sexta-feira, 27 de maio de 2011

Timor Telecom assina contrato para desenvolvimento tecnológico no meio académico




MSO - LUSA

Díli, 27 maio (Lusa) -- A Universidade Nacional de Timor Lorosae e a Timor Telecom assinaram hoje em Díli um contrato para o desenvolvimento tecnológico no mundo académico.

Em declarações aos jornalistas, o reitor da Universidade, Aurélio Guterres, revelou que o projeto contratualizado ascende a 1,6 milhões de dólares, suportados pelo Orçamento Geral do Estado, cabendo à Timor Telecom a construção da rede universitária, acompanhamento e formação de recursos humanos.

De acordo com Manuel Amaro, administrador-delegado da Timor Telecom, a parceria hoje estabelecida com a Universidade servirá para atender às necessidades do meio académico e designadamente dos estudantes universitários, na área das tecnologias da informação e comunicação.

"A Timor Telecom, enquanto empresa nacional timorense marca presença na consolidação da sociedade da informação de Timor-Leste e o contrato hoje assinado representa a confiança que nos é depositada pela UNTL", disse.

Manuel Amaro salientou que o desenvolvimento sustentável do país tem na educação um pilar importante, pelo que se exige a modernização do sistema educativo, garantindo o acesso dos jovens à informação através das novas tecnologias.

"É o que se pretende com o projeto que vai ser desenvolvido, em que partilhamos as nossas competências e responsabilidades, informatizando o sistema de educação que é oferecido pelo Governo", frisou.

Manuel Amaro destacou ainda tratar-se de um projeto em que está envolvida uma entidade estatal, a Universidade pública, e o setor empresarial privado, através da TT, com o objetivo de proporcionar melhores condições ao ensino superior.
 
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CPLP estuda possibilidade de conselho de ministros extraordinário sobre a Guiné Bissau




CFF – LUSA

Lisboa, 27 mai (Lusa) - A CPLP está a estudar a possibilidade de realizar um Conselho de Ministros extraordinário sobre a Guiné-Bissau, disse hoje à Lusa o secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, João Gomes Cravinho.

"A presidência angolana da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) considera - e têm do nosso lado todo o apoio - que vale a pena fazer um Conselho de Ministros extraordinário especificamente para discutir como é que a CPLP pode apoiar a Guiné-Bissau, nomeadamente na reforma do setor de segurança", disse João Gomes Cravinho.

O secretário de Estado, que falava à Agência Lusa à margem de uma conferência sobre reconciliação na Guiné-Bissau, que decorre até domingo em Lisboa, explicou que a realização da reunião "não está completamente confirmada".

"Compete à presidência angolana decidir se se avança ou não, se há condições, nomeadamente se há suficientes ministros" que possam participar na referida reunião extraordinária.

Os ministros dos Negócios Estrangeiros da CPLP vão reunir-se em julho em Luanda no Conselho de Ministros anual da organização.

Espanha - 15-M: DA INDIGNAÇÃO À REVOLUÇÃO – OS DESAFIOS DE UM NOVO MOVIMENTO





En Lucha - [Joel Sans, Tradução de Diário Liberdade] Os acampamentos se estenderam como um rastro de pólvora. Em praticamente 100 praças de todo o Estado espanhol está se vivendo uma explosão de participação impressionante que continua para além das eleições de 22 de maio. Esta explosão, não obstante, não sai do nada. Soma-se aos exemplos de lutas por toda a Europa que vivemos nos dois últimos anos e tem uma conexão com as revoluções no mundo árabe, encabeçadas pelos jovens desempregados e sem futuro.

Não estamos somente perante uma revolta social pelo contexto de crises e de ataques do governo do PSOE. Trata-se também de uma revolta política que se opõe justamente à política oficial e institucional e à reduzida democracia atual.

Os acampamentos que estão se levando a cabo nas diferentes cidades dos Estados constituem um autêntico desafio ao marco institucional. Até o momento, já confrontaram com êxito a proibição de acampar durante a jornada de reflexão. Muito mais se pode conseguir se são ampliadas as suas forças.

Esta revolta tem elementos de grande importância. Em primeiro lugar, rompeu com o pessimismo generalizado; criou, com o seu exemplo, um novo ambiente que nos assinala que o povo pode e tem vontade de lutar. Em segundo lugar, mostra-nos a capacidade de envolvimento, criatividade e organização coletiva que temos nós, aquelas pessoas mais afetadas pela crise. Ao mesmo tempo, os acampamentos, com suas assembleias, estão assinalando o que pode ser uma democracia real, organizada desde baixo; mostram na prática que há alternativas ao parlamentarismo e ao “votar a cada quatro anos”. Por último, tem um alto conteúdo de protestos anticapitalistas, pedindo alternativas concretas e globais ao sistema atual. A palavra revolução passou a formar parte do vocabulário cotidiano de milhares de ativistas.

Houve multidões de movimentos ao longo da história que cresceram enormemente, mas que depois diminuíram. Como está passando com os acampamentos, em um primeiro momento o movimento impacta a situação, rompe os limites estabelecidos e cria um novo marco de mobilização. Seu impulso inicial faz com que mais e mais gente se some, dando mais impulso ao movimento. O movimento se encontrará com obstáculos. Se não se começar a conquistar vitórias, haverá um momento no qual o movimento poderá estancar e diminuir ruidosamente. Isto ocorreu muitas vezes ao longo da história. O mais recente foi o movimento estudantil contra Bolonha há dois anos. Depois de três ou quatro meses de efervescência, com ocupações de faculdades e reitorias, o movimento não conseguiu seus objetivos, não soube manter-se e o curso seguinte foi que as universidades se mantiveram na calmaria.

O maio de 68 é outro exemplo de um grande auge e uma grande caída. No que pese a sua vertiginosa ascensão, o movimento criativo e revolucionário dos jovens nas universidades, e o movimento dos trabalhadores, mais influenciados pela esquerda institucional e os sindicatos moderados, não convergiram completamente. As propostas e energias dos estudantes não chegaram a se fusionar com os trabalhadores em greve. Depois de três semanas, a maior greve da história era desconvocada pelos grandes sindicatos e o movimento terminava, em troca de umas pequenas concessões salariais. As propostas de transformação radical da sociedade foram frustradas.

É por isso que é importante pensar no movimento atual para além dos primeiros dias e projetar aquelas orientações que permitam fortalecer ao máximo o movimento e, ao mesmo tempo, ganhar algumas vitórias que o mantenham. Isto significa falar de estratégia: o que fazemos para parar os cortes sociais, que tipo de mobilizações fazem dano ao sistema, como conseguimos passar de um movimento de dezenas de milhares de pessoas para um de centenas de milhares ou milhões? Ainda que os acampamentos tenham, todavia, uma enorme energia de sua fase inicial, faz falta projetar este tipo de questões para continuar quando se modere o impulso.

Da praça à cidade

Os acampamentos são um grande espaço de organização, de aprendizagem, de conscientização e de visualização de ideias. No entanto, ainda que se ocupe uma praça, fica todo o resto da cidade. Por isso mesmo é importante evitar a tentação de pensar que em uma só praça podemos construir a sociedade que queremos. As praças não devem ser um fim em si mesmo, mas um foco para que a luta se estenda para além de seus limites. Em várias cidades, como Madrid e Barcelona, já se deu um passo que pode ser chave: organizar assembleias e ações nos bairros. Isto permite levar a mensagem do movimento a muitas pessoas mais e que muitas mais possam ser envolvidas com ele, com assembleias nas quais se pode trabalhar e participar mais facilmente.

A extensão geográfica ajuda a ter um apoio social para manter os acampamentos de pé. Ainda assim, devemos saber que as ocupações das praças, as concentrações e os panelaços não têm uma força material que pressione os poderes para mais além de seu simbolismo e de suas mensagens. É por isso que, além de manter os acampamentos, devemos planejar como fazer dano lá onde fere mais aos poderosos, ou seja, na economia.

Das ruas aos centros de trabalho

Na economia encontramos um ponto débil do sistema capitalista. A maior parte das pessoas que estão nas praças acampando e fazendo assembleias são trabalhadoras. Os poderosos insistem que os chefes são os que fazem com que as coisas funcionem. Mas tudo o que existe e que valorizamos na sociedade atual é produto do trabalho. Se os trabalhadores e as trabalhadoras deixam de trabalhar o sistema para. Necessitamos, pois, transportar a energia dos acampamentos para os locais de trabalho, onde a classe trabalhadora produz tudo aquilo que o sistema necessita para acumular vorazmente mais e mais lucros.

Se conseguirmos generalizar as assembleias das praças em assembleias nos locais de trabalho, se conseguimos que as concentrações na rua se transformem em greves, em seguida estaremos dando um passo importantíssimo. A enorme energia, valentia e criatividade demonstrada nos acampamentos necessita confluir com a grande força material que tem a classe trabalhadora e que já mostrou, ainda que somente pontualmente, na greve geral de 29-S.

A ideia da greve geral está começando a se esboçar em muitos acampamentos. Mas, como chegamos a ela?

No momento, os acampamentos não têm muitos vínculos diretos com os centros de trabalho. Se conseguirmos, teremos mais capacidade para impulsionar greves. Para isso também devemos buscar alianças com os sindicatos combativos que existem mais além do CCOO e UGT. Sindicatos como a CGT, o SAT em Andaluzia, a IAC em Catalunha, o ELA e LAB em Euskal Herria, que se opuseram ao pacto das pensões e que propugnaram uma linha de mobilização contra os cortes sociais e os efeitos da crise. Mais ainda, também é importante tecer alianças com todos os sindicatos combativos, estejam no sindicato que estejam.

Esta necessária confluência entre os acampamentos e o movimento dos trabalhadores está mais acelerada em Catalunha, onde os agressivos cortes do governo de direita de CiU levou a fortes mobilizações na saúde já antes dos acampamentos. Nos últimos dias, várias marchas de trabalhadores e trabalhadoras (de hospitais, de telefonia e bombeiros) terminaram na Praça Catalunha ocupada. O acampamento já mostrou sua solidariedade com o setor público em luta e se somou a suas convocatórias. São exemplos de lutas a reforçar e generalizar por todo o Estado.

O papel das organizações

Se os vínculos com o sindicalismo combativo levam a debates, há outro tema cadente nos acampamentos, o sentimento antipartidário. É um sentimento são, se temos em conta o papel que desempenharam os partidos de esquerda nos últimos anos. Não se trata somente do PSOE, que aplicou cortes duríssimos desde o governo. Partidos como Izquierda Unida não fizeram muito para mobilizar na situação de crise que nos encontramos. Inclusive temos exemplos como o de ICV-EUiA na Catalunha, que ficou no governo da Generalitat durante 8 anos, ficando como cúmplice das políticas neoliberais que se levaram a cabo.

É importante evitar que os partidos que se dizem de esquerda e que simplesmente querem formar parte do jogo institucional cooptem o movimento. Mas também devemos saber que existem organizações políticas de um caráter completamente distinto. Há organizações anticapitalistas, que não têm nenhuma pretensão de conseguir transformações através das instituições, mas que põem todos os seus esforços para construir a mobilização desde a base. Organizações que estão participando de forma honesta no movimento atual, aportando sua experiência ao mesmo tempo em que aprende nele. Este é o tipo de organização que os companheiros e companheiras do En Lucha formamos parte para conseguir uma mudança radical nesta sociedade. Negar o papel destas organizações no movimento não ajuda a construí-lo.

O movimento atual levanta numerosos desafios que vão aumentar caso se continue crescendo. É por isso que avançar nos debates estratégicos, ao mesmo tempo em que se organizam entre si os ativistas anticapitalistas que querem uma transformação total desta sociedade e construir um movimento amplo e radical, é um passo necessário para superar os desafios e generalizar a revolta.

*Traduzido para Diário Liberdade por Gabriela Blanco

Brasil: NOVO IMPOSTO À PREVIDÊNCIA PROMETE GUERRA PATRONAL POR R$ 82 BI




ANDRÉ BARROCAL – CARTA MAIOR

Para liberar folha de salário de tributo destinado à Previdência, ministério da Fazenda recua e compromete-se com centrais sindicais a apoiar criação de imposto sobre vendas. Troca, se concretizada, vai impor redistribuição fiscal de R$ 82 bilhões entre setores diferentes da economia. Grandes doadores de campanhas, empreiteiras ganham e bancos perdem.

BRASÍLIA – Dia 2 de junho, técnicos dos ministérios da Fazenda e da Previdência Social e representantes das centrais sindicais vão começar uma rodada de reuniões para traçar cenários de arrecadação do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) a partir de um imposto novo, incidente nas vendas das empresas. A novidade substituiria a tradicional contribuição previdenciária patronal com base nos salários dos funcionários. E tem tudo para provocar uma verdadeira guerra dentro do empresariado, por conta de uma bilionária redistribuição tributária.

O aceno de que o governo topa criar um imposto sobre faturamento, para financiar as contas da Previdência, como compensação por desonerar a folha de salários, foi dado pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, em reunião com dirigentes das centrais na última quarta-feira (25/05). “Ele disse que vai desonerar 100% da folha e que a contribuição será transferida para o faturamento”, conta o secretário-geral da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Quintino Severo, presente à reunião.

A posição manifestada pelo ministro representa um recuo da própria equipe econômica. Em 2008, ainda no governo Lula, a Fazenda propôs ao Congresso mudar a Constituição para cortar um pedaço da contribuição à Previdência Social que as empresas pagam em cima da folha salarial.

A ideia era reduzir, ao longo de alguns anos, a alíquota de 20% para 14%. Motivo: ajudar as empresas brasileiras que empregam muito a enfrentar concorrentes internacionais que não têm o mesmo custo. “Esse é um dos fatores que reduzem nossa competitividade, sobretudo nos setores intensivos em mão de obra”, diz o secretário-executivo da Fazenda, Nelson Barbosa.

Desde o início, no entanto, as centrais sindicais espernearam contra a proposta, temerosas de que tirar receitas do INSS poderia lhe causar problemas de caixa no futuro, alimentando planos privatizadores do sistema previdenciário. Defendiam que o governo não deveria fazer cortesia aos empresários com dinheiro dos trabalhadores. Se fosse para abrir mão, ainda que de forma parcial, da contribuição patronal à Previdência, que se instituísse alguma outra fonte de receita para o INSS, diziam.

Pressionado, o governo Lula não fez esforço para os parlamentares votarem o projeto, mas a ideia nunca saiu da cabeça do ministério da Fazenda. Mantida pela presidenta Dilma Rousseff, a equipe de Guido Mantega tinha, nas atuais negociações da reforma tributária, desengavetado o plano de desonerar a folha de salários. Mas não havia dito ainda, até agora, que aceitava adotar alguma compensação.

Racha patronal: problema político

O compromisso com a fórmula compensatória vinha sendo evitado porque tem potencial para criar problemas políticos para o governo, por conta do impacto no empresariado. No ano passado, a contribuição patronal ao INSS com base nos salários foi de R$ 82 bilhões, 28% das receitas da Previdência. A proposta de 2008 cortava aquela arrecadação em cerca de R$ 25 bilhões e dizia que o governo se encarregaria de cobrir a diferença e que o próprio crescimento da economia ajudaria.

Agora, com a troca do imposto sobre a folha por um sobre faturamento, haverá uma redistribuição do recolhimento de R$ 82 bilhões à Previdência. Quem paga mais atualmente, como empreiteiras, indústrias têxtil e calçadista, setor naval, por exemplo, terá um alívio. Quem tem vida boa - empresa com vendas altas e emprego baixo –, sofrerá mais. Entram na mira, por exemplo, setores mais informatizados, como bancos, telefônicas, comércio e serviços em geral.

Um tipo de redistribuição da carga fiscal como este foi feito no início da década passada, quando o governo (primeiro Fernando Henrique, depois Lula) mudou as regras de dois tributos também incidentes no faturamento (PIS e Cofins). E não faltou polêmica, porque os setores que ganharam ficaram encolhidos, enquanto os perdedores foram para cima do Congresso fazer lobby e tentar minimizar os prejuízos.

Isso deve se repetir agora. A substituição da contribuição sobre a folha por outra sobre faturamento depende de aprovação do Congresso. Se empreiteiras são grandes financiadores de campanha de deputados e senadores, os bancos também são.

Por isso que os trabalhadores ainda estão cautelosos ao comentar os sinais emitidos pelo ministro da Fazenda. “Só ficaremos satisfeitos se garantir que a Previdência Social não terá prejuízo”, afirma Quintino Severo, da CUT.

Os trabalhadores também pressionam o governo para que aqueles setores que vão ser agraciados com menos imposto se comprometam a contratar mais funcionários ou a pagar salários menores, em vez de simplesmente transformar em lucro o que economizarão em pagamentos à Previdência.

NOVA LEI AMBIENTAL PODE PREJUDICAR CREDIBILIDADE BRASILEIRA NO EXTERIOR





Com a aprovação do novo Código Florestal, a produção agrícola no Brasil pode voltar a ser associada ao desmatamento, já que a derrubada de árvores pode aumentar com as mudanças na lei ambiental.

A mesma plateia que aplaudiu as iniciativas brasileiras para frear o desmatamento e impulsionar o mundo rumo ao desenvolvimento sustentável, agora volta a olhar o cenário com preocupação.

"O afrouxamento das leis ambientais para favorecer a agricultura terá uma repercussão negativa. Afinal, o aumento da produção (agrícola e pecuária) terá um custo ambiental à custa da Amazônia, que tem toda essa percepção no exterior", avalia Fabíola Zerbini, secretária-executiva da Forest Stewardship Council, FSC, no Brasil.

A organização é baseada em Bonn, na Alemanha, e no Brasil é conhecida como Conselho Brasileiro de Manejo Florestal. O selo da FSC é encontrado em diversos produtos nos supermercados europeus, originários de florestas com manejo certificado – com garantia de boas práticas ecológicas, benefícios sociais e viabilidade econômica.

A Europa, que recebe boa parte dos produtos agrícolas e da carne de origem brasileira e exige cada vez mais responsabilidade ambiental, pode voltar a ficar desconfiada. Em conversa com a Deutsche Welle, Marina Silva faz uma previsão pouco animadora.

"O desmatamento vai aumentar, com prejuízo para as florestas, para a biodiversidade, para os recursos hídricos e prejuízo duplo para a agricultura, porque mina as bases naturais do nosso desenvolvimento e também porque, novamente, o agronegócio brasileiro vai ser associado ao desmatamento", advertiu nesta quarta-feira (25/05) a senadora e ex-ministra do Meio Ambiente.

Amarras para agricultura

O tema é controverso. Flávio Viegas, presidente da Associtrus, Associação Brasileira de Citricultores, diz que o setor é a favor do novo texto, aprovado na madrugada desta quarta-feira. "E rejeitamos a pecha de antiambientalistas e destruidores da natureza. A nossa posição é a do Brasil, de forma geral", disse à Deutsche Welle.

O setor é responsável por 60% da produção mundial de suco de laranja, e faz do Brasil o campeão de exportações do produto. Segundo Viegas, o cenário brasileiro de citricultura é composto por 90% de pequenos produtores, cujas propriedades têm menos de 60 hectares.

Na visão da Associtrus, o Código Florestal vigente, de 1965, destoa da realidade da agricultura brasileira. "E inviabiliza muitas atividades. Em Santa Catarina, por exemplo, as maçãs são plantadas em encostas. O café é plantado em região de encosta em Minas Gerais. Quanto à produção de leite, os pastos ficam em encostas de montanhas", argumenta Viegas, se referindo à proibição de atividade econômica em área de proteção permanente, APP, conforme a lei ainda vigente e prestes a mudar.

Entre os produtores de laranja, o desrespeito mais comum ao código é a ausência de reserva legal. Segundo a legislação, toda a propriedade é obrigada a manter uma área de mata nativa que não pode ser desmatada. O novo texto aprovado pelos deputados isenta os pequenos produtores da obrigatoriedade de recompor a reserva legal em propriedades de até quatro módulos fiscais – um módulo pode variar de 40 hectares a 100 hectares. Bildunterschrift: Plantação de soja no Mato Grosso

Na contramão

Marina Silva não se deixa convencer pelos argumentos dos produtores e vê, ao longo de todo o texto da proposta do novo código, pequenos incentivos para o aumento do desmatamento. A suspensão do embargo automático, por exemplo, é um dos pontos citados pela ex-ministra.

Segundo o decreto assinado ainda no governo Lula, quando o Ibama constatava um desmatamento ilegal, a área em questão era embargada. "Quem plantasse, comprasse e transportasse os produtos dessa área era passível também de ser punido. E automaticamente os créditos para os embargados eram vedados. Agora isso tudo está suspenso."

Para Flávio Viegas, a legislação atual beira a inviabilidade. "Gostaríamos que esse Código Florestal brasileiro fosse aplicado em todos os países do mundo, inclusive na Europa, o que seria inviável. O nível de proteção no Brasil é muito superior ao da Europa. "A representante da FSC chama a atenção para outro caso polêmico – e que envolve os europeus: "A China nunca priorizou o meio ambiente, mas todo mundo continua comprando os produtos agrícolas chineses."

No caso do Brasil, que propaga internacionalmente uma postura mais sustentável, o caso pode ser diferente. "Se haverá efeito comercial, não podemos dizer. Mas pode ser que venham retaliações do campo público", supõe Fabíola Zerbini.

A decisão final sobre as alterações do Código Florestal vai passar pelas mãos de quem é considerado o maior plantador de soja do mundo. Blairo Maggi, empresário e senador, foi eleito pelo Mato Grosso – estado responsável por 480 km2 do total de 593 km2 desmatados na Amazônia entre março e abril de 2011, segundo dados de satélites do Inpe. O Senado prevê que a discussão do texto possa durar até quatro meses, antes de seguir para a sanção da presidente, Dilma Rousseff.

Autora: Nádia Pontes - Revisão: Roselaine Wandscheer

Espanha-Madrid: CONCENTRADOS EN LA PUERTA DEL SOL 15M – “BARCELONA NO ESTÁ SOLA"


Los concentrados en Sol levantan flores en solidaridad con los desalojados en Barcelona- (MARÍA CRESPO)

MARÍA CRESPO - CADENA SER

"Éstas son nuestras armas", han gritado los ciudadanos concentrados en Sol mientras sostenían margaritas, violetas, rosas y claveles de diferentes colores

Jóvenes, familias y ancianos permanecen concentrados frente a la Real Casa de Correos de la Puerta del Sol en solidaridad con los indignados que han sufrido la fuerte carga policial en Barcelona.

"Me pasaron un link por Twitter y viví en directo la brutalidad policial" - dice Cristina, mientras sostiene una margarita amarilla. Ha venido a la Puerta del Sol "un día más" con otros dos amigos: "Es una brutalidad que ataquen a gente que estaba sentada en el suelo con los brazos en alto. No hay derecho".

Desde las siete de la tarde se han escuchado consignas como "Vergüenza me daría ser policía", "Los indignados somos mayoría", "No caía agua, caían lágrimas de pena por Barcelona", y también gritos pidiendo la dimisión del conseller de Interior catalán, Felip Puig.

"Brutal, innecesario, avergonzante..."

Son algunos de los calificativos que utilizan los miles de ciudadanos que, entre gritos y aplausos, han recibido por megafonía la noticia de que "el campamento de Barcelona está reconstruido". "Hemos venido por la pena que nos ha dado la violencia en Barcelona", ha afirmado Pilar, una madrileña con trabajo acompañada por su hija. Lola lleva una flor, pero impresa en una hoja de papel porque no entiende "la violencia extrema contra una sentada pacífica que representa el sentir de miles de ciudadanos".

"La limpieza por parte de los Mossos ha sido un éxito. Se llevaron la apatía, la desilusión, el cansancio y las dudas. Sólo habéis conseguido provocar más indignación", se puede leer en la Puerta del Sol. Los grupos de trabajo continúan debatiendo sobre el futuro del movimiento y sobre qué puntos básicos se aglutinará a los 'indignados'. Este sábado a las 12 del mediodía continúa el debate en barrios y pueblos de Madrid.

Barcelona: RECONSTRUIDO EL CAMPAMENTO DE PLAZA DE CATALUNYA


Los ocupantes de Plaza de Catalunya reconstruyen el camapamento. / CARLES RIBAS

DANI SÁNCHEZ / ALBA CASANOVAS,  Barcelona – EL PAÍS

“Hay que ir rápido. Necesitamos toda la ayuda posible”. El desmantelamiento de la concentración de indignados que la policía ha llevado a cabo esta mañana en la plaza de Catalunya ha provocado un efecto llamada. La dura actuación policial ha dado nuevas fuerzas a un movimiento que se había apagado en los últimos días. Los Mossos d’Esquadra han necesitado seis horas de despliegue esta mañana para que las brigadas de limpieza desmontaran la acampada, pero justo después de su retirada de la plaza de Catalunya ha empezado la operación reconstrucción, animada por una afluencia de protestantes a media tarde era muy superior a la de días anteriores.

Los presentes levantan de nuevo las tiendas con improvisadas estructuras a base de cajas de cartón, cuerdas, telas y garrafas llenas de agua a modo de contrapeso. Desde la comisión de infraestructuras se ha hecho un llamamiento para que la gente traiga de forma desinteresada el material necesario para levantar la acampada. Piden toldos, mesas, fregonas, bridas e incluso megáfonos. Las infraestructuras, sin embargo, no es el tema prioritario de los indignados. “El desalojo ha servido para reanimar el movimiento social y de reflexión” que se vive desde hace dos semanas, asegura Paula Domínguez, de 34 años, que manifiesta que es lo que de verdad mueve “a continuar con la acampada”.

La capacidad de organización está sorprendiendo a los participantes e incluso a la gente anónima que se acerca a la plaza para ver las consecuencias de la actuación policial. Como Lara, que ha llegado con su coche cargado de frutas y de sillas. “Toda ayuda es poca”, asegura mientras descarga a toda prisa el maletero. El objetivo, volver levantar la plaza antes de que a las 19 horas miles de personas se concentren en el lugar para protestar contra la carga policial. El único rincón que se ha salvado del desmantelamiento ha sido la biblioteca. “Hemos puesto todos los libros en cajas cuando hemos visto que se acercaban los Mossos de Esquadra”, explicaban un grupo de jóvenes que volvían a colocar los tomos. Se los habían llevado a toda prisa a un portal de uno de los indignados.

Los centenares de pancartas que los servicios de limpieza han retirado también han empezado a ser repuestos por nuevos carteles que los concentrados pintan con spray sobre cartones. La mayoría de los nuevos lienzos tenían como referencia la operación policial de esta mañana. Se podían leer lemas como “Esta es su democracia” y “No nos callarán”, aunque el más compartido era el de “Resistencia pacífica”. Sobre la actuación de los Mossos, los ahí congregados se han amparado en el artículo 21 de la Constitución Española para rechazarlo. Una chica lo sostenía entre sus manos y gritaba que “se reconoce el derecho de reunión pacífica y sin armas. El ejercicio de este derecho no necesita autorización previa”, insistía. “Estaba sentado en el suelo y me han aporreado para sacarme de ahí”, explica Alexis Camacho, que ha insistido en que “no se podía hablar con la policía, se han llevado todo por delante aunque no causábamos ninguna disputa”.

Espanha-Barcelona: PRAÇA DA CATALUNHA INUNDADA POR PROTESTO




ASP -LUSA

Barcelona, Espanha, 27 mai (Lusa) -- Milhares de pessoas, muitas delas com as mãos pintadas de branco ou segurando flores, encheram a Praça da Catalunha, em Barcelona, em protesto contra a ação policial que hoje desmantelou o acampamento de protesto que ali se encontrava há vários dias.

"Está muito mais gente do que ontem (quinta-feira) e do que hoje de manhã. A praça não tem nada a ver com o que estava ontem. Está tudo calmo, mas a praça cheia e as ruas de acesso também cheias", disse à Lusa Vanda Gaspar, uma turista de Lisboa que se encontra em visita a Barcelona, onde chegou na quinta-feira.

"Vê-se algumas pessoas com as mãos pintadas de branco. E algumas pessoas com as flores nas mãos. E ouvem-se aplausos de apoio às concentrações", contou à Lusa.

O protesto simbólico, que coincide com ações idênticas em várias outras praças de Espanha, pretende condenar a ação violenta da polícia que hoje desmantelou o acampamento de protesto que estava no local há mais de uma semana.

Em Valência, milhares de pessoas manifestaram-se nas ruas do centro da cidade, incluindo em frente à Delegação do Governo, transportando nas mãos flores como símbolo de apoio aos removidos da praça em Barcelona.

Flores viram-se também em protestos na praça Puerta del Sol, em Madrid, e noutras cidades espanholas.

Figuras da cultura da CPLP rejeitam decisão do Governo de não apoiar Cena Lusófona




LUSA

Coimbra, 27 mai (Lusa) -- Cento e vinte figuras da cultura dos países de língua portuguesa contestam a decisão do Governo português de não apoiar a associação Cena Lusófona, alertando para o risco de desaparecimento da organização, foi hoje anunciado.

Manuel Maria Carrilho (ex-ministro da Cultura), Pires Laranjeira (professor de Literaturas e Culturas Africanas), Manuel Frexes (antigo secretário de Estado da Cultura) e José Manuel Pureza (professor de Relações Internacionais e cabeça-de-lista do BE por Coimbra às próximas eleições) são alguns dos subscritores de um apelo enviado ao Governo.

"Esta situação determina o desaparecimento da associação a curtíssimo prazo e, em consequência, o abandono dos relevantes projetos de intercâmbio teatral em curso e em preparação com parceiros institucionais e agentes culturais nos países da Comunidade dos Países da Língua Portuguesa (CPLP)", lê-se no texto da petição.

Julgamento do caso "Filha Rebelde" devia ser motivo de interesse - general Garcia dos Santos




CP - LUSA

Lisboa, 27 mai (Lusa) - O general Garcia dos Santos considerou que o julgamento sobre a peça de teatro acerca da filha do último diretor da PIDE dá a "sensação de que estamos a andar para trás", lamentando a falta de interesse sobre o assunto.

Garcia dos Santos falava hoje à agência Lusa à saída da audiência do julgamento, em Lisboa, de dois ex-diretores do Teatro D. Maria II e da autora da adaptação do livro "A Filha Rebelde", sobre a filha do último diretor da PIDE-DGS, acusados de difamação por dois familiares de Silva Pais.

Garcia dos Santos considerou que "devia ter sido dada mais projeção em termos de publicidade ao que se está a passar (julgamento do caso "Filha Rebelde") relativamente ao assunto a que este julgamento diz respeito", por achar que "estas coisas devem ser do conhecimento público e tratadas de uma maneira diferente do que me pareceu que foi hoje", uma vez que a sala estava praticamente vazia.

"Muitas coisas que estão a vir a público nos últimos tempos dão a sensação de que estamos a andar para trás, lamento-o e tenho esperança de que o país não vá mesmo para trás", afirmou, referindo-se à falta de interesse por este julgamento.

Na barra do tribunal estão os dois antigos diretores do Teatro Nacional D. Maria II, Carlos Fragateiro e José Manuel Castanheiro, e a autora da adaptação do livro de José Pedro Castanheira e Valdemar Cruz, "A Filha Rebelde", levada à cena em 2007, com encenação de Helena Pimenta.

A acusação recai sobre Margarida Fonseca Santos, Carlos Fragateiro e José Manuel Castanheira, acusados de difamação e ofensa à memória do último diretor da PIDE, Silva Pais.

Os queixosos, sobrinhos de Silva Pais, falecido em janeiro de 1981, pedem uma indemnização de 30.000 euros.

Questionado pela Lusa sobre se considera necessário haver um novo 25 de abril, Garcia dos Santos -- major que juntamente com Otelo Saraiva de Carvalho constituiu um dos cérebros da revolução de 1974 -- respondeu que não.

"Nem pensar. Acho é que há determinadas coisas que deviam acontecer e não acontecem no nosso país. Por exemplo, acho que as pessoas que são responsáveis, que cometem disparates e coisas que não são corretas deviam ser responsabilizadas", disse.

O que eu quero dizer com isto em "termos muito corriqueiros é que deviam rolar cabeças e não rolam", preconizou.

Argumentando que quando exerceu funções de responsabilidade e tinha pessoas sobre a sua alçada sempre que cometiam asneiras "à primeira vez avisava-as, à segunda talvez ainda talvez avisasse mas à terceira já saltava a cabeça em cima dos ombros".

"E é pena que isto não aconteça, porque isto nada tem a ver com democracia. (...) Democracia exige mais disciplina e mais responsabilidade e se não for assim o exemplo que dão essas pessoas que cometem disparates e não são castigadas é muito mau, porque os outros dizem se aquele faz porque é que não hei-de fazer também, se aquele rouba porque não hei-de roubar também, e isto pode ser uma situação imparável e é uma pena que isto esteja a acontecer no nosso país", concluiu, sem especificar a quem se referia.

Portugal: CHANTAGEM NA SIC PARA FORÇAR ADESÃO A RESCISÕES




JORNALISTAS

O Sindicato dos Jornalistas (SJ) acusa a Comissão Executiva da SIC de estar a pressionar os trabalhadores para conseguir adesões ao “Programa de Rescisão Amigável” que está em vigor até 17 de Junho, com a ameaça de que, se o resultado não for o desejado, a Administração pode vir a recorrer a “soluções previstas nas anunciadas alterações da legislação laboral”.

Em comunicado, que a seguir se transcreve na íntegra, o SJ considera que a forma como foi apresentado o referido programa “configura uma descarada chantagem que só vem confirmar os piores receios deixados pela recente mensagem do presidente da SIC, Francisco Pinto Balsemão, que acompanhou a informação sobre o desempenho da empresa no primeiro trimestre”.

Balsemão faz chantagem com anunciada revisão da lei laboral

1. A Comissão Executiva da SIC comunicou ontem, ao final do dia, aos trabalhadores, a abertura, até ao dia 17 de Junho próximo, de um “Programa de Rescisão Amigável”, no âmbito do qual se propõe pagar a cada trabalhador que aceite rescindir o seu contrato de trabalho uma compensação equivalente a 1,25 do valor médio da retribuição certa mensal dos 12 últimos meses, por cada ano de antiguidade na empresa.

2. “Em função do desfecho deste processo”, remata a comunicação, a Administração “poderá implementar, ou não, outras medidas no âmbito da reestruturação relacionada com a área dos recursos humanos, eventualmente recorrendo a soluções previstas nas anunciadas alterações da legislação laboral”.

3. O SJ considera que a forma como esta comunicação é feita configura uma descarada chantagem que só vem confirmar os piores receios deixados pela recente mensagem do presidente da SIC, Francisco Pinto Balsemão, que acompanhou a informação sobre o desempenho da empresa no primeiro trimestre.

4. Este “Programa” da Administração da SIC constitui mais uma prova de que há empregadores, infelizmente em grande número, que conseguiram impor a ideia de que para vencer a crise é necessário reduzir os direitos laborais, ansiando agora pela rápida aprovação das medidas anunciadas para tornar os despedimentos mais fáceis e mais baratos.

5. De facto, tal mensagem significa que um número não determinado de trabalhadores só pode escolher, em prazo muito curto, entre sair de imediato com uma indemnização que a empresa pretende apresentar como razoável ou sair a seguir em condições muito piores, dilema que traduz uma forma de pressão absolutamente inaceitável que não se compagina com os princípios da boa fé negocial.

6. O SJ apela aos jornalistas ao serviço da SIC para que se mantenham unidos e combatam esta ofensa, reafirmando claramente e sem hesitar que, além das duas alternativas apresentadas, existe uma terceira muito mais justa – o direito à manutenção do emprego!

Lisboa, 27 de Maio de 2005

A Direcção

REVOLUÇÃO DOS INDIGNADOS TOMA CONTA DA ESPANHA




“SE VOCÊS NÃO NOS DEIXAM SONHAR, NÓS NÃO OS DEIXAREMOS DORMIR”


O mar de indignados que tem se formado em dezenas de cidades da Espanha nos últimos dias, a exemplo das revoltas árabes, faz ver a força do povo e também os contornos de uma nova sociedade na qual os governos não têm mais total controle sobre a informação e sobre a população de forma geral. Tanto nas revoltas árabes quanto agora na Espanha as redes sociais deram uma importante contribuição inicial aos protestos, servindo para organizar e estimular a população.

Na Espanha, há um regime democrático, no entanto, o clima de instabilidade política, econômica e social é evidente o que fez com que os manifestantes gritassem por uma democracia de fato. A corrupção mina as oportunidades no país e atinge principalmente os mais jovens, o resultado é um elevado índice de desemprego entre eles. Neste sentido, a revolução espanhola, também conhecida como 15-M, já entra para a história ao mostrar que a luta popular não termina na democracia, pelo contrário, uma vez nesta é que a batalha começa, justamente para que a democracia se exerça de fato, para que a política seja cidadã e participativa, não simplesmente uma esfera à parte da sociedade, onde predominam as mentiras e a corrupção.

O mais interessante de todo movimento que está sendo desencadeado na Espanha é perceber como não é só a política que está corrompida, como também boa parte da mídia direitista do país. Os manifestantes protestam contra a mídia conservadora que encobre a todo custo a corrupção enquanto rotula os manifestantes de comunistas acusando-os, inclusive, de manterem ligações com o ETA (Grupo Separatista Basco). Um mídia leviana e irresponsável. Daqui a pouco é hora do Brasil se mexer, afinal, em toda essa descrição, qualquer semelhança conosco não é mera coincidência…

Veja trecho de artigo sobre o assunto publicado pela Carta Maior com link por meio do qual pode-se acompanhar, ao vivo, a ação dos manifestantes:

Cresce na Espanha a Revolução dos Indignados

Por Armando G. Tejeda – La Jornada

A Junta Eleitoral Central da Espanha proibiu em todo o país qualquer manifestação desde a zero hora de sábado até às 24 horas de domingo, dia das eleições municipais, em uma clara alusão às mobilizações do movimento cidadão Democracia Real Já que, desde o último domingo, ocorrem em repúdio ao modelo político e econômico vigente e que já se espalharam em escala nacional.

Alfredo Peréz Rubalcaba, ministro do Interior, declarou que o governo só esperava o pronunciamento da junta eleitoral para decidir se ordena à polícia dispersar os manifestantes. Enquanto isso, milhares de cidadãos indignados na Porta do Sol, em Madri, na Praça da Catalunha, em Barcelona, na Praça do Pilar, em Zaragoza, e no Parasol da Encarnação, em Sevilla, entre outras, voltaram a romper o cerco policial e, uma vez mais, repudiaram a política, banqueiros e empresários.

O movimento que iniciou no dia 15 de maio, chamado 15-M ou a “revolução espanhola”, cresceu quinta-feira com panelaços que reuniram multidões em dezenas de cidades de todo o país para exigir a mudança de um sistema que consideram injusto. A revolta cresce a cada hora. Começou com uma convocatória nas redes sociais e internet para repudiar a corrupção endêmica do sistema e a falta de oportunidades para os mais jovens e acabou se estendendo para a comunidade espanhola na Itália, Inglaterra, Estados Unidos e México, entre outros países. (Texto completo)

M15 - Madrid: Governo espanhol está a estudar a hipótese de evacuar a Porta do Sol





Governo regional de Madrid e comerciantes contestam a ocupação da praça

O Governo espanhol está a estudar a possibilidade de evacuar a praça da Porta do Sol em Madrid, ocupada há 11 dias pelos “indignados”. Os comerciantes e o governo local estão a pressionar o Governo para que ponha fim aos protestos.

O acampamento na Porta do Sol de Madrid está nesta sexta-feira de olhos postos em Barcelona, onde a Praça Catalunha foi evacuada pela polícia numa acção que causou mais de uma centena de feridos. O ministro do Interior espanhol, Alfredo Pérez Rubalcaba, já disse que está a ser avaliada a possibilidade de evacuar a praça de Madrid.

“Vou analisar a situação com a polícia e depois tomaremos uma decisão”, disse Rubalcaba em conferência de imprensa. No Ministério do Interior foram recebidas várias queixas apresentadas pelo governo local e pelos comerciantes que dizem estar “reféns de acções ilegais”.

Na Porta do Sol estão ainda acampadas centenas de pessoas, sobretudo jovens mobilizados através das redes sociais que contestam o aumento do desemprego, a “corrupção” entre os responsáveis políticos ou a lei eleitoral que favorece os grandes partidos.

A Confederação do Comércio de Madrid e a associação que representa os comerciantes da Porta do Sol apresentaram esta manhã um manifesto em que denunciam a “ocupação da via pública” e a “desastrosa imagem” que é dada de Madrid. E referem sobretudo uma quebra nas vendas que rondará os 70 por cento. Na Porta do Sol trabalham cerca de 25 mil pessoas e os comerciantes alegam que estão impedidos de contratar mais trabalhadores e de abrir as esplanadas neste início de época alta.

Aos empresários juntou-se o governo regional, reforçado pela vitória do Partido Popular nas últimas eleições. O secretário-geral do PP em Madrid, Francisco Granados, adiantou ao “El País” que já pediu ao Ministério do Interior que dê início ao despejo porque “está a ser posto em causa o Estado de direito e a liberdade de livre circulação de pessoas”, para além de estarem a ser prejudicados os comerciantes “que criam empregos e estão desamparados pela inacção do Governo”. E adiantou: “Uma cidade não pode ficar sequestrada por pessoas que não sabem sequer o que reivindicam e não respeitam o Estado de direito.”

No domingo passado, dia de eleições, os “indignados” decidiram não levantar o acampamento e permanecer mais uma semana, e no próximo domingo deverão decidir se ficarão mais tempo na Porta do Sol.

Protestos-Espanha: Acessos a Barcelona congestionados devido a protesto de estudantes




ASP - LUSA

Barcelona, Espanha, 27 mai (Lusa) -- Um protesto de cerca de 500 estudantes que hoje cortaram a avenida Diagonal em Barcelona, em apoio aos manifestantes na Praça da Catalunha, está a causar o caos nos acessos à cidade, com filas que atingem seis quilómetros.

Os estudantes, que levaram para a estrada cadeiras, mesas e placards em apoio aos manifestantes que ocuparam a Praça da Catalunha, têm o trânsito cortado desde cerca das 12:00 locais (11:00 em Lisboa).

"O trânsito está cortado. Há um cordão humano de estudantes que cortou a avenida", disse à Lusa Vanda Gaspar, uma turista portuguesa que estava a passar na zona na altura em que começou o protesto.

Os estudantes estão em solidariedade com os manifestantes que se concentram na Praça da Catalunha, onde hoje a policia carregou contra grupos que resistiram à tentativa das autoridades para desocuparem a praça.

Cerca de 120 pessoas ficaram feridas nessas cargas policiais, durante as quais se ouviram disparos para o ar, que já tinham sido presenciados por Vanda Gaspar, que relatou à Lusa a tensão que se vivia no local.

''Esta é a sua democracia'': porradas e balas de borracha contra acampamento pacífico





DIÁRIO LIBERDADE

Diário Liberdade - A polícia autonômica catalã carregou violentamente contra centenas de pessoas acampadas na praça da Catalunha, em Barcelona.

Um número indeterminado de pessoas feridas é o resultado de um ataque policial explicado oficialmente por motivos de "higiente e salubridade" e para permitir que o espaço seja ocupado na noite de hoje pela torcida do FC Barcelona, que hoje joga a final da Liga dos Campeões.

Os 'Mossos d'Esquadra' despregaram numerosos elementos fortemente armados a partir das 7 da manhã de hoje, exigindo o abandono da praça por centenas de pessoas que mantinham o acampamento. Em resposta, mais e mais pessoas chegaram ao local em apoio ao acampamento do movimento 15M.

A escusa para o despejo da praça foi, segundo o diretor-geral da polícia, Manuel Prat, a "limpeza" da praça. A resistência pacífica de centenas de pessoas acabou sendo respondida com uma violenta carga dos fardados.

O número de pessoas feridas pelas porradas e disparos de bolas borracha cresce a cada momento, e na altura são 89. Mas o espaço foi só temporariamente desocupado: ao que parece o número crescente de manifestantes que se achegavam ao local para apoiar o acampamento, acabou por quebrar o cordão policial que bloqueava o acesso ao espaço público. Nesse momento, os corpos policiais, desorganizados e fragmentados, tiveram literalmente que fugir. A praça da Catalunha voltou a ser ocupada por centenas de pessoas que mantêm a mobilização ao grito de ''chamam-na democracia, mas não é" e "esta é a sua democracia".

O Governo autonômico da Catalunha teria pedido hoje o despejo de todos os acampamentos na Comunidade. Segundo as informações que chegam, o de Lleida terá sido já desalojado. Já em Badalona, a ação repressiva foi frustrada e as e os manifestantes resistiram no local.

Hoje às 19:00 haverá uma concentração na praça da Catalunha para protestar contra a ação desta manhã. Será realizada em vários locais com protestos, manifestações e acampamentos inseridos no Movimento 15M.


Barcelona: Los 'indignados' recuperan la plaza de Catalunya tras la retirada de la policia





Dos detenidos y 121 heridos leves, 37 de ellos policías, es el resultado de la carga policial contra los acampados del 15-M que se ha producido esta mañana en Barcelona. Tras una tensa mañana, los acampados han recuperado la plaza de Catalunya sobre las 13.00 horas y los antidisturbios han abandonado el lugar al considerar que ya habían acabado su cometido que, oficialmente, era limpiarla. La operación conjunta entre los Mossos d'Esquadra y la Guardia Urbana se ha iniciado a las 7.00 de la mañana en la plaza de Catalunya para que los acampados del movimiento 15-M abandonaran el lugar temporalmente y así asear la zona por "motivos de salubridad". Sin embargo, los indignados han rechazado en asamblea retirarse para permitir el trabajo de las brigadas de limpieza. "Esto no es limpieza, es un desalojo", gritaban algunos de los acampados.

Las primeras cargas se han producido pasadas las 9.00 de la mañana. Los mossos han rodeado a un grupo de unos 200 acampados en el centro de la plaza, donde han permanecido tranquilos aunque gritando contra la intervención policial. A su alrededor, los operarios de limpieza han retirado el campamento instalado por los indignados en los últimos días. Los incidentes se han localizado en el perímetro de la plaza cuando decenas de jóvenes se han sentado en el suelo tratatando de bloquear el paso de los vehículos policiales y de los servicios de limpieza.

En el lado que da a la Rambla de Catalunya, los mossos han abierto a la fuerza una vía para permitir el paso de los coches de limpieza. Al menos, una treintena de vehículos han desfilado portando todo tipo de objeto: desde tiendas de campaña, carpas, carcerolas, pancartas, carteles, sacos de dormir, propaganda, ordenadores y comida. La policía ha afirmado que los indignados podrán recuperar sus pertenencias el lunes en Montjuïc aunque no les resultará fácil: las imágenes de la montaña de objetos parecen más propias de un vertedero.

Las violentas imágenes de la carga policial, trufadas con manifestantes con flores en la mano, han dado paso después a la marcha de los policías. Cientos de personas han decidido entonces continuar concentradas en la plaza mientras algunos han vuelto a montar nuevas tiendas. Por otra parte, una docena de personas han sido trasladadas a centros sanitarios. La mayoría de los heridos sufren contusiones y heridas por los golpes de porra de los agentes.

El portavoz del Gobierno catalán, Francesc Homs, ha defendido a primera hora de la mañana la actuación policial al asegurar que estaba destinada exclusivamente a que las brigadas de limpieza asearan la zona por "seguridad y orden público". La versión no ha satisfecho a ningún partido de la oposición. El Partit dels Socialistes (PSC) ha considerado que el consejero de Interior de la Generalitat, Felip Puig, "se ha extralimitado" con la acción policial ante su "incapacidad de negociación y de diálogo" con los acampados. Y en parecidos términos se ha expresado Iniciativa per Catalunya (ICV-EUiA). “¿Realmente hacía falta hacer esto? ¿Qué peligrosidad tiene un ordenador, unas firmas y la comida?” se ha preguntado el secretario general de ICV, Joan Herrera, que ha asegurado que con la intervención policial se ha vulnerado el derecho de reunión y la libertad de expresión. El líder ecosocialista ha defendido que la acampada estaba siendo “ejemplar” y el comportamiento de los indignados era “cívico, democrático y participativo”, informa Ivanna Vallespín. Según Herrera, el gobierno de la Generalitat “se moría de ganas” de desalojar la plaza y los ha acusado de “generar un problema donde no lo había”.

Los equipos de limpieza han retirado material susceptible de ser utilizado en caso de que se produzcan disturbios mañana tras la final de la Liga de Campeones, entre el Barça y el Manchester. Manel Prat, director general de la Policía, ha justificado el desalojo afirmando que habían localizado objetos contundentes como bombonas de butano o tochos que es mejor que no estén mañana en la plaza en el caso de producirse disturbios tras la final de la Champions. Interior ha recordado que en situaciones de potenciales disturbios callejeros, como el caso de mañana, la policía retira habitualmente botellas, los contenedores de basura y de reciclaje y otros objetos en las zonas acotadas. La policía recomienda a los acampados que no se concentren mañana por la noche en la plaza aunque no se les prohibirá regresar el domingo.


Brasil: FATOS EM FOCO




Hamilton Octavio de Souza- de São Paulo – Correio do Brasil

Incongruência

Dez entre dez empresários não querem a saída de Antonio Palocci da Casa Civil, entendem que a confiança do mercado no governo poderia ser abalada. Só resta então satisfazer a curiosidade da imprensa empresarial em querer saber quem comprou e quais foram os serviços prestados pela “consultoria” do ministro. Afinal, o que um deputado federal do PT teria a vender para grandes empresas ao ponto de ter faturado R$20 milhões em 2010?

Mais lucro

Sob a denominação de “desoneração”, conhecido jargão neoliberal, o governo federal caminha para reduzir impostos e contribuições sociais recolhidos com base na folha de pagamentos das empresas. Estima-se a perda de receita do INSS em R$50 bilhões no ano. Questão básica: quem vai arcar com a reposição desses recursos públicos? As empresas vão aumentar seus lucros – mas como fica o sistema público de saúde e aposentadoria?

Só dinheiro

A mídia burguesa tem enaltecido a siderúrgica CSA, montada com capital estrangeiro associado com a Vale, que opera há pouco tempo e já aparece como a 2ª maior exportadora de aço do Brasil. Omitem que a população de Santa Cruz, no Rio de Janeiro, está sofrendo terrivelmente com a poluição da empresa. É mais uma prova de que o poder valoriza o econômico e ignora o ser humano e o meio ambiente.

Destruição

O avanço do agronegócio e da monocultura da soja acelerou o desmatamento no Estado de Mato Grosso: só em abril a área destruída atingiu 243 quilômetros quadrados, aumento de 537% em relação ao ano passado. O Instituto Centro de Vida identificou dezenas de novos focos de desmatamento em Nova Ubiratã, Santa Carmem, Cláudia, entre outros. O Ibama alega que não dispõe de pessoal para fazer a fiscalização.

Desmatamento

Deu no site Tapajós Livre: “A presidenta Dilma Rouseff deve assinar Medida Provisória autorizando a desafetação das áreas atingidas por três usinas do Complexo Tapajós pertencentes a cinco Unidades de Conservação. Com essa canetada, e contra a opinião dos técnicos responsáveis da área, a União abrirá mão da proteção de 140.000 ha de floresta numa região considerada de capital importância na luta contra o desmatamento e a perda de biodiversidade da Amazônia”. É o fim da picada!

Ato violento

Mais de 500 famílias foram violentamente despejadas de suas casas, dia 18 de maio, em Barra do Riacho, município de Aracruz (ES), pela tropa de choque da Polícia Militar. Tiveram suas casas destruídas para que a área fosse entregue à especulação imobiliária de grandes empresas. Em nota, a Associação Brasileira dos Advogados do Povo pede a interferência de autoridades para assegurar moradia e respeito aos direitos humanos.

Concentração

Segundo a Advocacia-Geral da União, a presidente Dilma Rousseff ajuizou, dia 20, no Supremo Tribunal Federal, ação de inconstitucionalidade contra a lei municipal 416/2008, de Augustinópolis, no Tocantins, que permite à prefeitura conceder alvará de rádio comunitária no âmbito daquele município. É claro que a Constituição concentra esse poder na União, mas bem que poderia deixar isso livre para cada município. Por que não?

Discriminação

Mobilizados em campanha salarial, os trabalhadores da Nestlé em Feira de Santana, na Bahia, reivindicam equiparação salarial aos trabalhadores de São Paulo, já que o piso na capital paulista é R$980,00 e o nas unidades do nordeste é de R$750,00; a ajuda alimentação é R$330,00 em São Paulo e de R$260,00 em Feira de Santana; além de outras diferenças em hora extra, adicional noturno etc. Eles pedem o fim da discriminação.

Mobilização já

Reunida no dia 18 de maio, a executiva nacional da CUT aprovou resolução em que critica o discurso dominante – do governo, empresariado e mídia – sobre a inflação. A central conclama a sua base para realizar “as mais ousadas mobilizações e a desenvolver as mais arrojadas e exigentes pautas de reivindicações”. E adverte que a agenda recessiva penaliza a classe trabalhadora. Resta saber se as direções sindicais vão acatar a orientação!

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