domingo, 24 de dezembro de 2023

FELIZ NATAL (mas como?*)

Maurício Parra, Colômbia | | Cartoon Movement

É a época mais cara do ano.

* PG

Gaza versus o valentão: o que as pesquisas sauditas nos dizem sobre a normalização?

Por Editores do Palestine Chronicle | análise, opinião | # Traduzido em português do Brasil

Imagine o Médio Oriente como uma sala de aula, com crianças grandes, crianças pequenas e valentões. 

Por muitos anos, Riad foi, em certo sentido, um garoto pequeno, mas muito rico. 

Em sala de aula, ele costuma ser o mais invejado. Seu relacionamento com todas as outras crianças está em grande parte, senão inteiramente, ligado à sua riqueza. 

Para proteger, digamos, o dinheiro do almoço e o território na escola, ele precisa de proteção, que é oferecida de forma confiável por outro garoto, chamado Washington. 

Na verdade, Washington ressente-se de Riade e tem pouco ou nenhum respeito por ele, pela sua cultura, pela sua religião ou mesmo pela cor da sua pele.

Quer Riad saiba disso ou não, pouco importa. 

Um dia, Washington, que também oferece proteção a outras crianças ricas da escola, decide se transferir para outra turma. 

Riad está muito chateado, mas Washington lhe diz que tem um bom amigo, chamado Tel Aviv, que deveria ser capaz de fornecer toda a proteção necessária. E que, de facto, outras crianças na sala de aula, Abu Dhabi, Manama e outras, também já concordaram em proteger o novo miúdo do quarteirão. 

No momento em que Riade está pronta para aderir ao esquema de protecção – chamemos-lhe normalização – a mais pobre e supostamente mais fraca de todas as crianças da classe, Gaza, enfrenta Tel Aviv. 

A luta, acompanhada por todas as crianças da sala de aula, não tem paralelo na história daquela escola. É violento e sangrento, mas durante toda a luta Gaza não só se mantém firme, como também muitas vezes emerge por cima. 

Isto leva-nos à sondagem de opinião pública saudita realizada pelo Instituto de Política para o Médio Oriente de Washington, cujos resultados foram divulgados na quinta-feira, 21 de Dezembro. 

Israel ordena que palestinos se mudem para áreas alvo de ataques aéreos – UNRWA

MAIS EVIDÊNCIAS DO PLANO DE GENOCÍDIO E LIMPEZA ETNICA DE ISRAEL (PG)

Palestine Chronicle | # Traduzido em português do Brasil

“O exército israelense apenas ordena que as pessoas se mudem para áreas onde há ataques aéreos em curso. Nenhum lugar é seguro” – UNRWA

A última ordem de evacuação de Israel iria forçá-los a se mudarem para áreas onde há ataques aéreos em curso, disse a Agência da ONU para Refugiados e Obras para Refugiados Palestinos (UNRWA) na noite de sábado. 

De acordo com a UNRWA, a ordem de evacuação emitida na sexta-feira exigia que os residentes do campo de refugiados de Bureij e das comunidades vizinhas “saíssem imediatamente para sua própria segurança” e se dirigissem para a cidade de Deir al-Balah, mais a sul.

No entanto, Deir al-Balah também foi alvo de violentos ataques aéreos israelitas. 

“As pessoas em Gaza são pessoas. Não são peças de um tabuleiro de xadrez. Muitos já foram deslocados várias vezes”, escreveu Thomas White, diretor da UNRWA em Gaza, no X.

“O exército israelense apenas ordena que as pessoas se mudem para áreas onde há ataques aéreos em curso. Nenhum lugar é seguro, nenhum lugar para ir.”

A UNRWA tuitou que o último pedido afetaria mais de 150 mil pessoas. 

Estima-se que 1,9 milhões tenham sido deslocados pela agressão israelita em curso, segundo a ONU.

De acordo com o Ministério da Saúde de Gaza, 20.424 palestinos foram mortos e 54.036 feridos no genocídio em curso de Israel em Gaza, iniciado em 7 de outubro.

Estimativas palestinas e internacionais dizem que a maioria dos mortos e feridos são mulheres e crianças.

(WAFA, PC)

Imagem: Crianças palestinas deslocadas sob fortes chuvas em Gaza. (Foto: via página do Times of Gaza TW)

Belém sem clima de Natal em meio à guerra em Gaza

Tania Krämer, de Belém | Deutsche Welle | # Publicado em português do Brasil

Conhecida como local de nascimento de Jesus, cidade na Cisjordânia ocupada costuma ficar cheia no período natalino. Neste ano, em meio ao conflito Israel-Hamas, maioria das comemorações foi cancelada.

A espera pelo Natal sempre foi a melhor coisa, diz Nuha Tarazi, enquanto dispõe uma tigela de biscoitos natalinos na mesa da cozinha. Mas este ano está muito diferente: não há decorações de Natal em sua casa.

"Sempre aguardávamos ansiosamente as festas de fim de ano, todos os anos", lembra a professora de inglês aposentada. "Quem quer pensar em comemorar o Natal agora, com o que acontece em Gaza?"

Há seis anos, Tarazi tem sido negada pelas autoridades de Israel a visitar seus familiares na Cidade de Gaza. No Natal, eram eles que geralmente recebiam permissão para visitá-la na Cisjordânia ocupada.

Tarazi nasceu na Cidade de Gaza, mas vive em Beit Sahour, uma cidade vizinha de Belém, há muitas décadas. Muitos moradores de Beit Sahour têm familiares e amigos na Faixa de Gaza, onde ainda existe uma pequena comunidade cristã.

Em festividades como o Natal ou a Páscoa, autoridades israelenses geralmente concedem as cobiçadas permissões de saída aos cristãos palestinos em Gaza, que é governada desde 2007 pelo grupo fundamentalista islâmico Hamas.

Um Natal diferente

A permissão de saída, contudo, nem sempre é garantida. E muitas vezes nem todos os membros de uma mesma família obtêm permissão para deixar o enclave. Em determinados anos, o número de permissões foi severamente reduzido dependendo da situação política.

Mas sempre havia esperança de reencontrar os familiares durante o Natal. Agora, tudo está diferente novamente. A passagem de fronteira de Erez, em Israel, está fechada desde os ataques terroristas do Hamas em 7 de outubro e o subsequente conflito com as forças israelenses. Isso significa que a rota para a Cisjordânia ocupada e para Jerusalém também está fechada.

Portugal | ESPELHO MEU

O regresso ao passado tenebroso

Carvalho da Silva* | Jornal de Notícias | opinião

Eleições pela frente, toca a identificar as camadas de maior peso eleitoral e os seus anseios imediatos e a produzir ajustamentos discursivos. É a azafama dos partidos políticos e são exigências da democracia. Contudo, o tempo que vivemos é tempo de imediatismos, de refinados exercícios de apagamento da memória, de enorme manipulação comunicacional, num contexto de fragilização da vida democrática que geram um festival de contorcionismo de quem quer vender gato por lebre.

Luís Montenegro, em 2014, na sua postura de “estadista” no poder, considerava que o importante era o país estar bem, não importava as pessoas estarem mal. Agora, que precisa de votos para tentar chegar ao poder, dá a cambalhota: nas suas mensagens aos portugueses parece a madrasta perante o espelho de magia malévola: “espelho meu, espelho meu”, quem é capaz de aumentar o salário mínimo, os complementos sociais e as pensões mais do que eu? 

Na identificação dos perigos que resultariam de uma vitória da Direita nas próximas eleições legislativas, não basta analisar o que fez quando esteve no Governo; é imprescindível ver bem o que são hoje os seus verdadeiros programas. Esse exercício completa-se com a observação atenta dos posicionamentos do poder económico e financeiro e dos grandes interesses instalados (referirei a seguir dois casos) e, ainda, do que está a acontecer noutros países, desde a França à Argentina.

Primeiro, o nosso sistema de Segurança Social tem uma situação de estabilidade financeira. Todavia, o cheiro a festim já colocou os fundos de investimento em pensões a reclamar mudanças. Ora, há setores empresariais a acenar com uma melhoria imediata dos rendimentos dos jovens se estes mandarem às malvas as contribuições para o sistema e, por consequência, a solidariedade entre gerações. Segundo, é preciso construir-se um novo aeroporto e está mais que estudada a sua localização. Mas, utilizando o negócio vergonhoso (talvez criminoso) feito com a ANA-Aeroportos de Portugal, perspetiva-se uma perigosa chantagem desta entidade. O senhor José Luís Arnaut, chairman da dita, aí está na primeira fila dos apoiantes de Montenegro. 

O último Governo PSD/CDS promoveu a tese de que “os portugueses viviam acima das suas possibilidades”, legislou para concretizar a maior transferência de rendimentos do trabalho para o capital, incentivou os jovens portugueses a emigrar. Entretanto, as práticas da Direita deslizaram para a extrema-direita. Caiu-lhes o verniz democrático e recorrem, cada vez mais, a instrumentos judiciais e policiais para impor reformas ultraconservadoras e neoliberais. Daqui não virão respostas para os problemas das pessoas.

Passos Coelho, o defensor da imposição de castigos aos portugueses, o pregador da emigração como solução para a vida dos jovens portugueses, o padrinho do Ventura, é hoje o grande promotor do branqueamento e normalização da extrema-direita.

Durão Barroso impôs, em 2003, o Código de Trabalho que havia de se tornar instrumento decisivo para a desvalorização salarial, promoveu uma lei regressiva na Segurança Social e aumentou o IVA. Foi também um dos quatro figurões que, na Base das Lajes, oficializaram a mentira que “justificou” a criminosa invasão do Iraque, o início de uma brutal instabilização do Médio Oriente. Agora pede aos portugueses que ponham o PS em “cura de oposição”, para que as políticas que defende sejam postas em prática. Que se pode esperar destas condutas e suas “doutas” opiniões?

Por mais que perguntem ao espelho, eles não deixam de ser quem são.

* Investigador e professor universitário

Portugal | O NÃO


Henrique Monteiro | HenriCartoon

Portugal | ENCONTRÁMOS 156 POLÍTICOS NA AGENDA DE RICARDO SALGADO

INVESTIGAÇÃO 74 – 15 de novembro de 2023 - com fotos e gráficos

Filipe Teles | Pedro Coelho | Paulo Barriga | Micael Pereira | Setenta e Quatro

Fernando Negrão (PSD) estava com os nervos à flor da pele. Não era todos os dias que era chamado ao gabinete do banqueiro mais poderoso do país, apesar de Negrão já na altura carregar nos ombros um estatuto de peso: deputado, ex-ministro, juiz e antigo diretor da Polícia Judiciária.

“Dirigi-me às senhoras do rés do chão… confesso que nem sabia o que dizer. Se dissesse que ia ter uma reunião com o Dr. Ricardo Salgado iam dizer que eu estava maluco”, conta o ex-presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) ao Banco Espírito Santo (BES). “Era uma figura inalcançável.”

No ano em que decorreu este episódio, 2013, Fernando Negrão acumulava o cargo de deputado com a advocacia no Albuquerque e Associados. O Banco Espírito Santo era cliente do escritório. “Um dia, um dos advogados do escritório recebeu uma chamada durante a qual o Dr. Ricardo Salgado disse que tinha interesse em conversar comigo”, explica o deputado do PSD. 

A proposta do presidente-executivo do BES despertou a curiosidade de Fernando Negrão. Quando já se encontrava no gabinete de Ricardo Salgado, confessou ao banqueiro: “Que estranhava muito o interesse dele em conversar comigo. E ele disse-me: 'Mas eu tenho de conversar consigo, porque o meu amigo é uma pessoa que conhece bem a sociedade portuguesa, conhece setores importantes da sociedade portuguesa'.”

E assim foi. Concluídos os serviços prestados por parte do escritório Albuquerque e Associados ao BES, Negrão continuou a conversar com Ricardo Salgado sobre “aquilo que se vai passando no país”. “Fui porque aquela conversa foi interessante”, diz. “Conversámos sobre várias matérias, incluindo o funcionamento da Justiça. Estava muito interessado no funcionamento da Justiça.”

O nome do presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito ao Banco Espírito Santo é referenciado na agenda de Ricardo Salgado 10 vezes no espaço de seis anos. Garante, no entanto, que se reuniu apenas quatro vezes com o antigo banqueiro e, talvez, “um telefonema”. Os encontros em 2013, o telefonema em 2014.

O interesse manifestado por Ricardo Salgado no funcionamento da Justiça não seria, todavia, por acaso. Poucos meses antes, em dezembro de 2012, o antigo banqueiro tinha visitado, voluntariamente, o Departamento Central de Investigação e de Ação Penal para afugentar as suspeitas que tinham vindo a público por causa do Regime Excecional de Regularização Tributária, leis especiais muito em voga nos governos de José Sócrates e de Pedro Passos Coelho que permitiram declarar ao fisco rendimentos que até então estavam escondidos da autoridade tributária. Estava em causa a "liberalidade" de 14 milhões de euros oferecida pelo construtor da Amadora José Guilherme por serviços de consultoria, que obrigou Ricardo Salgado a alterar a sua declaração de IRS.

“Ele perguntou-me se achava aquilo uma liberalidade”, confessa Fernando Negrão. “Eu achava que não era uma liberalidade.” Foi a única vez que Negrão sentiu que o presidente-executivo do BES poderia vir a pedir-lhe um favor, garante o ex-ministro. Tiveram mais duas reuniões e Ricardo Salgado nunca mais “tocou em nada”, portanto, o deputado social-democrata ficou “descansado”. “Eu fui como advogado da Albuquerque Associados, agora não sei se era nessa qualidade que o Dr. Ricardo Salgado queria que eu fosse.” No início desta entrevista, Negrão deu outra versão: que tinha ido falar com o antigo banqueiro “na qualidade de deputado”. 

Um ano e meio depois destes encontros, Fernando Negrão, que garante não ter sido consultor de Ricardo Salgado, tornou-se presidente da comissão parlamentar de inquérito mais famosa dos últimos 15 anos. Apesar dos encontros, o deputado do PSD não se sentiu, “de maneira nenhuma”, “condicionado” para exercer o cargo de presidente da CPI ao Banco Espírito Santo.

Na altura em que foi nomeado presidente da CPI ao BES, porém, soube-se da ligação de Fernando Negrão ao escritório Albuquerque e Associados. Para acalmar as críticas, o deputado do PSD distribuiu um comunicado à imprensa: dizia que a sua associação ao escritório de advogados se limitava à “emissão de pareceres na área de direito penal e do processo penal” e que desconhecia a natureza dos serviços prestados do Albuquerque e Associados ao BES. 

A Frontex deu coordenadas de barcos com refugiados a milicianos líbios – newsletter

Há muito que se sabe que o Mediterrâneo é um autêntico cemitério, e os números que se conhecem todos os anos não deixam de chocar. Entre janeiro e setembro de 2023, mais de 2500 pessoas (números conservadores) morreram ou desapareceram ao tentarem atravessar o Mediterrâneo.

Setenta e Quatro, em 14-12-2023, por Ricardo Cabral Fernandes

Um navio de uma milícia líbia, liderada pelo filho de um senhor da guerra, navega pelo Mediterrâneo quando recebe coordenadas de barcos com refugiados que tentam chegar a solo europeu. Altera a rota e interceta-os, por vezes disparando contra eles, afundando-os. Os refugiados que sobrevivem são depois levados para o leste da Líbia, território controlado pelo tal senhor da guerra, onde ficam à mercê dos seus captores: podem ser vítimas de tráfico humano, extorsão de resgates, obrigados a trabalhos forçados, torturados.

Ler artigo em Setenta e Quatro

O navio miliciano chama-se TBZ (acrónimo do nome da milícia Tareq Bin Zeyad) e pertence ao senhor da guerra Khalifa Haftar, segundo o Lighthouse Reports, media de jornalismo de investigação. E quem lhe dá as coordenadas dos refugiados? A agência europeia fronteiriça Frontex através dos meios aéreos de vigilância marítima à sua disposição – drones e aviões.  Mais de mil refugiados, diz o Lighthouse Reports, foram intercetados e levados para a Líbia com a ajuda da agência europeia desde maio deste ano.

“A lei internacional proíbe a Frontex de partilhar posições de barcos de refugiados com a Guarda Costeira líbia por a Líbia não ser um local seguro para as pessoas regressarem”, escreveu o media de jornalismo de investigação colaborativo. Mas a situação é pior: o TBZ não faz sequer parte da Guarda Costeira Líbia, é simplesmente um navio de um senhor da guerra sem qualquer ligação formal ao (falhado) Estado  líbio.

O media de investigação analisou vários casos em que o TBZ atuou e concluiu que “em todos eles havia opções mais seguras: navios mercantes navegavam nas proximidades (bem mais perto que o navio TBZ), navios de ONG ou das guardas costeiras maltesa e italiana poderiam tê-los assistido”. O TBZ só agiu por ter recebido informações da Frontex.

A Frontex tornou-se um mastodonte da estrutura europeia, nem que seja apenas pelas centenas de milhões de orçamento anual, e é difícil pensar-se não estar a par das consequências das suas ações. A própria União Europeia descreve a milícia TBZ, logo o seu navio, como filiada do Exército Nacional da Líbia, de Haftar, em documentos confidenciais obtidos pelo Lighthouse Reports.

“Encontrámos também relatórios confidenciais que mostram que os Estados da UE estão conscientes da natureza ilícita de muitas das atividades da TBZ, incluindo tráfico de seres humanos”, lê-se na investigação. O grupo é apoiado e partilha bases na Líbia com a empresa militar privada russa Wagner, considerada grupo terrorista pela UE desde 2021, mas nem isso trava a Frontex.

Há muito que se sabe que o Mediterrâneo é um autêntico cemitério, e os números que se conhecem todos os anos não deixam de chocar. Entre janeiro e setembro de 2023, mais de 2500 pessoas (números conservadores) morreram ou desapareceram ao tentarem atravessar o Mediterrâneo, de acordo com o Alto Comissariado para os Refugiados das Nações Unidas. Os Médicos Sem Fronteiras dizem mesmo que morreram pelo menos oito pessoas por dia. Cerca de 31 mil pessoas foram “resgatadas” e levadas para a Tunísia e Líbia e mais de 186 mil conseguiram chegar ao sul da Europa.

Com a inação europeia, a par e passo com uma agência europeia que evita o escrutínio público usando secretismo, não admira que de tempos a tempos aconteça uma tragédia de enormes proporções no Mediterrâneo, como a do navio com 700 pessoas que se afundou em junho. Mas todos os dias são uma tragédia no Mediterrâneo.

Ler/Ver mais em Setenta e Quatro:

Histórias cruzadas de maus-tratos nas prisões: Rubens, Danijoye Daniel - João Biscaia

Estes hooligans de extrema-direita ajudam-nos a entender aradicalização da sociedade israelita - Amós Barshad

Não foi embora - João Rodrigues

1.8 e a revolta da Inteligência artificial - João Camargo e Nuno Saraiva

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