quinta-feira, 6 de outubro de 2011

A PRIMAVERA NORTE-AMERICANA




MAIR PENA NETO – DIRETO DA REDAÇÃO

A primavera árabe, elogiada nos meios de comunicação como movimento popular pelo fim das tiranias naquela parte do mundo, pode estar se repetindo onde menos se esperava: no coração financeiro do planeta, de onde emana o modelo que o leva a um impasse de grandes proporções, que ameaça sua própria sobrevivência. O movimento "Ocupar Wall Street", embora ainda sem objetivos muito bem definidos e sem a mesma atenção midiática dispensada aos povos árabes, está colocando o dedo na ferida do capitalismo financeiro e arregimentando cada vez mais pessoas.

Manifestações pacíficas, aplaudidas em outros cantos do mundo, naturalmente não são bem-vindas no quintal norte-americano, ainda mais quando decidem acampar no distrito financeiro de Nova York. Na praça Tahir, pode, na Porta do Sol, vá lá, mas em Wall Street não. A democracia dos Estados Unidos tratou seus pacíficos cidadãos a cassetetes e gás de pimenta, quando se dirigiam ao local. Mais de 700 pessoas foram presas pelo "crime" de se manifestarem contra uma ordem mundial que causa crise, recessão e desemprego.

Mas o tiro está saindo pela culatra. Assim como nas praças árabes, a repressão gera mais mobilização, e diversas categorias profissionais aderem ao movimento. A solidariedade começa a se espalhar por outras cidades dos Estados Unidos e o movimento cresce, aparece e luta pelo que o presidente Obama não conseguiu. Inverter a ordem do jogo em que ricos ficam cada vez mais ricos e os pobres cada vez mais numerosos. O desemprego nos EUA atinge cerca de 20 milhões de pessoas, enquanto os bônus nos grandes bancos e empresas movimentam fortunas ofensivas, principalmente em tempos de crise e déficit fiscal elevado.

Qualquer tentativa de elevação de imposto, taxação dos mais ricos ou algo que o valha é bombardeada pelos republicanos e pelo setor conservador da sociedade, que não entrega os anéis, mas periga perder os dedos. O movimento norte-americano se organiza pelas redes sociais e funciona de forma horizontal, sem lideranças definidas. Na praça Tahir também não havia lideranças claras, mas a persistência do povo egípcio derrubou o governo.

Os manifestantes norte-americanos não pedem a cabeça de Obama, mas em seu protesto ainda difuso está a revolta contra o domínio do capital financeiro sobre o país. Os americanos de lá perderam suas casas na crise do subprime e seus empregos no repique da convulsão econômica, da qual o país não conseguiu emergir. Para um país forjado por sua classe média deve ser insuportável conviver com tanta desigualdade social, ameaçando sua democracia política.

O movimento ainda irá enfrentar mais repressão policial e boicote midiático. Seu futuro é incerto. Mas pela solidariedade que tem despertado e o envolvimento de categorias de peso, como o sindicato nacional dos trabalhadores do setor siderúrgico (USW), com mais de um milhão de filiados, pode ganhar massa muscular e conquistar corações e mentes de um país que não se mobiliza de forma abrangente desde os protestos pelo fim da guerra do Vietnã.

*Jornalista carioca. Trabalhou em O Globo, Jornal do Brasil, Agência Estado e Agência Reuters. No JB foi editor de política e repórter especial de economia

Timor-Leste: Novo chefe das FDTL aposta nos recursos humanos e profissionalização




MSE - LUSA

Díli, 06 out (Lusa) - Lere Anan Timur, novo chefe das Forças de Defesa de Timor-Leste, considera que quando há apoio nada é difícil e que a aposta nos recursos humanos é determinante para a profissionalização dos militares timorenses.

Em entrevista à agência Lusa, o major-general, hoje promovido, começou por explicar que a "transição de um comando para um outro comando é normal para qualquer instituição".

Questionado pela agência Lusa se será difícil substituir o major-general Taur Matan Ruak, que pediu a demissão do cargo no final de agosto, Lere Ana Timur explicou que "não é difícil" quando se trabalha em conjunto.

"Não é difícil. É difícil, como disse, quando nós trabalhamos isoladamente. Mas quando estamos juntos, quando há uma direção coletiva, um bloco da direção bem sólido eu penso que tudo é possível", afirmou o major-general.

O novo chefe das forças de defesa de Timor-Leste disse também que não vai trabalhar "isolado".

"Eu vou trabalhar com outros meus camaradas, companheiros, militares e eles vão apoiar-me e nós vamos apoiar-nos mutuamente", disse.

Ainda em relação ao major-general Taur Matan Ruak, o novo chefe das Falintil-Forças de Defesa de Timor-Leste disse que a "instituição conta sempre com ele".

"Ele foi o primeiro comandante e contamos com ele, porque a instituição é sempre dele e como ele disse ele vai deixar metade do coração junto à instituição", salientou.

Sobre o que considera ser a grande prioridade das forças de defesa de Timor-Leste, Lere Anan Timur destacou o fator humano e a sua formação.

"Para desenvolver uma instituição e em particular, as forças de defesa de Timor-Leste, para serem profissionalizadas é preciso incidir a maior atenção nos recursos humanos ou como uma preocupação prioritária para a instituição", afirmou.

Segundo o major-general, só "tendo recursos humanos capacitados, treinados é que se pode profissionalizar recursos humanos".

Para Lere Anan Timur, o Estado, o governo, "sem dúvida, que vão querer condições para que as Forças de Defesa de Timor-Leste possam cumprir cabalmente a sua missão".

"Quanto mais o Estado ou Governo criarem condições mais responsabilidade, mais exigências o governo fará a esta instituição", disse.

Novas chefias militares assinalam início da mais "importante mudança" nas forças armadas




MSE - LUSA

Díli, 06 out (Lusa) - O Presidente de Timor-Leste, José Ramos-Horta, considerou que o dia de hoje "fica assinalado na história das FALINTIL-FDTL como o princípio da mais importante mudança da liderança militar desde a restauração da independência".

"A passagem do senhor major-general Taur Matan Ruak à disponibilidade e à vida civil corresponde ao início de um processo que conduzirá a uma mudança gradual de geração no topo da liderança militar. Os veteranos da guerra de libertação darão, pouco a pouco, lugar à nova geração", afirmou o chefe de Estado timorense.

José Ramos-Horta falava na cerimónia de saída de Taur Matan Ruak e de tomada de posse das novas chefias militares do país.

"O General Lere Anan Timur herda hoje a elevada responsabilidade do comando máximo de uma força militar que está entre as instituições mais respeitadas na Nação. Com a direção e orientação estratégica impulsionada por Kay Rala Xanana Gusmão e continuada pelo general Taur Matan Ruak, as FALINTIL-FDTL tornaram-se uma força isenta, apartidária, prestigiada e que inspira confiança a toda a Nação", continuou José Ramos-Horta.

No seu discurso, Ramos-Horta lembrou também a crise política e de segurança em 2006, quando decidiu que as forças de defesa deviam tomar posições estratégicas em Díli.

"Foi, talvez, uma situação inédita - chamar militares a protegerem o governo civil, democrático, legítimo. Mas a situação resultou e teve ainda o efeito salutar de ajudar a restaurar o moral das forças e a auto-confiança dos seus homens, cujo orgulho saíra ferido da crise interna", salientou Ramos-Horta.

Para o Presidente timorense, "devido à herança de Kay Rala Xanana Gusmão e de Taur Matan Ruak, as FALINTIL-FDTL estão na linha da frente da estabilidade" e o país na linha da frente do desenvolvimento social pacífico.

Angola: UNITA REALIZA XI CONGRESSO EM DEZEMBRO DESTE ANO




SIC NOTÍCIAS - LUSA

Luanda, 06 Out (Lusa) - A UNITA, maior partido da oposição angolana, marcou o seu XI congresso, para os dias 13 a 16 de dezembro, depois de pressão exercida por membros desta força política.

O congresso foi convocado hoje pelo líder do partido, Isaías Samakuva, depois de uma reunião do Comité Permanente, que mandatou o presidente da UNITA para a convocação do congresso.

Isaías Samakuva, na ocasião, exortou a todos os membros e militantes do partido a "se compenetrarem no espírito de dignificação deste grande evento, que marcará o ponto de partida para os desafios que 2012 [ano de eleições] reserva".

*Foto em Lusa

NOBEL DA PAZ PARA… JOSÉ EDUARDO DOS SANTOS




ORLANDO CASTRO*, jornalista – ALTO HAMA

O jornal português Público revela alguns dos potenciais candidatos ao Nobel da Paz, que amanhã será conhecido.

Certamente por um congénito complexo colonialista, como diriam os ortodoxos do regime angolano, esquecem-se de indicar aquele que mais tem feito para manter, ou até aumentar, a percentagem de angolanos na miséria (68%): José Eduardo dos Santos.

Por alguma razão o Jornal de Angola (órgão oficial do regime) escrevia recentemente: “Os media portugueses pelo menos deviam reconhecer o que José Eduardo dos Santos tem feito para que os portugueses não vão ao fundo com a crise. Eles mais do que ninguém deviam propor o seu nome para Prémio Nobel da Paz”.

Recordam-se (eu sei que já foi há muito, muito tempo) que no  dia 10 de Março de 2009, PS, PSD, CDS-PP e PCP elogiaram os esforços do Presidente (não eleito e há 32 anos no cargo) angolano, José Eduardo dos Santos, na consolidação da democracia (que se calhar até gostariam de ver transplantada para Portugal), e congratularam-se com o aprofundamento das relações entre Portugal e Angola?

As relações são mais e quase exclusivamente entre Portugal e o MPLA, entre Portugal e família dona de Angola (clã Eduardo dos Santos). Mas isso é, obviamente, irrelevante desde que ajude a atestar os bolsos dos políticos portugueses e a manter a vaca com muito leite em todas as tetas.

Democracia angolana, digo eu, deve ser aquela coisa a propósito da qual Ana Gomes, então membro da missão de observação eleitoral da União Europeia nas segundas eleições multipartidárias, disse:

“São legítimas as dúvidas que foram levantadas por partidos políticos e organizações da sociedade civil sobre a votação em Luanda”; “Posso apenas dizer que a desorganização foi bem organizada”;“À última da hora, foram credenciados 500 observadores por organizações que se sabe serem muito próximas do MPLA”; “Parece que alguém não quis que as eleições fossem observadas por pessoas independentes”; “As eleições em Luanda decorreram sem a presença de cadernos eleitorais nas assembleias de voto e isso não pode ser apenas desorganização...”

Nessa altura, o Bloco de Esquerda acabou por ficar isolado nas críticas à “falta de democracia” em Angola, com os restantes partidos a valorizarem os esforços do Presidente angolano para a paz e para a democracia, só faltando – e essa falta constitui matéria da facto passível de ser considerada crime contra a humanidade - a indicação de que Eduardo dos Santos deveria ser proposto por Portugal (sê-lo-á um dia destes, estou certo) para o Nobel da Paz.

É natural. Percebo que (com excepção do BE) PSD e PS queiram ser donos da verdade e que, por isso, se identificam com todos aqueles que são donos, estejam onde estiverem.

Quanto ao PCP, continua igual a si mesmo, ou não fosse um dos pais do MPLA, ou não fosse o principal responsável pelo facto do MPLA estar no poder em Angola desde 11 de Novembro de 1975.

Em relação ao CDS, já lá vai e está mais do que enterrado o partido que Freitas do Amaral, Adelino Amaro da Costa, Lucas Pires ou até mesmo Ribeiro e Castro ajudaram a singrar.

Em declarações aos jornalistas, o deputado do BE João Semedo criticou a “perseguição política, violação dos direitos humanos e de liberdade de imprensa” em Angola, sublinhando – em 2009 - que aquele país tem “o mesmo presidente da República há 30 anos”.

Mas tudo isto, e o muito mais que se vai sabendo, é claro, nada significa se comparado com os dólares da Sonangol. Tão simples quanto isso.

Quanto ao resto, enquanto a Sonangol, MPLA, José Eduardo dos Santos e os seus comparsas portugueses deixarem, os homens erectos (eu sei que são cada vez menos) continuarão a dizer que:

- No ranking da corrupção divulgado pela Transparência Internacional, Portugal aparecia o ano passado na 32ª posição, Cabo verde na 47ª, Brasil na 80ª, São Tomé e Príncipe na 121ª, Moçambique na 126ª, Timor-Leste na 145ª, Guiné-Bissau na 158ª tal como Angola.

- Em Angola, mais de 68% da população vive em pobreza extrema e a taxa estimada de analfabetismo é de 58%.

- Em Angola, a dependência sócio-económica a favores, privilégios e bens é o método utilizado pelo MPLA para amordaçar os angolanos.

- Em Angola, o silêncio de muitos, ou omissão, deve-se à coação e às ameaças do partido que está no poder desde 1975.

- Em Angola, a corrupção política e económica é, hoje como ontem, utilizada contra todos os que querem ser livres.

- Em Angola, o acesso à boa educação, aos condomínios, ao capital accionista dos bancos e das seguradoras, aos grandes negócios, às licitações dos blocos petrolíferos, está limitado a um grupo muito restrito de famílias ligadas ao regime no poder.

*Orlando Castro, jornalista angolano-português - O poder das ideias acima das ideias de poder, porque não se é Jornalista (digo eu) seis ou sete horas por dia a uns tantos euros por mês, mas sim 24 horas por dia, mesmo estando (des)empregado

Festival da Lusofonia conta este ano com mostra gastronómica dos países de língua portuguesa




PNE - LUSA

Macau, China, 06 out (Lusa) - O Festival da Lusofonia em Macau vai apresentar este ano pela primeira vez, entre os dias 20 e 30 deste mês, uma mostra gastronómica dos países de língua portuguesa num restaurante local com a participação de chefes lusófonos.

Portugal, Brasil, Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Timor-Leste, São Tomé e Príncipe, a par de Goa, Damão e Diu vão dar a conhecer ao longo de dez dias as respetivas culturas coexistentes em Macau, o único local na China a acolher uma iniciativa do género pelo seu papel político-estratégico de plataforma com os países de língua portuguesa.

O Festival da Lusofonia e a Semana Cultural da China e dos Países de Língua Portuguesa enquadram-se no Plano de Ação para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e a lusofonia, salientou hoje em conferência de imprensa a secretária-geral adjunta do Secretariado Permanente do Fórum Macau, Rita Santos.

Esse plano de ação, assinado em novembro de 2010 na 3.ª conferência ministerial do Fórum Macau, "realça a necessidade de existir um maior intercâmbio cultural entre a China e os países de língua portuguesa e Macau tem um papel de relevo a desempenhar", sustentou a responsável na apresentação do cartaz do evento.

Neste contexto, o Festival da Lusofonia conta este ano com um orçamento e programa reforçados, resultando de um investimento de 6,85 milhões de patacas (644 mil euros) do Secretariado Permanente do Fórum Macau e de 1,7 milhões de patacas (160 mil euros) do Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais de Macau (IACM).

Alguns dos principais pontos turísticos de Macau, como o cenário arquitetónico português das Casas Museu da ilha da Taipa e o Largo do Senado, serão o palco do festival dirigido à população local e visitantes da Região e que pretende "refletir a especificidade de Macau que é este encontro das culturas da China e dos países lusófonos", observou Rita Santos.

O cartaz alarga-se pela primeira vez ao restaurante panorâmico da Torre de Macau, onde dez chefes de cozinha vão diariamente confecionar pratos típicos dos respetivos países de língua portuguesa.

A organização decidiu ainda lançar as "Paradas da Lusofonia" pelas ruas da cidade para atrair mais participantes, cujo número tem aumentado anualmente, como constatou o administrador do conselho de administração do IACM, Henry Ma, apontando que só na edição de 2010 o evento contou com a participação de 15 mil pessoas.

O festival abrangerá também uma feira de artesanato com 10 expositores das comunidades lusófonas locais e um da província chinesa de Jiling, espetáculos de artistas como a cantora portuguesa de ascendência cabo-verdiana Carmen Souza, os brasileiros Patubatê e os angolanos Acapaná.

Exposições da artista timorense Maria Madeira e de Manuela Jardim, da Guiné-Bissau, jogos tradicionais portugueses, torneios de matraquilhos e de futebol de 7, bem como passeios de pónei para crianças são outras das propostas do evento.

Festival Internacional de Música arranca amanhã com duas propostas portuguesas no cartaz




PNE - LUSA

Macau, China, 06 out (Lusa) - O Festival Internacional de Música de Macau, que assinala este ano o 25.º aniversário, arranca na sexta-feira com o musical "Fame" e, até 02 de novembro, vai apresentar 20 propostas, entre as quais duas nacionais.

Os portugueses Ensemble Vocal Introitus e Sete Lágrimas vão apresentar, no dia 13, no Grande Auditório do Centro Cultural de Macau, o espetáculo "Donde Tengo el Amor: O Sagrado e o Profano das Tradições Mediterrânicas", cujas receitas reverterão a favor da Orbis, organização não governamental destinada à assistência de invisuais nos países em vias de desenvolvimento.

O quinteto António Zambujo, o projeto Rua da Saudade e os Ar de Rock atuam no dia 29, num concerto de entrada livre na praia de Hac Sa, na ilha de Coloane, local que será este ano, pela primeira vez, um dos palcos do festival, bem como a Casa do Mandarim, no centro histórico de Macau.

Também na praia de Hac Sa vai atuar Cui Jian, considerado o pai do rock chinês, a 01 de novembro.

O cartaz do Festival Internacional de Música integra também o concerto da Orquestra Filarmónica de Viena, a ópera em dois atos "Acis e Galeta", de Handel, um recital do violinista Itzhak Perlman e a música barroca da Academia de Música Antiga de Berlim.

Outro dos pontos altos do evento será a atuação da Dirty Dozen Brass Band, formação de jazz de Nova Orleães (Estados Unidos), no dia 28 no Centro Cultural de Macau, assim como as do Quarteto de Cordas Juilliard, dos Pequenos Cantores de Tóquio e do Coro do Teatro Nacional de Ópera e Ballet da Lituânia.

Até 05 de novembro, o festival apresenta 34 espetáculos de países como a Alemanha, Áustria, Japão, Israel, Suíça e Lituânia em vários locais da Região Administrativa Especial da China, dos quais pelo menos oito estão já esgotados, resultando de um investimento de 34 milhões de patacas (3,1 milhões de euros).

Aquele que é um dos principais eventos culturais de Macau comemora este ano o "jubileu de prata", razão pela qual o Instituto Cultural preparou um documentário sobre o mesmo que conta com o testemunho de antigos diretores artísticos e outras figuras de relevo do território, incluindo vários portugueses, que será hoje transmitido pelo canal português da Teledifusão de Macau.

CPLP: Secretário executivo recebe contributo de ONG para plano de segurança alimentar




CSR - LUSA

Lisboa, 06 out (Lusa) -- O secretário-executivo da CPLP, Domingos Simões Pereira, reuniu-se hoje em Lisboa com várias organizações não governamentais (ONG) e recebeu contribuições para o plano de segurança alimentar da comunidade lusófona, informou o responsável do bloco.

Simões Pereira declarou à Agência Lusa que "esteve presente no encontro um conjunto de ONG dos países da CPLP (Comunidade dos Países de Língua Portuguesa)" e essa rede da sociedade civil foi apresentar a sua "contribuição" em relação à estratégia para a segurança alimentar do bloco lusófono.

Segundo o secretário-executivo, "na última reunião do conselho de ministros (em julho), em Luanda, foi aprovado um documento que define uma estratégia da CPLP para a segurança alimentar e que está a ser coordenada pelo ministro da Agricultura de Angola (Afonso Pedro Canga)."

O secretário-executivo acompanhará o ministro angolano no dia 18 de outubro, na apresentação do plano de segurança alimentar da CPLP no Fundo das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO), em Roma.

Domingos Simões Pereira referiu que, na reunião de hoje, essa rede de ONG ligada à segurança alimentar nos países lusófonos partilhou com a CPLP a sua visão sobre o tema.

"Surpreendeu-nos com um contributo escrito, muito bem elaborado, que irá enriquecer esta apresentação (na FAO), não só em termos de conteúdo, mas também para podermos fazer presente essa visão da sociedade civil", acrescentou Simões Pereira.

Paralelamente, na sexta-feira, realiza-se o colóquio internacional "Políticas e Cooperação para a Soberania Alimentar na Comunidade dos Países de Língua Portuguesa", no Centro de Estudos Sociais (CES) da Universidade de Coimbra, na sua sede de Lisboa.

O evento terá dois painéis principais, "Crise e reforma do sistema alimentar" e "Situação e perspetivas nos países de língua portuguesa a partir da sociedade civil", contando com a participação de entidades da área dos países da CPLP.

A abertura da reunião será realizada por Manuel Carvalho da Silva, coordenador do CES-Lisboa, e Isabel Dinis, presidente da associação ACTUAR).

STEVE JOBS E LEONARDO DA VINCI




LEILA CORDEIRO* – DIRETO DA REDAÇÃO

Steve Jobs, desde quando criou a Apple na garagem de casa, em 1974,  sempre foi motivo de polêmica. Para uns, ele não passava de mais um empresário que só visava lucro com seus produtos passando por cima de quem quer que fosse, mas para muitos ele foi um gênio criativo e empreendedor, que inventou o mundo da maçã mordida, como se estivesse dizendo simbolicamente:

- Ei, eu sou  Adão, o primeiro homem que mordeu a maçã da era tecnológica.

E ele foi mais ou menos isso. Junto com Bill Gates e mais recentemente com os jovens inventores do Google e do Facebook, criou um mundo virtual onde tudo se resolve com um toque nos botões ou chats na internet.  Mas, além  da materialização de suas idéias criativas, outras mais profundas foram colocadas em público por ele, preocupando-se, principalmente com o destino da juventude dos próximos anos.

E essas idéias mais espiritualizadas em meio a tantos chips, leds e gadgets materiais  surgiram com mais força depois que Jobs descobriu, em 2004, que tinha um câncer no pâncreas com o qual lutou bravamente, mas que o consumiu a olhos vistos.

De lá pra cá, ele acelerou lançamentos de seus produtos, um atrás do outro. O mundo dos “iIsso e iAquilo”, girou tão rápido que  o  próprio Jobs mal pode acompanhá-lo. Cada vez que surgia em público era evidente que a doença vinha ganhando a batalha em seu corpo frágil e magro. Mas  Jobs parecia não se importar com isso. O que valia era estar ali, em cima do palco, anunciando  seu mais novo produto e demonstrando cada detalhe como um orgulhoso pai fala de seu filho.

Ainda bem que seu cérebro manteve-se intacto do mal devastador. Jobs que sempre se destacou pela genialidade e capacidade de ser único, continuou assim até o fim, acima de todas as coisas materias, até mesmo das que criou com toda a sua  sabedoria  sem limites.

Assim como a maior parte da população do planeta, não conheci pessoalmente Steve Jobs, o cérebro da Apple, mas nem precisava. Através de sua criação dos “i-Tudo”, ele conseguiu mostrar à humanidade que veio para ensinar que mais importante que os sensacionalistas cinco minutos de fama são as lembranças e criações que deixamos quando apagamos a luz da vida em nossa consciência. E ele a apagou silenciosamente, sem estardalhaço, em paz cercado pela família.

Esteja certo. Steve Jobs fez parte de uma turma que veio, vem e virá sempre a este mundo como um exército de luz e sabedoria.  Não é à toa que ele foi chamado de  Leonardo da Vinci da modernidade. Afinal,  os dois tiveram em comum a genialidade das descobertas  que realmente marcaram época e dividiram etapas nesse nosso mundo, hoje tão pobre de cabeças pensantes.

Jobs ainda está entre nós, pois sua imagem ficou em cada produto que criou. Palmas para o que ele disse,  num inesquecível discurso  em 2005, quando foi patrono de uma turma de formandos da universidade americana de Stanford . Na época,  ele já estava se tratando do câncer que o vinha consumindo por todos esses anos:

Algum dia, não muito distante vocês gradualmente vão se tornar “o velho” e serão descartados. Desculpem que eu esteja sendo  tão dramático, mas é a verdade. O tempo de vida de vocês é limitado, portanto não o desperdicem vivendo a vida de outrem. Não se deixem prender por dogmas, que é viver com os resultados do pensar de outros. Não permitam que o ruído das opiniões alheias afogue a voz interior de vocês, e, mais importante, tenham a coragem de seguir seu próprio coração e intuição. Eles de alguma maneira sabem no que vocês realmente querem se tornar. Tudo o mais é secundário.

*Começou como repórter na TV Aratu, em Salvador. Trabalhou depois nas TVs Globo, Manchete, SBT e CBS Telenotícias Brasil como repórter e âncora. É também artista plástica e tem dois livros de poesias publicados: "Pedaços de mim" e "De mala e vida na mão", ambos pela Editora Record. É repórter free-lancer e sócia de uma produtora de vídeos institucionais, junto com Eliakim Araujo, em Pembroke Pines, na Florida

Ucrânia: MUSEU EM KIEV LEMBRA OS HORRORES DA GRANDE FOME DE 1932 E 1933


A fisionomia sofrida e frágil da menina camponesa sublinha a fome passada pelo povo ucraniano

HAROLDO CASTRO - ÉPOCA

A simples menção Holodomor simboliza uma faca na alma de qualquer ucraniano. A palavra no idioma local significa “morte por fome” e remete a um dos períodos mais sombrios da história do país. Hoje, a Ucrânia considera que a fome ocorrida em 1932 e 1933 na então República Socialista Soviética Ucraniana foi provocada pela mão dos russos. O número de fatalidades varia entre 2,5 e 7,5 milhões de ucranianos, dependendo de quem faz as contas. As opiniões também divergem sobre o quanto a fome foi um ato premeditado pelas autoridades de Moscou e o quanto a natureza foi responsável por uma colheita fraca.

Estas divergências ainda existem em Kiev e algumas autoridades próximas à Rússia tendem a minimizar a tragédia. Mesmo assim, em novembro de 2006, o presidente Viktor Yushchenko (no poder entre 2005 e 2010) assinou uma lei que considera a fome de 1932-1933 como “genocídio contra o povo ucraniano” e qualifica qualquer negação pública como ilegal. O decreto também estipulou que um memorial do Holodomor deveria ser erguido em Kiev. A decisão governamental foi rapidamente implementada: em novembro de 2008 o Memorial às Vítimas da Fome na Ucrânia foi inaugurado, coincidindo com o 75º aniversário da tragédia.

O memorial está em um dos lugares mais belos de Kiev. Descemos na estação de metrô Arsenal e caminhamos por um parque arborizado com uma vista aberta para o rio Dnieper, 50 metros abaixo. Um alto e esguio monumento octogonal chama minha atenção. No topo, esculturas douradas formam uma chama simbólica. Sim, o obelisco branco pretende ser uma gigantesca vela. É o memorial que buscávamos. Antes de chegar até ele, nos deparamos com uma estátua em bronze de uma menina raquítica, guardando cinco espigas de trigo em suas mãos. Seu nome: Memória Triste da Infância.

A Vela da Memória tem 32 metros de altura e foi criada pelo artista ucraniano Anatoliy Gaidamaka. As decorações dos oito lados pretedem lembrar os desenhos dos bordados típicos do país. Na base do monumento, existem cinco cegonhas de bronze. Todas as aves douradas estão presas, uma no granito negro, outra em uma jaula, uma terceira enrolada em uma armadilha. Apenas a cegonha que está mais alta consegue se libertar. Este voo rumo ao céu simbolizaria a força do renascimento da nação ucraniana, a firmeza de seu povo e, no plano espiritual, a vida eterna.

Damos uma volta completa ao redor da base do monumento e encontramos um paredão de granito preto. Nele estão escritos os nomes dos 12 mil vilarejos que sofreram a fome. Uma rampa nos leva até o subsolo, exatamente sob a gigantesca vela. É o Hall da Memória, construído para servir como nuseu e exposição permanente. O ambiente é sóbrio, com uma atmosfera de angústia criada por uma iluminação dramática e uma música que realça a tristeza do povo ucraniano.

Assistimos a um documentário em ucraniano, legendado em inglês. O vídeo, projetado em uma tela de 360 graus, é baseado em fotos originais da tragédia: flagelados esquálidos caminham sem rumo, corpos no chão jazem sem vida ou mortos empilhados esperam por uma cova coletiva. Cada foto inspira uma cena reconstituída (regravada com atores) para explicar o horror vivido durante o Holodomor.

A tragédia toma uma dimensão ainda mais mórbida quando escuto depoimentos de indivíduos que conseguiram sobreviver ao martírio revelando que práticas de canibalismo foram a única opção para não morrer de inanição.

No vídeo, documentos buscam comprovar que o governo soviético teria usado a fome como arma para eliminar uma crescente resistência nacionalista ucraniana; que uma intenção adicional de Moscou teria sido extinguir os ucranianos e substituir a população local por colonos russos; que o confisco da produção de grãos teria funcionado como uma represália direta aos camponeses que não quiseram aderir à coletivação da agricultura nos anos anteriores; que a quantidade de grãos produzidos na Ucrânia – mas que foram retirados à força do país – teria sido suficiente para alimentar toda a população e que poderia ter evitado a fome. Atrás de cada crime, sempre o mesmo cérebro, o de Josef Stalin.

Nos intervalos entre um vídeo e outro, o telão circular recebe projeções de centenas de nomes que vagam pelo fundo escuro da sala – quase como fantasmas. Mesmo se escritos em alfabeto cirílico, consigo identicar nomes como Maria ou Anton. Colocados em podiums ao redor, estão 19 livros, divididos por regiões, que contem mais de um milhão de nomes de pessoas que pereceram durante a fome de 1932-1933.

Ainda no subsolo, o local mais emocionante é o centro do museu, colocado estrategicamente sob a Vela da Memória. Um recepiente octogonal, refletindo a mesma forma geométrica do gigantesco monumento, guarda em seu interior centenas de quilos de grãos de trigo. Os visitantes são estimulados a tocar os grãos e a sentir em suas mãos o quanto o alimento é vital para os seres vivos.

Acendo uma vela em memória dos milhões de ucranianos aniquilados de forma medonha pelo militarismo soviético. Na mente, tenho apenas a esperança de que genocídios como este nunca mais possam acontecer na história da humanidade.

*Haroldo Castro possui três paixões: contar estórias com fotos e crônicas, estar na natureza e viajar intensamente. Criou o conceito de Viajologia, que reconhece a viagem como uma escola dinâmica. Tem mais de 30 anos de experiência como fotógrafo, jornalista, diretor de documentários e estrategista de comunicação. Morou no Brasil, na França e nos Estados Unidos; trabalha em quatro idiomas e conhece 162 países. De novembro de 2009 a julho de 2010, Haroldo e seu filho Mikael realizaram a expedição jornalística Luzes da África, percorrendo 40 mil km por 18 países do continente. O objetivo foi mostrar o lado positivo da região, para que os leitores pudessem melhor compreender a África durante a Copa do Mundo.

**Fotografias no original

- Colaboração para Página Global de UCRÂNIA EM ÁFRICA

BRASIL TEM A TERCEIRA MAIOR TAXA DE HOMICÍDIOS DA AMÉRICA DO SUL




SM – TVI24

Em 2009 foram registados quase 44 mil assassínios no Brasil, uma média de 22,7 por 100 mil habitantes.

O Brasil tem a terceira maior taxa de homicídios na América do Sul, atrás apenas da Colômbia e Venezuela, revela um ranking da Agência das Nações Unidas para a Droga e o Crime (UNODC).

Em 2009, foram registados 43.909 assassínios no Brasil, uma média de 22,7 homicídios por 100 mil habitantes. A média venezuelana foi de 49,0 assassínios por 100 mil habitantes, enquanto na Colômbia o mesmo indicador ficou em 33,4. A média de todo o continente americano é de 15,4.

No caso específico do Brasil, o estudo mostra que a taxa de assassínios média no país se manteve estável entre 1995 e 2008, embora tenha sido registada uma queda significativa em algumas cidades isoladas. O relatório ressalta ainda a diferença representativa entre as diversas regiões do país e destaca a redução observada no número de homicídios em São Paulo.

No continente africano, que lidera o ranking mundial, a Guiné Conacri vem em primeiro lugar, com uma média de 22,5 assassínios por 100 mil habitantes. Angola apresenta uma média de 19,0, Cabo Verde (11,6) e Moçambique (8,8). A média do continente africano é de 17,4.

O texto ressalta, no entanto, a pouca informação disponível sobre esses países. O ranking é realizado com base em números oficiais, de órgãos ligados ao governo, como o Ministério da Justiça, Ministério Público e a Polícia Nacional.

A Europa e a Oceânia são as regiões do mundo com menor índice, cerca de 3,5 para 100.00 habitantes, na média.

Em 2009, Portugal registou 130 assassínios, o que o representou 1,2 homicídios para cada 100.000 habitantes.

O estudo mostra que os jovens do sexo masculino estão mais expostos aos riscos de serem vítimas de homicídios intencionais enquanto as mulheres correm mais riscos de serem assassinadas por violência doméstica.

O relatório alerta para a proximidade de um «ponto de crise» em países da América Central e Caribe, cujo índice de morte por armas de fogo tem crescido de maneira alarmante.

O estudo conclui ainda que países com grandes disparidades nos níveis de rendimento apresentam uma possibilidade quatro vezes maior de serem atingidos por crimes violentos do que em sociedades equitativas.

Cabo Verde: CORTES DE LUZ SÓ SERÃO REGULARIZADOS EM FEVEREIRO DE 2012




RTP

Os cortes de luz que têm assolado praticamente todos os dias a capital de Cabo Verde nos últimos três meses só serão resolvidos definitivamente em fevereiro do próximo ano, admitiu hoje o ministro cabo-verdiano da tutela.

Chamado pelo Presidente de Cabo Verde, Jorge Carlos Fonseca, para prestar informações, Humberto Brito, ministro do Turismo, Indústria e Energia, adiantou depois aos jornalistas que o Governo está a envidar todos os esforços para minimizar a falta de energia elétrica na Cidade da Praia, provocada por sistemáticas avarias nas centrais de produção.

Humberto Brito, que recusou considerar o encontro com o chefe de Estado cabo-verdiano como um "puxão de orelhas", salientou que, às "avarias inesperadas, quiçá, sem precedentes", que têm afetado as centrais elétricas, junta-se o facto de algumas das peças de substituição solicitadas não servirem para as reparar, pelo que os cortes seletivos vão continuar até fevereiro de 2012.

Adiantando que a empresa de produção e distribuição de energia cabo-verdiana, Electra, está a proceder a um inquérito interno para apurar responsabilidades, Humberto Brito lembrou que a procura tem sido maior que a oferta, uma vez que só dois dos quatro geradores estão a funcionar, razão pela qual têm surgido os sucessivos cortes.

Humberto Brito lembrou as medidas tomadas recentemente pelo Governo para tentar melhorar a situação da empresa pública - divisão em Electra Norte e Electra Sul, instalação de cartões pré-pagos, aproximação entre a Electra e os clientes, melhoria nas formas de pagamento e fiscalização dos roubos de energia, entre outras -, mas não quantificou os prejuízos para a economia cabo-verdiana decorrentes dos sucessivos cortes diários de luz.

Insistindo na ideia de que o problema não é financeiro, mas sim das avarias e manutenção - cada grupo de geradores necessita de dois meses para tal -, Humberto Brito salientou que, mesmo com as medidas que o executivo está a tomar, não se consegue evitar, no curto prazo, cortes na distribuição de energia.

"Estamos a reduzir a possibilidade de cortes. Não há qualquer impossibilidade financeira. Mas as avarias não as podemos combater", salientou.

"Há neste momento uma grande procura. Como a capacidade atual está acima da procura era preciso dar um salto na oferta para atender à procura de hoje e dos próximos tempos. Estamos a tratar disso e os investimentos estão feitos e em fevereiro (de 2012) contamos duplicar a capacidade da Cidade da Praia", afirmou.

"A eficiência destes investimentos vai trazer ganhos enormíssimos para a economia e para a sociedade", afirmou, lamentando a situação vivida pelos cerca de 150 mil habitantes que residem na capital de Cabo Verde.

A crise na energia e também na água, problema recorrente em Cabo Verde, ganhou agora maiores contornos com a chamada de Humberto Brito à Presidência cabo-verdiana, com Jorge Carlos Fonseca a cumprir uma das suas promessas eleitorais, ao afirmar que acompanharia de perto a governação cabo-verdiana.

O assunto fora já alvo de discussões na semana passada num encontro entre Jorge Fonseca e o primeiro-ministro José Maria Neves.

África do Sul: DETIDO 2º SUSPEITO NO TRIPLO HOMICÍDIO DE FAMÍLIA PORTUGUESA




DESTAK - LUSA

A polícia sul-africana deteve na quarta-feira um segundo suspeito do assassínio de três membros de uma família luso-sul-africana na localidade de Walkerville, a sul de Joanesburgo no fim-de-semana, informou hoje a polícia.

O tenente-coronel Lungelo Dlamini, diretor de comunicação dos Serviços de Polícia Sul-Africanos (SAPS), disse hoje à Lusa que o segundo suspeito detido será presente ao tribunal da magistratura de Vereeniging na sexta-feira, ao lado do outro suspeito, que tinha sido detido na segunda, e que é filho de uma empregada doméstica e também jardineiro na residência das vítimas.

António Viana, filho de portugueses da região de Famalicão nascido em Joanesburgo, a sua mulher Giraldine Viana e um filho de 13 anos foram mortos no sábado na sua residência de Wlkerville, uma zona de características rurais às portas de Joanesburgo.

Os três corpos foram encontrados no domingo, com sinais de tortura e ferimentos de bala, por uma patrulha policial que se deslocou à residência, no número 61 da rua Kliprivier, para lhes comunicar que uma das suas viaturas havia sido encontrada, abandonada, no bairro de lata de Orange Farm nesse dia.

A polícia escusa-se a comentar sobre a possibilidade de serem efetuadas mais detenções ligadas a este caso, que chocou a opinião pública sul-africana.

Segundo o tenente-coronel Dlamini, o móbil dos crimes parece, para já, ter sido o furto, uma vez que, para além do automóvel roubado e abandonado, vários bens pessoais da família Viana foram encontrados na posse dos dois suspeitos.

CAVACO FALOU




MANUEL ANTÓNIO PINA – JORNAL DE NOTÍCIAS, opinião

Cavaco Silva parece ter conseguido ontem um pleno com o discurso que proferiu na cerimónia evocativa do 5 de Outubro. De facto, mais reserva menos reserva, todos os partidos descobriram por fim (já não era sem tempo) algo positivo nesse discurso.

Até o seu arqui-adversário, Mário Soares. E até eu, agora um pouco mais sossegado por saber que as preocupações presidenciais não se esgotam na questão do sorriso das vacas açorianas. Mas permita-se-me, a mim que suspeito de unanimismos (a culpa não é minha, é das más companhias, principalmente as leituras de livros de História).

Pois que, para haver unanimidade entre fracções tão díspares do quadro ideológico parlamentar, há-de provavelmente ser muito simples, ou muito vago, o denominador comum. Ou então - e, depois da leitura da obra em causa, inclino-me para essa hipótese - tratar-se-á de um discurso de tipo oracular, espécie de fato de medida universal e geometria variável onde cabem tanto magros como gordos.

O PSD viu nele "realismo" e "motivação"; o CDS-PP apelos ao "realismo", à "produção nacional", à "ponderação" e à "solidariedade"; o PS a importância do "crescimento sustentável"; o PCP o apelo ao "combate ao desemprego" e à "produtividade nacional"; e o BE o apelo ao "combate ao desemprego" e ao "crescimento".

Como diz Schopenhauer, vemos leões nas nuvens como vemos sentido na História: não porque eles lá estejam, mas porque procuramos vê-los.

Portugal: PS sugere ocultação política e omissão cúmplice do Governo em relação a Jardim




DESTAK - LUSA

O líder parlamentar do PS, Carlos Zorrinho, admitiu hoje que o país poderá estar perante um caso de "ocultação política" e de "omissão cúmplice" do Governo para beneficiar o PSD/Madeira nas eleições regionais de domingo.

A posição do líder da bancada socialista foi assumida na abertura do debate sobre a situação financeira da Madeira, que conta com a presença do ministro de Estado e das Finanças, Vítor Gaspar.

Carlos Zorrinho lamentou que os madeirenses se preparem para votar "e tudo o que conhecem é o resultado de um relatório elaborado pelo Governo Regional [da Madeira] a pedido do Governo da República".

"Se tudo isto não é uma operação de ocultação política e de omissão cúmplice a benefício eleitoral do PSD/Madeira e do dr Alberto João Jardim, pelo menos parece - e só o facto de parecer é suficientemente grave para que o PS exija aqui e agora do Governo todos os esclarecimentos", declarou o presidente do Grupo Parlamentar do PS.

Carlos Zorrinho baseou parte da sua intervenção na garantia que diz ter sido dada pelo primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, de que o programa de ajustamento financeiro da Madeira seria conhecido até ao final do mês de setembro, pelo menos nas suas linhas gerais.

Por isso, na perspetiva de Carlos Zorrinho, "só um condicionamento político inadmissível pode ter justificado a cambalhota dada pelo Governo em relação ao compromisso assumido [pelo primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho] a 15 de setembro com este Parlamento, com os portugueses em geral e com os madeirenses em particular".

Irregularidades encobriram enormes violações dos limites de endividamento - ministro




RTP

O ministro das Finanças considerou hoje que a divulgação do relatório sobre a situação financeira da Madeira não tem precedência na História da democracia em termos de transparência e afirmou estar-se perante "enormes violações dos limites de endividamento".

Vítor Gaspar falava no plenário da Assembleia da República, durante um debate de atualidade requerido pelo PS sobre a situação financeira da Madeira.

"A divulgação do relatório sobre a situação orçamental e financeira [da Madeira] constitui um imperativo de transparência que julgo não ter precedente na nossa História democrática, (...) não ignorando o ato eleitoral do próximo domingo", sustentou o ministro de Estado e das Finanças.

Vítor Gaspar frisou em seguida que o relatório foi divulgado para esclarecer a situação da Madeira "depois de declaradas graves irregularidades no reporte da dívida e défice da região, que se prolongaram por vários anos".

"Estas irregularidades encobriram enormes violações dos limites de endividamento e afetaram muito negativamente a credibilidade do país. A realização do exercício que esteve subjacente ao relatório permite recuperar a confiança dos nossos parceiros internacionais", advogou o membro do Governo.

Vítor Gaspar sustentou ainda que a situação da Madeira "não tem paralelo nacional" e que a dívida financeira desta região está agora "determinada de forma mais rigorosa".

PREVISÃO DO BANCO DE PORTUGAL ACENTUA RECESSÃO EM 2012





O Banco de Portugal fez esta quinta-feira uma revisão em baixa da sua estimativa para o desempenho da economia em 2012, antecipando um recuo de 2,2 por cento. Para 2011, o organismo de supervisão prevê que o Produto Interno Bruto sofra uma regressão de 1,9 por cento, menos uma décima face às previsões do verão. A par do seu Boletim Económico de Outono, a instituição avisa que Orçamento do Estado para o próximo ano terá de “incorporar um conjunto muito considerável de medidas estruturais”.

A economia portuguesa deve recuar 1,9 por cento em 2011 e 2,2 por cento no próximo ano. É este o cenário desenhado pelo Banco de Portugal no Boletim Económico de Outono. Cai assim por terra a expetativa de que o próximo ano pudesse trazer os primeiros sinais de abrandamento da recessão. Ainda no verão, a instituição supervisora avançava com a estimativa de um recuo de 1,8 por cento em 2012.

A justificar as estimativas do Boletim de Outono está o quadro internacional. Com a ameaça da recessão a pairar sobre Estados Unidos e Europa, espera-se uma desaceleração das exportações, que em 2012 deverão crescer apenas 4,8 por cento, abaixo da anterior projeção de 6,6 por cento.

“A prossecução do ajustamento dos desequilíbrios macroeconómicos permanecerá como uma importante condicionante da evolução da procura interna. Adicionalmente, o enquadramento internacional implicará uma desaceleração das exportações em 2012. As projeções apontam para um ajustamento significativo do desequilíbrio externo. Em particular, projeta-se uma diminuição de cerca de seis pontos percentuais no défice da balança corrente e de capitais nestes dois anos”, escreve o Banco de Portugal.

Por outro lado, a austeridade imposta pelo Governo à luz do pacote de resgate financeiro negociado com a troika vai pesar sobre o consumo privado. A que somará a continuação da tendência de diminuição do emprego: a quebra acentuada da atividade económica deverá ditar “uma redução do emprego de cerca de um por cento em 2011 e 2012, que se traduzirá num novo aumento da taxa de desemprego” com maior incidência no setor público, “em linha com a redução do número de efetivos das administrações públicas admitida”.

Ajustamento é “inadiável”

Quanto ao consumo das famílias, a projeção corrigida aponta para recuos de 3,8 por cento em 2011 e de 3,6 por cento em 2012, contra os 2,9 por cento estimados no Boletim Económico de Verão. Esta estimativa tem em linha de conta “uma evolução particularmente negativa no quatro trimestre” resultante do “impacto esperado da tributação extraordinária sobre o rendimento”, ou seja, a aplicação da sobretaxa adicional em sede de IRS, que equivale, na prática, a um corte do subsídio de Natal para metade.

“A contração do consumo privado traduz o impacto imediato sobre as perspetivas de evolução do rendimento permanente das famílias de medidas de consolidação orçamental, bem como a incerteza face à natureza de medidas adicionais que venham a revelar-se necessárias”, assinala o Banco de Portugal.

O recuo do consumo das famílias em 2011, acrescenta o supervisor, “estará a traduzir, inter alia, uma quebra substancial do rendimento disponível real das famílias, num contexto de condições de financiamento mais restritivas que se deverão manter em 2012”.
 No próximo ano, as medidas de consolidação “implicarão uma redução adicional do rendimento disponível real, a qual não deixará de se refletir significativamente na evolução do consumo privado”.

O Banco de Portugal sustenta, todavia, que o programa de ajustamento imposto pelo empréstimo internacional é “inadiável”, embora seja adquirido que “não deixará de determinar efeitos recessivos no curto prazo”. Sem um reequilíbrio macroeconómico, não haverá um “crescimento sustentado da economia portuguesa no médio e longo prazo” e o país terá dificuldades acrescidas em obter “financiamento nos mercados financeiros internacionais”.

“Uma exigência adicional”

Numa nota sobre o Boletim Económico de Outono, o banco central recorda que a meta para o défice das contas públicas de 2011, de 5,9 por cento do PIB, só vai ser obtida “com medidas adicionais significativas”. Se estas medidas “assumirem um caráter temporário, o Orçamento do Estado para 2012 reveste-se de uma exigência adicional, devendo à partida incorporar um conjunto muito considerável de medidas estruturais”.

As projeções do Banco de Portugal têm como ponto de partida medidas extraordinárias que já foram aprovadas pelo Executivo ou que tenham uma forte possibilidade de virem a ser implementadas.

O Governo inclui entre as medidas de caráter temporário a sobretaxa de IRS, a antecipação do agravamento do IVA na eletricidade e no gás natural, a transferência de fundos de pensões da banca para a Segurança Social e novas concessões. A transferência destes fundos deverá ser mais ampla do que aquilo que estava inicialmente pensado, dada a necessidade de cobrir as derrapagens nas contas da Madeira.

“A sustentabilidade das finanças públicas exigirá uma posição estrutural caracterizada por excedentes primários substanciais no médio prazo”, sinaliza o Banco de Portugal, aludindo à exigência de números positivos nas contas públicas do país.

Desvio nas contas

O Banco de Portugal explica a melhoria de uma décima na estimativa de recessão para este ano com um acréscimo do consumo público provocado pelo desvio nas contas públicas.

“A substancial revisão em alta do consumo público resulta de desvios na execução orçamental, com particular ênfase nas despesas com pessoal e no consumo intermédio”, assinala a instituição no Boletim Económico de Outono.

No Boletim de Verão, o organismo liderado por Carlos Costa antecipava uma quebra no consumo público de 6,3 por cento, prevendo agora uma diminuição de 3,3 por cento.

Matan Ruak entrega a Lere Anan medalha de Nobel da Paz e chefia das forças armadas




DESTAK - LUSA

Taur Matan Ruak passou hoje simbolicamente a chefia das Forças Armadas de Timor-Leste a Lere Anan Timur com a entrega da medalha de Nobel da Paz atribuída ao Presidente do país, José Ramos-Horta, em 1996.

"Aproveito este momento para fazer a entrega da medalha do Prémio Nobel da Paz oferecida pelo Dr. José Ramos-Horta às FALINTIL, ao major-general Lere Anan Timur. Será este o símbolo e testemunho da transferência de poderes que também o major-general Lere Anan Timur entregará um dia", afirmou Taur Matan Ruak.

O comandante cessante das FALINTIL-Forças de Defesa de Timor-Leste discursava na cerimónia da sua saída e da tomada de posse das novas chefias militares, cuja liderança fica a cargo de Lere Anan Timur. "Hoje pela primeira vez temos o enorme privilégio de efetivar a passagem de poderes do comando das Forças de Defesa de Timor-Leste numa cerimónia de Estado, em cumprimento dos preceitos constitucionais, de forma tranquila, segura e natural", afirmou Taur Matan Ruak.

Segundo o major-general, durante a "luta a sucessão no comando ocorreu sempre devido à morte, detenção ou rendição de um combatente".

"Vivo o dia de hoje nesta cerimónia como um momento único da história das nossas Forças Armadas", salientou.

O novo chefe das Forças Armadas do país, Lere Anan Timur, afirmou que as forças armadas continuam apostadas na coesão nacional desde a sua formação até hoje.

"A visão e papel das Forças Armadas de Timor-Leste é de cooperar e contribuir com o Estado para o desenvolvimento nacional, no espírito da ordem constitucional, para fortalecer a estabilidade e a paz", afirmou no discurso de tomada de posse.

Lere Anan Timur agradeceu a confiança depositada em si para chefias as Forças Armadas e prometeu "prudência, coerência, experiência, confiança" para garantir a estabilidade e a paz e atingir e desenvolver o Estado democrático.

À cerimónia, que decorreu no Palácio Presidencial, em Díli, assistiram centenas de pessoas, membros do governo, corpo diplomático e antigos elementos da resistência timorense.

*Foto Lusa

LUSÓFONOS REFORÇAM A COOPERAÇÃO PARA AUMENTAR PRODUÇÃO AGRÍCOLA


Ministro Pedro Canga (à esquerda) ao lado dos responsáveis da Organização Cooperativista dos Países de Língua Portuguesa - Fotografia: Kindala Manuel

NATACHA ROBERTO – JORNAL DE ANGOLA

Angola pretende reforçar a actuação das cooperativas do sector agrícola e das pescas através da cooperação bilateral com a Organização Cooperativista dos Países dos Povos de Língua Portuguesa (OCPLP).

O presidente da Organização Cooperativista dos Povos de Língua Portuguesa (OCPLP), Márcio Freitas, disse  na terça-feira, em Luanda, que Angola possui potencialidades agrícolas e de pescas que interessam ao Brasil e a outros países. “Além do petróleo e minerais, Angola possui fertilizantes que interessam ao Brasil, como a ureia, um dos fertilizantes mais importado pelo nosso país”, realçou.

A ureia é um subproduto considerado na agricultura como o “ouro negro”. É obtido a partir da síntese da amónia com o gás carbónico, sendo um dos fertilizantes mais utilizados no mundo.

Márcio Freitas, que falava à imprensa à margem da Assembleia-Geral Ordinária da OCPLP, informou que a organização pretende construir um centro de formação internacional de cooperativismo em Angola, com vista a promover estudos sobre a sua importância na agricultura aos técnicos agrícolas e nas faculdades de agronomia.

A organização desenvolve actividades nos sectores agrícola, piscatório, bancário, transportes, educação, infra-estruturas e serviços, nos quais existe actividade económica. “Contámos com o apoio do Executivo angolano para a realização de actividades de comércio entre as cooperativas, para fortalecer os negócios entre os países nos sectores agrícola e das pescas”, acentuou o presidente da Organização Cooperativista dos Povos de Língua Portuguesa.

No seu discurso de abertura da Assembleia-Geral Ordinária da Organização Cooperativista dos Povos de Língua Portuguesa, o ministro da Agricultura, Pesca e Desenvolvimento Rural, Pedro Canga, disse que as cooperativas desempenham um papel importante no fortalecimento do sector.

Segundo afirmou, as cooperativas podem contribuir na expansão do movimento cooperativo dos países membros, em particular dos africanos e de Timor-leste.

“Espero que a assembleia possa encontrar soluções para os problemas comuns, como a produção, comercialização, consumo e crédito”, referiu o ministro da Agricultura, Pesca e Desenvolvimento Rural.

O presidente da Confederação das Associações de Camponeses e Cooperativas Agropecuárias de Angola, (UNACA), Paulo Uime, disse que a Organização Cooperativista dos Povos de Língua Portuguesa constitui uma organização fundamental para o apoio às cooperativas nacionais e no desenvolvimento da agricultura.

Paulo Uime salientou, ainda, que Angola possui um número significativo de cooperativas no sector agrícola e das pescas.

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