terça-feira, 30 de abril de 2019

Portugal | Santos Silva, um servil político sem escrúpulos ao serviço dos EUA

Em Portugal e no mundo, a classe política e militar dirigente, nos poderes, já nem tem vergonha. Portugal e a UE estão a ser dirigidos a partir da dita Casa Branca e Central Inteligente de aniquilação de países e povos. 

A União Europeia é coisa que só existe para aqueles que se revestem de ignorância ou ingenuidade e nem querem pensar no pior, que é a inexistência de facto do seu país. Sejam eles de que nacionalidade forem.

No exemplo de Portugal assistimos a decisões de um governo que secretamente alinha com as ordens e políticas  ordenadas pelos EUA sem tomar em consideração decisões e obrigações de que foi signatário na ONU. Um Portugal subserviente aos EUA e faltoso para com as responsabilidades e palavra dada - em nome dos portugueses - à ONU. O reflexo vem da subserviência de um ministro dos estrangeiros, muito dos estrangeiros - a nível de interesses desses - e não de Portugal, nem dos portugueses e da cultura que sempre devia ter sido de não interferência nas decisões de outros povos e de outros países, respeitando-lhes a soberania.

O ministro dos estrangeiros (dos EUA), Santos Silva, pago por portugueses e supostamente defensor dos interesses portugueses e dos valores que Portugal defende na sua própria constituição, demonstra estar ao serviço das políticas da administração de Trump de modo tão subserviente que não deixa lugar a dúvidas.

Santos Silva mostra não passar de um lambe botas das políticas de extremistas do grande capital global. De nada adianta haver os que dizem que o fulano é individuo condecorado pela CIA e que para a agência ianque trabalha. Seja ou não, o que está à vista é que a sua agenda é de obediência ao plano de criar o caos na Venezuela e em todos os países assinalados e atacados pelos EUA e suas agências.

Nuno Melo, porta-Vox da extrema-direita


Mariana Mortágua | Jornal de Notícias | opinião

Para Nuno Melo, candidato pelo CDS às eleições europeias, o Vox é um simples partido de Direita, que cabe perfeitamente na sua família política, o Partido Popular Europeu.

Melo não só se esforça por normalizar os extremistas que canibalizaram a Direita tradicional no Estado espanhol, como nos incita à leitura do seu programa. E quando digo "seu", refiro-me ao programa do Vox que, por estes dias, parece ser também o de Nuno Melo.

Vejamos então o que é o Vox e o que propõe este partido-irmão do CDS.

O Vox é um partido nascido dos restos do franquismo. Integram-no saudosistas da ditadura e antigos apoiantes de Franco. Um partido que pertence à família política que une a extrema-direita que governa a Hungria e a Polónia aos populismos extremistas de Bolsonaro e Trump.

O programa político do Vox nega o princípio da igualdade entre homens e mulheres. Propõe acabar com a legislação de igualdade, incluindo a Lei de Violência de Género, e retirar os apoios públicos às organizações de defesa dos direitos das mulheres.

"Eu sou europeísta mas não sou europarva" - Marisa Matias


Com as eleições europeias à porta, Marisa Matias é a entrevistada de hoje do Vozes ao Minuto.

Marisa Matias é eurodeputada no Parlamento Europeu há dez anos e volta a ser a cabeça de lista do Bloco de Esquerda às eleições europeias, que se realizam no próximo dia 26 de maio em Portugal.

No decurso desta entrevista ao Notícias ao Minuto, Marisa Matias salienta que o Bloco está em Estrasburgo para tentar “mudar para melhor” as políticas europeias. Tendo chegado ao Parlamento Europeu no auge da crise financeira que afetou tantos países europeus, entre os quais Portugal, a eurodeputada lamenta que a União Europeia tenha perdido uma oportunidade para dar uma “resposta concreta aos problemas das pessoas”.

Entre as prioridades para a próxima legislatura europeia, Marisa Matias destaca o combate à fraude e à evasão fiscal, mas também lembra que é necessário avançar com uma política relativamente às alterações climáticas.

Numa Europa marcada pela ascensão de movimentos populistas e de extrema-direita, a cabeça de lista do Bloco considera que estas serão as primeiras eleições europeias cujo desfecho será mais “incerto”.

Sobre o Brexit, Marisa Matias concorda com a extensão da data para a saída do Reino Unido mas tem dúvidas de que o processo fique concluído até 31 de outubro.

A União Europeia é forçada a participar nas guerras dos EUA


Thierry Meyssan*

Desde o Tratado de Maastricht, todos os membros da União Europeia (aqui incluídos os países neutrais) colocaram a sua defesa sob a suserania da OTAN ; a qual é exclusivamente dirigida pelos Estados Unidos. É por isso que, quando o Pentágono delega ao Departamento do Tesouro o cerco económico de países que quer esmagar, todos os membros da União Europeia e da OTAN são forçados a aplicar as sanções dos EUA.

Após a perda da sua maioria na Câmara dos Representantes durante as eleições intercalares, o Presidente Trump encontrou novos aliados em troca da remoção pelo Procurador Mueller da acusação de alta traição [1]. Agora, ele apoia os objectivos dos seus generais. O imperialismo dos EUA está de volta [2].

Em menos de seis meses, os fundamentos das relações internacionais foram «reiniciados». A guerra que Hilary Clinton prometera desencadear foi realmente declarada, mas não exclusivamente pela força militar.

Esta mudança de regras do jogo, sem equivalente desde o fim da Segunda Guerra Mundial, forçou imediatamente a totalidade dos actores a repensar a sua estratégia e, portanto, todos os dispositivos da aliança em que se apoiavam. Os que se atrasarem pagarão as favas.

A guerra ao Irão e o bluff dos EUA


"Vastos segmentos do ocidente parecem não perceber que se o Estreito de Ormuz for encerrado seguir-se-á uma depressão global".

Pepe Escobar [*]


A administração Trump mais uma vez demonstrou graficamente que, no jovem e turbulento século XXI, "direito internacional" e "soberania nacional" já pertencem ao Reino dos Mortos-Vivos.

Como se um dilúvio de sanções contra grande parte do planeta já não fosse suficiente, a mais recente "oferta irrecusável" transmitida por um gangster a posar como diplomata, o Cônsul Minimus Mike Pompeo, agora ordena que todo o planeta se submeta a um único árbitro do comércio mundial: Washington.

Primeiro, a administração Trump unilateralmente destruiu um acordo multinacional, endossado pela ONU, o acordo nuclear do JCPOA com o Irão. Agora, as concessões permitindo que oito nações importassem petróleo do Irão sem incorrer na ira imperial na forma de sanções expirarão em 2 de Maio e não serão renovadas.

As oito nações são uma mistura de potências euro-asiáticas: China, Índia, Japão, Coréia do Sul, Taiwan, Turquia, Itália e Grécia. 

A ética nos negócios em contexto ultraliberal


Suharto, ditador da Indonésia, recebeu todo o apoio, orientação e armas de membros da Trilateral Comission (Kissinger, Ford) para invadir Timor, a fim de garantir os interesses económicos (petrolíferos)

Filipe Zau* | opinião*

O passado, o presente e o futuro encontram-se indissociavelmente relacionados. É impossível idealizar o futuro, sem diagnosticar o presente e sem interpretar os factos à luz do passado. O olhar do presente leva-nos a concluir que a desenfreada ganância pelos negócios mais reles desenvolveram no passado as “indústrias de morte”, como o das drogas e o das armas (indústria e comércio). A falta de ética desses chorudos negócios, voltados para a destruição, levará necessariamente a humanidade para o caos.

Em 1993, a Berkeley Brasil Editora lançou a público, no Rio de Janeiro, o livro da jornalista norte-americana Janet Lowe, intitulado “O Império Secreto – Como 25 Multinacionais Dominam o Mundo”, que, de acordo com o texto de Rogério Norton Valieri dos Santos, “O Negócio das Armas”, inserido no livro “Stop a Destruição do Mundo”, da Proton Editora, refere o seguinte: “Para o bom funcionamento da indústria do petróleo e para garantir o óleo que lubrifica as engrenagens dos altos negócios (sem falar na protecção do Kwait Investment Office, que tem enormes investimentos em meganacionais como o British Petroleum e a Daimler Benz), Saddam Hussein tinha de pular fora” – o que uma vez mais não deixa de confirmar, que as verdadeiras razões para aquela guerra, foram, simplesmente, económicas.

Lei de Bases da Proteção Civil de Timor-Leste procura inspiração no modelo português


Lisboa, 29 abr 2019 (Lusa) - O secretário de Estado da Proteção Civil de Timor-Leste, Alexandrino Araújo, reuniu-se hoje em Lisboa com o seu homónimo português, José Artur Neves, com o objetivo de desenvolver a Lei de Bases da Proteção Civil timorense.

"É com todo o gosto que recebemos o secretário de Estado da Proteção Civil de Timor-Leste que está a instituir, dentro do programa de Governo, um modelo de Proteção Civil para Timor-Leste", explicou à Lusa José Artur Neves, no final do encontro, que se realizou no Ministério da Administração Interna.

O representante português referiu que, para a preparação de uma Lei de Bases, a agenda de Alexandrino Araújo inclui também uma "visita à Autoridade Nacional de Proteção Civil" e "a todos os agentes da Proteção Civil".

"Dentro de um espírito de colaboração que Portugal, historicamente, tem com Timor-Leste, o Governo português disponibiliza tudo aquilo que são os seus recursos qualificados das diversas áreas para colaborar e cooperar com o Governo de Timor-Leste", concluiu o secretário de Estado português.

Em declarações à Lusa, Alexandrino Araújo agradeceu o encontro com o secretário de Estado português e enalteceu a relação de longa data entre Portugal e Timor-Leste e a cooperação que "continua até hoje".

JYO // MCL

Na foto: Alexandrino Xavier Araújo

segunda-feira, 29 de abril de 2019

Timor-Leste | Xanana Gusmão admite dissolução do partido que lidera


Díli, 29 abr 2019 (Lusa) -- Xanana Gusmão pediu aos militantes do Congresso Nacional da Reconstrução Timorense (CNRT), maior força política da coligação do Governo timorense, uma reflexão sobre o futuro do partido, que lidera, admitindo, até, a sua possível dissolução.

"O partido tem de fazer uma forte reflexão. Quadros e militantes têm de analisar a ética política, sobre as várias manobras, as propagandas que surgem, para compreender melhor as pessoas que gerem a nação, e as suas visões e comportamento políticos", disse numa mensagem ao partido, durante o fim de semana.

"O que tem acontecido no partido tem de ser mesmo analisado como uma lição para o partido", disse, numa mensagem em vídeo gravada por ocasião dos 12 anos do Congresso Nacional da Reconstrução Timorense (CNRT).

Para Xanana Gusmão, as mudanças verificadas em Timor-Leste entre 2007 e 2017 -- com mais investimento privado e uma economia mais robusta -- "não são valorizadas" com o partido a continuar a ser acusado de ser "um partido corrupto, que roubou milhões de dólares ao Estado, e que tudo o que o CNRT fez foi errado".

Moçambique | Fábrica de fazer ladrões


@Verdade | Editorial

A cada dia que passa fica claro que o partido Frelimo é uma fábrica de fazer ladrões. Aliás, quando o assunto é produzir ladrões dos cofres de Estado, o partido Frelimo não tem mãos a medir. A actual situação que se vive no nosso país é paradigmático da qualidade e quantidade de indivíduos que se apoderam dos bens públicos para o benefício próprio e do partido no poder, deixando os moçambicanos cada vez mais na mais desgrenhada miseria.

O mais curioso é que esta fábrica produz ladrões de grande gabarito, todos eles ocupando posições chaves no Governo. Desde o então ministro da Justiça, Assuntos Constitucionais e Religiosos, passando pela antiga PCA do Fundo de Desenvolvimento Agrário.

Aliás, para além do ex-ministro das Finanças e a sua turma que deixaram o país à beira do abismo, também a antiga ministra do Trabalho fez das suas durante o seu reinado. Ela recebeu subornos de 100 milhões de meticais para favorecer empresas de construção civil e do sector gráfico em contratos com a Segurança Social.

À semelhança de outros ladrões fabricados pelo partido Frelimo, quando questionada, a ex- -governante afirmou que parte do valor foi usado para o partido, especificamente para apoiar a campanha eleitoral de Filipe Nyusi. E o mais caricato é o silêncio do partido e do seu presidente, o que de certa maneira demonstra a sua cumplicidade nesses rombos.

Sobe para 38 número de mortos em Moçambique após a passagem do Kenneth


Quase 35 mil casas foram parcial ou totalmente destruídas e 31.256 hectares de culturas afectadas

As autoridades moçambicanas actualizaram para 38 mortos e 39 feridos o número de vítimas do ciclone Kenneth na província de Cabo Delgado, num total de mais de 168 mil pessoas afectadas.

De acordo com o mais recente ponto de situação, divulgado nesta segunda-feira pelo Instituto Nacional de Gestão de Calamidades (INGC), a passagem do ciclone Kenneth pela província moçambicana de Cabo Delgado, no Norte, causou 38 mortos, 39 feridos e afectou 168.254 pessoas.

Quase 35 mil casas foram parcial ou totalmente destruídas e 31.256 hectares de culturas afectadas.

Angola | PGR sem contemplações para crimes de corrupção


O subprocurador-geral da República titular da província do Namibe, Pedro Fonseca, afirmou, em Moçâmedes, que a instituição está firme no combate aos crimes de peculato, corrupção, impunidade e nepotismo.

O magistrado do Ministério Público afirmou que os funcionários da PGR na província não terão contemplações para levarem às barras do tribunal todos aqueles que praticarem actos ilícitos no país.

“Não haverá trégua para os criminosos que lesam bens públicos ou privados, por isso, a PGR está a afinar cada vez mais os seus mecanismos de combate à criminalidade, para desencorajar tal prática”, disse o responsável.

Pedro Fonseca esclareceu que algumas entidades gozam de imunidades no aparelho do Estado, mas alerta que podem perde-la no caso de praticarem crimes.

O magistrado esclareceu que essas individualidades, para serem arguidos os processos têm de, em primeiro lugar, ser analisados por órgãos do poder legislativo, judicial e Executivo, no sentido de lhes serem retiradas as imunidades.


Angola arrecadou 330 milhões de euros da venda de diamantes no primeiro trimestre


Luanda, 29 abr 2019 (Lusa) - A Empresa Nacional de Comercialização de Diamantes de Angola (SODIAM) arrecadou 368,66 milhões de dólares (320 milhões de euros) pela comercialização de 2,6 toneladas de diamantes, no primeiro trimestre de 2019, anunciou hoje a administração da empresa.

Segundo a SODIAM, o volume total de vendas corresponde a um aumento de cerca de 31,5% em relação ao similar período de 2018.

Os dados relativos às realizações do mercado de diamantes em Angola durante o aos primeiros três meses de 2019 e perspetivas do segundo trimestre foram apresentados hoje, em Luanda, numa cerimónia que decorreu na sede do Ministério dos Recursos Mineiras e Petróleos.

Mobilidade no espaço lusófono será maior a breve prazo, diz secretário da CPLP


O projeto visa "aproximar a CPLP aos seus cidadãos" através da mobilidade de estudantes e empresários. Ribeiro Telles afirma que a CPLP tem hoje uma grande valorização no plano internacional.

O secretário executivo da CPLP afirmou esta segunda-feira, em Luanda, que, a breve prazo, vai haver uma “maior facilitação na circulação” dos cidadãos no espaço lusófono, sublinhando que todos estão a trabalhar nesse sentido.

Francisco Ribeiro Telles, que chegou esta segunda-feira a Angola para uma visita de dois dias, recordou que, na semana passada, houve uma reunião, em Cabo Verde, dos ministros do Interior da Comunidade dos Povos de Língua Portuguesa (CPLP) em que a mobilidade foi a principal questão a ser analisada.

Penso que sim, que, a breve prazo, haverá uma maior facilitação na circulação de cidadãos do espaço CPLP. É isso que estamos a trabalhar, é isso que Cabo Verde está a trabalhar, enquanto Presidência, e Angola, enquanto futura Presidência também, trabalhará nesse sentido”, referiu o diplomata português.

São Tomé | PR e PM recebidos pelo povo do Príncipe em luto


O Primeiro Ministro Jorge Bom Jesus e o Presidente da República Evaristo Carvalho, chegaram esta manhã (27.04) à ilha do Príncipe. No aeroporto de Santo António foram recebidos por uma manifestação silenciosa do povo da ilha do Príncipe.

Uma manifestação de luto, que suplica por medidas do poder central, para pôr fim de uma vez por todas às sucessivas mortes dos cidadãos nacionais durante a travessia marítima entre as duas ilhas.


Abel Veiga | Téla Nón

Guiné-Bissau | Juventude de Madem pede intervenção da comunidade internacional


Solicitam ajuda na resolução do impasse no parlamento guineense

A Juventude do Movimento para Alternância Democrática (JUADEM-G15) pede a intervenção da comunidade internacional em relação ao impasse que se verifica no parlamento que motiva a vacatura no posto do segundo vice-presidente da mesa da ANP

A exortação da juventude do MADEM acontece horas antes da chegada da missão da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) que visa inteirar da actual situação política, no país.

Em conferência de imprensa, esta segunda-feira (29), Fidélis Biombo Cá, em nome da juventude, responsabiliza ainda o PAIGC pela actual situação no parlamento por não estar em condições de dar ao povo guineense o desenvolvimento almejado.

As inquietantes reuniões do governo português


Os EUA afirmam que Portugal participou na reunião realizada em Washington a 11 de Abril para debater o financiamento da Venezuela quando Nicolás Maduro for derrubado. Mais uma vez, o Governo nada diz.

José Goulão | AbrilAbril | opinião

No dia 11 de Abril, a duas escassas semanas das celebrações dos 45 anos da revolução que devolveu a Portugal as condições e o poder de ter voz na cena internacional, o governo português fez-se representar numa reunião em Washington tutelada pelo secretário das Finanças do presidente Donald Trump, precisamente Steven Mnuchin, alguém que fez a indispensável recruta no Goldman Sachs – o «banco que governa o mundo».

O leitor mais desatento às permanentes tropelias que o executivo de Lisboa comete em matéria de política externa pode interrogar-se sobre a relevância desta anotação. Tanto mais que se tornou um hábito, desde que Novembro se vingou, como sublinha o José Mário Branco, os consecutivos governos nacionais actuarem, sem excepção, sob vozes de comando externas, mesmo que a Constituição da República tenha vindo ditar exactamente o contrário.

A norma tem sido, de facto, o comportamento internacional de Portugal regular-se pelas instruções dos nossos «aliados», que quase sempre ordenam o contrário do espírito da Revolução de Abril e da letra da Constituição.

Portugal | Pedro Costa em estreia no IndieLisboa


O realizador Júlio Alves estreia em maio no festival IndieLisboa o documentário 'Sacavém', um ensaio visual sobre o cinema de Pedro Costa, a partir de alguns objetos associados à rodagem dos filmes do autor.

Em declarações à agência Lusa, Júlio Alves explicou que 'Sacavém' tem a génese numa tese de doutoramento, na qual um dos capítulos foi dedicado aos objetos do cinema de Pedro Costa, como o caderno de colagens que funcionou como guião de 'Casa de Lava' (1994).

"Eu não estava a fazer um filme sobre Pedro Costa, mas uma viagem ao cinema dele, à estrutura, à forma como é concebido, sentido e construído", explicou.

'Sacavém', que integra a competição de longas-metragens do IndieLisboa, põe em diálogo excertos dos filmes de Pedro Costa, em particular os que se relacionam com o Bairro das Fontainhas, imagens dos objetos que lhe serviram de suporte e declarações de conversas entre os dois realizadores.

Portugal | Camionistas de matérias perigosas iniciam hoje negociações com patrões


O Sindicato Nacional dos Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP) começa hoje a negociar melhores salários e condições de trabalho com a ANTRAM, conforme foi acordado na sequência da greve que afetou a distribuição de combustíveis em todo o país.

O SNMMP vai pedir salários de 1.200 euros para os profissionais do setor, um subsídio de 240 euros e a redução da idade de reforma. Estas reivindicações são a base da proposta de Acordo Coletivo para os motoristas de matérias perigosas, que o sindicato vai apresentar à associaçõa empresarial do setor, a ANTRAM.

"Se somarmos todos os complementos que são atribuídos aos motoristas e o salário base de 630 euros dá um valor próximo de dois salários mínimos e é isso que reivindicamos para salário base, que ficaria indexado ao salário mínimo nacional, acompanhando os respetivos aumentos", disse o presidente do sindicato, Francisco São Bento, à agência Lusa.

Espanha, um país partido e com Vox


Pedro Ivo Carvalho | Jornal de Notícias | opinião

Espanha acorda hoje partida ao meio. Esta é a primeira conclusão a tirar do resultado das eleições legislativas mais importantes e participadas da História daquela democracia. A segunda, mais previsível, é a de que se confirmou não só a vitória do socialista Pedro Sánchez, como a necessidade que terá de promover uma coligação para governar, no âmbito da qual os independentistas poderão ser novamente a chave para um entendimento, gorada que ficou a possibilidade aritmética de um acordo natural com o Podemos ser suficiente para alcançar a maioria absoluta. E a terceira conclusão, que pairava como um fantasma sobre grande parte da nação, é a de que a extrema-direita, protagonizada pelo Vox, não capitalizou eleitoralmente ao ponto de influir na esfera do poder, mas irrompe no Parlamento com uma força tremenda, ao ter sido capaz de eleger 24 deputados. A balança só não pendeu de forma mais notória para o partido de Santiago Abascal porque a forte mobilização do eleitorado favoreceu a Esquerda nos territórios que, há quatro anos, foram da Direita.

Espanha/Eleições | A vitória do PSOE e o fracasso do PP nas capas dos jornais


A vitória do PSOE (socialista) de Pedro Sánchez em Espanha e o fracasso do PP (direita) dominam esta segunda-feira as primeiras páginas dos jornais espanhóis.

"Sánchez vence, mas necessitará de chegar a acordos e o PP [Partido Popular, direita] sofre um desaire", titula o "El País", que recorda que "os socialistas voltam a ganhar as eleições depois de 11 anos" em que foram o segundo partido mais votado no parlamento.

Nas eleições gerais realizadas no domingo o PSOE elegeu 123 deputados (28,68% dos votos), o PP 66 (16,70%), o Cidadãos (direita liberal) 57 (15,86%), o Unidas Podemos (extrema-esquerda) 42 (14,31%) e o Vox 24 (10,26%).

O "El País" também dá conta de que "Os populares assumem o seu colapsoresponsabilizando a divisão da direita" e que o "Cidadãos aumenta o número de lugares, apesar de [o seu líder Albert] Rivera não conseguir superar o PP".

domingo, 28 de abril de 2019

PSOE vence eleições e procura parceiros para governar Espanha


O PSOE venceu as eleições gerais espanholas, mas sem obter a maioria absoluta de 176 deputados. Pedro Sánchez tem agora de encontrar uma solução governativa estável para governar.

Com mais de 90% dos votos contados, o PP manteve-se como a segunda força política do país, mas perdeu poder naquela que foi a pior noite eleitoral da história do partido.

O partido liberal Ciudadanos é a terceira força, logo seguido pelo partido de esquerda Podemos, que poderá ajudar o PSOE a formar uma maioria governativa, ainda que seja necessário o apoio de força políticas regionais, como os nacionalistas bascos ou os independentistas catalães.

A extrema-direita do Vox conseguiu entrar na assembleia com mais de 20 deputados.

Contagem de deputados até ao momento:

PSOE: 122 (122 em 2016)
PP: 65 (85 em 2016)
Ciudadanos: 57 (32 em 2016)
Podemos: 42 (71 em 2016)
Vox: 24

Jornal de Notícias

Hitler gargalhava quando o nazismo era confundido com a esquerda



O que Adolf Hitler diria do disparate de que o nazismo “é de esquerda”, como afirmam o presidente Jair Bolsonaro, o ministro das Relações Exteriores Ernesto Araújo, e o guru do bolsonarismo Olavo de Carvalho? Ele provavelmente iria rir alto.

De fato, gargalhar era o que Hitler e seus colegas nazistas faziam quando eram confundidos com os “vermelhos”, com quem disputaram na porrada o poder durante os turbulentos anos que antecederam o início do Terceiro Reich. Quem conta é o próprio Hitler, em “Minha Luta”, o misto de autobiografia e manifesto de ódio lançado em 1925 no qual a ideologia nazista foi consolidada.

Em um capítulo devidamente intitulado “A Luta com os Vermelhos”, Hitler narra como seu partido era muitas vezes confundido com o do seus inimigos da esquerda, principalmente pelos “burgueses comuns” que, escreveu Hitler, “ficavam muito chocados por nós termos também recorrido à simbólica cor vermelha do bolchevismo”.

Segundo ele, muitas pessoas “nos círculos nacionalistas sussurravam que éramos apenas uma variação de marxistas, talvez marxistas disfarçados ou, melhor, socialistas.” Mais do que a cor vermelha, escreveu o futuro Führer, esses “nacionalistas” pareciam preocupados com a linguagem usada pelos nazistas, que chamavam um ao outro de “camaradas”, como comunistas faziam.

"As acusações suecas" | Contestação de Julian Assange em 14-15/Novembro/2016


Daniel Vaz de Carvalho [*]

O presente texto é basicamente uma resenha da contestação de JA prestada em 14 e 15 de novembro de 2016 na embaixada do Equador, legalmente protegida. O documento está disponível em https://justice4assange.com/IMG/html/assange-statement-2016.html

1- O que está em causa

O caso Julian Assange (JA) evidencia a decadência da UE quanto a valores democráticos, da própria justiça e liberdade individual, tão apregoadas quando se trata de defender os interesses do capital. Mostra como a submissão ao imperialismo é como um vírus que destrói a soberania e o direito internacional, envolvendo países antes apresentados como referências do Estado de direito democrático, transformando-os em vassalos ao serviço de uma "nova ordem" iníqua.

Não podemos deixar de referir o silêncio cúmplice ou a verborreia colaboracionista nos media, a ausência de posição mesmo de sindicatos de jornalistas na UE. Tudo o que se passou e passa é algo absolutamente inadmissível para qualquer país civilizado, em que a traição do atual governo do Equador se tornou parte ativa.

JA foi submetido a detenções ilegais e politizadas desde 2010, sem culpa formada, em prisão solitária de alta segurança britânica, residência vigiada e desde 2012 na embaixada do Equador em Londres, donde foi retirado à força pela polícia com invasão permitida pelo Equador do seu território diplomático. 

Coletes amarelos feridos em França querem novo movimento: 'os mutilados'


Os manifestantes feridos pela polícia francesa que pertencem ao movimento social coletes amarelos decidiram formar um grupo denominado "Os Mutilados" e apelaram à presença na manifestação em Paris de 26 de maio.

"Decidimos formar um grupo, 'Os Mutilados', por exemplo" contou Robin Pages, numa conferência de imprensa realizada em Gennevilliers (Paris), manifestante que sofreu uma lesão grave no pé em 2017 em Bure (nordeste), onde está previsto ser construído um aterro para lixo nuclear.

Hoje, 19 pessoas que ficaram feridas com balas de borracha ou por granadas lançadas pela polícia apresentam o movimento que, dizem, pretende "combater a repressão ultraviolenta" e deseja proibir o "uso destas armas de guerra".

"Estão aqui e estão apenas 26 olhos a olharem para vocês. Façam as contas", afirmou Jerome Rodrigues, um dos "coletes amarelos" feridos numa manifestação realizada em janeiro, em Paris.

Espanha/Eleições | Votaram mais eleitores até às 14h00 do que em 2016


A taxa de participação nas eleições gerais de Espanha era de 41,48% às 14:00 (13:00 em Lisboa) de hoje, quase cinco pontos percentuais acima da mesma taxa nas eleições anteriores, de 26 de junho de 2016 (36,87%), segundo dados oficiais.

Quase 37 milhões espanhóis estão a exercer o seu direito de voto desde as 09:00 (08:00 em Lisboa) até às 20:00 (19:00) para escolher os 350 deputados e 208 senadores das Cortes Gerais, havendo ainda eleições para o parlamento regional na Comunidade Valenciana.

Cerca das 18:30 (17:30 de Lisboa) serão divulgados os dados oficiais da participação até às 18:00 e logo a seguir à hora de fecho das assembleias de voto, 20:00 (19:00), começarão a ser conhecidas as sondagens feitas à boca das urnas.

Os estudos de opinião feitos nos últimos dias indicaram que haverá cinco partidos que terão mais de 10% de votos, sendo o PSOE (socialista) o favorito com cerca de 30%, longe da maioria absoluta, seguido do PP (Partido Popular, direita) com quase 20% e um grupo de três partidos entre 10 e 15%: Cidadãos (direita liberal), Unidas Podemos (extrema-esquerda) e Vox (extrema-direita).

Os estudos de opinião feitos nas últimas semanas também davam conta da existência de uma percentagem elevada de indecisos, superior 40%.

Lusa | Notícias ao Minuto | Foto: Reuters

Portugal | Jerónimo exige "fim da promiscuidade" na Saúde entre público e privado


O secretário-geral do PCP exigiu hoje o "fim da promiscuidade" entre o setor público e privado no Serviço Nacional de Saúde, durante um almoço comemorativo do 45.º aniversário do 25 de abril em Vila do Conde, Porto.

"O PCP tem-se batido por uma nova lei [de Bases da Saúde] que inscreva como objetivo central a valorização do Serviço Nacional de Saúde (SNS) universal, geral e gratuito, com gestão pública. Objetivo que exige o fim da promiscuidade entre o setor público e privado, desde logo com o fim das Parcerias Público-Privadas (PPP)", declarou Jerónimo de Sousa.

Num discurso escrito, de seis páginas, o líder comunista reforçou a ideia de que o país precisa de "avançar no caminho de Abril" e de "avançar com uma Lei de Bases da Saúde e uma política que defenda o SNS e o direito à saúde de todos os portugueses, reforçando os direitos sociais".

Empresas lusas na China é "mais importante" do que da China em Portugal


O Presidente da República considerou hoje que a presença na China de empresas portuguesas "é muito mais importante" do que a das empresas chinesas em Portugal e expressou a ambição de "exportar mais" para o mercado chinês.

Marcelo Rebelo de Sousa falava perante representantes de alguns dos maiores exportadores portugueses para o mercado chinês, como a empresa de celulose Caima, a cervejeira Super Bock, as construturas Mota-Engil e Teixeira Duarte, o grupo têxtil TMG e a empresa de calcários Filstone.

O chefe de Estado recebeu os empresários portugueses num jantar em Pequim, na residência do embaixador de Portugal na China, depois de no sábado ter jantado no mesmo lugar com dirigentes das principais empresas chinesas com investimentos em Portugal, entre as quais China Three Gorges, State Grid, Fosun e Haitong.

Portugal-UE | E afinal quando são as eleições?


Domingos de Andrade* | Jornal de Notícias | opinião

Se as quatro perguntas que fizemos na sondagem sobre as eleições europeias da Pitagórica para o JN e TSF fossem um teste, 83% dos inquiridos teriam chumbado.

Desconhecem quantos países constituem a União Europeia, o nome do presidente da Comissão Europeia, ou o número de eurodeputados portugueses. Mais grave, 71% não sabem sequer quando se realizam (a 26 de maio) e muitos outros arriscam datas erradas. Poderia ser mais sério se os inquiridos evidenciassem um desprezo pela UE, mas a esmagadora maioria está feliz com a pertença ao clube do euro. Das boas notícias, portanto. Das más está a justificação para o alheamento. Os inquiridos reconhecem que o seu voto é depositado em função de questões nacionais, um sinal a dar ao Governo em exercício, que o atual assumiu em pleno nesta campanha.

Portugal | PCP espera que "desavença" entre Governo e BE "não sirva de álibi"


O secretário-geral do PCP desafiou hoje o PS a não usar divergências com o BE para se afastar de um Serviço Nacional de Saúde universal e gratuito e criticou a divulgação de "pseudo-acordos" que deveriam continuar privados.

Questionado sobre a "desavença" dos socialistas com o Bloco de Esquerda quanto à Lei de Bases da Saúde, Jerónimo de Sousa disse esperar que "não sirva de álibi para o problema que atualmente existe", responsabilizando o Governo do PS por "encontrar uma solução" para o problema das Parcerias Publico Privadas (PPP) no setor.

"Efetivamente há uma responsabilidade particular do Governo do PS, que não se pode escudar através deste acontecimento, deste episódio" e tem que "encontrar uma solução para o problema em relação às PPP, confirmando até os passos que tinha dado", disse o secretário-geral do PCP.

Portugal | Ana Gomes considera imoral regime fiscal para residentes não habituais


Lisboa, 27 abr 2019 (Lusa) - A eurodeputada socialista Ana Gomes insurgiu-se hoje contra o regime fiscal dos residentes não habituais em vigor em Portugal, considerando-o uma "discriminação total" contra os portugueses, e defendeu que são precisos "eurocríticos e não eurobeatos".

Estas mensagens foram deixadas pela ainda deputada do PS no Parlamento Europeu numa conferência promovida pelo Bloco de Esquerda sobre combate aos paraísos fiscais, que decorreu na Fundação José Saramago, em Lisboa.

Falando antes da intervenção da coordenadora do Bloco de Esquerda, Catarina Martins, a antiga diplomata começou por elogiar medidas adotadas por este Governo para reforçar a transparência no sistema fiscal nacional, como a ilegalização das ações ao portador, mas, depois, deixou duras críticas à vigência do regime fiscal aplicado a residentes não habituais no país.

sábado, 27 de abril de 2019

Portugal | Aumento da natalidade indissociável de medidas positivas para as famílias


Estão a nascer mais bebés em Portugal desde 2012, o que deve ser associado às medidas positivas para as famílias tomadas no quadro da actual solução política.

Abril Abril | editorial

Sem prejuízo de uma análise a fazer para confirmar se estamos perante uma subida sustentada da natalidade, há questões que são indissociáveis dos números de subida registados, designadamente as medidas políticas positivas para as famílias aprovadas nos últimos quatro anos, no quadro da solução política desta legislatura.

De acordo com números avançados pelo Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge relativos ao «teste do pezinho» registou-se, no primeiro trimestre do ano, 21 348 nascimentos, traduzindo um aumento de 984 nascimentos (mais 5%) face a período homólogo do ano anterior. Desde os primeiros três meses do ano de 2012 que o País não registava tantos nascimentos. Se se mantiver a tendência, seria a terceira subida anual consecutiva da natalidade. Números importantes já que desde 2011, período que coincidiu com o início de medidas impostas pela UE de ajustamento financeiro, houve uma queda acentuada, tendo o ano de 2014 registado um mínimo histórico de nascimentos.

Marcelo defende em Pequim "respeito efetivo pelos direitos humanos"


O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, defendeu hoje em Pequim "respeito efetivo pelos direitos humanos" a nível global, numa intervenção perante o Presidente da China, Xi Jinping, e o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres.

O chefe de Estado referiu-se aos direitos humanos no final da sua intervenção na segunda edição do fórum "Faixa e Rota", iniciativa chinesa de investimento em infraestruturas da Ásia à Europa, num painel sobre ambiente e desenvolvimento sustentável, que decorreu à porta fechada e não foi transmitido no centro de imprensa.

De acordo com o seu discurso escrito, a que a agência Lusa teve acesso, a propósito do combate às alterações climáticas Marcelo Rebelo de Sousa afirmou: "O mais importante é combinar a ação multilateral com diálogo político, porque essa é verdadeiramente a única via para garantir um mundo melhor, em que a paz, o desenvolvimento, a justiça e o efetivo respeito pelos direitos humanos prevaleça".

Rússia serve-se de manobras da OTAN para treinar quase em combate real


Valentin Vasilescu*

Deve ver-se nisto uma forma de humor ou um desprezo pelo perigo? O Exército russo acaba de utilizar as manobras da OTAN «Escudo do Mar 2019» no Mar Negro para realizar o seu próprio treino em situação realista.

Funcionários ucranianos declararam que a sua marinha de guerra, assim como um grupo de navios da OTAN, preparavam-se para atravessar o Estreito de Kerch sem a aprovação da Rússia. Com esta manha, os Ucranianos pensam que vão enrolar a Rússia.

Ao mesmo tempo, grandes exercícios de forças navais da OTAN chamados «Escudo do Mar 2019» acabam de ter lugar no Mar Negro. Os Estados membros da OTAN puseram em prática procedimentos de combate contra os submarinos, os navios de superfície e aeronaves adaptados à região. O seu cenário simula uma operação de resposta a uma crise no quadro de uma resolução do Conselho de Segurança das Nações Unidas (CSNU).

Quatorze navios de guerra romenos, os caças Mig 21 e F-16 romenos, o contra-torpedeiro (destroyer) neerlandês Evertsen, a fragata canadiana Toronto, a fragata espanhola Santa Maria, a fragata turca Gelibolu e o navio auxiliar francês Var participaram nestas manobras.

Rebelião em Londres: é o clima ou o sistema?


Milhares de pessoas – entre elas, pré-adolescentes – tentam parar, há oito dias, um dos centros do capitalismo global. O movimento ensina algo sobre a potência de um novo ambientalismo e de certas táticas de luta

Antonio Martins | Outras Palavras

“Nosso futuro foi entregue, para que um pequeno número de pessoas possa acumular quantidades inimagináveis de dinheiro (…) Agora, as pessoas estão aos poucos se tornando mais conscientes, mas as emissões [de CO²] continuam a crescer. Não podemos nos contentar com pouco. No essencial, nada mudou (…) Não se trata apenas de gente jovem cansada de políticos. É uma crise existencial. É algo que afetará o futuro de nossa civilização”. Não foram palavras de um político de esquerda, nem de um filósofo ecossocialista. Entre domingo (21/4) e segunda-feira (22), a garota sueca Greta Thunberg, que tem 16 anos e é portadora de uma forma incomum de autismo, polarizou as atenções em Londres – ofuscando, inclusive, o debate interminável sobre o Brexit. As frases acima são de suas falas num debate e num discurso ao Parlamento.

Greta, porém, não foi estrela solo. Desde 15 de abril, multidões articuladas pelo movimento Extinction Rebellion promovem, num dos centros globais do capitalismo, uma sequência de ocupações de espaços públicos, protestos, bloqueios de vias e performances contra o sistema que promove o aquecimento global e a devastação da biosfera. Mais de mil pessoas foram presas no período e o movimento prossegue, adotando formas particulares de resistência não-violenta. Depois da emergência da Esquerda Democrática nos EUA, das Sextas-feiras pelo futuro e do Green New Deal, surge um novo sinal da potência rebelde que a luta em defesa do planeta pode, em determinadas condições, assumir.


Ponte de Waterloo. Praça do Parlamento. Oxford Circus. Museu de História Natural. Nos últimos oito dias, todos estes locais-símbolos de Londres foram tomados por milhares de ativistas para denunciar a continuidade das políticas que, em nome dos lucros, ameaçam o futuro coletivo. O movimento é multigeracional, mas há nítida predominância de jovens e adolescentes – inclusive na faixa dos 12 aos 16. A Extinction Rebellion mobilizou-os em torno de três propostas simples. Talvez revelem alguma ingenuidade, mas seu sentido de indignação antissistêmica é claro. São elas: a) que os governos “falem a verdade” sobre a emergência ecológica, revertam políticas que a alimentam e ajam em conjunto com a mídia para “informar os cidadãos”; b) que a emissões líquidas de gases do efeito-estufa sejam reduzidas a zero, até 2025; c) que assembleias de cidadãos possam acompanhar o andamento deste processo de transformações.

Trump anuncia retirada dos EUA de tratado para regular comércio de armas


Anúncio foi feito durante encontro da Associação Nacional do Rifle (NRA). Tratado promovido pela ONU e que recebeu apoio de Obama prevê dificultar exportações de armas para países acusados de violar direitos humanos.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta sexta-feira (26/04) durante a reunião anual da Associação Nacional do Rifle (NRA) que os EUA vão se retirar de um tratado para regular o comércio internacional de armas que havia sido assinado em 2013.

Trump disse aos membros do lobby de armas que pretende revogar o status dos EUA de signatário do Tratado sobre Comércio de Armas (TCA), um texto adotado pela ONU que busca melhorar a regulamentação do comércio internacional de armas.

"Estamos retirando nossa assinatura", disse Trump a milhares de ouvintes entusiasmados, muitos acenando com bonés vermelhos decorados com o slogan de campanha do presidente republicano: "Torne a América Grande Novamente".

"Hoje anuncio oficialmente que os Estados Unidos vão revogar os efeitos da assinatura" desse tratado, disse. "Jamais deixaremos que burocratas estrangeiros pisem nas liberdades garantidas pela segunda emenda" da Constituição, acrescentou.

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