domingo, 27 de janeiro de 2013

A “INTELIGÊNCIA” RESOLVE – I



Martinho Júnior, Luanda

A hegemonia norte americana em África é hoje “incontestável” e isso sublinha, sob os pontos de vista sócio-político, económico e financeiro, a dependência do continente, o grau de subdesenvolvimento em que ele se encontra e quanto os processos neo coloniais redundantes da Guerra Fria (sobretudo advenientes das heranças do colonialismo e do “apartheid”) estão instalados e vão perdurar.

A globalização neo liberal recorre nas super estruturas do poder, subtilmente, às ideologias conservadoras, por vezes fascistas, para estabelecer o modelo e as democracias “representativas” que conformam o que a “comunidade internacional” (um chavão utilizado pelos recursos da hegemonia) tem preconizado para os estados: se as vulneráveis “sociais democracias” africanas não se sustentarem das ideologias conservadoras e dos expedientes delas decorrentes, poucas hipóteses têm para dar a volta aos riscos e ameaças que vão surgindo, quer por via religiosa, quer por via étnica, quer explorando as contradições entre as gerações, quer ainda em função das múltiplas contradições que resultam directamente da dialéctica social gerada pela via do “mercado” neo liberal.

É evidente que não é de admirar esse tipo de condutas, se tivermos em conta as lições da história e os percursos agora disponíveis para aqueles que são absorvidos pela lógica capitalista!

Quando o neo liberalismo foi instalado pela primeira vez no “laboratório” do Chile, como uma das suas primeiras “experiências”, foi-o recorrendo a um golpe de estado sangrento a 11 de Setembro de 1973, utilizando sectores militares importantes, assim como sectores dos serviços de inteligência chilenos (grupos identificados com os interesses da oligarquia nacional) e implantando uma ditadura, que agora pode ser dispensada em termos institucionais, mas é aplicada utilizando a ênfase económica, financeira e a psicologia de massas, adaptada às “representações” institucionalizadas no âmbito do “modelo social democrata” da “democracia representativa”…

Se a doutrina Bush, correspondendo ao “lobby” do petróleo e do armamento, foi responsável pela projecção do AFRICOM, foi a doutrina Obama que moldou o “carácter” do novel Comando, valorizando os aspectos de inteligência, persuasão, manipulação, influência e ingerência, bem como aglutinando factores históricos que advêm do passado colonial e neo colonial, conforme aos interesses sobretudo das multinacionais.

A administração Obama deu um cunho de “soft power” ao AFRICOM, para melhor se posicionar em relação à progressão da China no continente, sem contudo colocar de lado as condutas musculadas: reservou para si o papel da “inteligência” e determinou para os seus aliados e parceiros o papel de “correias de transmissão” para as suas políticas mais agressivas, num ramalhete neo colonial sem precedentes!

É um continente alvo de duas perspectivas dominantes em termos de correntes “soft power” (a da hegemonia norte americana segundo Obama e a da emergência da China, segundo até há pouco Hu Jin Tao) que procura responder às crises…

O único emergente africano, a África do Sul, actua nesse âmbito redundando os termos do que foi nela conseguido historicamente: a incidência da Revolução Industrial tirando partido da exploração de minerais estratégicos, com a instalação duma poderosa oligarquia a partir do elitismo de Cecil John Rhodes, um elitismo que agora é mais policromo e se vai estendendo a outros “pares”, componentes de distintos grupos étnico-raciais!

Para que a hegemonia norte americana se exerça em África os instrumentos disponíveis no AFRICOM foram moldados explorando métodos “inteligentes” e subtis, expressos em “programas” que não perdem de vista as condutas de dissuasão, de influência, de manipulação e de ingerência explorando os filões propiciados pela acção psicológica adequada ao tipo de interesses instalados ou a instalar, assim como à tipologia dos alvos sócio-políticos!

Nenhum emergente, (muito menos o elo menos evidente dos BRICS que é a África do Sul), por muita vocação multipolar que tenha, está a fazer frente a essa hegemonia sem precedentes nos seus aspectos mais agressivos… por isso os emergentes têm enorme dificuldade em fazer frente a essa persistente acção psicológica que se espelha nos espectros geo estratégios e geo políticos do neo colonialismo ocidental sob a égide anglo-saxónica!

As “primaveras árabes”, sustentadas nas experiências injectadas a partir da desagregação do socialismo real, são um dos “produtos acabados”.

O caso da Líbia contudo implicou na possibilidade de, instalando-se processos de choque e de desintegração institucional, se abrirem espaços em cadeia para rebeliões cujo manancial são as ideologias ultra conservadoras que animam tanto o campo “amigo” como o campo das consideradas “organizações terroristas” não “amigas”, mas sujeitas aos condicionalismos duma cada vez mais subtilmente artificiosa “inimizade”: o Mali é um exemplo da exploração desse “êxito”, que já está a provocar por seu turno outros rescaldos em cadeia, a começar com os últimos acontecimentos no Mali e, para começar, no leste da Argélia.

Para isso e por isso foi criado o AFRICOM!

Gravura: África está aprisionada nas teias da hegemonia, do neo colonialismo e do subdesenvolvimento.

A consultar:
- U.S. strategic interests and the role of the U.S. military in Africa – http://assets.opencrs.com/rpts/RL34003_20110322.pdf
- African Command – the newest combatant command – http://www.strategicstudiesinstitute.army.mil/pdffiles/ksil252.pdf
- A “nova” estratégia Americana para África – http://www.revistamilitar.pt/modules/articles/article.php?id=195
- Soft power – Wikipedia – http://en.wikipedia.org/wiki/Soft_power
- More than humanitarism: a strategic US aproach toward Africa – http://www.cfr.org/content/publications/attachments/Africa_Task_Force_Web.pdf
- "El socialismo europeo está metido con el colonialismo en Africa" – http://www.rebelion.org/noticia.php?id=162355&titular="el-socialismo-europeo-está-metido-con-el-colonialismo-en-africa"-
- Previsão de aumento de tensões em África – Martinho Júnior – publicado no Página Um a 13 de Outubro de 2008 (fora do arquivo).
- O caminho das Trevas! A “ditadura democrática” da aristocracia financeira mundial – I – http://paginaglobal.blogspot.com/2012/01/o-caminho-das-trevas-ditadura.html
- “Jogos africanos do neo colonialismo norte americano” –http://paginaglobal.blogspot.com/2012/05/jogos-africanos-do-neocolonialismo.html

Cabo Verde: ONDE ANDA O SR. DEPUTADO ABRAÃO VICENTE?




OU A DERROCADA DA PONTE DA BOA VISTA, AS CUMPLICIDADES DO PGR E O JULGAMENTO DE UM CIDADÃO, NO DIA 28. JAN. 2013, POR REFERIR TAIS CUMPLICIDADES

Nuno Ferro Marques - Liberal (cv)

Prezado deputado Abraão Vicente, em resposta ao seu apelo deste dia, «A pont(a) da corrupção» (Liberal, 27. Jan. 2013), no qual pergunta, entre outros visados, «onde está a sociedade civil» reportando-se, entre outros temas, ao colapso da ponte da Boa Vista, se por acaso quer saber, a par dos demais, por onde anda o arquitecto Nuno Marques, pode encontrá-lo nesta segunda-feira, a partir das 09:00, no tribunal da comarca da Praia, onde vai ser julgado pelo crime de ser cidadão.

Sr. deputado, muito me admira que pergunte onde anda a sociedade civil, antes de se perguntar onde anda a procuradoria-geral da república (pgr). Igualmente me admira que pergunte onde anda a ordem dos arquitectos cabo-verdianos antes de se perguntar onde anda o presidente da república. Se pensar naquilo que lhe vou dizer, sem prejuízo das suas virtudes, vai perceber que mais e melhores razões terei eu para perguntar onde anda o deputado Abraão Vicente.

Pode imaginar até que ponto se sente o cidadão, a família e a empresa, a tal sociedade civil, traída pelo presidente (actual ou pretérito) de uma ordem, pelo presidente (actual ou pretérito) de uma república?

É possível que, daqui a uns tempos, o arquitecto, à sua resposta, responda «sucumbi» ou, senão, «emigrei», «aderi ao regime», «fui eleito para andar no parlamento a perguntar onde está a sociedade civil».

Nesta segunda-feira, 28 de Janeiro de 2013, respondo em tribunal – saiba que, em mais de duas décadas em cada perna, nunca fui condenado, em qualquer processo disciplinar, cível ou criminal e espero assim continuar – imagine-se, porque o procurador-geral da república (pgr) alegadamente se sentiu ofendido porque eu referi alguns casos públicos e notórios de ausência de responsabilização, tendo-me referido – de passagem - ao ministério público (mp), como cúmplice – em boa ou má-fé (do mesmo mp) - e propondo uma acção popular e manifestações para se exigir a mais do que óbvia e consequente demissão do pgr, entre outros.

Eis os casos que, mais ou menos explicitamente, referi, por me sentir roubado, e que alegadamente ofenderam a alegada honra do pgr, curiosamente, o único de todos que referi que alguma coisa poderia ter feito para exigir responsabilidades aos demais:

1. Caso das transferências do gabinete do pm a Maria José Teixeira em prejuízo dos estudantes cabo-verdianos. (Caso público e notório.);

2. Sinais exteriores de enriquecimento ilícito cujas consequências levam as nossas crianças a procurar sustento no lixo (Caso público e notório. Exemplos que não referi mas que posso referir agora? Mansão e terreno do pm; mansão do ex-pcmp.);

3. Caso da não devolução do IUR em prejuízo de todos nós (Caso público e notório. De notar que a legislação obriga à devolução no ano seguinte a que diz respeito.);

4. Contaminação da população pela dengue que nos tornou mais vulneráveis a novo surto de outra estirpe (Caso público e notório. Delongas em querer admitir a epidemia e outras omissões.);

5. Caso da contaminação da água da Electra para consumo (Caso público e notório. Exemplos? Capital do país.);

6. Caso da cumplicidade do pgr nestes e mais casos (Caso público e notório; Exemplos? Não referi, então, mas já tenho referido, por exemplo, o caso do saco azul, e também posso referir o caso das promoções de um e da ausência das promoções de outros, no mp, e a recente e oportuna nota de Boaventura Santos, magistrado do mp que tem exercido funções de inspecção do mesmo mp a reclamar a “despessoalização” e a “desfamiliarização” – quiçá, acrescente-se, a “desmafiarização”- do mp.).

7. Caso da cumplicidade do ex-pan (sem resposta, para além da recepção, à petição da acção popular contra o pm pelas suas declarações nas legislativas de 2006.);

8. Caso da cumplicidade do ex-pr nestes e mais casos; (Caso público e notório. Exemplos? Mãe Joana; Covoada.)

9. Caso dos filhos de titulares de cargos públicos (Caso público e notório. Exemplos? Filho do pm, filho do ex-meit.);

10. Caso da cumplicidade dos magistrados (Caso público e notório. Exemplos? 
Colaborarem, de boa ou má-fé, com a denegação de justiça, auferindo salários por isso, muito bons, no panorama nacional.);

11. Caso das ordens profissionais (Caso público e notório. Exemplos? A dos arquitectos. Por encobrimento do exercício ilegal da profissão; Perseguição a arquitectos honestos, competentes e responsáveis que denunciam crimes dessa ordem.);

12. Caso da cumplicidade da Justiça (Caso público e notório. Consequência de 6 e 10.);

13. Caso 31 de Agosto e impunidade associada que dispensa referências pelos prejuízos que continua a trazer à nação (Caso público e notório.).

Poderá, alguém, no seu perfeito juízo, pretender o contrário, ou seja, que o mp não é cúmplice? Afinal, tal como me dizia um magistrado, «tanto é ladrão o que vai à horta como o que fica à porta».

Ainda que eu seja absolvido e o pgr, tarde ou cedo, responsabilizado, como espero, pese embora o regime e a cultura da histórica subserviência aos usos e abusos dos regimes, entretanto, o pgr já conseguiu o que queria: amordaçar ainda mais a sociedade civil e talvez até quem recebe salários e possui imunidade para a defender mas que abandona os cidadãos à sua sorte.

Viu, sr. deputado, algum deputado da nação interessar-se por mais este caso? Eu não vi e já me habituei e por isso convém que seja menos ligeiro da próxima vez e que tente ver o que pode fazer para defender, enquanto deputado da nação, a sociedade civil que ora demanda. Confesso, entretanto, que não votei em si nem em ninguém já que apesar da devassa do voto em branco tem sido esse o meu voto, há já algumas eleições, não sei se alcança as razões, já que também não alcança por que não deve ser, em certa ideologia, o voto obrigatório.

Pode parecer que não reconheço o esforço e/ou as boas qualidades do deputado Abraão Vicente e da oposição. Nada disso. O deputado tem sido activo, embora, certamente, possa ser muito mais. Toda oposição, idem.

Mas como ir mais longe se nem às queixas-crime da oposição a procuradoria-geral da república responde?

Realmente, temos de compreender o desespero da oposição e do deputado ao apelar à sociedade civil, embora eu não saiba se ele alguma vez já entregou, enquanto cidadão, ou enquanto deputado da nação, alguma queixa-crime à pgr.

Pela minha parte, apesar do meu espírito independente, pondero a possibilidade de integrar algum partido da oposição com o qual mais me identifique, para tentar obter para a sociedade civil, por exemplo, enquanto deputado da nação, o que não tenho conseguido enquanto cidadão, se possível, sem tantas mazelas pessoais, familiares e financeiras.
Exemplos de queixas-crime que a pgr da oposição, neste caso do movimento para a democracia (mpd) que a pgr não se dignou responder?

1. Declarações de JMN pelas eleições legislativas de 2006;
2. Negócios com a zdti de Algodoeiro - Murdeira;
3. Negócios da sdtibm-sln de Boa Vista e Maio;
4. Denúncias do mpd por ocasião das eleições na ilha do Fogo…

Com parcos recursos fiz tantas ou mais queixas do que o mpd à pgr, caso para perguntar «onde anda» a oposição, aliás, não conheço quem se tenha batido mais do que eu - enquanto, cidadão - relativamente aos três casos acima referidos e muitos outros casos em que, tarde ou cedo, viram comprovados os meus argumentos cívicos e técnicos, aliás, já dei à estampa, nos jornais, uma selecção de treze demandas minhas, quase todas de natureza púbica, às diferentes instituições da república, pgr, incluída, e por isso não me vou repetir.

Que mais quer o deputado? Que a sociedade civil continue a ser traída, como eu, seja pela sua ordem profissional, seja pelo presidente da república, sem falar dos deputados da nação, da pgr e dos tribunais que quando decidem bem, ou menos mal, demoram décadas a fazê-lo, excepto, para alguns?

Não se esqueça, deputado, o senhor e os seus colegas, trabalhando ou não, possuem salários e imunidade para fazer aquilo que acaba de endossar à sociedade civil, entre outros, para que o façam nas horas vagas e sem qualquer imunidade. Não lhe fica nada bem demandar a sociedade civil, entre outros, como acabou de fazer, poderia estar um pouco mais preocupado em proteger os direitos, as liberdades e as garantias daqueles que vêm sendo perseguidos pelo pgr por se atreverem a ser cidadãos, numa terra em que até deputados da nação se demitem das suas responsabilidades e/ou desatam a perguntar onde anda este, aquele e aqueloutro.

Quer que lhe mostre a resposta do ex-meit a nota minha, não sem insistência, alertando-o para questões idênticas às da ponte da Boa Vista, há já uma década, prevenindo, tais práticas do ministério das infra-estruturas, neste caso, relativamente, ao palácio de justiça de Santa Cruz?

Leia e saiba que a pgr teve conhecimento de tudo isso e não agiu:

Se a pgr respondesse às denúncias, muitas mais haveria e, certamente, nem a ponte da Boa Vista, nem as estradas de Santo Antão teriam ruído, nem ruiriam muitos mais edifícios, pontes e estradas que, inevitavelmente, vão ruir, pela forma como (não) foram projectados, construídos e/ou fiscalizados.

O drama, deputado, é muito maior e mais grave do que possa imaginar.

E não foi por falta de iniciativa da sociedade civil.

*Com reprodução de documentação e fotos no original

Cabo Verde: Povo saiu à rua com um brilhozinho nos olhos e uma lágrima no canto do olho



JSD – PA – Lusa, foto em Sapo Desporto

Cidade da Praia, 27 jan (Lusa) - Milhares de cabo-verdianos saíram hoje às ruas da Cidade da Praia para festejar a passagem de Cabo Verde aos quartos-de-final da Taça das Nações Africanas (CAN), celebrando-a como se tivesse sido já campeão.

As principais avenidas da capital cabo-verdiana estão "pintadas" de azul, com centenas de viaturas a buzinar e milhares com bandeiras, apitos, cânticos e danças, onde só surgem sorrisos enormes, tal a euforia provocada pela vitória sobre Angola (2-1) e consequente apuramento para a fase seguinte da prova que decorre na África do Sul.

Os cerca de dois quilómetros de extensão da Avenida Cidade de Lisboa, onde se situa a Federação Cabo-Verdiana de Futebol (FCF), estão totalmente preenchidos com carros e adeptos, de todas as idades, dando cor e animação à capital que, antes e durante o encontro, estava praticamente vazia.

O Parque 5 de Julho, palco tradicional do visionamento dos jogos através de dois ecrãs gigantes - hoje funcionou só um devido a uma avaria -, estava apinhado, com milhares de cabo-verdianos a torcerem em cada jogada de ataque dos "Tubarões Azuis", mantendo a esperança mesmo depois da infelicidade do central Nando, que introduziu a bola na sua própria baliza, aos 33 minutos da primeira parte.

O mesmo se passou na Praça Grande do Palmarejo, onde centenas de cabo-verdianos assistiram ao jogo num ecrã de médias dimensões e não esmoreceram quando o intervalo chegou com um resultado negativo.

A primeira grande manifestação de alegria no Parque 5 de Julho, deu-se aos 81 minutos de jogo, quando Fernando Varela empatou o jogo, já após uma outra, mais pequena, ter ocorrido quando, no outro jogo do Grupo A, a África do Sul empatou diante de Marrocos.

Com dez minutos a festejar, os cabo-verdianos tiveram uma explosão ainda maior, quando, em cima do minuto 90, Heldon marcou o segundo golo dos "Tubarões Azuis", dando a primeira vitória em três jogos a Cabo Verde, estreou numa fase final da CAN.

Pouco depois, o jogo terminou e a festa extravasou imediatamente para as principais avenidas da capital, onde se tornou entretanto impossível circular.

"O céu é o limite", foi o mesmo que disseram à agência Lusa Alcino Cardoso, bem como um adepto que, por ironia, se chama José Eduardo dos Santos, tal como o presidente de Angola.

"Já não temos nada a perder, já ganhámos tudo o que tínhamos a ganhar", sintetizou António Silva ("Tober"), vereador da Câmara da Praia, aludindo à inédita participação de Cabo Verde numa fase final da CAN, um "pequeno arquipélago", de cerca de 500 mil habitantes, que está a "surpreender" o mundo do futebol.

No Grupo A, além de Cabo Verde, que empatou a zero com a África do Sul e a um golo com Marrocos, também a anfitriã se apurou para os quartos-de-final da prova.

Segundo a Rádio Nacional de Cabo Verde (RCV), a festa estende-se a todas as nove ilhas habitadas do arquipélago, devendo prolongar-se pela noite dentro.

"Há muitos anos que o país não se unia em torno de algo", lembrou um ouvinte da RCV, congratulando-se com a qualificação e realçando que só se recorda de idêntica situação quando Cabo Verde acedeu à independência, em 1975.

RAMOS HORTA ACREDITA EM ELEIÇÕES NA GUINÉ-BISSAU ATÉ AO FIM DO ANO




Angola Press

Adis Abeba (Dos enviados especiais) - O representante da Organização das Nações Unidas (ONU) junto da Guine Bissau, José Ramos Horta, disse hoje, sábado, em Adis Abeba, acreditar que as eleições, para pôr fim a crise política naquele país deverão ocorrer até final deste ano

Em declarações a jornalistas na capital etiope, a um dia da 20ª Cimeira de Chefes de Estado e de Governo da União Africana, Ramos Horta, disse ter informações que a situação política evoluiu positivamente, havendo um clima de diálogo, envolvente para um acordo abrangente.

«Em primeiro lugar devem ser os irmãos da Guine Bissau a decidirem se existem condições ou não para realizar eleições», declarou.

Garantiu que a ONU fará tudo para mobilizar recursos para apoiar a realização de eleições, no tempo adequado, depois de ouvidas todas as partes e desde que hajam garantias de o pleito abrir “as portas para o futuro da Guine Bissau”.

Anunciou que chegará a Bissau a 12 de Fevereiro e promete, com “muita Paciência”, iniciar contactos com as autoridades governamentais, partidos políticos, mas também trabalhando com a sociedade civil e as forças armadas para juntos encontrar o consenso nacional, para que o país ainda este ano possa sair da crise, de quase duas décadas.

Diz que será necessária muita paciência e tempo para dialogar com todos sem excepção, porque todos estão cansados e querem ver as suas vidas nos planos profissional e pessoal normalizada e com dignidade.

Apontou ainda como prioridade a reorganização e modernização das forças armadas, de acordo com a vontade dos guineenses, mas que só é possível num quadro politico constitucional, democrático, que terá o apoio da comunidade internacional.

Ramos Horta já foi Presidente da República e primeiro-ministro de Timor Leste.

*Publicado no TLN, mais noticiário sobre Timor-Leste, Ásia e Oceânia em TIMOR LOROSAE NAÇÃO


Chefe das Forças Armadas do Senegal visita Guiné-Bissau a partir de segunda-feira




MB – SMA - Lusa

Bissau, 27 jan (Lusa) - O chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas do Senegal, general Mamadu Sow, inicia segunda-feira uma visita de 48 horas à Guiné-Bissau, a convite do seu homologo guineense, António Indjai, disse à Lusa fonte militar.

Segundo a fonte do Estado-Maior das Forças Armadas guineenses, o general Mamadu Sow, 56 anos, deve visitar algumas unidades militares guineenses e ainda o contingente militar do seu país estacionado em Bissau no âmbito da Ecomib (Força de alerta da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental - CEDEAO).

Na sequência do golpe de Estado de abril passado na Guiné-Bissau a CEDEAO constituiu para o país uma força, a Ecomib, composta por mais de 600 soldados, entre os quais 200 senegaleses, entre médicos e engenheiros de construção.

Os médicos militares senegaleses dão consultas no hospital militar de Bissau enquanto que os engenheiros aguardam pela ordem para iniciar as obras de reparação de quartéis guineenses.

A fonte do Estado-Maior das Forças Armadas guineenses admitiu à Lusa "ser provável" que a visita do general Mamadu Sow sirva para que as autoridades de Bissau tirem dúvidas sobre se um contingente da Guiné-Bissau irá ou não tomar parte no teatro da guerra no Mali.

Há mais de dois meses que 120 militares guineenses estão em preparação na base área de Bissau. As autoridades militares diziam, ainda no mês de dezembro, que os militares guineenses iriam participar na guerra do Mali mas sob o comando senegalês.

Recentemente o Presidente de transição do país, Serifo Nhamadjo, de regresso de cimeira extraordinária da CEDEAO em Abidjan, afirmou que a Guiné-Bissau não iria enviar soldados para o Mali, pelo menos por enquanto, por falta de meios financeiros.

É que a cimeira de Abidjan decidiu que quem enviasse a sua tropa ao Mali nos primeiros três meses irá suportar as despesas.

O novo chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas do Senegal, que substituiu no cargo, em outubro passado, o general Mamadu Fall, era o responsável principal das forças da Monusco (Missão das Nações Unidas para estabilização do Congo) e antes ainda foi o comandante militar da região da Casamance, onde uma rebelião luta pela secessão do resto do Senegal há mais de 20 anos.

O PODER NA RUA




Diário de Notícias, editorial

Ao fim de alguns meses de acalmia nos protestos, os professores voltaram ontem de novo à rua. A manifestação, mesmo tendo, segundo números da organização, reunido 40 mil pessoas, está longe das demonstrações do tempo de José Sócrates.

Além das emboscadas sistemáticas dos sindicalistas do sector aos governantes, mais de cem mil profissionais ligados ao ensino contestaram na rua a ministra Maria de Lurdes Rodrigues, levando à sua remodelação. Mário Nogueira, o líder da Fenprof, justificou os tempos de bonança recentes com "o medo" de toda uma classe e não qualquer concordância com as linhas políticas atuais.

Apesar das graves medidas de austeridade, os portugueses têm de facto mostrado alguma resignação. As manifestações sindicais foram pacíficas e os incidentes registados terão sido provocados por radicais infiltrados. Mas o equilíbrio social em crise está sempre no fio da navalha. Por isso o atual Governo sempre mostrou preocupação com possíveis focos de revolta social, reforçando seguranças e garantindo orçamentos às polícias.

Os professores podem ser de novo o aríete que agitará a governação e rebocará novos protestos em várias áreas. O relatório do FMI que aponta para o corte de 200 mil funcionários públicos considera os professores um grupo "relativamente privilegiado" e sugere cortes substanciais, quer em número quer em salários, além de propor o aumento do horário para 40 horas. Há aqui questões factuais em que importa refletir para melhorar o ensino nacional. Mas há também questões puramente contabilísticas, que nunca podem ser prioritárias numa reforma como a que está em curso.

Perdido o "medo" de que fala Mário Nogueira, a rua deve voltar a agitar-se quando, no final do mês que vem, o Governo revelar onde vai cortar os quatro mil milhões prometidos à troika. Uma rutura social está longe de estar afastada. Vítor Gaspar, na euforia do regresso aos mercados, não o pode esquecer.

Egito: Sinais contraditórios

Dois anos depois do início da revolta que derrubou Mubarak e um ano após o massacre de 74 jovens apoiantes do Al-Ahly em Port Said, o Egito continua a enviar sinais contraditórios para o mundo. Por um lado, julga com severidade 21 dos acusados pela tragédia; por outro, deixa de lado as chefias militares e os funcionários do Ministério do Interior que muitos consideram responsáveis (ou no mínimo, cúmplices) de um ato de vingança organizado contra uma claque conhecida pelo apoio ativo à luta contra a ditadura e o poder militar de transição que se lhe seguiu. Por um lado consegue, em pouco tempo, organizar eleições presidenciais e legislativas e aprovar uma nova Constituição; por outro, todo esse processo só serviu para deixar o poder nas mãos dos islamitas, que tendo feito um esforço para mostrar uma moderação inédita, em questões fundamentais não fogem à sua verdadeira essência.

Perante os confrontos que não cessam e as dezenas de mortos que, todas as semanas, deixam nas ruas, a oposição laica lançou um desafio: ou o Presidente propõe uma "solução global" para a crise, incluindo um "Governo de salvação nacional", ou boicotará as legislativas na primavera.

Dois anos depois, o Egito ainda não encontrou o seu rumo e os egípcios que lutam pela democracia plena ainda não podem descansar.

Portugal: Opus Dei nas finanças do Governo e com força na banca – investigação do DN




Rui Pedro Antunes – Diário de Notícias - Fotografia © Hélder Oliveira

Conhecida como 'maçonaria branca', o Opus Dei tem mais de 1500 membros em Portugal. Apesar de negar a existência de uma estratégia de poder, conta com figuras de destaque na banca e na política. Há mais de dez anos que um governo não tinha um elemento ligado à obra, mas a última minirremodelação pôs no Executivo um cooperador que até há três meses geria a financeira da Escola de Negócios da obra.

O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, colocou recentemente uma das mais importantes áreas da governação nas mãos de um cooperador do Opus Dei: o secretário de Estado Manuel Rodrigues. O novo homem-sombra de Vítor Gaspar nas Finanças junta assim duas áreas às quais a obra é constantemente associada: a política e a banca, nas quais sempre teve membros influentes.


Nota PG: Opus Dei, uma seita do salazarismo que bem vimos que anda à solta e em força em Portugal e resto da Europa. Par indissociável do franquismo em Espanha, afinal do nazi-fascismo. Uma investigação DN que vale a pena ler e saber ler nas entrelinhas, mais que não seja. No governo e na influência ao governo há mais Opus Dei. Quem são eles?

Portugal: GENTE FINA…




Fernanda Mestrinho* – Jornal i, opinião – foto Lusa

José Luís Arnault passou o ano em Copacabana com Dias Loureiro e Miguel Relvas.

Regressado a terras lusas, senta-se numa televisão, com sobranceria e enfado, para dizer que “os portugueses viveram acima das suas possibilidades”.

Ainda não recomposta, eis que Arnault acha que a conferência de Carlos Moedas devia ser à porta fechada para evitar a “chicana” e elevar o “nível intelectual” do debate. Arnault deve achar, pois, que o povo merece castigo e é ignorante… uma “choldra”.

Tudo se deve resolver “en petit comité” e nos corredores do poder, entre eles. Imagino o seu sofrimento quando foi secretário-geral do PSD e teve de aturar as distritais e as concelhias. Dias Loureiro e Relvas também foram.

Os ministros são criticados, às vezes maltratados. Pior é a “corte” à volta da manjedoura do poder. Almoços, pareceres, férias, privatizações, casamentos, nomeações. Vivem do Estado e dos grandes grupos económicos, em viagens de ida e volta. Vivem do rendimento – máximo. Nos últimos anos, e com a crise, esta gente fina perdeu a impunidade, até porque dantes eram menos e mais recatados. A justiça vai debicando, de vez em quando nesta “sociedá” (como dizia “Gabriela”). Faz que anda mas não mexe.

Com quem eu gostaria de ter passado o ano? Obama, Spielberg, etc., não fazia a coisa por menos. Mas tenho uma regra de ouro: não gosto de trabalhar na passagem do ano.

*Jornalista/advogada - Escreve ao sábado

Portugal – Sertã: Despiste de autocarro provocou 11 mortos e feridos em estado muito grave




Jornal i - foto Lusa

O despiste de autocarro com matrícula espanhola, na Sertã, provocou já 11 mortos, segundo o Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM).

Dezassete feridos sem gravidade do acidente de autocarro deram entrada no Hospital de Castelo Branco, tendo um deles já recebido alta, disse à agência Lusa o diretor daquela unidade hospitalar.

Vieira Pires adiantou que dois dos 17 feridos que deram entrada no hospital foram transferidos para unidades de saúde da área de residência.

Segundo o diretor do hospital, os restantes 14 feridos estão à espera de avaliações clínicas, mas provavelmente quatro deles vão ficar internados.

Os feridos deram entrada no hospital com fraturas diversas e neste momento estão a ser submetidos a mais exames para se verificar se existem lesões interna, adiantou.

O hospital de Castelo Branco criou um gabinete de crise, composto por seis psicólogos, para apoiar os familiares dos feridos.

Num comunicado enviado à agência Lusa, o ministro da Saúde, Paulo Macedo, apresentou "sentidas condolências" às famílias das vítimas mortais resultantes do acidente, e espera que “os feridos possam regressar rapidamente a suas casas, para junto dos seus familiares”.

Nesse sentido, o Ministério da Saúde “disponibiliza também todo o apoio psicológico e respetivo acompanhamento que as famílias das vítimas vierem a necessitar”.

O motorista é português, viajava de Portalegre para Santa Maria, despistou-se e caiu numa ravina. No entanto, o motorista não consta da lista das vítimas mortais.

Todas as vítimas mortais eram adultos com idades compreendidas entre os 50 e os 70 anos, acrescentou Regina Pimentel.

Segundo explicou à Lusa a coordenadora do INEM, para socorrer os passageiros do autocarro, que tinham saído de manhã de Portalegre em direção a Santa Maria da Feira numa excursão, foram enviadas sete viaturas médicas, além de dois helicópteros.

O INEM foi das primeiras entidades a chegar ao local, juntamente com a Guarda Nacional Republicana e a Polícia Segurança Publica.

O acidente aconteceu pouco depois das 8:00 da manhã e às onze da manhã já todos os passageiros tinham sido transferidos para os hospitais.

Para retirar o autocarro da ravina, de matrícula espanhola, foram enviadas duas máquinas para o local.

O responsável pelas operações, que mobilizavam esta manhã 261 operacionais e 97 viaturas, contou que se tratava de um excursão com 43 passageiros que vinham de Portalegre para Santa Maria da Feira.

De acordo com a página da Proteção Civil, no Hospital Distrital de Castelo Branco e Centro de Saúde da Sertã as equipas médicas foram reforçadas, tendo sido ainda montado um "dispositivo pela PSP e GNR para criar corredores de evacuação".

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Dilma se encontra com parentes de vítimas e feridos de incêndio em Santa Maria (RS)




Mariana Jungmann, enviada especia – Agência Brasil

Santa Maria (RS) - A presidenta Dilma Rousseff deixou há pouco o ginásio de esportes de Santa Maria, onde se encontrou com parentes das vítimas do incêndio na boate Kiss, na madrugada de hoje (27). As famílias estão no Centro Desportivo Municipal de Santa Maria, para onde foram levados os corpos para identificação. Muito emocionada, a presidenta deixou o local sem falar com a imprensa. Antes de chegar ao ginásio, ela também passou no Hospital Caridade, onde estão sendo atendidos parte dos feridos. A presidenta segue para a Base Aérea de Santa Maria, acompanhada pelo prefeito da cidade, César Schimer.

A presidenta estava acompanhada do ministro da educação, Aloizio Mercadante; da ministra dos Direitos Humanos, Maria do Rosário, e do presidente da Câmara dos Deputados, Marco Maia (PT-SP). "É o tipo de tragédia que ninguém imagina que possa acontecer. Nossa preocupação agora é atender as famílias, e depois vemos outras coisas [apuração sobre as causas e responsáveis pelo acidente]", disse Marco Maia.

Dilma que participava da reunião da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos com a União Europeia, no Chile, cancelou a participação em três reuniões com autoridades da Argentina, Letônia e Bolívia por causa da tragédia e seguiu para Santa Maria. Em rápida entrevista, ainda no Chile, a presidenta se emocionou ao comentar a tragédia.

O incêndio na boate Kiss, em Santa Maria, a cerca de 300 quilômetros da capital Porto Alegre, resultou na morte de 232 pessoas e não de 245, conforme anunciado inicialmente pelas autoridades locais.

Edição: Carolina Pimentel//Matéria atualizada às 15h37

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Portas de discoteca incendiada no Brasil estavam trancadas – Comandante dos Bombeiros




FYB (CFF) SMA – Lusa, foto Deivid Dutra/EFE

Algumas portas da discoteca Kiss estavam trancadas no momento em que ocorreu o incêndio que causou pelo menos 245 mortos e 96 feridos, afirmou o comandante do Corpo de Bombeiros da cidade de Santa Maria, no sul do país.

Em entrevista à TV Globo, o coronel Guido afirmou que viu as pessoas acumuladas em frente às portas que estavam trancadas. Bombeiros e voluntários quebraram as paredes do local para tentar retirar as vítimas.

Segundo o comandante, a principal causa da morte das vítimas foi a inalação de fumo tóxico. O fogo começou por volta das 2:00 horas da madrugada de hoje (4:00 horas em Lisboa), quando uma banda fez uma apresentação pirotécnica que atingiu o isolamento antirruído do local.

A festa que ocorria no local, chamada de "Agromerados", era destinada a estudantes universitários da Universidade Federal de Santa Maria, dos cursos de agronomia, técnica de alimentos, veterinária, agronegócio, pedagogia e zootecnia, segundo o cartaz do evento. A entrada era limitada a maiores de 18 anos, e havia venda de bebidas alcoólicas no local.

A prefeitura de Santa Maria, no estado do Rio Grande do Sul, decretou luto oficial de 30 dias por causa da tragédia. Os corpos das vítimas foram levados para o Centro Desportivo Municipal, onde serão reconhecidos e onde deve realizar-se o velório coletivo, segundo o governo municipal.

A capacidade da discoteca é de 2 mil pessoas, mas não há informações sobre quantas estavam no local no momento do incêndio. O alvará do local estava caducado desde agosto, segundo as autoridades.

Devido à tragédia, a presidente brasileira Dilma Rousseff deixou a cidade de Santiago do Chile, onde participava de cimeira da Comunidade dos Países Latino-Americanos e do Caribe e da União Europeia, para dirigir-se à cidade de Santa Maria.

Além de Rousseff, divulgaram mensagens de pesar sobre a tragédia o presidente da Câmara dos Deputados do país, Marco Maia, e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

*Também sobre Brasil-Timor Leste ler em Timor Lorosae Nação: TIMOR-LESTE RECEBERÁ DEFENSORA PÚBLICA FEDERAL DO BRASIL

Angola: Cidadão dado como morto pela TPA reaparece e denuncia torturas da DNIC




*Ana Margoso – Club K - Fonte: Facebook

TPA insinuou  que foi morto por um general da  UNITA

Luanda  - “Augusto sou eu, não morri”, foi nestes termos que o cidadão dado como morto pela TPA se dirigiu aos jornalistas na última segunda-feira 21 de Janeiro de 2013. Damião Kapaka Augusto disse lamentar que um assunto de negócio se tenha transformado num assunto político.

“Eu não sou político, eu sou cidadão”, esclareceu, adiantando ter combinado com o senhor Chitombi a comercialização de pedras de diamente, tendo aquele feito a primeira prestação de 10.000 dólares na presença de Carlota Tekassala e de seu marido.

Na sua conversa com os jornalistas, Damião Kapaka Augusto acusou Carlota de se ter aproveitado da sua ausência para estorquir dinheiro ao General Chitombi.  Afirma que após ter se ausentado para a RDC em tratamento médico de sua esposa, Carlota Tekassala entrou em cena, cobrando dinheiro em nome de Augusto a quem passou a chamar de seu gerente.

“Eu nunca fui gerente de Carlota”, desmente, sublinhando, entretanto, conhecer nas suas lides de negócio no Andulo.

Alega que quando chegou à Luanda, proveniente da RDC, soube por intermédio de um outro seu conhecido Patrick, que Carlota foi recebendo dinheiro do general Chitombi, alegando que Augusto era apenas seu gerente e que a proprietária das pedras preciosas era ela.

O assunto começa a ter contornos estranhos a partir do momento em que Carlota Tekassala instou Augusto a se manter escondido longe dos olhares de pessoas conhecidas, para que prevalecesse a versão segundo a qual Augusto gerente de Carlota Tekassala teria sido morto por Isaías Chitombi.

A trama custaria 1,5 (milhão e meio) de dólares ao general Isaías Chitombi. Após ter negado a orientação de Carlota Tekassala, Augusto começou a receber mensagens telefónicas com ameças de morte o que levou a denunciar o facto junto da DINIC – Direcção Nacional de Investigação Criminal.

Para a sua surpresa, o infelez recebeu no dia 27 de Dezembro de 2012, visita de agentes da polícia nacional que o prenderam e levaram para as instalações da DINIC onde, segundo conta foi submetido a uma sessão de interrogatório que decorreu das 18H00 às 00H30 do dia seguinte.

“Depois de interrogatórios com purrada me meteram na cela, dormi na cela me bateram, obrigando-me dizer que Augusto não sou eu, obrigaram-me a pedir desculpa à familia do Augusto. Mas como é que vou pedir desculpa a família, se Augusto sou eu”, declarou.

O cidadão contou, ainda que depois daquele epsódio suspeito voltou para a sua casa por volta das 17 horas, tendo no dia seguinte recebido outra delegação que se fazia transportar num carro, com jornalistas da TPA.

“Veio um chefe dizer que nós viemos aqui para te filmar (…) tem que dizer que Augusto não é você”, explicou o cidadão, sublinhando que com o evoluir das coisas começa a temer pela sua vida.

“A minha vida está em perigo”, afirmou categórico.

AFASTAMENTO DE GOVERNADOR DE LUANDA NA AGENDA DE EDUARDO DOS SANTOS





Lisboa -  José Eduardo dos Santos   prevê   proceder com  reajustes a nível da gestão  da província de  Luanda culminando com a substituição do governador Bento Francisco Bento por um outro quadro “mais técnico que político” e a nomeação de novos Vices- governadores.  Desde as ultimas nomeações a cidade de Luanda  foi das poucas cujos  “vices” e o Presidente da Comissão  Administrativa  não foram reconduzidos.

Prevê  nomear antigo ministro das obras públicas

Presentemente,  o  staff de apoio a JES  procede com o processo de consultas para a figura que deverá  substituir o governador  Bento Bento.  É invocado como  preferência das autoridades, a  nomeação de   um quadro experiente.  Da lista dos vários nomes  que estão a ser remetidos  a avaliação,  é tido até ao momento como favorito,   António Henriques da Silva,  um antigo  Ministro das Obras Pública.  Henriques da Silva que é engenheiro de formação não  tem peso político, mas consideram-no um “tecnocrata brilhante”, a quem prometem  solidariedade institucional caso venha ser escolhido  como futuro   governador da capital do país. 

A primeira vez que José Eduardo dos Santos emitiu publicamente  sinais de que estaria inconformado com a governação de Luanda aconteceu na passada sexta-feira (25),  a margem de última  reunião do Comitê Central do MPLA, do seu partido.  Na reunião o presidente,  admitiu um conflito de interesses entre quadros do MPLA e da administração pública, não excluindo a possibilidade de sanções.

“Esta situação é demasiada evidente ao nível dos municípios e comunas, particularmente, nos grandes centros urbanos como Luanda. Por outro lado, alguns militantes que ocupam funções partidárias e político-administrativas não tratam no exercício das suas obrigações os assuntos de forma objectiva, na base das leis e dos regulamentos do Partido, e colocam questões subjectivas e pessoais, acima dos interesses gerais gerando contradições, atritos e incompatibilidades com outros quadros. Estas situações surgiram na Lunda – Norte, entre o 1º secretário do Partido e o Ex - governador provincial,  e os dois foram substituídos”, lembrou.

José Eduardo Dos Santos frisou que tal situação surgiu antes na Província do Uíje, e mais recentemente, em Cabinda e no Kuando – Kubango, situações estas que já foram superadas.

“A situação mais grave é que temos hoje na cidade de Luanda, onde estas contradições e incompatibilidades do género estão a prejudicar o trabalho do Partido e do Estado”, afirmou.

Por esta razão, sublinhou, o Bureau Político está estudar o assunto para tomar as medidas que se imponham.

Pelo menos 45 mortos e cerca de 29 mil famílias desalojadas em Gaza e Inhambane




Verdade (mz)

Continuam a aumentar as vítimas e os dos danos causados pelas inundações nas províncias de Inhambane e Gaza, a Sul de Moçambique. Até esta sexta-feira (25), o Instituto Nacional de Gestão de Calamidades (INGC) havia identificado mais de 70 mil pessoas afectadas directamente pelas enxurradas, das quais 45 perderam a vida, 3.402 casas ficaram destruídas parcialmente, outras 2.231 casas ficaram totalmente destruídas e 698 habitações estão inundadas.

Os distritos mais afectados são Chókwè e Guijá. Os afectados foram estão abrigados em seis centros de acolhimento, sendo que a população vulnerável como crianças, mulheres, idosos e doentes correm maior risco. Adicionalmente, 5 mil pessoas foram evacuadas para o distrito de Chibuto. O número total de pessoas afectadas na Província de Gaza é de 65 mil. Contudo, de acordo com fontes do governo, esse número poderá facilmente atingir os 100 mil, uma vez que os níveis de água continuam a subir na cidade costeira de Xai-Xai.

As enchentes deixaram 92 salas de aulas submersas, o que faz com que 1.346 alunos não estejam a estudar. O cumprimento dos planos pedagógicos dos estabelecimentos de ensino afectados está comprometido.

Entretanto, foram alocados produtos alimentares e de higiene para evitar a fome e a propagação de doenças diarreicas nos centros de acomodação. Houve reforço do pessoal da saúde e dos agentes de resgate, de acordo com os dados actualizados pelo INGC.

Entretanto as agências das Nações Unidas e parceiros estão actualmente a proceder a recolha e análise de informações para finalizar rapidamente um pedido de financiamento para o Fundo Central de Resposta de Emergência (CERF) para as intervenções mais urgentes e vitais. Segundo um comunicado da ONU, consultas preliminares indicam que serão necessários pelo menos 15 milhões de dólares americanos para toda a operação humanitária. Todavia, este número poderá vir a aumentar com o evoluir da situação.

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