecida, depois de um processo marcado por denúncias de irregularidades. 

A lista de problemas é grande, de acordo com o maior partido da oposição, a Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO). Alguns exemplos são avarias nas impressoras dos cartões de eleitores, problemas com os computadores portáteis ou a falta de inversores para os painéis solares.

Ainda segundo o partido da oposição, houve vários locais onde o recenseamento começou mais tarde do que o previsto. E, noutros sítios, os postos terão encerrado antes do recenseamento terminar.

O cenário descrito terá contribuído para que muitas pessoas não conseguissem obter o cartão de eleitor para as eleições gerais agendadas para 15 de outubro.

Moçambique | Há interesse em travar a "perversão" da ajuda humanitária?


Quanto vale uma miséria no mercado internacional? Muito dinheiro que alimenta uma cadeia. Sociólogo fala em perversão da ajuda ligada à burocracia internacional. E há consequência para os países pobres: a dependência.

Os ciclones Idai e Kenneth que devastaram o centro e norte de Moçambique este ano trazem a ribalta questionamentos sobre o lado obscuro da ajuda humanitária internacional: Quanto vale uma miséria no mercado das contribuições? O que se pede em nome de um país? Quanto beneficia no final o necessitado e quanto é usado para salários e outros custos relativos aos expatriados que vão dar apoio? As respostas levam a sistematização do que se denomina de indústria da ajuda humanitária.

Silvestre Baessa trabalha na área da ajuda ao desenvolvimento e entende que "esta é uma indústria que sobrevive muito da incapacidade ou das grandes limitações, sobretudo os Estados do terceiro mundo, nas suas limitações em responder a situações dessa natureza e tudo indica que essas limitações de capacidade vão continuar por muito anos."

E lembra que "até porque na grande maioria dos países esta questão de prevenção, etc, não está ainda no centro da agenda de desenvolvimento desses países."

Mas do outro lado da moeda estão os governos dos chamados países em desenvolvimento. Tem sido prática de alguns potencializar as desgraças para angariar apoios. No caso de Moçambique, Baessa recorda que a tendência, desde os anos oitenta, tem sido de redução. Mas o hábito de estender a mão ainda está longe de ter terminado.

São Tomé | Que Ciência e que Futuro num país abandonado e isolado?


Deuses e Demónios no Turismo de São Tomé e do Príncipe: QUE CIÊNCIA e que FUTURO num país abandonado e isolado?

Isabel de Santiago | Téla Nón | opinião

Pode a fotografia ser uma Ciência ou uma arte? Aprendi a paixão da fotografia, a acompanhar o Rui Ochoa, antigo diretor de fotografia do grande jornal Expresso. Atual fotógrafo oficial do Presidente da República de Portugal que se desloca ao meu País, de nascimento e de naturalidade e nacionalidade. A paixão ficou e para onde quer que vá, em nome da ciência ou em meros passeios, as minhas super amantes Canon, nunca se separam de mim. Em 2013, no dia 3 de Novembro fotografei, num ato mais de paixão associado à Ciência um Eclipse Solar (98%). Quando um astro tapa outro isso chama-se eclipse. Naquele domingo, eu vi a partir de São Tomé, a Lua tapou o Sol. Na África equatorial, aqui ao lado, o eclipse foi completo, com a Lua a tapar integralmente o Sol às 13h52. Em São Tomé e Príncipe, o eclipse foi quase completo (98% às 13h44). O fenómeno astronómico foi ainda visível no leste da América do Norte, no Norte da América do Sul, no extremo da Europa Ocidental, na África e no Médio Oriente. Já na outra cidade, onde passo metade do meu tempo, em Lisboa, o pico do eclipse aconteceu às 12h23, mas com apenas 14% do Sol ocultado. Em Novembro de 2013, imagens publicadas no Jornal Público aqui.

Angola | Confirmado acordo de tréguas em 1972 entre o exército português e a Unita

Óscar Cardoso, inspetor da PIDE-DGS Foto: Sérgio Lemos
Ninguém dava nada por eles quando se apresentaram ao serviço, pequenos, magros e com armas arcaicas, mas os oito bosquímanos recrutados há 50 anos por Óscar Cardoso, inspetor da PIDE-DGS colocado na cidade angolana de Serpa Pinto (atual Menongue), deram origem ao grupo paramilitar mais temido por MPLA, UNITA e FNLA. Remetida ao esquecimento durante décadas, a sua história é agora contada em ‘Os Flechas – A Tropa Secreta da PIDE-DGS na Guerra de Angola’ (Casa das Letras), livro de Fernando Cavaleiro Ângelo, de 47 anos, chefe da Divisão de Informações do Comando Naval e diretor do Centro de Análise e Gestão de Dados Operacionais da Marinha.

Avesso a entrevistas, Óscar Cardoso, que aos 81 anos será o mais velho dos oficiais graduados da polícia política, acedeu a falar com o autor do livro, acabando por escrever um prefácio. Só discorda do termo ‘tropa secreta’. "Viviam na cidade, dentro do quartel, andavam com os soldados e eram pagos pelas Finanças. Eram utilizados em operações muito especiais. Operações que nós, brancos, não teríamos capacidade física para fazer. Passar meses no mato, sem preocupações de logística, era a grande vantagem deles", disse à ‘Domingo’.

Angola | "Não foi só o MPLA que cometeu violências em Angola"


Escritor angolano Lopito Feijó diz que não foi só o MPLA que cometeu atrocidades em Angola - a UNITA, então liderada por Jonas Savimbi, também o fez. E há muitas "feridas" por sarar para a efetiva reconciliação no país.

Também há feridas por sarar no seio da União para a Independência de Angola (UNITA) de Jonas Savimbi. O aviso é de Lopito Feijó, que lembra, em entrevista à DW África, que não foi só o Movimento de Libertação de Angola (MPLA) que cometeu atrocidades em Angola e tem contas a ajustar com a sociedade angolana.

"A propósito de Savimbi aconteceram outras coisas, que também têm que ser conversadas dentro da própria UNITA", afirma o escritor angolano nas vésperas das cerimónias fúnebres dos restos mortais do líder histórico do partido, morto em combate em 22 de fevereiro de 2002.

Feijó cita a "Queima das Bruxas" ou o "Setembro Vermelho", em que foram queimadas pessoas vivas na Jamba, acusadas de feitiçaria. Este foi um dos vários acontecimentos sangrentos na história da guerra civil em Angola, que também afetou muitas famílias angolanas.

"Há familiares que estão na UNITA e há deserções, há problemas no partido que também ainda não estão totalmente [resolvidos]; feridas que não estão saradas e cuja culpa é atribuída pessoal e individualmente ao doutor Savimbi", acrescenta o escritor.

Angola | Restos mortais de Savimbi serão entregues esta sexta-feira


O presidente da UNITA, Isaías Samakuva, disse, em Luanda, que os restos mortais de Jonas Savimbi serão entregues à família e ao partido na sexta-feira, no município do Andulo, província do Bié.

Em declarações à Rádio Ecclesia, emissora católica de Angola, após ter sido recebido em audiência, em Luanda, pelo Presidente angolano, João Lourenço, Isaías Samakuva fez saber que os restos mortais de Jonas Savimbi serão entregues na manhã desta sexta-feira, 31 de maio, à família e a direção da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), no Andulo, onde foram anteriormente depositados pelo Governo.

"Portanto, contamos amanhã [sexta-feira] de manhã receber os restos mortais do Dr. Savimbi, cumprir com o programa que estava estabelecido no Andulo, e, também à tarde, como estava previsto, o corpo ser transportado para Lopitanga, onde acontecerá o velório principal", disse.

"Para no sábado, dia 01 de junho, as 10:00, acontecer a cerimónia de inumação", adiantou.

Guiné-Bissau | Forças Armadas afastam "qualquer cenário de golpe"


Chefe das Forças Armadas guineenses, Biaguê Na Ntan, afasta cenário de um golpe de Estado no país, contrariando rumores. Entretanto, líder do PAIGC faz ultimato a Presidente

O chefe do Estado-maior General das Forças Armadas guineenses, Biaguê Na Ntan, afastou esta quinta-feira (30.5) "qualquer cenário de um golpe de Estado" no país, contrariando rumores que circulavam nos últimos dias.

"O povo da Guiné-Bissau pode dormir tranquilo, sem ameaças de golpes, sem ameaças de nada", disse o general Na Ntan em Bissau, durante declarações aos jornalistas no final de uma reunião com as chefias das Forças Armadas.

Fora do "jogo político"

O dirigente militar afirmou ter transmitido aos presentes na reunião, que decorreu no Quartel General, com a presença de cerca de três centenas de oficiais, que as Forças Armadas "não estão interessadas que haja conflito" no país.

"Estamos em paz e assim vamos continuar, em segurança, ajudando o povo, sempre, para que durma tranquilo", observou Biaguê Na Ntan, que disse ainda não sentir "nenhum perigo iminente" no país.

Bissau | Polícia dispersa manifestação que reclamam fim da greve dos professores


A polícia guineense dispersou hoje uma manifestação de alunos das escolas públicas que reclamam o fim de mais uma greve dos professores.

Centenas de alunos das escolas pública guineenses foram impedidos pela polícia guineense de dar início nesta segunda-feira (27.05.) a uma série de manifestações pelas ruas da capital guineense, que deveriam decorrer até sexta-feira (31.05.), para exigir o o fim de mais uma greve dos professores.

Os estudantes que se mobilizaram esta manhã ao longo das principais ruas da capital, Bissau, foram surpreendidos e dispersados pela polícia. Uma situação que, o presidente da federação das associações dos estudantes das escolas públicas e privadas, Bacar Mané repudia.

Violação das leis do país

O líder estudantil considerou que na Guiné-Bissau os políticos estão a violar constantemente as leis da República e não deixam aos cidadãos a possibilidade de manifestarem o seu repúdio, mesmo no que concerne a uma manifestação "que até foi comunicada ao Ministério do Interior".

Portugal | Não se iludam por mais tempo, somos escravos da modernidade...


Não se iludam por mais tempo, somos escravos da modernidade, explorados selvaticamente por elites corporativas que se constituíram naturalmente em grupos de interesses egoístas, setoriais e mafiosos. Os poderes estão nas suas mãos, nos seus modos de decidir, de julgar, de governar, de explorar com ganância as tais chamadas mais valias, os lucros. Quando votamos nesta malfada e erradamente chamada democracia só estamos a tentar decidir a favor do mal menor. Às tantas acordamos e concluímos que afinal esse mal menor não existe como acreditávamos porque todos eles são lobos sob peles de cordeiros, vampiros que comem tudo, enraizadamente comprometidos uns com os outros. Uma súcia de corporativistas de elite que detêm os poderes, porque ingenuamente e bem esperançados tudo lhes entregamos, incluindo as nossas vidas, à semelhança de um cheque em branco deixado na posse de vigaristas.

Mário Motta | PG

Portugal | Deputado do PS que negociou aumento de salário dos juízes é casado com juíza


Fernando Anastácio foi o responsável pelas negociações do aumento de salário, que pode agora ultrapassar o valor auferido pelo primeiro-ministro. Mas não vê impedimento no facto de ser casado com uma juíza: "Isso não me impede de tratar assuntos de Justiça"

Maria José Machado é juíza desembargadora do Tribunal da Relação de Lisboa. Mas é também casada com o deputado socialista Fernando Anastácio - o responsável do PS, no Parlamento, pelas negociações do novo (e aumentado) tecto salarial para os juízes. Conflito de interesses? O deputado garante que não: "Sou membro da Comissão de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias e sempre acompanhei assuntos ligados à Justiça".

Questionado pelo Expresso sobre o facto de ter estado a negociar um aumento do tecto salarial para uma classe de que a sua cônjuge faz parte, o deputado foi perentório em dizer que não viu qualquer necessidade em pedir escusa: "Isso não me oferece nenhum comentário especial". Até porque o seu casamento com a juíza está declarado no registo de interesses que entregou no Parlamento - e os deputados só precisam de pedir escusa ou de declarar que não participam numa discussão se sentirem que têm algum impedimento nessa situação, algo que diz nunca ter sentido: "Não tenho nenhum impedimento. Tenho recebido procuradores, advogados - aliás, sou advogado -, e isso não me impede de tratar assuntos conexos, de Justiça. Seria o mesmo que um médico não poder tratar de assuntos relacionados com médicos".

Portugal | Um espelho desigual

Manuel Molinos* | Jornal de Notícias | opinião

Os poderes e os privilégios, os favores e as cunhas, o compadrio e o "chico-espertismo" têm aumentando o fosso entre ricos e pobres, a descrença dos portugueses e as desigualdades no país.

O grande desafio que os partidos políticos, clássicos e novos, têm pela frente é combater esta irmandade de espertos, onde vale quase tudo.

E a abstenção nas últimas eleições europeias não resulta apenas da indiferença da parte dos governados. É também fruto de um país que teima em alimentar o centralismo, minimiza e penaliza as zonas menos populosas do país e insiste na cultura dos salários baixos, de transportes públicos escassos, velhos e mal distribuídos.

Quando direitos e deveres não têm o mesmo peso numa Justiça que distingue endinheirados e remediados, quando se classifica uma classe profissional como a nata da sociedade, equiparando os seus salários ao do primeiro-ministro, quando não sabemos em quem devemos confiar as nossas poupanças, quando as famílias não têm a mesma igualdade de oportunidades no ensino, na saúde e na habitação, é difícil falar de um país equilibrado.

Portugal | Rio revela no Twitter remunerações dos magistrados que vai ser votada


Juízes conselheiros vão ter aumento entre 600 e 700 euros

A remuneração total dos juízes conselheiros vai ter um aumento mensal entre cerca de 600 e 700 euros, segundo a tabela aprovada, em comissão parlamentar, pelo PS, PCP e CDS/PP e hoje divulgada numa mensagem no Twitter pelo líder do PSD.

De acordo com a tabela tornada pública por Rui Rio, que ainda será votada em plenário, o presidente do Supremo Tribunal de Justiça (STJ) passa de uma remuneração total (atual) de 8.130,96 euros mensais para 8.830,96, em resultado não só do aumento do vencimento bruto, mas também do aumento do subsídio de compensação, entre outros.

Quanto aos vice-presidentes do STJ e do Conselho Superior da Magistratura (CSM), a remuneração total mensal passa dos atuais 7.517,97 euros para 8.167,97 euros, mediante a tabela, inserida na revisão do Estatuto dos Magistrados Judiciais, e que foi aprovada na quarta-feira na Comissão Parlamentar de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias.

quinta-feira, 30 de maio de 2019

Portugal | Uns são filhos da mãe e a maioria são filhos da outra


Atrasos nas pensões são “vexatórios” e deixam pessoas em “desespero e angústia”: a denúncia da Provedora de Justiça

Provedoria de Justiça fala em “apelos lancinantes” de pessoas que aguardam a atribuição da pensão, muitas há mais de um ano, e aponta o dedo a Vieira da Silva, ministro do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social

O problema do atraso na atribuição de pensões não é novo, mas agravou-se em 2018, denuncia a Provedoria de Justiça. A instituição liderada por Maria Lúcia Amaral fala num "aumento muito significativo de queixas sobre os atrasos do Centro Nacional de Pensões na apreciação e decisão dos requerimentos de pensões". E está a dar origem a "situações de desespero e angústia", com a Provedoria a receber "apelos lancinantes" de pessoas que esperam - e desesperam - pela sua pensão.

Numa análise aos 9338 novo processos abertos no ano passado - mais 20,7% do que em 2017 e um valor recorde na história da instituição - e que consta do Relatório à Assembleia da República 2018, entregue esta quinta-feira no Parlamento, a Provedoria alerta, mais uma vez, para o problema. E aponta o dedo ao ministro do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, falando numa situação "vexatória".

Portugal | Juízes vão passar a receber mais do que o primeiro-ministro


Proposta do CDS foi aprovada na quarta-feira em comissão parlamentar

Alguns juízes poderão vir a receber mais do que o primeiro-ministro. A proposta para a revisão do Estatuto dos Magistrados Judiciais foi aprovada esta quarta-feira em comissão parlamentar com votos a favor do PS, PCP e CDS.

Fonte parlamentar, citada pela Lusa, explica que a proposta do CDS fixou como salário máximo o do Presidente da República – que ronda os cerca de 6.700 euros brutos por mês – e não o do primeiro-ministro (cerca de 4.900 euros brutos por mês).

No entanto, nem todos ficaram agradados com a decisão e o Bloco de Esquerda - que chumbou a proposta - já criticou a situação. “Foi aprovada uma solução segundo a qual os magistrados poderão vir a ter um vencimento que vai para além do que é o salário do primeiro-ministro, embora com uma proposta do CDS que fixa o teto do salário do Presidente da Assembleia da República”, explicou o deputado bloquista José Manuel Pureza.

Portugal | O PCP não sabe fazer propaganda?


Pedro Tadeu | Diário de Notícias | opinião

O PCP odeia o culto da personalidade. O medo de cair no erro político do culto da personalidade tem duas origens: a forma como, ao longo de quase um século de história, o Partido Comunista Português educou a sua prática de fazer política e a forma como interpretou os erros e os crimes dos países do bloco soviético, que levaram à desagregação da experiência socialista no Leste europeu (*).

O medo do culto da personalidade molda o formato de propaganda do PCP e, por consequência, estrutura a propaganda da CDU, a coligação partidária com os Verdes com que o PCP concorre a eleições.

Dou um exemplo concreto: ao longo de décadas de intenso combate político, o Partido Comunista Português produziu milhares de cartazes de propaganda. Pois dou um doce a quem me apresente um cartaz de apelo ao voto no PCP, numas legislativas, com a fotografia de Álvaro Cunhal. Se houver um é, quase de certeza, apócrifo ou feito à revelia do próprio dirigente histórico do partido.

Durante muitos anos os únicos cartazes eleitorais do PCP com fotografias individuais de candidatos eram os das eleições presidenciais, dada a natureza nominal da eleição. Mesmo para as autárquicas, a preferência ia para cartazes com letras, composições gráficas abstratas, desenhos, foices, martelos e fotografias de multidões, de trabalhadores, operários, camponeses ou de grupos de candidatos. Só bastante tarde se tornou banal a utilização de cartazes com a fotografia do candidato a presidente de câmara.

Lítio pode ser o petróleo de Portugal? Investigadora diz que sim


Investigadora do Laboratório Ibérico Internacional de Nanotecnologia acredita que Portugal pode "assumir um lugar cimeiro" na produção de baterias.

Uma investigadora do Laboratório Ibérico Internacional de Nanotecnologia (INL), em Braga, considera que o lítio pode ser o petróleo de Portugal, podendo o país "assumir um lugar cimeiro" na produção de baterias.

No âmbito da Battery Summit 2030, encontro internacional que se vai realizar na sexta-feira no INL, em cooperação com a Agência Nacional de Inovação, Marina Brito salientou que Portugal é "dos únicos" países que tem condições para "cobrir todo o ciclo das baterias, desde da mineração (lítio) à reciclagem" dos equipamentos, apontando que "há toda a economia circular" com base nas baterias.

Brasil | Grande Acordo Nacional… “Grande Beleza”

Cena de A Grande Beleza (2013), de Paolo Sorrentino - que faz lembrar o governo Bolsonaro
No fundo, o Grande Acordo Nacional – que nasceu com Jucá e Temer – é a “Grande Beleza” das nossas instituições, a Miami desvairada que atira nas nossas cabeças, nos oferece abacate para apartar a fome e mulheres aos gringos que quiserem nos visitar

Milagros Casas / Victor Farinelli, Santiago, Chile | Opera Mundi | opinião

Cinco meses de Bolsonaro no poder. Sem surpresas, desastre atrás de desastre e a exaltação da não política. Se aventam impeachment ou renúncia. Contudo, e mesmo que alguma das duas opções venha a ocorrer, não haverá um reconhecimento do fracasso – a autocrítica é uma exigência que só se faz à esquerda.

A política deste governo lembra uma cena de A Grande Beleza (2013), de Paolo Sorrentino, onde um baile de gente famosa, rica, clerical, numa celebração hedonista que nos afoga na superficialidade brega (e devota) dos que tudo possuem. A diferença, no caso da nossa realidade, é que não estamos em Roma, mas numa Sucupira em conexão Brasil-Miami, com os grandes salões brancos das Ana Hickmann, dos heróis constituídos de papel-moeda e de um morto-vivo como mestre de cerimônias.

Brasil | Dia de protestos contra os cortes na educação


Manifestantes vão às ruas nesta quinta-feira (30/05) em um novo protesto a favor da educação e contra os cortes na área anunciados pelo governo Jair Bolsonaro (PSL).

Esta é a segunda movimentação pró-educação do mês. No último dia 15 de maio, estudantes, professores, e defensores da educação pública já haviam protestado pelo fim das restrições orçamentárias no ensino básico e no superior.

Opera Mundi

Netanyahu fracassa em formar governo, e Israel terá novas eleições


Após semanas de duras negociações, PM não consegue destravar impasse entre possíveis parceiros e perde prazo para formar coligação. Legisladores aprovam dissolver Parlamento, e israelitas voltam às urnas em setembro.

Os legisladores de Israel aprovaram ontem a dissolução do Parlamento depois de o primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, ter fracassado em formar um governo de coligação. Com isso, o país terá de voltar às urnas menos de seis meses após o último pleito.

A medida foi aprovada pelo recém-eleito Knesset (Parlamento israelita) – composto por 120 assentos – com 74 votos a favor, 45 contrários e uma abstenção.

O novo pleito foi marcado para o próximo dia 17 de setembro, criando uma situação sem precedentes no país: a realização de uma segunda eleição geral em um mesmo ano e a dissolução do Parlamento apenas um mês depois de ter tomado posse.

EUA | Procurador quebra silêncio e não descarta crime de Trump


Em primeiro pronunciamento sobre caso da ingerência russa, Mueller diz que não teve opção legal para acusar Trump, mas isso não significa que não houve crime. Ele sugere que cabe ao Congresso responsabilizar presidente.

O procurador especial Robert Mueller quebrou o silêncio nesta quarta-feira (29/05) sobre suas investigações acerca da interferência russa nas eleições de 2016 nos Estados Unidos. Ele negou que o inquérito tenha livrado o presidente Donald Trump do crime de obstrução de Justiça, mas afirmou que não havia opção legal para acusar formalmente o republicano no caso.

A legislação americana proíbe o Departamento de Justiça de apresentar uma denúncia contra o chefe de Estado por um crime federal enquanto ele estiver no exercício do mandato.

"Acusar o presidente de um crime não era uma opção que podíamos considerar. Mas, se tivéssemos confiança de que o presidente não cometeu um crime, teríamos dito isso", afirmou Mueller. "Não fizemos uma deliberação sobre se o presidente cometeu um crime ou não."

EUA estão 'brincando com o fogo' na questão de Taiwan, avisa China


As ações de Estados Unidos no estreito de Taiwan são brincadeiras com o fogo, declarou esta quinta-feira Wu Qian, porta-voz do Ministério da Defesa da China.

Recentemente, o assessor de Segurança Nacional dos EUA John Bolton teve um encontro com o secretário-geral de Segurança Nacional de Taiwan, David Lee. Para além disso, as Forças Armadas norte-americanas enviaram dois navios da Marinha dos EUA para o estreito de Taiwan.

De acordo com militares estadunidenses, o trânsito dos navios pelo estreito de Taiwan demonstra o empenho dos EUA em manter um Indo-Pacífico livre e aberto.

"Recentemente, o lado americano tem feito tentativas fúteis de subjugar a China com as mãos dos próprios chineses, mas esses são sonhos impossíveis[...]. Essas ações dos EUA são uma brincadeira com o fogo, eles estão seriamente comprometendo o futuro do desenvolvimento das relações sino-norte-americanas, como também a paz e estabilidade na região", afirmou Wu Qian em um informe oficial à imprensa.

Os muros que separam os palestinos do mundo


Não basta massacrar um povo: também é necessária sua eliminação simbólica. Ao desumanizar os árabes, Israel reedita ideologia racista do “orientalismo”: “são terroristas ou refugiados, sem rostos nem histórias”

Berenice Bento | Outras Palavras

Começo este texto com duas passagens dos meus diários de viagem.

“Apuro meus ouvidos para escutar a conversa de pessoas que estavam sentadas próximas à minha mesa. Elas trocavam impressões sobre mais um dia de peregrinação em Jerusalém. Estávamos jantando em um restaurante de um hotel que recebe peregrinos de várias partes do mundo. Aos poucos a conversa deixou os temas religiosos e dirigiu-se para outros mundanos. Agora, os comentários concentravam-se sobre a parte palestina de Jerusalém [a Jerusalém Oriental]. Estavam impressionados com a diferença da organização entre o lado judeu e o palestino. ‘Vocês viram como as ruas são sujas?!’. O outro responde: ‘Eles são sujos!’”. (Jerusalém/Palestina, 20 de novembro de 2017)

“Passei a noite de 24 de dezembro em Belém (Bethlehem). No dia seguinte, ao voltar para Jerusalém, tive que atravessar o checkpoint 300. Observei os palestinos e as palestinas que passavam pacientemente pelas inúmeras etapas de controle até conseguir chegar ao outro lado. A fila andava lentamente e de repente parou. Um brasileiro quando passava pelo dispositivo de controle de metal [igual aos que existem nos aeroportos] foi obrigado a voltar inúmeras vezes. O som agudo e alto do aparelho anunciava que ele não tinha autorização para passar. Claramente constrangido, ele perguntava para que tudo aquilo. Sabia, afirmava ele, que o controle de segurança era importante, mas via um exagero em tudo aquilo. Falava com a voz entrecortada, enquanto vasculhava nos bolsos possíveis moedas que poderiam ser a origem de fazer aquele sinal disparar. Já estava sem cinto, sem sapatos…” (Jerusalém/Palestina, 25 de dezembro de 2017)

O que estas duas passagens têm em comum além de serem protagonizadas por pessoas brasileiras? A incapacidade de se entender onde se está. Mesmo estando presencialmente ali, eles não conseguiam ler, minimamente, o contexto em que seus corpos se moviam. Jerusalém Oriental vive, desde 1967, sob a ocupação militar israelense. Embora os palestinos e as palestinas que ali habitam paguem impostos, não têm direito aos mesmos serviços de qualidade que os oferecidos em Jerusalém Ocidental, a exemplo a coleta de lixo. Vivem sob o constante terrorismo do Estado de Israel, que quer expulsar (e tem expulsado) os palestinos de suas casas.

O brasileiro constrangido não percebeu que estava cruzando uma das obras-primas mais perversas do colonialismo israelense. Todos os dias milhares de palestinos se submetem aos rituais de humilhação impostos pelos soldados israelenses. (veja vídeo).

Portadores de VIH em Timor-Leste relatam abusos e discriminação em estudo pioneiro


Díli, 27 mai 2019 (Lusa) - Pessoas seropositivas em Timor-Leste continuam a enfrentar estigma e discriminação no seio das próprias famílias, do setor de saúde e da sociedade em geral, incluindo casos de testes e esterilizações forçadas, segundo um estudo.

O estudo, que pela primeira vez analisou o estigma com que vivem portadores de VIH em Timor-Leste, nota o impacto negativo da discriminação com que vivem, que incluem casos de abuso físico e verbal.

Entre os problemas identificados, o estudo refere testes de VIH sem consentimento ou conhecimento de pacientes, dificuldades em acesso a medicação e serviços de saúde regulares.

Um dos problemas denunciados foi igualmente o facto de funcionários dos serviços de saúde divulgarem publicamente o estado de VIH de pacientes e de continuar a haver prevalência de reações negativas quando a doença é revelada.

Conclusão de projeto de navio para Timor-Leste, atrasado em Portugal, custará mais 12,5 ME


Díli, 28 mai 2019 (Lusa) -- A construção em Portugal do navio Haksolok, destinado a Timor-Leste, que já está com três anos de atraso e a construção de dois pontões para a sua operação, vão custar mais 12,5 milhões de euros, segundo responsáveis timorenses.

Esse valor, explicaram responsáveis de Timor-Leste, soma-se a cerca de 16 milhões de dólares (14,3 milhões de euros) já pagos pelo projeto que continua sem data de conclusão prevista, afetado por problemas financeiros nas empresas envolvidas na construção, em Portugal.

Com capacidade para transportar 377 pessoas e 25 automóveis, para ligar Díli à ilha de Ataúro e ao enclave de Oé-Cusse Ambeno, em Timor-Leste, o processo de aquisição do navio começou em 2014 pelo Governo central timorense, passando depois para a Região Administrativa Especial de Oecusse-Ambeno (RAEOA).

Ramos-Horta defende recondução de Alkatiri à frente de região de Oecusse-Ambeno


Díli, 27 mai 2019 (Lusa) - O ex-Presidente timorense, José Ramos-Horta, defendeu hoje que o atual responsável da Região Administrativa Especial de Oecusse-Ambeno (RAEOA), Mari Alkatiri, deve ser reconduzido no cargo quando terminar o seu mandato em julho.

"Eu acho que devia ser reconduzido, se ele assim o desejar. A obra está praticamente terminada em termos de infraestruturas, mas agora é preciso que continue alguém como ele para a próxima fase, que é atrair os investimentos privados", disse José Ramos-Horta em declarações à Lusa.

"As infraestruturas estão aí, e agora é preciso o investimento privado. Não pode continuar a ser só o Estado", afirmou, considerado que é preciso alguém como Alkatiri "com a capacidade para dialogar, convencer, atrair investimento estrangeiro".

As declarações de Ramos-Horta acontecem numa altura em que se debate a recondução ou não de Mari Alkatiri à frente da RAEOA e da Zona Especial de Economia Social de Mercado (ZEESM) do enclave, cujo mandato termina a 25 de julho.

Novos casos de rapto e assassinato de albinos em Moçambique


Moçambique volta a registar o rapto e assassinato de pessoas com albinismo. São os primeiros casos reportados este ano. A Associação de Apoio a Albinos de Moçambique pede ao Governo para agir.

O Ministério Público confirma que este ano foram registados novos casos de rapto e assassinato de crianças com albinismo na província de Nampula, norte de Moçambique.

"Tivemos duas situações", diz a procuradora-geral adjunta Amabélia Chuquela.

Em março, um menino de seis anos desapareceu no distrito de Larde e, este mês, uma menina de 11 anos foi raptada no distrito de Murrupula e depois encontrada morta, com os membros cortados.

Moçambicanos sem gás para cozinhar, mas exploram gás natural no país


Crise de gás de cozinha continua... num país que explora gás natural há décadas

Os cidadãos do país que explora gás natural há quase duas décadas e está prestes a torna-se num dos principais produtores de gás natural voltaram, esta semana, a enfrentar filas e pagar preços exorbitantes para adquirirem gás de cozinha. A verdade é que o gás extraído em Inhambane não pode ser usado para encher botijas e o projecto de canalizar o gás não tem viabilidade.

Pela segunda semana consecutiva há falta de gás para cozinha em Moçambique, na Cidade e Província de Maputo os cidadãos fazem longas filas esperando conseguir as poucas botijas disponíveis nos locais de venda oficiais enquanto outros, mais abastados, pagam mais 20 a 50 por cento o preço oficial para obter o combustível indispensável para a confecção de alimentos. Cozinhar usando energia eléctrica é quase um luxo para os moçambicanos.

20 milhões de moçambicanos sem água potável


Crédito da Índia para tentar reduzir os 20 milhões de moçambicanos sem água

O Conselho de Ministros ratificou nesta terça-feira (28) um crédito concessional de 38 milhões de Dólares norte-americanos, concedidos pelo Banco de Exportação da Índia, que será destinado aumentar o acesso de água. Em Moçambique existem pelo menos 20 milhões de pessoas que consomem água não potável.

O crédito, que tem uma maturidade de 25 anos e um período de diferimento de 7 anos, será usado na construção de 1600 furos de água, equipados com bombas manuais, e oito pequenos sistemas de abastecimento de água nas províncias da Zambézia, Manica, Sofala e Nampula.

quarta-feira, 29 de maio de 2019

Angola | 31 DE MAIO DE 1991 - Martinho Júnior



BICESSE E A PAZ "QUE ESTAMOS COM ELA"!...

Martinho Júnior, Luanda 

É claro que Bicesse, para o regime da oligarquia portuguesa e seus apêndices do processo de assimilação, vai ser lembrado enquanto mais um lavatório de imagem exposta nos relacionamentos internacionais, às tantas com alguma pompa e circunstância… (https://paginaglobal.blogspot.com/2018/08/angola-e-as-inquietacoes-essenciais.html).

1- No último dia do mês em que se assinala África, em 1991, houve Bicesse, um Acordo sobre Angola que completará em 2019, 28 anos! (https://pt.wikipedia.org/wiki/Acordos_de_Bicesse).

Vencido o "apartheid" em finais da década de 80 do século XX, vencida posteriormente a "guerra dos diamantes de sangue" em 2002 (sucedânea do Acordo de Bicesse), tendo perdido os seus aliados naturais por via duma implosiva “glasnost-perestroika” (https://m.suapesquisa.com/historia/glasnost_perestroika.htm) que acabou com aqueles que haviam cultivado a solidariedade socialista para com África e para com Angola a partir de meados da década de 80 (https://paginaglobal.blogspot.com/p/25-anos-depois.html), o estado angolano procurou abrir caminho a uma paz que tendo sido possível após o choque, inclina-se e submete-se à terapia do capitalismo neoliberal, que ora subsiste com todo o cortejo de alienações, de ilusões, de mentiras continuadas, de manipulações, de diversão e um cada vez mais exposto vendaval de corrupções (http://paginaglobal.blogspot.pt/2018/04/angola-na-charneira-dos-tempos-que.html)!...

Angola | O contributo possível


Caetano Júnior | Jornal de Angola | opinião

Em mãos, o leitor tem uma edição do Jornal de Angola cuja parte considerável da informação jornalística está dedicada ao 27 de Maio de 1977. A data ficou marcada na História do país como de triste memória, porque infaustos eventos alteraram a rotina e mudaram a vida de milhares de pessoas, independentemente do lado dos acontecimentos em que estivessem posicionadas.

O 27 de Maio de 1977 eclodiu num contexto particularmente delicado. Angola tinha alcançado a Independência do colonialista português há menos de dois anos e os esforços de quem governava estavam virados para a consolidação dessa conquista, que representa a suprema aspiração de um povo. Portanto, até os mais ténues sinais de ameaça à integridade territorial e à autodeterminação acabada de alcançar tinham resposta, à época e às circunstâncias, tidas como proporcionais. 

Assim se explica que um momento tão significativo para a História do pós-independência de Angola permaneça ainda hoje revestido do rótulo “delicado”. Portanto, ao longo dos anos que se lhe seguiram, o 27 de Maio de 1977 configurou sempre uma matéria tabu, um não-assunto só lembrado em surdina ou partilhado entre pessoas de credos e valores comuns. Mesmo depois de, nestes novos tempos, o Presidente João Lourenço ter afastado algum do manto agoirento que o ensombrava, ao abordá-lo abertamente, nem sempre o assunto sai ou entra sem causar calafrios. 

A produção desta matéria acentuou-nos a convicção de que os eventos que há 42 anos abalaram o país, ainda hoje produzem efeitos em muitos de nós, o que é compreensível, à luz das proporções que atingiram. Era ideia do Jornal de Angola reunir o mais extenso contraditório e as versões possíveis, em depoimentos que engajassem pessoas ligadas directa e indirectamente aos acontecimentos. Mas não deu para tanto. Alguns concordaram em se nos juntar, embora, em certos casos, fosse necessária uma maratona negocial; outros mostraram-se irredutíveis no "não", evocando razões pessoais, o que compreendemos, agradecendo, de qualquer forma, a disponibilidade e a paciência que tiveram para nos ouvir.

Angola | UNITA acusada de pretender criar factos políticos


A urna contendo os restos mortais do fundador da UNITA, Jonas Malheiro Savimbi, encontra-se desde ontem numa unidade militar do Andulo, província do Bié, para que de lá sejam levados para a sua inumação, na aldeia de Lopitanga

Os restos mortais de Jonas Savimbi deveriam ser entregues ontem pelo ministro de Estado e chefe da Casa de Segurança do Presidente da República, Pedro Sebastião, à direcção da UNITA e familiares de Jonas Savimbi, mas estes não se deslocaram ao município do Andulo. “Estamos habituados com esses comportamentos, desde o processo de Paz de Bicesse”, afirmou Pedro Sebastião. 

O ministro de Estado acusou a direcção da UNITA de impedir a entrega dos restos mortais do fundador do partido, Jonas Savimbi, no município do Andulo, local previamente combinado entre o Governo, a família e aquela formação política.

O mundo nas mãos de um triunvirato fascista


Bolton, Pompeo e Pence são o topo do complexo militar, industrial e tecnológico que governa os Estados Unidos da América. O mundo está suspenso dos efeitos da alienação mental de uma clique de sociopatas.

João Goulão | AbrilAbril | opinião

A humanidade e o planeta estão nas mãos de um triunvirato de energúmenos, indubitavelmente potenciais serial killers, que rodeiam o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Não há qualquer maneira de dourar a pílula. Michael Pence, vice-presidente, Michael Pompeo, secretário de Estado, e John Bolton, conselheiro de Segurança Nacional associam mentalidades políticas fascistas a comportamentos em realidades paralelas nas quais a vida humana não tem qualquer valor. São eles que contribuem decisivamente para as atitudes do presidente em matérias sensíveis como são a guerra e a paz, as relações internacionais e a prática imperial.

Elemento ainda mais inquietante: foi este trio que veio dar estabilidade à administração Trump. Até ao momento em que passou a agir institucionalmente no gabinete oval da Casa Branca a equipa presidencial fora inconstante, sucederam-se os afastamentos e as demissões, mesmo nos cargos mais relevantes. Depois disso, há exactamente 13 meses, o trumpismo assentou, definiu-se, passou a ter mais iniciativa e não serão necessários esforços de análise para concluir que o mundo e os seres humanos estão hoje bastante mais ameaçados.

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