CLÁUDIA BANCALEIRO , MARGARIDA GOMES e SAMUEL
SILVA – Público (actualizado às 10:25)
Em dia de greve
geral convocada por CGTP e UGT, os transportes públicos são um dos sectores
mais afectados.
Na manhã desta
quinta-feira, dia de greve geral, poucos eram os transportes públicos a
circular em Lisboa e no Porto. Os acessos às duas cidades, para quem se
aventurou a chegar ao trabalho de carro, estão congestionados.
No Porto nenhum
autocarro da STCP está a circular nas ruas da cidade, pelo que a adesão à greve
é total, segundo o Sindicato dos Trabalhadores dos Transportes.
Não há serviços
mínimos definidos para a CP, Metro de Lisboa, Transtejo e Soflusa. Por isso, as
empresas avisaram os clientes de que será difícil chegar ao trabalho através
destas redes de transportes.
Esta é a quarta
vez, desde o 25 de Abril, que a CGTP e a UGT se juntam em greve geral. É ainda
a segunda que o actual primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, enfrenta. Aliás,
é o primeiro governante da democracia a enfrentar duas greves gerais convocadas
pelas duas centrais sindicais.
As 355 viaturas da
STCP que deveriam estar ao serviço esta manhã encontram-se estacionadas desde a
meia-noite nas duas estações de recolha de Francos e da Via Norte da Sociedade
de Transportes Colectivos do Porto (STCP).
Por volta das 7h30,
um motorista contratado a prazo preparava-se para sair da estação de recolha de
Francos, mas os trabalhadores que se encontram ali concentrados desde a
meia-noite barraram a saída junto ao portão principal da empresa e o autocarro
acabou por não sair, de acordo com informação avançada ao PÚBLICO pelo
coordenador do Sindicato dos Trabalhadores dos Transportes.
Fernando Oliveira
adiantou que a adesão do cerca de 800 motoristas da STCP “é total”, e nos
outros sectores, oficinais e administrativos a paralisação “superou as
expectativas” dos dirigentes sindicais, porque na empresa há muitos motoristas
com contratos precários.
“Na STCP, num total
de 1290 trabalhadores, cerca de 800 são motoristas, sendo que 140 trabalham com
contratos a prazo e todos aderiram à greve, o que é uma enorme vitória”,
afirmou ainda Fernando Oliveira.
Os serviços mínimos
previam a circulação de 20 viaturas, mas o certo é que não há nenhuma em
serviço.
Um enorme
contingente policial com vários carros de patrulha e polícia de choque
encontra-se concentrado nas duas estações de recolha da STCP, mas a greve tem
decorrido sem quaisquer sobressaltos, nem mesmo quando os trabalhadores
barraram a saída de um autocarro, de acordo com informação avançada pelo
coordenador do Sindicato dos Trabalhadores dos Transportes.
As estações
ferroviárias de Campanhã e S. Bento, no Porto, estão completamente paradas, não
se encontrando nenhum comboio em circulação desde o início da greve geral desta
quinta-feira.
Fonte do Sindicato
dos Trabalhadores dos Transportes Rodoviários e Urbanos de Portugal revelou que
desde a meia-noite nenhum comboio circulou, não havendo qualquer movimento nas
duas principais estações da cidade.
Em relação ao metro
do Porto, a mesma fonte revelou que das seis linhas que funcionam diariamente,
apenas a linha vermelha, que liga o Estádio do Dragão à Póvoa de Varzim, está
ao serviço.
Lisboa a meio gás
Em Lisboa, pelas 7h30, um barco ao serviço da Transtejo, que assegura as
ligações fluviais com a Margem Sul, fez a travessia entre Cacilhas e o Cais do
Sodré, disse fonte do grupo de transporte fluvial à Lusa. Ainda para esta
manhã, estava prevista uma ligação entre o Barreiro e o Terreiro do Paço, às
7h40, acrescentou a mesma fonte, indicando que se prevê que ambas as rotas
estejam operacionais até às 13h.
O grupo Transtejo,
que inclui ainda a Soflusa, alertou que durante o dia de greve as ligações
entre Lisboa, Cacilhas, Trafaria, Barreiro, Seixal e Montijo vão sofrer
perturbações. Tal como na Transtejo, não há serviços mínimos definidos para a
CP e Metro de Lisboa. No Porto, a STCP garante serviços mínimos e no metro a
circulação será “bastante” afectada, segundo previsões da empresa.
A Carris está
obrigada a serviços mínimos e era isso que acontecia esta manhã. No centro de
Lisboa, poucos eram os autocarros da empresa a circular e os que estavam em
serviço chegavam às paragens lotados. A transportada tem a funcionar, a 50% do
regime normal, os autocarros 703, 708, 735, 736, 738 742, 751, 755, 758, 760,
767 e 781. Também está assegurado o transporte exclusivo de deficientes.
A PSP terá quebrado
o piquete de greve que estava na estação da Carris na Musgueira, de onde saem
alguns dos autocarros que estão em serviço mínimo, apurou o PÚBLICO.
Na estação de
comboios do Cais do Sodré, em Lisboa, os piquetes de greve da CGTP indicaram à
SIC Notícias que não houve ligações ferroviárias de e para Cascais. Os painéis
de informação aos passageiros não foram sequer ligados. No Porto, o cenário é
semelhante.
No caso do Metro de
Lisboa, sem serviços mínimos, foi anunciada a suspensão das ligações em toda a
rede até às 01h de sexta-feira. As estações estão encerradas. A Metro
Transportes do Sul prevê, por sua vez, assegurar, pelo menos, 50% das
circulações no horário normal.
No metro do Porto,
que funcionará entre as 7h e as 21h (em vez das 6h à 1h), está apenas
assegurada a circulação na Linha Amarela entre o Hospital de S. João e Santo
Ovídio, em Gaia, entre a estação da Senhora da Hora e a estação do Estádio do
Dragão, no tronco comum às linhas Azul (A), Vermelha (B), Verde (C), Violeta
(E) e Laranja (F).
Filas de
trânsito nos acessos a Lisboa e Porto
Os acessos a Lisboa estavam pelas 09h muito congestionados. Pela Ponte Vasco da
Gama, as filas começavam na zona do nó da Moita em direcção ao tabuleiro da
ponte. Ainda na Margem Sul, a Ponte 25 de Abril registava também paragens
demoradas na circulação. No IC20, sentido Caparica-Almada, a fila de trânsito
era visível desde o hospital ao nó da A2.
Na Segunda
Circular, sentido Norte-Sul, o trânsito é compacto, com fila a começar na zona
de Sacavém e a estender-se até ao Eixo Norte-Sul.
No Porto, sinal
vermelho na Ponte do Infante, no sentido Gaia-Porto, e na A3, sentido
Valença-Porto, onde se registam paragens desde Águas Santas até à saída para a
Circunvalação. Na VCI, fila desde a Ponte do Freixo até ao nó da A3. No sentido
contrário, as dificuldades são entre o nó de Coimbrões e Francos.
Autocarros parados
em Braga
Não há um único autocarro a circular na cidade de Braga nesta quinta-feira. A
greve geral está a ter uma adesão de 100% nos motoristas dos
Transportes Urbanos de Braga (TUB), pelo que nenhuma das carreiras habituais
está a funcionar. É sobretudo no sector dos transportes que estão a ser
sentidas as consequências do protesto na cidade, mas há outros serviços
públicos parados ou a funcionar em ritmo lento face ao número de grevistas.
Nos restantes
sectores dos TUB, os números finais de grevistas ainda não estão apurados, mas
fonte da empresa municipal avança que também existe uma “grande adesão” dos
trabalhadores, ainda que “não tenha atingido os 100%”.
Tal como tem
acontecido um pouco por todo o país, também o sector ferroviário está a ser
afectado pela greve e, nas primeiras horas da manhã, não saiu nenhum comboio de
Braga em direcção ao Porto ou a Lisboa.
Ligações aéreas atrasadas ou canceladas
Nas ligações aéreas, e segundo dados da ANA - Aeroportos de Portugal avançados
pelas 10h, foram cancelados 22 voos devido paralisação: 17 no aeroporto de
Lisboa, dois no Porto e três em Faro. Nos aeroportos dos Açores não foram
registados cancelamentos nos voos previstos. A ANA confirma ainda que estão ser
verificados atrasos em algumas ligações.
António Monteiro,
porta-voz da TAP, confirmou ao PÚBLICO que esta manhã se
"registavam atrasos em alguns voos" da transportadora mas
recusou-se a avançar com dados sobre a adesão à greve.
1 comentário:
LOBBYS PATRONAIS E LOBBYS SINDICAIS UNIDOS:
- ambos, nas suas negociações com os governos, QUEREM MANTER O CONTRIBUINTE DE FORA… de facto, os mafiosos dos lobbys patronais (e dos lobbys sindicais) não querem que QUEM PAGA (vulgo contribuinte) possua o Direito de Vetar negociatas…
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--->>> O contribuinte não pode andar constantemente a correr atrás do prejuízo: BPN, PPP's, etc, etc, etc.
!!!...DEMOCRACIA SEMI-DIRECTA...!!!
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Dito de outra forma:
-> Não seja cúmplice dos 'Políticos Carta Branca': os políticos que querem carta branca para continuar a estoirar milhões e milhões em endividamento...
-> Apoia os 'Políticos Disponíveis para serem Fiscalizados' (pelo contribuinte): "O Direito ao Veto de quem paga".
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---> É uma 'regra' da democracia:
- Um ministro das finanças que dê abébias a certos lobbys tem a vida facilitada... pelo contrário, um ministro das finanças que queira ser rigoroso, tem de enfrentar uma (constante) tempestade política.
---> Mesmo depois de já terem sido estoirados mais de 200 mil milhões em endividamento... os 'Políticos Carta Branca' querem estoirar mais: eles continuam a falar em mais e mais despesa... NÃO ENQUADRADA na riqueza produzida!?!?!
-> Mais, para os 'Políticos Carta Branca' já se vislumbra uma luz ao fim do túnel: "implosão da soberania, ou o caos" - federalismo...
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---> Por um sistema menos permeável a lobbys, os 'Políticos Disponíveis para serem Fiscalizados' (pelo contribuinte) farão uma gestão transparente para/perante cidadãos atentos... leia-se, são necessários melhores mecanismos de controlo... um exemplo: "O Direito ao Veto de quem paga" (vulgo contribuinte): ver blog 'fim-da-cidadania-infantil'.
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O CONTRIBUINTE TEM QUE SE DAR AO TRABALHO!!!
-> Leia-se: o contribuinte tem de ajudar no combate aos lobbys que se consideram os donos da democracia!
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