Enquanto Israel trava uma guerra contra o povo palestiniano, os meios de comunicação social ocidentais não têm feito a análise rigorosa que a situação exige. Precisamos urgentemente do tipo de reportagem crítica que a WikiLeaks forneceu sobre os crimes da "guerra contra o terrorismo".
As notícias sobre o genocídio em Gaza enchem horas de noticiários e quilómetros de papel de jornal. No entanto, contraintuitivamente, continua a ser o conflito mais subnoticiado da era moderna.
Porquê? A resposta a este enigma está nas fontes do excesso de notícias que recebemos. Não provém, em primeiro lugar, de jornalistas independentes, ou mesmo de jornalistas tradicionais, no terreno, em Gaza.
Os israelitas impuseram uma zona de exclusão a jornalistas em toda a Faixa de Gaza e, por isso, esta continua a ser uma zona de guerra com muito poucos jornalistas tradicionais presentes para registar os combates, algo que, historicamente, é quase inédito.
De acordo com os Repórteres Sem Fronteiras:
"Está a ser negado aos jornalistas estrangeiros o acesso à Faixa de Gaza. Em dois meses de guerra, nenhum repórter foi autorizado a entrar por Rafah, o que prejudica claramente a capacidade dos meios de comunicação de cobrir o conflito."
Nem sequer há jornalistas
incorporados (embedded) nas tropas israelitas. Na Guerra do Iraque, estes
repórteres infiltrados foram ridicularizados por apenas transmitirem o ponto de
vista das tropas junto das quais se encontravam, lá colocados pelos governos
beligerantes. Mas, em Gaza, onde até esta forma domesticada de reportagem de
testemunhas oculares está ausente, os jornalistas incorporados seriam um passo
Muitos jornalistas palestinianos e de outros países do Médio Oriente estão a tentar fazer reportagens no terreno, mas esta profissão é mortífera. Mais de 100 jornalistas foram mortos desde o início da guerra em Gaza e 400 foram presos. Cerca de 50 edifícios de meios de comunicação social foram parcial ou totalmente destruídos pelas forças israelitas.
A Federação Internacional de Jornalistas diz que talvez um em cada dez de todos os jornalistas em Gaza já tenha sido morto. Compare-se isto com os 63 jornalistas mortos em todos os vinte anos da Guerra do Vietname.
Mais de 100 jornalistas foram mortos desde o início da guerra em Gaza e 400 foram presos. Cerca de 50 edifícios de meios de comunicação social foram parcial ou totalmente destruídos pelas forças israelitas.