domingo, 3 de novembro de 2013

O GRANDE IRMÃO ESTÁ NU

 


A situação da espionagem dos EUA é mais que grave: é inaceitável, indesculpável, inadmissível, e insustentável
 
Washington Araújo – Carta Maior
 
Acostumados a mandar e desmandar nos destinos do mundo, a declarar quem é do Bem e quem é do Mal, a apequenar a Organização das Nações Unidas decidindo apenas por seus próprios interesses por todo o período do pós-Guerra (1945-2013), declarando guerras, sempre fora de suas fronteiras e de preferências em regiões ricas em ouro negro, o sempre cobiçado petróleo que move as grandes economias do mundo, a verdade é que os Estados Unidos da América mostrar ser não mais que pigmeu moral vestido de gigante defensor da justiça e da liberdade, do respeito aos direitos humanos e da segurança internacional.

Desvelada a imensa e muito atuante rede de espionagem patrocinada pela Casa Branca mundo afora, onde milhões de cidadãos de países historicamente alinhados a Washington têm sua privacidade acintosamente violada, países como Brasil, França, Alemanha, Espanha, México, pelo menos o que já é do conhecimento público nessa última semana de outubro de 2013, tem não apenas seus cidadãos espionados, mas também seus presidentes, primeiros-ministros, chanceleres, presidentes de megacorporações e outras autoridades de outros escalões.

A situação é mais que grave: é inaceitável, indesculpável, inadmissível, e insustentável. A teia da espionagem até o momento revelada mostra a desenvoltura com que o governo estadunidense tem tratado seis países em particular, dos quais apenas a Venezuela poderia ser considerada “não-alinhada” com Washington. São os seguintes:

1. Brasil: as mensagens de Dilma Rousseff foram interceptadas clandestinamente, e também as comunicações de sua principal empresa estatal, a Petrobras, dona de um dos mais promissores e valiosos campos de petróleo do mundo, aqui conhecido apenas como Pré-Sal.

2. México: tiveram emails espionados nada menos que o ex-presidente Felipe Calderón e o atual mandatário mexicano, Paña Nieto.

3. França: nada menos que 70.300.000 ligações telefônicas foram subtraídas de sua privacidade, espionadas pela agência norteamericana.

4. Alemanha: nada menos que o celular da chanceler Angela Merckel foi grampeado.

5. Itália: a prática ilegal atingiu políticos, empresários e militares que foram espionados por meio de um rastreamento em massa de chamadas telefônicas e comunicações, sendo que a agência norteamericana contou com o apoio ostensivo da inteligência inglesa.

6. Venezuela: de Chavez e Maduro tiveram mensagens espionadas, notadamente às que tratam de compras militares e de vendas de petróleo.

Outros 29 líderes mundiais foram monitorados pelo serviço de inteligência dos Estados Unidos, segundo reportagem divulgada no último dia 23 de outubro pelo jornal britânico “The Guardian”. Ficamos sabendo pelo jornal, que a Agência de Segurança Nacional americana (NSA) passou fazer essa espionagem após receber a relação dos números de telefones de um funcionário de um outro departamento do governo.

Constrangimentos diplomáticos em série

Nunca as embaixadas americanas passaram a ter tanto trabalho para justificar o injustificável. Os embaixadores passaram a ser chamados com maior frequência a dar explicações. E há o constrangimento implicito e explícito de mostrar alguma coerência para ações claramente de nações inimigas sendo emuladas por nações ditas amigas. No caso da França, um óbice a mais: é um dos cinco países-membros do Conselho de Segurança das Nações Unidas.

Paladino dos direitos humanos, os Estados Unidos sai bastante avariado de uma avalanche de episódios que se tiveram um início com os vazamentos dos arquivos de Edward Snowden, ex-analista da CIA e da NSA, atualmente asilado na Rússia, parecem não ter data certa para terminar.

Não precisamos ter mais que meia dúzia de neurônios para juntar as peças do tremendo quebra-cabeças em que o Grande Irmão do Norte se meteu: se nações amigas, se presidentes de nações amigas, se tantos milhões de cidadãos de nações amigas são assim monitorados pelo governo estadunidense, como deve ser essas orquestradas as ações de espionagem contra interesses de países como Rússia e China, donos de vistosos arsenais nucleares? E como tais ações se intensificam quando os alvos são países com o perfil do Irã, também persistente em sua busca por poderio militar nuclear?

Ordem mundial além de defeituosa, está podre

Sempre no topo da escala que mensura as maiores economias do planeta, os Estados Unidos colocam sob suspeição seu poderio financeiro, comercial e militar. Teria alcançado a posição que ocupa há tantas décadas fazendo uso de meios espúrios, condenáveis, com o roubo de informações sigilosas e atinentes à soberania de outras nações ou teria chegado onde chegou por méritos próprios, com livre empreendedorismo, com observância de princípios éticos e morais adequados a seus históricos postulados de adesão a tratados internacionais dos quais é autor e signatário há tantos anos?

Fica patente com a revelação dos “Documentos Snowden” que a presente Ordem Mundial está apodrecendo a olho nu.

Uma comunidade, seja tribal, seja internacional, não consegue sobreviver por muito tempo se sua unidade essencial estiver corrompida, esgarçada. E essa unidade essencial somente pode existir se houver um mínimo de confiança mútua entre os pares, entre as parte afetadas e afetáveis por decisões e resoluções que objetivem assegurar o bem-estar comum e a segurança coletiva de seus membros.

Vivemos uma época em que há muito se encontra consagrada a percepção que informação é poder. Poder é riqueza. Riqueza é desenvolvimento social, econômico e científico.

Quanto do desenvolvimento social, econômico e científico amealhado pelos Estados Unidos da América foi alcançado por meios lídimos?

Não podemos em sã consciência mensurar quanto desse desenvolvimento foi conquistado através de meios absolutamente ilegítimos, ações criminosas, acesso ilegal a informações confidenciais que poderiam não apenas impedir o desenvolvimento de outras nações, mas também desvalorizar seus principais ativos econômico-financeiros, beneficiando de forma fradulenta seus próprios conglomerados industriais, comerciais e científicos, tanto os de natureza civil quanto os de natureza militar.

Para atenuar o vexame de ser pilhado em flagrante escalada de delitos, a Casa Branca tem se socorrido do senso comum – “espionamos sim, mas que país não espiona outro?”

Mas aqui o assunto requer outro tipo de análise.

Assumir tal premissa é o mesmo que afirmar algo tão estúpido quando “roubamos sim, mas quem não rouba?” - “sequestramos, torturamos e matamos sim, mas que nação não faz isso?” Como vemos, fica cada vez mais difícil explicar o inexplicável. O senso comum ao invés de ajudar, expõe as vísceras da hipocrisia que permeia as relações internacionais em toda a sua extensão.

É óbvio que cada país precisa – e certamente dispõe – de serviços de inteligência, de espionagem e contraespionagem. E o objetivo que legitima esses serviços é um só: proteger sua soberania nacional, resguardar seu território, assegurar a inviolabilidade de seus recursos naturais, econômicos, financeiros, científicos, tecnológicos. E são necessários por que não vivemos em uma Ordem Mundial de ouro, antes, uma ordem mundial de chumbo, de barro; Ordem mundial formada por seres humanos com todas as suas glórias e tragédias... e em constante ebulição.

Informações privilegiadas e igualmente criminosas

O que não se admite é que toda e qualquer pessoa, do cidadão comum ao presidente de uma nação amiga, seja alvo de espionagem indiscriminada (por exemplo, a França, Alemanha, México, Itália, Espanha, Venezuela); que suas principais empresas, fontes de riqueza perene das nações sejam monitoradas por meios ilegais e claramente criminosos. (Como, aliás, é bem o caso da nossa Petrobras!)

Imaginemos o escarceu que irrompe em New York, Berlim, Londres, Paris ou São Paulo quando se descobre no mercado de ações o uso de informações privilegiadas a beneficiar este ou aquele governo nacional, conglomerado empresarial, ou apenas este ou aquele acionista.

De pronto se busca a fonte do vazamento da informação e, em se identificando, processos são instaurados e se é provada a culpá, punições são imediatamente estabelecidas. E isto se faz apenas para se proteger a lisura das relações econômico-financeiras e para assegurar a observância de regras justas e claras a todos os participantes de negócios nas Bolsas de Valores. Este mesmo raciocínio é absolutamente válido em se tratando de licitação para compra de caças militares, negócios de vários bilhões de euros e que visam aumentar (ou modernizar) os meios de defesa militar de um país... Não seria licitação com cartas marcadas, com um dos países interessados em fechar o negócio se valendo de informções vitais e essenciais à concretização do negócio?

Agora, seria razoável imaginar como nada de extraordinário, nada de anormal, nada de ilícito e nada de criminoso que um governo se utilize de informações privilegiadíssimas de outros países para seu autobenefício, e de forma sistemática conseguidas por meios espúrios?

Quando um Estado utiliza seu poder de maneira intrusiva na vida das pessoas, dentro ou fora de suas fronteiras nacionais, podemos afirmar que tal país se move em direção a uma obscurantista forma de "totalitarismo"

O governo estadunidense tem buscado lançar um verniz de normalidade a seus serviços de inteligência ao invocar a necessidade de continuar sua luta contra o terrorismo. E que tal luta se torna mais eficiente quando seu país tem informações valiosas de maquinações de planos de terroristas, mercenários e meliantes contumazes na cena internacional.

Também não se sustenta tal premissa.

Por acaso, o Brasil ou a França, a Alemanha ou a Itália são conhecidos redutos de facções e células terroristas? Por acaso, governantes como Dilma Rousseff, François Hollande, Angela Merckel ou Enrico Letta, apenas para mencionar uns poucos dos chefes de Estado espionados, são conhecidos por financiar ou dar abrigo a grupos terroristas? A resposta é um sonoro e duplo “não”.

Longe de se esgotar, a revelação dos “Documentos Snowden” continuará agitando o já frágil equilíbrio internacional ainda por – supomos – muito tempo.

Será que não existe um acordo entre o russo Vladimir Putín e Edward Snowden de não “vazar” ações de espionagem contra a Rússia? Que outras informações Snowden não liberou de forma claramente privilegiada para Putín, como moeda de troca para obter asilo em Moscou por um ano?

E as revelações sobre a China, quando virão à luz? Qual será a reação dos chineses?

Na presente Ordem mundial pode existir tudo. Menos mocinhos. Pois é, o Grande Irmão está nu, completamente nu.
 

POR QUE A RÚSSIA NÃO SE IMPORTA COM ESPIONAGEM DA NSA

 


O escândalo em torno das aсtividades da Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos (NSA) vai aumentando. Revelações recentes sugerem que até os funcionários públicos americanos forneceram os números de celular dos seus colegas estrangeiros á NSA. Muitos países já manifestaram-se protestando. Mas por que é que a Rússia está em silêncio ? Esta questão foi explica ao Pravda. Ru pelo major-general aposentado do FSB (ex KGB), Eugenio Lobachev .

Segundo o último documento interno da NSA (datado de 27 de outubro de 2006) promulgado no jornal The Guardian, a NSA tem encorajado os seus funcionários mais graduados na Casa Branca, no Pentágono e no Departamento de Estado, entre outros órgãos, a compartilhar suas agendas, obtendo assim acesso aos números de telefone dos líderes. Apenas um funcionário público, o nome e o título do qual não foram divulgados, deu a NSA "200 números de telefone, dos quais 35 eram dos líderes mundiais ", diz o documento.

Esta divulgação coincidiu com um escândalo em expansão na Alemanha, onde ficam discutidas as informações que o celular da chanceler Angela Merkel pode ter sido "grampeado" pelos EUA. Em resposta à reação furiosa de Berlim, o porta-voz da Casa Branca, Jay Carney, limitou-se a recusar confirmar referida informação .

Escandaloso não é tanto o fato de tais actividades por parte da NSA, como a sua escala e duplos padrões da administração dos EUA, que há pouco acusou a China de violar a privacidade na Internet, e agora não pode dizer nada de inteligível além de o vir feito em nome da luta contra o terrorismo.

"Estamos revendo métodos de coleta de informações, de modo a atingir um equilíbrio entre as preocupações com a segurança dos nossos cidadãos e aliados e uma preocupação geral à protecção da privacidade ", — explicou Carney .

"Os Estados Unidos sempre se distinguiram pelo fato de ficarem interessados principalmente pelos seus interesses nacionais, e só depois pelas normas do direito internacional, e no último momento pela ética " — disse ao Pravda. Ru o vice-diretor do Instituto dos EUA e do Canadá da Academia de Ciências da Rússia, Pavel Zolotarev. Em outras palavras, " os nossos cidadãos nos apoiam, e não nos importamos com seus desejos".

Devido a recursos técnicos actuais, os serviços de inteligência dos EUA podem facilmente abrir qualquer conta bancária, correspondência privada, escutar telefonemas, fazer espionagem em redes sociais. E realmente fazem-no, incluindo a NSA, recebendo benefícios políticos e econômicos consideráveis
​​(e não só para o Estado, mas também para o cliente particular, por tanto realizam encomendas comerciais de espionagem industrial). Em entrevista ao jornal francês Le Monde o Presidente da Comissão de Legislação na Assembleia Nacional (parlamento), Jean -Jacques Urvoas informou que o orçamento da NSA é cerca de $ 75 bilhões anuais, conta com o pessoal de cerca de 110.000 funcionários, e tem uma co- operação de subcontratados de ampla escala.

Quais conclusões podem ser tiradas a partir das revelações do ex-funcionário da NSA, Edward Snowden ? Primeiro, os abusos por parte dos Estados Unidos questionam a natureza civilizada da sociedade americana, da qual falam tanto e que procuram impor ao mundo. EUA minaram a confiança dos seus parceiros. A União Europeia anunciou que poderia congelar acordo com os Estados Unidos para Programa de Deteção do Financiamento do Terrorismo (TFTP). E os deputados europeios exigiram a suspensão do acordo com os Estados Unidos sobre a troca de dados dos passageiros e das negociações sobre um acordo de comércio bilateral livre.

Se haverá uma tendência a isolar os Estados Unidos no mundo? "Acho que altercarão um pouco e se acalmarão — disse ao Pravda. Ru, Eugenio Lobachov, o major-general em aposentaria do FSB (Serviço Federal de Segurança) da Rússia. "Não têm nada para opor-se aos Estados Unidos, combinarão em qualquer coisa e sossegarão. Trata-se do dinheiro e das relações económicas "- disse.

"As relações aliadas devido a este escândalo ficarão na mesma. Mas para a formação de novas regras de direito internacional no campo, daí vamos ter um impulso. Americanos até agora mantêm -se opostos a desenvolvimento de tais documentos, uma vez que poderia levar ao fim a sua hegemonia na Internet. Mas agora, parece, tenham de fazer concessões ", — disse ao Pravda. Ru o vice-diretor do Instituto dos EUA e do Canadá, Pavel Zolotarev.

Segunda conclusão é seguinte. Além destas medidas legais, sugeridas por Zolotarev, muitos Estados serão obrigadas a tomar providências técnicas para combater a espionagem. Fica bem discutindo no Brasil, onde sob o controle dos americanos está cerca de 80 por cento da pesquisa on-line e tráfego da Internet. Trata-se de se mudar o usuário nacional para o servidor local, colocar o seu próprio cabo oceânico para a Europa, fazer comunicação pelos seus próprios satélites. Falam da instalação dos seus próprios sistemas de pagamento, software, correio electrónico, apelam a recusar usar as redes sociais americanas, vistas em conjunto com a NSA (Facebook, Google) .

Em terceiro lugar, podemos discutir sobre a resposta adequada, que é difícil de implementar, até que o suporte técnico esteja nas mãos dos americanos. Devemos começar com o ponto organizacional. Hegemonia dos EUA na Internet existe graças a acordo no seio da União Internacional de Telecomunicações (UIT) que forneceu a autoridade de fazé-lo á ICAAN (Sociedade Internet para a Atribuição de Nomes e Números), uma empresa não comercial com sede na Califórnia. Na verdade, não é nenhuma empresa não governamental, pois passou o direito de controlar os serviços de Internet para o governo dos EUA. Mas a UIT pode privar o monopólio dos EUA da governança da Internet contando com o apoio de mais da metade dos seus integrantes (192 países). Por enquanto os americanos resistiram com sucesso a essas tentativas ( incluindo as da Rússia).

E se há um potencial de resposta adequada na Rússia ? " Não temos essa capacidade" — diz o major-general do FSB , Lobachev. " 90 por cento dos servidores ficam localizados nos Estados Unidos, ou seja, a fonte que transmite o sinal, ou nos territórios dos seus parceiros. Para organizar tais escutas por nossa parte, é necessário organizar o nosso próprio sistema de comunicação e recursos tecnológicos próprios. Não os temos. Mas não precisamos deles. Observe, os nossos líderes nunca protestaram e não agem de acordo com as revelações de Snowden. Porque temos tipos de comunicação criptograficamente muito fortes que os americanos até agora não podem decifrar .É por isso que as nossas fontes mais importantes podemos proteger. É pena que não possamo-lo garantir para todos os nossos cidadãos, mas do que precisamos proteger, fazemo-lo", — disse o general .

O especialista acredita que o mundo devia ouvir o sinal de alarme nos dias da operação da Otan na Iugoslávia. Naquela, os norte-americanos para proteger seus aviões cortaram vários tipos de comunicações, até completamente "desligaram" a Ucrânia. Na Rússia, este alarme foi ouvido.
 
Lyuba Lulko – Pravda ru
 
 

Khamenei: “Não estou otimista”, diz líder supremo do Irã sobre negociações nucleares

 


"Melhor se elas derem frutos, mas, se não derem resultados, o país deve confiar em si mesmo”, afirmou Ali Khamenei
 
Opera Mundi – São Paulo
 
O líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei, afirmou neste domingo (03/11) que “não está otimista” com as negociações sobre o programa nucelar do país, mas apoiou as conversas que vêm se desenvolvendo entre os persas e países ocidentais. A declaração, dada durante um discurso, de acordo com a AFP, foi registrada no site oficial do aiatolá.
 
“Não estou otimista com as negociações. (...) Melhor se elas derem frutos, mas, se não derem resultados, o país deve confiar em si mesmo”, disse. “Nós não devemos confiar em um inimigo que nos sorri. Os americanos sorriem para nós e dizem que querem negociar, mas, ao mesmo tempo, eles dizem que todas as opções estão sobre a mesa.”
 
Khamenei aproveitou o discurso, também, para atacar Israel, a quem chamou de “ilegal e bastardo”.
 
Negociações nucleares
 
Nesta semana, o grupo 5 + 1 (formado por Estados Unidos, França, China, Reino Unido, Rússia e Alemanha) se reúne novamente com diplomatas iranianos em Genebra, na Suíça, para discutir o programa nuclear do país. Essa será a segunda vez em que o encontro acontece.
 
As negociações começaram após a posse do presidente Hassan Rouhani, que tem tentado colocar em prática uma política de distensão em relação ao assunto. Em setembro deste ano, pela primeira vez desde 1979, um dirigente iraniano conversou por telefone com um presidente americano. Após a ligação, Barack Obama confirmou que o tema havia sido o programa nuclear.
 
No mês passado, o secretário de Estado norte-americano, John Kerry, disse que “seria uma negligência diplomática” por parte de Washington não buscar o diálogo com o Irã. No entanto, o dirigente afirmou que essa aproximação requer primeiro ações concretas por parte do governo de Teerã.
 
Pouco antes, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, havia pedido que os Estados Unidos não confiassem nos recentes gestos conciliatórios de Rouhani. Quanto a isso Kerry afirmou que não buscar a aproximação com Teerã seria uma "negligência diplomática do pior tipo".
 
"Eu não interpretei os comentários do primeiro-ministro Netanyahu como uma sugestão de que estamos sendo considerados tolos. Entendi que se tratava de uma advertência: não se deixem enganar", explicou o secretário.
 
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Israel lança concursos públicos para construção de 1.859 casas em colonatos

 


Israel publicou hoje propostas de concursos públicos para a construção de 1.859 casas na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental, antes de uma visita do secretário de Estado norte-americano John Kerry, informou a organização israelita Paz Agora.
 
A organização não-governamental precisou que os concursos públicos dizem respeito a 1.031 habitações na Cisjordânia ocupada e a 828 na parte de Jerusalém anexada.
 
“Dentro de alguns meses, o Ministério da Habitação e da Construção escolherá os vencedores dos concursos e os empreiteiros selecionados poderão começar a construir”, declarou Hagit Ofran, da Paz Agora, à agência France Presse.
 
Os palestinianos ameaçaram apelar ao Conselho de Segurança das Nações Unidas depois do anúncio daquelas construções.
 
“A Organização de Libertação da Palestina (OLP) está a analisar o modo de ir perante o Conselho de Segurança e condenar estas novas decisões israelitas, tanto mais que existem resoluções internacionais que declaram os colonatos ilegais”, disse Wassel Abu Yussef, da direção da OLP, à AFP.
 
O anúncio ocorre antes de uma nova deslocação do secretário de Estado norte-americano a Israel e aos territórios palestinianos.
 
John Kerry, que conseguiu que o diálogo israelo-palestiniano recomeçasse no final de julho depois de três anos de impasse, declarou hoje estar “otimista” sobre o processo de paz e afirmou esperar “avanços nos próximos meses”, no início de uma deslocação à região que começou no Cairo.
 
No entanto, o governante reconheceu a existência de tensão entre as partes, nomeadamente após a decisão de Israel de acelerar a colonização em Jerusalém Oriental e na Cisjordânia em troca da libertação de 26 presos palestinianos.
 
Apelando “à construção do espaço necessário às negociações”, Kerry considerou que as construções israelitas tinham “perturbado a perceção de alguns sobre se outros estavam a sério e iam na direção correta”.
 
PAL // CC - Lusa
 

“O BRASIL É O ÚNICO PAÍS EM QUE O RACISMO DEU CERTO”

 

Pragmatismo Político
 
"O Brasil é o único país em que o racismo deu certo. Aqui parece existir um pacto: o negro finge que não é discriminado e o branco finge que não discrimina, por esse motivo ambos vivem bem"
 
A noite da última terça-feira, reservada para o curso de Publicidade e Propaganda na IV Semana de Comunicação da FAPSP (SECOM FAPSP 2013), trouxe o cartunista, publicitário e diretor-executivo da Revista Raça, Maurício Pestana, que palestrou sobre o tema “A Presença do Negro na Publicidade”.
 
O publicitário começou sua palestra mostrando um vídeo que trata sobre os estereótipos da população negra, que são projetados pela mídia. “O negro sempre aparece como empregado, pobre, ladrão e nunca em altos cargos”, ressaltou.
 
Com indignação e sarcasmo, Pestana questionou o fato de não existirem negros nos filmes brasileiros ou nas novelas. Exemplificou a questão citando o longa “Central do Brasil”: “Como um filme brasileiro, feito no Nordeste, não tem personagens negros?”
 
O palestrante falou sobre o início de sua carreira como cartunista e sobre a ideia de trabalhar com um estilo de cartum mais politizado.
 
“Um amigo meu disse que não existiam cartunistas negros e que se eu fizesse cartum de negros seria diferente, daria certo”, revelou.
 
Deu tão certo que Pestana é cartunista há mais de 30 anos. Ele declarou que o negro sempre foi mais vítima da desigualdade social que o branco e que, apesar disso, hoje existem mais negros em universidades do que no século passado.
 
“O Brasil é o único país em que o racismo deu certo. Aqui parece existir um pacto: o negro finge que não é discriminado e o branco finge que não discrimina, por esse motivo ambos vivem bem”, argumentou o cartunista.
 
Os alunos participaram ativamente do debate, levantando questões sociais e abordando temas polêmicos, como as cotas nas universidades, as quais, aliás, são defendidas por Pestana.
 
Sobre a cultura negra, o publicitário declarou que o fato de existir a vontade de implantar a história do negro na educação já é um avanço. “As pessoas não têm acesso às coisas boas que os negros fizeram no Brasil. É preciso mudar isso”, disse.
 
Para finalizar a palestra, Maurício Pestana escolheu uma frase da jornalista Miriam Leitão: “O Brasil não será um país de primeiro mundo enquanto não resolver o problema da desigualdade social”.
 
*Milene Morgado, aluna do 6º semestre de Jornalismo (período noturno) da FAPSP / Geledés
 

DEFENDER O BRASIL NÃO É SER XENÓFOBO

 


Mário Augusto Jakobskind – Direto da Redação
 
Afinal, com quem está a razão? A Presidenta Dilma Roussef garante que o leilão da bacia petrolífera de Libra, do pré-sal, foi um sucesso absoluto e que o Brasil ficará com 85% do valor das reservas. Ela, que na campanha eleitoral de 2010 prometeu que não faria mais leilões de petróleo, por considerar a medida lesiva aos interesses nacionais, foi mais adiante ao afirmar que os críticos da participação estrangeira estão sendo xenófobos.
 
Já os que colocam em dúvida os benefícios do leilão para o Brasil, como os especialistas Fernando Siqueira, vice-presidente da Associação dos Engenheiros da Petrobras (Aepet), Ildo Sauer, engenheiro e ex-diretor da Petrobras, bem como Paulo Metri, engenheiro e pesquisador há longos anos do setor petrolifero, questionam os números apresentados pelo governo federal.
 
Há um terceiro setor, mas este integra o lobie dos defensores da entrega total e absoluta da nossas riquezas energéticas, querem a volta do regime de concessão da época do chefe dos entreguistas, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Os defensores da entrega total contam com o apoio irrestrito da mídia de mercado.
 
Já os defensores de Dilma Rousseff são seguidores áulicos do governo, ou seja, antes de mais nada defendem, sem pestanejar, qualquer medida adotada por ela. Já os nacionalistas questionam as facilidades que, segundo eles, foram concedidas no leilão do pré-sal aos que vão explorar o campo petrolífero.
 
Sauer vai mais longe ainda e prevê que a China, com as duas empresas estatais (10% cada), além de garantir o petróleo para o país pretende fazer com que o preço do barril caia no mercado internacional, o que facilitaria não só os próprios chineses como países ricos como os Estados Unidos e Grã-Bretanha, entre outros. A francesa Total e a anglo holandesa Shell não perderam tempo e abocanharam também 20% cada uma da riqueza.
 
O argumento segundo o qual a Petrobras não teria recursos para bancar sozinha a exploração do petróleo é no mínimo discutível, para não dizer pífia. É o que insiste em repetir a mídia de mercado na defesa da entrega total e absoluta. Mesmo que a Petrobras não tivesse caixa para explorar as reservas sozinha, quem tem ao dispor para produzir petróleo uma reserva de 10 bilhões de barris, não teria a mínima dificuldade em obter financiamentos, como argumenta Paulo Metri.
 
E Metri vai além ao afirmar que com o super bônus, o governo trocou o benefício de satisfazer o superávit primário, de curtíssimo prazo, por perdas que irão durar 35 anos.
 
Fernando Siqueira é ainda mais contundente na crítica ao afirmar que o Brasil perdeu muito com o leilão e que o regime de partilha tão defendido pelo governo na prática se equipara ao da concessão em matéria de prejuízo
 
Siqueira insiste também em argumentar que a Presidente está mentindo ao dizer que o Brasil ficará com 85% do lucro de Libra e que arrecadará 1 trilhão de dólares em 35 anos. Para ele, o cálculo não se sustenta porque “os 15 bilhões de dólares pagos à vista, para cobrir o pagamento de juros extorsivos causaram a redução da oferta no óleo/lucro , que seria o mais importante e que caracteriza a partilha”.
 
E prossegue Siqueira afirmando que “a cada 0,5% ofertando a menos no óleo/lucro, a União perde um bônus, ou seja, perde mais de 15 bilhões de barris, a 100 dólares por barril, o que leva a um valor de 1,5 trilhão de dólar, ou cerca de 3.3 trilhões de reais. E assim, 0,5% de 3,3 trilhões de reais é mais do que um bônus”.
 
Como se pode verificar, a aritmética é complicada e se não for explicada convenientemente pode dar margem a outras interpretações, como a de que o Brasil está lucrando.
 
Mas uma coisa é clara e não dá margem a dúvidas: a nomeação de Osvaldo Petrosa para dirigir a empresa estatal do Pré-Sal. Ele foi o primeiro brasileiro a defender o fim do monopólio do petróleo e é também um personagem vinculado a David Zilberstajn, o ex-genro que ao se reunir com representantes das multinacionais do setor energético quando dirigia a Agência Nacional do Petróleo avisou que “o petróleo é vosso”. Zilberstajn, por sinal, voltou à tona ao ser convocado inúmeras vezes pela mídia de mercado para analisar o leilão. E o fez, claro, como sempre, defendendo os grupos internacionais.
 
De quebra, Dilma ainda nomeou Antônio Claudio, que joga no mesmo time dos defensores das empresas estrangeiras. Ou seja, a Presidenta que considera os defensores de interesses nacionais “xenófobos”, precisa explicar melhor porque nomeou estes senhores entreguistas para a empresa do pré-sal. Nomeações, por sinal, aplaudidas pelos de sempre.
 
Dilma precisa explicar também porque o Palácio do Planalto pressionou parlamentares que eram contra o leilão a mudarem de posição. O que teriam a dizer o Deputado Garotinho, o Senador Lindemberg Faria e outros menos votados?
 
Em suma: se estivesse por aqui, Barbosa Lima Sobrinho lembraria que entrega de mão beijada de riquezas do país e a preço de banana é algo que se alinha ao partido de Silvério dos Reis, ou seja, da traição.
 
*É correspondente no Brasil do semanário uruguaio Brecha. Foi colaborador do Pasquim, repórter da Folha de São Paulo e editor internacional da Tribuna da Imprensa. Integra o Conselho Editorial do seminário Brasil de Fato. É autor, entre outros livros, de América que não está na mídia, Dossiê Tim Lopes - Fantástico/IBOPE
 

Moçambique: NOVO ATAQUE ARMADO NA GORONGOSA – televisão

 


Maputo, 03 nov - Homens armados atacaram hoje um camião de mercadorias, na serra da Gorongosa, centro de Moçambique, a cerca de 1500 quilómetros a norte de Maputo, causando, pelo menos, um ferido, anunciou o canal televisivo STV.
 
O ataque ocorreu na ponte sobre o rio Pùngué, nas imediações da Vila da Gorongosa e da base de Sadjundjira, da Renamo, principal partido da oposição, ocupada há cerca de duas semanas pelo exército moçambicano.
 
Segundo aquela estação televisiva de Maputo, no ataque o condutor do camião contraiu ferimentos quando a viatura atacada capotou.
 
LAS // CC - Noticias Ao Minuto/Lusa
 

Timor-Leste: Vinte e quatro reclusos fogem de prisão em Díli, mas 13 já foram capturados

 


Vinte e quatro detidos fugiram de uma prisão em Timor-Leste, depois de agredirem guardas, no final de uma missa no estabelecimento prisional, tendo 13 sido já capturados, disse um responsável da cadeia.
 
Os fugitivos, entre os quais se encontram dois militantes que lutaram contra a independência de Timor-Leste da Indonésia, tinham estado entre os 350 presos que assistiram à missa da manhã na prisão.
 
Outros dos fugitivos cumpriam pena por homicídio, roubo e violação.
 
“Escaparam 24 presos. Bateram em dois guardas e fugiram pela entrada principal”, disse João Domingos, chefe da prisão de Becora, em Díli, segundo a agência noticiosa France Presse.
 
Lusa
 

TRIBUNAL EUROPEU DISCORDA DE TRIBUNAL CONSTITUCIONAL

 


Henrique Monteiro – Expresso, opinião
 
Há notícias que não damos por elas. Não vou neste espaço debater porquê, mas registo o facto. Uma delas, que não me parece desinteressante, é esta: o Tribunal Europeu dos Direitos do Homem (TEDH), instado por dois portugueses a pronunciar-se sobre os cortes dos subsídios de férias e de Natal aos pensionistas, em 2012, declarou que essa medida não era - cito - "desproporcionada". Isto aconteceu na quinta-feira passada e teve direito a uma notícia da Lusa, uma no 'Público' online e - que eu visse - a uma pequena nota no 'Jornal de Negócios'. Penso que mereceria mais, dada a natureza do caso.
 
Sete juízes, presididos por um italiano e de que faziam parte um português (Paulo Pinto de Albuquerque, um dinamarquês, um sérvio, um húngaro, um montenegrino e uma suíça (portanto com três juízes de países exteriores à UE), declarou isto por unanimidade (a decisão está em inglês, mas um resumo em francês pode ser lido aqui). Mais: fê-lo no pleno conhecimento de que o Tribunal Constitucional português tinha entendido o contrário (embora tivesse permitido que os cortes se efetivassem, dado o Orçamento estar já em vigor há algum tempo). Mais ainda: o Tribunal Europeu entra em linha de conta com o princípio da equidade, citando o artº 13 da Constituição Portuguesa e ainda outros artigos, como leis basilares para a análise do caso.
 
O TEDH tem sido um tribunal essencial para repor a justiça em Portugal, pelo menos naquilo que mais respeito diz aos profissionais da Comunicação Social, ao defender a liberdade de expressão como fundamental, pelo que o silêncio à volta desta decisão não tem a ver com a sua falta de prestígio ou pela falta de conhecimento dos profissionais do jornalismo sobre o que ele representa. É um mistério...
 
Mas voltemos à argumentação deste tribunal internacional: ele entende que se for do interesse público a redução de certos montantes atribuídos aos cidadãos, os cortes podem ser feitos para reduzir a dívida pública, mesmo que não haja correspondência no setor privado. "A questão essencial - afirma - é saber se um justo equilíbrio foi estabelecido".
 
Ora o TEDH, tendo em conta que se trataria de dois em 14 salários e que a medida - sublinha bem este aspeto - seria transitória, apenas de 2012 a 2014; sabendo dos problemas financeiros excecionais do país, declara que foi assegurado um justo equilíbrio (equidade) entre os interesses da sociedade em geral e os direitos dos requerentes (ou seja, dos cidadãos que apresentaram queixa do Estado português àquele tribunal). Pelo que decidiu unanimemente que os pedidos dos requerentes estão mal fundamentados e não devem ser atendidos. Ou traduzindo diretamente da sentença, os pensionistas requerentes não "carregam um desproporcionado e excessivo fardo".
 
Podemos concordar ou não com a decisão. Mas lá que é um mistério ninguém a referir, todos concordarão que é.
 
Leia mais em Expresso, opinião – Henrique Monteiro
 

Portugal: NÃO SOMOS CONSTITUCIONALISTAS, MAS SABEMOS LER

 

José Gabriel - Aventar
 
Para a cáfila que anda a pôr a hipótese da declaração do “estado de emergência” (ou mesmo do “estado de sítio”!), a que agora se junta, entre clamores jornalísticos, o inefável Ângelo Correia, aqui se deixa o artigo da Constituição da República que rege essas excepcionais situações. Lembremos ainda que as intervenções do Tribunal Constitucional se têm baseado, não em supostos revolucionários princípios exclusivos da nossa Constituição, mas em valores presentes em qualquer Constituição democrática, por muito genérica ou contida que seja. Parece, pois, que o que incomoda o nosso governo não é o TC. É a própria democracia.
 
Artigo 19.º (Suspensão do exercício de direitos)
 
1. Os órgãos de soberania não podem, conjunta ou separadamente, suspender o exercício dos direitos, liberdades e garantias, salvo em caso de estado de sítio ou de estado de emergência, declarados na forma prevista na Constituição.
 
2. O estado de sítio ou o estado de emergência só podem ser declarados, no todo ou em parte do território nacional, nos casos de agressão efectiva ou iminente por forças estrangeiras, de grave ameaça ou perturbação da ordem constitucional democrática ou de calamidade pública.
 
3. O estado de emergência é declarado quando os pressupostos referidos no número anterior se revistam de menor gravidade e apenas pode determinar a suspensão de alguns dos direitos, liberdades e garantias susceptíveis de serem suspensos.
 
4. A opção pelo estado de sítio ou pelo estado de emergência, bem como as respectivas declaração e execução, devem respeitar o princípio da proporcionalidade e limitar-se, nomeadamente quanto às suas extensão e duração e aos meios utilizados, ao estritamente necessário ao pronto restabelecimento da normalidade constitucional.
 
5. A declaração do estado de sítio ou do estado de emergência é adequadamente fundamentada e contém a especificação dos direitos, liberdades e garantias cujo exercício fica suspenso, não podendo o estado declarado ter duração superior a quinze dias, ou à duração fixada por lei quando em consequência de declaração de guerra, sem prejuízo de eventuais renovações, com salvaguarda dos mesmos limites.
 
6. A declaração do estado de sítio ou do estado de emergência em nenhum caso pode afectar os direitos à vida, à integridade pessoal, à identidade pessoal, à capacidade civil e à cidadania, a não retroactividade da lei criminal, o direito de defesa dos arguidos e a liberdade de consciência e de religião.
 
7. A declaração do estado de sítio ou do estado de emergência só pode alterar a normalidade constitucional nos termos previstos na Constituição e na lei, não podendo nomeadamente afectar a aplicação das regras constitucionais relativas à competência e ao funcionamento dos órgãos de soberania e de governo próprio das regiões autónomas ou os direitos e imunidades dos respectivos titulares.
 
8. A declaração do estado de sítio ou do estado de emergência confere às autoridades competência para tomarem as providências necessárias e adequadas ao pronto restabelecimento da normalidade constitucional.
 
 

DESCONHECIDOS VANDALIZARAM EMBAIXADA DE ANGOLA EM LISBOA - atualizada

 


Embaixada de Angola em Portugal vandalizada
 
Lisboa, 03 nov - O edifício da embaixada de Angola em Portugal foi vandalizado esta manhã por "elementos desconhecidos", que provocaram alguns danos materiais, confirmou à agência Lusa o assessor de imprensa.

A Rádio Nacional de Angola (RNA) noticiou hoje que o edifício da representação diplomática, localizado em Lisboa, tinha sido vandalizado esta madrugada, citando o embaixador de Angola em Portugal, Marcos Barrica.

Contactado pela agência Lusa, o assessor de imprensa da embaixada de Angola em Portugal, Estêvão Alberto, disse que o edifício foi "vandalizado por elementos desconhecidos" esta manhã.

"Não sabemos ao certo quem eram, nem quantos eram", acrescentou o responsável, referindo que do incidente resultou a quebra de vidros da fachada principal do edifício, situado na Avenida da República, em Lisboa, e que os prejuízos ainda não estão contabilizados.

Estêvão Alberto disse que "as autoridades policiais foram contactadas e estiveram no local a fazer a perícia".

Entretanto, fonte da direção nacional da PSP, contactada pela Lusa, confirmou o incidente, ocorrido pelas 06:00 da manhã e adiantou que a situação foi comunicada à polícia por um segurança da embaixada.

"Verificou-se que foram arremessadas pedras da calçada" contra a fachada o edifício, que o partiram os vidros do 'hall' de entrada e da sala de visitas, acrescentou.

CSJ // CC - Noticias Ao Minuto/Lusa - foto em cache da Lusa
 

EVENTUAL INTERROGATÓRIO DE SNOWDEN NA ALEMANHA CAUSA POLÉMICA

 

 
Enquanto alguns políticos alemães defendem asilo ao ex-agente da NSA no país, Berlim preocupa-se com questões jurídicas e diplomáticas – ação seria um "desastre" nas relações entre EUA e Alemanha, diz especialista.
 
As declarações dadas pelo ex-consultor da Agência americana de Segurança Nacional (NSA) Edward Snowden de que estaria disposto a ajudar a Alemanha nas investigações sobre a espionagem dos EUA desencadearam certo alvoroço nos cenários políticos alemão e americano.
 
Políticos dos Partidos Social-Democrata (SPD), Verde e A Esquerda defendem que o informante obtenha asilo no país, ou mesmo um salvo-conduto, caso ele conceda depoimento. Já o governo em Berlim, apesar de demonstrar interesse no que Snowden tem a dizer, mostra-se preocupado com as complicações jurídicas e diplomáticas que o caso poderia causar. Por isso, Berlim pensa em tomar as declarações do informante em Moscou.
 
"Uma viagem de Snowden para a Alemanha seria problemática, pois é questionável se ele receberia ou não asilo aqui", declarou o porta-voz da CSU para questões internas, Hans-Peter Uhl, à edição deste sábado (02/11) do jornal alemão Berliner Zeitung. "Se ele não receber asilo, então haverá um pedido de extradição por parte dos americanos".
 
Na sexta-feira passada, o ex-agente americano encontrou-se com o deputado verde alemão Hans-Christian Ströbele, em Moscou, e disse estar disposto a colaborar com o governo em Berlim nas investigações sobre a espionagem americana, que incluíram escutas no telefone celular da chanceler federal alemã, Angela Merkel. Para Ströbele, Snowden pode esclarecer muitas questões ainda em aberto, "pontos que ainda não sabemos, ou não pudemos saber", disse o parlamentar ao canal ARD. Ele ressaltou que o ex-agente "sabe muito mais" do que o que foi divulgado até agora.
 
"Um desastre"
 
"Seria um desastre para as relações entre alemães e americanos se Snowden fosse à Alemanha e testemunhasse diante do Bundestag (Parlamento alemão)", avalia Stephen Szabo, diretor-executivo da Academia Transatlântica, vinculada ao German Marshall Fund. Segundo ele, as expectativas do deputado verde seriam um "pesadelo" para a Casa Branca.
 
Para o especialista, as relações entre os dois países seguem o caminho "de uma espiral descendente, profunda", e essa rota precisa ser freada. Szabo alerta ainda que se Snowden for à Alemanha sob as bênçãos do governo em Berlim, a situação poderá se escalar. Isso porque do ponto de vista de muitos americanos – especialmente aos olhos do presidente Barack Obama – o ex-agente da NSA é considerado um traidor.
 
A disposição de Snowden em testemunhar contra a NSA na Alemanha, explícita em carta aberta enviada pelo ex-agente, foi bem recebida pelo ministro alemão do Interior, Hans-Peter Friedrich, que disse "estar contente em ouvir a notícia". Apesar de a maioria dos especialistas americanos acreditar que Snowden não deve ir à Alemanha, a declaração teria surpreendido Washington.
 
"Tapa na cara"
 
Em entrevista à Deutsche Welle, Caitlin Hayden, porta-voz do Conselho Nacional de Segurança dos EUA, não mencionou diretamente os comentários de Ströbele e Friedrich, mas ressaltou que os Estados Unidos ainda tentam processar o ex-agente da NSA na Justiça. Hayden não respondeu à questão se os Estados Unidos insistiriam em uma extradição de Snowden, caso ele visite a Alemanha.
 
"Se isso realmente acontecer, será um tapa na cara dos americanos, sem dúvida", avalia Jackson Janes, diretor do Instituto Americano para Estudos Alemães Contemporâneos na Universidade Johns Hopkins em Washington. "É o mesmo que aconteceu com Moscou quando eles permitiram que Snowden ficasse . E isso poderia significar: não confiamos em vocês", disse à DW.
 
Janes interpreta o crescente interesse do governo e do Parlamento alemães em uma declaração do antigo agente da NSA – onde quer que ele a dê – como um voto de não confiança contra a administração Obama.
 
Já o ex-embaixador americano em Berlim Phil Murphy tenta ser um pouco mais cauteloso em sua avaliação. Para ele, a Alemanha tem todo o direito de estar preocupada com a espionagem e, claro, como um país soberano, pode investigar a fundo. Mas ele enfatiza que o primeiro país ao qual Snowden deveria ir seriam os Estados Unidos.
 
Murphy entende que os alemães precisam de "resultados tangíveis" para buscar uma "solução para a crise". No entanto, o diplomata questiona se um interrogatório com Snowden feito por autoridades e parlamentares alemãs seria a forma correta.

MSB/dw/dpa/afp/rtr
 

PRESIDENTE OBAMA EM RISCO DE PERDER CONFIANÇA INTERNA E DOS ALIADOS

 


A poucos dias do primeiro aniversário do segundo mandato, Barack Obama enfrenta uma crise de confiança, tanto junto dos aliados internacionais devido ao polémico esquema de espionagem norte-americano, como a nível interno, com alguns reveses políticos.
 
A 06 de novembro de 2012, o reeleito Obama anunciava aos norte-americanos, no discurso de vitória, que acreditava que para os Estados Unidos (EUA) "o melhor ainda estava para vir", sublinhando, na mesma ocasião, que nunca tinha estado "tão esperançoso".
 
Doze meses depois, o governante admite que o ano "foi difícil", numa referência ao braço de ferro entre republicanos e democratas para alcançar um acordo orçamental no Congresso norte-americano.
 
O confronto entre as duas fações, em muito motivado pela reforma do sistema de saúde patrocinada pelo líder norte-americano ('Obamacare'), culminou no início de outubro numa paralisação parcial do Estado federal que durou mais de duas semanas e numa séria ameaça de um eventual incumprimento por parte dos EUA.
 
Bernardo Pires de Lima, investigador do Instituto Português de Relações Internacionais (IPRI), afirmou à Lusa que este foi um dos três temas que "atormentaram" a administração Obama em 2013, que revelou "extrema dificuldade em gerir duas maiorias distintas no Congresso, a polarização partidária e o aumento da dívida".
 
"As semanas de 'shutdown' puseram a nu estas condicionantes, alarmaram os mercados, diminuíram a confiança económica e expuseram mais uma vez o exercício frágil da função presidencial", indicou o especialista.
 
Para António Neto da Silva, presidente da Associação de Amizade Portugal/EUA (AAPEUA), o atual cenário político norte-americano revela "uma luta entre dois conceitos de sociedade".
 
"Uma sociedade mais livre, em que a iniciativa individual passa também pelas questões de salvaguarda do futuro individual de cada um e dos cuidados de saúde que possa vir a ter. (...) Em confronto com uma abordagem mais europeia, que é esta que o Presidente Obama pretende, na qual o próprio Estado entende que também é da sua responsabilidade garantir cuidados para as pessoas que porventura não se tenham precavido para o futuro", realçou o antigo secretário de Estado do Comércio Externo.
 
Na opinião de Bernardo Pires de Lima, Obama tem vários desafios internos permanentes.
 
"Conseguir a entrada em vigor do 'Obamacare', previsto para 2014, e reformar a lei de imigração, cumprindo dois roteiros legislativos e fechando dois capítulos basilares na doutrina do partido democrata", mencionou o investigador, que não esquece as questões económicas.
 
"Aumentar o crescimento económico, gerar emprego e encarrilar a estratégia de independência energética em curso, a qual provocará a grande viragem geopolítica das próximas décadas, reduzindo a dependência do Médio Oriente e provavelmente o envolvimento dos EUA, em termos semelhantes, na região", destacou ainda.
Já Neto da Silva identifica o desafio ambiental, acreditando que os Estados Unidos, "líder mundial em praticamente todas as áreas", devem assumir o comando, criar compromissos internacionais que sejam cumpridos de forma efetiva e "definir como absolutamente prioritários (...) os valores do planeta".
 
A nível internacional, os últimos meses têm sido difíceis para Obama: a eventual intervenção militar na Síria face a utilização de armas químicas e a revelação do escândalo das escutas internas e externas realizadas pela Agência Nacional de Segurança (NSA) norte-americana, envolvendo vários líderes mundiais como a chanceler alemã Angela Merkel.
 
"O impacto que a fuga de informação sobre estas escutas está a ter na relação entre líderes europeus e Obama é incalculável, como é também o efeito provocado no congelamento das negociações do indispensável acordo de comércio livre entre EUA e União Europeia (UE)", sublinhou Bernardo Pires de Lima.
 
Sobre a Síria, o investigador considerou que Obama assumiu uma "gestão errática".
 
"Obrigado a responder às 'linhas vermelhas' (...), deu dois passos em frente para depois recuar por falta de condições no Congresso, na NATO, no Conselho de Segurança [da ONU] e na região", concluiu o investigador, numa referência ao acordo para a destruição do arsenal químico sírio.
 
Neto da Silva frisou, por seu lado, que a decisão de Obama demonstrou que os Estados Unidos "procuravam uma alternativa" a uma intervenção militar, evitando as memórias ainda vivas de outros conflitos.
 
A mais recente sondagem NBC News/Wall Street Journal, divulgada na quarta-feira, indicou que apenas 42% dos norte-americanos aprovam o desempenho governativo de Obama, o valor mais baixo de sempre, mesmo durante o auge da crise económica no início do seu primeiro mandato presidencial. O grau de desaprovação ronda os 52%.
 
Obama também não resistiu na liderança da lista dos homens mais poderosos do mundo, elaborada anualmente pela revista Forbes, e foi este ano destronado pelo seu homólogo russo Vladimir Putin.
 
 

O OCIDENTE QUER O NOBEL PARA OS DRONES, NÃO PARA MALALA

 


Por que o mundo ocidental - e a mídia corporativa - estão tão apaixonados por Malala? Sua história é a da "mulher nativa" salva dos "selvagens" de seu país
 
Shobhan Saxena – Carta Maior
 
Alguém na mídia ocidental lembra os nomes de Shazia Ramzan e Kainat Riaz? A foto de Abeer Hamza al-Janabi aparece nas capas das revistas internacionais? Há algum prêmio da paz batizado em homenagem a Mamana Bibi? Não.

Poucas pessoas na verdade conhecem esses nomes. Shazia e Kainat são duas meninas de 14 anos que no ano passado levaram tiros do Taliban em Swat, no Paquistão, enquanto iam para a escola. Abeer era uma menina iraquiana de 14 anos que foi estuprada por cinco soldados norte-americanos antes de ser assassinada, juntamente com seus pais, irmãos e irmãs. E Mamana Bibi era uma mulher de 68 anos que foi explodida por mísseis lançados de um drone enquanto colhia legumes na horta de sua casa junto com seus netos em um vilarejo do Waziristão do Norte, no Paquistão.

As meninas Shazia e Kainat foram atacadas dentro de um ônibus junto com Malala Yousafzai, que foi indicada ao Prêmio Nobel desse ano. Desde que foi atingida por um tiro na cabeça, em outubro do ano passado, por um atirador do Taliban, Malala tornou-se um ícone global da paz e da educação. Mas as outras duas garotas foram completamente esquecidas, da mesma forma como Abeer desapareceu da mídia. O mundo conhece apenas Malala e seus atos heróicos. Ela é uma cria da mída ocidental, que apagou as memórias de Shazia, Kainat e Abeer.

Por que o mundo ocidental - e a mídia corporativa - estão tão apaixonados por Malala? Por que Christiane Amanpour chama a menina paquistanesa de 16 anos de "a garota mais corajosa do mundo"? Por que líderes mundiais como o presidente dos EUA Barack Obama e o ex-primeiro ministro britânico Gordon Brown reservam todo o tempo do mundo para encontrá-la e para tirar fotos ao lado da menina? Por que ela tem sido premiada em todo o mundo? Ela ganhou até o Prêmio Sakharov, derrotando Edward Snowden, ex-consultor da Agência de Segurança Nacional dos EUA (NSA).

Malala é uma menina corajosa. Não há dúvida. Ela desafiou extremistas religiosos armados até os dentes. Mas essa não é a razão pela qual o Ocidente gosta dela. Claro que a proibição do Taliban à educação de meninas na região paquistanesa do Swat, onde Malala nasceu, é um ato bárbaro. Mas há algo igualmente bárbaro acontecendo naquela parte do mundo. São os ataques dos drones da CIA. De 300 ataques de mísseis feitos por drones americanos desde 2004, mais de 2000 civis inocentes, incluindo 200 crianças, morreram nos vilarejos da fronteira paquistanesa-afegã.

Ao viajar pelas capitais ocidentais fazendo discursos, Malala nunca diz uma palavra sobre esses ataques. Ela nunca menciona os meninos e meninas que foram queimados vivos enquanto estudavam em suas escolas. É por isso que o Ocidente ama Malala. Essa menina adolescente é uma cortina conveniente atrás da qual os países ocidentais podem esconder seus crimes de guerra contra cidadãos inocentes. E eles também podem usar os ataques do Taliban como uma boa justificativa para continuar sua interminável guerra contra o terror. No dia em que ela levou o tiro do Taliban, o mundo ocidental (governos, ONGs e mídia) deram-se os braços em uma campanha para tornar Malala um ícone. Afinal de contas, quem poderia ser um modelo melhor para “valores ocidentais” do que uma adolescente muçulmana enfrentando o fundamentalismo muçulmano e quase morrendo como consequência disso?

Na sua pressa em torná-la heroína, a mídia ocidental, liderada pela BBC, para quem Malala costumava escrever um blog, ignorava algumas verdades importantes.

Primeiro, até 2012, quando Malala foi atingida com o tiro, o Taliban já tinha em grande parte se retirado da região do Swat. Portanto, a oposição à educação para meninas era bem menor. O Taliban a atingiu para tentar mostrar que ainda mandava na região.

Em segundo lugar, Malala não era a única pessoa na região do Swat que pregava a importância da educação para meninas. Na verdade, todas as meninas, inclusive Shazia e Kainat, que aam à escola, estavam desafiando o Taliban.

Mas Malala era a única associada com uma organização de mídia (BBC). Depois de ela ser atingida, a BBC começou a repetir a história em toda a sua rede e outros grupos de mídia se uniram ao clamor por Malala. Em questão de semanas, ela havia se tornado uma heroína.

Esse é um caso típico de "fardo do homem branco", a desculpa usada pelos europeus para colonizar grandes regiões da Ásia: para civilizar os "incivilizados". O episódio Malala é a história de uma menina nativa salva pelo homem branco. Os líderes americanos e britânicos podem sentir-se bem sobre si mesmos ao salvarem a "mulher nativa" dos "homens selvagens" de seu país. Isso também lhes dá justificativa para continuar suas ocupações, guerras e ataques de drones.

Ao fazer Malala desfilar como um personagem de circo, o Ocidente tenta cobrir seus crimes de guerra no Paquistão. Um relatório divulgado na semana passada pela Anistia Internacional diz que oficiais dos EUA “responsáveis pela campanha secreta de drones da CIA contra suspeitos de terrorismo no Paquistão podem ter cometido crimes de guerra e deveriam ser submetidos a um julgamento”. Esse não é o primeiro relatório que prova que civis estão sendo assassinados por americanos no Paquistão. Uma investigação conjunta feita pela Stanford Law School e pela New York University School of Law, em setembro de 2012, concluiu que apenas 2% dos mortos pelos mísseis Hellfire eram “terroristas”. A maioria deles foi vítima dos temidos segundos ataques de mísseis que invariavelmente são desferidos após um anterior, matando civis inocentes que correm para ajudar as vítimas logo depois do primeiro ataque. Esses crimes teriam permanecido secretos se não fossem os relatórios da Anistia Internacioal e outros grupos.

Os documentos da NSA revelados por Edward Snowden expuseram outro lado sinistro desses crimes de guerra. Hoje já não é um segredo que as operações de espionagem da NSA tiveram um papel-chave na campanha global de assassinatos arquitetados pela administração Obama. Com a Agência de Segurança Nacional cobrindo o noroeste do Paaquistão com seu cobertor de espionagem – segundo os próprios documentos da NSA - as informações colhidas tem sido usadas pela CIA na sua guerra de drones no Paquistão. É nessa área que centenas de milhares de pessoas vivem sob medo constante de ataques de mísseis desferidos por drones. E tudo isso é sancionado diretamente por Obama.

Quando Malala encontrou Obama e sua família, recentemente, ela mencionou os ataques mortais dos drones ao presidente norte-americano. Mas a declaração oficial divulgada pela Casa Branca não trazia uma palavra sobre isso. Malala tampouco se importou em divulgar uma condenação pública sobre a guerra dos drones americanos no seu país. Parece que, com todo os prêmios que ela ganhou, o Ocidente comprou o seu silêncio.

A mensagem de Malala sobre educação para meninas é importante. Educação é um direito de toda criança, especialmente as meninas do Sul da Ásia. Mas Malala tornou-se um instrumento de propaganda para o Ocidente, que a usa para esconder seus pecados no Paquistão, no Afeganistão e no Iraque. A mídia ocidental que divulga essa história “positiva” não tem tempo ou espaço para as verdadeiras histórias sobre o terror vindo do céu, trazido por aviões sem pilotos. Foi bom que Malala não ganhou o Prêmio Nobel. Teria sido a maior vitória dos EUA na guerra suja dos drones.

Créditos da foto: Pete Souza/TWH
 

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