sexta-feira, 1 de dezembro de 2023

Angola | Mónica e o Mar de Areia -- Artur Queiroz

Artur Queiroz*, Luanda

O mundo está suspenso da sala oval na Casa Branca. O campeão da paz no Leste da República Democrática do Congo, Sudão, aquém e além-mar, África e resto do mundo, vai falar para Joe Biden, muito lentamente, ao ralenti, porque a múmia não ouve, não percebe e apenas solta pútridas flatulências pela extremidade bocal. Nunca se viu coisa tão palpitante. O império a ruir fragorosamente, o tesouro sem cheta, as armas encravadas, os aviões a cair, o Trump a voar o Kissinger a morrer. Boa altura para ir render vassalagem ao estado terrorista mais perigoso do mundo!

A TPA diz que este acontecimento pôs os Media mundiais de joelhos. E mostrou os “sites” da Voz da América/CIA, Deutshe Welle e RFI (franceses) que são os mentores do banditismo mediático em Angola. Mais o site “Observador”, que vende notícias a 50 kwanzas a página e é propriedade de um consórcio ligado às elites portuguesas corruptas e ignorantes. Os amigos são para os grandes trambolhões.

 O “enviado especial” é Ernesto Bartolomeu. Sempre livre para o frete. Começou com o Valentim Amões e depois entregou-se de corpanzil e alma pequenina ao Miala. Vão mesmo acabar com a televisão pública. Eles podem! 

As trombetas e fanfarras da conversa na sala oval dizem que o Presidente João Lourenço vai comemorar os 30 anos de relações diplomáticas entre Angola e os EUA. Ele está no poder há seis anos e nunca lhe ocorreu comemorar com os países que reconheceram Angola no próprio dia 11 de Novembro de 1975. 

O Brasil em primeiro lugar. Depois aos que combateram ao lado dos angolanos contra os invasores estrangeiros e estavam nas frentes de combate, quando Agostinho Neto proclamou a Independência Nacional: União Soviética (Federação Russa) Cuba e Guiné Bissau. Combatentes do PAIGC, peritos em Defesa Antiaérea, estavam em Cabinda para impedir bombardeamentos aéreos do ditador Mobutu. Convivi com eles.

Sobre a conversa na sala oval digo pouco. A múmia apodrecida já confunde as funções fisiológicas e fala muito pela extremidade anal. João Lourenço ainda não passou da lição Corredor do Lobito. Logo a seguir vem o AEIOU e por fim o ABC até ao Z. A coisa ainda está verde. Tenho saudades dos encontros empolgantes de Bill Clinton com a estagiária Mónica Levinski. A menina metia aquilo de fazer sexo na boca de comer, coisa que minha amiga Maria Luísa nunca aceitou. Quando estava bem aviada de cucas ainda condescendia e deixava meter atrás. Mas na boca de comer, nunca. 

Será que vamos ser surpreendidos mais logo às 20,30 horas? No tempo em que escrevia novelas pornográficas (até os escribas têm de comer!) para o Velho Maciel vender clandestinamente, já estava a misturar os encontros de Clinton com Mónica e este de João Lourenço com Joe Biden. As primeiras-damas faziam uma maka das antigas e o ministro Tete António respondia à Ariana em kikongo e convidava-a para o quarto quadrangular equipado com cama, colchão de água, viagra e camisinhas durex.

No regresso a Luanda o avião presidencial larga sobre Luanda biliões de notas de cem dólares. E a parir de agora todos os dias as aeronaves de Força Aérea Nacional vão estar no ar despejando dólares sobre aas aldeias, vilas e cidades. Com fotografias da orgia na sala oval. 

O alargamento do Comité Central e do Bureau Político do MPLA pareceu-me uma ideia excelente. Pensei que era uma forma inteligente de ligar a direcçáão às bases, multiplicando o número de dirigentes. Cedo percebi que não passava de uma forma de premiar clientelas e acomodar oportunistas. O partido tem grandes dirigentes e militantes altamente politizados, sempre prontos a defender Angola e o Povo Angolano. Espantosamente estão em silêncio! 

Esta manobra de castração política do MPLA deu na sala oval. Nem no Tuvalu, país com 11 mil habitantes, os Media faziam tanto barulho com a visita do chefe lá do sítio à Casa Branca. Tinham vergonha. Angola conquistou a Independência de armas na mão contra uma coligação liderada pelos EUA. Menos de 50 anos depois o Presidente da República vai à Casa Branca na condição de chefe de um protectorado. Ou menos do que isso.

Um dia fui levar ao Presidente Agostinho Neto o resumo das notícias do dia em Angola, África e o resto do mundo. Estava com ar triste e preocupado. Esses encontros eram sempre vivos e com muitas gargalhadas. O ambiente estava pesado: Camarada Presidente aconteceu alguma desgraça em Angola que escapou a este repórter? Olhou para mim e disse num tom de voz suave: “Estou muito preocupado com o comportamento moral dos nossos camaradas. Luanda é um mar de areia onde as águas se perdem”. 

É isso mesmo, aquela inflação de dirigentes no MPLA foi uma forma expedita de aumentar ainda mais o mar de areia onde as e os grandes dirigentes do partido se perdem. Por isso a campanha pornográfica desencadeada pelos Media públicos sobre o encontro de João Lourenço com Biden passa sem a menor crítica. Ninguém se manifesta. Nem vergonha alheia.

Se a pornografia toma contra da política angolana e particularmente do MPLA, qualquer dia não há mão-de-obra para a Assembleia Nacional e o Executivo. Para cabeças de lista é quase impossível arranjar vítimas. Aviso que não podem contar comigo. Não é que seja mais incompetente do que o actual chefe. Mas não tenho primeira-dama. Não tenho teúda nem manteúda. E nunca terei. 

Presidente sem primeira-dama depois tem que se arranjar com o motorista ou com os guardas e isso é abandalhar o sacrossanto poder. (Vou escrever mais uma novela pornográfica)

Hoje morreu Henry Kissinger, responsável pela morte de milhões de seres humanos inocentes, vítimas das guerras que o estado terrorista mais perigoso do mundo promoveu. Angolanos também! O golpe de Pinochet no Chile foi preparado e dirigido por ele. No mesmo ano em que fez correr um rio de sangue naquele país, recebeu o Prémio Nobel da Paz. Neste mundo, nesta “ordem mundial”, ninguém está seguro. A liberdade corre perigo permanente. 

Israel é o maior inimigo de Israel. O governo é constituído por políticos oriundos de partidos extremistas que não reconhecem a existência do Estado da Palestina. São racistas. Cultores e defensores do apartheid. Garantem que Jeová fala com os judeus e lhes dá toda a terra que quiserem. São nazis. Muito mais radicais do que os combatentes do HAMAS. Mais cruéis do que Hitler. Israel é o mais grave problema que Israel tem para resolver. Se quer mesmo existir.

* Jornalista

Mulheres soldados alertaram sobre um ataque pendente do Hamas e foram ignoradas

Durante o ano passado, os observadores das Forças de Defesa de Israel situados na fronteira de Gaza, todos mulheres, alertaram que algo incomum estava acontecendo. Aqueles que sobreviveram ao massacre de 7 de Outubro estão convencidos de que se tivessem sido os homens a soar o alarme, as coisas seriam diferentes hoje.

Dália Scheindlin | Haaretz* | opinião | # Traduzido em português do Brasil

Confissão: Durante cerca de uma década, apoiei uma associação confederada de dois estados como a melhor estrutura para resolver o conflito israelo-palestiniano (não há melhor). Existem algumas diferenças fundamentais entre esta abordagem e a solução tradicional de dois Estados , cujos detalhes foram definidos há mais de 20 anos em negociações. Mas a principal distinção é que uma confederação rejeita a separação completa como condição e base para a paz.

Em vez disso, esta abordagem assenta em instituições partilhadas limitadas, em fronteiras concebidas para a liberdade de circulação sujeita a necessidades de segurança, em direitos de residência no “outro” lado e na coordenação da política económica e de segurança. Aceita a sobreposição de populações por razões simbólicas e pragmáticas, em vez de lutar pela separação étnico-nacional dos israelitas dos palestinianos.

No clima atual , abandonar o paradigma da separação em favor de uma maior união parece uma loucura. Mas uma história curta e honesta revela porque é que as tentativas de paz baseadas na separação falharam espectacularmente e porque é que um quadro político baseado na cooperação, no acesso aberto e na partilha de recursos é o único caminho a seguir.

Durante anos, dois estados pareceram a solução política mais acertada. Metáforas sobre casais se divorciando ou separando crianças briguentas pareciam muito sensatas. Divida o terreno, coloque uma fronteira internacional e um muro, ou ambos, entre eles. Jerusalém poderia ser cortada ao meio. Cada nação sacrificaria sua conexão existencial com a outra metade da terra, para terminar uma com a outra.

O problema era que nenhum dos lados queria isso o suficiente. Tanto os israelitas como os palestinianos consideram toda a terra sagrada, com base em ligações históricas, religiosas e culturais. Havia uma unilateralidade na separação imaginária, na qual o Estado palestiniano deveria remover todos os judeus, enquanto Israel continuaria a ser um país com 20 por cento de cidadãos palestinianos. Foi simultaneamente ofensivo para os judeus e preocupante para os palestinianos em Israel: se o objectivo final era a homogeneidade étnico-nacional, até que ponto poderiam estar seguros?

Israel está planeando campanha global de assassinatos – diz o Wall Street Journal

Embora tais operações sejam geralmente planeadas em segredo, o governo israelita avisou explicitamente que pretende matar agentes do Hamas fora de Gaza. 

The Palestine Chronicle | # Traduzido em português do Brasil

Espiões israelenses estão se preparando para assassinar líderes do Hamas que vivem no Líbano, na Turquia e no Catar assim que a agressão a Gaza terminar, disseram autoridades anônimas ao Wall Street Journal. 

A operação teria sido planejada há mais de um mês, mas adiada para que as negociações sobre os reféns pudessem ocorrer.

Os serviços de inteligência israelenses começaram a elaborar planos para a campanha de assassinato após o ataque do Hamas ao Estado judeu em 7 de outubro, informou o jornal americano na quinta-feira, citando autoridades anônimas. 

Alguns alegadamente queriam embarcar na campanha imediatamente, mas foram obrigados a esperar para que as negociações para libertar os cativos detidos pelo movimento de Resistência Palestiniana Hamas pudessem progredir.

As mortes foram autorizadas pelo primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, disseram as autoridades.

Embora tais operações sejam geralmente planeadas em segredo, o governo israelita avisou explicitamente que pretende matar agentes do Hamas fora de Gaza. 

Antes de os responsáveis ​​divulgarem a história para o Wall Street Journal, Netanyahu declarou no mês passado que tinha “instruído a Mossad a agir contra os chefes do Hamas onde quer que estejam”.

A Mossad de Israel tem uma longa história de assassinatos em solo estrangeiro, alguns dos quais se transformaram em grandes incidentes diplomáticos.

Em 1997, Netanyahu ordenou que o Mossad assassinasse o cofundador do Hamas, Khaled Mashal, na Jordânia. 

A equipe de assassinato de dois homens foi capturada depois que um deles pulverizou uma toxina no ouvido de Mashal, e a Jordânia ameaçou destruir seu tratado de paz com Israel em resposta. 

O impasse diplomático foi resolvido quando agentes israelitas entregaram um antídoto para a toxina e Netanyahu concordou em libertar dezenas de prisioneiros palestinianos, incluindo o imã do Hamas e o cofundador Ahmed Yassin.

(RT, PC)

Imagem: O líder político do Hamas, Ismail Haniyeh (R), com o FM iraniano Hossein Amir-Abdollahian. (Foto: Ministério das Relações Exteriores do Irã)

Camiões de ajuda para Gaza ficam parados enquanto a guerra Israel-Hamas recomeça

Fontes de segurança egípcias dizem que a ajuda e os camiões de combustível do Egipto pararam na fronteira, enquanto funcionários da ONU dizem que a continuação da entrega de ajuda é duvidosa.

Al Jazeera | # Traduzido em português do Brasil

A ajuda ficou presa perto da fronteira do Egito com Gaza quando Israel retomou sua campanha militar na sexta-feira, com caminhoneiros dizendo que esperavam mais atrasos em um complexo processo de entrega que foi brevemente acelerado durante uma trégua de uma semana.

“O bombardeio vem acontecendo desde as sete da manhã. Há aviões e artilharia e não nos movemos”, disse o motorista Saleh Ebada, que já esperava há oito dias para entrar na passagem para inspeção quando os combates recomeçaram.

Fontes de segurança egípcias e um funcionário do Crescente Vermelho disseram que caminhões de ajuda e combustível pararam de entrar vindos do Egito.

Funcionários da ONU descreveram o reinício dos combates como “catastrófico” e disseram que a continuação da prestação de ajuda era duvidosa.

Um porta-voz da passagem fronteiriça de Rafah confirmou que a entrada de camiões que transportavam a tão necessária ajuda, combustível e gás de cozinha do Egipto para a Faixa de Gaza foi interrompida devido ao recomeço dos bombardeamentos israelitas.

Rafah tem sido o único ponto de entrada de ajuda para Gaza desde que Israel começou a sitiar e bombardear o território costeiro em retaliação a uma incursão letal de 7 de Outubro e à captura de reféns pelo grupo armado palestiniano Hamas.

Ashraf al-Qudra, porta-voz do Ministério da Saúde em Gaza, apelou a “todas as consciências vivas” para permitirem a abertura da passagem de Rafah no meio de uma crise humanitária “extremamente catastrófica”.

“A ajuda médica que entrou em Gaza durante a trégua só é suficiente para um dia”, disse al-Qudra num comunicado. “O sector da saúde em Gaza está fora de serviço em todos os sentidos da palavra”, disse ele.

Apenas três hospitais funcionam em Gaza e não estão equipados para receber um grande número de pacientes, acrescentou.

Seu comentário ocorreu no momento em que os ataques aéreos israelenses mataram pelo menos 109 pessoas e feriram centenas, segundo autoridades palestinas. Os médicos estão lutando para ajudar os pacientes que se amontoam no chão dos hospitais em meio à falta de leitos.

Gaza a ferro e fogo. Israel continua bombardeamentos a civis. 109 já morreram


- Combates regressam à Faixa de Gaza. 109 civis, incluindo mulheres e crianças palestinianas já foram mortos e os feridos são às centenas após fim do cessar-fogo

- Hamas acusa Bliken de ter dado “luz verde” a Israel para recomeçar os “bombardeamentos controlados” mas que para Israel, na prática, são indiscriminados e visam a população civil

- Guterres lamenta regresso dos ataques a Gaza e pede um “verdadeiro cessar-fogo”. Tudo indica que tal não vai acontecer, antes pelo contrário

- Seis palestinianos mortos em Rafah após fim de trégua, afirma Hamas

- EUA pressionam Turquia a restringir fundos do Hamas. Presidente turco sorri e despreza hipocrisia

- O mediador Qatar diz que os esforços para renovar a trégua caducada continuam

PG com agências - em atualização

Kissinger morreu, mas há outros criminosos de guerra impunes por aí

Henry Kissinger morreu. O antigo secretário de Estado e conselheiro de Segurança Nacional dos Estados Unidos foi um dos principais rostos do imperialismo global norte-americano no século XX. Foi responsável pelo massacre de centenas de milhares de pessoas, apoiou e orquestrou golpes de Estado de extrema-direita, fomentou guerras civis, desestabilizou regiões inteiras. Tudo para assegurar a hegemonia norte-americana.

E ainda recebeu em 1973 como recompensa o Prémio Nobel da Paz por negociar os acordos que permitiram aos Estados Unidos sair finalmente do Vietname. Mas, antes, tudo fez para alcançar a vitória militar, inclusive ordenar o bombardeamento do Cambodja, matando mais de 500 mil pessoas. Ainda hoje detonam bombas lançadas pelos norte-americanos no país, matando e estropiando crianças, homens e mulheres que trabalham nos campos agrícolas. Kissinger foi quem criou todo o contexto para os facínoras Khmers Vermelhos surgirem e matarem centenas de milhares de cambojanos. E este é só um exemplo das consequências das suas decisões, poderia referir Timor-Leste, Paquistão e Bangladesh, Chile, Vietname, Chipre, Médio Oriente, Angola…

Só houve um Kissinger, mas os seus ensinamentos de “visão mundial”, como lhes chamam eufemisticamente, são ensinados nas universidades e os seus discípulos passeiam-se nos corredores do poder da (ainda) principal potência mundial. Foi um criminoso de guerra cujos crimes fizeram escola, são até elogiados como exemplo da política realista nas Relações Internacionais.

Kissinger era um dos últimos “guerreiros da Guerra Fria” e o seu pensamento foi sempre consistente: só ações que reforçassem a superioridade militar e imperial dos Estados Unidos deveriam ser aplicadas e as ações que diminuíssem ou reforçassem o poder do seu adversário no sistema internacional deveriam ser evitadas. O direito internacional era letra morta e todos os movimentos, governos e políticas que pusessem em causa os interesses dos Estados Unidos, independentemente do que defendessem (democracia, melhores salários, serviços públicos de qualidade), deveriam ser aniquilados. É este o seu legado.

Não admira, portanto, que Kissinger seja venerado por republicanos e democratas, ou melhor, pelo partido da guerra - o consenso interpartidário pela manutenção da hegemonia dos EUA e de intervenções militares. Era uma eminência que representava o poder omnipotente dos Estados Unidos. A sua morte é também simbólica: os Estados Unidos já não podem fazer tudo o que querem, o mundo já não é bipolar ou unipolar – é multipolar. Mas o partido da guerra tudo faz para que o poder norte-americano não diminua.

Kissinger tinha 100 anos, mostrava sinais de debilidade e era uma questão de tempo até morrer. Os obituários publicados de imediato, principalmente na imprensa anglo-saxónica, relegam para segundo ou terceiro planos os crimes (isto se lhes chamarem crimes) que cometeu nos longos anos em que se sentou na Sala Oval da Casa Branca. Diluem-nos até mais não numa longa carreiea e o foco está sempre na sua única grande ação que não exigiu o derramar de sangue, o reatar de relações diplomáticas entre os Estados Unidos e a China. É louvada como exemplo fulgurante de diplomacia.

Uma vez fora da Sala Oval, Kissinger tornou-se rico lucrando com a reputação que as suas políticas lhe deram. Passeava-se nos salões de Washington, dava palestras de milhares de euros, escrevia livros que se tornaram bestsellers e aconselhava presidentes, como George Bush filho e Donald Trump. Hillary Clinton referiu-se como “amiga” de Kissinger. Era o conselheiro do partido da guerra desde os tempos do presidente Dwight D. Eisenhower.

O trajeto de Kissinger é um caso exemplar de como um criminoso de guerra nunca precisou de reabilitação. George Bush filho, Tony Blair, José Maria Aznar e José Manuel Durão Barroso são aprendizes a comparar com Kissinger. E, tal como o diplomata agora falecido, escaparam impunes a mais de um milhão de mortes que causaram no Iraque. Kissinger morreu, mas há outros kissingers por aí. É outro legado de sua eminência.

Setenta e Quatro - em newsleter | * Título alterado por PG

NATO | Sabotagem Nord Stream. Pelo menos EUA e Noruega apontados como autores

Os gasodutos Nord Stream e Nord Stream 2, que forneciam energia da Rússia para a Alemanha, foram atingidos por explosões em setembro de 2022. Em fevereiro, o jornalista investigativo vencedor do Prêmio Pulitzer, Seymour Hersh, alegou que as explosões foram organizadas pelos EUA com o apoio de Noruega.

Svetlana Ekimenko | Sputnik Globe | # Traduzido em português do Brasil

EUA e OTAN esperam desviar a culpa pela sabotagem do Nord Stream, diz legislador russo

Anteriormente, o The Washington Post publicou uma história sugerindo que um oficial militar ucraniano de alto escalão desempenhou ostensivamente um papel fundamental na sabotagem dos gasodutos Nord Stream no ano passado. O relatório dizia que o coronel ucraniano Roman Chervinsky era o “coordenador”, mas não agia sozinho.

Os Estados Unidos e a NATO estão a tentar esquivar-se de qualquer responsabilidade pela sabotagem do Nord Stream , acusando um coronel ucraniano de coordenar o ataque aos oleodutos, disse o legislador da Duma russa, Alexey Chepa .

“Esta é uma tentativa, com vários passos à frente, de afastar qualquer vestígio de culpabilidade por este ato terrorista. É claro que os serviços ucranianos, obviamente os serviços secretos, estiveram envolvidos... Mas teria sido impossível realizar este [ataque] sem o envolvimento das forças americanas e da NATO”, disse Chepa.

O coronel ucraniano Roman Chervinsky foi o suposto coordenador do ataque aos oleodutos Nord Stream, informou o Washington Post no sábado, citando autoridades ucranianas e europeias, bem como outras pessoas familiarizadas com os detalhes da operação. O jornal chamou Chervinsky de oficial militar ucraniano de alto escalão com laços estreitos com a inteligência do país. A agência alegou que o homem supostamente desempenhou um papel fundamental de “coordenação” no ataque aos gasodutos Nord Stream no ano passado. Acrescentou-se também que Chervinsky não agiu sozinho.

Além disso, o oficial ucraniano recebeu ordens de oficiais superiores, que reportaram ao comandante-em-chefe ucraniano Valery Zaluzhny, escreveu o jornal, citando pessoas familiarizadas com a forma como o ataque foi realizado.

“Isso é algum tipo de 'saudação' a ​​Zaluzhny e, a julgar por quem pode transmitir tais 'saudações', suspeito que sejam alguns caras do escritório de Zelensky que encomendaram um artigo no Washington Post”, Diretor do Instituto Internacional de Mais Novos Estados Alexey Martynov disse ao Sputnik. Segundo ele, o nível de planejamento e execução do ataque terrorista indica que a explosão foi organizada por “mais de uma agência de inteligência”.

SITUAÇÃO MILITAR NA UCRÂNIA EM 30 DE NOVEMBRO DE 2023 (atualização do mapa)

South Front | # Traduzido em português do Brasil

Dois UAVs ucranianos foram abatidos nas regiões de Bryansk e Belgorod;

A AFU bombardeou o distrito de Kalinin, em Donetsk, com foguetes JROF HEF de 122,4 mm de fabricação eslovaca com 9.100 elementos de ataque. Mulher civil ficou ferida. Outro civil foi ferido por bombardeio ucraniano no distrito de Kirov da cidade;

Na noite de 29 de novembro, ocorreram explosões na região de Odessa;

Na noite de 29 de novembro, explosões ocorreram perto de Kherson;

Na noite de 29 de novembro, explosões ocorreram perto de Berislav;

O exército russo avançou ao norte de Sinkovka;

As forças russas assumiram o controle de novas posições perto de Novokalinovo;

As forças russas repeliram o ataque da 60ª Brigada Mecanizada da AFU perto de Yampolovka;

Os confrontos entre a AFU e as forças russas continuam em Marynka;

Os ataques russos atingiram a 79ª Brigada Aerotransportada perto de Novomikhailovka;

Os ataques russos atingiram posições ucranianas em Konstantinovka;

As forças russas repeliram três ataques da 82ª Brigada Aerotransportada e da 71ª Brigada Jaeger da AFU perto de Verbovoye e Rabotino;

Os ataques russos destruíram um posto de comando da retaguarda da 53ª Brigada Mecanizada e um comando do batalhão de artilharia da 31ª Brigada Mecanizada perto de Krasnoarmeysk e Novogrodovka;

As forças russas eliminaram 5 militares ucranianos e dois veículos motorizados na área de Kupyansk;

As forças russas eliminaram 250 militares, dois veículos blindados e quatro veículos motorizados na área de Krasny Liman;

As forças russas eliminaram 270 militares, dois veículos blindados e três picapes, uma estação de radar de contrabateria AN/TPQ-37 de fabricação americana na área de Donetsk;

As forças russas eliminaram 100 militares, um tanque, dois veículos blindados e três veículos motorizados na área de South Donetsk;

As forças russas eliminaram 30 militares ucranianos e três veículos motorizados na região de Zaporozhye;

As forças russas eliminaram 55 militares ucranianos e dois veículos motorizados na região de Kherson;

Os sistemas de defesa aérea russos abateram 9 drones ucranianos no último dia.

As forças russas avançaram a oeste do reservatório de Berhovskoe;

As forças russas aproximaram-se de Bogdanovka;

Os ataques russos atingiram a 93ª Brigada Mecanizada da AFU perto de Andreyevka;

Os confrontos continuaram perto de Kurdymovka e Andreevka.

ZELENSKY E ZALUZHNY LUTAM PELO PODER EM KIEV

South Front | # Traduzido em português do Brasil | com vídeo

No meio dos fracassos na frente, o regime de Kiev tem de procurar o culpado. Zelensky procura culpados entre os militares; os militares estão culpando os políticos. Todos juntos, acusam o Ocidente de assistência insuficiente e inoportuna.

Os sociólogos ucranianos afirmaram que o patriotismo na sociedade ucraniana está em declínio, a unidade do povo que aumentou no início da guerra está a acabar. A classificação de aprovação de Zelensky está em queda livre. Segundo a pesquisa, diminuiu 15% desde o início do conflito.

A confiança no governo e no parlamento caiu para 39% e 21%, respectivamente.

A população da Ucrânia está a perceber que o conflito não está perto de parar. Os ucranianos estão irritados com os escândalos de corrupção e com a crença de que o fornecimento de armas ocidentais não era suficientemente fiável. Estão ameaçados pela mobilização de massas em curso e têm a certeza de que existem graves conflitos entre a liderança política e o comando das Forças Armadas.

Rumores sobre o escândalo surgiram após a publicação do artigo do comandante-em-chefe Zaluzhny no Economist, onde ele admitiu que é improvável que o exército ucraniano consiga avanços significativos na frente.

Os rumores se intensificaram após a morte do auxiliar de Zaluzhny, que se explodiu com granadas, e a renúncia do comandante das Forças de Operações Especiais, considerado um dos principais deputados do comandante-em-chefe.

Por sua vez, Zelensky alertou que um novo “Maidan” pode estar a ser preparado no país com o objectivo de destituir o chefe de Estado. A operação “Maidan-3”, poderá ser supostamente implementada no final de 2023.

Recentemente, a vice-chefe do Comitê Verkhovna Rada de Segurança e Defesa Nacional, deputada do partido de Zelensky, Mariana Bezuglaya, disse que o comandante-em-chefe das Forças Armadas da Ucrânia deveria renunciar devido à falta de um plano de ação para o próximo ano. Segundo ela, os militares disseram simplesmente que precisam mobilizar pelo menos 20 mil cidadãos por mês, só isso.

Ela também criticou todo o Estado-Maior, chamando-o de casta.

A oposição na Ucrânia ficou do lado dos generais. Deputados de outros partidos exigiram a exclusão de Bezuglaya da comissão parlamentar de defesa.

O conflito entre Zelensky e Zaluzhny está a entrar numa fase quente e está a transformar-se num confronto directo e aberto da elite política do país devastado pela guerra. A razão provável é que Zaluzhny seja amplamente visto como um sério concorrente de Zelensky na luta pelo cargo de presidente da Ucrânia.

Mas não há nada com que se preocupar! Kiev finalmente encontrou os culpados que levaram à divisão. O secretário do Conselho de Segurança e Defesa Nacional tradicionalmente culpava alguns “agentes do Kremlin” por todos os problemas de Kiev.

Ler/Ver em South Front:

Próxima fase da guerra na Ucrânia: a OTAN se prepara para o derramamento de sangue

Uma das maiores fortalezas de Kiev em Donbass começa a cair

Kiev enfrenta luta no campo de batalha e na retaguarda 

O mais recente plano do cérebro capilar do ex-chefe da OTAN para a Ucrânia?

Não consigo inventar essa merda

O 75º aniversário da OTAN  está próximo, com celebrações planeadas para Julho do próximo ano em Washington. Mesmo assim, a organização tem alguns problemas com a festa e as comemorações.

Martin Jay* | Strategic Culture Foundation | # Traduzido em português do Brasil

Quando as pessoas atingem a idade avançada de 75 anos, geralmente há uma tendência a desacelerar e facilitar as coisas; muitas vezes há falta de coesão, as frases muitas vezes não são completadas, a ilusão e a incompetência tornam-se mais perceptíveis, senão pura idiotice em uma escala nunca vista anteriormente. Em alguns casos, os parentes podem até falar em suicídio assistido para acabar com o sofrimento do velho desgraçado, e alguns chegam ao ponto de falar sobre estar com “morte cerebral”.

O 75º aniversário da OTAN está próximo, com celebrações planeadas para Julho do próximo ano em Washington. Mesmo assim, a organização tem alguns problemas com a festa e as comemorações. O que há para celebrar com a Ucrânia mais ou menos uma guerra que até os republicanos obstinados na América admitem ser uma guerra que não pode ser vencida? Com 75 anos, a NATO parece cada vez mais uma instituição ultrapassada que, no mínimo, irá cair sobre a sua espada em algum momento quando o mundo acordar e perceber que é uma fraude.

Mas o velho idiota tem de ser mantido vivo a todo custo, em grande parte para manter as aparências dos novos membros e também para proteger a reputação dos líderes ocidentais que apostaram a sua na guerra na Ucrânia como uma vitória justa.

Anders Fogh Rasmussen é um homem de sorte. O antigo chefe da NATO tem a sorte de não parecer tão estúpido como realmente é e encontra-se num período da sua chamada carreira em que pode dizer coisas patentemente idiotas e isso não importa. Mas a sua mais recente ideia – dar à Ucrânia algum tipo de adesão simbólica e meio forçada à NATO – é um disparate estúpido numa escala totalmente nova que nunca vimos antes.

Os Neandertais da OTAN estão desesperados para encontrar uma solução na Ucrânia para que possam ter a sua festa em Julho e não parecerem completamente estúpidos enquanto assistem aos fogos de artifício e fazem os idiotas apertos de mão com os braços cruzados. Você sabe o tipo de coisa.

A Ucrânia tem de ser consertada. A guerra tem de ser apresentada a um público ocidental crédulo como uma espécie de vitória para a NATO. Dado que tudo acabou e que o exército ucraniano é uma chuva de merda, perguntamo-nos como é que o povo da NATO irá realizar tal proeza.

Israel sabia de planos de ataque do Hamas há um ano, diz New York Times

As autoridades de Israel sabiam dos planos de ataque do Hamas há pelo menos um ano, mas descartaram a possibilidade por serem complicados de executar, avançou na quinta-feira o jornal The New York Times.

Citando "documentos, e-mails e entrevistas" a que teve acesso, o jornal norte-americano afirmou que o plano descrevia com grande precisão um ataque surpresa como o que o grupo islamita palestiniano levou a cabo a 7 de outubro, que causou 1.200 mortos em Israel e mais de 200 reféns.

O plano de 40 páginas, com o nome de código 'Muro de Jericó', previa a utilização de drones para destruir as câmaras de segurança ao longo da fronteira com a Faixa de Gaza, ou a entrada em massa de militantes a pé, de mota e de parapente, embora não fixasse uma data para a operação.

Os oficiais militares da região não acreditavam que fosse possível um ataque desta dimensão. Não é claro se o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, ou outros líderes políticos tiveram acesso aos documentos, notou o jornal.

O ataque do Hamas levou Netanyahu a declarar guerra ao Hamas e a lançar uma ofensiva na Faixa de Gaza que já custou a vida a mais de 15 mil pessoas.

Quinta-feira foi o sétimo dia de uma trégua, mediada pelo Qatar, Egito e Estados Unidos, que inclui a libertação de reféns e prisioneiros e a entrada de ajuda humanitária na Faixa de Gaza.

O cessar-fogo temporário foi prolongado na quinta-feira de manhã por mais 24 horas e não se sabe se continuará hoje.

O prolongamento da trégua implicaria a libertação de mais 10 reféns israelitas por dia em troca da libertação de 30 prisioneiros palestinianos.

Entretanto, o Qatar continua a trabalhar com os parceiros regionais e internacionais no sentido de um cessar-fogo permanente na Faixa de Gaza.

Até ao momento, foram libertados 105 prisioneiros em Gaza, incluindo 81 israelitas e 24 estrangeiros, enquanto Israel libertou 240 prisioneiros palestinianos, todos eles mulheres e menores.

Notícias ao Minuto | Lusa

Israel e o Inferno | Combates retomam na Faixa de Gaza após fim de trégua

A trégua entre Israel e o movimento islamita palestiniano Hamas expirou esta manhã e os combates recomeçaram na Faixa de Gaza, anunciaram os dois lados do conflito.

O exército israelita acusou o Hamas de ter quebrado o cessar-fogo e anunciou a retoma dos combates, minutos depois de ter terminado a trégua temporária estabelecida a 24 de Novembro

"O Hamas violou a pausa operacional e, além disso, disparou contra território israelita. As Forças de Defesa de Israel retomaram os combates contra a organização terrorista Hamas na Faixa de Gaza", declarou o exército em comunicado.

O Ministério do Interior da Faixa de Gaza, controlada pelo Hamas desde 2007, afirmou que "os aviões israelitas estão a sobrevoar a Faixa e os seus veículos abriram fogo no noroeste do enclave".

A trégua expirou às 07:00 da manhã (05:00 em Lisboa).

A interrupção dos combates começou há uma semana, a 24 de novembro, inicialmente durante quatro dias até ter sido prolongada com a ajuda do Qatar e do Egito, países mediadores.

Durante a trégua, o Hamas e outros militantes de Gaza libertaram mais de 100 reféns, na maioria israelitas, em troca de 240 palestinianos detidos em prisões de Israel.

O exército israelita afirmou hoje ter intercetado um foguete disparado da Faixa de Gaza, pouco antes do fim da trégua com o Hamas.

O sistema de defesa antiaérea "intercetou com sucesso um foguete disparado da Faixa de Gaza", afirmou o exército israelita numa mensagem enviada à imprensa a pouco mais de uma hora antes do fim da trégua estabelecida com o Hamas.

O grupo islamita realizou um ataque surpresa contra Israel a 07 de outubro, causando 1.200 mortos e mais de 200 reféns, que levou o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, a declarar guerra ao Hamas e a lançar uma ofensiva na Faixa de Gaza que já custou a vida a mais de 15 mil pessoas.

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As forças israelitas tinham divulgado já na tarde de ontem, 30.11, a libertação de dois reféns israelitas pelo Hamas.

O Exército israelita adiantou esta quinta-feira que mais seis reféns foram libertados pelo movimento islamita palestiniano Hamas e entregues ao Comité Internacional da Cruz Vermelha (CICV) na Faixa de Gaza, estando a caminho de Israel.

Estas libertações ocorrem no âmbito do acordo entre as duas partes que esta quinta-feira entrou no sétimo dia e que expira na sexta-feira, depois da trégua entre Israel e o Hamas ter sido prorrogada hoje por 24 horas.

TSF | Lusa

Imagem: Estas libertações ocorrem no âmbito do acordo entre as duas partes que esta quinta-feira entrou no sétimo dia e que expira na sexta-feira © Ahmad Gharabli/AFP

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