quinta-feira, 26 de outubro de 2023

RÚSSIA: AS QUATRO GRANDES MENTIRAS MAIS MALIGNAS

Muitos escritores presumem que as Grandes Mentiras são criadas por Grandes Mentirosos, que sabem que estão espalhando inverdades e fazem o que fazem com motivos conscientes.

Julian Macfarlane* | South Front | opinião | # Traduzido em português do Brasil

Hitler é um bom exemplo de um destes “Grandes Mentirosos” – mas aquele pequeno artista bigodudo e falhado pensava que estava a dizer a Verdade – e que os Judeus, Socialistas e Eslavos eram os  verdadeiros  mentirosos. A sua ideologia baseava-se numa mitologia – uma quase-religião – na qual ele  acreditava – mas que estava enraizada na sua cultura.

Então, embora eu ame Caitlin Johnstone, leia-a – como você deveria – e a apoie – acho que ela às vezes não entende o objetivo de suas críticas elegantemente escritas à mídia e à propaganda. Ela parece muitas vezes assumir  tentativas conscientes e  premeditadas de enganar por parte daqueles que estão no topo das nossas civilizações – quando na verdade  o rabo abana o cão – o que significa que estas pessoas estão a reflectir elementos significativos de preconceito público, criados ao longo de décadas, se não séculos.

“Eles não sabem o que fazem” disse Jesus na cruz e morreu.

O perigo para o nosso mundo  não  reside nas supostas tentativas dos nossos “líderes” para “persuadir” o público de coisas que eles sabem que são falsas – mas sim na sua incapacidade de discernir a verdade em primeiro lugar.

Eles são como os líderes de uma multidão de linchadores. Blinken, Biden, os Clinton, Trump – são impulsionados pela massa crescente daqueles que estão atrás dele, até ao nível da rua.

Israel agora é uma multidão de linchadores assim…

E os EUA têm mobilizado linchamentos internacionais contra a Rússia há muito tempo.

O mais triste é que só podemos fazer isso porque os mobs “vivem” as Grandes Mentiras.

No extremo Sul, as pessoas traziam os seus filhos para verem os negros serem torturados e mortos das formas mais dolorosas. Ainda ensinamos crueldade e indiferença aos nossos filhos.

Psicopatas em desfile

Líderes ocidentais cúmplices nos crimes de guerra e genocídio israelitas


SCF [*]

Os líderes ocidentais que apoiam o regime israelense na sua barbárie genocida são totalmente cúmplices desse genocídio.

Líderes ocidentais têm-se deslocado a Telavive na última semana, prometendo dar todo o seu apoio a Israel, mesmo quando o regime israelense trava uma guerra genocida contra os palestinos.

É absolutamente chocante que o mundo esteja a assistir a uma tal matança em massa de civis e, no entanto, os governos ocidentais e os meios de comunicação social pareçam fazer tudo para justificar, minimizar e encobrir as atrocidades. Encobrem porque são cúmplices deste massacre horrível.

O presidente dos EUA, Joe Biden, bem como o britânico Rishi Sunak, o alemão Olaf Scholz e a chefe da União Europeia, Ursula Von Der Leyen, estão entre os líderes ocidentais que têm sangue a pingar das mãos.

Falam do "direito de auto-defesa" de Israel, enquanto o exército israelense pulveriza Gaza com ataques aéreos indiscriminados e mata palestinos a tiro nos guetos da Cisjordânia. O povo palestino em ambos os enclaves está a ser alvo de uma ferocidade genocida, enquanto os dirigentes israelenses o denigrem como "animais humanos".

Em Gaza, nas últimas duas semanas, uma população de 2,3 milhões de pessoas tem sido mantida sob um cerco total, sem água, alimentos ou eletricidade. Não há lugar seguro na zona costeira, pois as bombas israelenses fornecidas pelos EUA e pelo Reino Unido chovem sobre casas, centros de refugiados, hospitais, escolas, igrejas e mesquitas. Trata-se de um bárbaro castigo coletivo infligido a civis inocentes e de uma violação grosseira das Convenções de Genebra. É o terrorismo de Estado em grande escala.

OS GRINGOS ATACAM-NOS! ESTAMOS A TRABALHAR PARA SUPERAR A SITUAÇÃO


DEVIDO AO SURGIMENTO DE “LIMITAÇÕES ESTRANHAS” QUE AFETAM A PUBLICAÇÃO DO PÁGINA GLOBAL REDUZIMOS SUBSTANCIALMENTE A POSTAGEM DE ARTIGOS, ASSIM COMO CORRESPONDENTES E HABITUAIS IMAGENS ILUSTRATIVAS. APRESENTAMOS AS NOSSAS DESCULPAS AOS AMIGOS(AS) QUE NOS VISITAM. ESTAMOS A TRABALHAR PARA SUPERAR A SITUAÇÃO.

Redação PG

Regresso do Nazismo à Força Toda – Artur Queiroz

Artur Queiroz*, Luanda

Tudo como no tempo do colonialismo. Sempre que Portugal era condenado na ONU por causa das suas colónias, os mabecos nos Media e os políticos fascistas faziam um chinfrim tremendo. Na sequência do 4 de Fevereiro só falavam em terrorismo e terroristas. Com o 15 de Março de 1961 (Grande Insurreição no Norte de Angola) os ataques redobraram. Fizeram livros com fotos dos colonos mortos nas fazendas ou nas pequenas aldeias do mato. Ameaçaram “acabar com os pretos”. Porque eram todos terroristas. 

Tropas estacionadas no Toto (caçadores especiais) saíram de peito aberto e muitos morreram. As topas aquarteladas na cidade do Uíge foram socorrer as populações das pequenas aldeias, vilas e fazendas. Sofreram emboscadas. As picadas estavam intransitáveis porque os guerreiros derrubaram árvores gigantescas que impediam o trânsito. Quando paravam, eram atacados à catanada. Muitas baixas em terra. No Cólua foi um desastre. Todos mortos regressaram ao quartel dentro de sacos, vários dias depois. Na ponte do Lukunga foi pior. Um pelotão reforçado com milícias foi dizimado. Aí puseram os aviões de guerra no ar e mataram milhares de civis à bomba. 

As emboscadas constantes puseram as tropas ocupantes entrincheiradas nos seus quartéis até chegarem reforços da “metrópole” obedecendo à ordem do ditador Salazar, “para Angola depressa e em força”. Enquanto não chegavam, os altos comandos prometiam uma grande ofensiva para libertar o norte, sobretudo as grandes fazendas de café. Aproximava-se a colheita e o dinheiro fazia falta. Sempre o dinheiro. 

Todos os dias anunciavam a ofensiva para acabar com os “terroristas” no Norte. Nada. Quando as primeiras tropas chegaram, fizeram um desfile na Avenida 4 de Fevereiro (Marginal). Foram logo enviados para os Dembos. Mal preparados, mal adaptados e desconhecedores do terreno sofreram pesadas baixas. Só em Outubro entraram em Nambuangongo, sete meses depois do início da Grande Insurreição. Mesmo os colonos mais alienados perceberam que já nada voltava a ser como antes. Afinal os negros existiam e exigiam os seus direitos. O primeiro era a Independência Nacional! 

O império português começou a desmoronar-se. A guerrilha do MPLA tomou o distrito de Cabinda. As tropas portuguesas estavam prisioneiras nos seus quartéis. O sul dos Dembos (parte mais próxima de Luanda, capital do distrito), também ficou sob o controlo dos seus guerrilheiros. A parte Norte estava com a UPA/FNLA, Comandantes Margoso e Afamado Pedro. Só um ano depois as fazendas foram reocupadas graças à criação da Organização Provincial dos Voluntários de Defesa Civil de Angola (OPVDCA) que absorveu as milícias assassinas constituídas por colonos, cheios de ódio e espírito de vingança.

Israel fez entrada relâmpago em Gaza, mas ainda não é a grande invasão

João Pedro Barros, Editor Online | Expresso (curto)

Bom dia,

A notícia vem desta manhã: tanques e infantaria israelitas terão atingido infraestruturas e locais de lançamento de mísseis antitanque de várias células do Hamas, numa espécie de ataque terrestre relâmpago. Após atingir os objetivos, as forças israelitas abandonaram Gaza, naquele que terá sido um ataque preparatório. Não se trata ainda da ‘grande invasão’ anunciada e não desmente a notícia de ontem do “Wall Street Journal” e outras pistas já deixadas nos últimos dias: a anunciada entrada em Gaza do exército de Israel deve demorar ainda alguns dias, a não ser que haja bluff do lado de Telavive e alguma carta na manga, ao estilo do que ocorreu na Guerra dos Seis Dias, em 1967.

Tal não parece, porém, muito provável, porque desta vez foram os israelitas a ser apanhados desprevenidos, tal como em 1973, na Guerra do Yom Kippur – a História parece mesmo destinada a repetir-se.

De acordo com o “Wall Street Journal”, Israel aceitou adiar a ofensiva na Faixa de Gaza para que os EUA possam instalar defesas antimísseis para proteger as suas tropas estacionadas no Médio Oriente – um trabalho que deve ficar concluído até ao final da semana e que previne possíveis retaliações por parte de grupos árabes, após a intervenção começar. Os americanos já têm vários meios posicionados na região, inclusive dois porta-aviões.

A declaração opaca de Netanyahu ao país, também na tarde de ontem, parece confirmar a estratégia de espera. "Estabelecemos dois objetivos: eliminar o Hamas e fazer todos os possíveis para devolver as pessoas sequestradas a casa. Estamos a preparar-nos para uma entrada por terra. Não especificarei quando ou as razões que serão levadas em conta", afirmou. Joe Biden já veio dizer que não pediu nada a Israel, mas confirmou a notícia: “A decisão foi deles, eu não a exigi”. Na mesma ocasião, Netanyahu assumiu que também terá de ser responsabilizado, após a prometida operação, pelas falhas de segurança que permitiram o ataque de 7 de outubro.

No entanto, foram as reações às declarações de António Guterres que ocuparam a maior parte da agenda noticiosa de ontem e que continuam a provocar ondas de choque. Após ter dito que era "importante reconhecer" que os ataques do Hamas "não aconteceram do nada" e que o povo palestiniano "foi sujeito a 56 anos de ocupação sufocante", o secretário-geral da ONU foi obrigado a explicar-se. Numa curta declaração, disse-se “chocado” pelas interpretações que foram feitas das suas palavras e negou que tivesse justificado atos de terror pelo Hamas: “É falso, foi o oposto, [porque] nada pode justificar a morte e o rapto de pessoas, seja em que tipo de ato for”.

Quem analisar com alguma atenção as declarações – e nem é preciso ouvir a intervenção integral, basta ler este artigo, onde está um vídeo com pouco mais de um minuto do discurso na reunião do Conselho de Segurança da ONU – dificilmente encontra algo de ofensivo e radical. Guterres, tal como explicou ontem, quis focar “todos os aspetos da crise no Médio Oriente” e, como antigo Alto Comissário das Nações Unidas para os Refugiados, dificilmente poderia evitar a referência às miseráveis condições em que se encontram os palestinianos em Gaza.

Isolada do contexto, a frase de Guterres parece violar a regra de que a condenação de um ato bárbaro não pode conter qualquer “mas”. E, nesse sentido, acredito que esteja arrependido de não ter moderado um pouco mais a forma do discurso, sobretudo porque ele enfraquece ainda mais a sua possível influência no conflito – e as expectativas em relação ao papel das Nações Unidas já partem de uma fasquia muito baixa. Quando se fala do papel da ONU nas guerras, geralmente a notícia é a incapacidade de atuação no terreno.

A propósito deste assunto, e se só tiver ter tempo para ler um artigo hoje, recomendo esta análise do jornalista Hélder Gomes às consequências do caso para Guterres e para a organização que lidera: a reação de Telavive é, segundo os analistas ouvidos, bastante desproporcional e as hipóteses de o pedido de demissão feito por Israel ter cabimento são pouco mais do que académicas. Francis Martin O’Donnell, antigo funcionário da ONU citado no artigo, recorda que nem a Rússia pediu a demissão de Guterres, após várias declarações muito duras sobre a invasão da Ucrânia.

O problema é que, agora, “Israel já não aceita o que quer que Guterres diga”, considera Liliana Reis, professora universitária e investigadora do Instituto Português de Relações Internacionais. O embaixador de Israel nas Nações Unidas, Gilad Erdan, já fez saber que a emissão de vistos a representantes da organização será recusada.

Claro que a discussão sobre as palavras de um português sobre o tema do ano já provocou as mais variadas reações em solo luso, polarizando mais uma vez os discursosMarcelo e António Costa colocaram-se prontamente do lado de Guterres e a esquerda também aplaudiu as suas palavras. O PSD ratificou o discurso, mas deixou uma nota de desagrado pela frase “menos feliz”. E, bem mais à direita, a Iniciativa Liberal condena o discurso e o Chega pede mesmo a demissão do secretário-geral da ONU.

Deixo só mais dois ótimos textos sobre o tema Guterres: como os jornais israelitas olharam para o caso, pela mão de Manuela Goucha Soares; a Liliana Coelho falou com diplomatas, antigos ministros e embaixadores, que viram no discurso de Guterres uma posição “equilibrada” e de “bom senso” (mas há também quem recomende “contenção”).

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