sexta-feira, 10 de setembro de 2021

Ativistas saharauis contaminadas por agentes de Marrocos

Pedido ao Estado Espanhol: Urgência para salvar a vida da ativista saharaui Sultana Jaya e da sua família

Rebelión* 

A activista saharaui em defesa dos direitos humanos Sultana Jaya e a sua irmã mais nova, Um-Almumnin, encontram-se com problemas de saúde devido à infecção por COVID-19. “Foram infectados pelo coronavírus nas mãos de agentes marroquinos”, denunciam da Frente Polisário, que também informou o Secretário-Geral da ONU e o Presidente do seu Conselho de Segurança.

A activista saharaui em defesa dos direitos humanos Sultana Jaya e a sua irmã mais nova, Um-Almumnin, encontram-se em estado de saúde muito grave, infectada pelo COVID-19. “Isolados pelas forças de ocupação em sua casa em Bojador, no  Saara Ocidental , eles não recebem atendimento médico. A infecção manifestou-se dias depois de um assalto à sua casa por agentes das Forças Especiais de Segurança Marroquinas ”,  explica  Cristina Martínez Benítez de Lugo  em Contramutis .

Um activista dos territórios saharauis ocupados por Marrocos informou sobre o seu contacto telefónico com Louaara Jaya, a irmã mais velha da família, e ela confirmou que as suas duas irmãs estão muito doentes e que, por agora, está bem. Louaara Jaya explica que no ataque que sofreram em 22 de agosto, “agentes das forças especiais marroquinas usaram produtos químicos contra eles” e lhes disseram que “não durariam dez dias”.

Dias depois da agressão, as irmãs não conseguiam falar e sentiram que os cheiros que os policiais traziam eram muito fortes e as sufocaram. Mais tarde, eles notaram que sua respiração piorou e suspeitaram que eles poderiam ter coronavírus. Eles fizeram um teste rápido para COVID-19 adquirido em uma farmácia: Sultana e Um-Almumnin deram positivo. Louaara, não. Em seguida, tiraram a mãe de casa e mandaram-na para El Aaiún para não infectá-la.

Os pacientes afirmam que perderam o olfato e o paladar, e respiram com muita dificuldade. Eles têm colite e falta de apetite. Eles estão sem forças. Na noite de quinta-feira, 2 de setembro, eles tiveram febre, muita dor de cabeça e vômitos. De manhã são iguais. A cabeça de Sultana queima.

The Atlantic está errada sobre a China, EUA e a Ásia Ocidental


# Publicado em português do Brasil

AndrewKorybko* | OneWorld

Os Estados Unidos são os únicos responsáveis ​​pelas recentes incursões da China na Ásia Ocidental, provocadas por aqueles países que consideram Pequim um parceiro muito mais confiável do que Washington, devido às políticas contraproducentes deste último ao longo das décadas.

A influente revista americana The Atlantic publicou um artigo em 4 de setembro intitulado “ How America Can Win The Middle East ”. A essência é que os EUA estão supostamente perdendo a região para a China devido ao engajamento econômico pragmático e sem compromisso de Pequim com aliados e rivais americanos lá. As prescrições políticas feitas nesse artigo incluem a guerra de informação contra a China, manipulando a cobertura sobre suas políticas anti-terroristas proativas em Xinjiang e contando com a visão “Construir um Mundo Melhor” (B3W) para competir economicamente com a República Popular. Há também uma importante recomendação feita para chegar mais diretamente à população da região, a fim de virá-la contra a China e seus governos parceiros.

O artigo inteiro representa uma compreensão fundamentalmente falha dos imperativos estratégicos contemporâneos da Ásia Ocidental, das motivações da China para um envolvimento mais robusto com a região e da influência econômica e do soft power dos EUA nessa região. O autor Kim Ghattas tem dificuldade em aceitar que os países da Ásia Ocidental procuram parceiros confiáveis ​​que os tratem com respeito como iguais, com o objetivo de obter resultados ganha-ganha, em vez de explorá-los em busca de rivais de soma zero. O histórico dos Estados Unidos em fazer o último é de décadas e resultou na perda de muitos corações e mentes de Washington naquela época. Foi precisamente por causa dos muitos fracassos estratégicos da América naquele país que a China começou a ser vista como um parceiro muito mais atraente.

A arquitetura política do novo Oriente Médio

# Publicado em português do Brasil

Thierry Meissan*, em TheAltWorld

A guerra pós-Síria no Oriente Médio está tomando forma. Tudo mudaria: a Síria se juntaria à coalizão militar liderada pela Rússia e seria de fato protegida por ela. O Líbano seria colocado sob a tutela conjunta da Rússia e dos Estados Unidos, mas ocupado militarmente pela França. O Iraque substituiria o Líbano como mediador regional. O Irã seria admitido no Mediterrâneo.

Moscou e Washington estão preparando a reorganização do Levante que traçaram durante a reunião de Genebra (conhecida como “Yalta 2”) em 16 de junho. O objetivo é tirar conclusões da terrível derrota militar ocidental na Síria sem humilhar os Estados Unidos.

De acordo com este acordo de paz, a Síria seria colocada na zona russa, enquanto o Líbano seria dividido entre o Ocidente e a Rússia.

Brasil | Chafurdento, Bolsonaro delira no Dia do Chafurdo

# Publicado em português do Brasil

As bravatas ficaram como bravatas e os lobos não mostraram os dentes, até porque boa parte deles já tem a dentadura fragilizada pela idade. A “marcha das pelancas fascistas”, em Brasília, que deveria ser uma explosão, foi um pequeno traque.

Wellington Duarte, de Brasília | Correio do Brasil | opinião

Na terça-feira (7), estava sendo anunciado como sendo o fim do BraZil que conhecemos, e o começo de uma nova era, com o STF transformado em estacionamento de luxo, conforme um cartaz estampado por um patriota com camisa da CBF, que deambulava pelas ruas de Natal. Esse caminhante deve ter acordado hoje, cheio de dores pelo corpo, dada a sua avançada idade e com um gosto de guarda-chuva na boca, oriunda da carraspana que tomou, junto com seus amigos da quarta idade, para comemorar a vitória do ridículo e do insano neste país, outrora dito que seria “abençoado por Deus”.

Em Natal as manifestações foram um verdadeiro espetáculo bisonho, com demonstrações de burrice explícitas; gritos de velhinhos birrentos, fantasiados de rebeldes; jovens exibindo bíceps desenvolvidos sustentados por cérebros diminutos, todos eles bem barulhentos e intimidadores, sempre olhando com uma certa fúria para aqueles que passavam e sequer se davam ao trabalho de parar e observar.

Em Brasília, Rio de Janeiro e São Paulo, reuniram-se os golpistas-fascistas, e o Mandrião como sempre proferiu aquele discurso com poucas palavras importantes, como sempre. O “furacão” que ameaçava invadir o STF dissipou-se em meio a distribuição farta de bebidas e exposição de frases antidemocráticas, boa parte delas também em inglês, embora a impressão é que boa parte delas não entende bulhufas da língua estrangeira.

As bravatas ficaram como bravatas e os lobos não mostraram os dentes, até porque boa parte deles já tem a dentadura fragilizada pela idade. A “marcha das pelancas fascistas”, em Brasília, que deveria ser uma explosão, foi um pequeno traque.

Mas Bolsonaro não deixou por menos e já preparou a pauta para o “day after”: convocar o Conselho da República para manter o chafurdo. É assim que funciona a mente doentia do presidente. Segundo esse elemento delirante, pode-se convocar esse Conselho sem convidar os conselheiros.

A derrocada de Bolsonaro e o Resgate do Brasil

# Publicado em português do Brasil

Outras Palavras segue esforço para pensar reconstrução do país. Sugerimos: não pode haver acordo por cima, sem mudanças reais, após derrota do fascismo. Em debate: Renda Básica, Reforma Tributária e ressignificação da Assistência Social

Antonio Martins* | Outras Palavras | Imagem: Gabriela Biló/Estadão

O presidente Jair Bolsonaro está queimando de forma acelerada, desde o 7 de setembro, o capital político que lhe restava. A ameaça fascista que seu governo representa nunca esteve tão enfraquecida e próxima do naufrágio. Avançou muito rapidamente, por outro lado, a articulação do grande arco conservador – poder econômico-financeiro, establishment político, mídia e Judiciário – para salvar da derrocada, e manter vivo, o programa neoliberal que acompanha o bolsonarismo desde o início, ainda que o presidente afunde. Este movimento duplo pode ser visto, ao mesmo tempo, com alívio e inquietação. Mas para ir além do que ele oferece – a mera volta ao “velho normal” – é preciso recompor um horizonte político de esquerda. A partir da próxima segunda-feira (13/9), Outras Palavras voltará a contribuir com esta reconstrução. O projeto Resgate, que busca desenvolver ideias-força para a superação do neoliberalismo, realizará nove novos diálogos. Estarão em debate a Renda Básica, a Reforma Tributária e a ressignificação da Assistência Social. A agenda já está disponível.

A prova de que o risco de um “autogolpe” fascistizante (ao estilo da “tomada do Capitólio”) foi real são seus fios desencapados, que ainda crepitam. Os bloqueios nas rodovias de 16 estados, feitos por “caminhoneiros” ligados ao agronegócio, que agora o presidente tenta desmobilizar, por saber que o ato tem suas digitais. Os poucos seguidores do ex-capitão que permaneceram acampados em Brasília e, para tentar iludir a própria frustração, “comunicam” nas redes sociais que se decretou estado de sítio. Os vídeos em que o foragido Zé Trovão dirige-se diretamente a Bolsonaro e lhe indaga, entre decepcionado e lastimoso, por que não cumpriu sua parte na trama.

Os porquês do malogro operacional do “autogolpe” emergirão aos poucos (circulam hipóteses plausíveis, como a de Fernando Horta). Mas, ainda que tivesse sido exitosa no primeiro momento, a aventura não se consolidaria. As multidões que o bolsonarismo ainda consegue mover são um fenômeno político a ser examinado em profundidade – mas, com certeza, insuficientes para assaltar o poder e controlá-lo. E não é só porque os chefes das forças armadas faltaram ao “capitão” (ausentando-se inclusive do palanque em Brasília), nem porque as polícias militares deixaram de acudir em seu socorro (é emblemático que o governador João Doria estivesse no Comando de Operações da PM de São Paulo – o Copom – no momento em que pronunciou-se pela primeira vez em favor do impeachment de Bolsonaro, no 7 de setembro).

PORTUGAL DA ESCRAVATURA DA MODERNIDADE

Dois acusados em caso de escravatura laboral no Alentejo

Ministério Público acusou dois intermediários de proprietários das herdades, que angariavam mão de obra da Europa de Leste, exploravam os trabalhadores, chegando a agredi-los e expulsá-los de casas onde viviam por protestarem.

Segundo o Expresso (link is external), o Ministério Público de Évora acusou os dois indivíduos, que são irmãos e naturais do leste europeu, do crime de tráfico de pessoas e propôs a sua expulsão do território nacional.

Os dois acusados aliciavam pessoas do mesmo país, com difícil situação económica, a quem prometiam trabalho em Portugal na agricultura. Depois, transportavam esses trabalhadores para o Baixo Alentejo, levavam-nos para trabalharem em herdades e alojavam-nos em locais sobrelotados.

"Tendo contratado a prestação de trabalho com os proprietários das herdades, angariavam, controlavam e exploravam os estrangeiros, visando obter elevados lucros financeiros com essa atividade, a despeito dos direitos dos trabalhadores", refere o SEF, que detetou e investigou o caso.

"Em inúmeros casos, perante o protesto dos trabalhadores, estes foram ameaçados pelos arguidos, agredidos fisicamente e expulsos das habitações, tendo sido deixados sem alojamento e sem alimentação", acrescenta o SEF.

Os dois indivíduos serviam, pois, de intermediários entre os patrões das herdades e os trabalhadores, não celebravam contratos de trabalho e mantinham-nos a trabalhar em condições desumanas.

Os trabalhadores também não recebiam horas extraordinárias, subsídios de férias e natal, assim como não tinham direito a férias remuneradas. "Descontavam-lhes do vencimento acordado o pagamento das rendas das casas onde pernoitavam, o transporte para os locais de trabalho, assim como despesas com alimentação, água, luz e gás".

Parece pouco provável que os senhores destes negócios na agricultura, que grassam pelo Baixo Alentejo, não soubessem desta situação de escravatura laboral.

Esquerda.net

Portugal | O PRESIDENTE MORREU

Morreu Jorge Sampaio, o Presidente que chorava de emoção

Foi Presidente da República de 1996 a 2006. Antes esteve quase seis anos à frente da Câmara de Lisboa e três como líder do PS, tendo perdido as legislativas de 2001 para Cavaco Silva. Licenciado em Direito, nasceu em Lisboa a 18 de setembro de 1939.

O antigo Presidente da República Jorge Sampaio morreu esta sexta-feira aos 81 anos, disse à Lusa fonte da família. O ex-chefe de Estado estava internado desde o dia 27 de agosto no Hospital de Santa Cruz, em Lisboa (foi transferido do Algarve), após dificuldades respiratórias. A sua situação clínica tinha-se agravado nos últimos dias.

Era o Presidente que os portugueses estavam habituados a ver chorar. Começou naquele dia de 1995, ainda de pré-campanha para as eleições presidenciais de janeiro seguinte - em Coimbra, Jorge Sampaio cedeu à emoção, o rosto ficou vermelho, as lágrimas a correrem e a voz embargada a lembrar os tempos das lutas académicas, das lutas contra a ditadura salazarista.

Era um homem de lágrima fácil, mas também capaz de dar a maior bronca em público a quem o irritasse. Os portugueses não estavam habituados a que um político lhe entrasse pela casa adentro a chorar e Sampaio, nesse aspeto, teve o dom de humanizar a política.

Antes de Belém, Jorge Sampaio chegou à presidência da Câmara Municipal de Lisboa em 1989, deixando para trás alguém que também viria a ocupar o Palácio de Belém - Marcelo Rebelo de Sousa. Nessa luta eleitoral, conseguiu o grande feito político de juntar em coligação o PS e o PCP.

Anunciou a candidatura à Presidência da República numa jogada de antecipação, não fosse o então líder do PS, António Guterres, optar por outro candidato. Escolheu simbolicamente a Reitoria da Universidade de Lisboa, enquanto na esfera política oposta, Cavaco Silva alimentava o tabu sobre as presidenciais.

A 14 de janeiro de 1996, os portugueses escolheram-no para Presidente da República - venceu com 53,9% contra os 46% de Cavaco, que tinha mesmo decidido avançar. Sampaio conseguia assim a desforra das legislativas de 1991, quando era líder do PS, e foi derrotado pelo então primeiro-ministro que conseguiu a segunda maioria absoluta para o PSD.

O trabalho levado a cabo pelos homens do terreno, sobretudo Pedro Reis e António Manuel, tinha dado excelente resultado. Foi um trabalho árduo, Sampaio tinha saído derrotado das legislativas, era presidente da Câmara Municipal de Lisboa mas seria conhecido no Portugal profundo?

Foi esse Portugal que quis conhecer nos 10 anos de Presidência, numa política de forte proximidade com os portugueses, nas jornadas ou nas semanas temáticas. Indo a fundo nos problemas, dizendo o que considerava estar mal, tantas e tantas vezes incomodando o governo do seu próprio partido. Quer nas áreas da Educação e na Saúde, ou obrigando Guterres a demitir ministros, como aconteceu com Armando para depois da polémica sobre a criação da Fundação para a Prevenção e Segurança Rodoviária.

Austrália ainda favorece lucros sobre herança aborígene

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Ramona Wadi* | Strategic Culture Foundation

A Rio Tinto pode alegar que “não se orgulha de muitas partes da nossa história no Marandoo”, mas a legislação até agora favoreceu as corporações gigantes e sua exploração de terras, escreve Ramona Wadi.

Em maio do ano passado, a gigante mineradora Rio Tinto virou manchete depois de explodir o local sagrado aborígine Jukaan Gorge em Pilbara, na expansão de sua mina de minério de ferro. O consentimento oficial do governo australiano para a destruição foi dado à Rio Tinto em 2013 e, apesar de evidências históricas serem descobertas um ano depois, incluindo artefatos e ligações com o patrimônio ancestral, nenhuma renegociação foi feita, porque a Lei do Patrimônio Aborígine não permite uma reconsideração.

Os esforços para mudar a lei, que favorece as mineradoras, foram adiados desde 2012. As alterações propostas em 2014 geraram protestos entre as comunidades indígenas devido à falta de consulta aos indígenas e à ausência de vias de recurso contra projetos de mineração.

Naquela época, o porta-voz da oposição para Assuntos Aborígenes, Ben Wyatt, havia declarado : “A herança aborígine não é algo que o governo possa legar ao povo aborígine. Já existia muito antes de o governo chegar aqui na Austrália Ocidental. ”

EUA fala em "evitar tensões" mas continua a provocar a China

Biden e Xi discutem como evitar conflito EUA-China em meio às tensões entre os dois países

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O presidente dos EUA, Joe Biden, e o presidente da China, Xi Jinping, tiveram uma conversa telefónica nesta sexta-feira (10), a primeira entre os dois líderes desde fevereiro. Xi e Biden discutiram a necessidade de evitar que a concorrência entre as duas maiores economias do mundo vire um conflito.

Em um comunicado, os Estados Unidos informaram que Biden e Xi tiveram uma "discussão ampla e estratégica", incluindo áreas onde os interesses e os valores convergem e aquelas em que divergem.

Um alto funcionário norte-americano disse à Reuters que os líderes se focaram em questões econômicas, alterações climáticas e COVID-19.

"O presidente Biden sublinhou o interesse persistente dos Estados Unidos na paz, estabilidade e prosperidade no Indo-Pacífico e no mundo em geral, e os dois líderes discutiram a responsabilidade de ambas as nações para garantir que a concorrência não se transformará em um conflito", segundo o comunicado da Casa Branca.

Por sua vez, Xi disse a Biden que as relações sino-americanas enfrentam "dificuldades sérias" por causa da política dos EUA em relação à China. O governo chinês apelou para uma comunicação mais profunda sobre as principais questões internacionais e manutenção de contato a vários níveis.

"O mundo beneficiará se a China e os EUA cooperarem. Mas o mundo sofrerá se a China e os EUA se confrontarem", indica o comunicado de Pequim, citado pelo segundo South China Morning Post.

As duas nações devem mostram "a coragem estratégica e política para impulsionar as relações China-EUA de volta para o caminho certo do desenvolvimento estável o mais rápido possível", sublinhou o presidente da China.

Sputnik | Imagem: © AFP 2021 / Jim Watson


Grupo de ataque do porta-aviões USS Carl Vinson dos EUA ingressa no mar do Sul da China

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Anteriormente, o Exército de Libertação Popular (ELP) da China expulsou o destróier de mísseis guiados USS Benfold após a embarcação passar próximo do recife de Mischief, nas ilhas Spratly.

O grupo de ataque do porta-aviões USS Carl Vinson ingressou no mar do Sul da China pela primeira vez durante o destacamento deste ano, informou a Frota do Pacífico dos EUA.

"O grupo de ataque realiza operações de segurança marítima, que incluem operações de voo com aeronaves de asa fixa e rotativa, exercícios de ataque marítimo e treinamento tático coordenado entre unidades de superfície e aéreas [...] As operações do porta-aviões no mar do Sul da China são parte da presença rotineira da Marinha dos EUA no Indo-Pacífico", comunicou.

Na quarta-feira (8), a Frota do Pacífico dos EUA anunciou que o navio de combate litoral USS Tulsa havia se unido ao grupo do USS Carl Vinson durante as "operações de presença" no mar do Sul da China, sendo a primeira vez que um navio deste tipo opera como parte de um grupo de ataque de porta-aviões na região.

Pela primeira vez, o navio de combate litoral USS Tulsa da 7ª Frota da Marinha dos EUA, é integrado ao grupo de ataque do porta-aviões Carl Vinson durante as operações no mar do Sul da China.

O USS Carl Vinson zarpou de San Diego no início de agosto, transportando o primeiro esquadrão de combate de caças furtivos F-35C Lightning II.

Pequim ainda não se pronunciou sobre o ingresso do grupo de ataque norte-americano na região.

Anteriormente, o Exército de Libertação Popular (ELP) da China expulsou o destróier de mísseis guiados norte-americano USS Benfold após a embarcação navegar próximo do recife de Mischief, nas ilhas Spratly, no mar do Sul da China, sem autorização de Pequim.

Sputnik | Imagens: © Reuters / Z.A. Landers/Marinha dos EUA; Twitter

EUA, IMPÉRIO DA DESGRAÇA DAS AMEAÇAS E DAS GUERRAS

Lloyd Austin: caso Al-Qaeda retorne ao Afeganistão Washington 'está preparado' para o enfrentar

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Na semana passada, Mark Milley, chefe do Estado-Maior Conjunto dos EUA, advertiu que uma guerra civil poderia começar em breve no Afeganistão, e que tal acontecimento poderia levar ao ressurgimento da Al-Qaeda (organização terrorista proibida na Rússia e em vários outros países) no país.

Miley falou à Fox News sobre a possibilidade do reaparecimento da Al-Qaeda no Afeganistão em um futuro próximo, dizendo que "há, pelo menos, uma probabilidade muito boa de uma guerra civil mais ampla [no Afeganistão] e isso, por sua vez, levará a condições que poderiam, de fato, levar a uma reconstituição da Al-Qaeda ou a um crescimento do Daesh [grupo terrorista proibido na Rússia e em outros países] ou de outros grupos terroristas" no país.

De igual modo, o secretário de Defesa dos EUA, Lloyd Austin, sugeriu que os militantes da Al-Qaeda podem estar planejando retornar ao Afeganistão, agora que a nação da Ásia Central está sob o domínio do Talibã (organização terrorista proibida na Rússia e em outros países).

Nenhuma lição aprendida da catástrofe afegã

Manlio Dinucci*

Não somos nós que o dizemos, mas o Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden: Washington nunca teve o objectivo de ajudar os afegãos e, ainda menos, de construir o seu Estado. Tudo o que os nossos meios de comunicação nos contaram, durante vinte anos, não foi senão propaganda.

No seu discurso de 16 de Agosto, na Casa Branca, o Presidente Biden fez uma declaração lapidária: "A nossa missão no Afeganistão nunca teve como objectivo a construção de uma nação, nunca teve a intenção de criar uma democracia unificada e centralizada". Uma pedra tumular, colocada pelo próprio Presidente dos Estados Unidos, na narrativa oficial que acompanhou, durante vinte anos, a "missão no Afeganistão", na qual a Itália também dispendeu vidas humanas e dinheiro público no valor de biliões de euros. "O nosso único interesse nacional vital no Afeganistão permanece hoje, o que sempre foi: evitar um ataque terrorista à pátria americana", explicou Biden. Mas as suas palavras são ensombradas pelo Washington Post que, desejando esvaziar o seu armário de esqueletos das ‘fake news’ espalhadas ao longo de vinte anos, emprega o título: "Os Presidentes e líderes militares dos Estados Unidos enganaram deliberadamente o público sobre a guerra americana mais longa, tra-vada no Afeganistão durante duas décadas".

O público tem sido "deliberadamente enganado" desde que, em Outubro de 2001, os Estados Unidos, flanqueados pela Grã-Bretanha, atacaram e invadiram o Afeganistão com a motivação de caçar Osama bin Laden, perse-guido como o instigador do ataque terrorista de 11 de Setembro (cuja versão oficial metia água por todos os lados). O verdadeiro objectivo da guerra era a ocupação deste território de importância geoestratégica primária, fazendo fronteira com as três antigas repúblicas soviéticas da Ásia Central (Turquemenistão, Uzbequistão e Tajiquistão) e com o Irão, o Paquistão e a China (a região autónoma de Xinjiang Uygur). Já nesta altura havia fortes sinais de uma aproximação entre a China e a Rússia: em 17 de Julho de 2001, os Presidentes Jang Zemin e Vladimir Putin assinaram o "Tratado de Boa Vizinhança e Cooperação Amigável", descrito como um "marco" nas relações entre os dois países. Washington considerava a aliança emergente entre a China e a Rússia como uma ameaça aos interesses dos EUA na Ásia, num momento crítico em que os EUA tentavam preencher, antes dos outros, o vazio deixado pela desagregação da URSS na Ásia Central. "Existe a possibilidade de surgir na Ásia um rival militar com uma base de recursos formidável", advertia o Pentágono num relatório de 30 de Setembro de 2001.

Portugal | SEF não dá contas de um milhão de € desaparecido

Um milhão de euros entregues pela Comissão Europeia a Portugal tem paradeiro desconhecido

O SEF não esclarece o paradeiro da quantia recebida em 2018 e 2019 que deveria apoiar o acolhimento de 409 refugiados em Portugal.

Há um milhão de euros entregues a Portugal pela Comissão Europeia com paradeiro desconhecido. A verba oculta destina-se a apoiar o acolhimento de refugiados, mas chegou ao SEF e deixou de ter rasto.

Por cada refugiado que Portugal acolhe no quadro do Programa de Reinstalação, o Estado recebe dez mil euros da Comissão Europeia. O valor é transferido para o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) que depois o deposita nas contas do Alto Comissariado para as Migrações. Ou seja, o SEF é apenas um intermediário. Não foi o que aconteceu neste caso, explica o jornal Público.

Pelo menos em 2018 e 2019, o SEF recebeu dez mil euros por cada refugiado, mas só 7500 foram entregues ao Alto Comissariado. Nesses dois anos, Portugal acolheu, ao abrigo da política europeia, pelo menos 409 pessoas que escaparam a países como o Iraque, o Afeganistão ou a Síria.

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