domingo, 19 de junho de 2011

AIEA CRITICA PROCEDIMENTO JAPONÊS NA CATÁSTROFE NUCLEAR EM FUKUSHIMA




DEUTSCHE WELLE

Passados cem dias da catástrofe em Fukushima, a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) critica reação do Japão e diz que Tóquio não protegeu devidamente a central nuclear contra a eventualidade de um tsunami.

Três meses após a catástrofe nuclear em Fukushima, a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) critica a segurança nuclear no Japão. O país não teria respeitado padrões e sugestões da AIEA, diz o relatório das Nações Unidas elaborado por especialistas da Agência, após visita à central nuclear avariada pelo terremoto seguido de tsunami, em 11 de março último.

No documento a ser apresentado na conferência sobre segurança nuclear em Viena, nesta segunda-feira (20/06), os especialistas da AIEA afirmam que o Japão não protegeu adequadamente a instalação nuclear contra tsunamis.

O governo japonês, diz o relatório, teria falhado em pôr em prática medidas de controle e segurança contra ameaças externas. Além disso, medidas antitsunamis mais duras adotadas pela AIEA em 2002 não teriam sido implementadas pelas autoridades japonesas, diz o documento.

Reação indevida

Os padrões estabelecidos pela agência nuclear com sede em Viena não são, todavia, vinculativos para os Estados-membros. Como resultado de sua avaliação, os especialistas da AIEA em Fukushima criticaram ainda a reação do governo japonês após a catástrofe nuclear.

Após o acidente nuclear, o país deveria ter recorrido a uma convenção de ajuda, prevista pela AIEA. No caso de um acidente nuclear, a convenção regulamenta a cooperação entre a Agência e os demais países em relação a medidas de ajuda, segurança e comunicação. O Japão nunca a aplicou, critica a AIEA.

No encontro em Viena, onde será apresentada a avaliação da AIEA, ministros de cerca de 150 países discutirão questões sobre a segurança nuclear no mundo.

Cem dias de luto

Passados cem dias da catástrofe, os japoneses reverenciaram a memória das vítimas do terremoto seguido de tsunami e do acidente nuclear. Ao longo da costa japonesa, os familiares da vítimas participaram neste sábado de cerimônias budistas. Até agora, mais de 15.400 corpos foram resgatados e mais de 7.700 pessoas ainda estão desaparecidas.

Atualmente, as equipes que trabalham na central nuclear de Fukushima lutam com problemas no novo sistema de descontaminação. O sistema para purificar a água altamente contaminada parou de funcionar, neste sábado, poucas horas após ter sido acionado.

Para esfriar os núcleos, água é bombeada nos reatores desde a ocorrência da catástrofe nuclear. Até agora, mais de 100 mil toneladas de água contaminada radioativamente se acumularam nos recipientes de captação, que ameaçam transbordar nas próximas semanas em Fukushima

CA/dpa/dw/afp/rtr - Revisão: Bettina Riffel

USINAS NUCLEARES EUROPEIAS PASSARÃO POR TESTE DE RESISTÊNCIA





Avaliação vai analisar segurança dos reatores em caso de terremoto, enchentes, incêndio e corte de energia. Ameaça terrorista fica de fora do teste. Na Suíça, abandono da energia nuclear entra em discussão parlamentar.

Os 143 reatores nucleares europeus passarão por teste de resistência a partir de 1° de junho. A exemplo da avaliação realizada pela Alemanha, a segurança das centrais nucleares será analisada em caso de terremoto ou enchentes, conforme anunciado pela Comissão Europeia na quarta-feira (25/05). O teste também vai verificar a resistência a eventos como incêndios florestais, acidentes de transporte e corte de fornecimento de energia elétrica.

Depois de dois meses de debates, a Comissão se disse satisfeita: "Chegamos a critérios de testes muitos abrangentes", avaliou Günter Oettinger, comissário europeu de Energia. Ele acresceu que a avaliação não se limitará às instalações. "Em nível europeu, nós iremos inspecionar também os inspetores. Erro humano exerceu um papel no acidente de Fukushima, então achamos que o erro humano e a ação humana têm que fazer parte do teste de resistência."

A chanceler federal alemã, Angela Merkel, recebeu bem a iniciativa. "Nem todas as nossas expectativas foram atendidas. Mas levando em consideração que a Europa, até agora, não tinha experiência nesse assunto e já entrou em concordância, isso é, sem dúvida, uma grande avanço."

Ameaça terrorista

Áustria e Alemanha queriam que o teste avaliasse também a resistência das usinas contra ataques terroristas. No entanto, outros países-membros da União Europeia (UE), como França e Reino Unido, se opuseram. Eles argumentam que avaliações desse tipo devem ficar em mãos do próprio governo, já que se trata de segurança nacional.

Segundo especialistas, o terrorismo seria a ameaça mais séria aos reatores nucleares europeus. Apesar dos esforços do comissário Oettinger em acrescentar esse quesito ao teste, o comissário disse respeitar a posição dos que se opuseram.

Oettinger reconheceu, no entanto, que a Comissão não terá poder para determinar o fechamento de alguma usina nuclear caso problemas sejam identificados. Criticado por parlamentares europeus, que argumentam que a indústria nuclear não será submetida a um teste de resistência verdadeiro, o comissário disse acreditar que a avaliação segue por um bom caminho.

Sem energia nuclear

Também nesta quarta-feira, o governo da Suíça deu mostras de que pretende abandonar a geração nuclear de energia. O governo helvético recomendou ao Parlamento em Berna que inicie os debates com vista ao desligamento das centrais nucleares em 2034.

"O conselho federal quer continuar garantindo a segurança de abastecimento de energia na Suíça, mas sem geração nuclear em médio prazo. As atuais usinas nucleares serão fechadas no fim do prazo de vida útil das unidades e não serão substituídas", diz a nota do governo suíço.

O Parlamento em Berna deve iniciar a discussão em torno do assunto em 8 de junho, e uma decisão é aguardada para o fim do mês.

NP/rts/dpa/afp - Revisão: Carlos Albuquerque

"Democracia Verdadeira" voltou a ser exigida em Lisboa, mas em português e não só




PL – LUSA

Lisboa, 19 Jun (Lusa) - A Avenida da Liberdade provou hoje servir mais do que para o trânsito passar e os peões passearem. Sábado foi horta e palco de concerto, hoje serviu para reclamar uma "democracia verdadeira" em português com ou sem sotaque estrangeiro.

A colaborar com o sociólogo Boaventura de Sousa Santos, na Universidade de Coimbra, o italiano Giovanni juntou-se a mais uma manifestação do movimento "a rua é nossa" com dois 'camisolas': a de investigador e a de cidadão.

"Interesso-me muito sobre movimentos populares e de renovação da democracia", relata em português com sotaque italiano o professor que dirige um curso de doutoramento "democracia no século XXI".

Como "cidadão", Giovanni "está muito interessado em ver um Portugal que tem outras coisas além dos partidos tradicionais".

Ao seu lado, Ricardo conta que já vive em Lisboa há 16 anos e marcou presença no percurso entre a Avenida da Liberdade e a Praça do Rossio como "cidadão".

"Portugal precisa de um movimento que chegue dos cidadãos e que haja outro tipo de envolvimento das pessoas comuns neste tipo de temas", acrescentou já num português 'menos' italiano.

Helena também é italiana, mas a morar em Barcelona e, por isso, é num espanhol perfeito que explica ter "tirado umas horas às suas férias" para participar na manifestação.

Participante no levantamento popular que dura há várias semanas em Espanha, Helena fez coincidir as férias para participar noutras concentrações que têm sido definidas como de cidadania. Admitindo que em Barcelona, os levantamentos têm mais pessoas e "mais participação", a ativista lembrou que do "pequeno se chega ao grande".

E as várias dezenas de pessoas que hoje estiveram na rua são "super-importantes" para mostrar aos outros o "que se está a passar".

"É uma crise que afeta Espanha, Irlanda, Grécia, Islândia e Itália e as pessoas têm de despertar, abrir os olhos e ver o que se está a passar e lutar contra o que se está a passar", defendeu.

Turista, mas também simpatizante do "direito da manifestação" declarou-se a francesa Nathalie, que chegou hoje de Paris.

"Penso que é importante a manifestação porque o povo português tem problemas. É importante que se manifestem e têm esse direito", comentou.

Tomou conhecimento da manifestação quando chegou a Lisboa, mas já sabia através da comunicação social em França das "condições duras em Portugal".

Fernando tem pai português e nacionalidade espanhola. Ainda trabalhou em Portugal como rececionista durante três anos, mas os 600 euros mensais fez com que se decidisse a passar a fronteira.

Num português de sotaque espanhol, contou como "teve de ir para lá" e agora ganha mais do que o "dobro".

"Com 600 euros eu tinha de viver em casa dos meus pais e em Espanha por 1.500 euros sou independente e eu não sei quem tem mais coragem: se ir para fora ou ficar no seu país em más condições", disse.

A sua decisão de sair para si foi a mais "fácil". "Difícil é ficar em casa dos pais e viver miseravelmente".

Portugal: PAULO MORAIS ACUSA PARLAMENTO DE SER “CENTRO DE CORRUPÇÃO”




JORNAL DE NOTÍCIAS

O ex-vice-presidente da Câmara do Porto Paulo Morais afirmou sexta-feira à noite, no Porto, que "o centro de corrupção em Portugal tem sido a Assembleia da República, pela presença de deputados que são, simultaneamente, administradores de empresas".

"Felizmente, este parlamento vai-se embora. Dos 230 deputados, 30%, ou seja 70, são administradores ou gestores de empresas que têm directamente negócios com o Estado", denunciou Paulo Morais, num debate sobre corrupção organizado pelo grupo cívico-político Porto Laranja, afecto ao PSD.

Para o professor universitário, o parlamento português "parece mais um verdadeiro escritório de representações, com membros da comissão de obras públicas que trabalham para construtores e da comissão de saúde que trabalham para laboratórios médicos."

Paulo Morais acusou o Grupo Lena de ser o maior fornecedor do Estado português (dados de 2009) e os políticos de criarem "legislação perfeitamente impercetível", com "muitas regras para ninguém perceber nada, muitas excepções para beneficiar os amigos e um ilimitado poder discricionário a quem aplica a lei".

"A legislação vem dos grandes escritórios de advogados, principalmente de Lisboa, que também ganham dinheiro com os pareceres que lhes pedem para interpretar essas mesmas leis e ainda ganham a vender às empresas os alçapões que deixaram na lei", criticou.

Para o vice-presidente da organização não governamental Transparência Internacional em Portugal (TIP), "os deputados estão ao serviço de quem os financiou e não de quem os elegeu", sendo a lei do financiamento dos partidos "a lei que mais envergonha Portugal".

"Há uma troca permanente de cadeiras entre o governo e os bancos e construtoras, que são quem financia os partidos", afirmou Paulo Morais, citando os casos de Jorge Coelho e Valente de Oliveira, administradores da Mota Engil, e de José Lello, administrador da BST.

Paulo Morais deu como exemplo de corrupção a renegociação que o governo de José Sócrates fez com as concessionárias das antigas autoestradas sem custos para o utilizador (SCUT), assinando em Julho de 2010 anexos aos respectivos contratos que substituem a contagem de tráfego por estimativas de passagem.

"As concessionárias das SCUT são as mesmas que financiam os partidos", sublinhou, defendendo que o novo Governo deve renegociar de novo esses contratos, porque apenas beneficiam as construtoras e obrigam o Estado a pagar muito mais.

Paulo Morais criticou também as "vigarices" na área do urbanismo praticadas por muitos municípios, acusando-os de "valorizar terrenos à ordem dos dois mil por cento sem qualquer dificuldade", apenas para beneficiar um determinado "predador imobiliário".

"Este tipo de máfia só existe em dois tipos de negócios em Portugal: no urbanismo e no tráfico de droga", frisou, criticando a "promiscuidade absoluta entre Estado e privados".

Paulo Morais revelou que a TIP está a preparar um portal na Internet, inspirado no site usaspend.gov que o então senador Barack Obama lançou há alguns anos para tornar públicos todos os gastos governamentais nos Estados Unidos, em que será possível encontrar de forma rápida e fácil a informação "aparentemente pública, mas que não é escrutinável".

O portal deverá ficar online ainda este ano, estando neste momento a ser trabalhada a ferramenta de pesquisa.

Segundo o responsável, nos últimos 10 anos, Portugal desceu nove lugares no Índice de Perceção de Corrupção da Transparência Internacional, estando actualmente na 34.ª posição a nível mundial e numa das piores posições na Europa (estão atrás apenas a Itália, Grécia e alguns países de Leste).

O bastonário da Ordem dos Advogados, Marinho Pinto, que também participou no debate, defendeu que os advogados devem deixar de exercer a profissão quando são eleitos deputados.

Marinho Pinto criticou também que as obras públicas em Portugal sejam pagas sempre por preços superiores aos das adjudicações, afirmando que "isto só é possível num país onde não há opinião pública e os partidos estão comprometidos até à medula".

MILHARES DE ESPANHÓIS GRITAM “NÃO PAGAMOS A CRISE” EM MADRID





Contra a crise e o desemprego, dezenas de milhares de espanhóis de todas as idades invadiram este domingo as ruas de Madrid a gritar palavras de ordem como: "não pagamos a crise".

A multidão formou-se quando seis cortejos de todos os bairros de Madrid se juntaram frente ao Parlamento, no centro.

"Contra o desemprego. Organiza-te e luta. Vamos marchar juntos contra o desemprego", lia-se num grande cartaz que liderava o caminho da "coluna sudoeste", que partiu de manhã de Leganes, uma comunidade-dormitório a cerca de quinze quilómetros a sul de Madrid.

"Nós não somos mercadoria nas mãos de políticos e banqueiros", estava escrito a letras vermelhas num outro cartaz.

Ao microfone, um manifestante gritava: "Vamos preparar uma greve geral. Nós vamos parar o país".

"Os bancos e os governos que provocaram esta situação devem estar cientes de que não estamos de acordo com as medidas e os cortes nos orçamentos. Temos a intenção de ser ouvidos e vamos conseguir", assegurou a plataforma que organizou a manifestação por toda a Espanha.

Cinco semanas depois de ter surgido o movimento dos "indignados", que se espalhou por todo o país, os espanhóis não desmobilizaram e continuam a lutar.

O jornal "El Mundo", que cita a polícia, avança com 35 a 40 mil manifestantes.

O movimento dos "indignados", que apareceu em Espanha a 15 de Maio, junta jovens e cidadãos de todos os sectores da sociedade, que protestam contra o desemprego (21,29 da população ativa), a precariedade social e os políticos, que acusam de não os representarem.

*Foto PEDRO ARMESTRE/AFP

Grécia: PRIMEIRO-MINISTRO PEDE VOTO DE CONFIANÇA NO PARLAMENTO




DESTAK - LUSA

O primeiro-ministro grego, George Papandreou, solicitou aos partidos políticos um acordo nacional e um voto de confiança do Parlamento para ultrapassar a crise num “momento crucial” para o país.

"Pedi a renovação da confiança no governo porque o país está num ponto crucial", afirmou o primeiro-ministro grego na abertura no Parlamento do debate de uma moção de confiança ao novo governo grego, nomeado na sexta-feira, para obter luz verde à adopção de novas medidas de austeridade.

George Papandreou sublinhou que a prioridade era "um acordo nacional para fazer face aos défices e dívida gregos, que são um problema nacional".

Um controverso plano orçamental, que inclui poupanças de 28,4 mil milhões de euros, deve ser adoptado pela Grécia até ao final do mês para convencer os credores do país, a União Europeia e o Fundo Monetário Internacional, a continuarem a dar ajuda financeira.

Grécia: PRIMEIRO-MINISTRO ANUNCIA REFERENDO PARA O OUTONO




ECONÓMICO, com Lusa

Georges Papandreou anunciou que vai convocar um referendo para introduzir mudanças no sistema político e administrativo do país.

Numa medida destinada a acalmar o descontentamento nas ruas, Papandréu está disposto a submeter a referendo algumas medidas que disse hoje no Parlamento serem "necessárias para terminar com as raízes dos problemas que levaram a crise à Grécia".

O primeiro-ministro informou que vai nomear uma equipa de 20 a 25 assessores de todos os sectores para estudar as mudanças necessárias e "convocar um referendo no Outono".

A consulta popular vai abordar as medidas que essa equipa sugerir e que têm por objectivo combater a corrupção, a evasão fiscal, a fuga de capitais e os privilégios dos deputados e altos funcionários.

Esses são precisamente os temas que estão no centro das críticas do movimento grego dos "indignados" que há quase um mês protestam de forma pacífica em frente ao Parlamento.

Milhares de "indignados" convergem para centro de Madrid em ambiente festivo e pacífico




MC – FP - LUSA

Madrid, 19 jun (Lusa) -- Milhares de manifestantes do movimento dos "indignados" estavam hoje a convergir para o centro de Madrid num ambiente festivo e pacífico para se concentrarem à frente do Parlamento.

Num clima de festa, os manifestantes pertencentes a vários movimentos, designadamente ao Movimento 15 de Maio, pretendem expressar a recusa do pacto do euro, dos políticos e do sistema financeiro, que responsabilizam pela crise económica.

Na Praça de Neptuno está prevista a leitura de um comunicado e um "piquenique anti-fadiga".

Vários milhares de manifestantes concentraram-se hoje de manhã em seis colunas provenientes de todos os bairros da periferia de Madrid para chegarem cerca das 14:00 locais (13:00 em Lisboa) à frente do Parlamento.

Outras manifestações foram convocadas para hoje noutras cidades espanholas, designadamente em Barcelona e Valência, onde nos últimos dias os "indignados" contra ornamentos de austeridade e a "corrupção" dos políticos.

Depois de incidentes na quarta-feira em Barcelona entre polícias e manifestantes, os "indignados" apelaram para a calma enquanto um importante dispositivo da polícia foi destacado para Madrid.

O movimento dos "indignados", que apareceu em Espanha a 15 de maio, junta jovens e cidadãos de todos os setores da sociedade, que protestam contra o desemprego (21,29 da população ativa), a precariedade social e os políticos, que acusam de não os representarem.

No domingo passado, os "indignados" desmantelaram em Madrid o acampamento da Praça Porta do Sol, que se tornou um símbolo desta vaga de contestação.

A delegação do governo em Madrid pôs em marcha um dispositivo policial de centenas de agentes, visíveis em diversos locais da capital desde as primeiras horas da manhã, especialmente perto do Congresso dos Deputados (Câmara Baixa do Parlamento), para onde confluirão as marchas.

Segundo fontes policiais citadas pela Agência Efe, o dispositivo de segurança junta a polícia nacional e municipal, é "importante" e inclui unidades terrestres e meios aéreos, com dispositivos maiores na zona do Congresso, do Senado e da Bolsa de Madrid.

O Movimento 15 de maio (por ter sido nesse dia que os "indignados" começaram um acampamento na Praça da Porta do Sol, de Madrid) está desde as primeiras horas da manhã a fazer apelos à participação através das redes sociais.

O Movimento pede aos manifestantes para que não sejam violentos e que ignorem e se afastem dos que o forem.

Os porta-vozes dos "indignados" têm frisado nos últimos dias que representam um movimento pacífico, depois de episódios de violência em frente do parlamento regional da Catalunha, no passado dia 15 de junho.

*Foto em Lusa

"Valorização da língua portuguesa continua a ser grande problema" - Associação de Macau




FV - LUSA

Macau, China, 19 jun (Lusa) -- A "valorização da língua portuguesa continua a ser o grande problema" em Macau, disse o presidente da Associação dos Macaenses, que este ano celebra quinze anos com iniciativas culturais, incluindo o concurso de design "Macau, uma casa para todos".

Em declarações à agência Lusa, Miguel Senna Fernandes sublinhou que "há muito macaense que deixou de falar português e que não domina a escrita da língua chinesa", o que traz algumas dificuldades, inclusive profissionais.

"Ainda bem que o governo central da República Popular da China quer uma maior aproximação aos Países de Língua Oficial Portuguesa, e que escolheu Macau como plataforma de entendimento entre Portugal e a China", afirmou, ao considerar que "a língua portuguesa tem de ser protegida".

É precisamente "no entendimento secular dos povos" e na "co-existência pacífica" que é inspirado o "Macau, uma casa para todos", concurso que irá escolher o desenho do selo comemorativo do décimo quinto aniversário da associação.

"Todos podem participar no concurso [aberto até 16 de julho], desde que tenham mais de 21 anos e residam em Macau", explicou Miguel Senna Fernandes, justificando a escolha do tema pela "multicularidade, naquela que é a verdadeira essência e milagre" do território, uma vez que "portugueses e chineses viveram sempre paredes-meias, sobre chão comum, sem disputas étnicas".

A Associação dos Macaenses (ADM) foi fundada a 30 de setembro de 1996, mas o aniversário vai ser celebrado a 7 de outubro, num jantar de entrega dos prémios do concurso de design do selo comemorativo, cujos valores monetários variam entre as mil e três mil e quinhentas patacas (entre os 85 e 300 euros).

Na presidência há três mandatos, Miguel Senna Fernandes, apontou o rejuvenescimento da massa associativa como o grande desafio da Associação dos Macaenses a curto prazo, "sob pena de se morrer quando se recorre a fórmulas já gastas".

Observando a necessidade de "sangue novo", o presidente da ADM explicou que "a renovação é sinal de vitalidade", e que "no contexto de Macau, o associativismo é muito importante", dando o exemplo da "maior visibilidade" conseguida pela associação para a comunidade nos últimos 15 anos.

A Associação dos Macaenses luta ainda pelo alargamento da sede, atualmente a ocupar um "espaço exíguo", tema que tem vindo a ser objeto de conversação com o Governo local, segundo Miguel de Senna Fernandes.

Para assinalar os 15 anos, a ADM tem ainda previstas duas outras iniciativas de carácter cultural: uma exposição fotográfica com trabalhos de amadores, a exibir em novembro, e um álbum de fotos da comunidade macaense, uma "experiência piloto, que pretende dar a conhecer o que foi o convívio dos macaenses", baseada no acervo da associação e em imagens cedidas por particulares, além de manter a co-organização do arraial de São João em Macau, com outras cinco unidades associativas.

GREGOS E TROIANOS




KENNEDY ALENCAR*, em Colunistas – FOLHA.COM

O governo Dilma está perto de sacramentar no Congresso um acordo que parecia quase impossível. Permitir que as empresas de telefonia entrem no mercado de conteúdo em TV por assinatura (cabo ou satélite).

Para chegar lá, o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, desagradou um pouco a gregos e troianos, mas costurou um arranjo que faz concessões às partes, tende a beneficiar os consumidores e contribui para tirar do papel o plano federal de expansão da banda larga na internet.

As teles (gregos) não poderão produzir conteúdo, algo que desejavam realizar no médio e longo prazo. Mas as TVs (troianos) não conseguiram barrar a possibilidade de que as teles distribuam conteúdo. As teles terão de comprá-lo no mercado em que as TVs são as dominantes.

Ao poder vender conteúdo, as teles serão clientes das TVs, mas também de produtoras independentes. É uma solução que estimula a competição e o crescimento do mercado.

Com conteúdo na mão, as teles poderão tornar mais atraentes suas ofertas de TV por assinatura, o que também estimula a competição e o crescimento do mercado. A expansão das TVs por assinatura interessa ao projeto do governo de expansão da banda larga para internet. É um dos projetos prioritários do atual mandato da presidente Dilma Rousseff.

As teles poderão oferecer os dois produtos casados: TV por assinatura e banda larga na internet. Isso é importante para o governo. Empresas como Oi, Tim e Telefônica serão mais tentadas a participar do plano de expansão de banda larga do governo. A Globo e a Embratel, do mexicano Carlos Slim, já são sócias na Net, empresa que domina o mercado de TV por assinatura.

Todo esse arranjo consta do PLC (Projeto de Lei Complementar) 116, proposta que tramita no Senado. O governo avalia que, como está hoje, o projeto preserva a indústria de TV do país da "jamanta, como dizia Franklin Martins, ministro do governo Lula, ao se referir à indústria das teles. O negócio das teles é de 13 a 15 vezes, a depender do critério, maior do que o das TVs.

"Chegamos a um modelo que vai baratear o preço para o consumidor, estimular a competição no mercado, permitir a entrada de novas empresas, preservar a produção de conteúdo nacional e facilitar a expansão da banda larga", diz o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo.

Os lobbies estão em choque no Congresso. O desafio do governo é evitar que desande o acordo costurado --algo que atrasaria o começo de uma nova etapa na convergência de mídias que parece benéfica ao país.

QUESTÃO DE NECESSIDADE

Com a saída de Antonio Palocci da Casa Civil, há uma tentativa de reaproximação do Palácio do Planalto com o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab. Na crise de Palocci, Dilma se afastou de Kassab por avaliar que ele contribuiu para minar o então ministro da Casa Civil. Mas, com turbulência na articulação política, interessa ao governo que o PSD de Kassab mantenha o desejo de ser situação no plano federal.

*Kennedy Alencar escreve na Folha.com às sextas. Apresenta o programa de entrevistas "É Notícia", da RedeTV!, à 0h30 de domingo para segunda. Faz comentários no "RedeTVNews", telejornal que começa às 21h10. Na rádio CBN, é titular da coluna "A Política Como Ela É", que vai ao ar às 8h55 de terças e quintas no "Jornal da CBN".

Twitter: @KennedyAlencar

Rio de Janeiro: Após ocupação, polícia busca armas e drogas no morro da Mangueira


Operação neste domingo no morro da Mangueira, no Rio de Janeiro, para instalação da 18ª UPP do Estado. Foto Eduardo Naddar/Folhapress

MARCO ANTONIO MARTINS, Rio de Janeiro – FOLHA.COM

Policiais militares do 4º BPM (São Cristóvão) interromperam o trânsito na avenida Visconde de Niterói, um dos acessos ao morro da Mangueira, na zona norte do Rio de Janeiro, ocupado neste domingo para a instalação da 18ª UPP (Unidade de Polícia Pacificadora). Não houve tiroteios ou resistência de traficantes.

Carros de passeio e motos são parados pelos policiais nas três barreiras montadas para auxiliar na ocupação ao morro.

Policiais do Bope (Batalhão de Operações Especiais) percorrem ruas e vielas em busca de armas e drogas. Moradores são revistados nos acessos aos morros da Mangueira, Telégrafos, Candelaria e Tuiuti.

Todas as equipes estão sendo monitoradas pela secretaria de Segurança Publica através de um GPS que mostra o deslocamento das tropas no centro de comando da operação montado em um quartel do Exercito, em São Cristóvão.

Em busca de veiculos roubados, policiais civis da Delegacia de Repressão ao Roubo e Furto de Automóveis percorrem os morros da Mangueira, Telégrafos, Candelaria e Tuiuti. Um guincho acompanha os policiais para recolher carros e motos que forem encontrados pela policia.

O hasteamento da bandeira do Brasil no alto do morro da Mangueira está previsto para as 10h30. Depois um helicoptero da Policia Militar sobrevoará o local jogando pétalas de rosa e panfletos para conscientizar os moradores da importância da ocupação na comunidade.

Cerca de 600 homens das polícias Civil e Militar, além de fuzileiros navais, participam da operação que começou por volta das 6h. Quatro blindados da Marinha levam homens do Bope (Batalhão de Operações Especiais) e dos Fuzileiros Navais pelos acessos ao morro do Telégrafo.

A nova unidade fecha a espécie de cinturão de segurança que está sendo criado diante do complexo do Maracanã, onde haverá jogos da Copa do Mundo de 2014 e das Olimpíadas de 2016.

As outras favelas da região que também possuem UPPs são os morros da Formiga, Andaraí, Borel, Macacos e São João. Isso permitiria que o trajeto até os locais de competição fosse feito sem que se precisasse passar por comunidades com traficantes ostentando fuzis ou pistolas.


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Brasil-Zimbábue: PSICÓLOGO MARILIENSE SOFRE PRESSÃO POLÍTICA NO ZIMBÁBUE





Ele trabalha com direitos humanos e foi barrado em aeroporto pelo regime do país

O psicólogo mariliense Marcio Gagliato, 30 anos, trabalha como ativista humanitário há mais de um ano no Zimbábue, país ao sul da África, e denuncia perseguição a opositores por aliados do ditador Robert Mugabe, que tenta se manter no poder no país.

Por email, o mariliense afirmou que está sofrendo pressões após reportagem publicada na quinta-feira (9), no jornal Folha de S. Paulo. “Existe uma preocupação grande de que algo aconteça por conta da denúncia que ocorreu semana passada pela Folha de S. Paulo. Mas até agora não aconteceu nada. Está tudo bem”, escreveu.

Na reportagem da Folha, ele conta que foi barrado no aeroporto de Harare (capital do Zimbábue) há dois meses quando voltava de uma reunião da Suíça. “Conforme a violência aumenta, o governo vem fechando o cerco aos ativistas. A ditadura mantém vigilância pesada e senti isso na pele quando fui barrado no aeroporto”, conta em trecho da reportagem.

Márcio conta que a imigração zimbabuana deteve seu passaporte e ele foi deportado para Etiópia, onde tinha feito escala. “Lá, penei para conseguir meus documentos de volta. Fiquei dois dias no aeroporto, com a roupa do corpo e sob muita tensão”, relata.

Márcio trabalha há 6 anos como ativista

Márcio é filho do coronel aposentado da PM, Alvim Gagliato, atual responsável pela Defesa Civil em Marília. Alvim conta que conversou com o filho no domingo (12). “O que ele está tentando fazer é chamar a atenção do mundo para os países que passam por uma guerra civil. Ele quer que os países que tem condições socorram as pessoas que estão sendo torturadas e mutiladas”, disse.

Segundo Alvim, Márcio não pensa em voltar para o Brasil. “Ele sempre teve essa consciência de justiça, democracia e liberdade, e não fala em voltar, quer continuar lá desenvolvendo o trabalho dele”.

Márcio trabalha como ativista humanitário há seis anos e já passou por países como Timor Leste, Sudão, Somália e Ruanda.

Ele é formado em psicologia pela Unimar (Universidade de Marília), e tem mestrado em psicologia social pela PUC-SP. (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo).

O PAPEL DE WALL STREET NO NARCOTRÁFICO




Mike Whitney – SinPermiso – Carta Maior

A política dos EUA para o México é um pesadelo. Ela minou a soberania mexicana, corrompeu o sistema político e militarizou o país. Obteve também como resultado a morte violenta de milhares de civis, pobres em sua maioria. Mas Washington não está nenhum pouco preocupado com os “danos colaterais”, desde que possa vender mais armas, fortalecer seu regime de livre comércio e lavar mais lucros das drogas em seus grandes bancos. Os principais bancos dos EUA se tornaram sócios financeiros ativos dos cartéis assassinos da droga. A guerra contra as drogas é uma fraude. Ela não tem a ver com proibição, mas sim com controle. O artigo é de Mike Whitney.

Imagine qual seria sua reação se o governo mexicano decidisse pagar 1,4 milhões de dólares a Barack Obama para usar tropas norte-americanas e veículos blindados em operações militares em Nova York, Los Angeles e Chicago, estabelecendo postos de controle, e elas acabassem se envolvendo em tiroteios que resultassem na morte de 35 mil civis nas ruas de cidades norte-americanas. Se o governo mexicano tratassem assim os Estados Unidos, vocês o considerariam amigo ou inimigo? Pois é exatamente assim que os EUA vêm tratando o México desde 2006.

A política dos EUA para o México – a Iniciativa Mérida – é um pesadelo. Ela minou a soberania mexicana, corrompeu o sistema político e militarizou o país. Obteve também como resultado a morte violenta de milhares de civis, pobres em sua maioria. Mas Washington não está nenhum pouco preocupado com os “danos colaterais”, desde que possa vender mais armas, fortalecer seu regime de livre comércio e lavar mais lucros das drogas em seus grandes bancos. É tudo muito lindo.

Há alguma razão para dignificar essa carnificina chamando-a de “Guerra contra as drogas”?

Não faz nenhum sentido. O que vemos é uma oportunidade descomunal de empoderamento por parte das grandes empresas, das altas finanças e dos serviços de inteligência norteamericanos. E Obama segue meramente fazendo seu leilão, razão pela qual – não é de surpreender – as coisas ficaram tão ruins sob sua administração. Obama não só incrementou o financiamento do Plano México (conhecido como Mérida), como deslocou mais agentes norteamericanos para trabalharem em segredo enquanto aviões não tripulados realizam trabalhos de vigilância. Deu para ter uma ideia do cenário?

Não se trata de uma pequena operação de apreensão de drogas, é outro capítulo da guerra norteamericana contra a civilização. Vale lembrar uma passagem de um artigo de Laura Carlsen, publicado no Counterpunch, que nos mostra um elemento de fundo:

“A guerra contra as drogas converteu-se no veículo principal de militarização da América Latina. Um veículo financiado e impulsionado pelo governo norteamericano e alimentado por uma combinação de falsa moral, hipocrisia e muito de temor duro e frio. A chamada “guerra contra as drogas” constitui, na realidade, uma guerra contra o povo, sobretudo contra os jovens, as mulheres, os povos indígenas e os dissidentes. A guerra contra as drogas se converteu na forma principal do Pentágono ocupar e controlar países à custa de sociedades inteiras e de muitas, muitas vidas”.

“A militarização em nome da guerra contra as drogas está ocorrendo mais rápida e conscienciosamente do que a maioria de nós provavelmente imaginou com a administração de Obama. O acordo para estabelecer bases na Colômbia, posteriormente suspenso, mostrou um dos sinais da estratégia. E já vimos a extensão indefinida da Iniciativa de Mérida no México e América Central, incluindo, tristemente, os navios de guerra enviados a Costa Rica, uma nação com uma história de paz e sem exército...”

“A Iniciativa de Mérida financia interesses norteamericanos para treinar forças de segurança, proporciona inteligência e tecnologia bélica, aconselha sobre as reformas do Judiciário, do sistema penal e a promoção dos direitos humanos, tudo isso no México” (“The Drug War Can’t Be Improved Only be Ended” – “A Guerra contra as drogas não pode ser melhorada, só terminada”, Laura Carlsen, Counterpunch)

A impressão que dá é que Obama está fazendo tudo o que pode para converter o México em uma ditadura militar, pois é exatamente isso o que ele está fazendo. O Plano México é uma farsa que esconde os verdadeiros motivos do governo, que consiste em assegurar-se de que os lucros do tráfico de drogas acabem nos bolsos das pessoas adequadas. É disso que se trata: de muitíssimo dinheiro. E é por isso que o número de vítimas disparou, enquanto a credibilidade do governo mexicano caiu como nunca em décadas. A política norteamericana converteu grandes extensões do país em campos de morte e a situação não para de piorar.

Veja-se esta entrevista com Charles Bowden, que descreve como é a vida das pessoas que vivem na Zona Zero da guerra das drogas no México, Ciudad Juárez:

“Isso ocorre em uma cidade onde muita gente vive em caixas de papelão. No último ano, dez mil negócios encerraram suas atividades. De 30 a 60 mil pessoas, sobretudo os ricos, mudaram-se para El Paso, no outro lado do rio, por razões de segurança. Entre eles, o prefeito de Juárez, que prefere ir dormir em El Paso. O editor do diário local também vive em El Paso. Entre 100 e 400 mil pessoas simplesmente saíram da cidade. Boa parte do problema é econômico. Não se trata simplesmente da violência. Durante esta recessão desapareceram pelo menos 100 mil empregos das empresas fronteiriças devido à competição asiática. As estimativas são de que há entre 500 e 900 bandos de delinquentes”.

Há 10 mil soldados das tropas federais e agentes da Polícia Federal vagando por ali. É uma cidade onde ninguém sai à noite, na qual todos os pequenos negócios pagam extorsão, onde foram roubados oficialmente 20 mil automóveis no ano passado e assassinadas 2.600 pessoas no mesmo período. É uma cidade onde ninguém segue o rastro das pessoas que foram sequestradas e não reaparecem, onde ninguém conta as pessoas enterradas em cemitérios secretos onde, de forma indecorosa, volta e meia aparecem alguns corpos em meio a alguma escavação. O que temos é um desastre e um milhão de pessoas que são muito pobres para poder ir embora. A cidade é isso”. (Charles Bowden, Democracy Now)

Isso não tem a ver com as drogas; trata-se de uma política externa louca que apoia exércitos por delegação para impor a ordem por meio da repressão e militarização do Estado policial. Trata-se de expandir o poder norte-americano e de engordar os lucros de Wall Street. Vejamos mais alguns dados de fundo proporcionados por Lawrence M. Vance, na Future of Freedom Foundation:

“Um número não revelado de agentes da lei norteamericanos trabalha no México (...) A DEA tem mais de 60 agentes no México. A esses se somam os 40 agentes de Imigração e Aduanas, 20 auxiliares do Serviço de Comissários de Polícia e 18 agentes da Agência de Álcool, Tabaco, Armas de Fogo e Explosivos, mais os agentes do FBI, do Serviço de Cidadãos e Imigração, Aduana e Proteção de Fronteiras, Serviço Secreto, guarda-costas e Agência de Segurança no Transporte. O Departamento de Estado mantém também uma Seção de Assuntos de Narcóticos. Os EUA também forneceram helicópteros, cães farejadores de drogas e unidades de polígrafos para examinar os candidatos a trabalhar em organismos de aplicação das leis”.

“Os aviões não tripulados norteamericanos espionam os esconderijos dos carteis e os sinais rastreadores norte-americanos localizam com exatidão os carros e telefones dos suspeitos. Agentes norteamericanos seguem os rastros, localizam chamadas telefônicas, leem correios eletrônicos, estudam padrões de comportamento, seguem rotas de contrabando e processam dados sobre traficantes de drogas, responsáveis pela lavagem de dinheiro e chefes dos cartéis. De acordo com um antigo agente anti-droga mexicano, os agentes norteamericanos não estão limitados em suas escutas no México pelas leis dos EUA, desde que não se encontrem em território norteamericano e não grampeiem cidadãos norteamericanos. (“Why Is the U.S. Fighting Mexico’s Drug War?”, “Por que os EUA travam a guerra contra as drogas no México?”, Laurence M. Vance, The Future of Freedom Foundation).

Isso não é política externa, mas sim outra ocupação norteamericana. E adivinhem quem enche os cofres com essa pequena fraude sórdida? Wall Street. Os grandes bancos ficam com sua parte como sempre fazem. Vejamos essa passagem de um artigo de James Petras intitulado “How Drug profits saved Capitalism” (“Como os lucros das drogas salvaram o capitalismo”, publicado em Global Research). É um estupendo resumo dos objetivos que estão configurando essa política:

“Enquanto o Pentágono arma o governo mexicana e a DEA (Drug Enforcement Agency, a agência anti-droga dos EUA) põe em prática a “solução militar”, os maiores bancos dos EUA recebem, lavam e transferem centenas de bilhões de dólares nas contas dos senhores da droga que, com esse dinheiro, compram armas modernas, pagam exércitos privados de assassinos e corrompem um número indeterminado de funcionários encarregados de fazer cumprir a lei de ambos os lados da fronteira...”

“Os lucros da droga, no sentido mais básico, são assegurados mediante a capacidade dos carteis de lavar e transferir bilhões de dólares para o sistema bancário norteamericano. A escala e a envergadura da aliança entre a banca norteamericana e os carteis da droga ultrapassa qualquer outra atividade do sistema financeiro privado norteamericano. De acordo com os registros do Departamento de Justiça dos EUA, só um banco, o Wachovia Bank (propriedade hoje de Wells Fargo), lavou 378.300 milhões de dólares entre 1° de maio de 2004 e 31 de maio de 2007 (The Guardian, 11 de maio de 2011). Todos os principais bancos dos EUA tornaram-se sócios financeiros ativos dos cartéis assassinos da droga”.

“Se os principais bancos norteamericanos são os instrumentos financeiros que permitem os impérios multimilionários da droga operar, a Casa Branca, o Congresso dos EUA e os organismos de aplicação das leis são os protetores essenciais destes bancos (...) A lavagem de dinheiro da droga é uma das fontes mais lucrativas de lucros para Wall Street. Os bancos cobram gordas comissões pela transferência dos lucros da droga que, por sua vez, emprestam a instituições de crédito a taxas de juros muito superiores às que pagam – se é que pagam – aos depositantes dos traficantes de drogas.

Inundados pelos lucros das drogas já desinfetados esses titãs norteamericanos das finanças mundiais podem comprar facilmente os funcionários eleitos para que perpetuem o sistema”. (“How Drug Profits saved Capitalism, James Petras, Global Research).

Vamos repetir: “Todos os principais bancos dos EUA se tornaram sócios financeiros ativos dos cartéis assassinos da droga”.

A guerra contra as drogas é uma fraude. Ela não tem a ver com proibição, mas sim com controle. Washington emprega a força para que os bancos possam garantir um bom lucro. Uma mão lava a outra, como ocorre com a Máfia.

(*) Mike Whitney é um analista político independente que vive no estado de Washington e colabora regularmente com a revista norteamericana CounterPunch.

Tradução: Katarina Peixoto

Fotos: Memorial em homenagem a mulheres assassinadas em Ciudad Juaréz

Japão: AUMENTO DE RADIAÇÃO INTERROMPE TRABALHOS EM USINA




CORREIO DO BRASIL, com Reuters

Um aumento de radiação interrompeu a retirada de água radioativa na usina japonesa de Fukushima neste sábado, poucas horas após o processo ter sido iniciado, um novo revés nos esforços para restaurar a situação do complexo atingido pelo terremoto.

A usina vem vazando radiação na atmosfera desde o tremor seguido de tsunami de 11 de março, e tanto a China quanto a Coreia do Sul expressaram preocupação com a possibilidade de novos vazamentos para o mar.

A Tokyo Electric Power Company, ou Tepco, operadora do complexo de Fukushima Daiichi, disse que espera retomar a limpeza dentro de uma semana.

O plano encontrou um novo obstáculo quando o Japão completou cem dias desde que a catástrofe deixou quase 24 mil mortos e desaparecidos e avariou os sistemas de resfriamento da usina. Serviços fúnebres budistas foram realizados por todo o país no dia em que os enlutados tradicionalmente buscam alívio para a dor.

Uma declaração divulgada pela Tepco informou que a suspensão foi motivada por um aumento de radiação maior do que o esperado em uma parte do sistema feito para absorver césio.

- No momento, não especificamos a razão – disse um porta-voz da Tepco em uma coletiva de imprensa.

- Por isso não podemos dizer quando podemos retomar a operação. Mas eu diria que não é algo que levaria semanas.

O funcionário declarou que equipes trabalhando na usina acreditam que o aumento de radiação pode estar ligado ou ao sedimento fluindo no maquinário que absorve césio ou a um erro de monitoramento causado por tubulações próximas levando água contaminada.

Mas uma retomada, disse ele, é essencial para lidar com a água altamente radioativa. Autoridades dizem que 110 mil toneladas, o equivalente a 40 piscinas olímpicas, estão armazenadas na usina localizada 240 km ao norte de Tóquio.

- A menos que possamos retomar a operação dentro de uma semana, teremos problemas para dispormos da água contaminada – afirmou o funcionário.

- Mas se isto for causado pelas razões que estamos pensando, podemos recomeçar a operação em uma semana.

O funcionário declarou que no momento a Tepco não prevê adiamentos em seu plano geral para retomar o controle total da usina de Fukushima Daiichi até o final do ano.

O plano, ridicularizado por alguns críticos como muito otimista, propõe o fechamento de seus três reatores instáveis até janeiro de 2012.

NOVO GOVERNO GREGO PROMETE CORTES




CORREIO DO BRASIL, com Reuters

Milhares de gregos marcharam rumo ao parlamento neste sábado em uma demonstração de revolta popular depois que o primeiro-ministro George Papandreou mudou seu gabinete e prometeu levar adiante sua campanha de aperto das contas.

Em um gesto cujo objetivo é calar a discórdia em seu Partido Socialista, na sexta-feira Papandreou demitiu o ministro das Finanças George Papaconstantinou, autor de um novo programa de austeridade de cinco anos que levou a semanas de protestos.

A alteração ministerial coincidiu com uma promessa da França e da Alemanha de continuar financiando Atenas, aceno que pode ter dado tempo para a Grécia e seus colegas da zona do euro evitarem um calote desastroso, ainda que as dúvidas sobre sua solvência no longo prazo persistam.

A União Europeia e o Fundo Monetário Internacional fizeram da reforma uma condição para um novo pacote de resgate no valor estimado de 120 bilhões de euros que a Grécia precisará para pagar suas contas até 2014.

Cerca de 5 mil manifestantes do grupo comunista PAME tomaram a praça Syntagma, no centro de Atenas –onde os protestos se tornaram violentos no início desta semana– entoando “as medidas estão nos matando!”.

Mudança pode enfraquecer reformas

Papandreou pareceu ter contido uma revolta em seu partido ao incluir alguns dos críticos mais acerbos do pacote de austeridade no novo gabinete, mas isso também pode enfraquecer as reformas.

Ele indicou o peso-pesado político Evangelos Venizelos, seu maior rival no partido, como ministro das Finanças.

Pouco após sua nomeação, Venizelos disse que viajará a Bruxelas no domingo para pedir aos credores que permitam algumas “melhorias… por justiça social” no pacote de reforma.

No mesmo dia, ministros das Finanças da zona do euro devem concordar com a liberação de uma parcela de 12 bilhões de euros de um empréstimo de socorro financeiro vigente há um ano que a Grécia necessita para pagar dívidas com vencimento em julho e agosto e evitar o calote.

- Eles ganharam tempo até setembro – disse Howard Wheeldon, estrategista da BCG Capital Partners em Londres.

- A Alemanha e a França são os principais países envolvidos nisto, e nenhum deles irá deixar o euro fracassar, nem deixar a Grécia fracassar.

Negociações bem sucedidas de um novo pacote de socorro para a Grécia são vitais para a saúde econômica da zona do euro, afirmou Jean-Claude Juncker, presidente do Eurogrupo.

- Estamos brincando com fogo – disse, acrescentando que no pior dos casos as agências de avaliação podem declarar um calote que levaria a consequências terríveis para a união cambial.

Protestos/Espanha: Começam manifestações, sem incidentes mas com grande aparato policial




FP - LUSA

Madrid, 19 jun (Lusa) - Várias das manifestações convocadas para hoje em Madrid por diferentes movimentos, entre eles o "Movimento 15 de Maio", em protesto contra o modelo político e económico, iniciaram-se sem incidentes e com grande aparato policial.

A delegação do governo em Madrid pôs em marcha um dispositivo policial de centenas de agentes, visíveis em diversos locais da capital desde as primeiras horas da manhã, especialmente perto do Congresso dos Deputados (Câmara Baixa do Parlamento), para onde confluirão as marchas.

Segundo fontes policiais citadas pela Agência Efe, o dispositivo de segurança junta a polícia nacional e municipal, é "importante" e inclui unidades terrestres e meios aéreos, com dispositivos maiores na zona do Congresso, do Senado e da Bolsa de Madrid.

Está previsto que cerca das 14:00 locais (menos uma hora em Portugal) cheguem à Praça de Neptuno as seis marchas que se iniciaram entre as 09:00 e as 10:30 a partir de quase todos os pontos cardeais de Madrid.

Em comunicado, os organizadores indicam que o fim das manifestações será "Neptuno-Congresso dos Deputados", no coração de Madrid, embora o governo não tenha autorizado que a manifestação chegue até à Câmara Baixa.

Na Praça de Neptuno está prevista a leitura de um comunicado e um "piquenique anti-fadiga".

O Movimento 15 de Maio (por ter sido nesse dia que os "indignados" começaram um acampamento na Praça da Porta do Sol, de Madrid) está desde as primeiras horas da manhã a fazer apelos à participação através das redes sociais.

O Movimento pede aos manifestantes para que não sejam violentos e que ignorem e se afastem dos que o forem.

"Lembrem-se que hoje devem levar muita água, proteção solar e pacifismo. Não temos medo, vai ser um grande dia", diz um dos apelos.

Os porta-vozes dos "indignados" têm frisado nos últimos dias que representam um movimento pacífico, depois de episódios de violência em frente do parlamento regional da Catalunha, no passado dia 15 de junho.

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